A moda da estética contemporânea (Revista H&C)

May 29, 2017 | Autor: Christiane Wagner | Categoria: Aesthetics, Design, Visual Culture, Visual Arts, Sociology of Communication
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Criatividade e Design Por Christiane Wagner

A partir do contexto favorável à criatividade com a produção e consumo de imagens, a indústria cultural seguiu a lógica do mercado capitalista e formou as bases de referência em moda e estilo de vida nas sociedades hegemônicas. De tal modo, os indivíduos mantiveram suas formas de relacionamento pela percepção e interpretação de imagens, projetando uma identidade, pelo seu significado. As imagens transmitem, para a maioria das pessoas, um modo de entender o universo em que vivem e servem como modelo de comportamento na sociedade, tornandose um ideal coletivo, construindo a moda da estética contemporânea. Mas, que valores são responsáveis por essa construção? Vivemos reportando e representando histórias e experiências com diversos sentidos e significações. Nesse universo social, a relação entre as pessoas forma valores abstratos que definem o que se entende por estética – um termo, originalmente Aesthetik, do teórico alemão Alexander Gottlieb Baumgarten (1714-1762) –, que designava a reflexão filosófica sobre as artes. A trajetória desta palavra teve, ao longo de dois séculos, por outros estudiosos, diversas interpretações e sentidos para designar os aspectos da percepção do que seria o sublime e o belo na obra de arte. Com importância, ainda, na elaboração de regras e leis para a obra de arte. Mas, nos dias de hoje, a estética é, ainda, um ideal da beleza. Porém, não como se propunha antes, sob o olhar dos críticos e teóricos do universo das artes. Mas, como um ideal contemporâneo da moda como “arte de beleza” e, principalmente, sem a necessidade de grandes reflexões filosóficas e conhecimento teórico em arte.

Arquivo pessoal

A moda da estética contemporânea

Christiane Wagner foi aluna da escola de artes em Bad Homburg e da Frankfurter Akademie für Kommunikation und Design, Alemanha. Em Berlim, recebeu o prêmio internacional Art Campaign, pela obra gráfica: Rhythmus. É mestre em ciências da comunicação e desenvolve pesquisa em estética para doutorado na Universidade de São Paulo - USP. Na Belas Artes é docente e orienta pesquisas em criatividade e design.

A partir do seu ofício original – o universo das pinturas –, a estética passou por uma transformação dos valores e, também, da prática artística. Ela se torna assim – e de acordo com a ética de cada cultura – uma grande aliada à configuração de materiais, processos e produtos como realizações que oferecem sentido ao cotidiano atual. Contudo, é fundamental para a criatividade e o design. Como também, tornando-se a responsável por estabelecer critérios subjetivos que estabelecem o gosto. Há, sem dúvida, um gosto estético como referência entre as classes sociais e entre as nações hegemônicas da indústria da beleza. Um país que podemos citar como exemplo do modelo criativo e econômico para uma moda da estética contemporânea é a França. Podemos analisar seu sucesso no mercado mundial no segmento de cosméticos e perfumaria nos as-

pectos de uma imagem da tradição e do culto à bela forma. A etiqueta legitima: Paris, made in France. Os cremes oferecem a jovialidade da pele e todos os antídotos para o tempo que nos envelhece. A maquiagem busca a perfeição dos traços em harmonia com as especialidades de tratamentos para os cabelos. Uma composição perfeita para pintar a imagem da moda da estética e identidade com os ícones da beleza e da elegância contemporâneas. Elementos essenciais para o equilíbrio dos tons, oferecendo o contraste e o brilho da formula perfeita para impor seu valor estético no mercado. Os cânones da beleza contemporânea dependem, sobretudo, de pesquisas, desenvolvimento de novas tecnologias, processos produtivos e planejamento de mercado para o resultado de uma imagem “naturalmente bela”. Com efeito, a hegemonia econômica1 da França no segmento de cosméticos e perfumaria é uma vantagem para os novos investimentos e, consequentemente, para a absorção dos custos de produção nacional, se beneficiando de um público mundial, da indústria de massa e de uma economia global eficaz. A França tem sua lógica na exploração do mercado interno e externo pela mega produção e diversidade em cosméticos e perfumaria, aliados ao reconhecimento mundial de uma tradição estética do gosto sofisticado. Diante do mundo da imagem da beleza, entre diversas nações, na moda da estética contemporânea, até onde observamos, encontramos um contexto de produções que oferecem uma variedade muito complexa em opções para todos os gostos. Enfim, concluímos sem encontrar o que designaria o padrão estético da moda contemporânea de uma hegemonia cultural. 1. Fonte: missões econômicas da França no Brasil em 2009, ano da França no Brasil. Disponível em: www.ubifrancebrasil.com.br

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