A 60 Anos da Reeleição de Perón.

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UNILA ­ Curso de História Projeto de Extensão Blog do primeiro Bacharelado em História com ênfase em América Latina sexta­feira, 11 de novembro de 2011

Informações dos Professores.

A 60 Anos da Reeleição de Perón.

Prof. Alexandre C. Varella

No  dia  11  de  novembro  de  1951,  Juan  Domingo  Perón  era  reeleito  presidente  da  Argentina para  mais  um  mandato  de  seis  anos.  Com  mais  de  três  milhões  de  votos,  Perón  obteve vitória em todas as províncias. Na Província de Buenos Aires, venceu com mais de 800 mil votos.  Seu  principal  adversário  foi  Ricardo  Balbín,  da  União  Cívica  Radical,  que  esteve preso  duas  vezes  por  desacatar  Perón.  O  peronismo,  por  ter  implantado  medidas  sociais  e trabalhistas,  conseguiu  um  sucesso  esmagador.  No  Congresso  Nacional,  a  maioria  era  do Partido Peronista.

Prof. Paulo Renato da Silva

Prof. Hernán Venegas Marcelo Profa. Rosangela de Jesus Silva Prof. Pedro Afonso Cristovão dos Santos

Laboratório.

Laboratório ­ Em construção.

Entrevistas

Entrevista Esteban Campos Entrevista completa com Pedro Telles da Silveira: A história na era digital (em português) Entrevista completa com Pedro Telles da Silveira: La historia en la era digital (texto en español)         Jornal do Brasil. Edição de 11 de novembro de 1951. Fonte: (http://www.jblog.com.br/media/149/20101110­111151blg.jpg)

Um fator de destaque nessa eleição foi a figura da mulher na sociedade argentina. Durante o primeiro governo Perón (1946­1952), inicia­se uma campanha pelo voto feminino, liderado por Eva  Perón  e  seu  recém  Partido  Peronista  Feminino.  Com  essa  atitude,  Evita  esperava receber  apoio  primordial  para  concorrer  como  vice­presidente,  porém  as  oposições  dos militares  mudaram  seus  planos.  Na  eleição  de  1951,  as  mulheres  argentinas  votaram  pela primeira  vez.  O  Partido  Comunista  lançou  Rodolfo  Ghioldi,  que  tinha  em  sua  chapa  a  Dra. Alcira  de  la  Peña  como  vice.  Ao  Congresso  foram  eleitas,  para  a  Câmara  dos  Deputados, três mulheres peronistas: Delia Degliuomini, Dora Gaeta e Ana Maria Macri, além de outras vinte deputadas e seis senadoras. Com  seu  discurso  nacionalista,  Perón  continuava  estatizando  empresas  multinacionais (empresas  telefônicas,  petrolíferas  e  companhias  elétricas),  fornecendo  direitos  trabalhistas (férias  remuneradas,  aposentadoria,  seguro  médico)  e  promovendo  um  crescimento considerável  da  indústria  argentina.  Porém,  a  inflação  aumentava  e  os  investidores  se sentiam inseguros quanto a aplicar seus capitais. Essa crise colaborou para uma revisão de seu governo e de seu legado para a sociedade argentina. Greves e conflitos sociais tiveram um grande destaque em seu governo.

Juan e Eva Perón em 4 de junho de 1952.

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Fonte: (http://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:Eva_juan.jpg)

O  principal  desequilíbrio  do  segundo  mandato  de  Perón  foi  a  morte  de  sua  mulher,  Evita, vítima de um câncer uterino, apontada por muitos como a alma da “revolução trabalhadora” na  Argentina.  Após  o  golpe  de  Estado  que  depôs  o  presidente  argentino,  os  militares sequestraram  o  seu  corpo  embalsamado,  depositado  na  CGT  (Confederação  Geral  do Trabalho) e só em 1971 foi encontrado enterrado na Itália. Enviado a Madri, cidade em que Perón residia exilado, retorna em seguida às terras argentinas.

Eva Perón vota em seu marido, no seu leito de morte. Fonte: (http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b0/Eva_Per%C3%B3n_votando_1951­Borroni­1970­ 72.jpg)

No  ano  de  1955,  Perón  decretava  a  separação  da  Igreja  e  Estado.  Segundo  Maria  Ligia Prado,  a  Igreja  não  via  com  bons  olhos  o  excesso  de  atenção  que  o  governo  prestava  ao proletariado.  O  ensino  religioso  deixa  de  existir  nas  escolas.  Além  disso,  a  santificação popular  de  Eva  Perón,  o  controle  das  ações  de  assistência  social  pelo  peronismo,  a tolerância  do  governo  com  o  crescimento  protestante  e  a  fundação  do  Partido  Democrata Cristão  ajudaram  o  rompimento  do  Estado  com  a  Igreja.  Em  contrapartida,  o  peronismo acusava o clero de boicotar sua proposta revolucionária. O governo via no rompimento uma forma  de  mobilizar  sua  base  social.  Com  isso,  o  governo  começa  a  perder  apoio,  tendo como um novo inimigo político a própria Igreja Católica. Na procissão de Corpus Christi, em 1955, a oposição reúne milhares de pessoas solidárias com a Igreja.   Em  15  de  julho  de  1955,  a  aviação  naval  bombardeia  a  sede  do  governo  na  tentativa  de acabar  com  o  governo  peronista.  As  correntes  revolucionárias  ligadas  ao  peronismo reagiram.  Alguns  responderam  incendiando  igrejas.  Os  militares  deixam  de  apoiar  Perón  e, em  setembro,  insatisfeitos  com  o  rumo  que  o  governo  seguia,  criaram  um  levante  militar, liderado  pelo  futuro  presidente,  General  Lonardi,  que  avançava  de  Córdoba  a  Buenos  Aires com o propósito de depor o presidente. Em 22 de setembro, Perón renuncia à presidência e se exilou na Espanha. Eduardo Lonardi assume o governo através de um golpe de Estado.

Operários reunidos na Praça de Maio para manifestar apoio à renuncia do presidente.  Fonte: (http://3.bp.blogspot.com/_UwR3y74_fYo/TF_u7icHm7I/AAAAAAAAA7E/­ of01kWUf7I/s1600/praca_de_maio_renuncia.jpg)

  Mesmo exilado, Perón influenciava a vida política na Argentina. Regressa ao país em 1973, se  candidata  novamente  à  presidência  e  vence.  Seu  novo  governo  foi  curto.  Falece  em 1974,  deixando  o  governo  nas  mãos  de  sua  esposa,  Isabel  Perón,  e  mitificado  pelo  povo argentino.

Paulo Alves Pereira Júnior ­ Acadêmico de História da UNILA. Postado por UNILA ­ Bacharelado em História. às 06:59 

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