A hora e a vez do Suplemento Literário de Minas Gerais

July 13, 2017 | Autor: Mariana Novaes | Categoria: Brazilian Literature
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Descrição do Produto

A hora e a vez do Suplemento Literário de Minas Gerais[1]

MARQUES,Fabrício[2]
NOVAES, Mariana[3]. Mestranda (UFMG)



RESUMO

Passando por diversas fases e vários diretores, a história do Suplemento é
extremamente rica tanto no que se refere ao passado e ao presente.
Completando mais de mil edições e 47 anos de vida, o SLMG se configura como
uma das mais raras e importantes publicações culturais no Brasil. O jornal
divulgou e ainda divulga não só a literatura produzida na época, como
também as outras artes (cinema, artes plásticas, teatro e música).O
presente trabalho têm como objeto de estudo o Suplemento Literário de Minas
Gerais (SLMG): sua história, bastidores e personagens. Dividido em duas
partes, a primeira concentra-se em uma breve leitura do SLMG nos seus 47
anos de existência, colocando o foco em algumas fases, histórias e
características do jornal ontem e hoje. Na segunda parte, o objetivo é um
estudo de caso do SLMG, estabelendo um recorte nos anos de 1966 a 1969 (do
momento em que o jornal foi criado até Murilo Rubião, seu diretor, deixar o
jornal) e de alguns documentos presentes no arquivo de Rubião para narração
dos bastidores, história, personagens, estrutura e características do
jornal na época de Murilo.

Palavras-chave: História da Mídia Impressa. Suplemento Literário de Minas
Gerais. Jornalismo Cultural. Murilo Rubião.



Poucas, raríssimas publicações, podem se jactar de passar do número
1.000. É caso de se espantar, portanto, que um periódico tenha atravessado
décadas subvencionado com recursos públicos estaduais, sendo gerido por
governos de diversos espectros ideológicos e, mesmo assim, mantendo na
maioria das vezes sua identidade e autonomia; vencido crises de toda ordem,
da censura à falta de orçamento; conquistado legiões de leitores; ajudado
na formação de escritores até então desconhecidos e concedido espaço a
autores consagrados; aberto espaço para todas as artes, para além do
literário que carregava no nome.
Talvez apenas uma publicação reúna todas essas característica: está-se
falando do Suplemento Literário de Minas Gerais (SLMG), que chegou ao
número 1.347 no mês de abril de 2013, ano em que completa 47 anos de
existência. Atualmente com periodicidade bimestral, o jornal já foi semanal
e mensal; já foi vendido em bancas; qualquer que fosse a periodicidade,
sempre se reservou uma parte da tiragem para ser encartada no diário
oficial Minas Gerais, chegando aos 853 municípios mineiros, decisão fruto
do projeto editorial do escritor Murilo Rubião, idealizador e primeiro
editor do jornal.
É natural que, mesmo classificado como suplemento, o heroico SLMG
integre o volume Revistas de invenção: 100 revistas de cultura do
modernismo ao século XXI, organizado por Sergio Cohn (2011), que catalogou
a história das revistas no Brasil, a partir do advento do Modernismo, em
seis momentos: 1922, a modernidade; 1928, a reflexão; 1950, a invenção;
1969; alternativa; 1980, independência; e, de 2000 em diante, a era
digital. Seguindo essa classificação, o SLMG insere-se no período das
publicações de invenção, e é assim caracterizado por Cohn:
Talvez o mais longevo suplemento literário brasileiro, o
SLMG foi criado em setembro de 1966, tendo como primeiro
editor o maravilhoso Murilo Rubião, e permanece
distribuindo cultura. Rubião o coordenou, com generosidade
e discrição, até 1969, e depois foi a vez de Wander Piroli
tomar conta de suas páginas, até 1975. Embora esse seja
considerado o seu período áureo, certamente o Suplemento
Literário de Minas Gerais continuou sendo um dos mais
influentes periódicos de cultura do país décadas adentro.
Por suas páginas passaram praticamente todos os grandes
nomes de nossa literatura, de Clarice Lispector a Dalton
Trevisan, de Lygia Fagundes Telles a Osman Lins. E formou
leitores de todo o Brasil. Como lembra Humberto Werneck,
autor do delicioso O desatino da rapaziada, "Minas, aliás,
é preciso que se diga, era onde o semanário de Murilo
Rubião fazia menos sucesso. Julio Cortázar lia em Paris o
suplemento que em Belo Horizonte era ignorado pela
pequenez liliputiana de escribas provincianos".(COHN,
2011, p.118 )

Que se dê o desconto de atribuir a direção do jornal ao escritor e
jornalista Wander Piroli, no período pós-Rubião. Vamos corrigir isso,
começando do começo. O atual superintendente, Jaime Prado Gouvêa, publicou
no próprio SLMG um texto por ocasião do milésimo número do Suplemento.
Seguindo os passos de Gouvêa, descobrimos que, no início do governo do
então governador Israel Pinheiro, nos anos de 1960, o chefe do Executivo
notou que cerca de 200 localidades do Estado estavam virtualmente isoladas,
sem receber jornais ou informações de espécie alguma do resto do País.
Apenas o "Minas Gerais", órgão oficial, e, portanto, obrigatório em
repartições públicas, chegava até lá, mas levando apenas leis, decretos e
atos administrativos.
Preocupado com essa lacuna, o Governador recomendou ao
então diretor da Imprensa Oficial, Raul Bernardo Nelson de
Senna, que preparasse uma seção noticiosa e uma página de
Literatura, revivendo uma antiga tradição do MINAS GERAIS
que, por algum motivo, fora interrompida. Raul Bernardo
tinha, nessa época, alguns intelectuais servindo na
redação do jornal: Murilo Rubião, Aires da Mata Machado
Filho e Bueno de Rivera. Chamou-os e recomendou a página
de Literatura. Murilo Rubião sugeriu, então, que se
fizesse um suplemento literário em vez de uma simples
página. Sugestão aceita, Murilo, encarregado de ser o
secretário da publicação (compondo com os dois colegas a
comissão de redação) pediu um mês para preparar seu
lançamento. No dia 3 de setembro de 1966, com Paulo Campos
Guimarães na direção da Imprensa Oficial, surgia o
primeiro número do Suplemento Literário do MINAS GERAIS.
(GOUVÊA, 1985, p.37).

Em dezembro de 1969, percebendo que o Suplemento já adquirira força
para seguir sem seu criador, Murilo Rubião convocou o escritor Rui Mourão,
que já trabalhava no jornal, para substitui-lo. Contudo, sob os auspícios
da ditadura militar, Mourão foi impedido de tomar posse. O poeta Libério
Neves secretariou, interinamente, até maio, quando Ildeu Brandão foi
nomeado para dirigir o jornal, já contando com Garcia de Paiva para auxiliá-
lo.
De maio de 1971 a setembro de 1973, Ângelo Oswaldo era empossado como
secretário. Música, cinema e artes plásticas ganham espaço no jornal. Com
sua saída, assumiu Mário Garcia de Paiva. De acordo com Jaime Prado Gouvêa,
na gestão de Garcia de Paiva as pressões continuaram e um suplemento
especial, que pretendia ser uma amostra do Conto Brasileiro Atual (24
textos de ficção), foi mutilado pela censura: "Seriam dois números, cada um
com dezesseis páginas. O primeiro saiu perfeito, mas o segundo teve apenas
oito páginas. A imprensa nacional começou a dar atenção a esses fatos, num
apoio à resistência"(GOUVÊA, 1985, p.2).
Em janeiro de 1975, foi a vez de a direção do SLMG ser concedida ao
jornalista e escritor Wander Piroli, que "trouxe o dinamismo do jornal
diário a que estava acostumado, inovou na parte gráfica, publicou cordel,
abriu espaço aos escritores que quisessem desabafar, agilizou o setor
editorial e irritou os conservadores em geral." (GOUVÊA, 1985, p.3).
Durante alguns meses, a independência do Suplemento entusiasmou seus
colaboradores; escritores de renome firmado quiseram participar da festa; a
qualidade cresceu. E, com ela, o perigo. Em maio de 1975, sem que seu
secretário fosse sequer avisado o Minas Gerais publicou um editorial
informando que haveria uma reformulação no Suplemento. Piroli demitiu-se
imediatamente e, com ele, a grande maioria dos colaboradores, fato que
repercutiu, em tom de lamento e revolta, na grande imprensa nacional. O
ciclo parecia fechado. A partir do número 454, de 17 de maio, a circulação
do jornal foi interrompida – fato até então inédito-, só voltando em meados
de junho, depois da nomeação de um novo secretário, Wilson Castelo Branco
que o dirigiria durante quase oito anos.
A vitória de Tancredo Neves nas eleições de 1982 foi fundamental para
o SLMG. Murilo Rubião foi nomeado diretor da Imprensa Oficial. Rubião impôs
retomar a importância que a publicação tivera em seus primeiros anos,
quando chegou a ser reconhecido mesmo fora do Brasil. Para dar uma nova
identidade gráfico-visual ao periódico foi chamado o poeta Sebastião Nunes.
Essa nova fase publicou mais de 100 números do Suplemento, de junho de 1983
até 1986.
Nos últimos 27 anos, o jornal passou por diversas gestões. Não se pode
deixar de registrar que em 1994, o Suplemento foi desligado da Imprensa
Oficial, tornando-se um periódico autônomo, editado pela Secretaria de
Estado de Cultura de Minas Gerais, por intermédio da Superintendência de
Publicações e do Suplemento Literário.
Desde então, identificado como Suplemento Literário de Minas Gerais e
impresso na Imprensa Oficial do Estado, passou a contar com a figura de um
único editor, não mais do secretário de redação ou da Comissão Editorial.
Nessa nova etapa, editaram o SLMG Jaime Prado Gouvêa (1994) e Carlos
Ávila (1995 a 1998), Anelito de Oliveira (1999 a 2003), Fabrício Marques
(2004), Camila Diniz (2005 a 2008)e, a partir de 2009, novamente Jaime
Prado Gouvêa.
É natural que uma publicação com quase cinco décadas de história se
volte muitas vezes para si mesma. Nos primeiros números, era comum a
publicação de cartas de diversos colaboradores que fizeram a fama do SLMG,
como Guimarães Rosa, Haroldo de Campos, João Cabral de Melo Neto, Murilo
Mendes e Carlos Drummond de Andrade, que destacou o seguinte, num dos
primeiros números:
Suplementos Literários: até dá enjôo falar nêles. Que
retrato falso costumam oferecer da literatura! Entretanto,
têm função importante a executar no quadro cultural do
país. Se não a executam, a culpa é de quem os faz, não da
fórmula jornalística. O SL do "Minas Gerais" põe o jornal
a serviço da literatura e das artes, mediador entre a
criação e o consumidor, e o faz com dignidade e
imaginação. Merece ser lido.(DRUMMOND. Carta a Murilo
Rubião. Rio de Janeiro, 1967).

Essa divulgação de opiniões sobre o próprio SLMG avançou até períodos
mais recentes. No ano em que o jornal completou 45 anos, na edição de
outubro/novembro de 2011, foram publicados diversos depoimentos em um
dossiê, no jornal, com a participação de diversos escritores e artistas
plásticos que foram publicados pelo jornal ou mesmo de leitores
privilegiados, como Ignácio de Loyola Brandão, Sérgio Sant'Anna, Luiz Costa
Lima, Augusto de Campos, Bartolomeu Campos Queiróz, Luiz Vilela, Márcio
Sampaio e Milton Hatoum.
A essa altura, não se pode deixar de reconhecer que o SLMG se insere
em uma tradição, para falar só da produção mineira, de periódicos lançados
por escritores-jornalistas ou apenas escritores, ou poetas. Só em Minas
pode-se registrar um bom número de revistas que começam a vir à luz em
1925, com A Revista. Na seqüência, Verde, de Cataguases, Electrica, de
Itanhandu (ambas de 1927); Edifício (que revelou a geração de Autran
Dourado, de 1946); Complemento (da geração de Silviano Santiago, 1956);
Tendência (tendo como um dos diretores o poeta Affonso Ávila, de 1957); e
Estória (lançada por Luiz Vilela, de 1965).
Dá-se no Brasil do pós-Segunda Guerra o momento áureo das revistas
literárias, que durou mais ou menos 30 anos e ocorreu lado a lado com o
auge do modernismo tardio, tanto na prosa quanto na poesia. Cada movimento
literário importante apoiou-se, num primeiro momento, numa revista que lhe
serviu de alto-falante. As revistas funcionavam como polo aglutinador de
talentos. Também chamadas de "nanicas", eram editadas de maneira quase
artesanal por jovens grupos de escritores (OLIVEIRA, 2003, p. 65). Leminski
chegou a afirmar: "os maiores poetas (escritos) dos anos 70 não são gente.
São revistas" (LEMINSKI, 2001, p. 89).
Em linhas gerais, pode-se caracterizá-las, com algumas variações, do
seguinte modo: essas revistas apresentam, além de textos de criação
(poemas, contos, traduções), textos de reflexão (resenhas críticas e
ensaios), editorial, entrevistas, ensaios fotográficos, fotos, ilustrações,
desenhos, cartas de leitores, quadrinhos, perfis e, raramente, reportagens.
Além disso, apresentam periodicidade quadrimestral ou semestral.
Caracterizam-se, também, a maioria, pela curta duração – raras conseguem
passar do quarto número.
Os grupos que se formam para lançá-las agem num espaço articulado como
campos de força que configuram uma estrutura especializada. As tomadas de
posição no campo intelectual ficam restritas aos verdadeiros impulsos que
as regem: a busca de consagração e legitimidade para as próprias obras, a
competição entre artistas, suas estratégias de luta e aliança (SARLO, 1997,
p. 142-143).
Tal como questiona Beatriz Sarlo, pode-se perguntar, em relação às
revistas que se dedicam à divulgação da poesia: "No mercado de bens
simbólicos, qual será o futuro de uma arte que ainda não é ou talvez nunca
seja uma arte de massa, nem participa do mercado como um bem atraente para
os agentes capitalistas que definem suas tendências?" (SARLO, 1997, p.
151).
Não é nosso propósito avançar na discussão desse problema. De
qualquer modo, já que colocado, ele serve de pano de fundo para nos
determos na história do SLMG em seus primórdios.

Acervo de Escritores Mineiros. Carta de Carlos Drummond de Andrade a Murilo
Rubião. Rio de Janeiro, 1967.
OS PRIMEIROS ANOS: O SLMG DE MURILO RUBIÃO (1966-1969)
Para começar essa história, destaca-se um trecho de correspondência do
escritor e crítico literário Fernando Py a Murilo Rubião:

Falei com o Drummond a respeito dos recados que você me
pediu que lhe trasmitisse. Ele se mostra totalmente avesso
à ideia de um suplemento especial só para ele e a alegação
(absurda) é que já está excessivamente consagrado que o
suplemento deve dar mais atenção aos jovens, aos
escritores residentes no estado, pois êle, de certa
maneira, já deixou de ser mineiro, pois tem mais anos de
residência no Rio do que em Minas. E coisas assim. Isto
encobre evidentemente o horror que êle tem a aparecer, que
afinal não deixa de ser razoável . O que pareceu
inteiramente absurdo foi o fato de recusar-se e deixar,
quando o adverti que o suplemento poderia sair assim
mesmo, de qualquer maneira, com sabe-se lá que espécie de
colaboração. Agora, Murilo, você decida. (PY. Carta a
Murilo Rubião. Petrópolis, 3 de março de 1968).


Localizado no terceiro andar da Biblioteca Central, da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG), a carta acima faz parte do Acervo de
Escritores Mineiros (AEM), e, mais especificamente, do fundo e arquivo de
Murilo Rubião. No arquivo de Rubião, o maior volume documental sobre a sua
participação na vida pública é o que se refere ao Suplemento Literário do
Minas Gerais (SLMG)[4]. Totalizam-se mais de 1700 documentos, dentre
recortes de jornais e revistas, correspondências e fotografias que tratam
sobre a história e os bastidores do jornal criado por Murilo Rubião.
Mais do que uma negociação de colaboração e de pauta da edição que
seria elaborada, a carta de Fernando Py a Murilo Rubião testemunha um
período importante na história do Suplemento: a época em que Murilo foi
diretor e fundador do jornal. Ampliando o olhar sobre a correspondência,
além dos bastidores literários, vê-se o jornal pelo que é: em mais de 45
anos continua sendo consagrado pela crítica literária e é ainda responsável
pela divulgação de novos autores (Ana Martins Marques, Ricardo Aleixo).
Pelo que foi: um jornal que teve a frente personagens como Drummond e
Murilo Rubião e pelo que poderia ter sido: uma edição especial sobre Carlos
Drummond de Andrade sem a permissão e colaboração consentida pelo autor.
(Matando a curiosidade, Murilo Rubião seguiu as orientações de
Drummond e somente em 1980 foi publicada uma edição especial sobre o
poeta).
Somando mais de mil edições publicadas[5] e passando por várias fases,
a história do Suplemento Literário de Minas Gerais (SLMG) é extremamente
rica nas publicações, bastidores e personagens. Os primeiros anos do
Suplemento são fundamentais e decisivos para uma compreensão do periódico,
no seu passado e presente. A preocupação por mesclar em suas páginas a
tradição e a modernidade e a intenção por divulgar e revelar novos artistas
e escritores é visível na atuação de Murilo como na de tantos outros que o
sucederam. Os anos de 1966 a 1969 foram o período em que personagens como
Humberto Werneck, Sérgio Sant'Anna, Affonso Romano de Sant'Anna e Luiz
Vilela iniciaram sua longa colaboração no jornal, que se estende aos dias
de hoje.
O primeiro número do Suplemento Literário contou com uma tiragem de 27
mil e a publicação não tardou a se firmar como uma das melhores do gênero
no país, podendo ser comparada, na época, aos suplementos como o do Jornal
do Brasil e Suplemento do Estado de São Paulo.
A primeira comissão de redação do SLMG contou com Affonso Ávila, Laís
Côrrea de Araújo e Aires da Mata Machado Filho. A equipe contratada por
Murilo era constituída, inicialmente, pelos redatores Márcio Sampaio, Zilah
Corrêa de Araújo, José Márcio Penido e pelo diagramador Lucas Raposo. E
mais tarde se juntariam Valdimir Diniz, João Paulo Gonçalves da Costa,
Carlos Roberto Pellegrino, Jaime Prado Gouvêa, Adão Ventura, Humberto
Werneck, Paulinho Assunção, dentre outros.
Com doze páginas, na primeira página do jornal, além de ilustração do
artista plástico Àlvaro Apocalypse e a publicação do poema "O país dos
laticínios" de Bueno de Rivera, encontramos o primeiro editorial do
Suplemento. No texto de apresentação, lê-se a proposta de um jornal
multidisciplinar, aglutinador de gerações e com feição predominantemente
mineira, "no estilo de julgar e escrever, como na escolha da matéria
publicável." (SUPLEMENTO, 1966, p. 1).
Na carta de Cláudia Romano de Sant'Anna a Murilo Rubião, a exatos dez
dias depois do lançamento do jornal, além dos bastidores de redação (o
envio de poema do irmão Affonso Romano de Sant'Anna), lê-se a repercursão
imediata do SLMG para além da academia e dos escritores. A remetente narra
o sucesso do jornal nas repartições públicas e numa cidade (Juiz de Fora)
que está localizada fora dos eixos culturais da época (Rio-São Paulo-Belo
Horizonte). Segue trecho:
Murilo Rubião,
Parabenizo-me com as primeiras edições do "Suplemento
Literário" do órgão oficial do Estado.
Afirmo-lhe que por aqui elas têm sido por demais
procuradas e elogiadas. Em minha secção do servição
público estadual os exemplares que nos chegam as mãos
estão se tornando insuficientes para atender a todos
aquêles que se interessam por lê-lo e acompanhar o
movimento literário através do "Suplemento". Aproveito do
ensejo para encaminhar-lhe o poema mais recente do mano
Affonso Romano de Sant'Anna, que se encontra desde
setembro de 1965 em Los Angeles - EUA, lecionando
Português e Literatura Brasileira na UCLA, para que seja
publicado logo que fôr possível. (SANT'ANNA. Carta a
Murilo Rubião. Juiz de Fora, 13 de setembro de 1966).

O Suplemento Literário deu espaço para que escritores novos, não
conhecidos pela crítica literária, publicassem no jornal, e muitos, se não
mineiros, tinham relação com o estado. Os primeiros contos de Luiz Vilela,
Sérgio Sant'Anna, Jaime Prado Gouvêa, Luis Gonzaga Vieira, Márcio Sampaio,
Humberto Werneck e os primeiros poemas de Libério Neves, Bueno de Rivera e
Adão Ventura foram publicados nas páginas do jornal. Para esses escritores
em formação, que seriam mais tarde chamados pela crítica como a "Geração
Suplemento" ou o seu grupo como "Os Novos", a divulgação e revelação
promovidas pelo Suplemento Literário e a influência de Murilo Rubião e de
um ambiente literário, boêmio e fraterno que efervescia na redação do
Suplemento foram fundamentais.
Na Sala Carlos Drummond de Andrade, nome dado em homenagem ao escritor
que na mesma sala trabalhou como redator do Minas Gerais, em 1924, discutia-
se a literatura latino-americana na época (lia-se Gabriel García Márquez e
Julio Cortázar), o cinema de Godard, Luis Buñuel e Glauber Rocha e falava-
se sobre uma literatura participativa e militante num contexto marcado pela
ditadura militar. A sala era também onde os escritores trocavam figurinhas
e afinidades literárias: cada um lia o texto do outro, dava palpites,
corrigia, riscava. O jornalista Humberto Werneck, no texto "Meu Suplemento
inesquecível", em edição de comemoração dos 45 anos do Suplemento, conta o
caso quando a pedido de Murilo Rubião leu e palpitou no conto Ex-mágico:
Um dia ele me pediu opinião sobre mexidas que dera em O ex-
mágico da Taberna Minhota, carro-chefe de seu livro de
estreia. Puxei a cadeira para perto de sua mesa, saquei a
caneta e, impávido, fui em frente, seguríssimo de mim como
nunca mais na vida. Do alto da minha sobreloja literária,
lá pelas tantas impliquei com o substantivo "despautério".
Eu achava que a literatura se fazia de belas palavras, e
que despautério era um... despautério. "Não dá, Murilo!",
pontifiquei. "Se eu fosse você, cortava imediatamente!"
Muitos anos mais tarde, já provido de desconfiômetro, me
lembrei do episódio – mas não tive coragem de reler O ex-
mágico.
Recentemente, contei a história ao jovem jornalista e
escritor Marcus Assunção – e ele teve a maldade de me
informar por e-mail, no dia seguinte, que a palavra já
não lá está. E o pior é que, Murilo morto, não posso
remediar o meu despautério. (WERNECK, 2011, p.5).

O texto de Luiz Vilela "Bola ao cesto na redação do Suplemento" mostra o
ambiente lúdico e descontraído que era a Sala Carlos Drummond de Andrade.
No texto o escritor narra o inusitado esporte que prendia os escritores
mais horas na redação. Tratava-se de uma competição de acertar o cesto de
lixo com uma bola de isopor. Para o contista Luiz Vilela "se tão importante
foi para nós, os escritores novos, em Belo Horizonte, a publicação de
nossos textos nas páginas do Suplemento em seus primeiros anos de
existência, não menos importantes foram nossos encontros em sua sala de
redação" (VILELA, 2011, p. 11).
Voltando para a primeira edição do Suplemento Literário do Minas
Gerais, na segunda página vê-se a publicação do artigo de Fábio Lucas "A
poesia Renovadora" e o texto de João Camilo de Oliveira Torres, "Missão de
Minas". Na página três, lê-se a coluna semanal "Roda Gigante" e
"Informais", escrita e assinada por Laís Corrêa de Araújo". A coluna de
crítica literária era dividida em duas partes, "Roda Gigante" e
"Informais", permanecendo até a edição de maio de 1969 (nº140).
Dividida em subtítulos ("a editora", "o autor", "o livro" e
"comentários"), a "Roda Gigante" publicava a crítica de livros recém-
lançados. .A coluna escrita por Laís foi responsável por revelar e divulgar
o movimento e o momento editorial brasileiro e estrangeiro. Em "Roda
Gigante" têm-se, por exemplo, notícia e crítica dos livros Tremor de terra,
de Luiz Vilela, de Tutaméia, de Guimarães Rosa, de Paris é uma festa, de
Hemingway, do lançamento de antologia com vinte poemas de Maiakóvski,
traduzidos pelos irmãos Campos e do livro Coração ferido, de Cornélio
Penna. "Roda Gigante" também informava sobre os concursos literários,
conferências e a atuação de intelectuais mineiros, como os cursos que uma
boa parte deles ministrava no exterior, naquela época.
Na segunda parte, intitulada "Informais", são noticiados, em pequenos
parágrafos numerados, separados por símbolos gráficos, lançamentos e
notícias literárias variadas, como recentes e futuras publicações de
livros, lançamentos de revistas, antologias etc. A escritora mineira
encarregava-se de fazer resenhas, críticas literárias, selecionar textos,
traduzir e promover os contatos nacionais e internacionais com escritores
de outros estados e de outros países. Selecionava as matérias, o que era
rigorosamente vistoriado por Murilo Rubião. Viajava, fazia entrevistas e
promovia encontros com escritores como Ana Hatherly, Roman Jakobson,
Tvzetan Todorov, Murilo Mendes, Octavio Paz. Além disso, fazia também
muitas traduções - foi a primeira no Brasil a traduzir o conto "Todos os
fogos: o fogo" de Julio Cortázar. Traduziu muitos intelectuais que
representavam o pensamento crítico e literário então contemporâneo: Michel
Butor, Erza Pound, T.S. Eliot, Sartre, Roland Barthes, Gabriel Garcia
Lorca, Mário Vargas Llosa, Octávio Paz, Jorge Luís Borges, este era ainda
um desconhecido no Brasil, Tzvetan Todorov, Robert Frost.
Na página quatro lê-se artigo de Affonso Ávila "Sousândrade: o poeta e a
consciência crítica", sobre o relançamento da obra poética do escritor, em
edição organizada pelos irmão Haroldo e Augusto de Campos. O poeta de
vanguarda e também marido de Laís Corrêa de Araújo, Affonso Ávila publicou
poemas e artigos sobre literatura, traduziu textos de escritores latino-
americanos e norteamericanos e organizou algumas edições especiais
importantes, como as duas edições dedicadas ao barroco mineiro (de 5 e 8 de
julho de 1967) e a edição sobre Guimarães Rosa (25 de novembro de 1967),
publicada em homenagem ao escritor de Grande sertão: veredas, que seis dias
antes falecera.
Se coube ao escritor Aires da Mata Machado Filho o contato e articulação
com os escritores consagrados (a ala mais conservadora da intelectualidade
belo-horizontina, como os irmãos Djalma e Moacyr Andrade, Eduardo Frieiro,
Mário M. Campos), ao casal, Affonso e Laís, coube o diálogo com a
vanguarda, articulando e organizando as publicações de escritores jovens e
modernos, como as dos concretistas de São Paulo, o poema processo de
Cataguases e a publicações da "Geração Suplemento". Graças ao casal, o
Suplemento divulgou e discutiu a literatura brasileira e estrangeira que se
produzia na época. Também na casa dos Àvilas recebiam-se escritores como os
irmãos Campos, João Cabral de Melo Neto, a escritora portuguesa Ana
Hatherly, Murilo Mendes e a escritora do Noveau Roman Nathalie Sarraute.
Sérgio Sant'Anna em entrevista diz o seguinte sobre a influência que teve
do poeta:

O Affonso Ávila influenciou o meu pensamento, minha obra
não, até mesmo porque ele é um poeta e eu um ficcionista.
Ele me dava força pessoal, achava legal o que eu escrevia
e tinha coragem de criticar, falava assim: "Não, essa
palavra não está bem", às vezes até frases... Eu me lembro
muito bem que um dia, num boteco, eu disse: "Eles bebiam
sopa todo dia" e ele disse: "Não, tomavam sopa". Quer
dizer que coisa desse tipo ele fazia também, se dispunha a
fazer. E o Affonso era relacionado com todo o pessoal da
Poesia Concreta, com muita gente. E sempre foi muito
generoso, quando passava alguém por lá, por exemplo,
Murilo Mendes, ele dava uma festa, recebia na casa dele e
convidava a gente também, que era para o escritor novo
conhecer o Murilo Mendes. (SANT'ANNA, 2009, p.140).


Também se sobressaem no Suplemento as entrevistas, algumas seguidas de
reportagens, que o jornal fez com alguns e escritores e familiares. Na
edição nº1, nas páginas 6 e 7, lê-se a reportagem de Zilah Corrêa de Araújo
"Eduardo Frieiro no depoimento de sua espôsa" em que . Zilah foi
encarregada de uma série que estabelecia o perfil de escritores e da vida
literária sob a perspectiva doméstica e familiar. Dentre as reportagens
feitas pela escritora, cito: "Mário Matos no depoimento de Maria, sua
esposa", "Lúcia Machado de Almeida no depoimento de seu marido Antônio
Joaquim de Almeida", "Henriqueta Lisboa no depoimento de sua sobrinha
Abigail de Oliveira Carvalho" e "Emílio Moura, no depoimento de seu filho
Antônio Luiz Moura". Em carta de Lygia Fagundes Telles a Murilo Rubião,
além dos elogios ao SLMG, lê-se justificativa pelo atraso de envio de
questionário enviado por Zilah:


Antes de mais nada devo dizer-lhe que achei excelente os
números do Suplemento Literario que você - foi você , não?-
teve a lembrança de me enviar. A Zilá Corrêa de Araújo
deixou-me umas perguntas a serem respondidas para uma
entrevista mas só ontem terminei o roteiro e diálogos de
um filme a ser feito, baseado no "Dom Casmurro"; o
trabalho foi bárbaro, há um mês que não faço outra
coisa;diga-lhe, por favor, que não esqueci. Na próxima
semana ela receberá o questionário respondido. (TELLES.
Carta a Murilo Rubião. Sem local e sem data.)

Humberto Werneck e Carlos Roberto Pellegrino também foram os responsáveis
pela série "O escritor mineiro quando jovem"(que inicia-se em julho de 1969
e termina em janeiro de 1970). A série continha entrevistas e depoimentos
de escritores sobre a literatura atual, e teve como entrevistados os
escritores Luiz Gonzaga Vieira, Sérgio Sant'Anna, Sebastião Nunes, Valdimir
Diniz, Márcio Sampaio, Lázaro Barreto e Ronaldo Werneck. Destacam-se ainda
as entrevistas de Affonso Romano de Sant'Anna a José Márcio Penido, de Yara
Tupynambá a Márcio Sampaio , de Michel Butor e Mário Vargas Llosa a Laís
Corrêa de Araújo e de Jean Renoir à revista francesa Cinema 65.
Na primeira edição, página 11, na coluna "Artes Plásticas", Márcio
Sampaio escreve artigo sobre a arte em Ouro Preto ("Ouro Preto: dois
séculos de arte") e também assina com o pseudônimo M. Procópio o texto de
crítica musical "Arthur Bosmans: de marinheiro a cantor do planeta Marte"
(página 5). O artista plástico ilustrava, redigia matérias e fazia revisão,
era o responsável pela parte gráfica e pelas ilustrações. Era ele que
selecionava e garimpava as ilustrações, trouxe às páginas do Suplemento
ilustrações como as de Álvaro Apocalypse, Chanina, Jarbas Juarez, Yara
Tupinambá, Eduardo de Paula, Nello Nuno, Petrônio Bax, Henfil, Amilcar de
Castro e Inimá de Paula.
Márcio Sampaio era o ponto de contato entre o Suplemento e as novas
gerações de artistas plásticos, como os alunos da Escola de Belas Artes da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Escola Guignard. Na coluna
"Artes Plásticas" encontramos, por exemplo, textos sobre Kandinsky,
Mondrian, Lasar Segall , Marcel Duchamp, Tarsila do Amaral, Álvaro
Apocalypse, Yara Tupinambá, Aloísio Magalhães, José Alberto Nemer. Em 1968,
o Suplemento Literário do Minas Gerais, no lançamento de número especial
dedicado aos novos escritores de Minas, organizou a exposição de artes
plásticas "Arte Jovem de Minas", expondo, na Imprensa Oficial, pinturas,
gravuras e desenhos de quarenta artistas residentes em Belo Horizonte.
O cinema e o teatro eram assuntos de pauta no SLMG. Numa coluna
dedicada ao cinema, geralmente localizada na última página, colaboraram
frequentemente Flávio Márcio, publicando na primeira edição um texto sobre
Godard, intitulado "Godard: carta de princípios"; Marco Antônio Gonçalves
de Rezende (colaborou na coluna de outubro de 1966 a agosto de 1967),
Victor de Almeida (iniciou colaboração em setembro de 1967 até março de
1968). Em um número bem grande de textos, são assuntos tratados nas colunas
os filmes de Orson Welles, Luis Buñuel, Samuel Fuller, Federico Fellini,
Godard, Glauber Rocha, Humberto Mauro, o cinema mineiro, o cinema novo, os
cineclubes, o cinema americano experimental, os filmes de faroeste, cinema
e literatura, filmes brasileiros, etc.
No espaço dedicado às artes cênicas, cabia ao dramaturgo Jota D'Ângelo
a elaboração da maior parte dos textos. Na edição nº 3 do jornal, Jota
D'Ângelo escreve sua primeira série, com cinco ensaios, "À margem do
método: Brecht e Stanislavski", em que compara o Método de Stanislavski com
as proposições de Bertold Brecht. Se destacam também a transcrição de
entrevista de Lee Strasberg e os textos sobre a situação do teatro no
Brasil e em Belo Horizonte: "Da participação obrigatória I e II", que
tratam sobre a participação política do teatro como uma arte que, apesar da
censura e restrições impostas, proporciona o debate.

A crise
Não apenas de sucessos viveu a história do SLMG. O provincianismo
mineiro, a descrença da parte mais conservadora de escritores mineiros (a
maioria da Academia Mineira de Letras) e, principalmente, a ditadura
fizeram com que se intalasse uma crise no jornal e culminasse com a saída
de Murilo Rubião. Em 1967, Affonso Romano de Sant'Anna publica, na primeira
página do periódico, o poema "O poeta mede a altura do edifício" em que
chama o prédio Empire State de maior "pênis do mundo". O poema foi
depreciado e causou a maior polêmica, ganhando protestos de juízes,
religiosos e promotores. Sérgio Sant'Anna, em entrevista, diz que a redação
do SLMG era vista como um antro de "maconheiros, comunistas e gays"
(SANT'ANNA, 2009).
Apesar do SLMG ser um encarte de um jornal oficial do governo, vê-se -
seja pelas matérias ou pelo arquivo de Murilo-, que o Suplemento tinha um
posicionamento político que ia contra ao regime da época. Em Toronto,
Silviano Santiago escreve carta a Murilo em que acusa o recebimento de
exemplar "pingado" do jornal e diz: " envio-lhe um longuíssimo poema. Sei
dos incovenientes que isso traz para o Suplemento, mas sei também que com
suas mãos de ex-mágico será capaz de dar um jeito. " (SANTIAGO, 1969).
Segundo Jaime Prado Gouvêa, a censura era um desafio. " Driblar o censor
era ótimo, um quase-gol. E nos dava a certeza de que alguém estava lendo
nossas coisas, nem que fosse para nos ferrar. Minhas lembranças desse
atrevimento são as melhores" (GOUVÊA,2009).
Para Duílio Gomes, "as crises não faltaram na vida do Suplemento
Literário do Minas Gerais, sempre provocadas por questões políticas ou de
moral e sempre fomentadas, é claro, por setores conservadores e ligados à
literatura igualmente conservadora e de má qualidade"(GOMES,2006).
Murilo Rubião, denunciado como subversivo, saiu do cargo de diretor do
SLMG em 1969, assinando até a edição nº 174, de 27 de dezembro de 1969. O
escritor seria substitúido por Rui Mourão, que chegou a assumir a direção
do Suplemento apenas dois meses, sendo vetado pelas autoridades militares e
substituído por Libério Neves. Depois de Rui Mourão e Libério Neves, o
jornal passaria por uma nova fase, a de Ângelo Oswaldo como Secretário do
SLMG.
Independente de qualquer juízo de valor, é inegável que não só os
primeiros anos do Suplemento foram fundamentais e importantes para a sua
história. Há escritores que defendem, como Sérgio Sant'Anna, que a melhor
fase do jornal foi quando esteve nas mãos de Ângelo Oswaldo, alegando que,
ao contrário do que possa pensar, foi justamente a partir de Oswaldo que o
SLMG desafiou mais ainda os censores e publicou matérias de cunho mais
engajado e de vanguarda. Muito há que ser estudado e todas as fases merecem
igual atenção. No entanto, aqui nesse trabalho deixa-se registrado os
primeiros anos do Suplemento, o início do jornal com Murilo Rubião e os
ecos na sua história de um jornal conciliador: que aglutina a tradição e a
vanguarda, Minas e Brasil, literatura e outras artes, velhos e novos
escritores.
REFERÊNCIAS:
Bibliografia:

COHN, Sergio. Revistas de invenção - 100 revistas de cultura do modernismo
ao século XXI, organizado. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2011.

GOMES, Duílio. Literatura Portuguesa no Suplemento Literário do Minas
Gerais: relações Brasil/Portugal. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte:
UFMG, 2006, p.210-215. Entrevista concedida a Eliana da Conceição
Tolentino.

GOUVÊA, Jaime Prado. Suplemento Ano XX: Mil números de história. In:
Suplemento Literário do Minas Gerais. Belo Horizonte, nov. 1985, n. 1000,
p.35

GOUVÊA, Jaime Prado. Entrevista a Jaime Prado Gouvêa. Nos rastros dos
novos: o fazer crítico e literário do Suplemento Literário do Minas Gerais
(1966-1975). Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: UFMG, 2009, p. 123-
129. Entrevista concedida a Viviane Monteiro Maroca.

OLIVEIRA, Nelson de. Ascensão e queda das revistas literárias. In: Verdades
provisórias. São Paulo: Escrituras, 2003.

SANT'ANNA, Sérgio. Entrevista com Sérgio Sant'Anna. Nos rastros dos novos:
o fazer crítico e literário do Suplemento Literário do Minas Gerais (1966-
1975). Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte: UFMG, 2009, p. 137-153.
Entrevista concedida a Viviane Monteiro Maroca.

SARLO, Beatriz. Cenas da vida pós-moderna. Intelectuais, arte e vídeo-
cultura na Argentina. Trad. Sérgio Alcides. Rio de Janeiro: Editora UFRJ,
1997.

SUPLEMENTO LITERÁRIO DO MINAS GERAIS. Secretaria de Cultura de Minas
Gerais: Belo Horizonte, 3 set. 1966. Ano 1, n 1, p.1-12.

VILELA, Luiz. Bola ao cesto na redação do Suplemento. Suplemento Literário
de Minas Gerais, Belo Horizonte, jul./ago. 2011, n. 1337, p. 11.

WERNECK, Humberto. Meu Suplemento inesquecível. Suplemento Literário de
Minas Gerais, Belo Horizonte, jul./ago. 2011, n. 1337, p. 3-6.

Fontes primárias:

PY, Fernando. Carta a Murilo Rubião. Petrópolis, 03 de março de 1968.
Acervo de Escritores Mineiros, Universidade Federal de Minas Gerais.

SANT'ANNA, Claúdia Romano de. Carta a Murilo Rubião. Juiz de Fora, 13 de
setembro de 1966. Acervo de Escritores Mineiros, Universidade Federal de
Minas Gerais.

SANTIAGO, Silviano. Carta a Murilo Rubião. Toronto, 1969. Acervo de
Escritores Mineiros, Universidade Federal de Minas Gerais.

TELLES, Lygia Fagundes. Carta a Murilo Rubião. Sem local. Sem data. Acervo
de Escritores Mineiros, Universidade Federal de Minas Gerais.
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[1] Trabalho apresentado no GT de História da Mídia Impressa, integrante do
9º Encontro Nacional de História da Mídia, 2013. [email protected]
[2] Fabrício Marques é doutor em Literatura Comparada pelo Programa de Pós-
Graduação em Estudos Literários da UFMG. É pesquisador e professor do curso
de pós-graduação do Centro Universitário UNA.
[3] Mariana de Souza Novaes é mestranda em Teoria da Literatura pelo
Programa de Pós-Graduação em Estudos Literário da UFMG. É também
pesquisadora do Acervo de Escritores Mineiros (AEM), onde desenvolve sua
pesquisa sobre o Suplemento Literário do Minas Gerais no arquivo de Murilo
Rubião. [email protected]
[4] Durante os anos de 1966 a 1994, pertencia à Imprensa Oficial, como,
inicialmente, parte das edições do Diário Oficial e por isso era chamado de
Suplemento Literário do Minas Gerais. Mais tarde, o jornal ficou sob a
responsabilidade da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, sendo
chamado, desde então, Suplemento Literário de Minas Gerais.
[5] Todas as edições do Suplemento Literário de Minas Gerais encontram-se
digitalizadas e disponíveis nos seguintes sites:
e
.
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