AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL REALIZADA NA PONTE DO RIO SÃO JORGE/PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

October 1, 2017 | Autor: Jasmine Moreira | Categoria: Educação Ambiental, Unidades de Conservação, Parques, Parques Nacionales, Campos Gerais
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AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL REALIZADA NA PONTE DO RIO SÃO JORGE/PARQUE NACIONAL DOS CAMPOS GERAIS

Andressa Stefany Teles Jasmine Cardoso Moreira Victor Emanuel Carbonar Santos

RESUMO: Impactos negativos em áreas naturais são evidentes na paisagem e o lixo pode ser considerado um dos mais prejudiciais. Deste modo, o trabalho tem como objetivo principal apresentar informações a respeito de uma ação realizada pelo Departamento de Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, no qual foi realizado um trabalho de coleta de detritos na Ponte do Rio São Jorge, situado dentro do Parque Nacional dos Campos Gerais. Para tanto, a pesquisa também apresenta os impactos encontrados na área decorrente do turismo desordenado, mostrando a importância da sensibilização do visitante para a conservação do local. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica e documental, além da realização da ação propriamente dita. O resultado da ação contribuiu para a sensibilização dos estudantes e ainda para mostrar a importância de planejar atividades turísticas em ambientes naturais. Palavras-chave: Turismo em Áreas Naturais; Impactos Ambientais; Ponte do Rio São Jorge.

1. INTRODUÇÃO

O Turismo é um dos segmentos que mais cresce dentro da economia do país, sendo de suma importância para o desenvolvimento das regiões, tanto com a implantação de infraestrutura, como gerador de emprego e renda. Ele acarreta tanto impactos positivos como impactos negativos, tudo depende de como ocorreu o planejamento das atividades. O segmento do turismo em áreas naturais vem ganhando cada vez mais espaço dentro do mercado. Segundo Boo (1992), as populações urbanas vêm buscando mais contato com ambientes naturais, e, com isso, percebe-se a crescente demanda de visitantes que procuram por esses locais, tanto para lazer como para descanso. VIII FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU 04 a 06 de junho de 2014 Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil

Pode ser destacado que esse segmento acarreta uma grande preocupação em relação às atividades desenvolvidas em ambientes naturais, isso pela fragilidade local e a necessidade de realizar um estudo apontando ações que maximizem os impactos favoráveis e minimizem os impactos desfavoráveis a respeito da atividade a ser desenvolvida. Muitas vezes encontrar um equilíbrio entre o fator econômico que o turismo proporciona e o desenvolvimento adequado da atividade é muito difícil, visto que em algumas situações os proprietários se preocupam principalmente pela renda gerada e não pela conservação do meio. Com isso, encontramos atividades turísticas que são realizadas de forma desordenada, onde não ocorre o planejamento necessário e nem existe a preocupação com os impactos negativos que essa atividade causará. O presente trabalho irá abordar os impactos ambientais encontrados na Ponte do Rio São Jorge, em Ponta Grossa – PR, situado dentro da área do Parque Nacional dos Campos Gerais, juntamente com uma ação de sensibilização ambiental realizada pelos professores e alunos do Departamento de Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, com o intuito de realizar um trabalho voluntário de coleta de detritos no local. 2. REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica e documental, incluindo publicações sobre parques nacionais, impactos ambientais e turismo em áreas naturais, sendo uma pesquisa do gênero qualitativo. Além disso, foram feitas saídas a campo e a ação propriamente dita, realizada em fevereiro de 2014. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os Parques Nacionais são Unidades de Conservação destinadas à conservação e proteção dos recursos naturais e culturais de uma determinada área, sendo utilizado também para a visitação e a realização de pesquisas científicas. O Parque Nacional dos Campos Gerais (PNCG) está situado na região centro-leste paranaense, abrangendo parte dos municípios de Ponta Grossa, VIII FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU 04 a 06 de junho de 2014 Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil

Carambeí e Castro, sendo criado no dia 23 de março de 2006. Segundo o ICMBio (2012, p. 03) a região foi escolhida em função dos seus elevados atributos cênicos de campos com capões, incluindo cachoeiras, furnas e também espécies endêmicas. Na cidade de Ponta Grossa é possível encontrar diversos atrativos naturais dentro da área do Parque. Esses atrativos possuem ampla visitação, tanto turistas como a própria comunidade, procuram esses locais como espaço de lazer e pesquisa. Como o Parque ainda não foi implementado e desapropriado, em alguns lugares cobra-se uma taxa de visitação para a entrada, porém, não possui a infraestrutura adequada para receber a atividade turística. Mesmo com esse problema, a procura por esses atrativos é alta, o que acaba ocasionando impactos negativos para as localidades. Dentre os atrativos do Parque encontram-se o Buraco do Padre, o Capão da Onça, as Furnas Gêmeas, a Cachoeira da Mariquinha, a Cachoeira Santa Bárbara ou Cachoeira do Rio São Jorge e a Ponte do Rio São Jorge. Assim como os outros atrativos do PNCG, a Ponte do Rio São Jorge necessita de manejo e supervisão de sua área, pois com a atividade turística sendo realizada de forma desordenada, são muitos os impactos ambientais significativos que prejudicam a conservação do local. A área sofre impacto devido aos cultivos agrícolas da região, aos carros que estacionam muito próximo a ponte e a falta do controle de visitação. Há também um grande fator que prejudica muito o local, que é o lixo. A região da ponte não possui lixeiras, o que ocasiona a acumulação de lixo no campo e no rio. Observando esse problema, foi organizada uma ação de sensibilização ambiental pelos professores do Departamento de Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, com o intuito de realizar um trabalho voluntário de coleta de detritos no local. Nesse trabalho, alunos de todos os anos do curso de Bacharelado em Turismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa participaram dessa ação, ocorrido em fevereiro de 2014. Os professores que organizaram essa ação tinham o intuito de repassar para os alunos a importância da sensibilização ambiental para a conservação da VIII FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU 04 a 06 de junho de 2014 Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil

área e como o turismo realizado de forma desordenado pode acarretar impactos negativos para a localidade, necessitando de um estudo e de planejamento para realizar a atividade turística. No dia da ação cerca de 80 alunos recolheram 70 sacos de lixo do local (Figura1), encontrando a área degradada e com outros impactos ambientais. Durante a atividade, além de todo o lixo encontrado, foi possível perceber impactos no solo e na vegetação, como o desgaste das trilhas, a exposição de raízes e locais onde foram feitas fogueiras, ocasionados pela falta de controle de visitação. Outros impactos que são encontrados no local é a poluição da água e a poluição sonora, muitas vezes causada por parte desses visitantes que não possuem uma sensibilização a respeito de conservação ambiental.

FIGURA 1 - Grupo de alunos e professores em ação voluntária de coleta de detritos

Fonte: Os autores.

Existem algumas ferramentas utilizadas para o controle de impactos ambientais, que são os indicadores de impactos de visitação. Entre esses indicadores destacam-se o estudo da largura da trilha, danos ocorridos aos recursos VIII FÓRUM INTERNACIONAL DE TURISMO DO IGUASSU 04 a 06 de junho de 2014 Foz do Iguaçu – Paraná – Brasil

naturais e a infraestrutura local, alteração do comportamento animal, problemas de drenagem e a presença de lixo. Esses indicadores visam identificar problemas e assim elaborar estratégias para soluciona-las. Após isso, deve estar em constante monitoria, para observar se essas estratégias foram efetivas ou se existe a necessidade de uma nova mudança. Porém, para que esse controle seja feito, é necessário que primeiramente o local passe por um estudo por meio de um órgão especializado e posteriormente ocorra uma revitalização. Outra ferramenta a ser utilizada é o início de ações que visem à sensibilização dos visitantes, pois esses são os principais consumidores desse espaço. A área da Ponte do São Jorge é uma propriedade particular que está inserida dentro do Parque e que ainda não foi desapropriada. Ele não possui um controle de visitação e assim, principalmente nos finais de semana, o local fica superlotado. O proprietário ainda não mostrou interesse em realizar o manejo da área para a conservação do local e por isso, vê-se a necessidade da sensibilização ambiental por parte dos atuais visitantes.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Parque Nacional dos Campos Gerais é um grande alvo de pesquisa por estudantes por estar em processo de desenvolvimento e por estar dentro das opções de lazer dos moradores da região dos Campos Gerais/PR. Porém, o descaso por parte dos visitantes com esses locais acaba degradando a área que deveria estar sendo protegida, o que ainda não é totalmente possível devido também a desapropriação que ainda não foi iniciada. A Ponte do Rio São Jorge, que foi o foco do estudo, mostra claramente este descaso. Uma área que deveria estar sob cuidados, está cada vez mais degradada. A ação de sensibilização realizada pelo Departamento de Turismo, juntamente com seus alunos, foi uma iniciativa de não somente “limpar” a área, mas mostrar quantos detritos são encontrados no local. Essa experiência fez com que os acadêmicos entendessem melhor a importância de cuidar do meio e de planejar as atividades a serem realizadas no ambiente natural.

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REFERÊNCIAS BOO, ELIZABETH. “Ecoturismo, Potenciales y escollos”. Washington D.C., WWF, 1992. FILHO, Américo Pellegrini. Dicionário Enciclopédico de Ecologia e Turismo. 1.ed. São Paulo: Manole, 2000.

ICMBio, Ministério do Meio Ambiente. Projeto de Pesquisa para Elaboração de Estudos Prioritários de Uso Público para o Parque Nacional dos Campos Gerais-Pr, como Ferramenta para a Gestão e Subsídios para o Planejamento. Ponta Grossa, 2012.

PREFEITURA

MUNICIPAL

DE

PONTA

GROSSA.

Disponível

em:

. Acesso em: 12 abr. 2014.

RUSHMANN, DORIS. Turismo e Planejamento Sustentável: A Proteção do Meio Ambiente. Campinas, SP: Papirus,1997.

TROBIA, GIULIANO. Perfil do Visitante e Recursos Turísticos do Parque Nacional dos Campos Gerais. Trabalho de Conclusão de Curso da Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2013.

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