a polis, nascimento da filosofia

June 22, 2017 | Autor: N. Santos | Categoria: Antropología filosófica
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JACK. NESSE TEXTO SEM QUERER CONSEGUI FUNDIR MAIS DE UM TEMA, ENTÃO JÁ FAZ DIRETO.
Temas fundidos: Exercício da Razão na Pólis Grega
Polis e o nascimento da filosofia - o declínio do mundo dos mitos.

Pólis Grega e Filosofia: O declínio dos mitos
Na história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia entre os séculos VII e VI a.C., promovendo a passagem do saber mítico (alegórico) ao pensamento racional(logos). Essa passagem ocorreu, no entanto, durante longo processo histórico, sem um rompimento brusco e imediato com as formas de conhecimentos utilizadas no passado.

O exercício da razão na pólis grega

O momento histórico da Grécia Antiga em que se afirma a utilização do logos (a razão) para resolver os problemas da vida está vinculado ao surgimento da pólis, cidade-Estado grega.
A pólis foi uma nova forma de organização social e política desenvolvida entre os séculos VIII e VI a.c. Nela, eram os cidadãos que dirigiam os destinos da cidade. Como criação dos cidadãos, e não dos deuses, a pólis estava organizada e podia ser explicada de forma racional, isto é, se acordo com a razão.
A prática constante da discussão política em praça pública pelos cidadãos fez com que, com o tempo, o raciocínio bem formulado e convincente, se tornasse o modo adotado para se pensar sobre todas as coisas, não só as questões políticas.

Filósofos Pré- Socráticos
O primeiro período do pensamento grego toma a denominação substancial de período naturalista, porque a nascente especulação dos filósofos é instintivamente voltada para o mundo exterior, julgando-se encontrar aí também o princípio primordial de todas as coisas - physis; e toma, igualmente, a denominação cronológica de período pré-socrático, porque precede Sócrates e os sofistas, que marcam uma mudança e um desenvolvimento e, por conseguinte, o começo de um novo período na história do pensamento grego. Esse primeiro período tem início no alvor do VI século a.C., e termina dois séculos depois, mais ou menos, nos fins do século V. Surge e floresce fora da Grécia propriamente dita, nas prósperas colônias gregas da Ásia Menor, favorecido sem dúvida na sua obra crítica e especulativa pelas liberdades democráticas e pelo bem-estar econômico. Os filósofos deste período preocuparam-se quase exclusivamente com os problemas cosmológicos. Estudar o mundo exterior nos elementos que o constituem, na sua origem e nas contínuas mudanças a que está sujeito, é a grande questão que dá a este período seu caráter de unidade.

O Período Antropológico: Sócrates e os Sofistas

O momento histórico vivido pela civilização grega no século V a.C. favoreceu o desenvolvimento das atividades especulativas. Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembléias democráticas de Atenas. Por isso, os cidadãos mais ambiciosos sentiam a necessidade de aprender a arte de argumentar em público para, manipulando as assembléias, fazerem prevalecer seus interesses individuais e de classe. Assim, diante desses debates políticos e da efervescência cultural ateniense, emergiu o período antropológico da filosofia antiga, a partir do qual o homem passou para o centro da análise filosófica.

Os Sofistas:
Etimologicamente, o termo sofista significa sábio. Entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de impostor, devido, sobretudo, às críticas de Platão. Os sofistas eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Levando em consideração os interesses dos alunos, estes filósofos ensinavam aos seus discípulos conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados. Tais ensinamentos baseavam-se, sobretudo, no domínio da oratória e retórica Assim, as lições sofísticas tinham como objetivo o desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes. Eles transmitiam todo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários. Segundo essas concepções, não haveria uma verdade única, absoluta. Tudo seria relativo ao homem, ao momento, a um conjunto de fatores e circunstâncias. Esta forma de conhecimento foi pejorativamente taxada de doxa – opinião.

O método socrático: a dialética
Sócrates abordava os indivíduos nas praças públicas atenienses – ágoras - estabelecendo diálogos críticos com seus interlocutores. Esses diálogos podem ser divididos em dois momentos básicos: a ironia (do grego e ironeia, perguntar fingindo ignorar) e a maiêutica (de maieutiké, relativo ao parto).
Na linguagem cotidiana, a ironia tem um significado depreciativo, sarcástico ou de zombaria. Mas não é esse o sentido de ironia socrática. No grego, ironia quer dizer interrogação. Sócrates interrogava seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber. O que é o bem? O que é a justiça? São exemplos de algumas perguntas feitas por ele.
Com habilidade de raciocínio, Sócrates procurava evidenciar as contradições existentes nas afirmações dos seus interlocutores. Assim, novos problemas surgiam a cada resposta. Seu objetivo inicial era demolir, nos discípulos, o orgulho, a ignorância e a presunção do saber. A ironia socrática tinha um caráter purificador na medida em que levava os discípulos a confessarem suas próprias contradições e ignorâncias, onde antes só julgavam possuir certezas e clarividências.
Libertos do orgulho e da pretensão de que tudo sabiam, os discípulos podiam iniciar o caminho da reconstrução das próprias idéias. Nesta segunda fase do diálogo, o objetivo de Sócrates era ajudar seus discípulos a conceberem suas próprias idéias. Essa fase do diálogo socrático, destinada à concepção de idéias, era chamada de maiêutica, termo grego que significa arte de trazer à luz.

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