A RECEÇÃO DE CAMÕES EM JOAQUIM DE ARAÚJO

September 7, 2017 | Autor: Maria Maia | Categoria: Music, Musicology, Film Studies, Nationalism, Cinema, Film, Cinema Studies, Film, Cinema Studies
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A RECEÇÃO DE CAMÕES EM JOAQUIM DE ARAÚJO Maria Amélia Ferreira Peixoto Maia Universidade de Coimbra ‒ Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos [email protected]

Abstract Joaquim de Araújo (1858-1917) was a great scholar from Penafiel, who, since an early age, revealed a great passion for literature. He saw in journalism a privileged means to spread the literary works of “old and modern” national talents. At the age of 15, he introduces a literary review called A Harpa, in which he had the cooperation of prominent figures from the literary culture of the time. In "Duas Palavras" ("Two Words"), where the modest newspaper opens its first number, the aims for promoting “the sacrosanct flag of progress” are expanded, through people’s education, reclaiming, “in his heart, the ancient Portuguese pride”. These guiding principles assert “Camões aura”, a prominent figure, and they show a genuine feeling of nationalism along the widespread crisis by the end of the century, and is seen in an emblematic figure of disgrace and greatness of a mythical epic. A Renascença. Órgão dos Trabalhos da Geração Moderna – 1878-1881 – is the next literary review “[...] a luminous document for the study of our literary and social circle and for the history of the development of ideas and a guide to the Portuguese mentality” culminating in the publishment of the international review Círculo Camoniano (“Camonian Circle”) – 1889-1892 – as a corollary of “the historical and literary importance of Camões” (our remarks). Though part of a pleiad of young bards, who went through the technique of formal parnassianism labour, Joaquim de Araújo produced a proliferous literary work of a late romantic matrix, which showed the flag of nationalism related not only to the literary lyrics but also to “the cult [and spread] of our literary history, and to the glorification of figures who represent nationality”. The talk has, therefore, as its main aims: 1) to introduce Joaquim de Araújo, unknown to a vast public, as an erudite writer, a proliferous creator and obsessive publisher of Portuguese culture both in Portugal and abroad; 2) to show his passionate interest for Camões, which is evident in his literary and ideological work of a Portuguese epic as well as in his poetic creation, eulogistically. Keywords : Camões, Joaquim de Araújo, literary history, nationalism, Portuguese culture

1.

Joaquim de Araújo: um ilustre desconhecido O que faz que os homens formem um povo é a lembrança das grandes coisas que fizeram juntos e a vontade de realizar outras. Ernest Renan

N

o segundo quartel do século XIX, nasce, em Penafiel (1858), Joaquim António de Araújo e Castro, vindo a falecer, aos 58 anos, em Sintra. Filho do advogado António Joaquim de Araújo (fundador, juntamente com Germano Meireles, de um dos principais jornais da época, o “Século XIX”) e de Marga-

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rida Máxima Pereira de Carvalho Araújo, o jovem Joaquim começou, precocemente, a partir dos nove anos, a colecionar livros antigos, selos e moedas – indiciando, desde logo, algum dos pendores da sua curiosa personalidade cultural. 1 Com a idade de 14 anos, terá publicado os seus primeiros versos no jornal O Penafidelense; aos 15, então a residir no Porto desde 1870, funda e dirige a primeira folha literária do país, A Harpa (1873-1876), tendo como seus colaboradores José de Sampaio (Bruno), Cândido de Figueiredo, Antero de Quental, Teófilo Braga, Simões Dias, Inocêncio Francisco da Silva, Adolfo Coelho, Gonçalves Crespo, Guilherme Braga, João de Deus, Cesário Verde e outros vultos de relevo da literatura nacional.2 Fez o Curso Superior de Letras, em Lisboa e pertenceu a várias sociedades e academias, sendo Sócio correspondente da Sociedade Nacional Camoniana (que ajudou a fundar). Em 1884, foi presidente da Comissão de Homenagem a Camões para a confeção de uma edição monumental d’Os Lusíadas (Coutinho, 1982, p. 9). Em 1895, iniciou a carreira diplomática, como cônsul em Génova, Itália. O penafidelense, para além de poeta, historiógrafo, jornalista, crítico literário, ensaísta erudito e diplomata, foi também um grande bibliófilo, numismata e bibliógrafo. Benemérito, disponibiliza-se para, a expensas suas, publicar os trabalhos de talentosos escritores e artistas da novíssima geração, preferencialmente relacionados com o poeta renascentista. É o caso da luxuosa edição da obra As Belas Artes no Centenário de Camões, de Alfredo Xavier Pinheiro, que, após a celebração daquela efeméride, foi distribuída, em opúsculo, “aos mais eminentes camonianistas”.3 Eduardo Coimbra viu o seu soneto “Camões” agraciado pelo poeta, numa reduzidíssima edição de 5 exemplares. Ainda sob sua influência, muitos dos consagrados vultos da vida literária portuguesa, a começar por Camões, foram traduzidos por literatos estrangeiros, na Alemanha, Rússia, Arménia, França, Itália, Inglaterra, entre outros. Nos tempos de formação e intervenção juvenil (1870-1878), carteia-se com ilustres homens das letras estrangeiras, convive com várias personalidades do campo literário

Göran Björkman integrou uma poesia de Joaquim de Araújo intitulada “För Evigt?” (“Para sempre?”) numa coletânea de poemas parnasianos de autores portugueses (Ekon fran Portugals parnass: poetiska öfversättningar. Stockolm: C.E. Fritzes Kongl. Hofbokhandel, [s.d.], p. 27), incluindo Camões, Garrett, Teófilo, Martinho de Brederode, Eugénio de Castro, João de Deus, Manuel Duarte d’Almeida, António Feijó, Guerra Junqueiro, Luís de Guimarães Junior, Conde de Monsaraz, João Penha, José de Sousa Monteiro e Antero de Quental. 2 A Harpa, segundo Silva Pinto (apud Melo, 1936, p. 6) deveu-se a “uma labutação contínua e de sacrifícios pessoais [de Joaquim de Araújo], que ninguém lhe reconhece na devida altura”, ao “moço poeta [que conseguiu] criar nas páginas da ‘Harpa’, a primeira folha literária do país, um recetáculo de composições escolhidas e firmadas por nomes que só ali, mercê do esforço coletor infatigável, viram reunidos os seus nomes, de ordinário em acesa luta”. 3 Este facto vem mencionado no vol. 2 (2), de julho de 1889, do Círculo Camoniano. 1

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português, no qual se entrecruzam diferentes correntes estéticas, princípios ideológicos e filosóficos. Aos 20 anos (1878), encontrando-se a estudar em Lisboa, publica, no Porto, A Renascença. Órgão dos Trabalhos da Geração Moderna. Considerada “uma das mais importantes revistas literárias do movimento intelectual português”, A Renascença foi bem acolhida pela crítica como o atestam vários artigos em diferentes locais como O Penafidelense e na revista Occidente.4 Em 1881, é fundada a “Biblioteca da Renascença”, de que viria a sair apenas o primeiro volume, com a publicação dos Sonetos de Antero. Joaquim de Araújo, que se considera ele próprio como “o mais obscuro dos trabalhadores da moderna geração literária de Portugal”,5 n’A Renascença dá-nos conta, através do seu texto introdutório, dirigido “Ao Leitor”, da sua consciência e do seu sentido crítico face ao período histórico, político-ideológico e literário que naquela época decorre nos demais países civilizados europeus, tecendo exultantes considerações judicativas aos tempos de modernidade pós-românticos que se vivem em Portugal.6 Joaquim de Araújo, apesar de ser ainda muito jovem, com apenas 20 anos, revela possuir uma tenacidade e personalidade vincadamente amadurecida e crítica, mostrando-se assumidamente um jovem pertencente à nova geração revolucionária de matriz romântica, inicialmente liderada pelos ex-exilados poetas-soldados contra o absolutismo miguelista conservador. Muitos são os periódicos que funda, que dirige e em que colabora, assumindo ora o papel de poeta, ora o de ensaísta, ora o de crítico literário, político e social. Surgem, assim, diversas publicações em números únicos, sempre acompanhado pelo escol literário não só português como estrangeiro. Assume um papel de erudito atento relativamente à divulgação literária nacional e, em Anais de Bibliografia Portuguesa (1889), uma das publicações efémeras sob a sua direção, refere, na “Advertência”, que aquela publicação “corresponde ao preenchimento A revista Occidente, no 1.º ano, I (4), de 15 de fevereiro de 1879, p. 32, saúda o aparecimento do 1.º fascículo da publicação mensal da revista A Renascença “pela intenção eminentemente literária: – pôr em relevo as qualidades originais e o talento esquisito de uma plêiade de novos escritores que ainda encontram […]. Entretanto muitos escritos da Renascença aparecem já firmados por verdadeiros triunfadores, Ramalho Ortigão, Antero de Quental, Teófilo Braga. É esta a sua carta de recomendação. Devemos saudar o inteligente diretor desta revista, pela sua tenacidade e pelo seu verdadeiro amor pelas boas letras […]”. 5 Na carta de agradecimento escrita por Joaquim de Araújo, em 25 dias de fevereiro de 1879, em resposta à carta remetida pelo Dr. Assis Teixeira, secretário do Instituto, em 22 de fevereiro do mesmo ano, pela sua eleição para Sócio correspondente daquele grémio científico e literário de Coimbra, na qual diz que tudo fará para justificar, perante os ilustríssimos consócios, o “favor com que [o] acolheram”. 6 Os tempos modernos da literatura de então correspondiam a uma periodologia predominantemente de matriz romântica e devir realista e naturalista, que Sampaio Bruno representará com A Geração Nova. 4

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de uma lacuna”, pois que de “tantas revistas literárias […] nenhuma tomou este papel de informar os seus leitores do movimento bibliográfico do país; reproduzir e comunicar os documentos que mais interessam à nossa história literária, científica e ainda social e política”; dando a conhecer os manuscritos importantes que se encontram nas bibliotecas e arquivos; informar sobre o que de importante se faz no estrangeiro; divulgar “livros preciosos”, reimprimindo-os,7 e termina afirmando que o propósito que os anima neste projeto é que “esta revista ficará como um protesto mais contra a falta de incitamento, proveniente dessa filoxera moral, que nos invade”.

* A cidade Invicta vê surgir, em 10 de junho de 1889, uma das mais importantes publicações araujianas e uma das mais notáveis do país: a revista internacional Círculo Camoniano. Esta dura até janeiro de 1892, dedicada à vida e obra do insigne vate quinhentista. O interesse de Joaquim de Araújo pelo Poeta da Renascença acompanha-o desde a sua precoce adolescência. Nas “Duas Palavras” com que a redação abre o número inaugural, do modesto jornal A Harpa, são expendidos os propósitos de hastear “a bandeira sacrossanta do progresso”, através da instrução do povo, e sentir “no peito referver lhe o velho orgulho português”. Estes princípios norteadores convocam a “aura de Camões”, figura modelar, que, na crise generalizada do final de século, propugnam a exaltação de um sentimento de genuíno nacionalismo, consubstanciado no vulto emblemático do infortúnio e da grandeza do épico mitificado. O autor de Occidentaes revela um enorme sentido de responsabilidade nacionalista e, sendo grande admirador da inquieta Geração de 70, da culta geração saída da Escola Médico-Cirúrgica do Porto de então, bem como das proeminentes figuras do Cenáculo Lisbonense, vê que toda aquela gente de grande riqueza intelectual e histórica, constitutiva de vozes plurais, possui o furor necessário ao renascer de uma consciência de revitalização do orgulho da nação ibérica.

7 E é com este espírito que Joaquim de Araújo dedica grande parte da energia da sua vida à reedição, tradução e divulgação de Camões e de textos de autores “antigos e modernos” em homenagem ao autor d’Os Lusíadas.

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2.

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Joaquim de Araújo: o camonista apaixonado Espíritos grandiosos sempre encontraram oposição violenta de mentes medíocres. Albert Einstein

Entre si e o poeta-soldado, desventurado vate quinhentista, podemos encontrar similitudes. Quais almas gémeas na desventurosa aventura do amor, no reconhecimento do seu mérito pelo labor e pela erudição e, consequentemente, almas gémeas enquanto alvo de inveja e intrigas, almas gémeas no propósito de projetar a Pátria no mundo através das letras, almas gémeas no infortúnio de um desfecho imerecido. O eloquente Camões fora despojado do solo pátrio e desterrado, mercê da “inveja dos medíocres, de uma corte beata” (Braga, 1881, p. 17), porém cultivando em si um ardoroso amor à nação que o desprezara, cantando e glorificando os feitos de um povo audaz e valoroso, elevando ao expoente máximo a Pátria, honrando-a com os mais bem conseguidos decassílabos heróicos, exibindo a sua alma numa das mais belas formas – o soneto –, e vê ser-lhe roubado pelo Fatum o fruto do laborioso trabalho da pena. O talentoso cantor d’Os Lusíadas, mercê da caridade alheia, retorna à terra mater para encontrar a ingratidão, a doença, a desilusão e a indigência. Joaquim de Araújo não foi bafejado por melhor sorte, pois que tendo demonstrado grande erudição e sensibilidade, nem sempre viu reconhecido o seu labor8 aquém e além-fronteiras, depois de abraçar a carreira diplomática, viu-se privado dos seus bens de raiz pela usurpação indevida de mãos traiçoeiras (Ferrão, 1934, pp. 120-121); em Itália, foi vítima de roubo de parte do seu raro e valioso espólio bibliográfico, numismático, filatélico, que tão empreendedora e custosamente conseguira reunir, intentando, de seguida, o suicídio. Por fim, acabou só, doente e sem meios próprios para regressar à pátria. Foi o estado português que suportou as despesas da sua viagem, com destino a um hospital psiquiátrico, onde acabaria os seus desventurosos dias vitimado pela demência. Em 1880, Teófilo Braga afirma que “O Centenário de Camões neste momento histórico, e nesta crise dos espíritos tem a significação de uma revivescência nacional”. De relembrar aqui a carta sentida, que Araújo escreve de Génova ao seu amigo Teófilo Braga (15.11.1908), em que, magoado pelo clima de intrigas que sempre o rodeou, não sente vontade de visitar Portugal: “[…] andei sempre aí num rodopio de intrigas, em que toda a gente fez de mim um bombo de feira, tirando o Teofilo, o Antero, o Lugan do Porto, o Sousa Martins, o Ramalho, o João de Deus, o Chagas – e poucos mais. Torturaram-me a ponto de me não deixarem respirar; todas as minhas palavras, todas as minhas ações, toda a minha vida, eram desvirtuadas, envenenadas ao sabor dos caprichos de cada qual! […] Não houve coisa a que eu metesse ombros, e que não fosse contrariada por puro espírito de combate à minha pessoa, de todo o ponto inofensiva! Não houve contrato que aí fizesse em que não ficasse roubado, em toda a linha!” 8

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Ora, imbuído do espírito neorromântico lusitanista, Joaquim de Araújo também evoca Camões, glorificando-o em diversos textos poéticos. Atuando ativamente no ambiente intelectual do seu tempo, como crítico literário e jornalista, foi um camonista de mérito que, no dizer de Xavier Coutinho, “soube viver, em euforia, o Tricentenário de Camões”. O vate de Lira Íntima produziu uma obra de louvável pendor nacionalista, merecendo o reconhecimento do mestre e autor de Camões e o Sentimento Nacional nos seguintes termos: No seu modesto lugar de cônsul em Génova, Joaquim de Araújo, por esse culto votado à nossa história e literatura, à glorificação dos vultos que representam a nacionalidade, tem dignificado mais Portugal no conceito europeu do que muitos portugueses altamente graduados, que desconhecem a vida mental e moral do país, bem diferente d’essas mesquinhas intrigas de gabinetes e das fações partidárias que fazem dos cargos públicos boas postas para brindar amigos. Na paixão da propaganda a favor das manifestações do génio português [Camões], Joaquim de Araújo, tira apenas a vantagem pessoal, no seu isolamento, de sentir-se vivendo idealmente na pátria em que pensa, melhor compreendida a distância, e servida com maior simpatia. (Araújo, 1905, p. 6)

Dentre a bibliografia camoniana de Joaquim de Araújo, destacamos as seguintes publicações, por ordem cronológica: 1881.

Um verso de Camões. Porto (soneto de Lira Íntima, p. 109. Foi depois impresso em separado: Porto, 1883, tendo na última página o nome das pessoas a quem se destinavam). 1882 [?]. Camões. Soneto de Eduardo Coimbra, editado em opúsculo à custa de J. de A., tiragem de cinco exemplares em papel de Japão. 1882. As Belas Artes no Centenário de Camões. MDLXXX-MDCCCLXXX, por Alfredo Xavier Pinheiro (edição luxuosa, impressa à custa de J.de A.). 1887. Luís de Camões. Porto (poemeto, com uma carta de Eça de Queirós. Várias edições). 1889. Alma Minha gentil. Porto (edição crítica da “glosa do judeu”). 1889. Lusíadas – de Luís de Camões. Porto: edição da Cidade do Porto, revista por J. de A. e prefaciada por Teófilo Braga. 1889-1892. Circulo Camoniano. Porto (revista internacional dirigida por J. de A., 2 vols.). 1891. A Estátua do Poeta (Ode Nacional). Porto. Ode expressamente composta e recitada pelo Autor [Joaquim de Araújo] no sarau da Sociedade Nacional Camoniana, realizado no Teatro Gil Vicente do Palácio de Cristal, a 10 de Junho de 1891 (a 2.ª edição contém uma carta de J. Dias Ferreira). 1892. Art Camonien – Lettre a Mr. Joaquim de Araújo por Platon de Waxel. Porto.

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1893. 1893.

1893. 1894. 1895. 1895.

1895. 1896. 1896. 1896.

1897. 1897. 1897. 1898. 1898. 1898. 1898.

1899. 1899.

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A Amada de Camões, de José de Oliveira Macedo (edição crítica). Bibliografia Camoniana. Porto (resenha cronológica das edições das obras de Luís de Camões e das suas traduções impressas, tanto umas como outras em separado, por Alfredo do Vale Cabral. Edição revista por J.de A. Esta Bibliografia saiu no Rio de Janeiro, por ocasião do Tricentenário de Camões. Na reimpressão portuguesa, a nota final pertence a Joaquim de Araújo). Os Doze de Inglaterra. Porto (edição crítica do episódio de Os Lusíadas). Numa Página dos “Lusíadas”. Porto (poema [quadra] de Flores da Noite, p. 57). Luigi di Camoens – poemeto com una lettera di Eça de Queiroz. Génova (tradução de G. Zuppone-Strani). Uma Glosa Camoniana do século XVIII. Padova (glosa por Joaquim Franco de Araújo, tiragem de 33 exemplares numerados, com a lista das pessoas a quem foram distribuídos, por ocasião do noivado de M.lle Mello Freitas e Annibal Fernandes Thomás, 16 págs. A introdução, por J. de A. vai até à pág. 12). Uma Glosa Camoniana do século XVIII. Génova (idem, formato mais pequeno). “Adamastor” – Episódio do V Canto d’Os Lusíadas. Livorno. Contém um aditamento de 4 págs., impresso na Imprensa Portuguesa, Porto A Luís de Camões – Um soneto de Gaspar Frutuoso. Padova (edição e prefácio de J. de A.). Le Naufrage du Camoens. Sonnet extrait du poème de Mr. Joaquim de Araújo “Louis de Camoens” et traduit en Arménien par le P. Arsène Lazik – Mekhithariste. Venise: Ile de S. Lazare, As Traduções Italianas dos Lusíadas. Livorno. Luigi di Camoens. Stanze por Giannina Milli. Padova (com uma carta de Araújo a Prospero Peragallo). Luís de Camões (poemeto, com uma carta de Eça de Queirós). 4.ª edição, emendada. Califórnia: Hayward. Morte di Camoens (de Almeida Garrett), por Domenico Perrero. Parma (com “Duas Palavras” de J. de A.). Notas Camonianas. Vila Nova de Famalicão (artigo em Nova Alvorada). O soneto de Torquato Tasso a Camões e Vasco da Gama. Centenário da Índia. Génova (com uma carta a António de Portugal de Faria). Três Estrofes de Camões. Veneza (tradução em arménio pelo padre Arsénio Lazick, publicada por J. de A. Estas estrofes são as primícias de uma versão completa de Os Lusíadas em arménio, empresa tentada pelo erudito padre, a instância de J. de A. que as publicou acompanhadas de uma breve nota). Camoens, Romanza, por Flaminio Lolli. Padova (com uma “Advertência” de J. de A. Camões – Canto V – Frammento di versioni (de Garrett). Padova.

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1904. 1906.

Camões no Teatro. Porto (artigo em A Revista). A Vida de Camões do Sr. Teófilo Braga. Génova (este opúsculo foi incluído no volume 50 Anos de Magistério 1872-1922, dedicado a Teófilo Braga).

O camonista fervoroso Joaquim de Araújo, divulgador devoto do herói mitificado, nas celebrações do 10 de junho, é ainda mais entusiasta e, em 1891, dedica ao autor de Os Lusíadas, sob a forma de ode, uma composição longa de vinte e uma quadras de rima cruzada, intitulada A Estátua do Poeta. Na ode, que designa de Nacional, cujo equilíbrio “que nobilita os temas tratados […]” apresenta “a graciosidade do discurso sóbrio e culturalmente significativo”, contrastando “vivamente com a tensão e angústia ao grito do infortúnio e desconcerto do poeta”, o autor de Lira Íntima, em versos alternadamente decassílabos e hexassílabos, torna visível o emprego de um tom que harmoniza com a elevação cultural do evento. Assim, “acentuando o caráter de revivescência”, “o tom classicizante que caracteriza o género”,9 o poeta oitocentista exprime o seu próprio grito contra a ingratidão de um povo, que, em ato de contrição, veio prestar homenagem ao vulto singular e inexcedível de Camões. São disso prova cabal os versos: “Num vozear estrídulo e vibrante, / Irrompe a multidão: / palpita como um hino triunfante, / em cada coração. // Vem pagar uma dívida sagrada, / E, em francas ovações, / Junto à estátua de bronze imaculada,/ Vitoría Camões.” E ainda “A Traição galanada: o cru Cinismo / Fingindo de Altivês: / Hiante, escancarado, o fundo abismo / do nome português. // Não há na infâmia quem se não adestre, / Esmagando troféus, / Tal como sobre a túnica do Mestre / Jogavam os Judeus.” E, num segundo momento, levado pela emoção, repetidamente, exulta em gritante euforia “A Pátria! a Pátria! dá rebate e chama, / Chama por todos nós. / Há uma corrente elétrica que inflama / Os netos e os avós!”, e como que em tom de agradecimento, presenteia a audiência com a sensibilização personificada da estátua do Génio “[…] / Num delírio de pompa indescritível, / A estátua de Camões / Animou-se um momento e pela face / O pranto lhe rolou, / Como astro de esperança, que raiasse… / E à espada a mão levou!”. No 312.º aniversário da morte de Luís de Camões, o jornal Tarde, de 10.07.1892, publica a poesia inédita de Joaquim de Araújo intitulada “Os Lusíadas”,10 datada do mesmo ano, em que o sujeito poético afirma: “Quando leio este Livro estranho e luminoso, / Em que soluça o amor e cantam as procelas, / Julgo entrever no azul do espaço religioso / Uma águia que roça a asa nas estrelas…”. A águia, como constatámos, é um símbolo recorrente na poética araujiana quando alusiva a Camões. Esta simboliza a luz

As citações presentes neste parágrafo foram extraídas de Maria do Céu Fraga (2011, pp. 643-646). Este poema, constituído por uma única quadra, integra o livro Flores da Noite (1894, pp. 57), com o título “Numa Página dos «Lusíadas»”.. 9

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intelectiva, um espírito elevado, grandioso e, ao invés de “roçar” o sol (símbolo da vida), esta águia “roça”, agora as estrelas noturnas, no firmamento, tornando-se símbolo de contemplação, de emulação. Mesmo depois da sua morte, Camões, qual Fénix renascida, continua a ser figura modelar, símbolo de nacionalidade. Tal como nos Salmos, aqui a águia simboliza também a regeneração espiritual da pátria lusitana. O soneto decassilábico intitulado “Um verso de Camões”11 inserto em Lira Íntima (1881), qual lamento, traduz um sentimento de perda de uma mater dolorosa, perante a efemeridade da vida que de si brotou, porquanto “junto ao berço de vida palpitante, / Há pouco ainda, e inanimado agora, / Pobre mãe! pobre mártir! ela chora / o deserto do ninho murmurante”. No segundo terceto, o sujeito poético destaca a dor lancinante de uma mãe saudosa que se vê privada do “seu então pequeno grande mundo”, convocando a aura do Génio que, face ao sofrimento causado pela perda da amada, desabafa, rendido à impotência humana: “Alma minha gentil que te partiste…”. Destacamos ainda o poema “Eterno Amor” (1885), em que J. Araújo, referindo-se ao amor de Camões pela “Bárbara, doce e tímida cativa”, “Morta de amor [...]”, alude ao reavivar da memória um amor nunca esquecido do poeta, que “[…], extático, ia soletrando / O nome de Nathercia, suave e brando”, deambulando “Em círculos de luz, pelo infinito…”. Este e outros sonetos evocam a vida e a obra do Poeta maior, assim mencionamos também “Na Derrota da Índia” (1885), em que J. A coloca Camões a bordo da nau, qual “Eterno cismador e visionário” em que “À noite […]” “O mar embala a nau no dorso altivo / E há como que um sopro rude e primitivo, / Um frémito gigante de epopeias!”; e “O Naufrágio” (1885) insertos, mais tarde, no poemeto intitulado Luís de Camões (1887), transcrevendo aqui o soneto “Na Gruta de Macau”, evocativo do local onde o Poeta terá redigido o poema épico: “No retiro plácido, sonhando, / O Poeta evoca das regiões da Morte / Os heróis lendários, que ao seu mando / Erguem a fronte valorosa e forte. // Toda sublime e varonil corte / Dos que a Pátria elevaram, batalhando, / Diante dos seus olhos vai passando, / Sem que a desgraça o ânimo lhes corte. // E em meio de pavor e fúria tanta, / Um peito brônzeo, heroico, se alevanta, / Contra as ondas lutando, triunfal, // E arrancando do mar ao seio bravo, / Dum povo prestes a morrer escravo, / A sagrada lenda sepulcral”. No prefácio a Uma Glosa Camoniana do século XVIII (1895), Joaquim de Araújo presenteia as personalidades a quem dedica o opúsculo, tecendo considerações históricas relativas a quatro personalidades portuguesas, de vulto, a partir de um folheto de Joaquim Franco de Araújo, encontrado, num alfarrabista de Pádua. O autor do folheto, não se encontrando referido no Dicionário Bibliográfico, nem nas bibliografias camonianas, “todas completas, no dizer dos intendidos” [sic], vai dar origem a uma aturada investiO soneto “Um verso de Camões” foi, posteriormente, em 1883, publicado em opúsculo no Porto, numa tiragem de 9 exemplares, dedicado ao Dr. A. Carvalho Monteiro, não sendo comercializado. 11

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gação. O diplomata J. de A., uma vez mais, “persegue” o apuramento de factos atinentes à História e cultura nacionais e, como camonista apaixonado que é, não deixa de trazer à luz a homenagem feita por “esse meu [seu] desconhecido homónimo”,12 responsável pelas oito sextinas, “Finalizando com versos de Camões” extraídos d’Os Lusíadas. Apesar de distante, Joaquim de Araújo está atento a tudo o que à pátria diga respeito, não deixando por créditos alheios o apuramento dos factos históricos, indo aos ínfimos pormenores, bem como a presença camoniana além-fronteiras. Os Lusíadas servem-lhe de mote para catapultar a “lusitanidade”, nos quais, ele próprio se revê. Numa edição de 1897, intitulada Parodie d’Inès de Castro, Tragédie de La Motte (Sur l’air du Mirliton),13 Joaquim de Araújo, estudioso dedicado à cultura pátria, no texto de apresentação da referida publicação atinente a Inês de Castro, apela a quem possa votar-se a uma investigação minuciosa sobre a monografia bibliográfica da “mísera e mesquinha”, “a partir dos trovadores antigos e antigos cronistas, até aos poemas, romances, ficções dramáticas e pequenos esboços históricos”. Após alguns considerandos, o diretor do Circulo Camoniano remete o leitor para “três trabalhos fundamentais para determinar a importância que a lenda de Inês de Castro adquiriu no tablado cénico”, e enumera vinte e quatro espécies teatrais que estiveram em cena em várias localidades italianas, de 1766 a 1896, e que não constam dos três trabalhos monográficos existentes e por ele referidos. Por aqui se vê a relevância dada à investigação séria e ao estudo acurado da cultura portuguesa, por parte deste erudito homem de letras. Joaquim de Araújo, quando funda a revista internacional Circulo Camoniano (1889-1892) vai, através da colaboração do escol nacional e estrangeiro, propalar a figura modelar de Camões, bem como a sua obra enquanto símbolo e corolário de nacionalidade. É seu propósito dedicar esta publicação mensal à vida do insigne Poeta e [às] suas criações esculturais [que] fizeram a volta do globo, numa jornada gloriosa e imortal, deixando em toda a parte os sulcos da sua passagem. É que o Génio de Camões, eminentemente português pelo sentimento nacional, que o domina, é cosmopolita pela importância do papel, que representa nessa transformação única da Renascença. O seu Poema é a bíblia sacrossanta de um povo, que, só veio a lê-la, já de olhos baços, “numa austera apagada e vil tristeza”.14 (Araújo, 1889, p. 5) Mas por toda essa obra colossal destaca poderosamente a alta compreensão do movimento científico e literário da Renascença de par com o férvido naturalismo panteísta, Ob. cit., p. 11. Integrada numa coleção destinada a publicar “Pièces Intéressantes et Peu Connues, pour servir à l’Histoire et à la Littérature”. A Maestricht, chez J. E. Dufour & Phil. Roux, imprimeurs - Libraires, associés. 14 Os Lusíadas, canto X, est. 145, v. 8. 12 13

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que Camões tirou, a um tempo, da compreensão da antiguidade pagã e de um novo mundo moral. (Ibid., p. 6) [...] E os monumentos em honra do POETA começaram de surgir por toda a parte. (Ibid., p. 7)

Em relação à comemoração internacional do Tricentenário de Camões, Joaquim de Araújo, ao escrever sobre a “Arte no Centenário”, no Circulo Camoniano, vai falar desses monumentos, referindo-se à “enumeração [que a revista apresenta] das manifestações artísticas com que o estrangeiro concorreu para a grande apoteose camoniana de 1880”. Afirma que o assunto “encontrou o seu verdadeiro lugar, donde saúda, no rastro desse glorioso movimento artístico, a memória do imortal poeta” (Ibid., p. 60). De facto, é numa revista dedicada ao Génio quinhentista que melhor se enquadra tudo quanto lhe diga respeito. Em tom conclusivo à introdução da revista em epígrafe, Araújo diz ser desideratum desta publicação: Reunir, congregar em um mesmo campo de atividade intelectual, os obreiros que em tão afastadas regiões se enfileiram na legião dos celebradores do Épico prodigioso e do Lírico incomparável do século XVI, procurando assim um laço de união para os seus trabalhos, num mesmo certâmen; ajuntar o maior número de contribuições para o estudo da VIDA e da OBRA de CAMÕES; celebrar os que nessa liça exalçaram o nome do ALTÍSSIMO POETA; – tal é o escopo a que mira o CIRCULO CAMONIANO. (Ibid., p. 78)

Com efeito, o poeta da novíssima geração consegue agremiar notáveis ensaístas nacionais e estrangeiros, contribuindo para a divulgação de Camões, procedendo, muitos deles, à tradução de várias das suas composições. Dentre os vultos estrangeiros, evidencia-se a participação do camonista alemão Wilhelm Storck. No poemeto Luís de Camões (Porto, 1887), Joaquim de Araújo não deixa de enaltecer o “vate maldito” legitimando o sentimentalismo de pendor nacionalista, vai “Junto da Boa Infanta” aludir uma vez mais ao amor correspondido entre Camões e Nathercia, à “Derrota da Índia” e, inspirado na produção da epopeia, evoca o espaço onde o poeta escreveu Os Lusíadas no soneto “Na gruta de Macau”. Não deixa de referir ainda o infortúnio do épico aquando d’“O Naufrágio” e da salvação da lenda nacional. Sobre “Visões do cárcere” faz o autor inflexões sobre o sofrimento do poeta e da lembrança da amada que ora o consola naquela desdita ora o deixa mais infeliz pela ausência daquela para dar lugar à memória triste da “bela Inês [que] ele entrevira doce, / Morta, nos braços do seu régio amante!” De seguida, em “Eterno Amor” mais uma referência à “Barbara, a doce e tímida cativa” que a morte precocemente lhe roubou.

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Maria Amélia Ferreira Peixoto Maia

Joaquim de Araújo, como constatamos pela obra por si legada é, no seu tempo, um dos grandes promotores e colaboradores na divulgação das comemorações referentes, não só ao Centenário de Camões, como também ao Centenário da Índia, ao Centenário do Padre António Vieira, Centenário de Garrett e outras efemérides a decorrer em Portugal e no Brasil. O diplomata penafidelense revela, na sua trajetória lírica, não só manifestações de pendor romântico, como também não consegue evitar o resvalar para o Parnasianismo que ele, de certa forma, hostilizava.15 3.

Conclusão

Joaquim de Araújo é um incansável e afadigado arauto luso que, ao frequentar os círculos diplomáticos, contribuiu para o incremento da interculturalidade, sem manifestar qualquer depreciação da Cultura lusa face à de outros países mais em voga na altura. Antes pelo contrário, partindo da figura de relevo do Portugal de Quinhentos – Camões –, faz por igualar Portugal à magnitude das coetâneas sociedades culturais europeias. Apesar da sua admiração por poetas franceses da época, não se deixou ofuscar pelo “Francesismo” tal como o descreve ironicamente Eça de Queirós nas Últimas Páginas.

* Apropriando-nos das palavras de Pushkin sobre o poeta russo Lomonossov, podemos afirmar que Joaquim de Araújo “Reunindo uma força de vontade extraordiNo prefácio consagrado a Folhas de Hera (1886), Joaquim de Araújo tece rasgados elogios ao autor, caracterizando a sua obra poética de “Estreia primorosa de um elegante poeta”, fazendo alusão concomitante aos “formosos contos da Visão antiga e da Indiscrição” a que atribui a classificação de “puras telas de um parnasianismo meridional”. Diz-se encantado com as “pequenas molduras históricas [referindo-se a Folhas de Hera] a que o sr. Alfredo Alves deu vida, em nítidos cenários de tercetos”. Reitera o seu apreço, afirmando: “Encantaram-me, sem que todavia o género me comova, sequer mediocremente” (destaques nossos; Ibid., pp. V-VII). Refere ainda que “Das poesias amorosas, que este livro encerra, a que apontamos [“minha janela”] é evidentemente a mais notável. O Parnasianismo colore-a; não a absorve, contudo, por maneira alguma” (idem: VIII). Sobre a sua integração numa escola, Araújo diz ser-lhe difícil “assinalar com precisão ao autor das Folhas de Hera o seu verdadeiro lugar.” Referindo notar-se “que hesita em seguir um rumo; vê de face Coppée e Gonçalves Crespo, avista no alto, coroado de estrelas, João de Deus, o grande Mestre…” acabando por inferir que “do espírito do moço escritor, rebenta alguma coisa de seu-próprio […]” (Ibid., pp. VIII-X). Reflexos disso são, por exemplo, as suas composições em forma de soneto e verso decassilábico, que integram a Parte II do seu primeiro livro de poesia. Curiosamente, o poema “A Aldeia” é em tudo semelhante ao soneto de Gonçalves Crespo “Na aldeia”, bem ao gosto parnasiano, quer no tema, quer na forma, sem esquecer a “Tela Rústica” de António Fogaça, mais próximo ainda da referida “tela” de Crespo. 15

A receção de Camões em Joaquim de Araújo

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nária, a uma força igual de compreensão [...] abrangia todos os ramos da civilização. A sede do saber [a par da vontade férrea de dar a conhecer ao mundo a cultura lusa] foi a paixão dominante deste ser cheio de paixões”. O penafidelense Joaquim de Araújo ficou renomado pelo caráter polarizante e irradiante no ambiente intelectual do seu tempo, não parou de se aproximar e de privar com os grandes espíritos coetâneos que admirava, nacionais e estrangeiros. Como bibliófilo, bibliógrafo e escritor benemérito promoveu e manteve relações com a maior parte dos lusófilos e camonistas do seu tempo, a saber: Wilhelm Stork, Platon de Waxel, Emílio Teza, Domenico Midelli, Prospero Peragallo e Strani, Achile Millieu, Pedro Galver, Tomás Canizzaro, Gören Björkman, Maxime Formont, Edgar Prestage, Magalhães de Azeredo, entre outros, grandes admiradores seus. Ainda no âmbito da sua atividade consular, prestou homenagem a grandes figuras do universo da literatura portuguesa, dedicando-lhes números especiais comemorativos. Joaquim de Araújo foi testemunha e ator privilegiado de uma época de transição que vai da Geração de 70 até ao Modernismo, e na qual se entrecruzam várias correntes. Referências Alves, Alfredo (1886). Folhas de Hera. Com um prefácio de Joaquim de Araújo. Porto: Tipografia Elzeveriana. Araújo, Joaquim de (1887). Luís de Camões. Poemeto, com uma carta de Eça de Queirós. Porto. Araújo, Joaquim de (1889) Circulo Camoniano. Porto: Tipografia Elzeveriana. Araújo, Joaquim de (1891). A Estátua do Poeta. Ode Nacional, 2.ª edição, com uma carta do sr. J. Dias Ferreira. Porto: Typ. da Casa Editora Alcino Aranha & C.ª. Araújo, Joaquim de (1993). Cartas de Antero de Quental. In: Anthero de Quental In Memoriam, 2.ª ed., edição fac-similada. Lisboa: Editorial Presença / Casa dos Açores. Araújo, Joaquim de (1905). O “Frei Luiz de Sousa” de Garrett. Notas com um prefácio de Theophilo Braga. Lisboa: Livraria Ed. Viúva Tavares Cardoso. Braga, Theophilo (1881). Camões. In: Plutarco Portuguez. Collecção de Retratos e Biographias dos Principais Vultos Históricos da Civilização Portugueza, vol. I (III). Porto: Typ. Occidental. Coutinho, Xavier (1982). Um Ilustre Penafidelense, JOAQUIM DE ARAÚJO, Jornalista, Poeta, Camonianista e Erudito. Penafiel: Câmara Municipal de Penafiel. Ferrão, António (1934). Teófilo Braga e Joaquim de Araújo. In Memoriam do Doutor Theophilo Braga (1843-1924). Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa. Fraga, Maria do Céu (2011). Odes. In: Vítor Aguiar e Silva (Coord.), Dicionário de Luís de Camões. Lisboa: Caminho, pp. 643-646. Melo, Ernesto (1936). Joaquim de Araújo, In: Galeria de Penafidelenses Ilustres. Penafiel: Tipografia Minerva.

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