A ALEMANHA NO PERÍODO ENTRE GUERRAS E O ENRAIZAMENTO DO NAZISMO COMO SISTEMA POLÍTICO

July 9, 2017 | Autor: Stella Correia | Categoria: Fascism, World War II, Nazism, Adolf Hitler
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II – T01 PROFESSOR: DR. DILTON CÂNDIDO SANTOS MAYNARD ALUNA: STELLA FERNANDA CORREIA DE OLIVEIRA.

A ALEMANHA NO PERÍODO ENTRE GUERRAS E O ENRAIZAMENTO DO NAZISMO COMO SISTEMA POLÍTICO.

Após a derrota na Primeira Guerra, a Alemanha foi obrigada a assinar o Tratado de Versalhes, o qual apresentava termos humilhantes: além de pagar um valor exorbitante em indenizações aos rivais na guerra, perderia grande parte de seu território e sofreria sérias restrições no campo militar; não poderia exigir alistamento militar obrigatório e nem poderia ter um exército superior a cem mil homens. Em outubro de 1918, os EUA deixam claro que só haveria acordo de paz com a Alemanha se esta tivesse um governo eleito pelo seu povo. Então, o Kaiser Guilherme 2º renuncia ao trono e é estabelecido um governo provisório de cunho social-liberal, sob a liderança de Friedich Ebert, do Partido Social Democrata, que propõe a convocação de um Assembleia Constituinte. Os republicanos saem vitoriosos sobre a velha monarquia e os radicais de esquerda e é estabelecido o modelo de governo liberal, federalista, parlamentarista e democrático, que recebeu críticas tanto da direita quanto da esquerda pois apesar das inúmeras tentativas, a economia alemã não se reerguia e sociedade alemã ia empobrecendo cada vez mais, fazendo que as tensões ficassem ainda mais intensas. Em janeiro de 1923, 1 dólar equivalia a 7.260 marcos, em novembro do mesmo ano, passou a 4 bilhões de marcos. Ou seja, praticamente reduzida a zero. É nesse contexto que o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores alemães (NSDAP), também conhecido como Partido Nazista, vai ser fundado e tenta aproveitar da situação vexatória do país para tentar um golpe de estado, que fracassou e o seu líder e fundador, Adolf Hitler, acaba preso.

Durante os 8 meses em que esteve em cárcere, Hitler escreve Mein Kampf (Minha Luta), livro que seria praticamente o manual do Nazismo. Sua obra pregava a criação de um Estado nacionalista, antissemitista e racista, além de se posicionar radicalmente contra ao liberalismo, ao comunismo e à democracia. Em 1924-29, o governo está tentando resistir à onda antiliberal, criando medidas de recuperação econômica, buscando a redução das indenizações impostas pelo Tratado de Versalhes e tentando conseguir empréstimos com os EUA e a Grã-Betanha. Graças a esses empréstimos, foi possível restabelecer a economia, a moeda é substituída pelo marco novo, que corresponde a 1 trilhão de marcos antigos e instala-se um sentimento de calmaria, já que o país está conseguindo se reerguer, embora os índices de desemprego continuem altos se comparados ao período pré-guerra. Já em 1928, nota-se o retorno ao fluxo de investimentos externos. A Alemanha recebe aproximadamente 50% do total das exportações de capital, emprestando trilhões de marcos, o que determina uma certa dependência do país em relação a economia externa. Mas com essa recuperação industrial e econômica, os índices de desemprego diminuem e a aprovação do governo também aumenta. No entanto, os anos dourados acabam por aí. A crise de 1929, que abala a economia norte-americana e europeia, põe fim à estabilidade alemã, à renovação de créditos e interfere significativamente em sua economia, resultando novamente na redução do mercado consumidor e na impossibilidade de sanar as dívidas, no desemprego em massa. Diante disso, novamente o antiliberalismo avançará, disseminando a certeza de que o modelo liberal de governo estava falido e era incapaz de recuperar a honra alemã perdida durante a guerra. O Partido Nazista, que com o crescimento econômico em 1924, tinha perdido terreno e obtido 3% no total dos votos nas eleições, com a volta do quadro de crise, seus desfiles tornaram-se constantes, com promessas de emprego, restabelecimento econômico e mensagens de ódio aos judeus, comunistas e liberais, cujos quais eles culpavam pela atual situação do país, nas eleições de 1932, angariam 37% no total dos votos. Em 1933, Hitler, mesmo tendo perdido a eleição, por pressão dos católicos e empresários, é nomeado pelo presidente eleito Hindenburg como chanceler da Alemanha e instaura sua própria ditadura pessoal. Dissolve o parlamento com o aval do presidente

e apoiado pelas AS e SS, executa prisões e execuções aos judeus, comunistas e a qualquer um que opusesse a sua política, mesmo os correligionários. Até a Igreja Católica fica submetida ao regime. Em 1934 a ditadura de Hitler já era fato consumado e quando Hindenburg morre, ele assume o comando da Alemanha, dando início assim, ao Terceiro Reich.

REFERÊNCIAS

SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. O Terceiro Reich: o Império do Terror. In: SILVA, Francisco Carlos, MUNHOZ, Sidney (Coord.) Impérios na História. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.p. 271-280. HOBSBAWM, E. Rumo ao abismo econômico. In: Era dos Extremos: o breve século XX. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.p.90-112. SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. O século XX: entre luzes e sombras. In: O século sombrio: uma história geral do século XX. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.p.219238.

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