A importância de parques urbanos para a conservação de aves em Cascavel, PR

July 5, 2017 | Autor: Ana Almeida | Categoria: Conservation Biology, Urbanization, Birds (Ecology), Avifauna
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ANA CLAUDIA DE ALMEIDA

A IMPORTÂNCIA DE PARQUES URBANOS PARA A CONSERVAÇÃO DE AVES EM CASCAVEL, PR

CASCAVEL 2011

ANA CLAUDIA DE ALMEIDA

A IMPORTÂNCIA DE PARQUES URBANOS PARA A CONSERVAÇÃO DE AVES EM CASCAVEL, PR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao corpo docente da UNIOESTE, como parte das exigências do Curso de Ciências Biológicas para a obtenção do título de Bacharel em Ciências Biológicas. Orientador: Prof. Dr. José Flávio Cândido Júnior.

CASCAVEL 2011

Dedico este trabalho à minha mãe, Ruth Machado.

“O homem vangloria-se de ter imitado o voo das aves com uma complicação técnica que elas dispensam”.

Carlos Drummond de Andrade

AGRADECIMENTOS

Expresso meu reconhecimento à todas as pessoas que contribuíram para a concretização deste estudo, e de modo especial agradeço: À minha mãe, Ruth Machado, à minha irmã, Andrea Carolina de Almeida, e ao meu irmão, Fernando Rodrigo de Almeida, pela paciência, apoio e incentivo ao meu trabalho. Ao meu orientador e amigo, José Flávio Cândido Jr., pela atenção, exigência, confiança e credibilidade no meu trabalho, e por abrir meus olhos para o mundo da ornitologia. Ao meu amigo Diego Romagna Boiarski, pelo apoio, incentivo e auxílio nas coletas de dados. Ao meu parecerista Eliseu Vieira Dias, pela ajuda fornecida durante a realização do trabalho. Ao Programa de Iniciação Científica da Unioeste – PIBIC e à Fundação Araucária, pelo subsídio concedido ao presente trabalho.

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS............................................................................................7 LISTA DE TABELAS............................................................................................8 RESUMO...........................................................................................................10 1. INTRODUÇÃO...............................................................................................11 2. OBJETIVOS...................................................................................................14 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..........................................................................15 4. MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................24 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................28 6. CONCLUSÃO................................................................................................56 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................57 APÊNDICE A.....................................................................................................71 APÊNDICE B.....................................................................................................79

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização dos parques estudados..................................................25 Figura 2. Curva de acumulação de espécies para o Parque Tarquínio Joslin dos Santos................................................................................................................28 Figura 3. Curva de acumulação de espécies para o Parque Municipal Paulo Gorski.................................................................................................................29 Figura 4. Curva de acumulação de espécies para o Parque Danilo Galafassi..29 Figura 5. Curva de acumulação de espécies para o Bosque Elias Lopuch.......30 Figura 6. Dendograma mostrando a similaridade entre os parques (Índice de Jaccard).............................................................................................................31 Figura 7. Diagrama de dispersão e reta de regressão linear.............................32 Figura 8. Ninhos de Cacicus haemorrhous........................................................36 Figura 9. Ninho de Vanellus chilensis................................................................37 Figura 10. Filhote de Turdus leucomelas...........................................................38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Índices de similaridade (Jaccard) calculados entre os parques estudados em Cascavel, PR..............................................................................31 Tabela 2. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ilex paraguariensis e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Tarquínio)...........................................................................................................41 Tabela 3. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ocotea pulchella e

seus

respectivos

comportamentos

alimentares

(Parque

Tarquínio)...........................................................................................................41 Tabela 4. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Nectandra rigida e

seus

respectivos

comportamentos

alimentares

(Parque

Tarquínio)...........................................................................................................43 Tabela 5. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Blepharocalyx salicifolius

e

seus

respectivos

comportamentos

alimentares

(Parque

Tarquínio)...........................................................................................................44 Tabela 6. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ficus calyptroceras e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Danilo Galafassi)...........................................................................................................46 Tabela 7. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ligustrum lucidus

e

seus

respectivos

comportamentos

alimentares........................................................................................................47 Tabela 8. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Cupania vernalis e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Paulo Gorski).........48 Tabela 9. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ligustrum lucidus e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Paulo Gorski)...............................................................................................................49

9

Tabela 10. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Schinus terebinthifolius e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Paulo Gorski)...............................................................................................................50 Tabela 11. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Syagrus romanzoffiana e seus respectivos comportamentos alimentares (Bosque Elias Lopuch)..............................................................................................................52 Tabela 12. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Cupania vernalis e seus respectivos comportamentos alimentares (Bosque Elias Lopuch)..............................................................................................................53 Tabela 13. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ocotea pulchella e seus respectivos comportamentos alimentares (Bosque Elias Lopuch)..............................................................................................................54 Tabela 14. Relação de aves registradas nos parques Tarquínio Joslin dos Santos, Danilo Galafassi, Paulo Gorski e Bosque Elias Lopuch e suas respectivas

frequências

de

ocorrência..........................................................................................................71

10

RESUMO

Devido

à

intensa

modificação

dos

ambientes

naturais

e

sua

transformação em ambientes urbanos, muitas espécies da fauna silvestre têm perdido ambientes adequados à sua sobrevivência e reprodução. Algumas espécies de aves têm conseguido, entretanto, se adaptar a parques e praças urbanos, encontrando locais para reprodução, alimentação e abrigo.

Este

estudo avalia o uso dos parques Tarquínio Joslin dos Santos, Danilo Galafassi, Paulo Gorski e Bosque Elias Lopuch, em Cascavel – PR por aves, e busca compreender como se dá essa utilização por diferentes espécies. A primeira atividade realizada foi o levantamento das espécies de aves nos parques. A coleta dos dados foi feita através de reconhecimento visual e auditivo. Foi observado um total de 93 espécies: 64 espécies no Parque Tarquínio Joslin dos Santos, 50 espécies no Parque Danilo Galafassi, 67 espécies no Parque Municipal Paulo Gorski e 32 espécies no Bosque Elias Lopuch. As observações permitiram inferir que os parques urbanos estudados podem ser importantes espaços para as aves e utilizados como parte de estratégias para sua conservação. Palavras-chave: Levantamento, avifauna, urbanização.

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1. INTRODUÇÃO

O processo de urbanização e a retirada da vegetação natural para atividades

humanas

(em

especial

atividades

agropecuárias

e

de

estabelecimento de ambientes urbanos) transformam profundamente os ambientes naturais, criando uma paisagem distinta tanto fisionomicamente quanto em termos de composição de elementos, o que afeta severamente muitas espécies da fauna silvestre. Destes elementos, um dos que parece ser mais importante e que é alterado mais rapidamente é a cobertura vegetal natural. Sem uma matriz vegetal apropriada, muitas espécies da fauna silvestre de uma região têm dificuldade em obter alimento e abrigo, e isso reflete diretamente na sua capacidade reprodutiva e manutenção de populações minimamente viáveis. A degradação ambiental vem sendo muito grande principalmente em regiões

tropicais,

onde

os avanços

tecnológicos

permitem

o

rápido

desenvolvimento aos países concentrados nessas regiões, o que faz com que a vegetação nativa seja cada vez mais devastada e restrita a fragmentos. A fragmentação de hábitats gera grandes danos à fauna, como a extinção de várias espécies (Plano de Manejo da Estação Ecológica de Tamoios, 2006 apud PIRATELLI, 1999). Frente à forte perturbação de seus ambientes naturais, as espécies da fauna normalmente optam por uma de duas opções, minimizando assim os riscos de extinção: deslocam-se para outras áreas menos impactadas ou adaptam-se às novas condições. Essas duas possibilidades são muito comuns

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em aves e enquanto algumas se valem da sua facilidade de deslocamento e buscam áreas mais adequadas à sua sobrevivência, outras se adaptam à convivência com o ser humano (tendência sinantrópica), quando suas mínimas necessidades estão satisfeitas (VOSS, 1984). Para que esta convivência seja possível, entretanto, áreas mesmo de pequenas dimensões com cobertura vegetal arbórea como parques urbanos, praças, quintais, jardins das casas e vias públicas arborizadas são essenciais (ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1996, GILBERT, 1989). A presença de aves em ambientes urbanos exerce influência sobre variados aspectos, uma vez que elas podem ser fontes de distração para a população humana, afetam positivamente (ou negativamente) a flora, atuando como polinizadores e dispersores de sementes, podem se tornar agentes controladores ou veiculadores de doenças ao atuarem como predadoras de artrópodos que eventualmente trasmitem doenças ou mesmo na transmissão de zoonoses como a psitacicose e a tuberculose, ser usadas em programas de Educação Ambiental, etc. Deste modo, as aves ocupam lugar de destaque em pesquisas sobre fauna urbana (MATARAZZO-NEUBERGER, 1992; SUKOPP; WERNER, 1991). Visando a conservação das aves, o presente estudo será realizado de forma a conhecer a diversidade da avifauna urbana de Cascavel, verificando quais recursos dos parques podem ser manejados a fim de estimular a permanência e/ou reprodução de uma determinada espécie nesses locais, bem como a passagem de aves migratórias, buscando compreender como se dá essa

utilização

pelas

diferentes

espécies,

registrando

aspectos

de

reprodução/nidificação, alimentação e uso dos parques como locais de poleiro

13

pelas aves, e analisando as comunidades de cada parque quanto ao número de espécies, tamanho do parque e disponibilidade de alimento.

14

2. OBJETIVOS

Avaliar o uso de parques urbanos por aves em Cascavel, PR. Realizar levantamento de espécies de aves que utilizam os parques urbanos de Cascavel, PR. Registrar aspectos de reprodução/nidificação, alimentação e uso dos parques pelas aves. Analisar as comunidades de aves de cada parque quanto ao número de espécies, tamanho do parque e disponibilidade de alimento. Comparar as comunidades de aves dos parques estudados usando índices de similaridade.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O Brasil abriga uma das mais diversas avifaunas do mundo, com o número de espécies estimado em 1.832 (CBRO, 2011b). Segundo o IAP (2011), o Paraná possui 1.806 espécies de aves, e muitas delas podem ser encontradas nas cidades. O meio urbano possui uma grande variação de hábitats que podem ou não ser utilizados pela avifauna. A distribuição das aves está relacionada com o gradiente de urbanização, refletida na vegetação existente na zona urbana, o que exerce grande influênciasobre a avifauna, tanto sobre espéciesurbanas quanto sobre aquelas provenientes deambientes naturais (RUSZCZYK et al., 1987). Apesar de muitas espécies de aves não serem tolerantes ao ambiente urbano, outras conseguem se desenvolver muito bem nesse meio. Estas são ditas generalistas, e são consideradas menos sensíveis ao distúrbio ambiental causado pelo ser humano (predominando em áreas degradadas) do que as espécies especialistas, que possuem uma estreita faixa de tolerância (RICKLEFS; COX, 1972 apud BONIER; MARTIN; WINGFIELD, 2007). Espécies generalistas sobrevivem e se reproduzem em uma ampla faixa de condições climáticas, usam diversos tipos de recursos e podem ocupar diferentes hábitats, enquanto espécies especialistas se desenvolvem apenas em condições específicas a elas (GLAZIER, 1986 apud BONIER; MARTIN; WINGFIELD, 2007), pois distúrbios realizados pelo homem podem levar à destruição total ou parcial do hábitat natural dessas espécies. Características

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como o comportamento, a fisiologia e a ecologia de aves, bem como a flexibilidade de se ajustar a um novo ambiente são fundamentais para o sucesso de tolerância de ambientes modificados pelo homem (BONIER; MARTIN; WINGFIELD, 2007). Parques urbanos podem oferecer diversos recursos para as aves, como alimento, local para nidificação, abrigo e poleiro. A alimentação se dá de diferentes formas: frugivoria, nectivoria, insetivoria, onivoria, granivoria. Essas relações ecológicas são de grande importância para a manutenção de um ecossistema equilibrado. A frugivoria e a nectivoria possuem um grande papel na dispersão de sementes e polinização de plantas, respectivamente, essenciais para aumentar o sucesso de colonização e reprodução das mesmas.

A fragmentação de hábitat A

fragmentação

desenvolvimento

humano

florestal (VIANA;

está

amplamente

TABANEZ;

associada

BATISTA,

1997).

ao O

desmatamento gerado para o desenvolvimento da agricultura e da urbanização originam paisagens fragmentadas, contendo remanescentes da vegetação natural circundadas por hábitats com vegetação alterada ou urbanizados. A capacidade desses fragmentos isolados em manter a biota regional é de grande interesse na biologia da conservação (WARBURTON, 1997). A teoria da biogeografia de ilhas (MACARTHUR; WILSON, 1967)analisou os fatores determinantes da riqueza de espécies em ilhas e enfatizou que muitos dos

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princípios observados em arquipélagos aplicam-se a “hábitats insulares” no continente. O grau de tolerância de cada espécie a modificações no seu ambiente varia conforme sua capacidade de modificar ou ampliar seu nicho, ajustando-o às novas condições do hábitat (WELTY; BAPTISTA, 1962). Na medida em que as populaçõesde algumas aumentam, algumas permanecemnão afetadas, e outras

declinam

ou

desaparecem

emfragmentos

(STOUFFER;

BIERREGAARD, 1995). Sendo assim, são esperadas diferentes respostas das diferentes espécies de aves ao processo de fragmentação de uma ampla floresta (GIMENES; ANJOS, 2003). Fragmentos florestais circundados por um hábitat matriz muito diferente da vegetação florestal e isolados de outras florestas afetam o número de espécies (TERBORGH et al., 1997). As clareiras de florestas ao redor do fragmento podem representar uma barreira para muitas espécies de aves adaptadas a viverem no interior de florestas, o que impede o fluxo de indivíduos entre os fragmentos, com consequente diminuição da variabilidade genética.A fragmentação florestal gera possíveisefeitos na cadeia trófica e nas interaçõesinterespecíficas que podemacarretarna diminuição da sobrevivência dos organismos(GIMENES; ANJOS, 2003). A área do fragmento tem uma grande influência sobre o número de espécies. Essa relação é obtida de uma correlação entre a área e a diversidade de hábitats. Com o aumento da área também aumentaria a diversidade de hábitats, cada um com um conjunto de espécies associadas, levando a um aumento

da

riqueza

de

espécies

(WILLIAMS,

1964).

O

nível

de

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heterogeneidade da vegetação é a variável mais relevante relacionado à diversidade de aves (BOECKLEN, 1986). No Paraná, um levantamento realizado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – SEMA indica que dos 80% de florestas originais do estado restam hoje apenas 20% de florestas primitivas, concentrados basicamente na Serra do Mar, Parque Nacional do Iguaçu e região centro-sul. A situação é mais crítica quando são contabilizados apenas os remanescentes de florestas em estágios mais tardios. A vegetação em estágio médio de sucessão – podendo chegar até 20 metros de altura – aparece em 14,64% do estado e em estágio avançado, que podem chegar até 40 metros de altura e 2 metros de diâmetro, totalizam apenas 3,40% do total (AMBIENTE BRASIL, 2003). O desmatamento tem causado a migração de várias espécies de aves do ambiente natural para o ambiente urbano, ocupando parques e praças. A maioria das aves que ocorre nestes locais representa nova colonização, pois geralmente são locais reflorestados, com forte interferência humana na composição e estrutura da vegetação (ANJOS; LAROCA, 1989; KRÜGEL; ANJOS, 2000). Embora um remanescente florestal com pressão antrópica e em contato com outros hábitats não seja suficiente para manter uma comunidade de aves com estrutura semelhante ao que ocorre em uma área de floresta contínua, ele consegue manter uma comunidade com estrutura semelhante ao que ocorre em um remanescente de mesmo tamanho, localizado próximo a uma área de floresta contínua (LOPES; ANJOS, 2006), enfatizando a importância destes locais para a conservação de aves.

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O uso de corredores ecológicos em áreas urbanas é uma alternativa para a conservação de remanescentes florestais, promovendo a interligação e minimizando o efeito de isolamento dos fragmentos. Os corredores ecológicos urbanos têm por objetivo facilitar o fluxo genético entre populações, aumentando a chance de sobrevivência em longo prazo das comunidades biológicas e de suas espécies. São criados necessariamente para abrigar populações, como também para aumentar as probabilidades de sobrevivência de uma determinada espécie naquele local (PRADO et. al., 2003). Guimarães (2006) menciona a importância de buscar por estratégias, nos centros urbanos, que possam permitir uma harmonia entre as exigências da vida humana e as necessidades ecológicas de outras espécies. Para isso, a criação de parques, ambientes arborizados, e manutenção das matas ciliares nas

cidades possibilita a sobrevivência de uma maior diversidade de

organismos. O objetivo da implantação de um corredor ecológico urbano é a proteção das áreas verdes dentro da cidade e o desenvolvimento das espécies (flora e fauna) que foram prejudicadas em decorrência do crescimento acelerado da população e do ambiente modificado.

Dispersão de sementes A dispersão por animais frugívoros é um processo no qual as plantas têm suas sementes dispersas (os animais fornecem um meio de transporte aos propágulos das plantas) e os dispersores recebem um retorno nutricional na forma de um pericarpo carnoso, o fruto (COATES-ESTRADA; ESTRADA, 1988; ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1998).

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A dispersão de sementes (zoocoria) possui muitas vantagens, entre elas o escape das altas taxas de mortalidade de sementes e plântulas sob e próximo às plantas adultas, a colonização de novos ambientes e a dispersão para

microhabitats

favoráveis

ao

seu

desenvolvimento

(FRANCISCO;

GALETTI, 2002). Um grande número de árvores, lianas e arbustos têm seus frutos dispersospor animais (JORDANO, 2000). Estima-se que nas florestas tropicais entre 50-90% de todas as árvores são dispersas por animais (FLEMING, 1992). As plantas apresentam estratégias adaptativas na produção de frutos, cor, morfologia e composição nutricional para atrair o maior número e variedade de dispersores possíveis (SNOW, 1981). Os dispersores selecionam os frutos a partir dessas estratégias, influenciando o sucesso reprodutivo das plantas (STAGGEMEIER; GALETTI, 2007). O tamanho do fruto está intimamente relacionado com a escolha pela ave, uma vez que as plantas investem de maneira diferente na produção dos frutos, sendo que o conteúdo nutricional difere entre as espécies. Plantas que investem em pequenas sementes e frutos, porém produzem um grande número destes, possuem baixo valor nutritivo, atraindo aves generalistas. Plantas que limitam a produção de frutos, sendo estes de grande tamanho e ricos em polpa,

com alto valor

nutritivo, são dispersas por aves especialistas. O tamanho das sementes também está relacionado ao conteúdo nutricional: frutos que são ricos em lipídeos e proteínas possuemgeralmente sementes grandes, enquanto frutos suculentos,

ricos

em

água

sementespequenas(MCKEY, 1975).

e

carboidratos,

possuem

numerosas

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Estudos demonstram que há diferença na eficiência de dispersão de sementes entre as espécies de aves, e fatores como o número de visitas à planta, o número de sementes dispersas por visita,o modo de captura do fruto, a qualidade do tratamento dado às sementes no bico e no tubo digestivo, e a qualidade de deposição das sementes, influenciam na taxa de dispersão e sucesso reprodutivo da planta (FRANCISO; GALETTI, 2001). A evolução de frutos carnosos doces e coloridos está intimamente relacionada ao processo de co-evolução entre animais e plantas com flores. Após passagem pelo trato digestório dos animais, se não sofrerem danos, as sementes são dispersas para longe da planta-mãe. Essa passagem pelo tubo digestório permite, também, a quebra de dormência de algumas sementes, processo essencial para germinação das mesmas. Podem, ainda, ser regurgitadas para locais distantes de onde os frutos foram consumidos. As mudanças de cor que acompanham a maturação (de verde ou coloração inconspícua nos frutos imaturos para cores conspícuas nos maduros) são o indicativo de que os frutos estão prontos para serem ingeridos e as sementes maduras e prontas para dispersão (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 1999). Características intrínsecas da planta (forma de vida, tipo e tamanho do fruto) não explicam a taxa de consumo e visita pelas aves em frutos carnosos. Somente os fatores extrínsecos (riqueza de aves e grau de pressão antrópica no local) da planta são relacionados à frugivoria, sendo o fator riqueza de espécies de aves visitantes o que mais influencia as taxas de visitação e remoção de frutos. Locais com alto grau de perturbação antrópica apresentam menor riqueza de aves em relação a locais preservados (STAGGEMEIER; GALETTI, 2007).

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As ações antrópicas sobre a vegetação contribuem para a degradação ambiental, com consequente perda da biodiversidade. A fragmentação de hábitats afeta as interações entre animais e plantas, tendo efeitos negativos sobre a seleção dos frutos, com conseqüências para os processos de dispersão de sementes e regeneração das plantas (SCHUPP, 1993; LOISELLE; BLAKE, 1999). A redução das interações entre as plantas e aves em ambientes perturbados reduz a dispersão de sementes, diminuindo o sucesso reprodutivo e prejudicando o fluxo gênico através da dispersão (GODOY; JORDANO, 2001). Estudos de dispersão de sementes promovida pelas aves frugívoras em ambientes com diferentes graus de perturbações antrópicas devem ser altamente incentivadas para assim compreender o funcionamento dessas interações nos processos de demografia e genética das populações de plantas (STAGGEMEIER; GALETTI, 2007).

Recursos florais e polinização Os beija-flores são exclusivos das Américas e compõem uma das maiores famílias (Trochilidae) de aves, com 328 espécies, 78 destas ocorrendo no Brasil (SICK, 1997; SCHUCHMANN, 1999). São os principais polinizadores entre as aves (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 1999), representando o grupo dominante nas interações aves-flores na região Neotropical (STILES, 1980). Algumas angiospermas apresentam características florais que estão relacionadas às visitas por beija-flores, tais como cores vivas (principalmente vermelhas e amarelas, que são muito atrativas para a visão bem desenvolvida das aves), abundância de néctar, corolas tubulosas, nectário distante do

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estigma e das anteras, e ausência de odor (ENDRESS, 1994; FAEGRI; PIJL, 1979; RAVEN; EVERT; EICHHORN, 1999), porém, estudos indicam que os lobos olfatórios dos beija-flores não são pequenos em relação aos hemisférios do telencéfalo, permitindo que se orientem pelo odor (SICK, 1997). O fato de as aves restringirem suas visitas às flores de uma espécie de planta promove a polinização cruzada. Quando as flores são visitadas regularmente por animais grandes, com altas taxas de gastos energéticos, as flores precisam produzir grandes quantidades de néctar para satisfazer os requisitos metabólicos dos mesmos e mantê-los voltando à planta para mais visitas. Para evitar que animais menores e com taxas de consumo de energia mais baixas, as plantas polinizadas pelos animais maiores desenvolveram flores com néctar mantido em tubos ou outras estruturas inacessíveis aos pequenos animais, aumentando a chance de que ocorra a polinização cruzada (RAVEN; EVERT; EICHHORN, 1999). Ao contrário dos insetos, os beija-flores têm preferência por flores que contenham néctar mais diluído, com concentração de 20% de açúcar (BAKER, 1975 apud SICK, 1997). Essa baixa concentração em flores polinizadas por beija-flores diminui a competição com abelhas que, fisiologicamente, dependem de uma concentração de carboidrato mais alta, em torno de 70% (BOLTON et al., 1978 apud SICK, 1997).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi realizado nos parques Tarquínio Joslin dos Santos, Danilo Galafassi, Paulo Gorski e Bosque Elias Lopuch, em Cascavel, Paraná (FIGURA 1). O Parque Tarquínio Joslin dos Santos apresenta uma área de aproximadamente 77.600m², e se encontra no bairro Parque São Paulo (PREFEITURA MUNICIPAL DE CASCAVEL, 2010). O parque possui, ainda, uma área de lazer com 17.600m2, com churrasqueiras, quadras poliesportivas, campo de futebol, além de uma trilha ecológica com 1500m de extensão (WEBHOTEL, 2010). A vegetação do parque é caracterizada pela presença de áreas com vegetação arbustiva e áreas com árvores de até 30m de altura, na quais o sub-bosque foi removido e posteriormente foi plantado grama. Criado em 23 de julho de 1976, o Parque Municipal Danilo Galafassi possui uma área de 17.910m2, com o objetivo de preservar as nascentes do rio Cascavel e conservar araucárias e outras árvores nativas (PORTAL DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL, 2010a). Adjacente ao Parque Municipal Danilo Galafassi, encontra-se o Parque Municipal Paulo Gorski, conhecido como Lago Municipal, com uma área de 111.260m2, sendo 55.350m2 de mata nativa e 38.000m2 de lâmina d'água (PORTAL DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL, 2010b). O Bosque Municipal Elias Lopuch é o único local de lazer comunitário do Bairro Parque Verde, que se encontra no oeste da cidade, com trilhas para

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caminhada e uma área de 8.177m² (PORTAL DO MUNICÍPIO DE CASCAVEL, 2010c).

Figura 1: Localização dos parques estudados, sendo: A – Tarquínio Joslin dos Santos, B – Danilo Galafassi, C – Paulo Gorski e D – Elias Lopuch, em Cascavel, Paraná (Fonte: modificação do GOOGLE MAPS, 2011).

Para se avaliar o uso dos parques pelas aves, a primeira atividade realizada foi o levantamento das espécies. A coleta dos dados foi feita através de reconhecimento visual e auditivo. As observações foram desenvolvidas em sua maioria nas primeiras horas da manhã e nas últimas horas da tarde, no período de fevereiro de 2010 a julho de 2011, sendo 93 amostragens com um total de 186 horas.

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A identificação das aves foi realizada através de observação direta (DEL-CLARO, 2004), com auxílio de binóculos 8x40 e guias de identificação (LA PEÑA; RUMBOLL, 1998; NAROSKY; CHEBEZ, 2002), além de gravações de áudio para identificação através das vocalizações via site Xeno-Canto (XENO-CANTO, 2011). Após

esta

primeira

fase

de

levantamentos,

foram

anotadas

características ecológicas das aves, como alimentação, uso dos espaços para abrigo, nidificação etc., para melhor avaliar como cada espécie explora o ambiente. A etapa de registro de como cada espécie faz uso dos recursos do parque foi importante para determinar quais recursos podem ser manejados, caso se pretenda estimular a permanência e/ou reprodução de uma determinada espécie em parques urbanos como do presente estudo. As análises estatísticas foram feitas utilizando o programa estatístico R (IHAKA; GENTLEMAN, 1996). O índice de similaridade de Jaccard (MULLERDOMBOIS; ELLENBERG, 1974) foi utilizado para avaliar o grau de semelhança entre os parques estudados. Os critérios de avaliação para similaridade foram considerados, segundo Drumond et al. (1982). A frequência de ocorrência (FO) foi calculada em cada parque a partir da relação do número de registros de cada espécie pelo número total de visitas, classificando em categorias de ocupação, segundo Mendonça-Lima e Fontana (2000), adaptadas de Argel-de-Oliveira (1995). O teste de homogeneidade foi utilizado para testar a hipótese de que as diferentes populações possuem a mesma proporção em todos os parques, onde foi verificado se o tamanho do parque e sua composição afetam o número de espécies. A análise de regressão linear foi utilizada para testar a hipótese

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de que o número de espécies não aumenta com o aumento do tamanho do parque.

28

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um total de 93 espécies de aves foi registrado nos quatro parques estudados: 64 espécies no Parque Tarquínio Joslin dos Santos, distribuídas em 14 ordens e 29 famílias; 50 espécies no Parque Danilo Galafassi, distribuídas em 11 ordens e 23 famílias; 67 espécies no Parque Municipal Paulo Gorski, distribuídas em 14 ordens e 28 famílias; 32 espécies no Bosque Elias Lopuch, distribuídas em 9 ordens e 18 famílias (Apêndice A). Em todos os parques, Passeriformes foi a ordem mais representativa, com 34 espécies (53,12%), 31 espécies

(62%),

40

espécies

(59,7%)

e

17

espécies

(53,12%),

respectivamente. As figuras 1-4 mostram a curva de acumulação de espécies registradas em cada parque.

Figura 2. Curva de acumulação de espécies para o Parque Tarquínio Joslin dos Santos.

29

Figura 3. Curva de acumulação de espécies para oParque Municipal Paulo Gorski.

Figura 4. Curva de acumulação de espécies para o Parque Danilo Galafassi.

30

Figura 5. Curva de acumulação de espécies para o Bosque Elias Lopuch.

Os parques apresentam similaridade média em relação à sua composição faunística, exceto quando comparados os parques Paulo Gorski e Danilo Galafassi com o Bosque Elias Lopuch (Tabela 1 e Figura 6). Essa similaridade média pode ser explicada pelo grande número de espécies generalistas que compõem a maior parte da avifauna dos parques, o que permite a exploração de diferentes ambientes pelas mesmas espécies (VALADÃO; FRANCHIN; MARÇAL JR, 2006), enquanto que a baixa similaridade com o Bosque Elias Lopuch pode estar relacionado ao menor tamanho do parque e a ausência de ambiente aquático no mesmo.

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Tabela 1. Índices de similaridade (Jaccard) calculados entre os parques estudados em Cascavel, PR.

Parque Municipal Paulo Gorski Parque Danilo Galafassi Parque Tarquínio Joslin dos Santos

Parque Danilo Galafassi

Parque Tarquínio Joslin dos Santos

Bosque Municipal Elias Lopuch

0,46

0,54

0,26

-

0,48

0,29

-

-

0,45

Figura 6. Dendograma mostrando a similaridade entre os parques (Índice de Jaccard). 1 – Parque Tarquínio Joslin dos Santos; 2 – Parque Danilo Galafassi; 3 – Parque Municipal Paulo Gorski; 4 – Bosque Elias Lopuch.

32

Houve diferença significativa no número total de espécies nos hábitats estudados (X² = 14,398; gl = 3; α = 0,05), ou seja, o número de espécies nas diferentes áreas não é o mesmo, o que pode ser explicado pelo tamanho do parque e/ou composição da vegetação do mesmo. A análise de regressão linear (t = 5,578; gl = 2; α = 0,05) indicou que quanto maior o tamanho do parque, maior o número de espécies de aves encontradas (Figura 7). Hábitats mais complexos tendem a sofrer variações menos acentuadas de recursos, mantendo a diversidade de sua avifauna constante (MOTTA-JÚNIOR, 1990), e praças maiores, com vegetação variada e que conservem parte da vegetação natural são importantes para a manutenção de uma avifauna diversificada (MATARAZZO-NEUBERGER, 1995).

Figura 7. Diagrama de dispersão e reta de regressão linear.

33

Os Parques Municipais Paulo Gorski, Danilo Galafassi e Tarquínio Joslin dos Santos apresentam uma grande área com diversificação de hábitat e, principalmente este último, de vegetação que serve como alimento, fornecendo suporte para a manutenção de um número maior de espécies quando comparado ao Bosque Elias Lopuch. Muitas

espécies

tiveram

registros

pouco

frequentes,

e

foram

categorizadas como ocasionais e/ou sobrevoantes (Tabela 2), o que pode ser explicado pelo aparecimento temporário de aves migratórias ou que permanecem pouco tempo no local (POZZA, 2002), pela vocalização pouco conspícua e/ou baixa densidade populacional na área (ALEIXO; VIELLIARD, 1995). A espécie mais comum nos parques é a Zenaida auriculata, com população que pode exceder facilmente algumas centenas de indivíduos nos Parques Tarquínio Joslin dos Santos, Paulo Gorski e Danilo Galafassi. Sua presença em toda região se deve, principalmente, à intensa atividade agrícola do oeste do Paraná, que produz ampla oferta de grãos durante todo o ano. Dentre as espécies registradas, podem ser consideradas sinantrópicas Columba livia, Zenaida auriculata, Furnarius rufus,Turdus amaurochalinus, Turdus

rufiventris,

Turdus

leucomelas,Pitangus

sulphuratus

e

Passer

domesticus, sendo que essas espécies se beneficiaram ao consumirem restos de alimentos deixados por visitantes. A espécie Passer domesticus, inclusive, é ave que só existe, no Brasil, em ambientes antropizados (ARGEL-DEOLIVEIRA, 1996; GAVARESKI, 1976; GILBERT, 1989; apud FRANCHIN;

34

MARÇAL JR., 2004; SICK, 1997). Essas ocorrências indicam o alto grau de urbanização das áreas em estudo (FRANCHIN; MARÇAL JR., 2004). Duas espécies registradas, Philohydor lictor e Sublegatus modestus, não se encontram entre as espécies registradas no Paraná por Scherer-Neto et al. (2011), sendo uma importante contribuição para os registros ornitológicos do Estado. A inclusão de novas espécies em listas de fauna são fundamentais para o enriquecimento das informações e do conhecimento da biodiversidade de um determinado local, importantes no processo de verificação da qualidade ambiental e conservação da área (PENSE; CARVALHO, 2005).

5.1. Reprodução 5.1.1. Parque Tarquínio Joslin dos Santos Durante o período observado, foram confirmadas atividades reprodutivas de Zenaida auriculata, Furnarius rufus e Turdus amaurochalinus. Outras espécies, embora não tenha sido confirmada a reprodução, permaneceram formando casais durante o período observado, como Megascops choliba, Chlorostilbon lucidus, Chloroceryle americana, Euphonia chlorotica, Tersina viridis, Volatinia jacarina e Passer domesticus. Foi registrada também, a presença de indivíduos juvenis das espécies Milvago chimachima, Guira guira e Tyrannus savana.

35

5.1.2. Parque Municipal Danilo Galafassi Durante o período observado, foram confirmadas atividades reprodutivas de Cacicus haemorrhous, apresentando em torno de 25 ninhos em um indivíduo de Araucaria angustifolia (Figura 8). Segundo Feekes (1981) e Duca e Marini (2004), a espécie C. haemorrhous não apresenta preferência por alguma espécie de árvore para realização da nidificação. A reprodução em colônias de espécies de Icteríneos parece ser extremamente importante durante o período reprodutivo, pois os machos emitem chamados de alerta com a aproximação de predadores e atacam os intrusos (DUCA; MARINI, 2004; FEEKES, 1981; ROBINSON, 1986). Não foram registrados ninhos de outras espécies de aves na mesma árvore onde a colônia se estabeleceu. Duca e Marini (2004) observaram ninhos de espécies da família Tyrannidae, sugerindo que haja associação entre estas e C. haemorrhous, devido aos benefícios de uma defesa mais eficaz contra predadores. Outras espécies, embora não tenha sido confirmada a reprodução, permaneceram formando casais durante o período observado, como Columba livia, Euphonia chlorotica, Tersina viridis e Passer domesticus. Foi observado um indivíduo juvenil da espécie Rupornis magnirostris.

36

Figura 8. Ninhos de Cacicus haemorrhous. Foto: Ana Claudia de Almeida.

5.1.3. Parque Municipal Paulo Gorski Durante o período observado, foram confirmadas atividades reprodutivas de Vanellus chilensis, Zenaida auriculata, Pitangus sulphuratus, Tyrannus melancholicus, Cairina moschata e Anser anser. A Figura 9 mostra um ninho de V. chilensis. Outras espécies, embora não tenha sido confirmada a reprodução, permaneceram formando casais durante o período observado ou

37

período reprodutivo, como Tangara sayaca, Euphonia chlorotica, Volatinia jacarina, Tersina viridis e Passer domesticus.

Figura 9. Ninho de Vanellus chilensis. Foto: Ana Claudia de Almeida.

5.1.4. Bosque Municipal Elias Lopuch Durante o período observado, foram confirmadas atividades reprodutivas de Zenaida auriculata, Furnarius rufus e Turdus leucomelas. Foram observados ovos eclodidos de indivíduos do gênero Turdus, porém, não foi possível identificar a qual espécie pertencia. Outras espécies, embora não tenha sido confirmada a reprodução, permaneceram formando casais durante o período observado, como Megascops choliba, Pteroglossus castanotis e Passer domesticus. Foi observado um ninho de um casal da espécie T. leucomelas contendo dois filhotes

que



apresentavam

rêmiges

e

retrizes

ainda

pouco

desenvolvidas para permitir o voo. Um dos filhotes já apresentava o comportamento de voar, apesar de serem voos de baixa altura (Figura 10). Os

38

pais apresentaram comportamento agonístico/agressivo contra as espécies Turdus rufiventris, Tangara sayaca, Chlorostilbon lucidus e Empidonomus varius. Já foi constatado que, durante o período de acasalamento, o casal torna-se agressivo, afugentando de seu território aves como C. ani ou P. sulphuratus (SIGRIST, 2006). Também apresentaram um comportamento de defesa do filhote contra dois cães que tentaram se alimentar de um dos filhotes que estava no chão. A aproximação de pessoas do ninho também deixou o casal com comportamento agressivo, e os pais vocalizavam e pulavam nos galhos de árvores próximas todo o tempo em que havia alguém próximo. Também foi registrada a presença de dois filhotes de Zenaida auriculata e um filhote de Passer domesticus.

Figura 10. Filhote de Turdus leucomelas. Foto: Ana Claudia de Almeida.

5.2. Alimentação A maioria das espécies observadas utiliza o parque não só para abrigo noturno (ou diurno, no caso das corujas) e reprodução, mas também como local para obtenção de alimento. A Tabela 14 (Apêndice A) mostra o tipo de

39

alimentação das espécies observadas em campo e o Apêndice B contém as características das plantas observadas em campo que foram visitadas por aves.

5.2.1. Parque Tarquínio Joslin dos Santos Alguns indivíduos da espécie Turdus rufiventris foram observados se alimentando de anelídeos (Oligochaeta). A espécie Hylocharis chrysura foi observada se alimentando em flores de pata-de-vaca (Bauhinia variegata purpurea e Bauhinia variegata candida), enquanto a espécie Chlorostilbon lucidus foi observada se alimentando em flores

de

pinheiro-bravo

(Podocarpuslambertii),

de

beijinho

(Impatiens

walleriana), de paineira-rosa (Chorisia speciosa), de glória-da-manhã (Ipomoea purpurea) e Ludwigia sp., e estes podem ser polinizadores das respectivas plantas. Além da presença da espécie Chlorostilbon lucidus se alimentando nas flores de P. lambertii, foi observado o consumo de frutos da planta por Turdus amaurochalinus, que realizou poucas visitas e parece ter pouca expressividade na dispersão das sementes dessa espécie de planta. O besourinho-de-bico-vermelho, Chlorostilbon lucidus, fez diversas visitas nas flores de C. speciosa durante o período de observação no mês de janeiro de 2011, sugerindo que este beija-flor seja um agente polinizador das mesmas.

40

Próximo às espécies Impatiens walleriana e Ludwigia sp. foi observada a presença das espécies Hylocharis chrysura, Anthracothorax nigricollis, Eupetomena macroura, Florisuga fusca e Leucochloris albicollis, que provavelmente se alimentam do néctar presente nas flores e podem atuar como polinizadores das mesmas. Hylocharis chrysura também foi visto se alimentando de insetos quando a oferta dos recursos florais era escassa devido ao período de baixa floração no parque. Foram observados comportamentos de frugivoria realizados por algumas aves, como Turdus rufiventris, Turdus leucomelas, Turdus amaurochalinus, Tyrannus savana, Pitangus sulphuratus, Euphonia chlorotica e Tangara sayaca. A seguir se encontram descrições sobre os comportamentos alimentares das aves nas plantas observadas em campo (Tabelas 2-5).

Ilex paraguariensis A. St.-Hil.

Essa espécie apresenta frutos globosos e lisos do tipo baga com sementes duras, os quais amadurecem entre os meses de janeiro e março, sendo muito consumidos por aves, os quais podem dispersar suas sementes (LORENZI, 2002a).

41

Tabela 2. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ilex paraguariensis e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Tarquínio). Espécie Pitangus sulphuratus Tangara sayaca

Coleta

Ingestão

Parte da árvore

Carrega no bico

Visitas

p/v

i

b

n

M

p

a

b

n

1

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

Ocotea pulchella Mart. No parque Tarquínio Joslin dos Santos, verificou-se o consumo dos frutos no mês de novembro de 2010. Tabela 3. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ocotea pulchella e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Tarquínio). Espécie Turdus amaurochalinus

Coleta

Ingestão

Parte da árvore

Carrega no bico

Visitas

p

i

m

n

P

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

42

Nectandra rigida (Kunth) Nees No Parque Tarquínio Joslin dos Santos, as espécies Turdus rufiventris e Turdus amaurochalinus fizeram a ingestão dos frutos de N. rigida caídos próximos à planta-mãe. As espécies da família Lauraceae possuem frutos com uma grande semente que está envolvida por um pericarpo fino e polpa com alto percentual de lipídios (SNOW, 1981), o que pode fornecer grande quantidade de energia. Em estudos realizados por Krügel, Burger e Alves (2006), foi observado que aves residentes do Campo de Instrução de Santa Maria – RS foram responsáveis pelo maior consumo de frutos de Nectandra megapotamica (75,7%) em relação às migratórias (24,3%). Foram observadas diversas espécies se alimentando de N. megapotamica, como Turdus albicollis, Turdus rufiventris,

Myiodynastes

maculatus,

Tyrannus

savanna,

Turdus

amaurochalinus e Pitangus sulphuratus, as espécies que se destacaram na quantidade de visitas à planta (84,3%). O tamanho do bico pode afetar a eficiência da ave na dispersão de sementes. As espécies T. albicollis, T. rufiventris, T. amaurochalinus, P. sulphuratus, T. savana e M. maculatus, ao engolirem frutos inteiros, podem ser potenciais dispersoras, combinado aos maiores percentuais de consumo e à maior freqüência de visitação. No presente estudo, a observação de apenas duas espécies de aves se alimentando dos frutos de N. rigida no Parque Tarquínio (T. rufiventris e T. amaurochalinus) pode estar ligada ao fato de existirem outras plantas frutificando simultaneamente no parque, como Blepharocalyx salicifolius e Ilex

43

paraguariensis, que foram as plantas com maior quantidade de espécies de aves se alimentando de seus frutos, e que podem ser melhor opção tanto para as aves migratórias quanto para residentes. Tabela 4. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Nectandra rigida e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Tarquínio). Coleta

Ingestão

Parte da árvore

Carrega no bico

Visitas

Turdus amaurochalinus

p

i

V

n

P

Turdus leucomelas

p

a

M

n

P

Tersina viridis

p

a

c

s

P

Espécie

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg O cambuí possui frutos do tipo baga globosa pequena, glabras, de cor vermelha, contendo de 1-4 sementes. São muito porcurados por aves, sendo por isso muito indicada para o reflorestamento ao longo das margens de rios (LORENZI, 2002b).

44

Tabela 5. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Blepharocalyx salicifolius e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Tarquínio). Coleta

Ingestão

Parte da árvore

Carrega no bico

Visitas

p/v

i

V

n

M

Turdus rufiventris

p

i

V

n

V

Tyrannus savana

p/v

i

c/m

s

M

Pitangus sulphuratus

p

i

m

n

M

Tangara sayaca

p

i

V

s

V

Euphonia chlorotica

p

i

m

s

P

Espécie Turdus amaurochalinus

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

5.2.2. Parque Municipal Danilo Galafassi O Parque Municipal Danilo Galafassi não apresenta muitas plantas fornecedoras de alimento às aves na parte de visitação, acessível através das trilhas. Foi observado nectavoria em Hibiscus rosa-sinensis por Hylocharis sapphirina (beija-flor-safira) e Chlorostilbon lucidus (besourinho-de-bicovermelho), e em Sanchezia speciosa por Hylocharis chrysura. As espécies Zenaida auriculata (pomba-de-bando), Columba livia (pomba-doméstica), Cyanocorax chrysops (gralha-picaça) e Passer domesticus (pardal) foram observadas consumindo os alimentos fornecidos aos animais

45

dos recintos do zoológico. Cyanocorax chrysops alimentou-se também de sementes de Araucaria angustifolia e insetos. Foi

observada

sulphuratus,

frugivoria

Sporophila

em

Ficus

caerulescens,

calyptroceras Turdus

por

Pitangus

rufiventris,

Turdus

amaurochalinus, Tangara sayaca e Philohydor lictor, e em Trema micrantha por Tachyphonus coronatus. Segundo Ragusa-Netto (2002), as espécies Tangara sayaca, Turdus amaurochalinus e Pitangus sulphuratus são potenciais dispersoras de Ficus calyptroceras, apresentando alto consumo de seus frutos. Também foi observado o consumo de restos alimentares deixados por humanos no parque por Z. auriculata, C. livia e P. domesticus. Abaixo se encontram relatos do comportamento das aves nas plantas que tiveram seus frutos consumidos (Tabelas 6-7).

Ficus calyptroceras Miq. Essa esopécie de figueira produz anualmente abundante quantidade de sementes viáveis, altamente disseminadas pela avifauna (LORENZI, 2002b) através da ingestão dos frutos, apesar destes apresentarem baixa qualidade nutricional (FROST, 1980; HERRERA, 1981; LEIGHTON, 1982; MORTON, 1973; WHITE, 1964 apud LAMBERT, 1989).

46

Tabela 6. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ficus calyptroceras e seus respectivos comportamentos alimentares. Coleta

Ingestão

Parte da árvore

Carrega no bico

Visitas

Pitangus sulphuratus

p

i/a

V

n

M

Philohydor lictor

p

i/a

m

n

M

Turdus amaurochalinus

p

i

m

n

M

Turdus rufiventris

p

i

m

n

M

Tangara sayaca

p

a

m

n

M

Sporophila caerulescens

p

a

m

n

M

Espécie

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

Trema micrantha (L.) Blume. Durante as observações em Trema micrantha, foi relatado o consumo dos frutos pela espécie Tachyphonus coronatus (Tabela 7), também observado por Caetano (2005) no Parque Ambiental de Cascavel, PR, o qual representa um dos últimos remanescentes de vegetação florestal natural do oeste do Paraná. Essa espécie realizou uma visita curta à planta, o que aumenta a probabilidade de que as sementes ingeridas sejam eliminadas longe da plantamãe, favorecendo sua dispersão (ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1999).

47

Tabela 7. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Trema micrantha e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Danilo Galafassi). Espécie Tachyphonus coronatus

Coleta

Ingestão

Parte da árvore

Carrega no bico

Visitas

p

i

b

n

1

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

5.2.3. Parque Municipal Paulo Gorski Foram registrados alguns comportamentos como a captura de invertebrados aquáticos por Egretta thula, Gallinula galeata, Furnarius rufus e Vanellus chilensis e de pequenos peixes por Phalacrocorax brasilianus e Chloroceryle amazona, e também frugivoria em Cupania vernalis por Tyrannus savana, Turdus amaurochalinus e Molothrus rufoaxillaris, em Ligustrum lucidum por Sporophila caerulescens e em Schinus terebinthifolius por Tangara sayaca. A espécie Leucochloris albicollis foi observada se alimentando em flores de Bauhinia variegata, podendo ser polinizador da planta. Hábito insetívoro semelhante à garça-vaqueira (Bubulcus ibis) foI registrado

para

Crotophaga

ani,

Pitangus

sulphuratus

e

Tyrannus

48

melancholicus; estes permaneciam no dorso de capivaras enquanto elas se alimentavam, capturando insetos que saíam do meioda vegetação. Abaixo, são apresentados os relatos do comportamento das aves em Cupania vernalis, Ligustrum lucidum e Schinus terebinthifolius (Tabelas 8-10).

Cupania vernalis Camb. No Parque Municipal Paulo Gorski, foi verificado o consumo de sementes de C. vernalis nos meses de novembro de 2010 a janeiro de 2011. Essa espécie é utilizada em plantios mistos destinados à recuperação de áreas degradadas de preservação permanente e também no paisagismo, tendo grande importância para a fauna, que se beneficiam de seus frutos, principalmente as aves, que são atraídas pela coloração laranja e sabor adocicado do arilo que envolve as sementes (LORENZI, 2000). Tabela 8. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Cupania vernalis e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Paulo Gorski). Espécie Coleta Ingestão Parte da Carrega no Visitas árvore bico Tyrannus savana

p/v

a

V

n

M

Turdus amaurochalinus

p

a

V

s

M

Molothrus rufoaxillaris

p

a

b

n

1

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram

49 frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

Ligustrum lucidum W.T. Aiton. Os frutos do ligustro são numerosos, do tipo drupa, roxo-pardos, com pouca polpa, que pode conter 1 ou 2 sementes pequenas. Tabela 9. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ligustrum lucidus e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Paulo Gorski). Carrega no Espécie Coleta Ingestão Parte da Visitas árvore bico Sporophila caerulescens

p

i

b

n

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

Schinus terebinthifolius Raddi A aroeira-vermelha apresenta frutos do tipo drupa globosa de cor vermelha brilhante quando maduras, sendo amplamente disseminados por aves, o que explica sua boa regeneração natural (LORENZI, H., 2002).

P

50

Tabela 10. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Schinus terebinthifolius e seus respectivos comportamentos alimentares (Parque Paulo Gorski). Espécie Tangara sayaca

Coleta

Ingestão

Parte da árvore

Carrega no bico

Visitas

p

i/a

m

n

P

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

2.4. Bosque Municipal Elias Lopuch Durante

observação

do

forrageio,

foram

registrados

alguns

comportamentos como a captura de invertebrados por Furnarius rufus, Passer domesticus, Turdus rufiventris e Turdus leucomelas,além da frugivoria observada no abacateiro (Persea americana) por Turdus amaurochalinus, no jerivá (Syagrus romanzoffiana) por Aratinga leucophthalma, na canela-lageana (Ocotea pulchella) e no camboatá-vermelho (Cupania vernalis) por outras aves, e nectivoria em jacarandá mimoso (Jacaranda mimosifolia) por Chlorostilbon lucidus. A espécie Euphonia chlorotica foi registrada ingerindo partes do fruto de Cereus sp. (Cactaceae).

Foram encontrados regurgitos de Megascops

choliba próximo ao local de poleiro, que continham insetos pertencentes à ordem Hymenoptera, família Formicidae.

51

Um filhote de T. leucomelas foi alimentado por um dos pais com uma lagartixa e houve a tentativa de fornecimento de minhocas para o filhote, porém, este se recusava a receber o alimento e capturava insetos no gramado. Dois indivíduos da espécie Pitangus sulphuratus dificultavam o processo ao tentar roubar as minhocas do indivíduo adulto de T. leucomelas. O filhote de Passer domesticus avistado no parque foi observado recebendo artrópodes capturados pela fêmea. Abaixo são relatados os comportamentos das aves nas plantas em Jacaranda mimosifolia, Syagrus romanzoffiana, Cupania vernalis e Ocotea pulchella (Tabelas 11-13).

Jacaranda mimosifolia D. Don No Bosque Elias Lopuch, foram observadas visitas da espécie Chlorostilbon lucidus às flores de J. mimosifolia, porém, a ave obtinha o néctar através de perfurações na base da corola, devido ao bico curto em relação ao comprimento da corola, o que descarta a possibilidade de polinização dessas flores por C. lucidus. Essa espécie atuou como um pilhador de néctar (INOUYE, 1983; MENDONÇA; ANJOS, 2005), sendo assim denominado por remover os recursos florais oferecidos sem realizar a polinização da planta (MALOOF; INOUYE, 2000). Leal, Lopes e Machado (2006) verificaram que a espécie C. lucidus atuou como pilhadora em flores de Psittacanthus bicalyculatus (Loranthaceae), Caesalpinia

pyramidalis

(Caesalpinaceae),

Encholirium

spectabile

(Bromeliaceae) e Ipomoea sp. (Convolvulaceae). A ação de pilhadores de

52

néctar pode resultar em danos às plantas, tais como menor atratividade das flores para polinizadores efetivos e abortos de botões florais (MOTHERSHEAD; MARQUIS, 2000; SANTOS; DEL-CLARO, 2001), podendo levar à redução do sucesso reprodutivo do indivíduo (MALOOF; INOUYE, 2000). Mais estudos seriam necessários para obtenção de resultados mais concretos.

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman. No Bosque Elias Lopuch foi verificado o consumo dos frutos de S. romanzoffiana por Aratinga leucophtalma no mês de agosto. É provável que sua presença no parque observada entre os meses de agosto e setembro seja determinada pela disponibilidade dos frutos dessa planta durante esse período (LORENZI, 2002a). Tabela 11. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Syagrus romanzoffiana e seus respectivos comportamentos alimentares (Bosque Elias Lopuch). Parte da Carrega no Espécie Coleta Ingestão Visitas árvore bico Aratinga leucophtalma

p

a

c

n

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

M

53

Cupania vernalis Camb. Neste trabalho, foi constatada a frutificação de um individuo de C. vernalis presente no Bosque Elias Lopuch nos meses de setembro de 2010 a janeiro de 2011. Alguns indivíduos de Turdus amaurochalinus fizeram a ingestão das sementes caídas próximos à planta-mãe. Indivíduos de Cacicus haemorrhous foram observados se alimentando apenas do arilo que envolve as sementes, sendo esta uma espécie com baixo potencial dispersor da planta. Tabela 12. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Cupania vernalis e seus respectivos comportamentos alimentares (Bosque Elias Lopuch). Espécie Coleta Ingestão Parte da Carrega no Visitas árvore bico Turdus leucomelas

p

a

V

s

M

Cacicus haemorrhous

p

a

m

n

P

Pitangus sulphuratus

p

a

V

n

1

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

54

Ocotea pulchella Mart. Foi verificado o consumo de frutos dessa espécie de canela por duas espécies de aves no Bosque Elias Lopuch. Tabela 13. Espécies de aves que se alimentaram dos frutos de Ocotea pulchella e seus respectivos comportamentos alimentares (Bosque Elias Lopuch). Coleta

Ingestão

Parte da árvore

Carrega no bico

Visitas

Euphonia chlorotica

p

a

c/m

n

M

Tangara sayaca

p

i

c/m

n

M

Espécie

Coleta – modo de coleta de frutos pelas aves: p = aves que coletaram frutos em pouso, v = aves que coletaram frutos em voo, p/v = aves que coletaram frutos tanto em pouso quanto em voo; Ingestão: modo de ingestão dos frutos pelas aves: i = aves que engoliram o fruto inteiro, a = aves que engoliram somente parte do fruto, i/a = aves que engoliram frutos inteiros e também partes dos frutos; Parte da árvore: parte da árvore em que ocorreu a coleta de frutos pela ave: c = na copa da árvore, m = no meio da árvore, b = na parte baixa da árvore, V = em várias partes da árvore; Carrega no bico: presença ou não de carregar frutos no bico e voar: s = aves que carregaram frutos no bico, n = aves que não carregaram frutos no bico; Visitas: número de visitas das aves na árvore: P = poucas visitas, M = muitas visitas, 1 = apenas uma visita.

2.5. Outras informações As árvores frutíferas presentes nos parques podem ser facilmente dispersas pelas aves que consomem seus frutos ou sementes. Visitas curtas à planta (que duram em média um minuto) diminuem a probabilidade de que sementes ingeridas sejam eliminadas sob a própria planta-mãe e causa um aumento na probabilidade de sua dispersão, mas caso as visitas sejam muito frequentes, esse aumento pode ser perdido (ARGEL-DE-OLIVEIRA, 1999). O grande número de visitas sugere que seus frutos constituam um importante recurso alimentar para os dispersores (FRANCISCO; GALETTI, 2002). O que

55

também aumenta a chance de dispersão da planta é o comportamento de coletar a semente e voar com ela no bico, observado em algumas espécies, podendo ser derrubada em locais distantes da planta-mãe (MANHÃES, 2003). A maioria das formações vegetais passa por um ou mais períodos de relativa escassez de frutos ao longo do ano que obrigam as aves frugívoras a alterar a dieta ou realizar deslocamentos em busca de novas áreas de alimentação. Exemplos de espécies que realizam deslocamentos são Tyrannus savana e Empidonomus varius, que foram registradas nos meses de setembro a fevereiro nos parques, não sendo registrados nos outros meses devido ao início da sua migração em direção ao norte do Brasil, onde buscam novos recursos alimentares que estarão indisponíveis na região sul nessa época do ano. Muitas espécies de aves frugívoras durante o período de frutificação abundante, geralmente no verão, alteram a dieta para a insetivoria no período de escassez de frutos, como T. leucomelas, T. rufiventris, T. amaurochalinus e Cyanocorax chrysops.

56

6. CONCLUSÃO

Verificou-se que os parques são importantes para um grande número de espécies de aves, fornecendo recursos alimentares, local para nidificação e descanso. Algumas espécies são residentes nos locais o ano todo, outras os aproveitam durante passagem migratória. O presente trabalho mostra que todas as plantas observadas nos parques constituem um importante recurso alimentar para as aves, sejam elas frugívoras, granívoras ou nectarívoras. Deveria ser feito um manejo nos parques e plantar principalmente aquelas nativas da região que, além de importantes para a alimentação das aves, podem ser dispersas pelas mesmas, ter a polinização facilitada e recompor a flora da região. O registro de novas duas espécies de aves no Paraná (Philohydor lictor e Sublegatus modestus) é de grande contribuição para os registros ornitológicos do Estado, sendo o conhecimento sobre a biodiversidade um fator importante para se realizar a conservação da avifauna. É importante que se desenvolvam projetos de conservação no parque para que essas aves continuem utilizando seus recursos. A presença dessas espécies, aliada ao acúmulo de informações sobre elas e suas interações com o parque devem ser explorados como material básico para Educação Ambiental e sensibilização da população da importância de espaços semelhantes.

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Xeno-canto:

sharing

bird

songs

from

around

the

World.Disponível em: . Acesso em: 2010 – 2011.

71

APÊNDICE A

Tabela 14. Relação de aves registradas nos parques Tarquínio Joslin dos Santos, Danilo Galafassi, Paulo Gorski e Bosque Elias Lopuch e suas respectivas frequências de ocorrência (FO: R – residente, P – provável residente, O – ocasional e/ou sobrevoante). A ordem taxonômica e nomenclatura seguem o Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2011a). O hábito alimentar é descrito segundo observação em campo. Nome do Táxon

Nome Comum

Hábito alimentar

Parque Tarquínio

Parque Danilo Galafassi

Parque Paulo Gorski

Bosque Elias Lopuch

Anser anser (Linnaeus 1758)

Ganso-bravo

Herbívoro

-

-

R

-

Cairina moschata (Linnaeus, 1758)

Pato-do-mato

Herbívoro

-

-

R

-

Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789)

Pé-vermelho

-

-

O

-

ANATIDAE

PHALACROCORACIDAE Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789)

Biguá

Piscívoro

O

O

R

-

Nycticorax nycticorax (Linnaeus, 1758)

Savacu

Piscívoro

-

-

O

-

Butorides striata (Linnaeus, 1758)

Socozinho

Piscívoro

O

O

R

-

Egretta thula (Molina, 1782)

Garça-branca-pequena

Insetívoro

O

-

R

-

ARDEIDAE

CATHARTIDAE

72

Coragyps atratus (Bechstein, 1793)

Urubu-de-cabeça-preta

O

-

P

O

Elanus leucurus (Vieillot, 1818)

Gavião-peneira

O

-

-

-

Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788)

Gavião-carijó

P

P

P

-

ACCIPITRIDAE

Carnívoro

FALCONIDAE Caracara plancus (Miller, 1777)

Caracará

-

-

P

O

Milvago chimachima (Vieillot, 1816)

Carrapateiro

O

-

-

-

Aramides saracura (Spix, 1825)

Saracura-do-mato

O

O

O

-

Gallinula galeata (Lichtenstein, 1818)

Frango-d’água-comum

Insetívoro

-

-

P

-

Quero-quero

Insetívoro

R

O

R

P

Jaçanã

Insetívoro

O

-

O

-

Columbina minuta (Linnaeus, 1766)

Rolinha-de-asa-canela

Granívoro

O

O

-

-

Columbina talpacoti (Temminck, 1811)

Rolinha-roxa

Granívoro

O

O

-

-

Columba livia Gmelin, 1789

Pombo-doméstico

Granívoro

-

R

-

-

RALLIDAE

CHARADRIIDAE Vanellus chilensis (Molina, 1782) JACANIDAE Jacana jacana (Linnaeus, 1766) COLUMBIDAE

73

Patagioenas picazuro (Temminck, 1813)

Pombão

Granívoro

P

R

R

R

Zenaida auriculata (Des Murs, 1847)

Pomba-de-bando

Granívoro

R

R

R

R

Periquitão-maracanã

Frugívoro

-

-

-

O

O

P

P

O

PSITTACIDAE

Aratinga leucophthalma (Statius Muller, 1776) CUCULIDAE Piaya cayana (Linnaeus, 1766)

Alma-de-gato

Crotophaga ani Linnaeus, 1758

Anu-preto

Insetívoro

P

P

R

-

Guira guira (Gmelin, 1788)

Anu-branco

Insetívoro

P

P

P

O

Corujinha-do-mato

Insetívoro

P

-

-

O

STRIGIDAE Megascops choliba (Vieillot, 1817) TROCHILIDAE Eupetomena macroura (Gmelin, 1788)

Beija-flor-tesoura

O

-

-

-

Florisuga fusca (Vieillot, 1817)

Beija-flor-preto

O

-

-

-

Anthracothorax nigricollis (Vieilott, 1817)

Beija-flor-de-veste-preta

O

-

-

O

Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812)

Besourinho-de-bico-vermelho

P

P

P

P

Hylocharis sapphirina (Gmelin, 1788)

Beija-flor-safira

-

O

-

-

R

P

P

P

Hylocharis chrysura (Shaw, 1812)

Beija-flor-dourado

Nectarívoro/ Insetívoro Nectarívoro Nectarívoro/ Insetívoro

74

Leucochloris albicollis (Vieillot, 1818)

Beija-flor-de-papo-branco

O

-

O

-

ALCEDINIDAE Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766)

Martim-pescador-grande

Piscívoro

O

-

P

-

Chloroceryle amazona (Latham, 1790)

Martim-pescador-verde

Piscívoro

O

O

P

-

Chloroceryle americana (Gmelin, 1788)

Martim-pescador-pequeno

Piscívoro

P

-

P

-

O

-

O

O

RAMPHASTIDAE Pteroglossus castanotis Gould, 1834

Araçari-castanho

PICIDAE Veniliornis spilogaster (Wagler, 1827)

Picapauzinho-verde-carijó

Insetívoro

O

P

-

O

Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788)

Pica-pau-verde-barrado

Insetívoro

O

P

-

O

Colaptes campestris (Vieillot, 1818)

Pica-pau-do-campo

Insetívoro

-

-

O

-

Furnarius rufus (Gmelin, 1788)

João-de-barro

Insetívoro

R

P

R

R

Lochmias nematura (Lichtenstein, 1823)

João-porca

Insetívoro

P

O

-

-

Leptasthenura setaria (Temminck, 1824)

Grimpeiro

Insetívoro

O

-

O

-

FURNARIIDAE

RHYNCHOCYCLIDAE Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825)

Bico-chato-de-orelha-preta

-

O

-

-

Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766)

Ferreirinho-relógio

O

-

-

-

75

TYRANNIDAE Euscarthmus meloryphus Wied, 1831

Barulhento

O

-

-

-

Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824)

Risadinha

O

-

O

-

Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822)

Guaracava-de-barriga-amarela

-

O

P

-

Serpophaga subcristata (Vieillot, 1817)

Guaracava-modesta

O

-

O

-

Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766)

Bem-te-vi

R

R

R

R

Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823)

Bentevezinho-do-brejo

-

O

P

-

Machetornis rixosa (Vieillot, 1819)

Suiriri-cavaleiro

Insetívoro

O

-

-

-

Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766)

Neinei

Insetívoro

O

P

P

P

Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819

Suiriri

Insetívoro

R

P

R

-

Tyrannus savana Vieillot, 1808

Tesourinha

Frugívoro

P

P

P

O

Empidonomus varius (Vieillot, 1818)

Peitica

Insetívoro

P

P

P

P

Sublegatus modestus (Wied, 1831)

Alegrinho

-

-

O

-

Caneleiro-bordado

-

-

O

-

Verdinho-coroado

O

-

-

-

Onívoro

TITYRIDAE Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823) VIREONIDAE Hylophilus poicilotis Temminck, 1822 CORVIDAE Insetívoro/

76

Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818)

Gralha-picaça

Frugívoro

-

R

P

-

HIRUNDINIDAE Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817)

Andorinha-pequena-de-casa

P

O

R

P

Progne chalybea (Gmelin, 1789)

Andorinha-doméstica-grande

-

O

O

-

TROGLODYTIDAE Troglodytes musculus Naumann, 1823

Corruíra

Insetívoro

P

O

P

P

Turdus rufiventris Vieillot, 1818

Sabiá-laranjeira

Insetívoro/ Frugívoro

R

R

R

R

Turdus leucomelas Vieillot, 1818

Sabiá-barranco

R

R

R

R

Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850

Sabiá-poca

R

R

R

R

O

-

-

-

TURDIDAE

Insetívoro/ Frugívoro

Frugívoro/ Insetívoro

MIMIDAE Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823)

Sabiá-do-campo

Insetívoro

THRAUPIDAE Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye, 1837

Trinca-ferro-verdadeiro

-

-

O

-

Thlypopsis sordida (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)

Saí-canário

-

-

O

-

77

Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844)

Cabecinha-castanha

-

-

O

-

Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822)

Tiê-preto

Frugívoro

O

O

-

-

Tangara sayaca (Linnaeus, 1766)

Sanhaçu-cinzento

Frugívoro

R

P

R

R

Pipraeidea bonariensis (Gmelin, 1789)

Sanhaçu-papa-laranja

Frugívoro

O

-

O

O

Tersina viridis (Illiger, 1811)

Saí-andorinha

Frugívoro

P

P

P

P

Dacnis cayana (Linnaeus, 1766)

Saí-azul

-

O

-

-

EMBERIZIDAE Zonotrichia capensis (Statius Muller, 1776)

Tico-tico

Granívoro

O

O

P

-

Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766)

Canário-da-terra-verdadeiro

Granívoro

P

-

O

-

Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766)

Tiziu

Granívoro

O

-

P

-

Sporophila plumbea (Wied, 1830)

Patativa

Granívoro

O

-

O

-

Sporophila lineola (Linnaeus, 1758)

Bigodinho

Granívoro

-

-

P

-

Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823)

Coleirinho

Granívoro

O

P

P

-

Parula pitiayumi (Vieillot, 1817)

Mariquita

Insetívoro

-

O

-

-

Dendroica striata (Forster, 1772)

Mariquita-de-perna-clara

-

O

-

-

Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789)

Pia-cobra

O

-

-

-

Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830)

Pula-pula

-

P

-

-

PARULIDAE

Insetívoro

78

Basileuterus leucoblepharus (Vieillot, 1817)

Pula-pula-assobiador

-

P

P

-

O

R

R

O

-

-

O

-

P

-

P

O

-

-

O

-

R

R

P

R

-

O

O

-

P

R

R

R

ICTERIDAE Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766)

Guaxe

Frugívoro

Molothrus rufoaxillaris Cassin, 1866

Vira-bosta-picumã

Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789)

Vira-bosta

Granívoro

Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850)

Polícia-inglesa-do-sul

Granívoro

FRINGILLIDAE Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766)

Fim-fim

Chlorophonia cyanea (Thunberg, 1822)

Gaturamo-bandeira

Frugívoro

PASSERIDAE Passer domesticus (Linnaeus, 1758)

Pardal

Insetívoro/ Granívoro

79

APÊNDICE B

Características das plantas que receberam visitas das aves observadas em campo.

Bauhinia variegata L.

Conhecida como pata-de-vaca ou unha-de-vaca, a espécie Bauhinia variegata é pertencente à família Fabaceae, subfamília Caesalpinoideae. Originária da Índia, é muito cultivada no Brasil, utilizada principalmente na arborização de ruas e parques. Árvore de característica semidecídua, com flores de coloração variegada (cor-de-rosa, estriadas, com mancha roxa) no caso da B. variegata purpurea, ou brancas, como B. variegata candida, de porte médio, atinge de 7 a 10 metros de altura. Segundo Lorenzi et al. (2003), as inflorescências são formadas de junho a setembro, mas há estudos indicando que B. variegata floresce de agosto a janeiro, apresentando uma ampla frutificação o ano todo devido às condições propícias ao seu desenvolvimento no Brasil, com pico de intensidade em setembro (SILVA; GOBATTO, 2007).

Essa espécie exótica, como outras espécies do gênero Bauhinia, vem sendo muito empregada na ornamentação das cidades no lugar da espécie nativa do Brasil, B. forficata. B. forficata é uma planta pioneira e de rápido crescimento, e deveria ser escolhida para plantio, no lugar das plantas exóticas

80

do mesmo gênero, pois, além de ser uma planta brasileira, é recomendada para plantios mistos em áreas degradadas à recomposição da vegetação arbórea (LORENZI, 2002a).

Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl.

O pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii, Podocarpaceae) é uma planta dióica que atinge de 8 a 14 metros de altura, de ocorrência no Brasil nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro a Rio Grande do Sul, e na floresta semidecídua de altitude e mata de pinhais. É perenifólia, heliófita, pioneira, característica de matas de altitude, e que pode ser utilizada na recomposição de áreas degradadas. Suas sementes moderadamente produzidas anualmente são dispersas por aves. Sua floração ocorre entre os meses de setembro a dezembro, e o amadurecimento dos frutos ocorre nos meses de fevereiro e maio (LORENZI, 2002a).

Impatiens walleriana Hook. f. O beijinho, Impatiens walleriana, pertencente à família Balsaminaceae, é uma espécie herbácea ornamental, invasora originária da África e possui como

período

de

floração

todo

o

ano

(LIEBSCH;

ACRA,

2002;

LORENZI;SOUZA, 1995). É considerada heliófita, holoepífita facultativa, com polinização por melitofilia e dispersão por autocoria (BORGO; SILVA, 2003). A I. walleriana está entre as plantas ornamentais exóticas mais amplamente conhecidas (ZILLER, 2003 apud CAMPOS; SIQUEIRA; VOLTOLINI, 2007) e

81

ocorre em Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Mista e Estepe Gramíneo-Lenhosa (IAP, 2010).

Chorisia speciosa A. St.-Hil. Conhecida como paineira-rosa, a espécie nativa do Brasil Chorisia speciosa é pertencente à família Bombacaceae, que está distribuída no Brasil nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul e norte do Paraná, na floresta latifoliada semidecídua da bacia do rio Paraná. É uma planta com tronco aculeado quando jovem, que atinge de 15 a 30 metros de altura e possui copa globosa ampla. É decídua, heliófita, seletiva higrófita, característica da floresta latifoliada semidecídua. Sua floração ocorre a partir de meados de dezembro até abril. A maturação dos frutos se inicia entre os meses de agosto e setembro (LORENZI, 2002a). A reprodução dessa espécie se dá através de visitantes florais, como abelhas, vespas e mamangavas (ordem Hymenoptera), borboletas e mariposas (ordem Lepdoptera), e beija-flores, comoo beija-flor-de-peito-azul Amazilia lactea e o beija-flor-de-veste-preta Anthracothorax nigricollis (BARCELOS et al., 2011).

Ipomoea purpurea L. A espécie Ipomoea purpurea, conhecida como glória-da-manhã,é nativa do Brasil e pertence à família Convolvulaceae. A família possui distribuição cosmopolita, com plantas de hábito herbáceo ou lianas sem gavinhas,

82

inflorescência cimosa, reduzida a uma única flor, flores vistosas bissexuadas e perianto pentâmero (SOUZA; LORENZI, 2005).

Ludwigia sp. Conhecida como cruz-de-malta, o gênero Ludwigia pertence à família Onagraceae. Esse gênero compreende diversas espécies com ampla distribuição geográfica, as quais são adaptadas a um amplo gradiente de condições desde solos secos a inundados. Muitas das espécies são nativas de áreas tropicais (PONDPLANTS, 2011). Ocorre em todo o Brasil, principalmente associado a locais alagáveis. É uma planta de hábito herbáceo, possui folhas alternas, simples, flores com disco nectarífero presente, perianto tetrâmero, estames em número duplo ao das sépalas (SOUZA; LORENZI, 2005).

Ilex paraguariensis A. St.-Hil. Conhecida como erva-mate, Ilex paraguariensis (Aquifoliaceae) é uma planta nativa do Brasil que atinge uma altura de 4 a 8 metros, é perenifólia, esciófita, seletiva higrófita, característica e preferente das matas de pinhais. No Brasil, ocorre no Mato Grosso do Sul, São Paulo até o Rio Grande do Sul nas matas de altitude. Apresenta frutos globosos e lisos do tipo baga com sementes duras. É muito cultivada no sul do país, principalmente pelas suas folhas serem matéria-prima para o chá “mate”, o qual é exportado para o mundo todo. É ornamental e pode ser empregada no paisagismo, além de

83

poder ser utilizada no plantio de áreas degradadas. Floresce durante os meses de outubro a dezembro, e seus frutos amadurecem entre os meses de janeiro e março, sendo muito consumidos por aves, os quais podem dispersar suas sementes (LORENZI, 2002a).

Ocotea pulchella Mart. Conhecida como canela-lageana, a espécie Ocotea pulchella é pertencente à família Lauraceae. Ocorre do Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul. É uma planta semidecídua, heliófita e seletiva higrófita, e recomendada para plantis mistos em áreas degradadas. Atinge uma altura de 20 a 30 metros. Produz muitos frutos do tipo drupa e de cor escura anualmente e em épocas variáveis, dependendo do ambiente de ocorrência, os quais são consumidos por algumas espécies de aves (LORENZI, 2002a).

Nectandra rigida (Kunth) Nees Pertencente à família Lauraceae, a espécie Nectandra rigida é conhecida como canela-ferrugem. Ocorre na região amazônica até o Rio Grande do Sul, exceto no Nordeste e na Bahia. Pode atingir uma altura de 15 a 20 metros. É uma planta perenifólia, heliófita ou de luz difusa, sem preferência definida por condições físicas do solo. Por ser ornamental, é empregada na arborização das cidades. Seus frutos, que amadurecem em diferentes épocas

84

do ano, principalmente de junho a agosto, são muito consumidos por diversas aves (LORENZI, 2002a).

Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg Conhecida como murta ou cambuí, a espécie Blepharocalyx salicifolius pertence à família Myrtaceae, ocorrendo nos estados de Goiás, Bahia e Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo mais freqüente no sul do país, onde está presente nas matas de pinhais do Planalto Meridional. É uma planta perenifólia, seletiva higrófita, heliófita até ciófita, desenvolvendo-se nos mais variados ambientes ou estágios da vegetação, desde campos abertos até subbosques desenvolvidos. Floresce durante os meses de dezembro e janeiro, e seus frutos amadurecem a partir de maio; estes são baga globosa pequena, glabra, de cor vermelha, contendo de 1-4 sementes. Os frutos são muito porcurados por aves, sendo por isso muito indicada para o reflorestamento ao longo das margens de rios (LORENZI, 2002b).

Hibiscus rosa-sinensis L. O Hibiscus rosa-sinensis, conhecido como hibisco ou graxa-deestudante, é uma planta exótica, originária da Ásia Tropical, pertencente à família Malvaceae. Arbusto lenhoso grande ou arvoreta de 3 a 5 metros de altura, é uma planta ornamental muito cultivada em todo o mundo. Possui flores grandes, geralmente solitárias, de pedúnculo longo, com cinco pétalas expandidas e uma coluna estaminal central, com período de floração que dura

85

o ano todo, de grande diversidade de cores (brancas, róseas, amarelas, alaranjadas, vermelhas, roxo-bronzeadas). No Brasil, em condições normais, não produz frutos, que são do tipo cápsula, com sementes pequenas e sua multiplicação ocorre apenas através de meios vegetativos (LORENZI et al., 2003). Portanto, as visitas da espécie Hylocharis sapphirina às flores de H. rosa-sinensis não contribui com a propagação da planta no Brasil devido às condições do país, sendo esta planta apenas um recurso alimentar à ave.

Sanchezia speciosa Hort. Pertencente à família Acanthaceae, a sanquésia (Sanchezia speciosa) é uma planta ornamental nativa do Brasil. A família possui hábito herbáceo, inflorescência racemosa ou paniculada, geralmente espiciformes e com brácteas vistosas. As flores são vistosas e bissexuadas (SOUZA; LORENZI, 2005).

Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze O pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) é uma planta nativa pertencente à família Araucariaceae. Ocorre nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, em altitudes acima de 500 metros. É uma planta perenifólia, heliófita, pioneira, característica de regiões de altitude. Ornamental, pode ser empregada no paisagismo. A produção de pólen pelas flores masculinas e a polinização das flores femininas ocorre nos meses de setembro e outubro. A maturação dos frutos ocorre nos meses de abril e maio,

86

e são consumidos por diversos animais, nos quais estão incluídas as gralhas (LORENZI, 2002a).

Ficus calyptroceras Miq. Conhecida como figueira ou gameleira, o gênero Ficus pertence à família Moraceae. A espécie Ficus calyptroceras é uma planta arbórea que atinge altura de 8 a 12 m e é dotada de copa arredondada ampla e rala. Ocorre nas regiões nordeste e sudeste do país, muito frequente na caatinga arbórea do vale do rio São Francisco. É uma planta semidecídua, heliófita, seletiva xerófita, secundária, característica da caatinga arbórea do nordeste Brasileiro e da mata pluvial Atlântica. Floresce durante os meses de outubro-novembro e seus frutos, do tipo sicônio globoso, de 10 a 15 mm de diâmetro, de cor verde-amarelada quando maduro, amadurecem entre fevereiro e março. Produz anualmente abundante quantidade de sementes viáveis, altamente disseminadas pela avifauna (LORENZI, 2002b) através da ingestão dos frutos, apesar destes apresentarem baixa qualidade nutricional (FROST, 1980; HERRERA, 1981; LEIGHTON, 1982; MORTON, 1973; WHITE, 1964 apud LAMBERT, 1989).

Trema micrantha (L.) Blume. Conhecida como grandiúva, a espécie Trema micrantha é uma planta nativa do Brasil, pertencente à família Ulmaceae. Ocorre nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul.

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Atinge uma altura de 5-12 m, com tronco de 20-40 cm de largura. Suas folhas são simples, de 7-10 cm de comprimento por 3-4 cm de largura. É

uma

planta

perenifólia

ou

semidecídua,

heliófita,

pioneira,

característica das formações secundárias das florestas semidecíduas e pluvial atlântica. Floresce durante os meses de setembro a janeiro e seus frutos, do tipo drupa, globosa, avermelhada, de até 3 mm de diâmetro, amadurecem no período de janeiro a maio, os quais são consumidos por várias espécies de aves. Por ser pioneira e de rápido crescimento, é indicada no reflorestamento heterogêneo destinado à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente (LORENZI, 2002a).

Cupania vernalis Camb. Cupania vernalis, conhecido como camboatá-vermelho, é uma espécie de planta da família Sapindaceae, freqüente em quase todas as formações florestais, principalmente em Cerrado e Mata de Galeria, abrangendo os estados de Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo até o Rio Grande do Sul, habitando tanto o interior de matas primárias quanto todos os estádios de formações secundárias. É uma espécie semidecídua, heliófita e seletiva higrófita, característica da floresta semidecídua de altitude e da mata pluvial atlântica (LORENZI, 2002a; LIMA JR. et al., 2006). Segundo Lorenzi (2002a), suas flores são melíferas, florescendo de março a maio, e seus frutos tipo cápsula sulcada e deiscente maturam no final de setembro até novembro.

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Essa espécie é utilizada em plantios mistos destinados à recuperação de áreas degradadas de preservação permanente e também no paisagismo, tendo grande importância para a fauna, que se beneficiam de seus frutos, principalmente as aves, que são atraídas pela coloração laranja e sabor adocicado do arilo que envolve as sementes (LORENZI, 2000).

Ligustrum lucidum W.T. Aiton. O ligustro (Ligustrum lucidum, Oleaceae) é uma árvore exótica, originária da China, de característica perenifólia, que pode atingir de 7 a 10 m de altura. Suas inflorescências são densas, reunidas em panículas cônicas ou piramidais, terminais, com numerosas flores pequenas e brancas, formadas principalmente de outubro a fevereiro. Os frutos são numerosos, do tipo drupa, roxo-pardos, com pouca polpa, que pode conter 1 ou 2 sementes pequenas. Essa planta é frequente em parques e arborização urbana, sendo ainda a espécie mais utilizada na ornamentação no sul e sudeste do Brasil (LORENZI et al., 2003). A dispersão de L. lucidum ocorre de maneira rápida, e pode causar impactos ecológicos ao competir com outras plantas e impedir a regeneração de plantas nativas (VANHP 2000, apud INSTITUTO HÓRUS, 2005).

Schinus terebinthifolius Raddi Conhecida como aroeira-vermelha, a espécie Schinus terebinthifolius é pertencente à família Anacardiaceae. Nativa do Brasil, é pioneira, com ampla

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distribuição geográfica, encontrada no país em várias formações vegetacionais, desde o Estado de Pernambuco até o do Rio Grande do Sul (FLEIG, 1987). Possui importância comercial por conter propriedades medicinais e fitoquímicas (GUERRA et al., 2000) e alimentícias, sendo usada como condimento alimentar, além de ter uma grande importância ecológica na recuperação de áreas degradadas, na reposição de mata ciliar e na estabilização de dunas (FLEIG; KLEIN, 1989).

Jacaranda mimosifolia D. Don O jacarandá-mimoso, Jacaranda mimosifolia, pertencente à família Bignoniaceae, é uma árvore exótica originária da Argentina, Bolívia e Paraguai. Possui a característica de ser caducifólia muito florífera, atingindo de 12 a 15 metros de altura. Suas flores são violetas, de corola campanulada com tubo dilatado e depois expandido em dois lábios com três recortes maiores e dois menores. Sua floração ocorre durante a primavera. Seus frutos possuem forma de cápsulas lenhosas, ovaladas, entumescidas, deiscentes, com sementes pequenas com asas celulósicas, característica de dispersão anemocórica. É adequada para o paisagismo e arborização urbana (LORENZI et al., 2003).

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman. Pertencente à família Arecaceae, o jerivá, como é conhecida a espécie Syagrus romanzoffiana, é nativa do Brasil, ocorrendo desde o Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do

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Sul, em quase todas as formações vegetais. Atinge uma altura de 10 a 15 metros, é perenifólia, heliófita e seletiva higrófita, abundante no agrupamentos vegetais primários em solos muito úmidos, brejosos ou inundáveis. É a espécie de palmeira mais empregada na arborização de ruas do Brasil. Os frutos são consumidos por várias espécies animais, sendo recomendada para o plantio em áreas degradadas. A floração ocorre o ano inteiro, com pico de setembro a março. A maturação dos frutos ocorre de fevereiro a agosto.

Persea americana Mill. O abacateiro (Persea americana, Lauraceae) é uma espécie exótica no Brasil, com origem no México e América Central (SIMÃO, 1971). Sua cultura é realizada em todas as regiões brasileiras, sendo de grande importância comercial, principalmente pela grande facilidade de formação de híbridos entre as diversas variedades da planta (DONADIO et al., 1978). O abacateiro pode alcançar de 8 a 12 metros, e apresenta a forma da copa variável, de compacta e arredondada a aberta e esgalhada (MALERBO-SOUZA et al., 2000). Produz

flores

pequenas,

amarelas,

hermafroditas,

reunidas

em

panículas terminais ou subterminais em grande número. Segundo Chapman (1964), entre os agentes polinizadores das flores do abacateiro são as abelhas nativas do Brasil, vespas, moscas e beija-flores. Neste trabalho não foram observadas visitas de beija-flores às flores de P. americana.

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Cereus sp. Pertencente à família Cactaceae, o gênero Cereus compreende cactos nativos do Brasil. São ervas, suculentas, de caule achatado, inflorescência cimosa, reduzida a uma única flor, sendo o fruto do tipo baga ou cápsula carnosa. A família possui distribuição neotropical (SOUZA; LORENZI, 2005).

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