A reconfiguração da política externa norte­americana para o Oriente Médio (1967 – 1979)

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Tiago Sampaio Revista Zona de Impacto ANO 16 Vol. 2 ­ 2014 ­ Julho/Dezembro

                                                            ISSN 1982­9108 Revista  Zona de Impacto. ANO 16 Vol. 2 ­ 2014 ­ Julho/Dezembro A reconfiguração da política externa norte­americana para o Oriente Médio (1967 – 1979)

 

  Thiago Henrique Sampaio (UNESP/Assis). Graduando em História pela Faculdade de Ciências e Letras. Resumo Nos dias atuais percebemos o constante interesse norte­americano na região do Oriente Médio, principalmente  pela  questão  energética  e  do  fundamentalismo  religioso  que  começou  a  ganhar força  nas  últimas  décadas.  Mas,  a  pergunta  que  fica:  a  partir  de  quando  os  Estados  Unidos começaram a reconhecer o Oriente Médio como região de importância na sua política externa? O presente trabalho tem como objetivo analisar o período de 1967 – 1970 evidenciando que nesta época  até  os  dias  de  hoje  o  Oriente  Médio  passa  a  ser  uma  das  regiões  mais  estratégicas  na política  externa  norte­americana,  devido  a  importância  de  seus  recursos  energéticos  e  a preocupação de conter o fundamentalismo religioso que começava a ganhar força no período. A partir  disso,  podemos  considerar  que  estes  anos  foram  fundamentais  para  o  Oriente  Médio  se consolidar como preocupação para a diplomacia norte­americana. Palavras­chaves: Estados Unidos, Oriente Médio, Política Externa, Guerra Fria Abstract Nowadays we realize  the  constant  American  interest  in  the  Middle  East  region,  especially  the energy issue and the religious fundamentalism that started to gain momentum in recent decades. But the question remains: from when the United States began to recognize the Middle East as a region of importance in its foreign policy? This study aims to analyze the period of 1967 ­ 1970 showing  that  at  this  time  until  the  present  day  Middle  East  becomes  one  of  the  most  strategic regions in U.S. foreign policy, because the importance of energy resources and concern contain religious  fundamentalism  that  began  to  gain  momentum  in  the  period.  From  this,  we  can consider that these years have been fundamental to the Middle East to consolidate as concern for American diplomacy. Keys­words: United States, the Middle East, Foreign Policy, Cold War

Introdução             Desde o século XIX, a política externa norte­americana se voltou a América e a Europa. Os  interesses  dos  Estados  Unidos  no  continente  americano  se  tornaram  evidente  a  partir  da Doutrina  Monroe  (1823)  e  da  Diplomacia  do  Big  Stick;  e  no  caso  da  Europa  os  interesses econômicos  e  políticos  ficaram  evidentes  após  a  II  Guerra  Mundial,  com  o  avanço  da  União Soviética  sobre  os  países  da  Europa  Oriental  formando  um  bloco  de  países  que  adotaram  o comunismo como sistema econômico­social.                         A  política  externa  adotada  para  a  Europa  nos  pós­Guerra  se  encontram  dentro  da Doutrina  Truman,  que  designou  um  conjunto  de  medidas  do  governo  norte­americano  para  a contenção  do  comunismo  a  países  que  estavam  com  suas  economias  fragilizadas  ao  final  do http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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conflito bélico.             E como se desenvolveu as relações internacionais dos Estados Unidos com as demais partes do globo, especificamente, o Oriente Médio?             A região compreendida como Oriente Médio esteve ao longo do século XIX até meados do século XX sobre interesse das potências européias (principalmente França e Inglaterra). Até 1923,  está  região  era  subjugada  pelo  Império  Otomano,  após  seu  desmoronamento  com  o término da Primeira Guerra Mundial e a divisão de seus territórios através do Tratado de Sèvres, Inglaterra  e  França  puderam  exercer  influência  e  administrar  esta  localidade.  Só  partes  da península Arábica permaneceram livres de domínio europeu.              O Iêmen, assim que acabou a ocupação otomana tornou­se um Estado independente sob o imã dos zayditas, Yahya. No Hedjaz, o xerife Husayn proclamou­se rei e governou por alguns anos, mas na década de 1920 seu governo, ineficaz e privado de apoio britânico, foi neutralizado por  uma  expansão  de  poder  do  governante  saudita,  Abd  al­Aziz  (1902  –  1953),  da  Arábia Central; tornou­se parte do novo Reino da Arábia Saudita, que se estendia do Golfo Pérsico ao mar  Vermelho.  O  protetorado  britânico  sobre  pequenos  estados  no  Golfo  Pérsico  continuou  a existir; uma área de proteção britânica foi ampliada para leste, a partir de Áden; e no sudoeste da península, com apoio britânico, o poder do sultão de Omã em Mascate foi estendido ao interior, a custa do imã Ibadita (HOURANI, 2005, p. 321 – 322) 1.             Colocadas em suas posições de potência, a Inglaterra e a França puderam, entre 1918­ 1939,  expandir  seu  controle  sobre  o  comércio  e  a  produção  da  região.  O  Oriente  Médio  era importante  para  a  Europa  como  fonte  de  matérias­primas,  e  uma  grande  proporção  de investimento  britânico  e  francês  era  dedicada  a  criar  condições  para  extraí­las  e  exportá­las (HOURANI,  Albert.  Op.  cit,  p.  323).  Os  países  árabes  tinham  grande  dependência  da  Europa para a maioria dos produtos manufaturados (combustíveis, metais, maquinaria), a importação e a exportação eram feitas por navios britânicos e franceses (HOURANI, Albert. Op. cit, p. 324).             No Iraque, o controle do mandato britânico tinha, desde o princípio, sido exercido por intermédio do rei Faysal e seu governo; o âmbito de ação do governo foi estendido em 1930 por um Tratado Anglo­Iraquiano, pelo qual o Iraque recebia independência formal em troca de um acordo  para  coordenar  sua  política  externa  com  a  da  Inglaterra.  Após  o  tratado,  o  Iraque  foi aceito como membro da Liga das Nações, um símbolo de igualdade e admissão na comunidade internacional (HOURANI, Albert. Op. cit, p. 333).             No Egito, a existência de um partido nacionalista bem organizado tendo por trás a classe de proprietários rurais e uma burguesia em expansão ansiosa por uma mudança  política,  e  por temores britânicos quanto às ambições italianas (devido a recente invasão da Itália na Etiópia), tornou possível um Tratado Anglo­Egípcio de 1936. A ocupação militar do Egito foi declarada encerrada, mas a Inglaterra ainda poderia manter forças armadas numa zona em torno do Canal de Suez; logo depois, o Egito adentrou a Liga das Nações (HOURANI, Albert. Op. cit, p. 333). Neste período, começou a emergir no Egito duas poderosas forças, uma política e outra religiosa, que rapidamente se espalhou por diversos países da região: o Partido Comunista e a Irmandade Muçulmana (HOURANI, Albert. Op. cit, p. 350).                         A  Segunda  Guerra  Mundial  aconteceu  em  um  mundo  árabe  que  parecia  firmemente seguro  dentro  dos  sistemas  colonial  francês  e  britânico.  Os  nacionalistas  podiam  esperar  uma posição mais favorável dentro deles, mas o poder militar, econômico e cultural  de  Inglaterra e França parecia inabalável. Nem os Estados Unidos, muito menos a União Soviética, tinham um limitado interesse no Oriente Médio e na região do Magreb (Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos). A  guerra  foi  um  catalisador,  trazendo  rápidas  mudanças  no  poder  e  na  vida  social, principalmente  nas  localidades  periféricas  do  mundo  (HOURANI,  Albert.  Op.  cit,  p.  357). Durante os anos iniciais a guerra foi essencialmente europeia. Mas, a situação começou a mudar a partir de 1940 quando a França foi derrotada e retirou­se da guerra e a Itália entrou.             A partir de 1942, todos os países que tinham estado anteriormente sob domínio britânico assim continuaram, e havia tropas britânicas também na Líbia, Síria e Líbano. O domínio francês ainda permanecia formalmente na Síria, no Líbano e no Magreb, onde o exército francês estava sendo  refeito  para  tomar  parte  ativa  nos  últimos  estágios  da  guerra  na  Europa  (HOURANI, Albert. Op. cit, p. 358). http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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            As bases do poder britânico e francês tinham sido abalados na região do Oriente Médio. O colapso da França em 1940 enfraquecera sua posição aos olhos daqueles que ela dominava; embora tivesse emergido do lado dos vencedores, e com o status formal de grande potência, os problemas da recriação de uma vida nacional estável e restauração de uma economia danificada lhe tornou mais difícil apegar­se a um império colonial 2. Na  Inglaterra, os  esforços  da guerra haviam levado a uma crise econômica que só podia ser superada aos poucos, com a ajuda dos Estados  Unidos;  o  cansaço  e  a  consciência  da  dependência  fortaleceram  a  dúvida  sobre  se  era possível dominar um império tão grande do mesmo jeito que antes (HOURANI, Albert. Op. cit, p. 358).              Após o término da Segunda Guerra Mundial, ofuscando os poderes ingleses e franceses, os Estados Unidos e a União Soviética tinham maiores recursos econômicos e força humana que qualquer outro país, e no curso da guerra haviam estabelecido uma presença em muitas partes do mundo.  A  partir  disso,  estariam  em  posição  de  exigir  que  seus  interesses  fossem  levados  em conta em toda a parte, e a dependência econômica da Europa da ajuda americana dava aos EUA um  poderoso  meio  de  pressão  sobre  seus  aliados  europeus  a  permitirem  o  processo  de descolonização (HOURANI, Albert. Op. cit, p. 359.) O início da aproximação dos Estados Unidos e Oriente Médio             Depois da Segunda Guerra Mundial, os EUA emergiram como a primeira hegemonia de cunho  liberal  e  democrático,  iniciando  seu  ciclo  de  dominação  e  expansão  econômica, transformando  drasticamente  o  caráter  de  sua  diplomacia  internacional  para  promover  seus interesses regionais em oposição à União Soviética3 .                         A  descolonização  levou  o  declínio  das  potências  europeias,  a  derrocada  de  seus adversários  e  sua  ascensão  econômica  beneficiaram  drasticamente  os  Estados  Unidos  em  sua política externa (PECEQUILO, 2005, p. 126 – 127) 4.             A expansão do comunismo trazia a necessidade de construir redes de proteção contra os soviéticos,  regional  e  globalmente,  contendo  a  disseminação  de  suas  ideologias.  Esta  nova política  visava  construir  uma  ordem  internacional  estável  e  duradoura  que  prevenisse  a consolidação e o aumento do poder rival (PECEQUILO, Cristina Soreanu. Op. cit. p. 130.).             A partir de 1946, ocorreu um avanço da União Soviética sobre os países do Oriente Médio. No Irã, os soviéticos tentaram controlar a exploração de petróleo, enquanto na Turquia visavam o controle do estreito de Dardanelos (PECEQUILO, Cristina Soreanu. Op. cit. p. 138.).                         Os  Estados  Unidos  identificavam  o  grande  risco  na  dominação  da  Eurásia  pelos soviéticos, era a obtenção por parte da União Soviética de condições materiais e territoriais para superar  o  poder  norte­americano.  Era  necessário  impedir  que  uma  só  potência  dominasse  a Eurásia  (ou  os  blocos  regionais),  tornando­se  uma  preocupação  duradoura  da  política  externa americana (PECEQUILO, Cristina Soreanu. Op. cit. p. 157).             Esta política de ação e reação de ambos os lados tornou­se uma marca característica da Guerra  Fria.  Em  resumo,  a  Guerra  Fria,  era  uma  luta  entre  dois  modos  de  vida,  entre  dois sistemas  opostos,  que  tinham  em  comum  o  objetivo  de  estender­se,  trabalhando  efetivamente para  a  decadência  e  o  desaparecimento  do  outro  (PECEQUILO,  Cristina  Soreanu.  Op.  cit.  p. 149).             As Américas perderam a importância e a centralidade que haviam tido para os Estados Unidos  e  não  foram  um  alvo  estratégico  na  Guerra  Fria  (PECEQUILO,  Cristina Soreanu. Op. cit.  p.  161).  Era  na  Ásia  que  se  desenvolveram  alguns  dos  problemas  mais  característicos  do período (PECEQUILO, Cristina Soreanu. Op. cit. p. 172).             A partir de 1948, ocorreu a política de porta aberta para o Oriente Médio, que consistia em  tratados  (principalmente  com  Irã  e  Israel)  que  continham  cláusulas  sobre  garantias  de investimentos  do  capital  americano  de  entrar  livremente  em  negócios  e  negava  discriminações contra investidores dos EUA. Estes contratos previam a não­interferência na propriedade e nas operações de credores norte­americanos, bem como instituir outras medidas de proteção nestes países 5.                         Em  depoimento  na  Câmara  dos  Deputados,  ocorrida  em  1967,  Robert  McNamara http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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demonstrou  qual  era  os  reais  interesses  dos  Estados  Unidos  para  a  região  do  Oriente  Médio  e deixou subentendido como seria a política norte­americana para esta região: O  Oriente  Próximo  e  o  Oriente  Médio  continuam  tendo  importância estratégica  para  os  Estados  Unidos,  pois  a  região  é  uma  encruzilhada política, militar e econômica. O fluxo de petróleo do Oriente Médio é vital para o Ocidente. Nós temos, portanto, muita coisa em jogo, quanto a  estabilidade  e  ao  contínuo  desenvolvimento  dessa  área.  Temos também  um  profundo  interesse  em  manter  nossas  relações  de  aliança com a Grécia, Turquia e Irã, pois estes países situam­se entre a União Soviética, as bases navais e os recursos petrolíferos do Oriente Médio6 .               A ideia de que os EUA tinham algum tipo de “direito” sobre o petróleo do Oriente Médio já  estava  presente,  de  modo  discreto,  nas  décadas  de  40  e  50.    Eisenhower  afirmou  em  1957, após a Crise do Canal de Suez, que os EUA usariam a força “na eventualidade de uma crise que ameace cortar o acesso do mundo ocidental ao petróleo do Oriente Médio”. No ano seguinte, o presidente  pediu  ao  Congresso  autorização  para  o  envio  de  tropas  para  o  Oriente  Médio, justificando  que  a  atitude  era  necessária  para  mostrar  a  “todos,  inclusive  os  soviéticos,  que estamos plenamente dispostos a sustentar os direitos ocidentais na região” 7. Ficando implícito nessas falas que um desses “direitos” era o acesso ao petróleo.             A respeito da Crise do Canal de Suez, os Estados Unidos afastaram tanto de seus antigos aliados  europeus,  França  e  Inglaterra,  a  quem  impediram  de  retomar  o  controle  do  Canal nacionalizado  por  Nasser,  como  do  Egito,  com  o  qual  haviam  se  comprometido  a  construir  a represa de Asuan, depois assumida pela União Soviética.              Segundo Pecequilo, a literatura que trata da Crise de Suez é praticamente unânime em afirmar  que  os  Estados  Unidos  tiveram  uma  política  extremamente  confusa,  que  permitiu  o avanço  da  União  Soviética  no  Oriente  Médio.  Apresentada  por  Kruschev  como  uma  vitória soviética,  prova  da  mudança  do  equilíbrio  de  poder  em  favor  do  bloco  comunista,  os acontecimentos  no  Egito  foram  conseqüência  dos  erros  americanos,  que  já  percebiam  que  o Oriente  Médio,  como  uma  área  vital  de  seu  interesse,  tanto  do  ponto  de  visto  político,  quanto econômico  devido  as  suas  reservas  petrolíferas  (PECEQUILO,  Cristina  Soreanu.  Op.  cit.  p. 177).             Na década de 1950, percebe­se que a Guerra Fria começou a caminhar pela periferia do mundo,  a  Europa  deixava  de  ser  o  palco  principal  deste  conflito  ideológico  (PECEQUILO, Cristina Soreanu. Op. cit. p. 179). Nesta época, os soviéticos tinham uma política para o Oriente Médio, que ficou evidente a partir desta década. Demandavam a solução dos desentendimentos pelas  negociações  pacíficas,  a  não­interferência  nas  questões  internas  dos  países,  nenhum compromisso militar contra as grandes potências, liquidação das bases estrangeiras, embargo à corrida armamentista e assistência econômica sem qualquer condição política, militar ou outra 8.             Um desafio a política externa norte­americana surgiu nesta época: o nacionalismo nos países produtores de petróleo. Essa tendência começou com as pressões para mudar as regras de divisão  dos  lucros  em  países  como  o  Irã  e  a  Arábia  Saudita,  cujos  governos  passaram  a reivindicar condições cada vez melhores 9.              Em 1951, subiu no Irã como primeiro­ministro Mohammed Mossadegh, que liderou um forte movimento nacionalista no país que defendia o controle de suas riquezas petrolíferas. Foi favorável a nacionalização da Anglo­Iranian Oil Company, companhia que operava no Irã desde 1909 e seus maiores acionistas eram ingleses. O Parlamento iraniano aprovou a nacionalização do  petróleo  e  Mossadegh  era  visto  como  um  símbolo  da  luta  antiimperialista  em  seu  país.  Os ingleses  juntamente  com  os  americanos  propuseram  um  boicote  ao  petróleo  iraniano  com  o objetivo  de  sufocar  a  economia  fragilizada  do  país,  isso  acarretou  em  uma  aproximação  do governo de Mossadegh com a URSS. http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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                        Segundo  Newton  Carlos,  Mossadegh  exagerou  na  estratégia  de  chantagem  sobre  os Estados Unidos, declarando que se não obtivesse mais auxílio americano teria que procurar com a União Soviética, insinuando que estaria disposto a assinar com esse país um acordo econômico e de defesa mútua, esta aproximação realizaria os objetivos principais da política externa russa desde os tempos dos czares, o acesso ao Golfo Pérsico, linha de vital importância do Ocidente para o Extremo Oriente10 .             O boicote gerou uma crise de poder entre Mossadegh e o xá Reza Pahlavi. Os britânicos junto  com  os  EUA  pensaram  em  um  plano  para  afastar  Mossadegh  do  poder,  agitando  a população iraniana contra o primeiro­ministro. Motivado pelas movimentações populares, Reza Pahlavi  demitiu  seu  primeiro­ministro,  o  que  provocou  manifestações  favoráveis  a  Mossadegh que obrigaram o xá a abandonar o Irã. Mas, Mossadegh não conseguiu manter o poder por muito tempo,  sofreu  um  Golpe  de  Estado  que  instalou  o  general  Fazlollah  Zahedi  como  primeiro­ ministro e o xá regressou ao país com poderes absolutos, favoráveis a política norte­americana e britânica 11.             Quando o preço do petróleo foi unilateralmente reduzido pelas concessionárias, em 1959 e,  novamente,  em  1960,  infligiu  perdas  aos  Estados  produtores,  com  isso  decidiram  criar  um poder que seria o contraponto à exploração das multinacionais petrolíferas 12. Em 1960, surgiu a OPEP, Organização dos Países Exportadores de Petróleo, criada pela Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait  e  Venezuela  com  o  objetivo  de  fazer  uma  frente  comum  nas  negociações  com  as multinacionais  petrolíferas.  A  OPEP  surge  com  duas  cláusulas  principais  em  seu  acordo  de criação: 1.   Unificação das políticas petrolíferas e; 2.  Os  países  exportadores  não  podendo  permanecer  indiferentes  à atitude  das  companhias  realizando  modificações  de  preços  exigirão deles  a  manutenção  de  preços  estáveis,  restauração  dos  preços reduzidos  e  no  futuro,  só  modificá­los  com  a  autorização  dos  países produtores.  Será  planejado  um  sistema  de  estabilizar  os  preços  pelo controle da produção, e os países formarão uma frente única, rejeitando as  ofertas  de  tratamento  preferencial  pelas  companhias  a  um  membro em troca da ação unilateral13 .             Desde finais da década de 1940, a Venezuela clamava os Estados produtores de petróleo a  unirem­se  contra  as  multinacionais,  mas  seriam  apenas  em  finais  da  década  de  1950  que  o ministro  do  petróleo  saudita,  Abdullah  Tarik,  aceitaria  tais  ideais14  .  Ao  longo  da  década  de 1950, ficou evidente este discurso nacionalista sobre o petróleo, como podemos analisar abaixo: O  petróleo  árabe  é  nosso.  È  nossa  riqueza  nacional,  que  não  se enquadra  apenas  essencialmente,  mas  sim  totalmente,  dentro  de  nossa jurisdição.  Não  admitimos  qualquer  discussão  dele  em  qualquer  foro internacional. Os países produtores de petróleo, e aqueles pelos quais o petróleo transita, podem discutir entre si o que devem discutir, e quando devem  discutir.  O  petróleo,  o  nosso  petróleo,  não  é  uma  mercadoria política de uma empresa internacional, e estamos decididos a mantê­lo fora da área da política 15.                         Outro  elemento  importante  que  começou  a  se  destacar  no  período  como  unidade importante para a política externa norte­americana foi à criação do Estado de Israel (1948) e seu posicionamento do conflito árabe­israelense.             União Soviética e Estados Unidos rapidamente reconheceram a criação do Estado de Israel em 1948. No caso americano, Gaddis afirma que o reconhecimento do EUA para este país deveu­se  basicamente  por  três  fatores:  compaixão  humanitária  decorrente  do  Holocausto; conveniência para a política interna, especificamente a reeleição de Truman e “teimosia pessoal” do  presidente  americano16  .  Inicialmente,  ocorreu  uma  aproximação  entre  Israel  e  União http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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Soviética, mas isso rapidamente irá mudar decorrente da política externa soviética para o Oriente Médio e a Guerra do Canal de Suez (1956)17 .                         A  partir  de  1958,  começou  a  ficar  evidente  o  papel  estratégico  de  Israel  na  política externa norte­americana devido à deposição do governo pró­ocidental do Iraque,  tendo  o  novo governo se alinhado a URSS, as crises no Líbano e na Jordânia. Israel mostrou­se como o único regime  pró­Ocidente  estável  da  região,  cuja  sua  aproximação  com  os  EUA  poderia  ser estratégica18 .             Nos governos Kennedy e Johnson definiram a relação entre EUA e Israel como especial e  também  ocorreu  o  fornecimento  de  armas  defensivas  para  os  israelenses.  Segundo  Karsh,  a ampliação  do  fornecimento  de  armas  para  Israel  deveu­se  a  necessidade  de  Washington  em prevenir inicialmente o desenvolvimento e uso de armas nucleares por parte de Israel19 .              Em 1967, ocorreu a Guerra dos Seis Dias devido a atritos entre Israel e os países árabes vizinhos, em especial Egito e Síria. Durante o conflito, a diplomacia israelense tentou conquistar garantias norte­americanas de que um ataque aos israelenses constituiria um ataque aos EUA, o que não ocorreu. Os americanos temiam serem envolvidos em um novo conflito bélico, já que estava em andamento a Guerra do Vietnã (1955 – 1975) que trazia enormes gastos econômicos e militares. Fora que, um conflito que envolvesse a Síria e o Egito poderia atrair a URSS, aumento as  dimensões  bélicas.  O  posicionamento  americano  ao  longo  do  conflito  esteve  restrito  em caráter apenas diplomático20 .                         Em  decorrência  da  guerra,  houve  diversas  transformações  para a  política  do  Oriente Médio.  Safran  destaca  a  importância  da  vitória  israelense  para  a  política  americana  na localidade,  caso  Israel  tivesse  sido  derrotado  a  posição  norte­americana  na  região  seria profundamente  enfraquecida21  .  Para  Karsh,  o  conflito  conquistou  intensamente  as  grandes potências nos assuntos do Oriente Médio, intensificando a competição entre essas e transformou suas  relações  com  os  países  locais.  Ele  ainda  completa  que  a  guerra  produziu  imagens  que perdurariam  até  os  dias  atuais  na  mente  da  população  dos  países  beligerantes  e  trouxeram empecilhos às tentativas de paz na região 23. Reconfiguração da política externa norte­americana para o Oriente Médio (1967 – 1979)                        Na  década  de  1970,  a  atual  configuração  da  política  externa  norte­americana  para  o Oriente  Médio  se  estabeleceu  e  se  manteve  até  os  dias  de  hoje.  Entre  os  fatores  que podemos abordar que foram fundamentais para isso se encontra: a Guerra do Yom Kippur24 (1973), Crise do  Petróleo  (1973),  Acordo  de  Camp  David  (1978),  a  Revolução  Islâmica  no  Irã  (1979)  e  a Invasão Soviética no Afeganistão (1979).             De 1969 a 1974, os Estados Unidos foram governado por Richard Nixon, período que o país se encontra plenamente envolvido com questões do Oriente Médio. Houve uma reorientação da política externa norte­americana que visava confiar a segurança de certas regiões do planeta a seus aliados, fornecendo ajuda militar e econômica25 . No  caso  do  Oriente  Médio,  Irã,  Arábia Saudita e Israel foram os principais pilares de sustentação dos EUA26 , está nova doutrina ficou conhecida como Doutrina Nixon.              A Guerra de Yom Kippur (1973) representou uma das maiores crises que a administração norte­americana se envolveu no Oriente Médio. A guerra foi um evento totalmente inesperado tanto para os Estados Unidos quanto para Israel, isso se deve a dependência norte­americana da inteligência israelense na região 27 e a descrença que os árabes iniciariam uma guerra estando em posição de inferioridade militar.             O avanço das tropas síria e egípcias nos primeiros dias do conflito foram surpreendente para Israel e Estados Unidos, levando uma pesada perda de soldados e material de guerra. Isto levou o país a requisitar uma ajuda americana  que  garantisse  sua  vitória  contra  os  árabes,  que eram armados pela tecnologia militar soviética.                          Com  a  ajuda  americana,  Israel,  nas  últimas  fases  da  guerra,  havia  recuperado  os territórios perdidos inicialmente, além de conseguir avanços nas regiões que já tinha conquistado na  Guerra  dos  Seis  Dias  (1967).  O  cessar­fogo  foi  aprovado  pelo  Conselho  de  Segurança  da ONU, mas desrespeitado por ambas as partes envolvidas. Isso ocasionou uma crise diplomática http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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entre  a  União  Soviética  e  Estados  Unidos,  na  qual  os  soviéticos  propunhas  que  as  duas superpotências  despachassem  conjuntamente  ao  Egito  contingentes  militar  com  a  missão  de implementar o cessar­fogo, além de ameaçar com uma ação unilateral soviética em caso da não concordância dos Estados Unidos28 .             O apoio americano a Israel com o fornecimento de armamentos causou revolta dos países árabes  que  são  maioria  na  Organização  dos  Países  Exportadores  de  Petróleo  (OPEP),  que diminuíram a oferta de petróleo no mercado mundial, causando aumento dos preços e afetando diretamente as econômicas ocidentais 29. A crise iniciada em outubro de 1973, fizeram o preço do petróleo subir 800% em apenas quatro meses, provocando uma problema de alcance mundial. Nesta ocasião, pela primeira vez, os Estados Unidos ameaçaram com uso das armas garantirem seu acesso ao petróleo do Oriente Médio 30.             Segundo Pecequilo, devido à retração econômica americana foi no campo externo que se observou uma resposta mais bem acabada e inédita nas visões e objetivos que envolvia a política de liderança norte­americana. Substituindo a política de contenção que era usado contra a União Soviética pela estratégia da detente31 .                         Dentro  desta  nova  política,  os  Estados  Unidos  passaram  a  dedicar  maior  atenção  ao Oriente  Médio  em  sua  política  externa,  especialmente  o  Egito.  Um  dos  objetivos  centrais  da política norte­americana pelos próximos anos seria o distanciamento do  Egito  dos  soviéticos  e atraí­lo como aliado na região.              Nos anos seguintes ao conflito, os Estados Unidos enviaram negociadores para tentar resolver  acordos  fronteiriços  entre  os  árabes  e  israelenses.  Neste  processo,  os  Estados  Unidos buscavam ganhar confiança dos países árabes e causar um distanciamento da União Soviética na região.              Os Estados Unidos organizaram uma Conferência em Genebra para iniciar diálogo entre as  partes  com  o  objetivo  de  negociar  as  medidas  mais  urgentes  de  segurança,  esta  reunião  foi presidida pelo Secretário Geral da ONU e contou com a participação de Estados Unidos, União Soviética,  Jordânia,  Israel  e  Egito  –  a  Síria  se  recusou  a  participar  da  conferência.  Ocorreram avanços  das  negociações  entre  Israel  e  Egito,  permitindo  o  “Primeiro  Acordo  de Desengajamento  do  Sinai”  (1974)  que  definiu  os  limites  das  forças  egípcias  e  israelenses  no leste  do  canal.  Segundo  Bortoluci,  o  resultado  desse  acordo  foi  um  aumento  momentâneo  do prestígio  dos  Estados  Unidos  no  mundo  árabe,  assim  como  o  primeiro  passo  de  aproximação com o Egito32 .             Durante os anos de 1977 a 1981, assumiu a presidência americana Jimmy Carter. No início  de  seu  governo  a  orientação  da  política  externa  foi  ganhando  contornos  com  princípio mais humanitário que no decorrer do mandato foi perdendo forças 33.              Nesse contexto, a política Carter se envolverá no Acordo de Camp David (1978) entre Israel e o Egito, que resultará em 1979 no Acordo de Paz Israelo­Egípcio.                          O  objetivo  principal  dos  Estados  Unidos  no  Acordo  de  Camp  David  era  firmar  sua postura como parte do processo de negociação e não apenas como mediador entre Israel e Egito, visto que os Estados Unidos tinham objetivos no Oriente Médio e não apenas a paz na região.                          Segundo  Perosa,  Carter  acreditava  que  não  havia  possibilidade  de  sucesso  em  uma negociação  entre  ambos  os  países  sem  participação  norte­americana  e  deveria  expressar  suas posições  firmemente  para  que  seus  objetivos  políticos  fossem  alcançados  34.  Os  principais pontos  de  discussão  defendidos  ao  longo  do  acordo  eram:  a  normalização  das  relações  entre Israel  e  Egito,  o  futuro  da  Cisjordânia  e  da  Faixa  de  Gaze,  a  desmilitarização  do  Sinai  e  seu retorno como parte do Egito e o direito de autodeterminação dos palestinos.             O Acordo de Paz Israelo­Egípcio (1979) era semelhante aos negociados em Camp David, com exceção às alterações necessárias em decorrência da resistência da Jordânia e dos Palestinos em participarem das negociações. Este foi uma das principais crises  que envolveram a relação Estados Unidos e Jordânia 35 no período.             Os países árabes rejeitaram o acordo, o que levou a expulsão do Egito da Liga Árabe e a transferência de sua sede de Cairo para Túnis, na Tunísia. Além disso, ocorreu o fim do auxílio econômico  ao  país  pelos  árabes,  nos  quais  afirmaram  que  o  tratado  legitimava  a  ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza e, anos depois, que a perda da ameaça egípcia sobre http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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Israel favoreceu que este país invadisse o Líbano em 1982 36. O Egito, depois do seu isolamento pelos países árabes, voltou­se aos Estados Unidos para obter auxílio para a recuperação de sua economia e para seu rearmamento, isso tornou o país um dos novos aliados americano na região do Oriente Médio.                         Em  sequência  ao  acordo  firmado  por  Israel  e  Egito,  os  Estados  Unidos  tentaram desenvolver  negociações  sobre  a  autonomia  do  povo  palestino.  As  discussões  se  deram  com lideranças regionais palestinas, que rejeitaram a proposta de emancipação e se posicionaram ao lado  da  OLP  (Organização  para  Libertação  da  Palestina),  que  até  então  era  excluída  das negociações por israelenses e norte­americanos. Começasse a perceber que o poder de barganha dos  palestinos  começaria  a  crescer,  já  que  os  países  europeus  começaram,  em  sua  maioria,  a simpatizar  com  a  causa  de  autodeterminação  do  povo  palestino  e  desejavam  envolver­se  nos acordos37 . Em decorrência a isso, houve uma aproximação dos Estados Unidos com a OLP que influenciou  na  política  interna  dos  americanos  no  período,  a  comunidade  judaica  voltou­se contra a simpatia do presidente Carter a causa palestina 38.             Outro grande aliado39 dos Estados Unidos no Oriente Médio, o Irã, vinha passando por convulsões sociais desde a década de 1960 que não tinham sido interrompidas. O Irã monárquico do Xá Reza Pahlavi, até 1979, representava uma zona de equilíbrio norte­americano na região 40.             Em 1973, os americanos aconselharam o Xá a promover reformas sociais e políticas limitadas  que  ficaram  conhecidas  como  Revolução  Branca,  que  visavam  acalmar  a  revolta  da população  41.  Na  época,  os  Estados  Unidos  forneceram  US$  20  milhões  42  em  assistência militar  para  conter  eventuais  rebeliões.  Estas  reformas  visavam  à  modernização  e ocidentalização do Irã, mesma política seguida por Kermal Ataturk na Turquia nas décadas de 1920 e 193043 .             Segundo Newton Carlos, a integração do regime do Xá com os interesses políticos e estratégico  dos  Estados  Unidos  no  Oriente  Médio,  sua  aliança  com  Israel  e  a  crescente implantação  da  comunidade  estrangeira  a  contrastar  com  a  miséria  e  revolta  generalizada resultou  numa  situação  revolucionária,  que  acabou  derrubando  a  monarquia  e  seus  sonhos  de ocidentalização  do  país.  O  programa  da  revolução  do  monarca  acabou  se  transformando  no efeito contrário e desencadeou a crise final do regime monárquico no país 44.             Esse processo de ocidentalização do Irã, não satisfez a população que continuou com suas reclamações e sua procura por líderes contra o governo do Xá. O aiatolá Khomeini,  líder xiita,  impôs  seus  seguidores  que  ignorassem  a  celebração  do  ano  novo  pré­islâmico,  tal comemoração  era  de  interesse  para  o  Xá,  que  buscava  simbolizar  a  reconquista  da  grandeza persa.  Como  punição  o  seminário  que  o  líder  religioso  dirigia  foi  atacado  por  agentes  do monarca.  Khomeini  protestou,  a  monarquia  organizou  uma  campanha  pública  condenando  o clero  que  provocou  ainda  maiores  protestos  da  população.  Após  este  incidente,  o  aiatolá  se exilou no Iraque e permaneceu neste país até 1978.              No Iraque, Khomeini e radicais islâmicos começaram a planejar uma revolução45 para depor a monarquia e expulsar a influência ocidental do Irã, suas declarações contra o regime e a população estrangeira no país começou a perturbar a política do Xá.             Desde 1977 já estava claro que o regime do Xá Reza Pahlavi estava se desestabilizando: boa parte da população e de lideranças religiosas desacreditavam no governo do Xá Pahlavi e o acusavam de ser marionete dos EUA. Além disso, a repressão feita por órgãos como a SAVAK 46  tornou  o  público  hostil  às  políticas  do  monarca  47.  Como  principal  ferramenta  do  regime ocorreu uma intensificação cada vez maior da repressão 48.             Aos poucos, o regime do Xá perdeu suas bases de sustentação. A presença cada vez maior  de  estrangeiro49  no  Irã  fez  parecer  que  o  país  continuava  a  sofrer  uma  política  de ocidentalização  cada  vez  maior  imposta  pela  monarquia.  O  regime  e  a  fonte  de  seu  poder,  os Estados  Unidos,  haviam  perdido  o  apoio  da  população  e  sendo  substituídos  pela  pessoa  de Khomeini.  Em  uma  entrevista,  o  Xá  garantiu  que  os  protestos  não  ameaçavam  seu  governo, declarando  que  os  insurgentes  deveriam  removê­lo  do  poder  se  quisessem  o  término  da modernização do Irã50 .              Em dezembro de 1978, durante uma mobilização pró­Khomeini a polícia atirou contra a http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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população, sem conseguir interromper a manifestação. Os protestos começaram a exigir o fim da monarquia iraniana. Khomeini anunciou a formação do Conselho da Revolução Islâmica para a formação de um novo governo 51. Nesta ocasião, o Xá reconheceu a perda do controle sobre o país  52  e  iniciou  seu  exílio.  Em  janeiro  de  1979,  Khomeini  retorna  do  seu  exílio  e  assume  a liderança da nação iraniana.             Com a perda de um dos seus principais aliados, os Estados Unidos começaram a investir pesadamente  na  economia  da  Turquia  e  da  Arábia  Saudita.  A  primeira  foi  considerada  pelos dirigentes  do  programa  de  ajuda  militar  do  EUA,  como  um  sustentáculo  para  conter  a radicalização  de  movimentos  islâmicos  na  região53  .    No  caso  da  Arábia  Saudita,  os  norte­ americanos negociaram a criação de um comando de “intervenção rápida” voltada para o Golfo Pérsico,  logo  foi  considerada  como  herdeira  do  Irã  no  papel  de  “polícia”  do  Golfo  Pérsico  e tratada como o “baluarte anticomunista” no mundo árabe 54.             O Xá Pahlavi exilou­se nos Estados Unidos após a Revolução o que ocasionou o corte das relações diplomática com o novo governo iraniano, fazendo com que milhares de iranianos se  manifestassem  em  frente  a  embaixada  americana  em  Teerã  que  foi  logo  tomada  por estudantes  e  militantes  islâmicos,  deixando  membros  diplomático  norte­americanos  reféns  da ocupação.             Na época, o governo americano autorizou uma missão militar de resgate dos reféns que culminou com oito soltados americanos mortos e aumentando mais o sentimento de humilhação pública americana 55. A crise dos reféns e a Revolução Islâmica no Irã contribuíram em 1980 para a derrota eleitoral de Carter para se reeleger 56.             Newton Carlos assinala que o pano de fundo da política externa norte­americana deixa de ser  apenas  o  petróleo  e  começa  a  ser  o  medo  da  expansão  do  fundamentalismo  islâmico  no Oriente  Médio,  através  de  governos  xiitas.  Os  xiitas  são  um  ramo  do  islamismo  que  sempre colocaram em questão o poder temporal, tratando como algo impuro. Eles ajudaram os militares a  tomar  o  poder  no  Iraque  (1968),  logo  depois  de  passarem  a  fazer  oposição  juntando­se  aos comunistas iraquianos (Partido Baath) com apoio da União Soviética. Ele completa ainda que os americanos não viram como pura coincidência o fato de que os xiitas eram majoritários nos dois países muçulmanos, o Iraque e o Irã, com partidos comunistas importantes 58.                         Ainda  em  1979,  outro  fator  influenciou  a  política  externa  para  a  região:  a  invasão soviética no Afeganistão. Visando apoiar um governo e seu aliado na região, a União Soviética tentou  sustentar  um  regime  pró­Moscou  que  estava  começando  a  se  aproximar  dos  Estados Unidos.              A partir da ocupação soviética, os Estados Unidos tomaram alguns posicionamentos para o fato: advertiu a União Soviética contra qualquer expansão para além Afeganistão, prometendo repelir qualquer movimento especialmente na direção do Golfo Pérsico; lançou uma campanha diplomática para impedir apoio internacional a invasão; renovou uma aliança com o Paquistão visando  armar  os  rebeldes  contra  os  soviéticos  e  apoiou  os  islâmicos  através  de  uma  premissa ideológica de resistência, tendo como objetivo travar uma jihad (guerra santa) contra a invasão soviética 59.                         Na  época,  o  presidente  norte­americano  Jimmy  Carter  manifestou  que  a  invasão representava  uma  grave  intimidação  tanto  para  a  produção  e  comercialização  de  petróleo  do Golfo  Pérsico  quanto  para  a  paz  regional.  Aproveitando­se  do  temor  e  preocupação  da comunidade  árabe,  os  Estados  Unidos  incentivaram  o  povo  muçulmano  de  todas  as  partes  a unirem  forças  contra  a  União  Soviética60  ,  armando  massivamente  os  rebeldes  e  causando graves  prejuízos  anuais  para  os  soviéticos  em  decorrência  dos  gastos  militares  para  manter  a ocupação.             Segundo Samuel Huntington, a ocupação soviética e o armamento americano para os rebeldes  deixou  uma  herança  de  combatentes  especializados  e  experientes,  campos  de treinamento, instalações logísticas, considerável quantidade de equipamento militar e um intenso desejo  de  seguirem  adiante  61.  Em  outras  palavras,  a  ajuda  militar  que  os  norte­americanos forneceram  aos  afegãos  trarão  problemas  aos  Estados  Unidos  na  região  futuramente,  isso  se confirmou posteriormente com a invasão americana no Afeganistão (2001) que se pendura até os dias de hoje. http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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 Considerações Finais                         No  período  de  1967  ­  1970,  percebemos  que  o  interesse  da  política  externa  norte­ americana para o Oriente Médio se consolida e se manterá até os dias de hoje62 com discursos de diversos presidentes posteriores para a região.              A Guerra dos Seis Dias (1967) e do Yom Kippur (1973) foram de extrema importância para  os  Estados  Unidos  perceberem  que  não  era  viável  manter  apenas  Israel  como  aliado regional,  a  importância  dos  países  árabes  para  a  política  externa  americana  começaria  ser imprescindível  para  deter  o  expansionismo  soviético  na  região  e  para  suprimir  sua  demanda energética.              O papel de mediador no conflito árabe­israelense e na participação ativa sobre a criação de  um  Estado  Palestino  independente  se  pendura  até  os  dias  de  hoje.  Mas,  os  Estados  Unidos buscou sempre privilegiar seu principal aliado regional nestas questões, no caso Israel.                         Com  a  Revolução  Islâmica  no  Irã  (1979)  começou  a  se  perceber  que  seu  principal inimigo  na  região  não  seria  a  ideologia  comunista  que  correria  o  risco  de  se  espalhar,  mas  o fundamentalismo  religioso  acabou  se  tornando  uma  das  principais  ameaças  a  política  externa desde então. A partir disso, percebeu­se que estava ocorrendo um choque entre a ocidentalização que  os  Estados  Unidos  exportava  para  seus  aliados  regionais  e  as  crenças  tradicionais  no islamismo.                         Na  Invasão  Soviética  ao  Afeganistão  (1979),  os  Estados  Unidos  acreditavam  que armando os rebeldes conseguiriam consolidar um novo aliado regional, mas acabaram errando. Ao ajudar militarmente os rebeldes os norte­americanos acabaram criando um problema que irá acontecer  décadas  posteriores  e  trouxeram  sérios  problemas,  que  é  a  formação  de  redes terroristas  fundamentalistas  que  buscavam  consolidar­se  na  região  do  Oriente  Médio  e  acabar com a influência de potências ocidentais na região.             A partir deste recorte temporal (1967 – 1979) fica nítido que as principais preocupações americanas  em  sua  política  externa  deixaram  de  ser  a  América  Latina  e  a  Europa,  passando  a lugares que até então era considerados secundário, como no caso, o Oriente Médio.

Fontes Depoimento do secretário da Defesa Robert McNamara, no Comitê de Negócios Estrangeiros, na Câmara  dos  Deputados.  Hearings  on  the  Foreign  Assistance.  Act  of  1967.  Washington,  D.C: 1967, p. 114. Discurso do delegado saudita na ONU, Ahmad Sukairi, em Agosto de 1958. IN: O’CONNOR, Harvey. O Petróleo em crise. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1962, p. 365. The New York Times, 12/09/1978, p. 97. The New York Times, 15/01/1979, p. 1 Washington Post, 22/11/1978, p. A14 Bibliografia ARANTES, Maria Inez F. Os EUA e a guerra como instituição: o caso do Irã. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. BANDEIRA,  Luiz  Alberto  Moniz.  Formação  do  Império  Americano:  da  Guerra  contra  a Espanha à Guerra do Iraque. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. BERDING, Andrew H. A formulação da política exterior dos Estados Unidos. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1966. BERTONHA,  João  Fabio.  Irã  e  Estados  Unidos:  competição  geopolítica  no  Oriente  Médio. Meridiano 47. Instituto Brasileiro de Relações Internacionais: n. 79, 2007, p. 2 – 4. BORTOLUCI, José Henrique. Política Externa Norte­Americana e o Conflito Árabe­Israelense (1967  –  1982):  Dinâmica  e  Fatores  Determinantes.  Monografia  de  Bacharelado  em  Relações http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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Internacionais. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005. CARLOS, Newton. Irã: a força de um povo e sua religião. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1979. CONANT, Melvin A. A geopolítica energética. Rio de Janeiro: Atlântida, 1981. COGGIOLA, Osvaldo. A Revolução Iraniana. São Paulo, Editora Unesp, 2008. FERABOLLI, Silvia. A (des) construção da Grande Nação  Árabe:  Condicionantes  sistêmicos, regionais  e  estatais  para  a  ausência  de  integração  política  no  Mundo  Árabe.  Dissertação  de Mestrado em Relações Internacionais. Universidade Federal do Rio Grande do Sul: 2005. FUSER,  Igor.  O  petróleo  e  a  política  dos  EUA  no  Golfo  Pérsico:  a  atualidade  da  Doutrina Carter. Lutas Sociais. Disponível em: www.pucsp.br/neils/downloads/v17_18_igor.pdf​ . GADDIS, John Lewis. We now know: rethinking cold war history. Oxford: Oxford University Press, 1997.  GOMES,  Aura  Rejane.  A  Questão  da  Palestina  e  a  Fundação  de  Israel.  Dissertação  de Mestrado em Ciência Política. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2001. HAHN, Peter L. Historical Dictionary of United States – Middle East Relations. Lanham: The Scarecrow Press, 2007. HODGE, Carl C.; NOLAN, Cathal J. (Org.). U.S. Presidents and Foreign Policy: from 1789 to the present. Santa Barbara: ABC Cio, 2007. HOURANI, Albert. Uma história dos povos árabes. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. HUNTINGTON, Samuel. O choque de civilizações: a recomposição da ordem mundial. Rio de Janeiro: Objetivo, 1997. KARSH,  Efrain.  “Israel”  In.  SHLAIM,  Avi;  SAYIGH,  Yezig.  The  Cold  War  and  the  Middle East. Oxford: Clarendon Press, 1997. LESCH, David W. 1979: the year that shaped modern Middle East. Boulder? Westview Press, 2001. LEWIS, Bernard. O Oriente Médio: do advent do cristianismo aos dias de hoje. Rio de Janeiro: Zahar, 1996. LITTLE,  Douglas.  American  Orientalism:  the  United  States  and  the  Middle  East  since  1945. Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 2004. MAGDOFF, Harry. A era do Imperialismo: a economia da política externa dos Estados Unidos. São Paulo: Hucitec, 1978. MASSOULIÉ, François. Os conflitos do Oriente Médio. São Paulo: Ática, 1994. MEAD,  Walter  Russell.  Uma  orientação  especial:  a  política  externa  norte­americana  e  sua influência no mundo. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2006. O’CONNOR, Harvey. O Petróleo em crise. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1962. OSGOOD, Robert E. As alianças e a política externa norte­americana. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1971. PECEQUILO,  Cristina  Soreanu.  A  política  externa  dos  Estados  Unidos:  Continuidade  ou Mudança? Porto Alegre: Editora UFRGS, 2005. PECEQUILO,  Cristina  Soreanu.  A  política  externa  dos  Estados  Unidos:  fundamentos  e perspectivas. Cena Internacional. Brasília: ano 2, n. 1, jun/2000, p. 146 – 170. PEROSA  JUNIOR,  Edson  José.  A  política  externa  estadunidense  no  Oriente  Médio  e  a formulação da Doutrina Carter (1977 – 1981). Revista Urutágua. Maringá: n. 28, maio / outubro de 2013, p. 97 – 109. RIEGER,  Fernando;  TEIXEIRA,  Yves.  A  URSS:  confronto  de  ideologias  no  pós­guerra  e  a invasão ao Afeganistão. Seminário Brasileiro de Estudo Estratégicos Internacionais (SEBREEI): Integração Regional e Cooperação Sul­Sul no Século XXI. Porto Alegre/RS:2012, p. 151. SAFRAN, Nadav. Israel: The embattles ally. Cambridge: Belknap Press, 1978. SYRETT, Harold C. Documentos históricos dos Estados Unidos. São Paulo: Cultrix, 1980.

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NOTAS 1HOURANI, Albert. Uma história dos povos árabes. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 321 – 322. 2  Esta  posição  de  Albert  Hourani  sofre  uma  contestação  ao  se  ler  a  obra  Colonialismo  e Neocolonialismo,  uma  coletânea  de  ensaio  do  filósofo  francês  Jean  Paul  Sartre  publicado  ao longo de 1954 a 1962 na revista Temps Modernes que fez duras críticas ao colonialismo francês na  Argélia  e  a  construção  da  mentalidade  de  Argélia  Francesa,  tanto  na  população  francesa quanto  nos  argelinos.  Vale  ressaltar  que  os  processos  de  descolonização  ocorridos  no  Antigo Império  Colonial  Francês  foi  mais  penoso  do  que  no  caso  Inglês,  visto  que  houveram  longas guerras:  Guerra  de  Independência  da  Argélia  (1954  –  1962)  e  as  Guerras  na  Indochina,  esta última que irá ocasionar a conhecida Guerra do Vietnã (1955 – 1975) onde ocorreu intervenção americana. 3  PECEQUILO,  Cristina  Soreanu.  A  política  externa  dos  Estados  Unidos:  fundamentos  e perspectivas. Cena Internacional. Brasília: ano 2, n. 1, jun/2000, p. 161. 4  PECEQUILO,  Cristina  Soreanu.  A  política  externa  dos  Estados  Unidos:  Continuidade  ou Mudança? Porto Alegre: Editora UFRGS, 2005, p. 126 – 127. 5  MAGDOFF,  Harry.  A  era  do  Imperialismo:  a  economia  da  política  externa  dos  Estados Unidos. São Paulo: Hucitec, 1978, p. 139. 6 Depoimento do secretário da Defesa Robert McNamara, no Comitê de Negócios Estrangeiros, na Câmara dos Deputados. Hearings on the Foreign Assistance. Act of 1967. Washington, D.C: 1967, p. 114. 7  FUSER,  Igor.  O  petróleo  e  a  política  dos  EUA  no  Golfo  Pérsico:  a  atualidade  da  Doutrina Carter. Lutas Sociais, p. 25. Disponível em: www.pucsp.br/neils/downloads/v17_18_igor.pdf 8 O’CONNOR, Harvey. O Petróleo em crise. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1962, p. 302. 9 FUSER, Igor. Op. cit. p. 24. Disponível em: www.pucsp.br/neils/downloads/v17_18_igor.pdf 10  CARLOS,  Newton.  Irã:  a  força  de  um  povo  e  sua  religião.  Rio  de  Janeiro:  Expressão  e Cultura, 1979, p. 48. 11 FUSER, Igor. Op. cit. p. 24. Disponível em: www.pucsp.br/neils/downloads/v17_18_igor.pdf 12  FERABOLLI,  Silvia.  A  (dês)  construção  da  Grande  Nação  Árabe:  Condicionantes sistêmicos,  regionais  e  estatais  para  a  ausência  de  integração  política  no  Mundo  Árabe. Dissertação  de  Mestrado  em  Relações  Internacionais.  Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do Sul: 2005, p. 54. 13 O’CONNOR, Harvey. Op. cit., p. 410. 14 FERABOLLI, Silvia. Op. cit., p. 54. 15  Discurso  do  delegado  saudita  na  ONU,  Ahmad  Sukairi,  em  Agosto  de  1958.  IN: O’CONNOR, Harvey. Op. cit., p. 365. 16  GADDIS,  John  Lewis.  We  now  know:  rethinking  cold  war  history.  Oxford:  Oxford University Press, 1997, p. 164. http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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17 KARSH, Efrain. “Israel” In. SHLAIM, Avi; SAYIGH, Yezig. The Cold War and the Middle East. Oxford: Clarendon Press, 1997, p. 161. 18  BORTOLUCI,  José  Henrique.  Política  Externa  Norte­Americana  e  o  Conflito  Árabe­ Israelense (1967 – 1982): Dinâmica e Fatores Determinantes. Monografia de Bacharelado em Relações Internacionais. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005, p. 13. 19 KARSH, Efrain. Op. cit., p. 162. 20 BORTOLUCI, José Henrique. Op. cit, p. 15. 21 SAFRAN, Nadav. Israel: The embattles ally. Cambridge: Belknap Press, 1978, p. 418. 22 KARSH, Efrain. Op. cit., p. 163­164. 23 Ocorreu de 06 de Outubro a 26 de Outubro de 1973, começou com um contra­ataque da Síria e do Egito, coincidindo com o dia do feriado judaico de Yom Kippur. Os dois países lideraram uma coalizão de países árabes que cruzaram as linhas de cessar­fogo na península de Sinai e nas Colinas de Golã, que desde 1967 pertenciam a Israel, devido a Guerra dos Seis Dias. 24  LESCH,  David  W.  1979:  the  year  that  shaped  modern  Middle  East.  Boulder?  Westview Press, 2001, p. 38. 25 LITTLE, Douglas. American Orientalism: the United States and the Middle East since 1945. Chapel Hill: The University of North Carolina Press, 2004, p. 119. 26 BORTOLUCI, José Henrique. Op. cit, p. 24. 27 BORTOLUCI, José Henrique. Op. cit, p. 26. 28  PEROSA  JUNIOR,  Edson  José.  A  política  externa  estadunidense  no  Oriente  Médio  e  a formulação da Doutrina Carter (1977 – 1981). Revista Urutágua. Maringá: n. 28, maio / outubro de 2013, p. 100. 29 FUSER, Igor. Op. cit. p. 24. Disponível em: www.pucsp.br/neils/downloads/v17_18_igor.pdf 30 PECEQUILO, Cristina Soreanu. Op. cit., p. 191. 31 BORTOLUCI, José Henrique. Op. cit, p. 27. 32 PEROSA JUNIOR, Edson José. Op. cit., p. 99. 33 PEROSA JUNIOR, Edson José. Op. cit., p. 101. 34 BORTOLUCI, José Henrique. Op. cit, p. 36. 35 BORTOLUCI, José Henrique. Op. cit, p. 37. 36 BORTOLUCI, José Henrique. Op. cit, p. 36. 37 PEROSA JUNIOR, Edson José. Op. cit., p. 102. 38 PEROSA JUNIOR, Edson José. Op. cit., p. 101. 39 CARLOS, Newton. Op. cit., p. 78. http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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40 ARANTES, Maria Inez F. Os EUA e a guerra como instituição: o caso do Irã. Dissertação de Mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2004, p. 94. 41  BANDEIRA,  Luiz  Alberto  Moniz.  Formação  do  Império  Americano:  da  Guerra  contra  a Espanha à Guerra do Iraque. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 383. 42 PEROSA JUNIOR, Edson José. Op. cit., p. 104. 43 CARLOS, Newton. Op. cit., p. 97. 44 COGGIOLA, Osvaldo. A Revolução Iraniana. São Paulo, Editora Unesp, 2008. 45 Era o serviço de segurança interno e de inteligência criado pelo xá Mohammad Reza com a ajuda CIA em 1957. Foi desfeita em 1979, após a derrubada da dinastia Pahlavi do governo do Irã. 46 HODGE, Carl C.; NOLAN, Cathal J. (Org.). U.S. Presidents and Foreign Policy: from 1789 to the present. Santa Barbara: ABC Cio, 2007, p. 334. 47 Washington Post, 22/11/1978, p. A14. 48 ARANTES, Maria Inez F. op. cit, p. 102. 49 The New York Times, 12/09/1978, p. 97. 50 The New York Times, 15/01/1979, p. 1. 51 ARANTES, Maria Inez F. op. cit, p. 103. 52 CARLOS, Newton. Op. cit., p. 87. 53 CARLOS, Newton. Op. cit., p. 82­83. 54  HAHN,  Peter  L.  Historical  Dictionary  of  United  States  –  Middle  East  Relations.  Lanham: The Scarecrow Press, 2007, p. 71. 55 PEROSA JUNIOR, Edson José. Op. cit., p. 105; PECEQUILO, Cristina Soreanu. Op. cit., p. 201. 56 CARLOS, Newton. Op. cit., p. 85. 57 RIEGER, Fernando; TEIXEIRA, Yves. A URSS: confronto de ideologias no pós­guerra e a invasão ao Afeganistão. Seminário Brasileiro de Estudo Estratégicos Internacionais (SEBREEI): Integração Regional e Cooperação Sul­Sul no Século XXI. Porto Alegre/RS:2012, p. 151. 58 RIEGER, Fernando; TEIXEIRA, Yves. Op. cit. p, 153. 59 HUNTINGTON, Samuel. O choque de civilizações: a recomposição da ordem mundial. Rio de Janeiro: Objetivo, 1997, p. 314. 60 OBAMA VAI ABORDAR IRÁ, SÍRIA E ORIENTE MÉDIO EM DISCURSO NA ONUA, 24  de  setembro  de  2013.  Disponível  em: http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRSPE98N03520130924  ;  OBAMA  DIZ  QUE  EUA PODEM  INTERVIR  NO  ORIENTE  MÉDIO  POR  ‘COMBUSTÍVEIS’  E  CONTRA TERRORISTAS,  24  de  setembro  de  2013.  Disponível  em: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas­noticias/2013/09/24/obama­diz­que­eua­podem­ http://www.revistazonadeimpacto.unir.br/2014%20vol%202%20Tiago%20Sampaio.html

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intervir­no­oriente­medio­por­combustiveis­e­contra­terroristas.htm;  BUSH  IRÁ  DISCUTIR DARFUR E ORIENTE MÉDIO EM REUNIÃO DA ONU, 24 de setembro de 2007. Disponível em:  http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL109288­5602,00­ BUSH+IRA+DISCUTIR+DARFUR+E+ORIENTE+MEDIO+EM+REUNIAO+DA+ONU.html; Acessado em: 08 de novembro de 2013.    

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