Abreu,K.C..2010.ResNulius_Multiterritorialidade/PPGGeo_Academi

Share Embed


Descrição do Produto

RES NULIUS - PROPRIEDADE DE TODOS E DE NINGUÉM - O USO COMUM DOS RECURSOS CINEGÉTICOS DE UM TERRITÓRIO.

KAUÊ CACHUBA DE ABREU

Trabalho desenvolvido para a disciplina de Multiterritorialidade, modernidade-mundo e vínculos territoriais no Programa de Pós Graduação em Geografia na UFPR. 14 08 2010.

RES NULIUS - PROPRIEDADE DE TODOS E DE NINGUÉM - O USO COMUM DOS RECURSOS CINEGÉTICOS DE UM TERRITÓRIO. Kauê Cachuba de ABREU - Mestrando do Programa de Pós Graduação em Geografia – PPGG/UFPR - Instituto de Pesquisas Ecológicas - IPÊ

Palavras–chave: comunidades tradicionais, territórios, territorialidade, caçador-coletor, atividade cinegética.

Segundo as mais abalizadas pesquisas arqueológicas, os mamíferos começam a surgir na face da terra há cerca de 70 milhões de anos. Em evoluções sucessivas e prolongadas, segundo as teorias de Charles Spencer Darwin, aqueles que se adaptavam melhor sobreviviam, outros sucumbiam e assim ocorreu a diversificação das espécies animais. O animal humano segue nesta trajetória de gradação em gradação, de evolução em evolução, deixando rastros com os mais antigos vestígios de hominídeos encontrados pelos arqueólogos datando de mais de 500 mil anos. Os seres humanos possuem uma conexão emocional inata (portanto, genética) com as demais espécies da Terra (Wilson, 1989; Tuan, 1980). Esta ligação emotiva varia da atração à aversão, da admiração à indiferença. A interdependência da espécie humana com os demais elementos bióticos da Natureza tem sido explicada pela hipótese da biofilia, segundo a qual o homem teve 99% de sua história evolutiva intimamente envolvida com outros seres vivos, tendo desenvolvido um significativo sistema informacional acerca das espécies e do ambiente, que se traduz nos saberes, crenças e práticas culturais relacionados com a fauna de cada lugar (Santos-Fita & Costa-Neto, 2007). Desmond Morris em seu livro “O Macaco Nu” (1967), sugeriu que a espécie humana seria frágil demais para ser um predador, logo não é dotada de garras afiadas, presas capazes de dilacerar sua caça, nem mesmo um couro coberto de pelos protetores contra as intempéries. Esta fragilidade, contudo, é compensada com um cérebro mais desenvolvido que o da maioria dos animais e mãos capazes do movimento de pinça com os dedos, capazes de grande precisão. Charles Darwin viajou pelo mundo no famoso navio Beagle (1831-1836) a fim de fazer pesquisas. Segundo suas observações chegou à conclusão de que as espécies passariam por mutações e aqueles “mutantes” melhor adaptados sobreviviam com maior desenvoltura ao universo circundante. Aqueles que não se adaptavam sucumbiam a isto chamou de “processo de seleção natural” (Darwin, 2003; 1996). Mais tarde, Darwin estendeu essa teoria ao ser humano, classificando-o como descendente dos antropóides. As comunidades científicas e religiosas do mundo inteiro se opuseram a essa teoria, pois seu limite de consciência possível não permitia admitir que o homem branco superior fosse descendente de macacos.

2

Consensualmente entre os arqueólogos, convencionou-se (até que alguma nova descoberta os contradite) que a mais antiga espécie digna do epíteto “homo” é o Australopithecus, surgido no sul da África há cerca de 3 milhões de anos. Este nosso provável ancestral tinha algumas características semelhantes ao homem moderno e foi capaz de criar os primeiros instrumentos rudimentares. Quando, por processos de mutação, muitas espécies se desenvolveram e em algumas delas temos presente a capacidade de produzir, adaptar e usar ferramentas nas suas diferentes atividades. Nossos ancestrais passaram a andar sobre dois pés, ficaram não apenas com as mãos livres para fazer e usar objetos como ainda tiveram ampliado o seu campo de visão. Assim o fato de o homem ter uma capacidade extrema de usar e fabricar instrumentos é um importante diferencial para o seu sucesso na utilização de outras espécies (Pinsky, 1987; Darwin, 2003; Morris, 1967). O conjunto complexo de interações que as culturas humanas mantêm com os animais pode ser abordado por meio de diferentes recortes científicos, a depender da linha teórica considerada (Begossi, 1993). O presente artigo tem a intenção de utilizar informações do arcabouço referente às atividades de caça para mostrarmos os diferentes pontos de vistas e valores agregados para as diferentes culturas e regiões onde esta atividade se desenvolve, permeando assuntos como a territorialidade dos diferentes grupos humanos e o uso dos recursos faunísticos, a apropriação dos recursos naturais utilizados por indivíduos, grupos, sociedades humanas nos diferentes espaços temporais da sua existência. Inicialmente a atividade de caça era a principal forma de subsistência dos hominídeos, onde estes necessitavam de caçar para comer. E são da época do Neolítico os primeiros vestígios arqueológicos de utensílios de caça usados pelos humanos de então.

Figura 1. Pintura rupestre representando a caça cooperativa realizada em pelos hominídeos primitivos (Fonte: ).

3

É também verdade que muitos destes utensílios serviam, igualmente, para a sua defesa e dos seus congêneres, mas, se atentarmos na maioria dos desenhos rupestres existentes em grutas (que então constituíam os locais de abrigo e de habitação) espalhadas por todo o nosso mundo, pode verificar que a grande maioria relata, em pormenor, a sua luta contra as grandes feras da época ou as suas grandes caçadas de veados, búfalos, mamutes e felinos de diferentes espécies. Mais tarde e já no Paleolítico, os utensílios aperfeiçoam-se, o homem passa a viver em sociedade e a sua estrutura mental dá o primeiro grande salto a caminho dos novos tempos. Nesta época os animais eram considerados res nulius, ou seja, propriedade de todos e de ninguém. Este termo é proveniente do latim, e “significava que não havia um dono para este tipo de coisas (os animais) e, assim sendo, cada um apropriava-se do animal quando o conseguia capturar ou matar.” Na Idade Média, período que se inicia no século IX/X, aparece o feudalismo que primeiro define a “propriedade da terra e o direito do senhor” feudal não só a ocupar as terras que herdava, ganhava em batalhas ou simplesmente lhe eram doadas, como ainda a governar todos os que nelas se encontravam e a usar tudo o que a estes pertencia. Por esta época aparece o conceito de res regia, ou seja, tudo o que se encontra nas terras é propriedade do seu dono, desde as colheitas ao gado passando, logicamente, pela caça.

Figura 2. Pintura retratando a partilha do animal fresco abatido, resultado da atividade de caça (Fonte: Le Livre de chasse de Gaston Phébus).

4

Figura 3. Pintura retratando a caça ao Javali realizada a pé e com cães (Fonte: ).

Por sua vez a caça menor (assim designada não pela sua dimensão real, mas por ser de menos importância para o senhor), tinha o mesmo fim que a caça grossa, mas a sua captura era deixada para os couteiros (equivalente ao guarda da terra e da caça), pajens e outro pessoal subalterno que partilhava a mesa do senhor num plano hierárquico inferior. A Idade Moderna nada trouxe de novo ao regime de exploração da terra e da caça. Passam os séculos repetindo-se a prática, a tradição e o domínio em todo o mundo dito civilizado. Por sua vez, a colonização do continente americano no século 18, altera de sobremaneira esta forma de pensar e de gerir, a natureza, uma vez que, naquele continente e por motivos óbvios, se regressa ao regime do res nulius: tudo o que existe é propriedade de quem captura, adquire ou consome, ou não estivéssemos em presença de um modelo de colonização do continente. A caça maior, que continuava a ser apanágio do Rei e dos nobres, propriedade do dono da terra, em relação à caça menor se verifique certa permissividade no que se refere à sua captura e consumo por parte das classes mais baixas (a fome era muita, freqüentemente, a única forma de subsistência eram os animais selvagens). A inexistência de qualquer tipo de gestão ou controle da caça e devido a um furtivismo exacerbado (caça predatória), as espécies de caça maior extinguem-se por completo decorrente da falta de um modelo rural satisfatoriamente organizado e a uma pressão de caça reduzida. O povo deixa de poder comer as ditas espécies animais com valor cinegético. Apenas restam alguns exemplares de veados e de gamos, religiosamente guardados nas Tapadas Reais, propriedade da família real, e onde só o rei e seus nobres convidados caçavam. É por este motivo que o povo sempre apregoou que a caça é só para os ricos, demonstrando as diferentes facetas de um territorialismo. Ao longo da história, a interação homem-natureza evoluiu numa perspectiva crescente de exploração e degradação dos recursos naturais, onde as diferentes forças da natureza entre diferentes expressões existiam os animais bestiais que deviam ser combatidos e

5

dominados. As atividades humanas são extremamente variáveis na sua influência sobre os componentes e os atributos da biodiversidade. Em muitas culturas e etnias é percebido que a terra necessita de ter dono, para poder ser tratada e explorada (que os terrenos tinham de ser ordenados, preparados e tratados para exploração, que a floresta era patrimônio da humanidade e que era preciso proteger o meio ambiente e etc. Porem o recurso natural das espécies definidas como caça é vista como res nulius.

Figura 4. Retrato mostrando imigrantes colonizadores da região sudeste do Mato Grosso do Sul, onde vemos presente a representatividade da dominação das forças da natureza, simbolizada através do abate dos grandes felinos, foto este recorrente em diferentes regiões do planeta terra (Fonte: Histórico da colonização...).

A caça e o comercio de espécies silvestres resulta em declínios populacionais principalmente nas áreas fora de Unidades de conservação em todos os trópicos (Redford, 1992; Fa et al., 2002). Segundo as leis brasileiras, seguindo a legislação infraconstitucional nos mostra que o bem ambiental pode ser passível de apropriação particular. Daí a necessidade de uma caracterização específica para o bem ambiental, a qual é encontrada no Código de Defesa do Consumidor (CDC) Lei nº8.078, de 11 de setembro de 1990, que define no inciso I do artigo 81, os bens de direitos ou interesses difusos, ou seja, interesses ou direitos transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. Caracterizando assim que bens ambientais têm a natureza difusa. A Constituição Federal Brasileira alterou a dominialidade da fauna silvestre, que até então se constituía como propriedade do Estado, conforme estava previsto na Lei de Proteção à Fauna, passando a mesma a integrar o elenco dos bens ambientais de uso comum do povo e de interesse difuso, conforme o CDC. E assim é, enquanto encontrada na natureza, caracterizada como bem de uso comum, pois sua função ecológica é

6

essencial à sadia qualidade de vida e, nesse contexto, é um bem difuso, não sendo passível de privatização (Wiedmann, 2008). Em várias regiões os vários modelos de organização do espaço importados de outras regiões e implantados generalizando todos os espaços e talvez numa tentativa de invertermos o conceito de propriedade ou território, em algumas regiões com tradição de atividades cinegéticas, criaram-se as chamadas zonas de caça ordenada (ABC 1985; Pedreschi, 1985), estruturadas segundo várias formas de gestão, as quais tentaram justificar com a necessidade de ordenamento, mas a caça continua a ser res nulius. Assim pode-se ver que territorialidade envolve a tentativa, por parte de um indivíduo ou de um grupo de influenciar ou afetar as ações de outros, incluindo não-humanos (Raffestin, 1987). Há crescente consenso de que a manutenção de áreas com remanescentes florestais oferecem a melhor perspectiva para a conservação de parcelas importantes da biodiversidade no nosso planeta e a apropriação dês te recurso por todos, uma vez que são os únicos espaços livres, á priori, do crescente uso humano que se inicia com atividades extrativistas e culmina com monoculturas, industrialização e urbanização (Terborgh & Schaik, 2002; Eldredge, 1998). A implementação e o efetivo manejo de Áreas Protegidas ou Unidades de Conservação constituem enormes desafios. Alguns destes desafios são peculiar a cada unidade de paisagem destinada à conservação de ecossistemas e, em certos casos, estão em desacordo com o modo de vida das populações locais e/ou tradicionais que vivem no seu interior ou nas suas adjacências. Como ressaltam alguns autores, os modos como os recursos naturais são utilizados pelas populações humanas são extremamente relevantes para a manutenção dos recursos naturais (Alves et al., 2008; Cullen Jr. et al., 1999; 2000). Apropriação da fauna como modelo proporciona que muitas estratégias venham a se desenvolver com os modelos das atividades cinegéticas como ferramenta de manejo para proporcionar a manutenção de diferentes populações animais nos diferentes ecossistemas e regiões do mundo, funcionando como ferramentas de controle populacional, controle e gerenciamento de conflitos, restauração de ciclos naturais e resgatando características naturais de ecossistemas depauperados pela ação predatória de espécies animais em desequilíbrio populacional ou indevidamente introduzidas ou até mesmo sobre algum risco de sobre exploração de subprodutos pelas atividades de caça, bem como estratégia para vincular o desenvolvimento de uma região (Ex.: turismo de contemplação) e manutenção dos diferentes saberes naturais das sociedades humanas tradicionais (Bennett & Arengo, 2004).

7

Figura 5. Tigre siberiano (Panthera tigris altaica) translocado em Parque Nacional na Sibéria, depois de seu resgate em armadilhas de caçadores ilegais (Foto: Sidenstic, J.).

Ellen (1999) lembra que o conhecimento local sobre os recursos naturais inclui também o conhecimento sobre a extração e utilização dos recursos, atividades que em última análise aumentam a adaptabilidade da população local, ou que são dinamicamente adaptativas. É reconhecido que muitas das políticas de conservação e gestão adotadas no mundo se mostram ineficientes, em grande parte por indiferença das comunidades humanas que vivem em contato com as áreas protegidas ou em seu entorno (Diegues et al., 1999). Pesquisas sobre as necessidades locais e as atitudes dos moradores do entorno de parques e reservas fornecem subsídios para o re-direcionamento das ações e políticas adotadas (Nazario, 2003).

Figura 6. Mostra exemplar de lobo-canadense (Canis lúpus) monitorado em programa de conservação na região do Parque Nacional de Yellonstone, abatido em programa de controle de danos em atividades humanas (Foto: Wolf Project 2007).

8

Esta perspectiva social inclui o modo como os diferentes povos percebem, utilizam, alocam, transferem e manejam seus recursos naturais (Johannes, 1993). Entretanto, outros autores demonstram alguns exemplos de conseqüências negativas à biodiversidade por causa da intervenção de nativos em áreas de remanescentes florestais (Olmos et al., 2001) e se contrapõem a integração positiva das populações locais e da biodiversidade circunvizinha devido à existência de poucos estudos que detalhem os impactos das pessoas sobre os recursos (Adams, 2000). As interações homem/animais constituem uma conexão básica que toda e qualquer sociedade, em qualquer época e lugar, mantém com o seu universo (Almeida, 1976; Marques, 1995, Valdes, 1996). Populações humanas que vivem no interior ou no entorno de áreas de conservação utilizam os recursos naturais de diversos modos (Alves e Nishida, 2002; Rocha et al., 2008; Nishida et al., 2006ª,b; Torres et al., 2009). Para muitas espécies a caça sem manejo raramente é sustentável, logo sua duração é curta. Nestes casos é evidente que a rentabilidade econômica é menor em curto prazo, pois requer investimentos prévios e ações de manejo, assim a médio e longo prazo o retorno financeiro pode ser muito grande. De todas as formas de manejo da fauna selvagem, a que tem por objetivo a caça amadora é a aquela que maiores benefícios econômicos pode trazer, tanto direta como indiretamente e, por isso, insiste-se nela (ABC, 1985; Smith, 1996; Bodmer et al., 1997; Eisenberg, 1997; Downer, 1997; Matola et al., 1997; Bodmer & Brooks, 1997; Cullen Jr. et al., 2001; Eau et al., in press). Em algumas localidades acontece uma substituição nas atividades de caça das espécies silvestres pelas espécies introduzidas, como o porco feral, que em muitas regiões devido a características, culturais, aceitação, constância e uma fonte de recurso para alimentação e derivados em áreas remotas (Desbiez et al. in press). A caça foi uma atividade dominante durante a maior parte da história da humanidade. Apenas durante os últimos séculos ela tem regredido de forma gradual, especialmente como conseqüência da redução da superfície dos ecossistemas naturais onde se pratica e do aumento da produção de alimentos provenientes da agricultura e da pecuária. Este fenômeno nas atividades cinegéticas é algo difícil de dizer ou mensurar, mas a redução não tenha sido tão grande. Em alguns lugares houve mudanças no tipo de caça com as alterações, por exemplo, em áreas de floresta convertidas em pastagens a população humana costuma caçar as codornas e perdizes que colonizaram os novos ambientes A caça esportiva sempre existiu, em paralelo com outras formas de caça (para sobrevivência e comercial), mas à medida que a sociedade se desenvolveu, esta deixou de ser praticada só pelas elites e popularizou-se muito em diferentes regiões em países pelo mundo. A importância do fenômeno da “predação” exercida sobre as espécies cinegéticas e a sua gestão tem que ser discutida numa perspectiva racional e aberta, onde o único pressuposto defendido é a necessidade absoluta de garantir a perpetuidade das espécies e populações envolvidas. A informação disponível demonstra que a “predação”, como um todo, tem freqüentemente um impacto não negligenciável nos efetivos das espécies de caça, embora o seu efeito seja condicionado por um vasto conjunto de outros fatores ambientais que podem igualmente adquirir caráter limitante existindo, para, além disso,

9

diferenças sensíveis entre o impacto exercido por diferentes espécies ou grupos de predadores. A gestão da “predação em criações domésticas” é encarada como sendo muito mais do que o simples controle de predadores, ainda que se admita perfeitamente que este seja um instrumento de manejo utilizável, quando não haja razões de conservação ou ecológicas que o desaconselhem. É fundamental dinamizar a investigação biológica aplicada, de maneira a compreender melhor os mecanismos que regulam as interações predador/presa, de forma a proporcionar ao gestor cinegético técnicas eficazes que viabilizem a atividade cinegética e a conciliem com a conservação dos recursos naturais. Nestas condições, a caça permite simultaneamente a exploração de um recurso e a conservação de um patrimônio (Zimmermann et al,. 2005; Desbiez et al., in press)

Figura 7. Exemplar de suçuarana (Puma concolor) abatido em propriedade no alto Rio Paraná devido à ocorrência freqüente de ataques em criação de ovinos (Foto: Kauê Cachuba de Abreu).

Figura 8. Crânio de Panthera onca encontrado na área do ParNa Iguaçu, na região de Lindoeste, com projétil de arma de fogo incrustado em meio a regeneração óssea na crista orbital direita e deformação na porção direita da crista sagital, denunciando que o animal tinha sérias limitações quando em vida (Fonte: Material depositado na LBPP\ParNa Iguaçu. Foto: Kauê Cachuba de Abreu).

10

O homem foi um caçador-colector até à revolução neolítica, e a caça e a colecta foram os primeiros modos de subsistência do Homo sapiens. Estas actividades foram herdadas directamente do mundo animal, particularmente dos primatas. Caçadores-recolectores de caça obtêm mais na recolha que na caça. Estes modos de subsistência consistem na recolha da natureza do que ela fornece espontaneamente. Precedem a pecuária e a agricultura, e podem dar origem ao nomadismo, se as manadas que fornecem a subsistência principal se deslocam ou se os recursos do território se esgotam (Redford, 1992).

Figura 9. Caçador de comunidade tradicional na região da Amazônia, estado do Pará (Foto: ......).

As descobertas arqueológicas sustentam a hipótese de que, há vinte mil anos, todos os seres humanos eram caçadores-colectores. Hoje ainda subsistem caçadores-colectores no Ártico e nas florestas tropicais úmidas, onde outras formas de subsistência não são possíveis. São utilizados apenas os materiais disponíveis na natureza para a construção de abrigos, dando preferência para os naturais, que necessitem de poucas transformações. Estes abrigos destinam-se à proteção contra intempéries e predadores. A grande maioria das sociedades de caçadores-colectores é nômade e normalmente utiliza os recursos de uma área rapidamente até o seu esgotamento, tornando impossível a fixação permanente dos grupos humanos. Existem, no entanto, excepções, como no caso dos Haida da Colúmbia Britânica, que puderam sedentarizar-se numa região suficientemente rica, ou os Hinuits que estão a séculos vivendo em área de gelo e sobrevivendo dos recursos naturais existentes em uma região inospita. Se o século XIX encarou este modo de vida com desprezo, considerando-o primitivo, apercebemo-nos hoje que ele permitiria uma forma de vida em harmonia com o ambiente. Há mesmo quem o considera o modo de vida ideal (Bennett & Arengo, 2004).

11

Por todo o neotrópico mesmo em áreas protegidas e de difícil acesso, catetos, veados, antas e capivaras são caçadas e são importantes fontes de proteínas (Robinson & Bennett, 2000). No Pantanal brasileiro é a única região não protegida da região neotropical onde pessoas vivem mas raramente caçam muitas espécies silvestres, devido a existência de animais introduzidos como o porco feral, que em muitas regiões devido a características, culturais, aceitação, constância e uma fonte de recurso utilizada para alimentação e derivados em áreas remotas (Desbiez et al. in press). Hoje em diferentes localidades a atividade de caça é realizada ilegamente e sem controle, acompanhamento ou normatização em muitas regiões do planeta, sendo que em muitas regiões nos dias de hoje, a caça é culturalmente aceita como uma modalidade de obtenção de alimento (Chiarelo, 1999; 2000). Em dias atuais, mesmo a existência declarada das atividades cinegéticas terem aparentemente diminuído ao contrario do que se acredita, a caça é uma atividade corriqueira e intensa em muitas regiões e incide principalmente sobre as espécies de valor cinegético oriundo por algum motivo, como veados (Mazama spp.), tatus (Dasypus spp.), paca (Agouti paca), queixada (Tayassu pecari), cateto (Tayassu tajacu), onçaparda (Puma concolor), Panthera onca (onça-pintada), anta (Tapirus terrestris), tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), macuco (Tinamus solitarius), jacu (Penelope obscura) e o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris). A caça e castração do porco feral no Pantanal é atividade tradicional. Os caçadores admitem que a caça do porco feral é um importante recurso nos ranchos isolados, como fonte de proteína e distração. A caça é considerada uma importante atividade social (Desbiez et al., in press).

Figura 10. Foto cedida por popular da região do alto Rio Paraná, mostrando grande exemplar de onçapintada abatido em caçada esportiva (Fonte: Programa Detetives da Paisagem - IPÊ).

Segundo Krüger (1998), Bodmer et al., (1997) e Cullen Jr. et al. (2001), a caça é praticada em muitas regiões para complementar a alimentação, tendo, em função disso, impacto positivo no orçamento das famílias de baixa renda, gerando conflitos entre a

12

população e órgãos de fiscalização. Espécies vulneráveis à pressão de caça, como a jacutinga (Pipile jacutinga), anta (Tapirus terrestris) e o queixada (Tayassu pecari) tem sofrido extinções locais ao longo de toda a sua distribuição, sempre devido as alterações humanas nas paisagens onde se encontram. Um fator importante é que a caça de subsistência resulta na competição direta entre grandes predadores e humanos, reduzindo a base de presas dos carnívoros silvestres e gerando conflitos como o abate de animais domésticos (Bodmer & Brooks, 1997; Bodmer et al., 1997; Leite-Pitman, et al., 2002; Paviolo, 2002; Cavalcanti, 2003; 2004; Cullen Jr., 2006; Azevedo, 2006; Paviolo et al., 2009; Cavalcanti & Gese, 2009). Nos dias de hoje muitos dos conflitos entre atividades humanas e manutenção de espécies silvestres são explicadas, como por exemplo, o caso do PNI referente as ocorrências de taques de predadores como os grandes felinos em rebanhos de pecuária pode ser explicado, no caso da onça-pintada, pelo desaparecimento do queixada (Tayassu pecari). Segundo Crawshaw Jr. (1995) o queixada foi à principal presa utilizada pela onça-pintada no Parque Nacional do Iguaçu (PNI), 1990 e 1995. Não houve relatos de queixadas no Parque Nacional do Iguaçu desde 1995 (Conforti e Azevedo, 1997; Azevedo e Conforti, 1998).

Figura 11. Lobo-canadense (Canis lupus) capturado no Parque Nacional de Denaly, mostrando a falta de uma perna traseira, seqüela causada por armadilha de trampa derivada de tentativa frustrada de captura (Fonte: Yellowstone Wolf Project, 2008).

A proximidade do gado com a fronteira do PNI e da falta da principal presa para a onçapintada, parecem ter um forte efeito sobre o desencadeamento da predação do gado. Como conseqüência disto, temos registrados da morte de mais de 30 diferentes onçaspintadas adultas entre 1995 e 1997, que representa uma perda de aproximadamente 50% da população adulta de onças-pintadas esperadas para o PNI, conforme o apontado por Crawshaw (1995), que estimou uma população de 64 animais adultos”, sendo este um dos principais fatores limitantes para a conservação desta espécie em muitas região de sua ocorrência (Cullen Jr. et al., 1999; Boulhosa, ; Crawshaw, 2003; Silveira, 2004;

13

Cavalcanti, 2004; Crawshaw et al., 2002; 2004; Azevedo, 2006; Abreu, 2009; Abreu et al., 2009a,b).

Figura 12. Mostrando exemplo do longo histórico de perseguição e caça na cultura das comunidades nas diferentes localidades da região sudoeste do estado do Paraná (Fonte: PROJETO CARNÍVOROS\ParNa Iguaçu).

Mais graves são as características culturais da tradição de caça dirigida à espécie Panthera onca, resultando em animais com condições sanitárias e físicas desfavoráveis e comprometidas, promovida pelo contato próximo com animais domésticos e atividades humanas, apresentando seqüelas de disparos de arma de fogo ou armadilhas, devido a perseguições e caça não letal, estas características na população local são predisponentes a formação de onças-habituadas ou forçadas a atacarem animais domésticos, devido a limitações físicas ou morfológicas (Abreu, 2009).

14

Figura 13. Crânio de Panthera onca oriunda do Parque Nacional do Iguaçu, depositado no acervo do MHNCI – Museu de História Natural Capão da Imbuia em Curitiba, apresentando marcas de regeneração óssea na mandíbula e canino inferior direito fragmentado, características estas demonstram que o animal quando vivo, apresentava limitações estruturais, refletindo a integridade e limitações físicas dos animais locais (Fonte: Material depositado no MHNCI. Foto: Kauê Cachuba de Abreu).

As características culturais da tradição de caça as principais espécies de interesse cinegético, alem de comércio dos subprodutos de interesse cinegético caracterizam a competição por recursos alimentares entre homem e predadores é muito presente nas regiões de grandes remanescentes florestais como os Parques Nacionais, onde temos presente na comunidade humana a herança do modelo “caçador coletor” buscando a proteína e biomassa de animais silvestres, sendo um dos fatores determinantes nas ocorrências dos problemas de predação em rebanhos domésticos por carnívoros na região, porem mais preocupante ainda é o atual comercio da caça esportiva, degradando exemplares das diferentes espécies em regiões onde deveríamos ter populações inteiras protegidas e resguardadas (FPR, 2001; FSP, 2010). Devem ser encarados e abordados em discussões acerca do assunto de manejo dos recursos cinegéticos as características culturais quanto às atividades de caça nos diferentes setores da sociedade, visando controle ou normatização, utilizando características regionais, alem de usar estratégias de saúde publica para combater estas atividades realizadas de forma prejudicial tanto para as populações animais como humanas (Abreu, 2009; Abreu et al., 2009a,b,c). As agências governamentais nos diferentes países precisam se envolver mais em áreas onde existam espécies que venham a causar algum tipo de conflito ou desequilíbrio, no caso do Brasil, como exemplo existe a espécie onça-pintada (Panthera onca) e o puma (Puma concolor) que em muitas regiões estão envolvidas em diferentes situações de risco, especialmente nas proximidades das áreas de Unidades de Conservação. Mais esforços devem ser feitos para considerar leis e diretrizes de ações de gestão territorial em níveis locais e regionais, principalmente nos municípios, estados e biomas florestais (IUCN, 2009) em áreas próximas dos Parques Nacionais e considerar as necessidades de ambos, os proprietários de fazendas de criações domésticas e das espécies animais. Ao mostrar os diferentes modos em que o conhecimento e a valoração sobre as diferentes expressões naturais estão organizados em todos os grupos humanos, temos a possibilidade de vislumbrar um tipo de relativismo pelo qual é possível reconhecer outros modelos de apropriação da natureza não necessariamente baseados no racionalismo e pragmatismo da ciência vigente (Bandeira, 2001).

AGRADECIMENTOS Agradeço ao CNPQ/CAPS pela bolsa de estudos cedida, ao Professor Álvaro Heidrich (UFRGS) que desenvolveu a disciplina de Multiterritorialidade, modernidade-mundo e vínculos territoriais no Programa de Pós Graduação em Geografia na UFPR, pela sua ajuda, compreensão e disponibilidade para elucidar as minhas muitas dúvidas e instigar a minha curiosidade, vontade e coragem para pensar e discorrer sobre o tema central deste texto; Aos grandes profissionais, amigos e companheiros de tantas, Henrique Donni, Carlos Cesar da Silva o Índio, Tiago Giatrola Boscarato o micuin, Daniel Mandryc Mellek, Fernando Silva Lima, Carlos Plateiro, Estefano Francisco Jablonski, Laury

15

Cullen Jr. e Peter Granden Crawshaw Jr., pelas informações e toda partilha de conhecimentos, alem de todo o incentivo; aos pesquisadores e amigos Itibere Piaia Bernardi, Diego Roberto Bilski, Louri Klemann e em especial a Thais Bastos Zanata pelas revisões, criticas e todo o companheirismo. As pessoas dos diferentes setores da sociedade que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho, compartilhando suas idéias, percepções e anseios; As pessoas das comunidades tradicionais que se dispuseram a dividir e compartilhar suas vivências, seu dia a dia e as mais diversas informações acerca do assunto, suas vastas experiências e por menores nas suas atividades cinegéticas, terem compartilhado com a minha pessoa as suas informações, valores, representações e atitudes quanto as suas atividades corriqueiras, que para muitas pessoas pode parece um universo tão distante e muitas vezes esta tão próxima. Obrigado pela confiança e oportunidades propiciadas. Créditos das figuras e fotografias da capa: Fundação Internacional do Rodesian Ridgeback, Associação Portuguesa de Arma de Fogo, Canil Pythuna, Programa Detetives da Paisagem – IPÊ.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS. ABC – Associação Brasileira de Caça. 1985. Caça e Conservação. São Paulo. ABREU, K.C. 2009. Ações de Extensão Comunitária. Relatório de atividades. ACOM/PNI/ICMBio – Área de Conservação e Manejo/Parque Nacional do Iguaçu/ Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. ABREU, K.C.; MELLEK, D.M; LIMA, F.S. & CULLEN, L.Jr.. 2009 (a). O envolvimento comunitário na intervenção da predação de rebanhos domésticos no Alto Rio Paraná. Educação e Extensão Socioambiental. Caderno Técnico do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. 1(1). Pg. 25-38. ABREU, K.C.; LIMA, F.S.; BOSCARATO, T.G. & CULLEN Jr, L. 2009 (b). A espécie Panthera onca Linnaeus, 1758, onça-pintada na região do Corredor de Biodiversidade Caiuá – Ilha Grande. Cadernos da Biodiversidade. IAP – Instituto Ambiental do Paraná. V.6, nº2, Janeiro. ABREU, K.C.; BILSKI, D.R.; PRIM, D., VIANNA, V.O., RAMOS, S.M. & MELLEK, D.M. 2009 (c). Predação de carnívoros silvestres sobre rebanhos domésticos: implicações à conservação de espécies nativas. In: PARANÁ – IAP. Plano de Conservação para Grandes Predadores no Estado do Paraná. IAP – Instituto Ambiental do Paraná. SISFAUNA – Sistema Estadual de Proteção à Fauna Nativa. ALMEIDA, T. 1976. Jaguar hunting in the Mato-Grosso. Printed by Stanwill Press. Pg. 194. APAF – Associação Portuguesa da Arma de Fogo. www.armadefogo.pt AZEVEDO, F.C.C. & CONFORTI, V.A. 1999. Dinâmica da predação de carnívoros silvestres em fazendas no entorno do Parque Nacional do Iguaçu: Avaliação e

16

execução de métodos preventivos. Relatório Final - técnico e financeiro - Boticário 1998. AZEVEDO, F.C.C.. 2006. The impact of domestic animal predation by larg carnivores. How does this affect the conservation of keystone species? In: Morato, R.G.; Rodrigues, F.H.G.; Eizirik, E.; Mangini, P.R.; Azevedo, F.C.C. & Marinho-Filho, J.. Manejo e conservação de carnívoros neotropicais. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovaveis \ Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação dos Predadores Naturais. São Paulo. Pg. 169183. BEGOSSI, A. 1993. Ecologia humana: um enfoque das relações homem-ambiente. Interciencia, 18 (3): 121-132. BENNETT, E.L. & ARENGO, F. 2004. A caça em Florestas Neotropicais: Revisão dos temas, identificação de lacunas e desenvolvimento de estratégias. Relatório de Oficina de Trabalho. WCS – Wildlife Conservation Society. La Paz, Bolívia. BODMER, R.E. & BROOKS, D.M. 1997. Status and action plan of the lowland tapir (Tapirus terrestris). In: BROOKS, D.M., BODMER, R.E. & MATOLA, S. 1997. Status Survey and Conservation Action Plan Tapirs. IUCN/SSC Tapir Specialist Group. IUCN – The World Conservation Union. BODMER, R. E., J.F. EISENBERG & K.H. REDFORD. 1997. Hunting and the likelihood of extinction of Amazonian mammals. Conservation Biology 11(2) 460466. BOULHOSA, CAVALCANTI, S. M. C. 2003. Manejo e controle de danos causados por espécies da fauna. In: Cullen Jr. L., Valadares-Padua, C. & Rudran, R. Métodos de Estudos em Biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Pg. 203 – 242. CAVALCANTI, S. M. C. 2004. Factors influencing livestock depredation by jaguars (Panthera onca) in the southern Pantanal, Brazil. Libro de Resúmenes. VI congresso internacional sobre manejo de fauna silvestre en La Amazônia y Latinoamérica. CAVALCANTI, S. & GESE, M. 2009. Spatial ecologyand social interactions of jaguars (panthera onca) in the southern pantanal, Brazil. Journal of Mammalogy, 90(4):935–945, 2009. CHIARELLO, A. G. 1999. Effects of fragmentation of the Atlantic forest on mammal communities in south-eastern Brazil. Biological Conservation 89: 71-82. CHIARELLO, A. 2000. Influência da caça ilegal sobre mamíferos e aves das matas de tabuleiros do norte do estado do Espírito Santo. Boletim do Museu de Biologia Mello Leitão 11/12: 229-247.

17

CONFORTI, V.A & AZEVEDO, F.C.C.. 2003. Local perceptions of jaguars (Panthera onca) and pumas (Puma concolor) in the Iguaçu National Park area, south Brazil. Biological Conservation. 4.3.1.Pg. 1-7. CONFORTI, V.A. 2006. Local perceptions toward large carnivores in livestock raising areas. In: Morato, R.G.; Rodrigues, F.H.G.; Eizirik, E.; Mangini, P.R.; Azevedo, F.C.C. & Marinho-Filho, J.. Manejo e conservação de carnívoros neotropicais. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis \ Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação dos Predadores Naturais. São Paulo. Pg. 183-192. CRAWSHAW, P.G. JR.. 1995. Comparative ecology of ocelot Felis pardalis and jaguar Panthera onca in a protected subtropical forest in Brazil and Argentina. Tese de PhD. University of florida. Gainesville. Pg. 190. CRAWSHAW, P.G.. 2002. Mortalidad inducida por humanos y conservación de jaguares: El Pantanal y El Parque Nacional Iguaçu em Brasil. In: Medellín et al. 2002. In: Medellin, R.A., C Chietkiewicz, K.H. Redford, J. G. Robinson, E. Anderson, e A. Taber. The jaguar in the new milennium. A status assessment, priority detection, and recomendations for the conservation of jaguar in the Americas. Univerdad Nacional Autonoma de Mexico/ Wildlife Conservation Society, Mexico D.F. CRAWSHAW, P.G. JR., J. K. MÄHLER, C. INDRUSIAK, S. M. CAVALCANTI, M. R. P. LEITE PITMAN, 2002 Ecology and conservation of the jaguar (Panthera onca) in the Iguaçu National Park, Brazil In: Medellin, R.A., C Chietkiewicz, K.H. Redford, J. G. Robinson, E. Anderson, e A. Taber. The jaguar in the new milennium. A status assessment, priority detection, and recomendations for the conservation of jaguar in the Americas. Univerdad Nacional Autonoma de Mexico/ Wildlife Conservation Society, Mexico D.F. CRAWSHAW, JR. P. G. 2003. “Uma perspectiva sobre a predação de animais domésticos por grandes felinos no Brasil” In: Natureza e Conservação. Vol. 1 n° 1. Fundação O Boticário de proteção a Natureza. Pg. 13 a 15. CRAWSHAW P.G., MAHLER, J.K., INDRUSIAK, C., CAVALCANTI, S.M.C., LEITE, M.R.P.L., SILVIUS, K.M. 2004. Ecology and conservation of the jaguar (Panthera onca) in Iguacú National Park. In: SILVIUS, K.M., BODMER, R.B. AND FRAGOSO, J.M.V. People in Nature: Wildlife Conservation in South and Central America., University of Columbia Press, New York, pp 271-285. CRAWSHAW, P.G. JR., J. K. MÄHLER, C. INDRUSIAK, S. M. CAVALCANTI, M. R. P. LEITE PITMAN, 2002 Ecology and conservation of the jaguar (Panthera onca) in the Iguaçu National Park, Brazil In: Medellin, R.A., C Chietkiewicz, K.H. Redford, J. G. Robinson, E. Anderson, e A. Taber. The jaguar in the new milennium. A status assessment, priority detection, and recomendations for the conservation of jaguar in the Americas. Univerdad Nacional Autonoma de Mexico/ Wildlife Conservation Society, Mexico D.F.

18

CRAWSHAW, JR. P. G. 2003. “Uma perspectiva sobre a predação de animais domésticos por grandes felinos no Brasil” In: Natureza e Conservação. Vol. 1 n° 1. Fundação O Boticário de proteção a Natureza. Pg. 13 a 15. CRAWSHAW P.G., MAHLER, J.K., INDRUSIAK, C., CAVALCANTI, S.M.C., LEITE, M.R.P.L., SILVIUS, K.M. 2004. Ecology and conservation of the jaguar (Panthera onca) in Iguacú National Park. In: People in Nature: Wildlife Conservation in South and Central America. (eds Silvius, K.M., Bodmer, R.B. and Fragoso, J.M.V), pp 271-285, University of Columbia Press, New York. CULLEN JR. L., BODMER, R.E. & PÁDUA, C.V. 1999. Caça e biodiversidade nos fragmentos florestais da Mata Atlântica, São Paulo, Brasil. In: T.G. Fang, O.L. Montenegro, and R.E. Bodmer, editors, Manejo y conservación de fauna silvestre en America Latina. University of Florida, Florida. DARWIN, C.S. 2003. A Origem das Espécies, no meio da seleção natural ou a luta pela existência na natureza. 1 vol. DARWIN, C.S. 1996. O Beagle na América do Sul. Rio de Janeiro. Ed Paz e Terra. Coleção Leitura. DESBIEZ, A.L.J.; KEUROGHLIAN, A.; PIOVEZAN, U. & BODMER, R.E.. IN PRESS. Invasive species and bushmeat hunting contributing to wildlife conservation: the case of feral pigs in a Neotropical wetland. Oryx. DESMON MORIS . 1967. O macaco nú. DIEGUES… DOWNER, C.C. 1997. Status and action plan of the Mountain Tapir (Tapirus pinchaque). In: BROOKS, D.M., BODMER, R.E. & MATOLA, S. 1997.. Status Survey and Conservation Action Plan Tapirs. IUCN/SSC Tapir Specialist Group. IUCN – The World Conservation Union. EISENBERG, J.F. 1997. Status Survey and Conservation Action Plan Tapirs. Introdução. In: BROOKS, D.M., BODMER, R.E. & MATOLA, S. 1997.. Status Survey and Conservation Action Plan Tapirs. IUCN/SSC Tapir Specialist Group. IUCN – The World Conservation Union. FA, J.E., PERES, C.A. & MEEUWIG, J. 2002. Bshmeat exploitation in tropical forests: an intercontinental comparison. Conservation Biology, 16, 232–237. FPR - Folha do Paraná. 2001. MATANÇA DE ONÇA-PINTADA - Homem condena animal à extinção. Texto de Alexandre Palmar. Matéria especial publicada na Folha do Paraná em 11/03/2001

19

FSP- Folha de São Paulo. 2010. Grupo é acusado de organizar caça à onça. Textos de Rodrigo Vargas. . Matéria especial publicada na Folha de São Paulo em 22/07/2010. JANINE LUKE & MELVIN R. SEIDEN. - Illuminating the Medieval Hunt is made possible by a generous gift . Fund for Exhibitions and Publications. MA – Ministério da Agricultura. 1978. Seminário sobre caça amadorista (espécies cinegéticas). Ministério da Agricultura – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. Coordenação da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza. Composto e impresso no Departamento Gráfico do M.A.F.C.. Rio de Janeiro. MATOLA, S., CUARÓN, A.D & RUBIO-TORGLER, H. Status and action plano f Baird’s Tapir (Tapirus bairdii). In: BROOKS, D.M., BODMER, R.E. & MATOLA, S. 1997.. Status Survey and Conservation Action Plan Tapirs. IUCN/SSC Tapir Specialist Group. IUCN – The World Conservation Union. PAVIOLO, A. J. 2002. Abundancia de presas potenciales de yaguareté (Panthera onca) en áreas protegidas y no protegidas de la Selva Paranáense, Argentina. Tesis de grado, Universidad Nacional de Córdoba. PAVIOLO, A.J., DE ANGELO, C & DI BITETTI, M.S. 2005. Jaguar (Panthera onca) population decline in the Upper Paraná Atlantic Forest of Brazil and Argentina, Proceedings of the 19th Annual Meeting of the Society for Conservation Biology, Brasilia, Brazil. PEDRESCHI, A. 1992. Parque de Caça – Um multiplicador da fauna. São Paulo. Edit. Troféu. PHÉBUS, GASTON. 1854. The Medieval Hunt: Le Livre de la Chasse. PINSKI, J. 1987. As primeiras civilizações. 1ª Edição - Editora Atual, São Paulo. REDFORD, K.H. 1992. The empty forest. Science, 42, 412–422. ROBINSON, J.G. & BENNETT, E.L. 2000. Hunting for Sustainability in Tropical Forest. Columbia University Press, New York, USA. SANTOS-FITA, & COSTA-NETO. 2007. As interações entre os seres humanos e os animais: A contribuição da etnozoologia. Biotemas, 20 (4): 99-110, dezembro. SMITH, R.L. 1996. Ecology and Field Biology. Fifth Edition. SONDA, C., KUNIYOSHI, Y.S. & GALVÃO, F. 2006. Comunidades rurais tradicionais e utilização dos recursos naturais silvestres: um estudo de caso na APA estadual de Guaratuba. In: Campos J.B., Tossulino, M.G.P., Muller, C.R.C. Unidades de Conservação: Ações para a Valorização da Biodiversidade. IAP. Paraná, Brasil. pp. 240-255.

20

TERBORGH J, VAN SCHAIK C, DAVENPORT L & RAO M. 2002. Tornando os Parques eficientes: Estratégias para a conservação da natureza nos trópicos. UFPR/Fundação O Boticário de Proteção à Natureza. Curitiba, Brasil. pp. 25-36. TORRES, OLIVEIRA, ALVES & VASCONCELLOS. 2009. VALDES, M.S.V. 1996. Jaguar y chamán entre los mayas. ALTERIDADES. 6 (12): Págs. 27-31 WILSON, E. O. 1989. Biofilia. Fondo de Cultura Económica, México, D.F., México, 283pp. WIEDMANN, S.M.P. 2008. Legislação referente à fauna silvestre. In: MACHADO, A.B.M., DRUMMOND, G.M. & PAGLIA, A.P.. Livro Vermelho da Fauna brasileira ameaçada de extinção. Fundação Biodiversitas. MMA. TUAN, Y. 1980. Topofilia – Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Edit. DIFEL. São Paulo. ZIMMERMANN, A., WALPOLE, M.J. & LEADER-WILLIAMS, N. (2005) Cattle ranchers’ attitudes to conflicts with jaguar Panthera onca in the Pantanal of Brazil. Oryx, 39, 406– 412.

www.haberarts.com/lachasse.htm www.verasir.dk/show.php?file=chap24-3.html www.medievalscript.com/?p=40 chroniques.bnf.fr/.../expositions/bestiaire.htm www.cb.ufrn.br/dbez/publicacoes.php

21

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.