A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA: PRÁTICAS E DESAFIOS

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A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA: PRÁTICAS E DESAFIOS Article · January 2015

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A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA: PRÁTICAS E DESAFIOS Deise Luci Santana Alves – Universidade Estadual Paulista - [email protected] Vera Lúcia Messias Fialho Capellini – Universidade Estadual Paulista [email protected]

1. INTRODUÇÃO As relações entre a escola e as famílias dos alunos é uma das questões mais recorrentes nas discussões sobre o fracasso escolar. Essas relações têm sua importância pelo fato de que para ambas o objetivo deva ser o mesmo: o sucesso na aprendizagem e o desenvolvimento integral de crianças e jovens. No entanto, essa mesma importância nos remete as dificuldades que essas relações enfrentam, ou seja, a falta de integração entre essas duas instituições. O objetivo deste estudo é pesquisar sobre as concepções que família e escola concebem a respeito de seus papéis enquanto responsáveis pelo desenvolvimento e educação das crianças, e realizar um levantamento de propostas de ações que visam incluir as famílias numa gestão escolar democrática e participativa. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (BRASIL, 1996), em seu artigo 12, “Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: [...] VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII – informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica”. Isso posto, podemos entender que a escola tem a obrigação de interagir com as famílias e de promover espaço para que a participação da comunidade seja efetiva. No Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (BRASIL, 1990) em seu artigo 53. “A criança tem direito á educação e é direito dos pais ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais”. A função da escola é servir á sociedade, por isso, ela tem o dever de prestar contas de seu trabalho, e criar mecanismos que facilite a compreensão de seus atos à quem ela serve ( SZYMANSKI, 2001). As famílias dos alunos por sua vez nem sempre fazem valer seus direitos. Segundo (LÜCK, 2010, p.83) “Sabe-se que em geral, os pais pouca participação

exercem na determinação do que acontece na escola”. De acordo com (CARVALHO, 2000), para a escola, os pais se envolvem e participam na educação de seus filhos quando comparece ás reuniões de pais e mestres, se comunicam com a escola, acompanham os deveres de casa e estão sempre atentos quanto ás notas, e tal envolvimento pode ser espontâneo ou incentivado pela escola. Quando pensamos em educação de qualidade nos dias de hoje, devemos levar em consideração que as famílias estejam presentes na vida escolar dos alunos. Segundo Paro (2007), a participação da comunidade na gestão da escola, mobilizando forças para a superação da situação precária do ensino público do nosso país, dependem de iniciativas de ambas as partes. O autor ressalta que a partir do senso comum, duas características se configuram como causas da má qualidade do ensino público no Brasil: falta de preparação para o mercado de trabalho e para o acesso a universidade, porém, não devemos nos esquecer que a função essencial da escola, ao prover educação, é tomá-la em todo seu significado, e não em somente algumas dimensões. Ainda de acordo com o autor, se o objeto de preocupação da escola, nos dias de hoje, é despertar no aluno motivação em aprender, ela necessita ter presente a continuidade entre a educação familiar e a escolar, desenvolvendo estratégias a fim de conseguir a adesão das famílias no sentido de estimular e motivar o educando para o aprender. Tal postura positiva não acontece de imediato e não é definitiva, é um valor que, necessariamente, exige que seja cultivado. As expectativas de todo professor e gestor é contar com o apoio da família de seus alunos, pais que acompanham o dever de casa, que não faltam em reuniões, atentos e cooperativos com a disciplina e o desempenho escolar dos filhos na medida certa. Entretanto, essa participação não acontece com frequência nas escolas. Tendo em vista a importância dessa parceria e interação, perguntamos: Como os gestores e sua equipe escolar podem orientar as famílias dos alunos para que essa parceria seja efetiva e direcione ações que favoreçam a aprendizagem? Sendo assim, estruturamos este texto da seguinte forma: a) Introdução, para situarmos o leitor com o tema proposto e apresentar a estrutura da pesquisa; b) Metodologia, na qual traçamos a trajetória metodológica empreendida durante a pesquisa; c) Resultados e discussão com fundamentação teórica e d) Considerações finais.

2. METODOLOGIA

Para atingir os objetivos: 

Realizar pesquisas sobre as concepções que essas duas instituições concebem a respeito de seus papéis enquanto responsáveis pelo desenvolvimento e educação de crianças,



Relatar propostas de ações efetivas que visam incluir as famílias numa gestão escolar democrática e participativa.

Para tanto, realizamos uma Pesquisa de Campo Descritiva, tal classificação se justifica pelo fato de ser apresentados e descritos o papel da família na educação de filho/aluno e fatores que exercem maior influencia na interação entre as duas instituições. Para Marconi e Lakatos (2008) a pesquisa descritiva consiste no levantamento de dados que devem ser analisados sem a interferência do pesquisador. Com base no exposto, constatamos a necessidade de divulgação de práticas significativas para que cada vez mais, essas duas instituições, tão importantes na vida de todo ser humano possam estreitar laços e fortalecer seus papéis em busca de um único objetivo: a formação integral da criança. Empregamos para a coleta de dados, entrevistas semiestruturada e questionários estruturados, sob autorização dos gestores das duas unidades e concordância dos pesquisados, em duas escolas de educação infantil municipais do estado de São Paulo. Os questionários foram respondidos pelos pais dos alunos das duas escolas, e as entrevistas foram realizadas com dois diretores e dois coordenadores pedagógicos. Os questionários e entrevistas nos auxiliou na coleta de informações e opiniões sobre os fatores relacionados ao processo de interação da escola com a família e ao trabalho desenvolvido pela equipe escolar. Realizamos também, análise de documentos onde consta a lista de presença das reuniões de pais e mestres. Para a análise e interpretação dos dados, optamos pela abordagem qualitativa. Para Ludke e André (1985, p. 18) a pesquisa qualitativa “[...] é o que se desenvolve numa situação natural, é rico em dados descritivos, tem um plano aberto e flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada”. As observações, análises de documentos e aplicação de questionários e entrevistas foram efetuadas durante quatro meses. Esses procedimentos permitem revelar quais são as opiniões dos pais a respeito da sua participação na escola e seu papel na educação e acompanhamento do filho estudante, o papel do gestor como articulador e motivador da equipe participativa e democrática. Realizamos nossa pesquisa de campo em duas escolas de educação infantil no município de Lençóis Paulista, São Paulo. As escolas onde as pesquisas foram

realizadas serão identificadas por Escola A e Escola B, se localizam em bairros próximos, na região periférica da cidade e podemos classificar seus moradores como sendo de renda média e baixa. A Escola A é uma creche, atende em período integral, cento e trinta e cinco alunos com idade de quatro meses a cinco anos e onze meses. São divididos em seis turmas. Escola B atende em período parcial, cento e trinta alunos com idade entre três a cinco anos e onze meses, que são divididos em cinco turmas, três no período da manhã e duas no período da tarde. Foram observadas várias atividades que os gestores realizaram nas escolas pesquisadas, tais como: - Reuniões de HTPC: horário de trabalho pedagógico coletivo, onde se constatou o trabalho dos gestores como motivadores educacionais, mediadores de conflitos e agentes de formação continuada; - Projetos: a escola A realizou dois projetos contando com a participação das famílias, o Projeto Musicalização com a família, destinado aos alunos menores de 0 a 2 anos, onde os pais são convidados periodicamente a participarem das rodas de música com os filhos. Para os alunos de 3 a 5 anos desenvolveram o Projeto Era uma vez na escola, onde os pais participavam de atividades de leitura e Contar histórias; - Reuniões de Pais e Mestres: realizadas pelos gestores e pelos professores, com pauta sobre o comportamento das crianças, o desenvolvimento dos alunos quanto aos eixos trabalhados na educação infantil, atividades e eventos desenvolvidos nas escolas; - Reuniões do Conselho Escolar: são quatro por ano, os conselheiros se reúnem para validar as sugestões sobre como será gasto a verba recebida do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) do Governo Federal e conferir a prestação de contas; - Canais de escuta: caixas na entrada da escola com caneta e papel, para que os pais possam deixar sugestões ou reclamações. - Hora Marcada: Conversas com os pais de alunos, algumas vezes sobre o comportamento da criança, problemas de saúde, desenvolvimento da aprendizagem do aluno, reclamações; - Pesquisas: foram realizadas pela escola no início do ano a Pesquisa de Expectativas, onde os pais devem dizer o que esperam da escola, dos professores, funcionários e gestores. No segundo bimestre a Pesquisa de Clima, onde respondem a questões sobre os relacionamentos da escola e no final do primeiro semestre a Pesquisa de Efetividade, em que respondem sobre sua satisfação com relação ao trabalho desenvolvido na escola

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com as Diretoras das escolas foi realizada a seguinte entrevista: 1. Qual a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos? Gestora A- “É muito importante, diria imprescindível, as crianças necessitam muito dessa participação’. Gestora B- “Acredito que se todos os pais participassem mais nas reuniões e auxiliassem mais na educação dos filhos não teríamos tantos problemas de comportamento, eles estão transferindo a educação que deveria vir de casa dos próprios filhos para a escola”. 2. Os pais da escola na qual você trabalha são participativos? Gestora A- “A grande maioria sim, as crianças da educação infantil são pequenas, então eles ainda participam das reuniões, ajudam nas tarefas de casa, atendem quando solicitamos, mas, quando as crianças vão para o ensino fundamental diminui muito a participação dos pais”. Gestora B- “Não participam muito não, acho que poderia ser melhor”. 3. Como acontece essa participação? Gestora A- “Em reuniões de pais e mestres, e quando nós chamamos, o que geralmente acontece quando precisamos falar de algum problema que esteja ocorrendo”. Gestora B- “Nas reuniões bimestrais, porém, os alunos que mais precisam da atenção dos pais, estes não comparecem’. 4. Como seria a forma de participação ideal na sua concepção? Gestora A- “Se todos comparecessem ás reuniões, dessem atenção para as crianças lendo histórias para eles em casa, ajudando nas tarefas e ensinado bons modos, já estaria perfeito”.

Gestora B- “Os pais que comparecem as reuniões, participam do Conselho quando solicitamos, acompanham os deveres de casa dos alunos, procuram a escola quando acontece algum problema, esses não oferecem nenhuma preocupação para a escola, pois sabemos que podemos contar com eles, infelizmente os pais das crianças que apresentam problemas de indisciplina, ou aprendizagem são aqueles que nunca aparecem, e quando aparecem não sabem nem o nome da professora do filho”. 5. Quais as ações que sua equipe realiza para envolver os pais na escola? Gestora A- Quando o aluno apresenta faltas acima da média e os pais não aparecem em reuniões nós telefonamos ou fazemos uma visita, em casos extremos acionamos o Conselho Tutelar. “No momento estamos realizando pesquisas para ouvir os pais, para saber quais são as expectativas deles e o nível de satisfação deles em relação ao trabalho da escola”. Gestora B- “Realizamos festas, eventos para a associação de pais e mestres e projetos para que os pais participem mais da escola, além de pesquisas para melhorarmos nosso trabalho”. A entrevista realizada com a Coordenadora Pedagógica está transcrita a seguir: 1. Os pais da sua escola são participativos? Coordenadora A/B: Alguns pais são sim, pelo menos uns 70% são, atendem a solicitações, avisam a escola no caso de faltas, comparecem nas reuniões e alguns poucos participam do Conselho Escolar. 2. Como eles poderiam participar de forma mais efetiva? Coordenadora

A/B:

Seria

mais

efetiva

se

todos

comparecessem pelo menos ás reuniões bimestrais, nestas ocasiões costumo anotar os nomes dos pais que não compareceram e telefonar para conversar sobre o assunto tratado e a importância da sua participação e geralmente eles explicam a razão da falta. Infelizmente a maioria dos pais ou responsáveis que nunca aparecem na escola

quando solicitados são aqueles que os filhos mais precisam de atenção. Gostaríamos que as famílias auxiliassem as crianças nas tarefas para casa, organizando um local adequado para isso, ensinassem e cobrassem as crianças quanto ao respeito ás pessoas e as regras, noções básicas de higiene, porém a realidade é que muitos pais não sabem como fazer isso, e quando realizamos um projeto para auxiliarmos nessa tarefa eles não se interessam. 3. O que a escola poderia fazer para melhorar as interações entre a escola e a família? Coordenadora A/B: Acredito que os gestores devem ter uma postura democrática, ouvir as expectativas dos pais a respeito do trabalho da escola e também suas sugestões, ajudá-los a encontrar alternativas para que sejam mais presentes, podemos também elaborar projetos onde a presença dos pais seja incluída. 4. Quais são as ações da sua escola para que essas interações se fortaleçam? Coordenadora A/B: Nas escolas em que trabalho nós realizamos duas vezes por ano pesquisas de expectativas, de satisfação e de efetividade com os pais, mantemos também na recepção das escolas “a caixinha de reclamações e sugestões”, durante as reuniões de pais, pedimos para que as professoras realizem uma avaliação no final para

sabermos os pontos positivos e as

oportunidades de melhoramentos da reunião, também elaboramos projetos com oficinas de musicalização infantil com os pais dos bebês, e oficina de contação de histórias com os pais dos alunos maiores. 5. Quais são os resultados dessas ações? Coordenadora A/B: Tivemos um aumento significativo da presença dos pais nas reuniões, e os pais que não comparecem apresenta uma justificativa e comparece em outro momento, notamos que neste final de ano eles estão mais participativos com relação a expor ideias e sugestões, estão mais interessados também com relação a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. Infelizmente ainda há os que não se envolveram ainda, porém, vamos continuar o trabalho para que melhore sempre.

A Escolas A e B disponibilizaram para o trabalho as tabelas das pesquisas realizadas sobre a satisfação dos pais, sobre a efetividade da escola. Abaixo, temos a Tabela com as respostas da pesquisa da Escola A, foram distribuidas 130 pesquisas, porém, 114 pais que devolveram-na respondidas.

Tabela 1. Pesquisa sobre o atendimento oferecido pela escola aos pais: Para melhorarmos o trabalho realizado pela escola gostaríamos de

Bem

Mal

saber da sua opinião:

atendido

atendido

111

3

114

0

113

1

1.

Quando necessitou de atendimento na secretaria

sempre foi: 2.

Quando necessitou de atendimento da coordenadora

sempre foi: 3.

Quando necessitou do atendimento da Diretora sempre

foi:

Tabela 2. Pesquisa sobre a opinião dos pais a respeito da organização e estrutura física da escola: Qual sua opinião sobre:

Ótima

Boa

Ruim

1.

Estrutura física da Escola

44

69

1

2.

Quanto á organização (comunicação, horários,

55

59

0

entrada)

Tabelas respostas.

da Escola B, foram entregue 130 pesquisas e devolvidas 102

Tabela 3. Pesquisa sobre o atendimento oferecido pela escola aos pais: Para melhorarmos o trabalho realizado pela escola gostaríamos de

Bem

Mal

saber da sua opinião:

atendido

atendido

102

0

101

1

100

2

1.

Quando necessitou de atendimento na secretaria

sempre foi: 2.

Quando necessitou de atendimento da coordenadora

sempre foi: 3.

Quando necessitou do atendimento da Diretora sempre

foi:

Tabela 4. Pesquisa sobre a opinião dos pais a respeito da organização e estrutura física da escola: Qual sua opinião sobre:

Ótima

Boa

Ruim

1. Estrutura física da Escola

37

62

3

2. Quanto á organização ( comunicação, horários,

42

56

1

entrada)

Os dados das tabelas 1 e 3 mostram que a maioria dos pais das duas escolas se sentem bem atendidos pelos gestores e pelo secretário. Nas tabelas 2 e 5 podemos ver que a opinião da maioria dos pais sobre a estrutura física da escola e sua organização estão entre boa seguida de ótima. Para melhorar o serviço prestado e o atendimento aos alunos as duas escolas convidaram os pais para uma reunião, onde discutiram sobre quais seriam os melhoramentos a serem feitos na escola. Na Reunião da Escola A compareceram 85 pais, a participação inicial foi tímida, entretanto eles elogiaram a iniciativa da escola, suas sugestões e opiniões estão listadas abaixo: Conserto e manutenção do parque,

32 pais

Incentivo a alimentação dos alunos

21 pais

Organizar para que os alunos menores saiam primeiro

19 pais

Mais cuidado das professoras no parque

12 pais

Reuniões de pais mais rápidas

2 pais

Na Reunião da Escola B compareceram 57 pais, a participação com sugestões e opiniões foi menos expressiva:

Reunião durante a noite, pois muitos pais trabalham

21 pais

Que emprestem livros para as crianças levarem para casa

13 pais

Mais cuidado das crianças no parque

9 pais

Que as professoras sejam mais carinhosas

5 pais

Não acompanham muito, então preferem não opinar

3 pais

Após as reuniões com os pais, a equipe gestora das escolas realizaram reuniões com toda a equipe escolar, professores e funcionários para discutirem quais sugestões seriam validadas e como poderiam atende-las. As escolas irão realizar no final deste ano nova reunião com os pais, para apresentarem os melhoramentos realizados a partir de seus apontamentos e estabelecerem novas metas de acordo com as reivindicações das famílias dos alunos. A Escola B disponibilizou á pesquisadora os gráficos sobre a pesquisa de efetividade realizada com os pais na escola no final do primeiro semestre letivo. Pesquisa de efetividade da escola Nas reuniões de Pais, você obtem informações claras sobre o desenvolvimento do seu(sua) filho(a)?

Pesquisa de efetividade da escola Existe um bom relacionamento entre alunos (as) e professoras da escola?

128

70

120

65

112

60

104

55

96

67

50

88 45

80 72

40

66

64

35

56

30

48

25

40

20

32

15

24

10

16 8 0

2

5

0

0

1

0

Pesquisa de efetividade da escola Existe um bom relacionamento entre alunos (as) e funcionários da escola? 128 120 112 104 96 88 80 72

66

64 56 48 40 32 24 16 8

2

0

0

Pesquisa de efetividade da escola Os trabalhos escolares são atividades desafiadoras para seus(suas) filhos(as)? 128 120 112 104 96 88 80 72 64

60

56 48 40 32 24 16

8

8

0

0

Pesquisa de efetividade da escola LEGENDA A comunicação entre escola e família é feita de maneira clara, objetiva e sempre que necessário?

SATISFEITO

128 120 112 104 96

PARCIALMENTE

88 80 72

65

SATISFEITO

64 56 48 40 32 24 16 8

3

0

INSATISFEITO

0

Os gráficos nos mostram que uma porcentagem significativa de pais consideram que os alunos tem bom relacionamento com funcionários e professores, que as atividades escolares são desafiadoras para seus filhos e que a comunicação entre a escola e a família é clara e objetiva. Os gestores das duas escolas mostram-se preocupados em favorecer a participação dos pais em eventos, projetos e em como os pais podem auxiliar os alunos em seu desenvolvimento integral.

Assim, se o objeto de preocupação da escola é a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno, é necessário que os gestores tenham em mente que os primeiros educadores das crianças são seus familiares, e a escola é uma continuidade dessa educação, portanto, seus conhecimentos prévios precisam ser respeitados, quando o aluno chega na escola disposto a aprender e recebe o devido estimulo em casa, ele se sente convencido a estudar e aprender. Não se trata aqui de transferir funções, tanto a escola quanto a família possuem papéis distintos. O que se pretende é que a escola apresente uma postura que ofereça situações de diálogo e parceria, bem como estímulo para tal parceria.

Segundo Paro (2007, p.30) a escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais, para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar e com o desenvolvimento de seu filho como ser humano.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na interação entre família e escola deve ser levado em consideração o papel que cada uma exerce na educação de crianças e jovens. A escola pode organizar ações para facilitar essa interação como: no ato da matrícula apresentar a escola e os funcionários aos pais; realizar entrevistas com os pais e os alunos; proporcionar a participação dos pais no projeto político pedagógico da escola; organizar reuniões em horários adequados para os pais que trabalham; informar a comunidade sobre notícias relevantes da escola e prestação de contas; reconhecer publicamente pais, alunos e membros da equipe escolar; disponibilizar espaço para eventos, organizar palestras para a comunidade. Podemos inferir a partir dos estudos e dos dados coletados que quando a escola

oferece

oportunidades de

contatos com os pais ela

possibilita

o

comprometimento por parte das famílias, o que resulta em parceria. Para que os gestores desenvolvam um trabalho onde a participação tanto da equipe escolar quanto da comunidade contribua para o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos, eles devem adotar uma postura democrática. Deve partir do princípio de que a escola precisa da comunidade.

REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF, 1990. ______. Lei nº 9.394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Ministério da Educação – Imprensa Oficial, 1996. CARVALHO, M. E. P. Relações entre família e escola e suas implicações de gênero. Cadernos de pesquisas, n.110, 2000. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. LÜCK, H. A gestão participativa na escola. 8 ed.Rio de Janeiro: Vozes, 2010. PARO,V. H. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 2007. PIAGET, J. Para onde vai a educação. 15 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972/2000. SZYMANSKI, Heloisa. A relação família/escola: desafios e perspectivas. Brasília: Plano, 2001

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