1º sem. 2016: KAEFER, José Ademar & RENDERS, Helmut. Plano de Ensino: \"Religião e temporalidades - considerações bíblico-teológicas\" / Syllabus : \"Religion and temporalities - biblical and theological aspects\" [Colóquio de doutorado]

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO FACULDADE DE HUMANIDADES E DIREITO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO

Área de concentração: Linguagens da Religião Disciplina: Colóquio de doutorado Docentes: Prof. Dr. José Ademar Kaefer e prof. Dr. Helmut Renders Período: 1º Semestre 2016 Créditos: três (3) Horário: Quinta-feira: 9:15 às 11:15 1) Tema: Religião e temporalidades- considerações bíblico-teológicas 2) Ementa: Tempo e espaço são duas coordenadas chaves da toda existência humana e temas centrais em todas as religiões. O colóquio investigará tipos distintos da compreensão do tempo em sua relação à experiência religiosa, partindo dos livros do Antigo e Novo Testamento, avançando para a primeira mudança paradigmática que ocorreu na passagem da época medieval para a modernidade até chegar na segunda mudança paradigmática a partir da década 50 do século passado que acumulou numa experiência de aceleração que se finalmente desvinculou dos ciclos temporais da vida comum. 3) Justificativa: O grau de aceleração do tempo hoje atingido tem um grande impacto na vida cotidiana e na prática, vida e experiência religiosas, sem ser necessariamente ser percebido, devido ao seu caráter “natural”. Esta mudança muda o mundo religioso atual, as ênfases e expectativas relacionadas às práticas religiosas e a forma como as pessoas se relacionam com o próprio texto considerado sagrado, que pertence a temporalidade da antiguidade. Por causa disse torna-se necessário discutir a atual mudança da temporalidade tanto em relação ao seu possível efeito na hermenêutica bíblica com em relação a compreensão das experiências e práticas religiosas. 4) Objetivos: Identificar a compreensão do tempo em textos chaves do AT e do NT e entender a prevalência desse paradigma temporal até o fim da época medieval. Distinguir dessa temporalidade as temporalidades da modernidade e da modernidade tardia com seu impacto no cotidiano da práxis religiosa e na construção das crenças das respectivas comunidades religiosas. 5) Metodologia: Introdução aos temas pelos professores; estudo e debates dos textos bíblicos pertinentes; leituras bibliográficas e apresentação dos respectivos temas pelos/as alunos/as. 6) Conteúdo programático: 6.1 Introdução: A aceleração do tempo e o impacto na vida cotidiana e na religião; 6.2 A temporalidade da Antiguidade 6.2.1 AT: (o sábado ou um tempo libertador; os ciclos da vida nos livros da sabedoria; o tempo na literatura apocalíptica);

NT: “Ler os sinais do tempo”; “Redimir o tempo” [circular, espiral, chrónos e kairós]; o novo tempo (éon, o novo adão ou ser humano, a nova criação, a nova terra e o novo céu; Cullmann, Garcia, P.); 6.3 A temporalidade do fim da Antiguidade (Agostinho de Hippo); 6.4 A temporalidade da época medieval (Escolástica; movimentos apocalípticos, movimentos de renovação e reforma; Cohen); 6.5 A temporalidade da modernidade e na transição para a modernidade tardia (Heidegger, Arendt, Flusser); 6.6 A temporalidade contemporânea (Rosa, Gleick, Elais, Pelbart, Hawkings); 6.2.2

7) Avaliação: Apresentação de um texto em sala de aula e entrega no final do curso em formato de artigo. 8) Bibliografia ARENDT, Hannah. Homens em tempos sombrios. Trad.: Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. 249p. ATTALI, Jacques. Histoires du temps. Fayard, Paris, 1982. AUGÉ, M. Não lugares: introdução a uma antropologia da super modernidade. Campinas, SP: Papirus, 1994. BOFF, Leonardo. Tempo de transcendência. 4. ed. Rio de Janeiro, RJ: Sextante, 2000. 93 p. BRAGUE, Rémi. O tempo em Platão e Aristóteles. Nicolas Nyimi Campanário. São Paulo: Loyola, 2006. 197p. CARVALHO, Abdias Vilar de “A concepção religiosa: o tempo começado”. In: CLIO Revista de pesquisa histórica, n. 21, p. 241-268 (2003). Disponível em http://www.revista.ufpe.br/revistaclio/index.php/revista/article/viewFile/756/609 >. Acesso em 20 out. 2015. CISC - Centro Interdisciplinar de Semiótica, Cultura e Mídia, 2001. Disponível em: < http://www.cisc.org.br/biblioteca/temporalidade.pdf >. Acesso em: 10 out. 2013. COHEN, Simone. Transformations of Time and Temporality in Medieval and Renaissance Art. Tel-Aviv University: Brill, 2004. CULLMANN, Oscar. Cristo e o tempo: tempo e história no cristianismo primitivo. Daniel Costa. São Paulo: Custom, 2003. 296p. ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. ____. Time: an essay. Trad.: Edmund Jephcott. Blackwell, 1990. FLUSSER, Vilém. “Do futuro”. "O Estado de São Paulo", Suplemento Literário 1/02/69. ____. Do tempo e como ele acabará. São Paulo: OESP ‐ Suplemento Literário, 1962. GARCIA, Paulo Roberto. Sábado: a mensagem de Mateus e a contribuição judaica. São Paulo: Fonte Editorial, 2010. 200p. GARCIA, Vicente Romano. Ordem cultural e ordem natural do tempo. São Paulo: GLEICK, James. Faster: The acceleration of just about everything. Pantheon, 1999, 336p [português: GLEICK, James. A velocidade da vida moderna: acelerado o desafio de lidar com o tempo. Rio de Janeiro. Campus, 2000]. GOURGUES, Michel; TALBOT, Michel. Naquele tempo ... concepções e práticas do tempo. Nadyr de Salles Penteado. São Paulo: Loyola, 2004. 183p. HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Marcia C. de Sa Cavalcante. 11.ed. Petrópolis: Vozes, 2002. pt.1. 325p. HAWKING, Stephen W.; MLODINOW, Leonard. Uma nova história do tempo. Vera de Paula Assis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005. 173 p.,

JÖNSSON, Bodil. Dez considerações sobre o tempo. Trad.: Marcos de Castro. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004. 156p. JUSTO, José Sterza. “O “ficar” na adolescência e paradigmas de relacionamento amoroso da contemporaneidade”. In: Revista do Departamento de Psicologia - UFF, v. 17 - nº 1, p. 61-77, Jan./Jun. 2005. LIUZZA, R.M. “The Sense of Time in Anglo- Saxon England”. Bulletin of the John Rylands University Library, vol. 89. n. 2, p. 131-153, (2012/13). MEDEIROS, Beatriz; MONTEIRO, Marianna; MATSUMOTO, Roberta. Tempo e performance. Brasília: Editora de pós-graduação em arte da Universidade de Brasília, 2007. MORIN, Edgar. Cultura de massa no seculo XX: o espirito do tempo I: neurose. Trad.: Maura Ribeiro Sardinha. 9. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002. 204p. PELBART, Peter Pál, O tempo não reconciliado. São Paulo: Perspectiva, 1998. ____. O tempo. São Paulo: Perspectiva, 2010. 192p. PELEGRINI, Milton. “As nossas imagens do tempo e como ele começou”. In: Ghrebh‐ Revista de Comunicação, Cultura e Teoria da Mídia, São Paulo, vol. 1, n. 1, p. 2020229 (out. 2002). RENDERS, Helmut. “A experiência religiosa pós-moderna e o fenômeno da aceleração em comparação com as temporalidades pré-moderna e moderna. In: Horizonte, Belo Horizonte, vol. 13, n. 37, p. 428-445 (jan./mar. 2015). Disponível em: < http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/view/P.21755841.2015v13n37p428/7711 >. Acesso em: 5 abr. 2015. ____. “A promessa de infalibilidade de três fundamentalismos religiosos cristãos e sua relação com as temporalidades da pré-modernidade, modernidade e modernidade tardia”. In: Sandra Duarte de Souza (org.). Fundamentalismos religiosos contemporâneos. São Paulo: Fonte editorial, 2013, p. 113-133; ____. “A Igreja Metodista, suas universidades, escolas e igrejas diante da temporalidade pós-moderna: um desafio que requer um esforço em conjunto”. In: Revista da Cogeime, São Paulo, vol. 23, n. 44, p. 49-64 (jan./jun. 2014). ____. “Éticas deontológicas, teleológicas e situavas e as temporalidades pré-modernas, modernas e a modernas tardias: relações, desafios e propostas”. In: Caminhando, São Bernardo do Campo, SP vol. 19, n. 2, p. 55-68 (jul./dez. 2014). ____. “A temporalidade da modernidade tardia e a religião: uma resenha ampliada do livro Aceleração e alienação (Beschleunigung und Endfremdung, 2013) de Hartmut Rosa”. In: Estudos Teológicos, São Leopoldo, RS, vol. 54, n. 1, p. 188-192 (jan./jun. 2014). ROSA, Hartmut. Alienation and Acceleration: Towards a Critical Theory of LateModern Temporality. NSU Press, 2010. ____. Beschleunigung und Entfremdung. Berlin: Suhrkamp, 2013. ____. Beschleunigung. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2005. ____. Weltbeziehungen im Zeitalter der Beschleunigung. Berlin: Suhrkamp, 2012. SOUSA, Clarilza Prado de. “Limites e possibilidades dos programas de aceleração de aprendizagem”. In: Cadernos de Pesquisa, n. 108, p. 81-109 (nov. 1999). SANTOS, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. 511p. WEST-PAVLOV, Russell. Temporalities. Abingdon, Oxon; New York: Routledge, 2013. 211 p.

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