A guerra no Papel: história e historiografia da Guerra no Paraguai (1864-1870)

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A GuerrA no PAPel (1864-1870)

(1864-1870) ilustração Diagramação Tiaraju de Almeida revisão Mário Maestri

M186g

Maestri, Mário 322 p.: il.; 21 cm. ISBN: 978-85-64144-07-1 -

Primeira edição, 2013

PPGH-uPF - FCM eDITorA Caixa Postal 1524 - Campus Universitário 91.501-970 - Porto Alegre - RS Tel. 51 3336.3475 ISBN 978-85-64144-07-1 Impresso XXXXXX

MárIo MAesTrI

A GuerrA no PAPel (1864-1870)

...........................................................................................................9 ........................... 15 ...... 17 imperial no Prata ...................................................................................... 28 .................................................................... 43 ................................................................................ 43 ....... 51 3. A Resposta Nacional-Patriótica: Antônio Baptista Pereira ...... 54 ....................... 64 ......................... 66 ............. 79

..................................................................................... 95

.......................................................................... 107 ....... 167 I. A singularidade da Formação Social Paraguai............................. 167 .................................................................. 171

III. A Análise da Formação Social Paraguaia ........................................................................... 179 ......... 196 .................. 206 ........................................................... 209 .................................................................................. 209 Torno do Passado Paraguaio.............................................................. 209 ........................ 215 .................... 231 ............................................................. 231 por uma história dos povos ................................................................ 251 ........... 286 ............. 295 6. Conclusões: por uma história dos povos ...................................... 330

.................................................... 333

-

Se em um primeiro momento o pêndulo da história balançou em a seguir, a atração platina ameaçou o unitarismo imperial, quando da

primeiro contra o Uruguai, em 1864, a seguir contra o Paraguai, em bro de 1861. mundial no antigo vice-reinado, aqueles segmentos sociais eram vergida pelo doutor Francia. francista [1813-1840], o Paraguai consti-

gemonia no Plata. [1842-1870] no Paraguai deu-se no contex-

Sem a destruição da autonomia do Uruguai e do Paraguai, era versão radical das posições tradicionais na região, ao estender a mão detrimento da autonomia nacional do Uruguai e do Paraguai.

isolado, quando da expedição naval de 1854-5, de objetivos menos ambiciosos. Tudo ao custo de campanha militar que se acreditava que seria rápida e que exigiria limitados recursos materiais e huma-

raguai contaria com uma população que não superaria de muito a da guerra contra o Paraguai. -

de seus vastos segmentos camponeses proprietários, arrendatários, -

cial diametralmente diverso, ao ser lutado já em território paraguaio.

A guerra que deveria durar alguns meses, prolongou-se ao extre-

***

Apesar de ter sido livrada sobretudo por tropas das mais diversas interesses no Brasil, aquela analisa, devido a seus pressupostos e objetivos nacionais

como o capelão militar prometia as benções de deus apenas para dos entre nós. Fora raras exceções, jamais tivemos a rica produção sobre aqueles sucessos que, no Uruguai, na Argentina e no próprio -

-

o ensaio de divulgação histórica Genocídio americano quase direta da Inglaterra, já impugnada largamente em importantes estudos revisionistas platinos. Genocídio americano deveu-se promovida pela ditadura militar brapela desconstrução da retórica ditatorial nacionalista anti-popular. Comumente, esses trabalhos conheceram amplo movimento de editoras, pela própria academia, enquanto os raros estudos nacionais

literalmente no desconhecimento. fraturas nas repre-

***

neiro, reagindo ao caráter precursor e limitado de Genocídio americano margem de investigação sobre a escravidão que empreendia. Aban-

: nova história da leira. -

ção abandonada havia já trinta anos de escrever uma leitura geral

-

***

Guerra no papel constituem momentos do livro.

e interessados nesses dramáticos sucessos. Portanto, não poderia deixar de registrar meus sinceros agradecimentos aos colegas e ami-

. A deposição do governo uruguaio blanco era reivindicação dos estancieiros escravistas do meridião sulino com terras no norte do Uruguai, comumente ex1

.

2

deira oposição interna, segundo a vontade imperial de Pedro II e, a

p. 494. . (1839-1875).

. A guerra concluiu-

3

-

. Na segunda metade

4

-

.

5

rido na Argentina, no Paraguai e no Uruguai6. Apenas em 1978, nos -

. 1850 1888. Rio de Janeiro:

31-84.

.

7

ses dominantes ou livres durante a guerra, não procede a proposta a seguir, do literal encobrimento da critica positivista comtiana sobre a responsabilidade do governo e das classes dominantes imperiais do envolvimento do Brasil na guerra e suas consequências, travando 8

9

: a guerra do Paraguai. 21 ed. São

(org.). 2000. pp. 314. : esboço de Raimundo Teixeira.

10

co analisada, discutida e citada, ao contrário de outras campanhas, como a luta contra a vacinação obrigatória.11

1864-1870. Apesar de ser conhecido no Brasil desde os anos 1840, o positivismo comtiano expressou-se inicialmente sobretudo nos

(1855-1927). A pregação positivista ortodoxa entraria em inexorável 12

primeiro, em 1864, e a seguir, contra o Paraguai, em 1865. Na sua Centenário do seu nacimento, 18 de outubro de 1936. Imprensa Nacional: Rio de Janeiro, 1936.

novembro de 1904. 56 pp. . 2 ed. Revista e aumentada. Rio de . 2 ed. São

três ditaduras republicanas, momento excelente na visão positivista republicano13.

Na interpretação comtista do devir da humanidade, houvera ração independente a praticar a instituição tida pelos comtianos como 14 A visão comtista de mundo previa a inevitável divisão das grandes nações em pequenos estados, historicamente mais progressivos. Via portanto com maus olhos a agregação provincial autoritária em torno do trono bragan-

Como veremos, exigia a solução das contradições enras e glórias militares, a não ser nos embates dos tempos há muito 15

Asunción: Carlos Schauman, 1985. Igreja e Apostolado : notas sobre a história do positivismo no Brasil.

16

tas por Auguste Comte (1798-1857) desde 1857, criticara entre seus front e no campo Nessa correspondência pessoal, retomou, aqui e ali, a retórica imperial da campanha no 17

18

25 de setembro de 1866, em arroubo patriótico, congratulou-se com 19

No encontro, Francisco -

elogio ao patriotismo dos soldados paraguaios: “No combate os Parem) mas não se rendem. Num pequeno (encontro) que houve no 20

diatribes patrióticas contra o presidente paraguaio.

Museu Casa de Benjamin Constant, 1999. 19 Id.ib. p. 36. 20 Id.ib. p. 192.

, como meio de dos preconceitos correntes acerca da justiça que assistia ao Brasil na luta em que o governo imperial precipitara quatro nações ameri21

Com a morte de Auguste Comte, em 5 de setembro de 1857, consolidou-se 22

tico e, no pior, como produto de recrudescência da insanidade que o atingira quando jovem, exigindo sua internação por longos meses. mais elevado da produção e da pregação comtiana. Na França, após o desaparecimento de criador, a corrente comtis-

2 ed. p. 144. 22 Id.ib. p. 188.

23

anos 1840, sobretudo entre matemáticos e engenheiros, em geral

e positivo, propondo-se a conquistar as mentes pelo exemplo e pela .24 vro como assinalado. -

agosto de 1902. p. 3 et seq.

1877, eles viajaram para a França, Meca do comtismo, custeados por companheiros mais endinheirados, retornando Teixeira Mendes ao 25

No Brasil, o pequeno grupo positivista de orientação ortodoxa, com novos membros, sob a direção de Joaquim Alberto Ribeiro de Mendonça, desenvolveu em algo seu proselitismo, assumindo o nome nidade, recebido em 25 de novembro de 1880, em Paris, das mãos dade Positivista do Rio de Janeiro, entregue por Ribeiro Mendonça, e dade Positivista passou a designar-se Igreja ou Apostolado Positivista no Brasil. lado. Poucos meses mais tarde, em janeiro de 1882, a proposta da -

proibição sectária de todos os membros do grupo positivista ortodoxo, e não apenas os diretores do Apostolado, de participarem da 26

A essa primeira dissidência

, seguiria-se outra,

-

positivista ortodoxo apoiava a interdição de Comte de os positivistas

apresentara-lhe projeto proibindo aos positivistas a posse de traba. Ribeiro Mendonça terminou desligando-se da associação quanpositivistas ortodoxos eram radicalmente contra a escravidão! Ao ser

no Brasil, em 14 de julho daquele ano.27 blicanas, apesar de o comtismo rejeitar a exploração dos “povos mais 2 ed. p. 241; BAUMANN. “Positivisme et

. Paris, de retorno ao Chile, onde tentaria divulgar sem grande sucesso , disputar na substituiu o amigo doente na direção do Apostolado, em 11 de maio sociais, etc. republicanos. Não raro eles não eram ligados, e algumas 28

No Rio -

estado de 1891 a 1930.29 -

nismo, quando a grande burguesia assumira já caráter conservador, ria no abandono pela burguesia da direção da revolução democrática -

toda a sociedade, orientados e inspirados pelos apóstolos positivis30

No Velho Mundo, o proletariado se apresentava já objetiva e subjetivamente como vanguarda social, em antagonismo essencial com a putava com as expressões subjetivas, mesmo , da burguesia industrial, como o positivismo comtiano. No Brasil monárquico, clerical e escravista, o evolucionismo positivista, apesar de seu mecanicismo, idealismo e conservadorismo, era uma antecipação ainda que distorcida e tardia de sociedade industrial que sequer raiava permitiu ao positivismo comtiano apontar para “outra visão do ideque invertia o papel visto – no passado, como, não raro, ainda hoje – “da guerra (do Paraguai) na constituição da nacionalidade citado.31 preensão mais objetiva de questões mortais do passado e de então positivista comtiana do passado brasileiro, destaca-se certamente a 32

: segundo Auguste Comte. Trad. J.Mariano de

sob a reverberação inicial do republicanismo apenas instaurado. Intra ela.33 paraguaia no Rio de Janeiro. A reunião destinava-se a preparar a recepção ao ministro plenipotenciário do Paraguai, que chegaria ao Brasil, em missão -

: e a propaganda no Brasil, assinado e organi-

Apostolado Positivista sobre a ação propagandista dos paraguaios no 34

1916, 10 pp. 1899. p. VIII. 34 Id.ib. 240 pp.

ro, por republicanos positivistas, sob a presidência de Raul do NasciRepresentantes da Comissão Benjamin Constant, do Apostolado Positivista, do Clube Republicano Benjamin Constant, do Centro Paraguaio receberam em 3 de maio, o ministro plenipotenciário do Paraguai, Fernando Iturbu35

36

abril, Raimundo Teixeira Mendes respondeu ao discurso do ex-barão, a responsabilidade pela guerra do governo imperial e de suas claspresentes, que concorrem, em cada região da terra, para a existência 37

Raimundo Teixeira Mendes publicava, em 1892, seu -

35 Id.ib. p. 114. . Rio de Janeiro, bruggoogdjvu.txt 37 Id.ib. p. 145 . 150-1.

Nas páginas 93 ção de Benjamin Constant na guerra contra o Paraguai, nos meses de setembro de 1866 a agosto de 1867, o autor criticou sistematicamente o intervencionismo imperial no Uruguai e Paraguai, em leitura de importante repercussão.39 38

Mendes invertia a

cipação na guerra e centrava-se obsessivamente nos combates. Sua

40

A partir dos -

to internacional. Para o evolucionismo positivista, impunham-se a direspondência diplomática publicada pelo Conselheiro Saraiva, nas 41

Apoiado em a do-

: Benjamin Constant na campanha do Paraguai.

Propôs que apenas então se processava, sob a inspiração consciente ou não da ciência positiva, o desvelamento dos “recessos escuros da -

dominada pelos -

-

42

limites e navegação Teixeira Mendes lembra que, na bacia do Prata, eram candentes seus tributários.43 Assinalava que sobretudo a Argentina controlava a ob.cit. p. 96.

assim como para “promover o desenvolvimento industrial daquelas 44

tribuiriam a esses antagonismos as velhas rivalidades entre portumonárquicas e republicanas de governo. Teixeira Mendes propunha que, mesmo no contexto dessas contradições, as guerras da bacia do Prata poderiam ter sido evitadas, apresentavam o 45

brava que os

e

-

46

47

do “arbitramento nas questões internacionais, salvo o caso de uma

ob.cit. p. 97. 45 Id.ib. p. 99. 46 Id.ib. p. 100.

48

Se o Imperador esti-

obra portentosa, mas menos custoso em homens e recursos do que a guerra contra o Paraguai e, certamente, de determinantes consequências econômicas e sociais!49 Teixeira Mendes lembra que a primeira empresa militar imperial legenda liberal-mitrista. Registra, então, a necessidade de releitura nal-patrióticos, iluminando o que denominava com sensibilidade de cas e de certas personalidades contra as quais o partido vencedor desprevenido e inteligente por historiadores argentinos que, abanque os

50

-

ob.cit. p. 101. 49 Id.ib. p.101.

o caráter da ditadura do caudilho argentino, Teixeira Mendes assinala vos do “jugo dos seus tiranos, quando em sua Pátria se contavam por 51

52 Segundo a documentação imperial por ele citada, Rosas ameaçava o Paraguai e obtivera, em 1851, o necessário na reconquista da

, enquanto os par53

Sempre segundo a mesma -

atacar antes de ser atacado. Teixeira Mendes lembrava que muitas das ações do ditador argentino denunciadas como crimes, para 54

ob.cit. p. 103. 52 .ib. p.106. 53 Id.ib. p.104. 54 Id.ib. p.108.

so o “projeto de reconstruir o antigo vice-reinado de Buenos Aires,

teria procurado as alianças necessárias para atacar a Argentina de 1850, tratado com o governo do Paraguai e, em 29 de maio de 1851, e Corrientes. Com aqueles governos, decidira-se convidar o governo paraguaio a integrar a aliança. Teixeira Mendes lembrava que, nesse e nos tratados que se seguiriam, asseguraram-se a da

-

se aprovasse a declaração de Juan Manuel de Rosas de guerra ao Im-

-

55

No evolucionismo histórico positivista, impunha-se a necessidade e a inevitabilidade da divisão dos grandes estados em “pequenas

56

Segundo Teixeira Mendes, os

ganhavam nos limites -

do desaparecido da cena o ditador Rosas (...) o governo do Paraguai então deixou-se possuir de prevenções contra o Brasil, receou que, 57

-

55 Id.ib. p.113-5. 56 Id.ib. p.108-9. 57 Id.ib. pp. 114-117.

58

59

reclamasse ao governo imperial o pretendido roubo da carga e assassinatos de tripulantes. Um ano mais tarde, “incidente policial contra . Não sendo aceitas as ponderações imperiais, o ministro inglês determinara que o 60

-

governo inglês o que seria devido “pelo roubo dos salvados do

cas com a Inglaterra, retomadas mais tarde “mediante a intervenção

ob.cit. p. 117. 60 Id.ib. p.119.

Para Raimundo Teixeira Mendes, o “conjunto destas negociações “tendia a precipitar-nos em uma luta para saciar o orgulho patriótidos acusados de crimes contra a propriedade, a vida e a honra de

análise da questão, conviria que no seu comportamento, o governo disso, exigia-se que o “governo oriental, envolvido com uma guerra Brasil. Apoiava a ponderação da diplomacia oriental, de que o “brasi61

61 Id.ib.p.123-5.

acordo com o ministro inglês em Buenos Aires, com o ministro argen-

consequências de qualquer reação a elas. Segundo Teixeira Mendes, Saraiva procedia com o Uruguai como Christie procedera, em 1862,

var a questão a tribunal arbitral, segundo os acordos do “congresso ra, anteriormente, aquele tratado, tendo resolvido assim “questões garantir a “segurança da vida e da propriedade dos brasileiros domi62

-

62 Id.ib. p. 127-8.

vos consignados no -

os problemas de limites com o Paraguai, após vergar o Uruguai. “Com 63

-

, como lembrava a nota do governo paraguaio, de 12 de novembro 1864, o governo paraguaio rompera as relações com quela nacionalidade, apreendendo, no dia seguinte, o navio marquês 64 Conclui, portanto, que o “histórico destes acontecimentos basta para evidenciar a responsabilidade que coube ao governo -

-

63 Id.ib. p. 132-3. 64 Id.ib. p.137.

argentino levara o governo paraguaio a romper com Buenos Aires, 65

paraguaias por seus territórios, licença acordada anteriormente pela

-

-

cravidão, sem que o ex-monarca sentisse maculada a honra nacional, e visse sequer na redenção deles um melhor emprego das enormes 66

65 Id.ib. p.140. ob.cit. p. 141

qual divergiu o mais incondicional e brilhante militar monárquico, o talha, negando-se a comandar a caçada humana contra o presidente proposto quartel. va-se em momento em que algumas casas reinantes europeias, com antes daquela desastrada aventura imperialista, para visitar dom Pe-

67

trado e culto, apesar de reinar sobre nação escravista semi-colonial. Ao sair prestigiado do confronto com a Inglaterra, esperaria presti-

debilidade objetiva do oponente. Nos seus sonhos de gloria militar, viajou apressadamente para participar, com toda a pompa, da rendição de Uruguaiana, em setembro de 1865.68 pressões externas e internas sobre a abolição da escravidão, totalmente rejeitada pelas classes que sustentavam a monarquia, e temida pela dinastia bragantina. Finalmente, Teixeira Mendes assinala “a pelos mais vulgares preconceitos nacionais, contentavam-se em im-

67 Id.ib. p. 142. . Porto

nado cristianismo, perguntou por que o papa não se opu69

ob.cit. p. 143

tornou-se verdadeiro cavalo de batalha dos positivistas ortodoxos,

Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927), vice-diretor do Apostolado no Brasil, criticou sistematicamente o intervencionismo impe-

livro -

guai, entre setembro de 1866 e agosto de 1867.70

por problemas internos. Propôs a navegação dos tributários do rio da

de Juan Manuel de Rosas (1793-1877), em aliança com os governos Caseros, sobre a Argentina rosista, ampliara o temor das pequenas -

dido de arbitragem do governo oriental, da proposta de intermedia-

contar com aliados no Uruguai e na Argentina. Propôs que a já importante responsabilidade de dom Pedro na guerra do Paraguai crescera

Finalmente, o vice-diretor do Apostolado Positivista no Brasil Mitre (1821-1906) e o Uruguai de Venancio Flores (1808-1868). Aquele tratado propunha que a guerra não era contra a população

D

resolução das questões internacionais por arbitragem, segundo os xos. 71

72

73

-

ções ao parlamento, etc. 74

. Contendo 1899. p. VIII.

nia paraguaia no Rio de Janeiro reuniram-se para preparar a recepção ao ministro plenipotenciário do Paraguai, que chegaria ao Brasil, em , presimesmo ano, o Centro publicou o livro na ação dos paraguaios no Brasil. 75 Constant, na mesma cidade e com iguais objetivos.76 1899, representantes do Apostolado Positivista, da Comissão Benjamin Constant, do Clube Republicano Benjamin Constant e do Centro Iturburu, ministro plenipotenciário paraguaio,

.77 Tam-

No discurso de inauguração da Associação dos Veteranos, seu presidente e principal animador, o almirante e ex-monarquista Arde do governo imperial e de suas classes dominantes pela guerra. Na ocasião, precisou a visão de pátria do positivismo. 78

76 Id.ib. p. 114. 77 Id.ib.pp. 168 djvu.txt .

. Rio de Janeiro,

D

-

artigo questionando as celebrações e exigindo a “cabal reparação do 79

-

depois, em tom de -

80

crime de lesa-humanidade.

estudos arqueológicos no litoral sul-rio-grandense. No Rio de Janeiro, publicando, em 1917, Fisiologia na Universidade Nacional do Paraguai (1920). Foi membro Partido Socialista Brasileiro. Criou, em 1922, a Rádio Sociedade do

A campanha positivista pela devolução dos

e anulação da -

mento do , em 1927. A negação das explicações aliancistas ta e os primeiros governos 81

de diversos autores, sobretudo – mas não apenas – paraguaios. 82 -

1926. 167 pp.

D

.83

, convertido ao liberalismo – seria a seguir presidente

mo solidário, a

lorado – pró-brasileiro, antiliberal, anti-argentino, anti-cosmopolita e popular-nacionalista – resgatou o e, a seguir, o , -

e na diplomacia, destacando-se como poeta, jornalista, humanista e paraguaia moderna. Faleceu, em 31 de outubro de 1969, aos noventa anos, apoiando a ditadura

1970. (1ed 1922; 2ed 1925, corrigida e aumentada).

84

-

da guerra, não incluiu a ação da Inglaterra.85

Assinalou as declarações da diplomacia paraguaia da intervenção imperial no Uruguai como .86 de Francia (1813-1840), por seu

e

. Mesmo -

87

nas tropas aliancistas.88 e os

(1919); 1922; , 86 Id.ib. pp. 43, 142, 143, 144, 145, 151, 157. 87 Id.ib. 175 88 Id.ib. pp. 180

-

(1912); , de 1920; , de 1924; , de 1930.

(1916); , de , de 1929;

D

89

liar e governamental do presidente, e as mega-concessões de terras 90

sacres de combatentes e civis inermes.

91

Concluindo, apresentou a -

(1827-1870).92 paraguaia, sobretudo camria dominante na Argentina, Brasil e Uruguai.

-

89 Id.ib. pp. 205 90 Id.ib. pp. 253. 91 Id.ib. pp. 276-77; 298-99, 301. 92 Id.ib. pp. 369

general Mario Barretto. 93 cado em 1927, possui três partes e alguns anexos. A primeira, “The-

positivistas ortodoxos.94 -

ça e a ambição de ditador tresloucado de uma nação atrasada. . São Paulo: Melhoramentos, (1927); . Rio de Janeiro: Imprensa . Rio de Janeiro; Archivo Nacional. Rossetti&Camara, 1928.

D

da documentação conhecida. Nas 49 páginas de texto, salpicadas de -

vina, nas costas. Serve-se da disputa sobre a paternidade do golpe mortal, reivindicada pelo coronel João Nunes da Silva Tavares (18181906) para seu ordenança, para delinear o cenário conjuntural e geral que preparara e consumara a execução do presidente paraguaio. Assinala que, desde sempre, as autoridades imperiais negaram-se a -

onde seria ultimado. A cia dos vencedores em tratar essa questão derradeira, permitiram o em sanguinário, caluniador, selvagem como um sioux, cauto e venenoso nhas, isolou-se no centro da teia imensa, distendida e sinistra. Nunca triótica extremada. “A mentalidade era um conjunto monstruoso de

-

do Norte, onde passou praticamente toda a sua vida. Nos anos 1920,

livros e artigos, entre os quais 1952.

, de

sentado, no mesmo ano, pela Imprensa Militar.95 -

D

quele ensaio e de outro, sobre

. Portanto, tratou-se de

Pereira apresentou

como resposta cabal e

brando ser “em nome da escravidão e da ominosa guerra do Paraguai,

96

ricana de estabelecer instituições monárquicas brasileiras.97 “(...) o grande argumento do castelhanos que “amesquinhavam as nossas instituições na hora dos -

98

, . São Paulo: Banco Mercantil de São Paulo, 1981. [Centenário de Antônio Baptista Pereira]. Pp.XIII et passim. 97 Id.ib. pp. 5-18. 98 Id.ib. pp. 19-33.

-

tarde!99

-

. 100

-

101

-

Baptista Pereira criticava sumariamente Teixeira Mendes, “observa-

. 3 ed. Buenos Aires: : Nabuco de Araujo. V. 3. São Paulo: Progresso

D

do Castro -

Baptista Pereira desconhecia o que criticava. Benjamin Constant do por isso, no livro citado, por Teixeira Mendes.102 A campanha pelo do Positivista, e não do positivismo em geral. A leitura atenta de o autor possivelmente jamais lera

: esboço de uma -

de livro! Sem maiores explicações, Baptista Pereira acusa igualmente -

positivistas por criticarem, eticamente, após a guerra, a legenda pa-

102 Id.ib.

103

bre a instituição medonha. rebeldia do

dos negros

-

positivistas ortodoxos impugnavam duramente.104

conservador imperial da vontade e da ação abolicionistas sempre mitiam que ele governasse com o partido que quisesse, como demonstra o de 1868.

D

o seria, como comprovaria registro da compra de cativo, pelo presimarginal da escravidão no Paraguai, onde dominava o trabalho dos camponeses proprietários, arrendatários e posseiros. Propõe que -

, e o Paraguai, 105

documentação histórica mais equilibrada, como o trabalho de Ce106

racial do paraguaio, usada igualmente para explicar o destemor do

Baptista Pereira. Reconhece apenas que Carlos Antonio soubera “ad-

da história,

Asunción:

-lo como sucessor. Vaidoso e ambicioso, vendo-se como o “Napoleão -

dados objetivos, ainda que distorcidos nos seus sentidos.107 Seguindo Juan Bautista Alberdi (1810-1884), concede que a guerra do Paraquela iniciativa, declara inicialmente o imperial com a autonomia uruguaia, desde a independência, em 1828, que, para ele, -

que não discute, de relações internacionais baseadas no respeito dos

entre o

vamente, apresenta, como questão e não reprimide

D

Segundo o autor de

-

substituir a intervenção por intervenção branca associado com Buenos Aires, rejeitada pelos uruguaios, segundo ele,

Retornando ao geral, Baptista Pereira reconhece que, mesmo se não tivesse o governo imperial todas as boas intenções que anunciara, -

As autoridade orientais seriam responsáveis pela intervenção, devido ao – algo que sequer a diplomacia imperial denunciara. Mas Baptista Pereira propõe responsabilidade ainda , quando da intervenção imperial, para vro

Re, em

108

conosco – do

arrancado mais terras do que as que anteriormente reivindicava! A seguir, esboça de grandes protagonistas daquela crise, como

liberal.109 110

Para o autor, a tirania colocara “o centro da gravidade da alma paraguaia 111

-

: la culpa mitrista. 2 ed. s.l.: s.e., 1927. 110 Id.ib. Pp. 136-147. 111 Id.ib. Pp. 148-176.

D

de quanto ao tema em discussão, os nomes propostos, em geral com avançada pela

, liberal, como responsável

Baptista Pereira propõe não ter havido desigualdade de condições de luta entre as tropas imperiais e paraguaias. “Nossos soldados dos quais um homem vale por vinte, lutamos quatro anos, erguemos -

custou-nos cem mil vidas, e não lhes tiramos em troca um palmo de território (...) ( inocente obrigado a pagar as culpas do pecador. Não me parece que

diplomacia, indicado por Rodrigues Alves, pela mão do barão de Rio

pela Revolução de 1932, sendo preso no Rio de Janeiro.

Barroso gralista Brasileira e, com a dissolução e a repressão do movimento

Nacional, volume de 448 páginas, com artigos e ensaios, em geral volNessa produção, que não indicava a data de apresentação dos artigos, no Uruguai e no Paraguai, em 1864-1870, então impugnada por auto-

Brasil, a vulgata da campanha liberal contra os mesmos, no Paraguai nismo, etc. – e a repisar os temas tradicionais da legenda nacional-pa-

igualmente contra o que chama de semitas brasileiros –

(1934) e História

-

D

do “senão o silêncio, quando mesmo reconheça os erros da terra que 112

as , abandonando-se nos documentos o que não servia para as teses perseguidas! Baptista Pereira propusera nada menos que a censura da produção .

os brasileiros que se desviavam em suas análises do padrão nacional “São esses brasileiros, lopistas por paixão da notoriedade, por exipermitem aumente com o seu nome, seu apoio moral e intelectual a

gatava igualmente as instituições imperiais, que propunha terem perde a monarquia assentar-se na escravidão, como denunciado por Mias instituições monárquicas que teve por herança, enquanto eles as . -

que denunciava a ordem imperial por sustentar a escravidão e prodeu-se como publicista repetidor da vulgata anti-paraguaia, muito de -

em jornais do Brasil e da Argentina.113 Ao contrário de Baptista Pereibra-

seus livros

(1919) e

(1922) -

114

balhou como jornalista. Viajou ao Rio de Janeiro, para desempenharvite do positivista comtiano Borges de Medeiros (1863-1961), para . São Paulo: Melhoramentos, [1927]. Pp. 66-69; 160-62. 114 Id.ib. p. 13.

D

era membro de destaque do governo rio-grandense, de instituições positivistas ortodoxos como as mais avançadas do Brasil.115 de 1930, sendo nomeado como primeiro Ministro do Trabalho. Seguiu Borges de Medeiros na , de 1932,

Nos oito artigos que compõem

, -

Retomava assim a tese aliancista da guerra contra o ditador ambicioso e destrambelhado, e não contra o Paraguai. 116

-

do governo do Brasil na intervenção no Uruguai e na exigência da livre navegação dos tributários do Prata; guerra contra o ditador e não contra o Paraguai; hiper-armamento paraguaio e desarmamento

Ao atacar o

, atropela

-

levianas, que nos (sic) acusam de culposos no arrasamento do Para117 118

Acusa os positivistas de prestarem enorme desserviço aos

o revisionismo paraguaio. Collor jamais intenta impugnação sistemálos autores já analisados.

-

119

tos, artigos, etc. de argentinos, brasileiros, colombianos, mexicanos, uruguaios, etc., que se levantaram, em livros, artigos, simples decla. Nesse 117 Id.ib. p.13. 118 Id.ib. p. 66. 119 Id.ib. p.161

D

processo, transcrevera longamente alguns dos duros ataques dos poperiais sobre os motivos da guerra apresentada por Raimundo Teie não

, que exigia

revolucionário da ordem escravista, uma enorme continuidade entre ário-republicano.

obra monarquista, em geral, e de dom Pedro, em especial, que de-

120

na vertente

-

ainda hoje por muitos historiadores que abordam aqueles sucessos,

ditador. Joaquim Bagueira em 1927, integrou a direção colegiada da Igreja Positivista do Brasil. Morreu no Rio de Janeiro, em 1942. , corres-

121

nos anos em que escrevia, onde Borges de Medeiros,

por 122

123

121 Id.ib. p. 416.

D

o Paraguai do tirano 124

Sempre na esteira de Teixeira Mendes, o gene-

tentativa de Baptista Pereira, em

, de de-

todoxo assinalava o paradoxo da proposta de libertação do Paraguai de seu tirano ron la población (...); impusieron una contribución de guerra (...) que 125

Certa126

como visto.

125 Id.ib. p. 418. 126 Id.ib. 419.

no Uruguai: “Nada más natural que la intervención diplomática de 127

quando comandava o encouraçado Rio de Janeiro, torpedeado no rio -

do Paraguai, de agosto de 1866 a julho de 1868.128

-

Paraguai, em particular, para atacar , de 1897, editado por subscrição, que apresentava, em sua primeira parte, o diário de seu pai, nos pridos l00.000 brasileiros mortos desnecessariamente nos campos do 129

-

127 Id.ib. 420-1.

Schmidt, 1897, 24,2 x 16,5 cm., 232 pp.; 2 pranchas

D

130

de marinha denunciara a retórica monarquista de um Paraguai hiper governo paraguaio em ser previdente e em preparar-se para não ser seus arreganhos no Prata parecia mais poderoso do que realmente muito mais poderosos do Brasil em relação aos do pequeno Paraguai -

teologismo e da guerra devem conquistar por atos emanados de uma e o imperialismo monárquico no Prata, na perspectiva da construção

131

-

132

133

mundo Teixeira Mendes ou os argumentos dos positivistas ortodoxos do antibrasileiro daquelas propostas, ao igual que o ex-barão de Jaceortodoxos. Uma proposta de cunho retórico e nacional-patriótico impugnada reiteradamente pelos positivistas ortodoxos ao apontarem a guerra não como responsabilidade ou iniciativa , mas como

das tropas imperiais teriam morrido em batalha livrada, “não para castigar o povo paraguaio, mas 134

paga, pois o Paraguai, que reconhecia ter sido arrasado pela guerra,

: uma história da guerra de Canudos. 2 : gênese e lutas. 2 ed. Rio : o povo da terra.

D

Nem um nem outro dos credores (governos do Brasil e da Argentina) 135

Se não havia possibilidade de pagamento, nem intenção -

Repreende, assim, duramente, os ex-monarquistas e assemelhados, -

136

cito a um dos argumentos dos republicanos positivistas, como visto. misso ao correspondente ato por parte do governo argentino. Isto porque, para ele, os de pressão sobre o governo paraguaio, com a extinção unilateral da137

Uma que servira, portanto, como arma econômica, decisiva para vantagens comerciais. 138

nava como poderosa arma de pressão sobre o governo e a autonomia paraguaia. Isto porque, legalmente, o Brasil poderia intervir naquele 135 Id.ib. p. 117. 136 Id.ib. p.118. 137 Id.ib. p.125. 138 Id.ib. p.130.

por todos os ex-beligerantes. Tudo, portanto, muito, mas muito longe, cional-patriótica brasileira, para derrubar um ditador e vingar a inva-

micos nacionais. “Nós não temos e não podemos ter nenhum intuito de ser desagradáveis aos nossos amigos paraguaios: mas temos e 139

particulares

que os positivistas ortodoxos não aceitavam que

É igualmente paradigmática a tortuosa leitura de Collor das de-

Brasil e a Argentina.

a guerra, os mais destacados 139 Id.ib. p.127.

– Benigno Ferreira, Carlos

D

Jovellanos, etc. – seriam a coluna central da reconstrução liberal do 140

no Caballero, ou integrantes do governo, após a guerra, como Cecilio 141 “Caballero proclama a lealdade 142

Collor, ao mesmo tempo em que

-

as apologias

mente, a guerra teria sido contra o ditador paraguaio, responsável -

lembrança da capacidade de destruição que o Brasil mostrara contra 143

142 Id.ib. p. 44. 143 Id.ib. p. p. 157.

ea desajeitado do Prata,

do ditador 144

da Argentina e, a seguir, ao ataque ao com a consequente deposição do seu governo constitucional. A monumental , de 1935, do general Augusto Tasso Fragoso, circunscreve essa res daqueles sucessos.

145

Tasso Fragoso publicou, em 1922, seu conceituado estudo histórico sobre , onde abordou o maior choque militar jamais travado em territórios brasileiros, durante a 146 Ao preparar histó. Rio de Janeiro: . Rio de 146 Id.

. Rio de Janeiro: Imprensa Militar, 1922. 387 pp.

mais tarde, serviu-se sobretudo de um muito rico acervo documental argentino, brasileiro, paraguaio e uruguaio, a que teve acesso privi-

A monumental divide-se em cinco volumes. Tasso Fragoso dedicou as 214 pásuperava substancialmente a tradicional descrição, imediata e linear, de um importante passo adiante. Conhecido como verdadeiro pai da , Tasso Fragoso empreendia o amplo estudo introdutório ao conde que sem “o conhecimento, ainda que nas suas linhas gerais, da 147

assinalado.

No primeiro livro em questão, são muito ricos os documentos sobre a invasão de Venancio Flores do Uruguai, apoiada pelo governo unitário argentino, seguida da invasão imperial do território oriental, a partir de outubro de 1864. Intervenção promovida pelo gabinete liberal, apenas-empossado em 15 de janeiro de 1864, em reversão da Fragoso nesse trabalho a apresentação extensiva da documentação

147 Id.

breves comentários. no uruguaio em estabelecer aliança com o Paraguai, consciente da o Uruguai e a Argentina, a seguir, entre o Uruguai e o Brasil. Mesmo 148

Na apresentação documental de Tasso Fragoso, destacam-se tamprimeiro

, a seguir,

-

terminaram levando ao que o Paraguai estabelecesse explicitamente a invasão do Uruguai como

intromissão indevida nas questões do Prata que não lhe diriam res-

-

internacional do Paraguai.149

em 1854-55, partira do Rio de Janeiro poderosa expedição naval marinheiros e três mil soldados, sob o comando do almirante Pedro são dos canhões, da livre navegação do rio Paraguai, na parte em que a licença de passagem para seus navios de guerra no rio Paraná, permissão concedida claramente em detrimento da segurança do Paraguai.150 A documentação apresentada por Tasso Fragoso registra que, admoestações amistosas e, a seguir, protocolares, o governo de Asunción relutava em responder positivamente aos já desesperados pedidos de ajuda militar oriental. Tamanha era a demora que, servinCertamente impressionava ao militar-historiador a demora paraguaia em intervir 151

parte apresentada por Tasso Fragoso, podemos acusar a Francisco guaias apenas quando a resistência oriental estava semi-aniquilada -

[2012], no prelo.

guai e sobretudo do próprio Paraguai, em um grau que podemos apeoriental-paraguaia; teve eventual peso na decisão do general Justo Paradoxalmente, Tasso Fragoso retirou, da sua impecável e valiomáticos, etc. que determinaram a guerra contra o Paraguai, as mesmas conclusões ideológicas rasteiras da , riais de carreira ou não, que participaram ativamente das batalhas de apologia

novembro de 1864, no rio Paraguai, etc., semanas após a invasão do Uruguai pelas tropas imperiais.152

Na continuação dessa lógica, a invasão militar e a deposição do governo uruguaio, empre153

154

155

154 Id.ib. p. 110. 155 Id.ib. p.10, 14.

Como explicar o hiato abismal entre as conclusões lógicas que gotejam quase por gravidade da documentação apresentada amplamente por Tasso Fragoso e as conclusões diametralmente opostas, de guai, e de Buenos Aires, em detrimento daquelas duas nações e das

ção e apresentação do acervo documental em que apoiou seu estudo. Portanto, aquele paradoxo não pode ser explicado como simples proproposto. Para resolvermos essa importante contradição, devemos voltar os olhos para os paradigmas epistemológicos de Tasso Fragoso, -

nacional.

de Benjamin Constant [1836-1891], o principal quadro positivista a intervir no movimento republicano, que participara da guerra contra

o Paraguai.156 tivismo. Tasso Fragoso combateu a Revolta da Armada, em 1894, sob o -

. comandou a junta governativa militar provisória que, após depor o to, no momento em que escrevia sua obra maior, transitava entre a 157

Conquistado pelo positivismo quando cadete, Tasso Fragoso não da no momento em que escrevia sua obra magna, a Igreja Positivista

: Benjamin Constant na Campanha do Paraguai.

ra.158 Não há nesse primeiro volume da sua história da guerra contra positivista ortodoxo Raimundo Teixeira Mendes [1855-1927], acude Benjamin Constant.159 em geral, e dos positivistas ortodoxos brasileiros, em especial, entre anti-

160

das oposições entre as nações. Nas guerras e nas

militares,

161

Tasso Fragoso criticaria aquelas visões na “Advertência Prelimi, de 1922. Naquele trabalho, -

: notas sobre a história do positivismo no Brasil.

dação das tradições militares e para a construção de uma doutrina .162 militar do Brasil, desde os tempos coloniais, para que se apreendesse a , sobretudo quando de guerra. Portanto, via a 163

Uma

pragmática e nacional qualitativamente diversa -

Compreende-se porque nas páginas iniciais do primeiro volume de , com grande 164

Tratava-se, sem ironias, de uma historiogra-

apoiar o conhecimento de história militar que destacasse os ditos fastos e e de -

Rio de Janeiro: Imprensa Militar, 1922.

tivistas apenas assinalados, do qual certamente participara na escola 165

-

Fragoso. Portanto, o general-historiador não compartia a propos. Normas morais universais que, expressão do internacionalismo burguês utópico do positivismo ortodoxo, deviam reger o relacionamento entre as nações. A posta epistemológica de interpretar a história a partir das necessida-

moderna.

etc. nós

166

quando em contradição patente com a documentação por ele reuni165 Id.. 166 Id.

da e apresentada. Não se coloca jamais como analista observando os sucessos desde o

-

ele pertencia com destaque. Uma visão, diga-se de passagem, que dade oligárquica elitista, mas apoiada no trabalho livre.167 Para Tasso objetivos estatais tidos como verdades axiomáticas. a que processo impensável. -

1975.

ções aos paraguaios de 1865-70 como nossos

-

Marte e cultores de Clio, que não piscaram olho, em demonstração , ainda que tal proposta de nacomunicadores brasileiros. e ção ao praça imperial brasileiro, alienado dos objetivos e resultados , do , etc. supostamente imposto por

Compreende-se por que na leitura de Tasso Fragoso não haja espaço para descrição, mesmo e , das classes popula, ao avaliar 168

combatiam, como morriam, etc. ou

patriota.169

-

-

sobretudo de criadores rio-grandenses, que dominavam amplamente a Banda Norte do Uruguai, uma verdadeira . 170

Ao abordar a determinação de extradição dos cativos brasileiros tempo em que lamenta a instituição medonha, que teria combatiescravatura!171

A ordem escravista mostraria-se, entretanto, direta e indireta-

Fundo, Passo Fundo, 2008. [dissertação de mestrado].

-

momento em que o governo

que deixava claro que ao invadir o território rio-grandense, os orientais contavam com a possibilidade de uma revolta servil nas regiões lar nele nossa bandeira, e dar a liberdade aos 172

Concomitantemente ao ataque oriental a Ja-

ampla agitação insurrecional servil, ao menos em parte propiciada por orientais adictos ao governo .173 rio a Asunción, apresentava va as deve ser naturalmente um auxiliar da boa causa, conver174 A escravidão, -

173 Id.ib., p. 10 et seq.

A visão pragmática patriótico-elitista da inaugurada por Tasso Fragoso delimitava a

o que se podia e o -

tica, com destaque para a grande guerra sul-americana de 1864-70.

dos anos 1970.175

-

a

a correspondência do jovem engenheiro militar Benjamin Constant Botelho de Magalhães [1836-91], escrita no campo de batalha, de setembro de 1866 a agosto de 1867, sobretudo para sua esposa e seu

: Benjamin Constant na Campanha do Paraguai.176

por Raimundo Teixeira Mendes –

: esboço de uma 177

-

critos

que, no presente caso, se dava no quase cerimonial exigido pela boa sociedade para as relações entre esposo-consorte e genro-sogro. , e pelo

Benjamin Constant não seguira a carreira das armas por vocação. -

-

: Benjamin Constant na Campanha do Paraguai. : esboço de uma apreciação da vida e da

bater no Paraguai, aprestando-se para tal apenas quando regularmente convocado. Conta a tradição que Maria Joaquina, sua jovem esposa, teria reivindicado junto ao Imperador a suspensão da ordem , irmã solteira, irmão meBenjamin Constant teria conseguido igualmente audiência com dom Pedro e sua anuência em manter a convocação.178

linhas inimigas, sob o alcance das balas paraguaias, mesmo temendo 179

-

180

Tudo leva a crer que as preocupações de Benjamin Constant eram quia, compreendia que a sua situação pessoal dependia da sobre sua devoção ao serviço pátrio. da qual dom Pedro era o grande árbitro. Benjamin Constant pertencia aos tento e avanço social. 179 Id.ib. pp. 23, 62; 73, 169, 187. 180 Id.ib. pp. 23, 73, 197.

al. Ainda mais participando inicialmente o jovem capitão da crença em viagem ao Paraguai, registrou a possibilidade de chegar após a 181 A per-

Benjamin Constant partiu para o Paraguai um pouco como seguiria se convocado para serviço pesado e arriscado no Alto Xingu. Na suas relações sociais, para obter que lhe assegurasse suplemento de soldo e evidenciar seus bons serviços de tal modo que seu

-

182

abono

183

Não havia oportunismo na procura obsessiva por melhor remuneração em plena guerra. As condições de subsistência eram duras, -

181 Id.ib. p. 34. 182 Id.ib.31-2; 49. 183 Id.ib. p.173.

cendo com a venda a preços vultuosos de alimentos, bebidas, roupas, Não eram poucos os gastos necessários para subsistir no campo mo para prover o milho de seu daquelas regiões do Paraguai.184 ção. Uma das suas primeiras preocupações, antes mesmo de chegar e o cunhado, no que terminaria tendo sucesso.185

-

nome.186

-

condições de vida dos soldados: “[...] excetuando-se aqueles poucos pobre gente não tem uma barraca que lhe sirva de abrigo, dormem 187

paga dos soldados que morreriam, como recomendava o marquês de Caxias [1803-1880].188 189

Atos que

184 Id.ib. p. 177. 185 Id.ib. pp. 22, 64, 114, 127, 189. . . Id.ib. p. 154

dense.190 bens dos inimigos mortos e das posições civis e militares paraguaias ocupadas.191

Na correspondência de Benjamin Constant, não há quase tivada pela invasão paraguaia.192 de 1866, ainda em viagem para o campo de batalha, em arroubo patriótico que pouco duraria, congratula-se com a negativa imperial em 193

nais diatribes contra o presidente paraguaio das narrativas de cunho movido elogio do patriotismo dos soldados paraguaios: “No comba[morrem] mas não se rendem. Num pequeno [encontro] que houve 194

ou seja, a relativamente pequena parcela da população livre – mais comumente proprietária e em geral branca – que exercia algum pa-

190 Id.ib. p. 84. 191 Id.ib. p. 58-60; 193 Id.ib. p. 36. 194 Id.ib. p. 192.

e ao chegando a propor serem eles, “muito mais nossos inimigos do que 195

-

imaginar. Quase sempre há questões entre Correntinos e Brasileiros, 196

-

197

195 Id.ib. p. 163. 196 Id.ib. pp. 39 -40; 137. 197 Id.ib. pp. 64, 94, 122.

comandante máximo no Paraguai, englobando sobretudo sua ação na

com a outra mão[,] com as baionetas de que dispuser[,] mas com a

198

inepto e covarde. “[...] o nosso Marquês de Caxias ainda não ouviu 199

Uma acusação de covardia que se apoiava no

como demonstração de valor militar e patriotismo. Benjamin Conscos no chão para esconder-se nos dias de combates e bombardeios 200

tar parece ter causado milhares de mortes de soldados brasileiros 198 Id.ib. pp. 121. 59, 77, 97, 117, 121, 192, 203. 199 Id.ib. p. 192. 200 Id.ib. p. 92.

ná-las, envolvê-las, acercá-las com menor exposição, como registrou -

201

aproximação cuidadosa ao inimigo e proteção pessoal dos atiradores.202 Benjamin Constant lembrava que, nas tropas imperiais, a “cote recriminava os paraguaios por se ocultarem sem pejo na “mata 203

-

para melhor proteção individual. “Usavam [...] de uma manobra nova: 204

ou passiva, consciente ou inconsciente, dos praças com os objetivos da guerra.

campo de batalha. Ao contrário, desde a invasão do Paraguai, ele dirigira a guerra a partir de verdadeiros

paraguaio e notas sobre a engenharia militar durante a guerra. Rio de Janeiro: Conquista, 1968.

s.d. p. 131.

História 1873, Theodore Fix [1828-c.1913] repercutia essa legenda: “Sabe-se 205

no comando do assalto a uma trincheira paraguaia avançada. Ato de

nos jornais da Corte.206

207

seu nome jamais aparecera nos comunicados de guerra divulgados 208

inventário geral dos depósitos militares permitiu-lhe avaliar de pomanos promovido pelos governos argentino e sobretudo imperial.209 e o marquês de Caxias.210

207 208 Id.ib. p. 193. 209 Id.ib. pp. 64, 78, 91, 95. .

mais complexos do que os limites pessoais e idiossincrasias daqueles Benjamin Constant elogiou na sua correspondência a valentia

-

211

Buenos Aires exercia pressão territorial, comercial e neocolonial mercial e de restauração da hegemonia dos segmentos sociais mercantis e exportadores, com destaque para estancieiros, plantadores e comercial e a autonomia paraguaia dependiam da independência do 212

Após a vitória na batalha de Pavón, em 17 de setembro de 1861, venção no Uruguai do principal caudilho colorado, Venancio Flores cravistas sul-rio-grandenses estabelecidos ao norte do rio Negro.213

:

Fundo, Passo Fundo, 2008. (dissertação de mestrado).

governo paraguaio. Ao iniciar sua sublevação, Venancio Flores lançou duas proclamações: uma em espanhol, aos nativos da terra, outra em português, aos verdadeiros senhores daquela região. , ao lado dos criadores verno imperial temia que, sob o tacão de Venancio Flores, o Uruguai passasse a orbitar Buenos Aires, seu tradicional concorrente na baMiguel Calmon du Pin e Almeida, marquês de Abrantes, ministro de questões internas do Uruguai e determinou o castigo dos estancieiros sulinos responsáveis.214 No seu -

215

Barros Pimentel exigia a interrupção daqueles atos ilegais e ameaçava os promotores com o rigor das penas de lei: “É de maior urgência que os nossos compatriotas se abstenham de tomar parte na

: la culpa mitrista. 2 ed. S.l:

. Porto Alegre: Correio do Sul, 1894. p.5.

216

para apresentar-lhe a preocupação do governo oriental com a disparaguaio.217

-

218

pedidos de intervenção direta, já que se mantinham o apoio argenti4 de setembro de 1863, o governo paraguaio enviou a Buenos Aires 219

versações e longos silêncios aos pedidos de esclarecimento. Insatis216 Id.ib. p.6. . (1839-1875) . 3 ed. Buenos Aires:

220

guiu apoiando a revolta e reiterando retoricamente sua neutralidade, -

de resposta – compreendia-se em Asunción que a vitória colorada sig-

221

-

222

Como os acordos da

pedindo iniciativa contra o intervencionismo mitrista. Nesse momen. . Buenos Aires: 221

. 3 ed. Asunción:

lante atenderá solo a sus propias inspiraciones sobre el alcance de por la dignidad nacional, ni por sus propios intereses en el Rio de la 223

da intervenção, uma ação militar contra o governo de Buenos Aires -

trinta mil recrutas que se pretendia ali adestrar.224 225

-

do ano seguinte, assumiu o gabinete e Vasconcelos (1815-1877), de composição marcadamente liberal.

: Servilibro, 2010. p.30.

bendo sempre como respostas exigências de neutralidade, ameaças de punição e medidas dissuasórias.

lideranças liberais e ricos estancieiros escravistas no meridião riograndense e no norte do Uruguai.226 solicitar, em nome dos 40 mil compatriotas que lá viviam, a proteção 227

giados correligionários sulinos com uma pronta intervenção no Uru, após a humilhação do

A medida causou enorme comoção entre a população livre do Rio de

Inglaterra prestigiara a Pedro II (1825-1891) que, sob o calor do conrido

: Marinha, 1981. p. 19.

A repressão das autoridades orientais ao escravismo apenas dis228

mento abundante de charque e de couros a baixo preço. A produção Uma vitória sobre o pequeno estado restabeleceria a hegemonia do novo gabinete; prestigiaria dom Pedro e a casa imperial. A intervenção desviaria a atenção do movimento emancipacionista-aboli-

no norte do Uruguai obteve o consenso, já acordado pelo novo gabinete libenio Saraiva (1823-1895), para apresentar governo oriental, que abriria o caminho para o envio de expedição militar.229 dos na ção . (1885-1888). Rio de Janeiro: : genealogia critica

raguai iniciara a preparar-se e delineara seu as linhas gerais de atuação no campo de combate para obter a vitória Na luta contra a Argentina, o governo paraguaio contava com a aliança do governo oriental, com o apoio eventual do general Justo

xos estruturais no Paraguai, ao menos imediatamente.

1912), registrou seu ponderado convencimento de que “o ditador não

230

reta no Uruguai, o governo imperial deslocou para segundo plano o neutralidade retórica. A posterior convergência entre os governos de Buenos Aires e do Rio de Janeiro apresentou equação jamais vivida

cias que arrastava com o Paraguai e de emergir como potência hege. Porto Alegre: Pradense; 2009. p. 122.

mônica no Prata.

para liberar a navegação do rio Paraguai e impor o reconhecimento di-

uma operação militar contra o Paraguai colocava graves problemas

navais e terrestres imperiais. autonomia do Uruguai por Buenos Aires, o governo paraguaio viu serem rejeitadas suas tentativas de intermediação dirigidas agora ao governo imperial, que anunciava a iminente intervenção aberta nalheiro Saraiva apresentou o

imperial.

cias abusivas e desonrosas apresentadas, em um espaço de seis dias,

tropas imperiais estivessem em condições de atravessar a divisa ena expedição naval do

nia com o governo de Buenos Aires na agressão contra o Uruguai e certamente contra o Paraguai. Asunción propuseram descartar as advertências paraguaias, desqua-

232

-

aliança com Venancio Flores, sem qualquer declaração de guerra ao , assistindo ao massacre de seus ex-aliados.

-

. (1857-

-

e A segunda alternativa, lutar pela garantia da liberdade comercial, juntura que se atravessava por parte dos segmentos mais amplos da oligarquia paraguaia. Nas suas memórias, Juan Crisóstomo Centurión

233

proprietários paraguaios. A população assuncenha teria participado dos canais administrativos pelo governo central.234

plenamente conhecido. Nesse sentido, nas suas linhas gerais, o plano de guerra paraguaio estava já esboça-

(…).p. 107 234 Id.ib. p. 83.

Aires. A vitória permitiria a consolidação do governo oriental blanco ção Argentina ou, o que seria ainda melhor para o Paraguai, com a Tudo mais ou menos como ocorrera, em 1852, após a batalha de monte Caseros, e em 1859, com a vitória em Cepeda, sempre em 235

raguaias. seis mil homens, em aliança com Joaquin Maradiaga (1799-1848),

A coligação dissolvera-se por questões internas e a expedição tativa de sublevação de três esquadrões da sua vanguarda, que exigiram o retorno das tropas ao Paraguai, para consulta a Congresso sobre a oportunidade da operação militar no exterior. A intervenção paraguaia em questão platina rompera com o tradicional isolacio-

236

gentina, em aliança com os colorados uruguaios, ao longo do rio Pa-

raná e Paraguai, tendo como objetivo Asunción. Uma expedição que seguiria no geral o caminho da invasão portenha que resultara na vivice-reinado do Prata, em 1811.237 Nos dois casos, os oponentes não e provinciais entrerrianas e correntinas, o coração vital do inimigo. 238 mente, Buenos Aires e Asunción.

-

-

239

A população paraguaia era possivelmente apenas su-

35% dos pouco mais de cem mil voluntários da pátria que teriam partido para a guerra, se descontarmos os que se mantiveram na pro-

Sociologicos, 1988. p. 57. 1969. p. 20 p. 140.

.

da população quase 38 mil homens!240 A dissimetria estendia-se ao acesso ao mercado internacional de -

provado na batalha de Riachuelo.241 -

suas tropas pelo rio Paraná para chegar a Três Bocas e ingressar no rio Paraguai, em direção a Asunción e dos territórios paraguaios centrais. Como os acordos de livre navegação entre a Argentina e o Brasil permitiam a livre passagem de navios de guerra imperiais, ao igual passo aos novos encouraçados e poderia, sempre, ser contornado.

(...). Quando o

História 1957. Vol. 2, p. 50.

total impossibilidade de atingir o Rio de Janeiro e as regiões econô-

sugere que o paraguaio previsse uma vitória acachapante sobre as tropas argentino-coloradas e uma com

oriental ou causar danos militares e econômicos imediatos ao sul do Portanto, deviam receber a licença de governo inamistoso comandados territódo território nacional argentino pela .

-

Argentina mitrista. Na correspondência, declara a impossibilidade a chegar. Naquele então, o Paraguai ainda não se decidira a proceder

de 1864, sucessiva ao -

pação obsessiva com o respeito das praxes diplomáticas. siosos. A união do Paraguai e Uruguai poderia “ameaçar a própria pela necessidade de

o governo paraguaio a intervir no con-

-

-

via mais de vinte anos, com a derrota dos movimentos liberais e a consolidação do centralismo imperial sustentado pela expansão da

oriental de insurrecionar a escravaria de parte do meridião rio-gran-

dense, coração da produção escravista provincial.242 243

para o -

das

que o

-

governo mitrista abandonar sua

.244 245

A seguir, mudando de

: Agitações, Insubordinações e Conspirações Servis no

1996. p. 107.

Sagastume conclui sua avaliação otimista do cenário do Prata ele, as assim como estão com ele

Na visão do governo oriental, a guerra seria mais ou menos ráNaquele momento, os orientais disporiam de tropas para “

permitiria que as tropas de Venancio Flores agissem livres ao rio Negro.

e

do

da Norte do Uruguai e a concentração dos oito mil soldados orientais guaias. No caso de que o governo paraguaio enviasse de dois a quapoderiam -

Sagastume lembrava que o envio de um destacamento paraguaio, comprados, arrendados, etc. pelo governo uruguaio. No documento, o

sileiros pelo norte, que seriam combatidos, desde o sul, pelas tropas blancas. Sagastume conclamava o governo paraguaio a uma interven-

Foi paradoxal a resposta ao desesperado pedido oriental de aju-

de uma

do governo uruguaio de que -

Argentina. -

que o governo uruguaio não poderia comprar ou arrendar os navios, contribuir, “em vista da sua e dividido pela guerra. Não lhe cabia,

portanto,

-

caso lhe interessasse, solicitar ajuda militar.246 -

-

1865, sem luta, pelo governo blanco, já sem esperanças nos “auxilios tomo Centurión lembrou que o Paraguai jamais estabelecera pacto

procedido daquele modo para não “coartar su libertad de acción por 247

ram registrados documentalmente. Anotando as

de Juan

de documentos sobre “el plan del Mariscal“ que revelem seus “objeti248

junto ao 246 Id.ib. p. 213. 248 Id.ib. p. 123.

-

ciais de maior grau. -

249

Parece-nos mais correto dividir aqueles sucessos em dois gran,ea , não sabemos em que grau apoiado em seus mais próximos auxiliares. sóstomo Centurion.250

socorro da capital oriental. Foi assinalado que o Uruguai não era preTasso Fragoso espantou-se, do ponto de vista militar, com tal -

de gravidade, atento o estado de abandono em que se encontrava a

(...). Vol. I e II;

-

brasileira e que isso não imporá o desenlace da guerra. Nada obs-

251

252

tar invasão imperial por aquela região.

buscaria arrebanhar animais vacuns e cavalares abundantes na rebovinos.253

252 Id.ib. p. 153. estudos

leceu o moral das tropas e da população e a opinião sobre a escassa belicosidade do soldado imperial.

Centurión registra em suas memórias o sentimento entre a popuel error que cometieron nuestros antepasados permitiendo que los 254

, que ter255

cistas que marchavam para Asunción, seguindo a tradicional rota ao longo do rio Paraguai. -

p. 90. .

paraguaios. pelo governo oriental, os derradeiros combatentes blancos entrega1865. Naquele momento, desacreditariam totalmente na chegada da pedida, esperada e negada ajuda paraguaia. -

associados. “Façam os paraguaios o que quiserem, não podendo batê-los ao mesmo tempo que os -

256

Vimos que, ao contrário do proposto pelo historiador paraguaio, houve clara despreocupação 257

ou recursos. Quando, em 14 de abril, o grosso das tropas paraguaias desem-

barcou e ocupou a cidade de Corrientes, não mais havia governo blan-

do caudilho entrerriano que ele não interviria ao lado do Paraguai.

Após a conclusão vitoriosa do primeiro movimento em direção cionárias do norte, o comando militar avançou seu plano de guerra -

abril, a expedição seguiu em direção ao sul, ao longo do rio Paraná. sas do comando supremo paraguaio. Vinte dias mais tarde, de Itapua/Incarnación, partia , de 10.500 homens, comandada pelo tenente-coronel Anto-

de São Borja, conquistando a seguir a vila homônima. A coluna pretendia a conquista de Itaqui, costeando o grande rio, acompanhada dada por Robles.

como -

tava que o objetivo

-

, destinado a -

parece ser o projetado pelo comando paraguaio. Juan C. Centurión guaiana e seguisse, sem detença, para a vila de Alegrete, no caminho de Porto Alegre.

-

258

Silverio Aveiro inicio a trabalhar muito jovem como secretário de -

259

pôs que seriam dois os objetivos do Mariscal: “a) apoderarse de Rio 260

que se tratavam dos objetivos da prevista guerra contra a Argentina

-

261

to

e

ao Paraguai o concurso da temida cavalaria entrerriana e as necessárias bases territoriais direção de Asunción. A nova realidade determinou a opção de dividir rio, permitindo sua destruição parcial. A linha de marcha das três colunas paraguaias ao longo do rio dos mesmos como vias de comunicação e abastecimento. Sobretudo -

A retomada temporária de Corrientes, em 25 de maio de 1865, portadas pelos navios da marinha imperial. Aquele sucesso ensejou o 262

ra paraguaio e a necessidade urgente de recolhimento das duas co-

Figueiredo). vol. 2 pp. 82

Pp. 112

paraguaias entrincheiradas em Uruguaiana, com a perda total daqueparaguaio. Com a derrota de Riachuelo, em 11 de junho de 1865, Francisco bretara em Uruguaiana, em 5 de agosto, a se render, em 18 de setemao Prata. Apresenta-se como importante 263

negativo da operação As minuciosas instruções ema-

Segundo o coronel Silvestre Aveiro, a “larga distancia en que se encontraba la dirección de la guerra, siempre contrariaba a Robles, 264

cebidas do Paraguai. destemeridade pessoal como essencial qualidade militar. No campo de batalha, o engenheiro militar Benjamin Constant criticou em sua -

quando de ataque da artilharia inimiga!265 A estrutura do poder no Prata determinava que a direção da guerra coubesse ao 266

problemático, sobretudo em conjuntura como a vivida, sob a incerte-

Quando da discussão no congresso de 1864 sobre seu acompa-

267

Mas não se ausentou! -

Benjamin Constant na Campanha do Paraguai.

268

militares certamente incorretas do alto comando militar paraguaio, -

provável dos rios Paraná e Uruguai, para o abastecimento das tropas, de guerra paraguaio. A dependência da evolução das colunas expedicampo de batalha, seria um outro grave percalço. Pesou na campanha expedicionária a inexistência de um

-

rota paraguaia em apenas três meses, se retirada da equação militar Paraguai -

É certa a lembrança do marquês de Caxias no Senado de que nada

269

Mas procede -

positivamente sobre eles. Para o historiador, explorar hipoteticamentexto da relatividade dessas projeções, permite sugestões para uma melhor compreensão dos sucessos.

apoio pedida pelo governo oriental e a marcha acelerada do grosso das tropas em direção ao Uruguai, quando o governo oriental ainda resistia. Um destacamento paraguaio teria eventualmente retardado ou impedido a entrega da capital aos imperiais, mantendo-a sob consivelmente venceria as tropas que se antepusessem a sua marcha. Ao A retenção no Prata dos navios de transporte paraguaios pouco pepara o Prata. 270

-

o controle da cidade-porto e de seus recursos alavancaria resistência que propiciaria, eventualmente, exaustão.271 , Joaquim Nabuco p. 192. 270 Id.ib. p.12. p.9.

-

Nabuco propõe que, se o procurando despertar os preconceitos do Rio da Prata contra as chamadas tendências absorvedoras do Brasil, a guerra do Paraguai teria

272

273

-

do Padre Saraiva, na rua Nova do Sacramento. No Rio de Janeiro, espartiu para ser vigário encomendado na vila de Alegrete, na região da a Argentina e o Uruguai. As duas posições que ocupara eram postos Brasil.274 1839-1875.

venceu concurso, em setembro do mesmo ano, para vigário

, -

segundo parece, com a devida licença provincial.275 São Borja era mais do que uma simples aglomeração perdida no o exterior.276 Juan Manuel de Rosas (1793-1877), na batalha de monte Caseros, o -

277

-

(1776-1840) de partir do Paraguai.278 seu compatriota de integrar a loja maçônica “Augusta Cordialidade to membros.279 -

de São Pedro, n. 19, 1954, Porto Alegre, PP. 75-93.

1840. Asunción: Carlos Schauman, 1989. Pp. 151 a expedição naval do

280

dali, para a Corte. Na viagem de regresso, passou por Buenos Aires e mado como membro correspondente daquela distinguida instituição. com tal sucesso que sua primeira edição encontrava-se esgotada em 1865.281 cia.282 como superior a todas as que haviam sido escritas no Brasil a seguir de sua publicação, incluindo nelas o então recente trabalho de Au-

Volume 54

137. desde o descobrimento do

282

mões, etc.

283

284

de 155 página, hoje depositada na seção de manuscritos da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

-

ventariados: quatro casas (três em Uruguaiana e uma em São Borja); três terrenos em Uruguaiana e seis quadras de sesmarias, junto ao rio rer, o cônego não seria homem pobre, sem ser um potentado.285 Não há traços no inventário do nome da mãe dos herdeiros.286 283 284 Id.ib. p. 86. 285 43, gaveta 07. Centro cultural dr. Pedro Marini, Uruguaiana. Agradecemos ao historiador presente inventário, em 31.09.2012. 286

287

Salvo engano, não contamos ainda com estudo das

do -

pseudônimo, nos jornais do rio da Prata, do Rio de Janeiro – , de Alegrete, o , e , de Porto Alegre, entre outros. São certas as rápidas mas duras considerações vertidas na sua história das missões guaranis sobre a ação do presidente Carlos teria escrito ao menos uma carta, em 16 de agosto de 1865, a Solano Nesse momento, as tropas paraguaias encontravam-se já instaladas em Uruguaiana!288 autoridades provinciais e imperiais teria se acirrado nos meses semento de relações entre o governo de Asunción e do Rio de Janeiro. Nesses casos, ao menos, comumente, o bom padre não teria recebido 289

-

287 288 289

dos “documentos que serviram ao vigário para a composição de sua e “alguns manuscritos 290

seus bens e, sobretudo, manuscritos perdidos na invasão.291 mente com sua residência, sua igreja e seus bens, ações segundo ele sua

292

de Martin 293 Aquele autor escrevera que a concernidos pela medida. gado era na realidade o verdadeiro motivo desta medida intitulada 294

290 Id.ib. p. 53, 75. 291 292 293 294

, n 81, Asunción, sábado, 7 de outubro de 1848. desde o

Morando

Quando dom Pedro II (1825-1891) chegou aos arredores da vila sigedora cena diante do Imperador, ao investir com chicote em punho -

Com a rendição paraguaia em Uruguaiana, o padre João Pedro no vapor nial orgulhava-se de privar com homens de ciência e de cultura, com destaque para os europeus. Por seus serviços, o padre receberia a medalha comemorativa da rendição de Uruguaiana, como tantos outros validos e cortesões imperiais.

lhas de dom Pedro. Por decisão do Imperador, coube-lhe Isabel, a herdeira imperial, com quem contraiu matrimônio em 15 de outubro de Tomo XXVI, p. 649.

1922, quando viajava para o Brasil para participar das cerimônias do primeiro centenário da Independência.295 A narrativa região e impressionou-se com a rusticidade da sociedade pastoril sulina – moradia, mobiliário, alimentação, educação, transportes, artes, brasileira e sobretudo sul-rio-grandense.

guida passaram o Uruguai na parte superior de seu curso e penetravilas de São Borja e Itaqui, situadas na margem esquerda do Uruguai, e, descendo ao longo desta margem, mostram intenção evidente de se 296

Nacional eram de carreira e no geral, tinham elevada idade. Anotou o escasso treinamento dos conscritos e os muitos doentes devido ao -

295 296 Id.ib. P. 26 (destacamos)

precariedade dos alojamentos e hospitais militares e de mulheres e crianças seguindo os voluntários para o front. Comentou a baixa quaentre observações nascidas sobretudo do estranhamento com aquela reaguerra do Marrocos (1860). No relato, ele deixou igualmente regis297

um pouco palrador. Sabe igualmente bem o português e o espanhol e quem o ouve, parece que só ele tinha, de há muito, adivinhado o plano 298

pode ainda ser lida com se destacando pelo abuso dos preciosismos e gongorismos propostos no ácido comentário. Nomeado em 20 de julho de 1874 como vigário de Uruguaiana,

299

cionista impulsionado pelos liberais, em meados dos anos 1880, ten300

297 Id.ib.pp. 19, 20,21, 23, 26, 32 et passim. 298 299 300

sentação do Imperador. 301

dos dois livros de destaque citados, e tacariam-se “imagens de santos de madeira pintada, alguns do tamaja.302 Uma importante documentação pessoal do cônego, composta de mais de quatrocentas pastas, encontra-se depositada no Instituto

trabalho

-

303

Uma segunda edição do trabalho seria publicada em 1944, anotada e

301 302 303

desde seu Imperial e Constitucional de J. Villeneuve, 1867. 45 pp.

304

pouco cuidadosa, em 1980, com erros de digitação, linha e parágraapresentações.305 : autores e responsáveis.306 sua

do livro da narrativa e -

tempestade que se armara na bacia do Prata.307 Na obra em questão estão ausentes as tradicionais propostas de inexistência de guerra platina; da

do governo imperial do aviso paraguaio -

etc. 304 Id.

Comentado e editado pelo major

305 Id.

Comentado e editado pelo major

306 307

autores e responsáveis. Porto Alegre:

se, em nenhum momento, em sua narrativa, o bom sacerdote se dissociasse da visão e da leitura elitistas da sociedade imperial, própria -

Histó, de 1932, em cinco 308

Detrator

La

tico logo que houvesse derrotado os

-

pôs que o

momentos el Brasil lo hubiera hallado em una posición desventajo309

de 30 de agosto de 1864, que assinalava a intervenção militar imperial no Uruguai como literal 310

Na edição

308 oolhodahistoria.org/n18/sumario.php; 309 310

Asunción: Servilibro, 2010. P.15.

do

Para 311

-

de Tasso Fragoso, não havendo, portando, evolução estrutural entre as interpretações nacional-patrióticas desse pioneiro da “historiograNos anos 1940, havia muito que o apresamento do paquete Marquês apresamento do paquete, em plena evacuava a intervenção militar imperial no Uruguai, que permitira a vitória de Venancio Flores, que resultara

-

vila.312

Alberto. 311 312

sete mil gregos teriam impedido, por uma semana, a passagem de grosso das tropas gregas.

cônego e de outros coevos: por que aquela tropa não contra-atacou, quando os paraguaios expunham-se perigosamente, ao atravessar o 313

Com tal comentário, desconhecia os reiterados avisos do cônego e de outros 314

315

Francisco Marques Xavier,

, jovem estancieiro do norte do -

313 314 Id.ib. p. 35. 315

pouco honroso desempenho

das Termópilas missioneiras

passaram os paraguaios para este lado (do rio Uruguai), eles estavam

316

317

318

com proposta que registra a consciência da população regional do 316 317 318

São Paulo: Melhoramentos, (1924). P. 23.

dia 10 de junho a Vila de São Borja, muitos homens na exageração de

319

Após os sucessos, muito se discutiu – e se segue discutindo – soaquela invasão praticamente sem oposição. Comumente, apresentadas guiram comandando as tropas imperiais e a vila São Borja era certaguai. No seu plano de operações, de 10 de abril de 1865, o almirante guai, ameaçados pela invasão imperial a partir da tradicional rota. As 320

das vilas de São Borja, Itaqui e Uruguaiana praticamente sem qualestrangeira de maior porte. 319 320

negativos contra os quais as

2 ed.

-

mado sobretudo por mercenários portugueses, adictos ao Imperador de primeira linha eram amplos, abrangendo largos espectro da socie-

os segmentos sociais tidos como os mais

– libertos, 321

tista, criado em 18 de agosto de 1831, dominado pelos grandes pronais ou na -

321

322

323

para breves intervenções, deviam contar com seus cavalos, roupas e, em alguns casos, com as próprias armas. A necessidade dos guar-

tranhar que as tropas convocadas em 1864 se encontrassem comumente mal equipadas, mal alojadas, mal alimentadas. Muitos guardas nômico regional. to no calor da necessidade, não raro de surpresa, comumente sob a tradicional coerção policial, muitos homens livres pobres pelas estradas e vilas sequer puderam providenciar em suas -

322 323

324

subalternos, como veremos. convocados apresentaram-se mais comumente ao “serviço em comele podia igualmente expressar a precaução dos mesmos em não gas325

havendo soldados que só tinham espada, outros apenas pistolas, al-

326

Solda-

327

encontrava-se acampado entre não chegaram a tempo de participarem dos combates. A seguir, ele -

324 325 326 Id.ib., p. 92 327 Id.ib., p. 119.

ob.cit. p. 26

licença. Na carta citada de 13 de junho, anotava que partiam para Itaqui “para ali receber o armamento que consta de lanças e nada 328

trava-se engajado havia seis para sete meses! Se esse era o sentimento de abandono para comprar o muito que necessitavam, já que recebiam apenas a ração de boca.329 e do alto comando.330 Atrasando os soldos dos soldados esperava-se de junio; probablemente perderemos más hombres con la distribu331

-

328 329 Id.ib. p. 55. 330 331 Montevideo: Biblioteca Artigas, 1960. P. 17.

de do Sul – e nas suas regiões, como era habitual.332

e

, -

mesmo romper a linha de comando e sua capacidade de intervenção. 333

334

Fo-

ral.335 332 333 P. 146. 334 335

São Paulo: Melhoramentos, (1924). P. 18.

para tal, impulsionava a nomeação de seus amigos para os altos pos-

pobre procurasse apadrinhamento com um poderoso proprietário, concedidas discricionariamente, segundo os pedidos partissem de to das autoridades imperiais que, a bem da verdade, as praticavam,

com a devida imparcialidade e retidão. Interesses e conveniências cidadãos nas melhores condições da lei para o serviço ativo, e nesta

336

seu cunhado, o tenente Chicuta contava que, quatro dias antes, tivera a “ocasião de ver dar 300 bordoadas em um soldado por ter desistido 337

individual ou movimentos coletivos de resistência ao recrutamento, como os ocorridos, naquele então, nos distritos de Camaquã e de São 338

336 337 338

ob.cit. p. 99.

colhidos pelo governo central, encontravam-se os comandantes das 339

são, responsável pela Antonio da Silveira.

deixando-lhes grande margem de manobra, sobretudo sobre a ques-

339

por uns 1.200 orientais, que haviam abandonado a vila de Melo, para 340

ças

tropas da mesma.341

-

342

-

inatividade, em seu aquartelamento, muito distante de São Borja, e propriedades. -

340 341 342

ob.cit. p. p. 168

. 343

acampara no passo das Pedras, a quase noventa quilômetros ao sul margem do rio Uruguai, a mais de trinta quilômetros ao norte de São abandono em que se encontravam o passo e a vila de São Borja.

dos das classes proprietárias, habituados a tratarem despoticamente

No comando de tropas de escassa belicosidade encontrava-se

-

À entrega de São Borja, Itaqui e Uruguaiana denunciada pelo cô343 Id.ib. p. P. 109.

mo após a

de São Borja, sob as ordens de João Frederico te das tropas paraguaias, sem jamais lhes dar combate, perdendo as passos dos rios que interrompiam a marcha das tropas paraguaias entre São Borja e Uruguaiana.

guerra, desde o Rio de Janeiro, recomendava ao caudilho rio-grandense “que não 344

sil, na ativa e na reserva!

344 Id.ib. p. 148.

nuidade ao menos relativa na era lopista [1842-1870]. Singularidade nhos; por intelectuais internacionais, etc.

345

que destacavam a autocracia, o despotismo, etc., dos governantes; a A singularidade da ordem sócio-econômica do Paraguai indepen345 .

militar. Buenos Aires: Americana, 1869.

consegue precisar. Sentimento que contribuiu para a construção de cuc, sobretudo por ideólogos paraguaios, retomadas por analistas 346

odo francista e

No Paraguai e no Brasil, e em menor grau na

a descrições não sistemáticas daquela realidade, comumente a partir 347

348

Pou-

contribuiu para a visão de que a queda do Paraguai desde a proposta -

e amplos segmentos da intelectualidade paraguaia.

346 Manuel. Rio de Janeiro: a guerra do Paraguai. 21 ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. 347 348

sus

economicista, correntes mais conscientes das determinações do or-

ria Rosa, entre outros.

349

exaustivamente na discussão dos sucessos militares de uma guerra explicada majoritariamente como mera responsabilidade pessoal de dade, etc.350 351

En[1814-1840], de Raul de Andrada

349 Buenos de Caseros La 2008. 350 [1865-1870]. Rio de Janeiro: Biblioteca do Campos dos 351 Centenário do seu nacimento, 18 de outubro de 1936. Imprensa Nacional: Rio de Janeiro, 1936.

A charge como arma na guerra contra o Paraguai, de 1996, preocupados com o estudo da 352

venato, encerrado, anos mais tarde, pela retomada dos paradigmas da histoem

nova história da guerra do Paraguai.353 -

abordando o Paraguai.354 Nos poucos estudos mais recentes que prodente, destaca-se certamente o trabalho de R. A. White, 355

352

1814-1840. São Paulo: Coleção Museu Paulista, 1978. 267 pp.

353

354

3.ed. Buenos Porto: 355 2 ed. Asunción: Carlos Schauman, 1989.

Adalberto Federico

nasceu em 6 de novembro de

residência.356 com tese sobre

Na universidade, destacou-se na luta -

tativas dos comunistas de assaltarem o poder, comandadas por Rosa 357

no Parlamento em 21 de junho de 1929. Sobretudo em revistas acadiplomática do

em apoio ao Uruguai, que criticou como des358

356 357 358

(1917- 1923). France: Juliard, 1971.

-

-

ridades.359 rários, de orientação anarquista e nacionalista de esquerda, redigiu e

cassou insurreição associada a greve geral operária em Asunción.

360

Primeiro Desterro Imediatamente preso e desterrado após aquela tentativa de

-

militantes do Partido Comunista Argentino, com destaque para Ro-

359 Id.ib., p. 22 360 26

Asunción: Servilibro, 2012.p.

insurreição comunista no Brasil, de 1935.361 blicou artigos na revista [1926-1941], autocriticando-se das concepções anarco-sindicalistas propostas quando do Nuevo Ideario Nacional. , qual seria, mais tarde, secretário-geral.362 meses, em São Paulo, “donde se aloja en la casa de un poeta vincula363

jornal titulado como nera de 1717, empreendida contra a coroa espanhola pelas classes inter-imperialista, apoiado por petroleiras estadunidenses, de um

Argentina, a pedido do governo paraguaio.364

361 1997. 362 363 364

tatos que mantinha com o dirigente de esquerda boliviano Tristan atuou no movimento sindical, social e cultural paraguaio. -

deportado novamente para a Argentina, de onde retornou clandesti-

ração liberal, agravou a repressão ao PCP e pôs sob ameaça a vida de vida no qual participou o intelectual liberal e ex-presidente da Regovernos argentino, uruguaio e brasileiro de recebê-lo. Na cidade do Peru e o Chile, a serviço da Internacional Comunista.

Futuro, da central sindical mexicana controlada pelos comunistas mexicanos, , renegado cou.365 365

ción, durante o qual determinou a criação do periódico

, por, em 27 de -

nistas embarcaram em Buenos Aires com destino a Asunción, onde

geral da colaboração de classe com a burguesia determinada pela dimulheres inscreveram-se ao PCP.

trinta mil mortos e centenas de exilados. extrema-direita colorada, como presidente do Paraguai, logo desti-

-

, retornou no ano seguinte, para ser eleito secretário-geral do PCP. Nesses anos, o stalinismo imperava inconteste na URSS e sobre o movimento comunista internacional . a proposta de coexistência com a ordem capitalista e imperialista, -

latino-americanos, com destaque para o paraguaio. lorados dissidentes. No ano seguinte, aumento no preço da passagem

lucionária.366

e do e o partido comunista optaram pela luta guerrilheira para a derrocada da ditadura militar.

366

para a luta armada, dentro da concepção etapista tradicional de reluta imediata pelo socialismo.367 rido no Paraguai nalista e populista, a direção revolucionária cubana proclamou orienapoio militar e econômico da URSS, interrompido apenas no contexto A partir de 1959, diversas colunas guerrilheiras tentariam peneliderança máxima do PCP, questionada pelos que apontavam, como vimos, desde 1956, explicitamente, em direção contrária poneses paraguaios, com o objetivo de criar as condições para uma guerra revolucionária prolongada.368 A reorientação militar procu-

de orientação ortodoxa. 367 368 jun. 2010, p. 96-121.

mo e aproximava-se da proposta de guerra de libertação nacional, -

junho de 1965, em um momento em que possivelmente não era mais

Nacional Preparatória ao III Congresso do PCP, sem sua presença, já 369

-

-

369

-esboço de tese de doutoramento a ser empreendida na Universidade 370

. Tratava-se do primeiro ensaio de interpretade 1870.371

cação dos seus processos econômico-sociais estruturais. Nesse pro-

boçada em suas grandes linhas. Seu ensaio pouco repercutiu na his370 371

(15372011). Asunción: Arandurã; Base, 2011. P. 140 e 192.

“1870 no se dieron [...]

, en el sentido estricto de lu-

e propostas instigantes.372

(1537-2011) retoma ções apresentadas por aquela leitura.373

374

-

372

Asunción: Secretaria Nacional da Cultura, 2011. Pp. 59-100.

373

(15372011). Asunción: Arandurã; Base, 2011.

374

são, a partir de textos marxianos, da pluralidade e singularidades de linhas de evolução no mundo extra-europeu. Como habitual entre 375

superado necessariamente por ordem capitalista de caráter progresA proposta de, quando muito, relações capitalistas de produção parte dos

-

capitalistas dominantes no Novo Mundo, de diversos tipos, não raro na, comumente para embasar luta incondicional pelo poder.376 Por

por historiadores marxistas ligados ao Partido Comunista Uruguaio, evolução do processo histórico.377 , já presente na Antiguidade, -

375 376 Nahuel. , de 1969; e 377

, de 1967; MARINI, , de 1973.

378

aquele coletivo de historiadores marxistas uruguaios não propuseram descrição do modo de produção hegemônico na antiga ram as ciências sociais marxistas argentinas, paraguaias e brasileiras.

como code produção tradicionais guaranis. Com o controle

da mão -

das

e europeus, que ampliaram a produtividade de sua produção – arado, enxada, tração animal, sobretudo. Uma guaranis que, 379 Sem deter-se -

tipos de

paraguaias: a do

378 revolución. Montevideo: Arca, 1967. p. 17. 379

-

plorada pelos

e

; a dos camponeses mestiços li-

das condições de existência dos nativos

. Apontou o -

ção dos ervais, com nativos no rar os complexos paradoxos surgidos da interpretação de realidades singulares por categorias estranhas a elas.380

381

, Assinalou que a 382

-

383

380 381 382 Id.ib. p.77. 383 Id.ib.p.77.

para a economia de subsistência, como segmento social numerica384

plenamente incorporada ao mercado mundial. ticas converteram-se na “traba principal al desarrollo económico del de paraguaia, retirando das mãos dos grande parte da mão de obra nativa.385 Portanto, propunha que da servidão do missioneiro e da expropriação das terras que explorava nasceria sociedade democrática! 386

de elucidação do singular modo de produção que objetivou enorme

ciedade que se levantou militarmente por sua sobrevivência e repro-

384 Id.ib. p.70. 385 Id.ib.p.73. 386 Id.ib. 72.

387

Sempre seguindo o postulado do avanço da produção e das relações mercantis como condição necessária para o crescimento das belecimento do vice-reinado do rio da Prata, por permitir os contatos co. Um impulso comercial que propõe ter sido comprometido parcialmente pela exação monopólica praticada no porto de Buenos Aires e pelo estanco real do tabaco, que impediriam a vigência plena do livre

sitiva, por um lado, das vantagens da expansão das

e da -

para o auto-consumo, precisamente devido aos limites da produção cantil-exportadoras. A proposta de desenvolvimento mercantil plena para a expansão crescente da sociedade paraguaia supunha a exproconas, escravos ou peões.

com

.388

387 Porto Alegre: Selbach, 1954. 1995 388

389

Ao abordar a crise colonial, destaca como principal programa revolucionário democrático-burguês a separação do Paraguai da 390

e ; entre grandes proprietários, sobretudo pequenos camponeses isolados ou nas

Com

, e os

.391

espanhóis e submeter os paraguaios, vencida devido ao maciço arroque, quando o governador espanhol e o cabildo de Asunción, controlado por , chamaram os portugueses para reprimir tonomista intransigente. junho de 1811, com três grandes partidos em disputa: o da indepennos Aires; o , inclinado ao retorno

389 390 391

La 3 ed. Corr. Asunción: Intercontinental, 2008.

Propõe que, inspirado em Rousseau e como repercussão lon-

deveriam assaltar o poder, expandir as atividades mercantil, ligar a região ao mercado mundial, garantir a expansão do modo de produção capitalista no Paraguai. Precisamente tudo o que, como veremos, dependência paraguaia ao o processo europeu de revolução demodo Sul, vicejava quando muito produção capitalista residual,o que determinava que burguesia e proletariado eram categorias totalmente discussão do conceito de

para essas regiões e

te] com as capas camponeses proprietárias, arrendatárias, poseedoseja, a crescente oposição ao dr. Francia, primeiro, dos comerciantes de Asunción, que se ligaram aos , e, logo, dos “ganaderos ção.392 Pugna resolvida no congresso de mil deputados, de 1813, que contou com a participação de multidão de delegados do campo que se impuseram aos 392

tura do autor, substituiria a burguesia comercial e pastoril contra-revolucionárias.393

394

Portanto, após a derrota dos interesses comerciais de Asunción, os criadores crioulos 395

te, como 396

-

393 394 395 396

Id.ib.p.82. Id.ib. pp.65. Id.ib.p.83. Id.ib.p.84.

revolução, mesmo constituindo, como lembra, parte das classes do-

-

, ao

expansão da economia mercantil como principais necessidades da ção substancial. A incorporação plena da economia paraguaia ao cosubstancial do programa dos chacareros proprietários, arrendatários ou

-

-

Ao lembrar corretamente que Francia jamais procurou a autar-

397

e ampla da produção paraguaia mercantil no mercado internacional, que via como positiva e principal ponto necessário ao desenvolviao controle do co-

te assinalado por coevos aqueles anos. J.R. Rengger viveu no Paraguai 397

autoritária do ditador. -

duto da pauta das importações das nações americanas era os tecidos, em geral chegados da Inglaterra. 398

-

qual lutavam os grandes produtores mercantis do Paraguai.

productivas de impuestos excesivos e regular el comercio exterior de -

dução excedente do Paraguai, aplicando-a em inversões de interes398

de

.

399

400

Pouco discute igualmente esta

como avanço histórico. 401

salvo engano, o desconhecimento circunstanciado do aparato admi-

passado paraguaio de cunho nacional-patrióticas retomada paradoxalmente por produção pretensamente marxista como

Para ele, a produção teria avançado, ainda que “sobre bases pri-

402

399

Asunción: Secretaria Nacional da Cultura, 2011. Pp. PP. 59

400 401 Id.ib.p.88. 402 . Asunción: 2011.

403

A produção pastoril conheceu, indiscutivelmen-

tica, social e materialmente. Segue propondo que o interesse daqueles setores seria “salir de los estrechos limites de la producción para nacional, liberada de las viejas trabas a la libertad del comercio exte404

405

, que a levaram a bura trair o movimento de independência, eram precisamente a objetivação das suas necessidades reais para avançar o liberais que aqueles segmentos sociais propagavam eram parte in-

403 404 Id.ib.p.95. 405 Id.ib.p.94.

paraguaia como setor progressista chocava-se com a proposta do caráter retrógrada de seu programa, expressão de suas necessidades objetivas.

der, por um lado, o vanguardismo social e econômico dos estancieiros

-

“que logró desarrollar la revolución separatista ininterrumpidamenlógico, trataria-se de uma verdadeira contradição, pois precisamente

-

406

próprias a esta constatação, jamais propõe que a revolução democrática singular paraguaia tenha se dado, precisamente, sem – e cer, ou seja, os segmentos ril, ervateira, etc. Retornando ao seu esquema inicial, que invalida na apresentação tica expressando o “carácter retardado del modo de producción exis407

408

explicitamente como camponês. comercial e estancieira que as impossibilitavam estruturalmente de acaudilhar o processo de independênpara os

, etc., sob a direção -

ampliação e consolidação da propriedade camponesa da terra, por outro. Na sua singularidade, processo melhor descrito pela proposta de volução burguesa, ele teria de ser avançado pelas classes exploradas, com destaque para o proletariado, já no contexto da luta direta pelo

406 407 Id.ib.p.97. 408 Id.ib.p.95.

socialismo.409 ditadura pequeno-burguês, apoiada em amplos setores plebeus, com destaque para as camadas camponesas (chacareros) e para os produtores domenos aguda com os grandes comerciantes, criadores e plantadores. -

mercantil e registra descontinuidade estrutural entre as duas eras e seus prograe não de -

410

de oriente ruptura entre os governos do doutor Francia e de Carlos Antonio. devido aos seus avanços em direção a uma ordem liberal e mercantil, 409 410 Id.ib.

te a valoração liberal do mesmo.411 412

das e

-

pista empreendia deslocamento das classes camponesas e populares restauração tendencial de realidade anterior a 1813. -

do comercio internacional, que levaram o governo de Carlos Antonio 411 80 412

.

-

413

bajo la dictadura perpetua, un nivel de desarrollo que hacia necesario do doutor Francia diante das disputas argentinas era mais prudente. Não compreende que a com a interrupção parcial da ligação com o mercado mundial, como dios camponeses, arrendatários e da expansão dos latide terra e de braços, apoiada pelo

, mas limitada pelas pró-

ampliada de mais valia absoluta e relativa aos produtores diretos. 414

413 414

.

, Carlos -

415

caráter burguês e destaca a promoção da apropriação privada da terte no governo anterior. Medidas -

capitalista mundial, e não gênese e desenvolvimento automático da 415

. 3 ed. Asunción: ed Intercontinental, 2008. P. 145.

e de

tava no mesmo sentido, expropriando multidões de

de orientação crescentemente mercantil destinava-se ao mercado internacional, sem que assumisse necessariamente um caráter capitalista.416

dades, da produção mercantil privada, que vê como capitalista. “Al -

-revolução agrária, com ampla expropriação dos pequenos proprietários, arrendatários, detentores de terras, como em outras regiões tauração da grande propriedade mercantil teria sido devido, por um grandes proprietários, duramente expropriados e golpeados durante 417 -

416

1850 1888. Rio de Janeiro: :

417

do grande porto de Buenos Aires, após a vitória do unitarismo argentino na batalha de Pavón, em 1861. ção que se apoiava no processo histórico descrito por Karl Marx, em -

população argentina, comandadas pelos interesses mercantis portenhos, haviam sido igualmente avaliadas positivamente, a partir da -

418

419

Seu

418 419

. .

pulsionaram

o desenvolvimento do capitalismo indus-

onde subsistia acumulação primitiva de capitais; mercado consumidor em crescimento; conhecimentos tecnológicos em plena revolue politicamente, pela invasão de mercadorias de menor custo de proresultou na proposta produção capitalista industrial, consolidando -

mente o caráter progressista da destruição tendencial da sociedade camponesa pelo restauracionismo lopista. Avançando nesse sentido, 420

-

econômica capitalista. Com a constatação do impasse posto por um processo de dissolução da pequena produção mercantil local que compreendeu como

420 93.

-

421

– que viu, como assinalasolidação relativa do que chamava de

durante

422

sidente.

apoiada pelas classes camponesas e pequeno-mercantis, desinteresdas sociais repressivas e ao bloqueio comercial imposto ao Paraguai,

da propriedade da terra, em processo de questionamento tendencial 421 Aires: Fichas, 1975. P.57. 422

teriam sustentado o advento do

com seu programa de restau-

tências, por parte das classes populares, e, por outro, exigências de , por parte das clas423

de estudos sistemáticos. gem e estada em Assunção. Uma representação parlamentar seletiva

Concomitantemente com o processo tendencial de expropriação , importantes momento da consolidação do

423

obcit. P. 77.

-

A conquista do governo por Carlos Antonio, sancionado por asmentos camponeses mais ricos, pelos comerciantes e, sobretudo,

rantia das ligações comerciais com o mercado mundial; estabilidade

-

luxo pessoal, das construções suntuosas, etc. Um luxo que chamaria As próprias grandes obras promovidas pelo

destinavam-

de liberdade comercial e de estreitamento com o mercado mundial

-

expressava – comerciantes, estancieiros, camponeses enriquecidos e alto clero –, apresentava-se como representante de toda a nação e, -

-

perseguido pela ordem lopista e o sancionado pelos governos libede uma radical descontinuidade. A restauração mercantil proposta e promovida antes da guerra pressupunha a constituição de classe -

-

objetivo, garantindo a autonomia do Uruguai e do seu “importante 424

a independência oriental, garantia paraguaia de acesso ao mercado mundial.

imperial e burguesa importadora/exportadora argentina, do outro,

-

a “revolución de independencia bajo la dictadura revolucionaria del

com a constatação de que o “sistema económico-social creado por la -

424

de que reconhecia, com a destruição da singularidade paraguaia, questionamento tendencial sob os governos

radiosa, que jamais ocorreria.

-

-

Uruguai colorado; os tricida.

A leitura

-

entre uma população que guardava a memória de inquebrantável recom o como grande demiurgo. Contra o liberal-legionário, levantou-se o populista-autoritá425 rio.

com vocação predestinada, devido a um clima, solo, raça, tradição, 426

sempre condicional.427 -

Brasil, Uruguai. Apesar da resistência heróica, comandada por Solamasculina; abocanhara enorme parte dos territórios pátrios; endivi425 426 427

2 ed. Revisada

caminho para o re-erguimento nacional. -

ca, comumente objeto de culto devocional, apoiado sobretudo pelo regime ditatorial colorado. ricanista ca revisionista no Brasil, com seu livro uma história da guerra do Paraguai, de estrondoso sucesso.428 Brasil, conhecia-se apenas a versão nacional-patriótica brasileira, no geral, relatos obsessivos das e das responsa429 bilidades pela guerra do ditador tresloucado. 430

tes disputas entre as nações e nas nações na bacia do Prata, protago431

428 429 430

A guerra do Paraguai. 27 ed. São Paulo: Brasiliense. 1987.

431 [1924] e Asunción: Instituto Colorado de Cultura, 1976.

(1873-59); Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927), etc. Bandeira, etc. Comunista do Paraguai, delineou o primeiro ensaio de interpretação “For432

paraguaia. Retomando a vulgata stalinista dos cinco estágios rios

-

nista da independência, no mesmo momento em que assinalou o caráter contra-revolucionário que aqueles segmentos sociais desempenharam.433

Apesar de essa contradição arrastar-se durante toda a interpreta-

432 autor. 3 ed. Asunción: Servilibro, 2007. Pp. 47-119. 433 [2012], no prelo.

necessidades do desenvolvimento paraguaio, no momento em que garantir a independência, com o apoio interessado das classes camponesas. parcial empreendida por Carlos terminaram retrocesso relativo das classes camponesas, que, na nova classes endinheiradas. vam para a necessidade de superação de esquemas interpretativos categorias como

, quando inexistia – mesmo em , ao menos na acepção marxiana do

mais tarde, o passado paraguaio seria objeto da análise materialista 434 No mesmo sentido interpretativo, destaca-se a obra 435

o historiador estadunidense Richard Alan White empreendeu erudita leitura da gênese 434 2 ed. Asunción: Carlos Schauman, 1989. 435

Asunción: Instituto

capitaneada

tra

-

sobretudo pelos interesses monopolistas portenhos, ensejaram o nomia camponesa, das aldeias de -

-

436

ria monocultora de exportação. Tratava-se de sociedade camponesa,

437

-

436 437

-

Paraguai, sob presidência constitucional que chegara a despertar as esperanças das classes populares e trabalhadoras. As celebrações ção, pelas 438

respectivamente, de 1537 a 2011 e de 1811 a 1870.439

-

Nesse trabalho discutiremos

-

do pequeno 440

438 [1762-1816], II [1817-1830], III [1831-40]. 439

440 Id.ib. p. 15.

(1537-

As duas versões do livro são dedicadas ao

-

raguai.441 xista-revolucionária, sobretudo argentina, sobre o tema em questão! o tema em debate, como

de 442

jamais se constrói como interpretação mardições classistas no Paraguai independente são anuladas em prol de pretensa concorrência nacional de interesses entre opressores e opri-

os as trutura econômica que analisa apresentando o da erva mate como “agricultura (sic) baseada na monocultura (sic) da erva 443

oligarquia crioula, os 441 442 443

Buenos Aires: Colihue,

-

444

ditadura imensos territórios,

-

que exploravam. “Uma parte das imensas extensões de terras con445

446

-

444 Id.ib. p. 59 445 446 Id.ib. p. 43

447

o pequeno exce, sobretudo estancieiros, sequiosos das propriedades e

dessa proposta, como interpretar a prisão e assassinato de Policarmorte do ditador

e de seu , no congresso de março

A proposta de harmonia estrutural entre as duas ordens não per-

de Francia, por servirem para apresentar o ditador como “necesario 448

para

.449

447 Id.ib. p. 71 448 Arquivo Nacional de Asuncion, Asunción, Vol. 246, n. 1. 449

rios lução das

e lançou os

reivindicada pelos

na e

.450 A disso, era -

to entre as possibilidades de desenvolvimento material do Paraguai -

velmente devido ao desenvolvimento do campo em seu grau máxi451

to, após dois anos de governo de Francia! – eram “lançados os prietc.452 Richard White anotou o comprometimento dos escassos recur1818, 77,3 % e 7,8%, respectivamente; 1820, 80,6% e 14% etc. Nos

450 451 452

ponesas!453 , -

mesmo

454

tro pelos viajantes de prisioneiros e soldados trabalhando nas obras xistência de chegada ao Paraguai, em 1852, ao abrir uma serraria, com maquique comprar cativos, para suplementar os trabalhadores livres!455 A capacidade tendencial de submeter os libertos ao trabalho assalaria1870.

456

453 454

p. 213

. 1814-1840. São Paulo:

Coleção Museu Paulista, 1978. pp. 59, 209 455 456

.

Seria sinal de avanço o envio como bolsistas de “grupo de jovens pro457

-

458 459

A

de

metros de Asunción, escapando literalmente da produção capitalista tor apresenta como fundidas da Marinha do Rio de Janeiro, entre outras embarcações, construiuse a nau São Sebastião, deslocando 1.400 toneladas, com 64 canhões! ço, mas o enorme atraso do ensino superior no Paraguai, que contou 460

sencialmente camponesa. A Universidad de Córdoba, onde estudou

Peru e no Chile, em 1851; no Brasil, em 1854; na Argentina, em 1857,

ultrapassou os oitenta quilômetros! Apesar daquele

457 Id.ib. pp. 84-83 458 Id.ib. p. 89 459 Id.ib. p.110 460 seq.

diverso.

“(...) en el campo de la cultura la apertura de muchas escuelas primaAsunción la construcción de la nueva casa de gobierno (…), a más de arreglo de las calles, asignándoles por decreto sus respectivos nomSegue o historiador liberal, sempre simpático a Carlos Antonio -

461

de barro e tetos de palha; de das ruas da capital, e não pavimentação; da abertura e conservação de , e não de estradas; de 462

461 462

-

paraguaio.

conspiração do capital inglês contra

que emrior americano. Segundo o autor, o Paraguai, “a nação mais progres-

463

464

“(...) a causa central da guerra contra a -

paraguaia industrialista!465 -

sobretudo ingleses. Para tal, em 2 de janeiro de 1846, Carlos Antonio 463 464 Id.ib. p. 135 465

dos e interviera no Prata em prol de ligação com o exterior, inverten466

467

468

No seu

, a tese da guerra lutada por de-

platina, antes mesmo de ser consagrada em literalmente se nega a empreender a complexa explicação essencial expressões dos projetos divergentes das classes dominantes das nações envolvidas naqueles sucessos. das potências hegemônicas.469 a Inglaterra não se tivesse colocado na perspectiva da Argentina libe-

466 467 468 Id.ib. pp. 178, 181 469

n 28, Asunción, sábado, 17 de enero de 1846.

470

-

cão de uma nação hegemônica no Prata.471

-

-

-

470 130 ano depois. Rio de Janeiro: Relume471 e o capitalismo pastoril argentino. Socialismo o Barbarie, Buenos Aires, junio de 2010.

raguai.

472

Para o liberal-mitrismo, expressão dos interesses da oligarquia mercantil portenha e dos estancieiros bonaerenses, associados do guai.

473

e pela imposição do monopólio econômico sobre aquelas regiões.

Tradicionalmente, do ponto de vista do Paraguai, analisa-se a

interessadas na consolidação do e, portanto, da liberdade comercial, ameaçada pela eventual hegemonia imperial sobre vón, em 1861. -

472 473

Buenos Aires: Amorrortu, 1986.

tomático que as tropas paraguaias tenham mostrado escassa criativiquase sem combaterem. Quando da aventura militar tendiam, após a revolta, marchar de volta a Asunción e exigir pronunciamento de dissolveu os esquadrões insubordinados. A sublevação certamente 474

paraguaios, houve reversão radical positiva da belicosidade das trorural de que na guerra jogava sua sorte como classe, assentada na 475

Apenas a compreensão da segunda etapa dos combates como cias essenciais do drama conhecido pela sociedade paraguaia quando produtores rurais 474 475

ainda radicalmente questionado, na era

.

territórios históricos nacionais paraguaios, argentinos e brasileiros. periais. da nação paraguaia. A mortandade jamais alcançou a dimen, com a morte de , ou seja, uns 225 mil paraguaios mortos. Segundo

categoria

, que descreve a

“de destruir, -

raguaia.476

-

Por essas ironias da história, o golpe mortal na combalida clas-

476

a sobrevidurante sua gestão presidencial, (1880-86). A lei permitia “enajenar 477

ses dominantes paraguaias, em grande parte em prol de estrangeiros, desenvolvimento e a consolidação das teses nacional-patrióticas sobre a guerra do Paraguai.

477

3 ed. Asunción: Intercontinental, 2008. p. 225

2002)

-

-

ações militares iniciaram-se em 16 de outubro de 1864, com a interco, exigida pelos criadores sul-rio-grandenses escravistas instalados

pação sobretudo imperial. -

territórios ao Paraguai e estabelecido relação hegemônica sobre o mil habitantes, o Paraguai teve sua população sobretudo masculina prietária, arrendatária e posseira. A guerra mostrou o anacronismo geral do Brasil escravista para movimento união diante do

, retardando possivelmente a aboli-

monarquia.478

-

institucional se opusesse explicitamente a ela, duante os sucessos. a grave derrota de Curupaiti, em 1866.479 Positivistas republicanos como Benjamin Constant divergiram eventualmente da orientação 480

478 479 480

1850-1888. Rio de Janeiro: . Benjamin Constant na Campanha do

corajosamente o caráter indevido da intervenção no Uruguai; o crime cometido contra o Paraguai; a responsabilidade de dom Pedro II seu ensaio

propunham a devolução

Brasil.481 cionais patrióticas brasileiras sobre a guerra contra o Paraguai, nas páginas 93 a 138, de seu livro 1867.482 Seu trabalho germinal não teve praticamente repercussão na -

lidade como

481

São Paulo: Melhoramentos, [1927]. Pp. 66-69; 160-62.

482 esboço de Raimundo Teixeira. Centenário do seu nacimento, 18 de outubro de 1936. Imprensa Nacional: Rio de Janeiro, 1936.

Ao lado da

e da -

ção do primeiro quadro na Corte recebeu sessenta mil visitantes.483 Victor Meirelles (1932-1903) consolidou-se com as encomendas pelo

As primeiras obras brasileiras de cunho memorialista sobre a 484 Trataram-se sobretudo de narrativas cada no ditador tentes, essa produção registrou uma leitura dos acontecimentos desde a 485 Paradoxalmente, são raras as corbro de 1866 a agosto de 1867, sobretudo para sua esposa e sogro.

486

483 Revista 484

, pelo cônego [...]. Comentada e Pinto. resumo 485 486

Benjamin Constant na Campanha do

epi-

487

raguai, invadiu em janeiro de 1867, com 1.600 homens e quatro pemês, desastrada retirada, sobretudo em território mato-grossense, 488

ótico-militarista habitual nessa literatura: operação arriscada e mal entes pelos soldados e pelo comando; o hábito das tropas imperiais ção com a belicosidade, disciplina, engenhosidade e operosidade dos 489

490

A obra registra igualmente a apresentação habitual nessa produe dos brios -

487

episodio da Rio de Janeiro 1871]. P.XV.

488 489 490

há quase descrições dos soldados, jamais nominados, a não ser no geral, como combatentes, como doentes, como desertores, etc. -

dos grandes personagens e das qualidades superiores sobretudo da

aos mais heróicos atos militares universais, em um verdadeiro mo-

A obra prosseguiu e prossegue motivando estudos, pinturas, esculturas, monumentos, comendas, concursos, celebrações patrióticas, jogos educativos, etc., patrocinadas sobretudo pelo 491

militado ativamente para incorporar

na gesta -

A narrativa de cunho memorialista sobre a guerra contra o Para-

491 Melhoramento, S.d. p. 7.

-

movido a tenente.

condição de depoente, morialista, vista possivelmente como menor, redigiu obra de vocação 492

triótica monárquica, quanto ao plano da obra, que acompanha os -

-patriótica republicana, sem rupturas de qualidade com a produção anterior, como assinalado. Thompson, de Jourdan, de Pimentel e do padre Joaquim Pinto de 493 Nessa

492 493

poimentos pessoais do autor e abundantes as descrições gerais e ro-

argentinos, uma questão exclusivamente argentina e de central im494

causus -

raiva e o

ao presidente do Uruguai, sempre para “ga-

precaucionais e reparatórias exigidas pelo enviado imperial em associação com os

, submetera o governo oriental.

495

sias de um ditador 494 Id.ib. p. 57 495 Id.ib. p. 15

496

guerra teria enorme sucesso e longa vida, mantendo-se, a bem da Segundo o autor, a violência da invasão do território nacional, com ra uma enorme revolta no , que se levantou indignado indignação nos corações de todos os brasileiros, e dai a nação inteira, 497

pela

. -

e

e -

sua nação em uma medonha praça de guerra, na qual tudo se encon-

do que toda a população paraguaia, segundo a estimativa de alguns especialistas. A desatenção da monarquia para com as necessidades 496 Id.ib. p. 30 497 Id.ib. p. 32

Prata em torno trinta navios de guerra, em boa parte encouraçados.

A batalha do Riachuelo, as

-

gem dos soldados (sic) da marinha brasileira se redobraram ultrapassando a tudo quanto demais heróico e soberbo tem aparecido na 498

guerra contra o Paraguai), não houve somente bravura; houve mais 499

“compostas de homens embrutecidos e educados na escola do abso500

lho de 1889, o que sugere uma eventual conclusão da obra meses sionado ainda na monarquia pelos positivistas ortodoxos, e estranho 498 Id.ib. p. 20 499 Id.ib. p. 78 500 Id.ib. p. 28.

gando a honra da Nação Brasileira, trocava todas as suas glórias pelo

de valor inestimável, era a honra da nação paraguaia, com cujo estandarte morreu abraçado, caindo aos golpes do assassino, executor da 501

morepublicano.

nárquico, como seguiriam não sendo, no geral, do

502

segundo Paes Barreto, por não estar de acordo com o “tratado da que, se achando receioso de ser subitamente atacado, necessitava de 501 Id.ib. p. iv 502 Id.ib. p. 25.

503

-

504

quia e ao Imperador de responsáveis pelo despreparo militar do Bracional.505

Com a invasão do terretório nacional, dom Pedro sentiu-se tambainhar a sua espada contra o inimigo externo que ousava pisar no 506

aristocrata

503 504 505 506

Id.ib. p. 44. Id.ib. p. 14. Id.ib. p. 24. Id.ib. p. 24

, em relação a Caxias, o -

507

ras e assim o combate lhe parecia revestido de todos os seus horrores, ele, que então se conservara imóvel, puxou de sua gloriosa espada e loucas de alegria, se atiraram sobre a nova

e levaram de ven508

nascimento ignorado dos homens do governo, tendo entrado como riosa carreira devido a inumeráveis atos de bravura praticados nos

de “tomar

e comer

com os seus soldados

509

abandonado, dias antes da entrada das tropas aliada, os seus lares e 507 Id.ib. p. 6 508 Id.ib. p. 103 509 Id.ib. p. 6.

510

Paes Barreto registra, igualmente, soldados brasileiros que se ravoluntário da pátria; cujos compromissos de serviço estavam se ul511

ses dos grandes proprietários provinciais não mais interessados na sustentação do centralismo monárquico, após a superação da escravatura, em 13 de maio de 1888.512 to.513

potenciação republicana da retórica militar-patriótica era usada para

510 Id.ib. p. 115. 511 Id.ib. p. 115 512 Brasil 513

samente de sua gamente, ao descaso da monarquia para com os veteranos, após a Vo-

nos combates.514 do governo monárquico em cumprir o prometido, devido ao que se achariam para com seus ex-comandados, entre -

-

Para o autor, a então “aurora do dia 15 de Novembro de 1889,

dos autor propunha em má poesia.

514 Pp. 130 et seq.

A proposta de identidade nacional republicana, elitista e autori-

status que praticamente todos os patronos das diversas armas e dos corpos marquês de Caxias, por Benjamin Constant, em sua correspondência 515

tornouda da Artilharia; patrono da que os como soldado do

, contraponto a

, soldado aristocrático. -

instaurada sob a ditadura 515

Benjamin Constant na Campanha do São Paulo:

-

sobre a to militar entre as tropas oriental-argentinas e imperiais, durante a 516 ria uma monumental 517 Na procura da fatos e militares para consolidar o militar nacional. máticas, retoma em sua narrativa os grandes temas e visões ideolóeclosão da guerra.518

giou essencialmente narrativa cronológica centrada nas grandes bachoque entre a

ea

, promovido pela agressão ao

te os combates, sobretudo pela imprensa imperial e liberal-argenti516

Rio de Janeiro: Imprensa Militar,

1922. 387 pp. 517 Id.

Rio de Janeiro: Imprensa do

518 Teoria, Cultura, Cinema e Sociedade. Universdidade Federal da Bahia, Salvado, n. 18, [no prelo].

na.519 ta

520

Para corroborar a visão de embate essencialmente querido pelo ditador paraguaias, segundo proposto,

Mesmo se -

extremo os reiterados avisos do governo paraguaio da intervenção no Uruguai como ção e de autonomia nacional com as duas grandes potências. Como argentina desgarrada.521 escrito estremeceu (...), temendo que o Brasil, com quem não tinha contas 519 [1865-1870]. Rio de Janeiro: Biblioteca do Tasso.

520 Buenos Aires: Fichas, 1975. p. 53. 521

Rio de Janeiro:

justas, lha espedaçasse, derrubando seu governo despótico (...) logo que houvesse derrotado os 522

da apropriação de parcelas dos seus territórios; de pesadas reparação de governo colaboracionista; de rendição incondicional, etc. A ditador e sobre o aventura. A narrativa dessa literatura encerra-se tradicionalmente imposição impiedosa das draconianas condições de um Tratado que Pastore, em seu celebre estudo blicas, em expropriação multitudinária das classes camponesas para523

ca brasileira registrou quase perplexa a singular resistência do solda-

522 523

3 ed. Corr. Asunción: Intercontinental, 2008. Pp. 217

mada, em aliança com a Argentina mitrista e com o apoio simbólico dos partido Conservador, então na oposição, registrava, em 24 de julho de 524

e

Realidade em geral apresentada fanade população de origem gua-

das pelos combatentes e pela própria população devido a uma guerra participação

-

de corte popular, com destaque para a saga sul-mato-grossense. As interpretações nacional-patrióticas brasileiras de inspiração de 1964 a 1985, sob o peso de ditadura militar. A própria literatura

de 1965, o historiador e general

524

tropa regular (o rótulo da pele), e a guerra (do Paraguai) o liquidou les combates.525

a reinterpretação de exposições e explicações históricas dominantes. Um processo que pode e se dá comumente a partir de opções epistemológicas, metodológicas, interpretativas, ideológicas, etc. diversas, como

-

ta, nacional-oligárquico, etc., para empreender revisão da leitura do passado.526 525 pp. 141 526 Ciencias Sociales, 2009. P. 41.

sociais e tendências vitoriosas e aos seus paraguaios. Processo que empreendeu a literal das visões dos e a autonomia nesas e plebeias paraguaias, etc. Todo processo de releitura das interpretações tradicionais e do-

-

pressando-se não como

mas como leituras interpretati-

portenho contra os direitos provinciais argentinos e contra a autonomia uruguaia e paraguaia.527 527

las tradiciones del monopolio colonial; por la emancipación de los 528

529

pelos segmentos nacionais liberais colaboracionistas pró-argentinos gular do Paraguai, quando de sua independência, durante o governo do ditador

ditador, sem jamais por-se a questão -

530

Paris: Impresión Privada [1865]. 22 pp. 528

3 ed. Buenos Aires: Fichas, 1975. p. 55.

529 530

1814-1840. São

ditador morte, quando ainda seguia a resistência aos invasores. centemente com a memória dos combatentes e da população sobre a mulação das representações do passado herdadas da ocupação, após 531

.

te na primeira promoção daquele curso da Universidade Nacional na administração, diplomacia e parlamento. Foi designado presiden-

531

novembro de 1906, após a deposição do presidente liberal Juan Bau-

-

com o Paraguai.532

-

um

publicado em 1910, após a apresentação de

e, mais tarde, durante sua gestão presidencial, em 19 de janeiro de 1906, decrearticulador da guerra e da destruição do Paraguai.533

532 533 Asunción: s.ed. p. 66.

do por sua mãe, em condições penosas do após-guerra. Cresceu em devido a uma bolsa de estudos, bacharelando-se em 1890. Iniciou a -

(1948);

(1957); La trai(1959); (1912).

(1909-1912);

de claro sentido revisionista. No ensaio, regeita as explicações tradicionais liberal-aliancistas para a reconhecida bravura do soldado papor temerem o ditador, etc. Propunha-se igualmente que o soldado paraguaio era destemido por ser “insensibles al dolor porque era 534

534

tatura, na decisão, etc. Para ele, os paraguaios constituiriam, literala melhor estirpe humana, o melhor solo, o melhor clima, a melhor

sofrir – aos maiores rigo-

portanto, um “blanco



-

haveria chegado a Inquisição, teria conhecido durante a colônia uma gundo o autor. Pois, desde “el primer paso de la independencia, existió el -

Thompson, que lutara nas tropas paraguaias e escrevera livro sobre

535

-

-

-

536

-

535 536 1946. p.44.

ves livros em Madrid, em 1897 – .538 Tratavam-se de esboços da obra que pretendia escrever, com o apoio na -

Asociación Nacional Republicana e ao Partido Colorado, de vocação populista, 1880-1886. Anteriormente, Caballero dirigira as

de 1873

539

mo histórico paraguaio, por seus estudos sobre as

537

, que ca-

4 ed. Asunción: Imprenta de

538 Asunción: Instituto Colorado de Cultura, 1975. [Respectivamente: pp. 7-112; 113-252] 539 Ii.ib.

tratou-se de revisão incompleta, pois o pensador brilhante e precoce morreu aos 26 anos de idade.540 trabalho de revisão que tinha consciência de empreender, destacava sos em que se ocupe, despojarse de toda idea preconcebida, para que 541

panha, em 1897, aborda sobretudo o primeiro ano da independência maio de 1810, quando se inicia, naquela cidade, a Revolução de Maio, . Apoiada na enorme documentação, obtida em boa parte nos arquivos espanhóis, delineia da independência paraguaia. Tratava-se de constituição de narrativa

ou proximidade com os sucessos. Uma leitura do passado abortada pação militar e pelos governos liberal-colaboradores e liberais independentes, que retomavam as narrativas das nações vitoriosas.542 540 PIRIS. 541 542

p. 221. construcción de la Segunda

execrada, linearmente, em menor ou maior grau, desde sua morte e

-

a eclosão da Revolução de Maio, assim como o permanente perigo -

intentado siempre negar su objetivo verdadero, que no era otro que 543

544

543 544 Id.ib. 191.

p. 144

.

cutivelmente da união de mulher paraguaia com membro das tropas

Sociais, em 1898, em Asunción, interrompidos, em 1902, ao casar-se, mal. diário Ma, após escrever em diversos periódicos estudantis. Colaborou -

-

trário dos dois primeiros momentos do revisionismo histórico paraguaio.

tarde Partido Colorado – na qual se elegeu deputado nacional, em e

passaria a resga.

Suas principais publicações são de 1922;

, de 1920; -

blicou três livros de polêmica: e

.

to com Ignacio A. Pane (1881-1920), igualmente ligados ao Partido ex-presidente, que retornara ao Paraguai para reivindicar as imenministração e na diplomacia, destacando-se como poeta, jornalista,

tura erudita paraguaia moderna. Faleceu, em 31 de outubro de 1969, (1912); (1916); (1924);

(1919); (1922); (1930); -

livro

.545

-

nacionalista, a serviço do conservadorismo colorado paraguaio.546 nia para imporem suas interpretações. Na sua produção, destaca-se de 1922, com segunda edição corrigida e ampliada, em 1925, e edição póstuma, em 1970.547 Ape-

to, primeiros anos e carreira militar -

contradições nacionais argentinas e propõe a intervenção mitrista e 545

A Polêmica entre Republicanos

546 547

3 ed. Asunción:

mordiais da guerra, não inclui a vontade do governo inglês.548

teve participação substancial.549 -

militar paraguaio de então, registrado nas proclamações de Carlos 550 Sustido em , já que a autonomia uruguaia era questão vital ao Paraguai, pois lhe assegu551

pelo

e

a que, segundo ele, submetera o Para552

Portanto, pouco aborda e

esmiuçada no magistral trabalho de Richard Alan White, inglês em 1978.553 548 549 550 551 552 553

Id.ib. 123 .; 58 Id.ib. pp. 67 . Id.ib. pp. 59 .; 181, 59, 63 Id.ib. pp. 43, 142, 143, 144, 145, 151, 157 Id.ib. pp. 23

-

car, apoiados na gerência estatal de grande parte dos bens nacionais, mento pela abolição-dissolução da situação tendencial de 554 Critica pontualmente a preparação da população paraguaia e americana para a democracia 555

-

556

aos

557

Autores revisionistas paraguaios anteriores e posteriores descre-

554 555 556 Id.ib. pp. 101 557 Id.ib.pp. 102.

.

558

Ainda em 2011, em trabalho 559

560

guaios e seus arrolamentos nas tropas aliancistas, sobretudo após a rendição de Uruguaiana, apoiado em autores imperiais, argentinos e uruguaios.561

reticência da população provincial argentina em participar da guerra comprovado o limite da envelhecida artilharia paraguaia contra a armada do Brasil, já em boa parte composta de navios encouraçados. 562

-

558 559 560 561 Id.ib. pp. 180 562 Id.ib. pp. 205

. .

o centralismo mitrista.563

-

564

565

restava das classes proprietárias paraguaias ao

Poupa em suas timo comandante imperial, na direção da Campanha da Cordilheira, 566

dos, etc.567 563

Buenos Aires: Amorrortu, 1986.

564 565 Id.ib. pp. 253 566 Id.ib. pp. [8] 567 Id.ib. pp. 276-77; 298-99, 301.

autores – com destaque para os positivistas ortodoxos brasileiros 568

meiro entre os primeiros paraguaios!

569

tros desatinos, de querer ser coroado como imperador do Plata, não da nação guarani, com imensas porções de terras, em grande parte de propriedade do -

priação dos camponeses de suas terras. -

568 569

pp. 369 et seq.

-

sem sentido, que teria, com sua perseverança, apenas prolongado a ; persenante exemplo de coerência e clarividência das classes plebeias paraguaias.

e argentina, que se concentrava obsessivamente nos combates, avan-

servadora

, sobretudo pelo Partido Colorado e pela ditadura

brasileiros, nos anos 1920-30, como proposto. positivo de sentido nacional-patriótico e, portanto, aceitável para as institui-

-

taurava aspectos históricos essenciais, o

positivo encobria

cial paraguaia, com a expropriação das classes camponesas que hapusionado sobretudo pelas classes dominantes paraguaias, após o , apresentado

latino-americanas, como simples produto de mega-operação emprevindicações imobiliária! Apesar do

positivo ter-se desenvolvido sobretudo após a e conspirativa da história verdadeiramenpositivo -

570

gica e histórica do -

-

lho, como o analisado a seguir, de R.A. White, nasciam em um contex571

contatou o Partido Comunista Argentino, ingressou no Partido Comunista Paraguaio, em 1933, sendo eleito, em 1953, e reeleito, por -

570

571 2007. Pp. 47-119.

por ordem capitalista que permitiria, apenas então, avançar em direção ao socialismo.572 No contexto de suas limitações, sua interpretação da realidade -

ticamente desconhecido no Brasil, seu ensaio pouco repercutiu na suas contradições.573

como coerção via para a implantação das , que adquiriram elementos da cultura material euparaguaias, base , explora572 573

(15372011). Asunción: Arandura; Base, 2011.

da parcialmente pelos

; a dos camponeses mestiços livres . . -

teriais paraguaias. Como as impediram o desenvolvimento da economia mercantil privada, a luta dos ( 1719) pelo controle do trabalho missioneiro seria a “primera -mate e a de tabaco, comprometidas sempre pela imposição tributária naquele porto e pelo estanco do tabaco. e a criação de gado em pequena escala, como o “cimiento principal mestiço não teria representação no cabildo de Asunción.

-

-

, -

neses. No primeiro congresso revolucionário de 1811, digladiaram-se o partido da independência absoluta, comandado por Francia; o e, logo,

-

-

dos camponeses, expropriou os comerciantes espanhóis, as congre-

-

-

-

-

aquele era para ele o setor

mais avançado.

Propôs que, no processo de independência, a “burguesia nascenpleta os “objetivos de la de la revolución burguesa de independencia pressão superestrutural do “carácter retardado del modo de produc-

-

-

-

cou a dissolução da propriedade comunal dos pueblos (1842, 1848), parcial como necessária ao “desarrollo racionistas consolidação relativa do que chamava de

, du-

tas entre a realidade que descreve o seu esquema interpretativo. Propôs como vanguardas de as classes comerciantes ,e Paraguai ao mundial.

revolução democrático-burguesa, , pelas classes voltadas para a produção natural e pequeno-mercantil, ou seja, pelos contradições essenciais com a ruptura substancial com o mercado

-

os interesses dos comerciantes, dos estancieiros, do alto clero, dos independência e da resistência nacional que os camponeses para-

dt, era publicada a tese de doutoramento do historiador estaduni-

Argentina; na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e, principalmenPara-

divide-se em três par-

aparentemente poucas para a extensão e densidade dos temas abor-

resultados da investigação aos descendentes da população objeto da Na edição paraguaia, destacam-se as pouco mais de cem páginas

-

arquival portentoso. Nesse trabalho de corte revisionista e epistemologia materialista, abandona-se radicalmente o mundo das suposições, das aproxi-

tor assinala que os soldados lanceiros recebiam cinco pesos mensais de soldo; os cabos granadeiros, seis; os sargentos lanceiros, 8,5; os (seis).574

-

de Francia ao governo e ao poder, que resultou nos dois congressos e – da reunião constitucional de 30 de setembro de 1813, que criou o -

em torno de um delegado para cada 170 ou 180 habitantes, escolhido 575

Uma impressionante consulta popular e democrática repetida no congresso de 3 de outubro de 1816, no qual, segundo depoente da 574 Id.ib. pp. 280-3. 575 Id.ib. pp. 65

576

um lado, os

, os

, os proprietários crioulos e,

de Francia. -

577

-

Mito e História White descreve e detalha a constante preocupação do tenha de estrangulamento comercial da governo imperial, para manter o

em . Preocupa-

de Itapua-São Borja, ga-

576 Id.ib. p. 77. 577

578

nações realmente independentes “solamente comercian con quien ca que determinou o controle de partes importantes da produção e 579

580

sa dos interesses dos grandes proprietários paraguaios. Ao contrário, extingui-los como classe. Repressão impulsionada qualitativamente -

expressão dos interesses de 95% da população do Paraguai de então , pequenos comerciantes, ditador , base

578 579 Id.ib. p. 182. 580 Id.ib. p. 187.

p. 182.

da terra. da população pagavam uns dois pesos anuais, bem menos que o salásustentariam pouco menos de quarenta mil pessoas, uns 13% da população.581 substancialmente.582 -

-

pretava os segmentos plebeus paraguaios, com destaque para o pequeno comercio, artesanato e sobretudo proprietários e arrendatários rurais, que apoiaram decididamente a instalação e a manutenção

-

581 Id.ib. p. 142. 582 1946. p.44.

da hegemonia stalinista nas ciências sociais marxistas; as jornadas mundiais de 1968, etc., novas leituras revisionistas procuraram suuma história unitária dos povos americanos.

de 1954, e de de inspiração revisionista, americanistas, populistas e antiimperialivro terpretações

de 1964.583 , em estudos de grande complexidade. Por -

584

585

583 584 585

Nascido

. Buenos Aires: Colihue, 2007. . Buenos

Pomer passara a interessar-se e a publicar ensaios sobre personadeparou-se quando de viagem a

com a 586

iniciou, em 1965, larga investigação sobre a guerra, sobretudo nos ricos arquivos da Nação e no museu Mitre, publicando, em 1968, com 40 anos, , di,a Interior,

.

Propôs que se procurara, com uma monia

, impor hege-

ção de intelectuais argentinos então semi-esquecidos, como o nacio-

586

(1966-70), o livro passou quase despercebido, motivando apenas a acusação de intelectual liberal, da publicação ser produto da pena antipatriótica de uma segunda edição, mais tarde, em 1987, desconhecida igualmente óticas e .587 ce.

588

mer publicaria

1865-1870, sobre a guerra -

coração em Buenos Aires. Nesse trabalho, o autor lembra que teriam morrido mais argentinos na do que na , no Paem instituições paulistas de ensino superior e publicou dois trabata, em 1979, e nossa guerra contra esse soldado.589

587 588 Id. 589 Id.

2 ed. Buenos Aires: Ceal, 1987. São Paulo: Brasiliense, 1979; Paraguai: nossa guerra

passou quase totalmente despercebida no Brasil, devido, entre ou-

sil.

sua edição, com escassa circulação.590 A obra seria conhecida no Bra591 que valeram patriótica resposta do coronel Antônio de Sena Madureira, veterano daquele 592 593

, do jornalista Manlio Cancogni e do historiador Ivan Boris, publicado, em 1970, na Itália, e apresentado -

590 591 592

resposta ao sr.

593 pp.

(1766-1840) para assegurar a independência paraguaia, questionarecido aos camponeses de origem guarani.594 Sobre o sentido desse 595

Uma orientação autonomista inicial em processo de superação sobretudo pastoril. No governo de Carlos Antonio, dissolveram-se as dos segmentos mais pobres dessa população camponesa. Um procesmate e das madeiras duras. guaranis do Paraguai, Manlio Cancogni e Ivan Boris destacam a im-

tiva cronológica dos combates desde

;

sociais paraguaias; uma mais equilibrada apresentação de Francisco Apesar do seu caráter inovador e da qualidade literária, a publicação italiana teve limitada repercussão no Brasil, conhecendo apenas 594 595

dura. Na

-

liderança nacionalista e americanista estranhas ao proposto na obra que lançava. gran negócio!, pudo o autor ensinava em São Paulo. Como vimos, o livro despreocuas contradições entre o caráter autárquico e autônomo do Paraguai 596

e o autor publicaria, a seguir, um outro breve ensaio sobre o tema, Paraguai nossa guerra contra esse soldado, como assinalado.597

dade –

(1814-1840).

598

uma complexa análise da gênese e consolidação da ditadura

596 597 Id. 598

1814-1840. São Paulo:

-

nos pequenos criadores, plantadores e na larga e ampla classe cam-

ticamente todos os trabalhos brasileiros posteriores sobre a guerra Aliança.599

trabalho apresentava a guerra como agressão do governo imperial

conheceu enorme consagração, esgotando-se a primeira edição em uma semana e quatro outras em três meses, sem ser praticamente 600

599 600

sobretudo pelo momento da publicação, que condicionou a própria repressão. Sob os golpes da depressão dos salários e dos investimentrevia os interesses que representava. ca da história do Brasil, em 1979, ano em que a retomada das lutas sindicais alcançou o apogeu, colocando o mundo do trabalho como 601 A volta das lutas sorepresentações do passado interpretando as necessidades dos tracara

, estudo erudito sobre a escravidão, que

segunda edição em 1978.602 No mesmo sentido, de 1979, a terceira , sobre a insurreição dos marinheiros negros de 1910, na linguagem do trabalho o autor.603

601 602 603

que o autor apresenta nas páginas introdutórias como “reporApoiados nesse trabalho, teceremos algumas considerações gerais sobre a obra de J.J. Chiavenato. Inicialmente, quase constrange assinalar a deslegitimação e li604

o jornalista em historiador autodidata. Tudo no contexto do muito acadêmica não pariu leitura semelhante; por que do enorme silênde questionamento essencial do livro de Chiavenato, como veremos oportunamente. então emasculada pelas derrotas ra, ajuda a compreender as grandes qualidades e as enormes limita-

-

604

a guerra do Paraguai. 21 ed. São Paulo: americano: a guerra do Paraguai, de J.J. Chiavenato. Programa de Pós-graduação em

Super-determinação imperialista que resta qualquer , nesse casso indiscutivelmente dominantes.606 605

, ao , o diplomata sir Richard F. Burton (1821-1890) registrou a visão geral da grande potência da guerra: “Minhas simpatias vão para o Brasil, pelo 607

guerra como exigência direta dos interesses ingleses serviu para que co que chegou a propor a impugnação da própria categoria “imperia608

posta de autarquia inicial população

, de

Questões em geral colocadas em suas dimensões reais, entre outros, pelo citado trabalho de Raul de Andrada 609

de um branco para cada 45 soldados negros (o que levaria a que apenas uns três mil brasileiros euro-descendentes tivessem lutado no Paraguai); soldados paraguaios sobretudo euro-descendentes (“cintropas e da população paraguaia.610

605 Id.ib. p. 67 606 Id.ib. p. 23 607 608 609 610

Rio de Janeiro: Biblioteca

611

Tais pecadilhos não anulam as importantes superações sugeridas: -

histórica dos atos de guerra, etc. mi-soterrada pelo discurso nacional-patriótico. A obra exigia superação ( tóricas que geraram aquele movimento revisionista. J.J. Chiavenatto seria objeto de enorme campanha de deslegitimaração das narrativas nacional-patrióticas. Mais de trinta anos após não

611

geral que consagrou a hegemonia mundial da produção capitalista, ravam interpretar o passado desde a ótica do mundo social. No cam-

mente assaltadas. his.A história voltou a ser lida como produto da ação errática de protago612

tauracionista

612

ao absurdo, sobretudo na obra de J.J. Chiavenatto, ignorando os seus plesmente desconheceu praticamente toda a produção historiográsos, ancestrais sociológicas dos segmentos sociais hoje dominantes.

blicou cional, que, apoiado em avanços e temas revisionistas, desembocou 613

sociedade paraguaia (analisada substancialmente por Andrada e Silapoiado nas conquistas ciências sociais marxistas. No debate sobre 614 Visão que não lhe impede de retomar no

-

613 614 Id.ib. pp. 3, 32 -36

se impor quando da Independência e o dinamismo da “comunidade momento que elidiu – o necessário estudo da sociedade paraguaia para a compreensão dos sucessos em discussão. -

da Argentina, do apoio do governo uruguaio 615

uruguaios e o governo paraguaio esentre os cativos do meridião do Brasil, quando da invasão de Jaguarão pelos , em janeiro de 1865, e o movimento insurrecional servil de Porto Alegre, em junho de 1968, com envolvimento de prisioneiros paraguaios.616 Cercado em Uruguaiana, o tenente-coronel que segundo suas próprias expressões, por que não começam (...) pela para enriquecer e manter na ociosidade algumas poucas centenas de 617

maciça da cavalaria , as sublevações provinciais e as violentas que convulsionaram o interior argentino durante 615 Id.ib. pp. 39-54 616

617

a charqueada escravista e a gênese O Trabalho, resistência e sociedade. 3 ed. rev. e ampliada.

tropas mitristas.618

ciedade paraguaia levou o autor a explicar a belicosidade guarani circular.619 Abraçando as visões da conquistacooptação dos dominados pelo consenso, propõe que o arrolamen620

621

, sugerindo não ultrapassarem “10% .622

-

imperiais não se restringia apenas aos cativos libertados e arrolados, 618

. Buenos Aires: Amorrortu, 1986.

619 620 Id.ib. p.56-9; 61-62. 621 Id.ib. p. 61. 622

1850-1888. Rio de

tas por população diretamente tocada por aquela realidade e expe-

-

ria 623

Tese, diga624

A

da ideologia do 625

mento e de

dos soldados (“recruta, voluntário, substituto ou , na

, tamente quando se compreendeu o caráter violento de uma guerra que não terminaria como se cria em alguns meses, levando a que “o na

626

tentes e a tropa, Ricardo Salles terminou concluindo: “A guerra mos623 624 625

626

627

628

Um Proposta em contradição com a inexistência de povo na escravidão, na acepção moderna do termo, e com o caráter 629

ausência de descrições sobre as tropas das narrativas memorialistas, -

como era compreendida pelas

da nação, imperiais.630 Caxias seria ainda

veremos. imperiais, Salles 627 Id.ib. p. 110. 628 Id.ib. p. 15,108 629 Id.ib. p. 110 630

Benjamin Constant na Campanha do

-

ticipação da ciais e ao saque de militares e civis se alimentar.631

, não raro para poderem -

com atos de sangue. que se expressou na recomendação de Caxias de manter os soldos soldados, atrasados três meses, para que, por um lado, não desertassem, já que com as algibeiras salários dos mortos por doença e combate!632 lado de maio de 1865 a junho de 1866 como engenheiro-militar, revivesse no front

633

634

estranhos a elas –, deveriam ser tratadas duramente, sobretudo du-

631 632 633 634

São Paulo: Instituto de

635

mesmo violenta, entre

e

, , como registram os três

assinalados por Caxias.636

637 Inspirada no estudo de Ricardo Salles, o trabalho janeiro de 1869), em que as tropas mantiveram-se inativas, dedicade -

-

635 636 Id.ib. p. 147. 637

comprovação no trabalho das propostas do autor de contradições danada. como simples executor da vontade dos grupos dominantes, ou como

como estorvo para essas e tantas outras investigações. A publicação do autor para com o daquela instituição, no passado e no presente, retirou sem livro.

Paraguai, de J. J. Chiavenatto. -

638

639

Portanto, uma proposta de análise que se dispunha superar a hisbrasileiras.

pendência e do isolamento paraguaio, como destacado.640 Assinala Prata em torno de Buenos Aires.

na livre navegação dos rios paraguaios para escoamento da produregional. 638 a grande guerra do Brasil. São Paulo: 639 Id. 640 Id.ib.p. 16

Manuel de Rosas (1793-1877) e a consolidação da oligarquia merautonômico do governo uruguaio levou a que o Brasil se aproximasse da Argentina liberal-mitrista que concordou com intervenção apoiada nos uruguaios, que aceitavam a manutenção uruguaios contavam com o apoio ou 641

642

argentino, ensejando que o governo paraguaio determinasse, conse.

liberais portenhos, de direito de passagem de tropas por Corrientes, 643

641 Id.ib. 34 642 Id.ib. p. 41 643 Id.ib. p. 40

644

, 645

, como grandes estancieiros, “pequenos 646

647 to que envolvia as principais classes sociais da região, mais do que os sência de um setor social com experiência administrativa e capital do a representar os interesses da nascente burguesia rural, ligados pecuária e mão-de-obra barata e disciplinada, visando ao mercado 648 -

644 645 646 647 648

Id.ib. p. 21 Id.ib. p. 19 Id.ib. p. 20 Id.ib. p. 23 Id.ib. p. 27

no estudo a tendência a uma leitura relativista da ação das nações, 649

Visão em contradição

Argentina e o Uruguai. Como prometera o autor, o ensaio supera substancialmente as -

literatura tradicional nacional-patriótica brasileira.

tro, no Uruguai, os

não se mantiveram numa resistência pro650

-

anos 60 e 70 – como o antiamericanismo e terceiro-mundismo –, prosão não de todo incorreta, apesar de redutora e parcial, de uma esposada por apenas parte da literatura revisionista, em ge649 Id.ib. p. 71 650 Id.ib. p. 66

que a superestimação do imperialismo sugere a incapacidade dos povos e dos estados de determinarem sua própria história. -

-

de 1991, constituiu uma muito valiosa e substancial contribuição ao -

alternativa.

a grande guerra do interpretação sociológica e histórica estrutural dos sucessos e pela claramente nacional-patriótico.651 -

651 a grande guerra do Brasil. São Paulo:

-

652

653

no primeiro ensaio. Tudo já no contexto de uma permanente absolvido Brasil em entrar em guerra com o Paraguai, muito anterior a 1864, ção para sua autonomia nacional. Mais de cento e quarenta anos após ótica das trincheiras imperiais.

textual das responsabilidades imperiais na intervenção argentino, que rompera relações diplomáticas com o Uruguai, recopeitando (sic) a integridade territorial (sic) e a independência uru654

cia do caráter das sociedades brasileira, uruguaia e argentina sina-

de Pedro II, após a derrota de setembro de 1866, que a hecatombe 652 Id.ib. 7 653 Id.ib. 8 654 Id.ib. 18

prosseguimento da luta (sic) que abortou qualquer discussão sobre 655

nal do , totalmente ausente no primeiro trabalho, como assinalado: “(...) o navio de guerra paraguaio 656 nhoneira) bro de 1867: “A soldadesca (sic) paraguaia, em lugar de continuar a 657 A tropa imperial não recebe jamais tal tratamento. tica, para explicar a das tropas imperiais nos combates, que reconhece numerosas e bem armadas, retoma os argumentos tradi-

lação; que se encontravam quase totalmente isolados do exterior, etc.

-

-

655 Id.ib.52 656 Id.ib.20 657 Id.ib.47

658

659

A passividade do almiran-

57 anos ao assumir o comando no Plata, enquanto que, ao entrar em 660

Quando da guerra, com a acusação corrente de que Tamanda-

661

paraguaia, composta quase integralmente por navios comerciais, de cascos de madeira, precariamente aparelhados para o combate.

gueou as tropas imperiais no combate aos paraguaios, como não há bouças, entre outros.662 -

658

Trabalho e resistência

659 660 Id.ib. p. 44 661 662 Id.ib. p. 53

São Paulo: Instituto de .

663

Proposta que abandona de todo a

paraguaio mereceria certamente o denominativo de

tanto, se explicarmos a timos, o

comandante mais apto nas artes da guerra do que Francisco Solano raguaia como produto da repressão; do atraso nacional; da galvani-

ciais sem explicação.664 Já em 1979, no citado , Raul de Andrada e Silva dissertava longamente sobre a singularidade do -

mente camponês. Jovens que, ingressando nas tropas como soldados, podiam ascender aos “postos da hierarquia, cujo maior grau era o -

663 Id.ib.p. 68 664 Id.ib. p. 61

665

ciais imperiais diante da paradoxal resistência paraguaia, sobretudo

miliensejado pela França nacional-cidadã parida pela Revolução. A revoas origens de classe.

mens livres, tendencialmente solidários no combate ao inimigo, em 666

-

-

665 666

667

, como propunha o mar-

“(...) todas as vitórias alcançadas, desde que me coube a honra de as-

668

homenagem ao soldado que combatia! da escravidão em

e

argumentação

e

-

que por necessidade (sic) vos privamos. Não quereis ser carne para o 669

que retomam a tese revisionista da oposição da população brasileira -

667 Id. 668 669

arrolamento coercitivo e a compra de cativos, sobretudo quando se -

-

Costa e Silva, então embaixador do Brasil em Asunción. Patrocinado pelo Banco Real e pela Fundação Roberto Marinho reuniu as breves intervenções desses essa questão polêmica.670 Nacional.

çando desbragadamente a versão interpretativa do

, -

670

130 ano depois. Rio de Janeiro:

ria naquele então, não apenas no Brasil.671 lie Bethell questiona a tese da responsabilidade direta e indireta do 672

Registra -

vantagens advindas do

dos latino-americanos com os

.

paraguaia o

livre-cambista na região, ao igual do que já ocorria no Brasil e na Pro671 Id.ib. p. 11-24. 672

-

-

tina unitarista ao Paraguai contou sempre com a simpatia e com o Segundo, devido aos enormes negócios que assegurou ao capital briautor termina, contra sua vontade, corroborando a tese desenvolvida

suas respectivas nações, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, apre(sic) regional, muito embora com uma dimensão internacional muito

de mestrado versando sobre o “mito brasileiro sobre os : os escravos bra673

-

674

Narrativas retóricas nacional-patrióticas que praticamente obsque, passados os momentos iniciais da guerra, quando se acreditava cidas e da constante pressão estatal exercida. taram o arrolamento: a luta dos grandes proprietários pelo controle da mão-de-obra servil; as duras condições de existência e o racismo ção sistemática, sobretudo dos recrutados e substitutos; o caráter 675

673 674 Id.ib. p. 29 675 1998.

bilidade dos dados gerais administrativos sobre o recrutamento de : os quando da discussão do tema.

lo, ressaltava a necessidade de movimento restauracionismo histo-

do regime (sic) de 64, principalmente graças a dois nacional-populismo revisionista,

desse ,

676

Nesse então, os principais trabalhos acadêmicos restauracionistas eram, relativamente, o livro de Ricardo Salles e, sobretudo, o -

Marco Antônio Villa e, prova de

Salvo engano, a intervenção da grande imprensa na orientação 676

milhares de exemplares, possuem enorme poder de legitimação-deslegitimação da produção cultural. A historiadora sul-matogrossense sua posterior decisão de abordar a guerra contra o Paraguai, em dissertação de mestrado de cunho restauracionista, de 2001. : ensino, memória e -

mente, um terceiro, a partir de 1980, de estudos “inovadores e menos 677

não se enquadravam no

arbitrário e restritivo da autora.

de superar as contradições apontadas pela análise da própria litera-

das nações do Plata, que enseja a absolvição tendencial de responmáticas e simplistas dos livros didáticos, sem propor superação para 678

Terrestre do Brasil, publicou 677 678 Id.ib. p. 75

verdades e men-

põe-se a

J.J. Chiavenatto, com destaque para a já tradicional 679

-

680

“temerário.681 Analisaremos apenas a obra Maldita guerra, já que suas consolidado.682 Como nos dois ensaios anteriores, nesse extenso trabalho, de quase quinhentas páginas de texto, publicado ricamente pela prestigiosa o revisionismo paraguaio, brasileiro e latino-americano, propondo 679 680 681 Id.ib. p. 24. 682

historiador estadunidense Richard Alan White, publicado em inglês em 1978, com versão castelhana desde 1984, 683

nações da bacia do Prata – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – Andrada e Silva e, de certo modo, registrada no trabalho de Ricardo Salles.684 caráter das sociedades em luta, em geral, e do Paraguai, em especial, destaque para o trabalho apenas citado de R.A. White.

ridionais. No Brasil, vigia a produção escravista e outras relações 683 684

privada dos meios de produção, em sociedade de cunho largamente

685

– e em clara regressão em relação ao revisionismo –, não contextu-

questionamento tendencial, mas não substancial, desde o governo de -

Misiones, Corrientes, etc. ções em luta liquida qualquer possibilidade da compreensão de elebrasileira, por Ricardo Salles em relação ao Brasil e por Andrada e coque se restringia a uma parcela diminuta da população livre, em geralmente branca – ou tida como tal.

soldados: “Ao nos separarmos no Tacuaral, tive a preocupação diária

685

686

nação de Benjamin Constant com a

Já assinalamos a indigdo soldado brasileiro e

como veremos a seguir.

A abordagem sobretudo ção mais estrutral da belicosidade das tropas paraguaias e da

-

da tenacidade do soldado paraguaio, que apresentara no ensaio de 1996, como produto de e de paraguaios, em mais uma restauração das visões nacional-patrióticas. “Apesar vo, e não impedimento, para a deserção, sobretudo por parte de sol687

em plena derrota.

permanente da resistência, após as grandes derrotas da

,

ter perdido a capital e o controle do aparelho estatal tradicional. Fotes, ininterruptas e relevantes, algumas multitudinárias. No relativo quase mais

686 687

do que

-

688

. -

de autonomia nacional que assegurasse o acesso direto ao mercado -

. Retoma, assim, na e nacional -patriótica.

mitrista.689 -

688 689

p. 24.

ram os

e as 690

tematicamente ao massacre, ao estupro e ao roubo, ainda que se convenha que, , as tropas procedessem de sil, nação monárquica, constitucional e liberal – liberalismo considerado como guerra.691

de camponeses pequenos proprietários, arrendatários,

, -

população em grande parte camponesa no combate, em arrolamento assinaladas, o Paraguai era mais avançado sil.

do que o Bra-

Bautista Alberdi lembrava, sobre a “(...) (o povo paraguaio) ha respondido sosteniendo a su gobierno, con más 690 Id.ib. pp. 409, 454. 691 Id.ib. p. 42

obediencia no es la del esclavo, sino la del pueblo que quiere ser libre 692

uma nação onde dominavam os homens livres e os camponeses promo superado apenas pela abismal desproporção de recursos, em horinha, para a artilharia, para o abastecimento, para as armas pessoais. A determinação da capacidade de combate das tropas imperiais pela 693

694

a e não a goria ros esqueciam que os

, no Paraguai, sob a bandeira

terra.695 que a regeição objetiva do soldado aos seus 692 693 694 Id.ib. p. 275. 695

para

1820-21. Porto Alegre: Belo

monárquico de cunho

-

696

tivos de milhares de soldados brasileiros, argentinos e uruguaios que

opressão de povo irmão. Restringido a descrição a uma indiscutivelprotagonistas ilustres. Nesse contexto, o autor jamais se debruça sobre os grandes sujeitos sociais dos acontecimentos estudados, realinacional-patriótica, exigida pela desconstrução revisionista daquelas

e dos objetivos de suas classes dominantes, com um respeito apenas para com os

-

696

termina

incluindo-se entre os segmentos estatais do 697

cheira e nacional-patriótica, praticada mesmo por seus autores mais contidos, como o general Tasso Fragoso, em seu clássico Histórica da 698

da história , igualmente pertinen. -

das nações, onde todos os

do argentino (...); para os

, o apoio militar paraguaio (...) via-

(sic), nem desejada (sic), mas iniciada, pensou-se que a vitória brasi699

No tribunal da história, onde se julga a partir dos direitos dos povos, há, sim, o certo e o errado, o justo e o injusto. Nos anos 1860, a

bandidos, segundo a categoria usada. 697 Id.ib. p. 60 698 699

Rio de

dos brios e da

, sempre vista como agredida, jamais como agressora. membros do apostolado positivista do Brasil impugnaram a retórica mamente avançado da nação paraguaia; o conluio da Inglaterra com res revisionistas –, marxistas, populistas, marxista-revolucionários, cional-patriótica. Perseguiram leituras de todo o campo de batalha, um drama que alguns daqueles autores impugnaram como produto da vontade imperialista inglesa. que interpretassem a história a partir dos interesses trabalhadores e dos povos, e não das classes dominantes. A vitória da contra-revodas condições históricas singulares que haviam impulsionado aquele necessária superação de suas importantes limitações, no contexto de

impugnou sumariamente, no que tinha de essencial e circunstancial, a revisão da literatura nacional-patriótica imperial e republicana. A produção revisionista brasileira não teve suas contradições superalapsos do estudo de J.J. Chiavenatto. Importantes trabalhos revisionistas nacionais e sobretudo internacionais, por oportunismo ou des-

cional-patriótica brasileira, pelo restauracionismo nacional, ensejou ); a descrição obsessiva das grandes batalhas; as narrativas e militares, desconhecimento da realidade das tropas subalternas e -

narrativas nacional-patrióticas e dos próprios trabalhos revisionis-

argentinos dos anos 1950, etc. Sobretudo, impõem-se estudos que desvelem, do ponto de vista dos povos, os objetivos essenciais da ação -

supere a visão da ação das massas a partir da intervenção, positiva ou negativa, de personagens providenciais, explicando, ao contrário,

-

Impõe-se igualmente a análise estrutural das condições de vida, brasileiras, associada ao estudo da realidade que conheceram sob as nalmente se revelem segredos que as narrativas nacional-patrióticas, tradicionais ou restauradas, teimam em esconder, como o não comcombates, devido ao seu estranhamento com os objetivos da guerra. e após a ocupação militar 700

Urge so-

literal destruição da importante classe camponesa livre proprietária ra reconstrução das instituições paraguaias em um sentido liberal-

700

estudioshistoricos.org/

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historiamilitar.com.br/ ;

org/

nuevomundo.revues.org /55579

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