Abertura de luzes e sombras

Aberturas de luzes e sombras

T. Fredsintre

Todo olhar humano leva algo próprio de si que contempla algo único que nenhum outro ser humano tem. O sujeito, ciente de seu dever e que tem consciência de que sua visão social e capaz de atingir a sociedade e construir seu benefício é também coordenadora de atividades que vão além da programada por apenas seu ego e seu self, é aquele que toma como responsabilidade sua atividade como o bem dos demais.
Se tomarmos por base que cada ser humano tem em si uma forma de ver o mundo e ter essa consciência, e, mais que isso, de agir e reagir perante determinadas situações, nos veremos como fundamentos de novos conceitos fundamentais de sociedades e comunidades, assim como apregoava Foucault em sua lida sobre o sujeito pensante. Passamos a ter então vários pontos de vista, e necessitamos de escolher dentre esses, aqueles que melhor nos cairão para nos organizarmos socialmente.
Surge então uma batalha entre o sujeito e seu objeto, ou melhor, o sujeito, o seu objeto de referência, e quando este objeto de referência é outro sujeito, a relação, ou relações passam a ficar mais imbricadas e por vezes causam tensão e pontos de desacordo. É necessário então uma diferente forma de olhar. Uma diferente forma de ver. Um olhar externo, "estrangeiro", que veja por outros olhos, e não cause tanto desconforto, ou minimize o estranhamento. Ou, talvez, transforme o estranhamento em algo salutar. Neste caso, teremos uma segregação que nos traz uma nova lente para a questão, fazendo com que os problemas por ora estudados sejam visto em outro foco e em outra dimensão e pesquisa, ou, ora clareando a visão interna, ora clareando a visão externa, mas sempre achando o melhor efeito e sempre procurando o melhor ponto de vista, para então achar o melhor balanceamento. Fica assim, então, nítidos, um ou mais míse en abîme's, que vão se sucedendo causando a evolução do sistema em questão.