Adjetivos intensificadores no português brasileiro: propriedades, distribuição e reflexos morfológicos

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ADJETIVOS INTENSIFICADORES NO PORTUGUÊS BRASILEIRO: PROPRIEDADES, DISTRIBUIÇÃO E REFLEXOS MORFOLÓGICOS Maria José FOLTRAN1 Universidade Federal do Paraná/CNPq [email protected]

Vitor Augusto NÓBREGA2 Universidade de São Paulo/CNPq [email protected]

1. Introdução •

Neste trabalho, selecionamos para análise elementos que desencadeiam intensificação no português brasileiro (doravante, PB), os quais podem ser agrupados, a princípio, nas seguintes categorias: I.

Adjetivos intensificadores inovadores3: adjetivos pospostos que passaram a ser empregados em posição anterior ao elemento modificado, denotando uma intensificação, ou seja, projetando uma escala de avaliação – tremendo(a), bruto(a).

II.

Intensificadores com características nominais: intensificadores que apresentam um correspondente nominal – puta, senhor(a) e baita(?)4.

III.

Intensificadores de origem clássica ou inglesa: intensificadores de origem grega, latina ou inglesa, comumente analisados como formas prefixais – mega, hiper, super e big.

IV.

Intensificadores prototípicos: advérbios que deixaram de conter a característica primária dessa classe (i.e., modificar verbos), e passaram a modificar adjetivos e advérbios – muito, extremamente, extraordinariamente, completamente, etc.

V.

Modificadores adnominais escalares: elementos que apenas modificam nomes escalares (e.g., idiota, fumante) – verdadeiro, total, grande, completo e perfeito (MORZYCKI, 2012).

VI.

Prefixos intensificadores: modificadores prefixais, comumente de origem clássica – ultra-, extra- e tri-.5

                                                                                                                        *Agradecemos aos membros do projeto “Semântica e Pragmática” do IX Congresso Internacional da ABRALIN e à Livia Oushiro pelas valiosas contribuições, sugestões e comentários feitos a este trabalho. Qualquer equívoco é de nossa responsabilidade. 1 A pesquisa da autora é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq – processos 306559/2013-7 e 450252/2015-9) 2 A pesquisa do autor é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq – Processo 160605/2014-8) 3 Entendemos que formas inovadoras revelam processos que estão latentes na língua, abrindo uma janela para o estudo das formas tradicionalmente usadas. Formas inovadoras estão relacionadas ao fato de um adjetivo passar a ser realizado em outra posição linear com efeitos semânticos distintos daqueles de sua posição canônica. Estamos cientes, no entanto, de que a assunção de uma posição canônica não é trivial. 4 Baita não se enquadra, a princípio, em nenhuma das classificações. Ele não pode ser considerado inovador, visto que não há um adjetivo baita que ocorra posposto ao elemento modificado e que não denote intensificação, e, por outro lado, ele não é clássico. Talvez, etimologicamente, baita seja um adjetivo intensificador com características nominais, cujo correspondente nominal não está mais disponível sincronicamente.



Em geral, as propriedades de intensificação ou escalares estão vinculadas a alguns advérbios que têm como carga semântica a intensificação de adjetivos ou de advérbios – i.e., os intensificadores prototípicos em IV –, modificando-os sem estabelecer concordância, tal como exemplificado em (1): (1) a. muito inteligente, pouco entusiasmado b. mais desavisado, menos intenso



Neste trabalho, iremos nos ater mais detidamente nos intensificadores em I, II e III.



Frisamos que a natureza categorial dos intensificadores em II e III é ainda um ponto de discussão, e, para efeitos gerais, iremos considerá-los como adjetivos devido à sua grande semelhança distribucional com as formas em I.



De modo geral, o que caracterizamos como adjetivos intensificadores modifica, principalmente, nomes: (2) a. uma tremenda briga. b. uma baita chuva. c. um puta emprego. d. uma mega oferta.



De imediato, achamos providencial distinguir os adjetivos intensificadores, em (2), dos chamados modificadores adnominais escalares, em (3). (3) a. um verdadeiro desastre. b. um total domínio. c. um grande idiota. d. um completo imbecil.



Segundo Morzycki (2012), os modificadores adnominais escalares não podem ser considerados adjetivos, embora contenham uma contraparte adjetival homófona. Diferentemente de sua contraparte adjetival, os modificadores escalares não apresentam um uso predicativo (e.g., *esse desastre é verdadeiro; *esse idiota é grande), bem como não apresentam o mesmo conteúdo semântico: (4) um verdadeiro desastre



um desastre verdadeiro

não significa

significa

desastre que corresponde à verdade                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     5

Gonçalves (2002) e Alves (2009) elencam um conjunto de sufixos intensificadores no PB, tais como -aço, érrimo, -íssimo, etc. Optamos por deixá-los de lado neste trabalho, pois nosso interesse principal é analisar, especificamente, a intensificação causada por adjetivos, e evidenciar a natureza morfológica dos adjetivos intensificadores de origem clássica que são considerados formas prefixais por alguns autores, tais como mega, hiper e super, (cf. ALVES, 1980, 2000, 2006, 2009, 2011, para todas as formas; e SCHWINDT, 2001, para hiper).

2. Objetivos • Analisar a distribuição das palavras intensificadoras do PB, especialmente dos adjetivos em I, II e III, a partir de um conjunto de testes morfossintáticos, sintáticos e semânticos; • Avaliar a hipótese de que os intensificadores de origem clássica são formas prefixais. 3. Hipóteses • Os intensificadores constituem uma classe especial, internamente complexa, que exige uma catalogação tipológica, distinguindo adjetivos verdadeiros de modificadores adnominais escalares, e, possivelmente, de nomes escalares (e.g., puta, senhor(a)). • A análise dos adjetivos intensificadores de origem clássica como formas prefixais não se sustenta, e os contextos aparentemente prefixais em que eles aparecem são, na verdade, palavras compostas de combinação A-N (e.g., supermercado, megafeirão e hipercorreção). 4. Propriedades morfossintáticas e sintáticas dos adjetivos intensificadores •

Avaliamos o comportamento dos adjetivos intensificadores sob análise, tendo em vista: (a) sua posição linear; (b) as categorias lexicais que modificam; (c) as relações de concordância de que participam e (d) os tipos de sintagmas e sentenças em que ocorrem. 4.1.Posição linear



Em sua extensa maioria, os adjetivos intensificadores ocorrem antepostos aos elementos que modificam, com exceção de tremendo e mega(?), tal como ilustrado em (5). Os modificadores escalares, por sua vez, apresentam uma distribuição semelhante, como é possível verificar em (6): (5) a. b. c. d. e. f. g. h. i. (6)

posição pré-nominal um baita homem uma bruta chuva um tremendo vendaval. um puta livro. uma senhora festa. uma mega promoção. uma hiper declaração. uma super festa. uma big surpresa

a. um verdadeiro impacto. relevante). b. uma total desconfiança. c. um grande desastre. d. um completo idiota. e. um perfeito imbecil.

                                                                                                                        6

Embora pareça existir uma tênue diferença de interpretação.

a’. b’. c’. d’. e’. f’. g’. h’. i’.

posição pós-nominal *um homem baita. *uma chuva bruta. um vendaval tremendo6. *um livro puta. *uma festa senhora. ??uma promoção mega. *uma declaração hiper. *uma festa hiper. *uma surpresa big.

a’. *um impacto verdadeiro (na leitura b’. c’. d’. e’.

?uma desconfiança total. *um desastre grande. *um idiota completo. *um imbecil perfeito.



Coincidentemente, os intensificadores prototípicos (i.e., derivados de advérbios) também se superficializam à esquerda do elemento modificado: (7) a. Ela está muito contente/*Ela está contente muito. b. Eles estão extremamente felizes/*Eles estão felizes extremamente. c. Eles compraram uma casa extraordinariamente linda/*Eles compraram hhuma casa linda extraordinariamente. d. Eles estão completamente bêbados/ *Eles estão bêbados completamente.



4.2. Categoria lexical dos elementos modificados Os adjetivos intensificadores bruto(a), senhor(a) e big modificam, exclusivamente, nomes (8). Os demais adjetivos intensificadores podem modificar elementos de outras categorias lexicais, como adjetivos, em (9). Por outro lado, quando esses elementos são capazes de modificar verbos, eles perdem a leitura de intensificação e passam a denotar uma certeza com relação à ação verbal, tal como é possível verificar nas sentenças em (10). (8) a. Eles tomaram um bruto susto. a’.*Ele é um menino bruto bonito. b. Ela comprou um senhor aspirador de pó. b’.*Ela é sempre senhora simpática. c. Eles tiveram uma big surpresa. c’. *Eles foram numa apresentação big interessante. (9) a. Eu achei esses maridos uns baita sacanas com a pobre menina. b. Ele é um tremendo sacana. c. Ele está mega empolgado com a festa. d. Ela está hiper animada para viajar na sexta. e. Ela está super feliz com o prêmio que ganhou. f. Dá pra perceber que ele é um cara puta nojento. (10) a. Eu super falaria isso. b. Sinceramente, eu hiper gostei do resultado. c. Eu mega iria no show do Madonna. d. Eu super hiper faria isso.



Vale mencionar que os adjetivos intensificadores que modificam nomes são também capazes de intensificar nomes modificados, tais como aqueles em (11), característica apontada para puta em Pires de Oliveira (2013). Além disso, os adjetivos intensificadores que modificam adjetivos são capazes de modificar adjetivos atributivos em posição pós-nominal, tal como em (12): (11) a. Um baita homem musculoso. b. Uma bruta chuva forte. c. Um tremendo cara feio. d. Um puta cara lindo. e. Uma senhora cara feia. f. Um mega avião novo. g. Uma super ideia louca. h. Um hiper desconto repentino.

i. Uma big festa animada. (12) a. Um marido baita sacana. b. Um cara tremendo idiota. c. Uma moça mega inteligente. d. Um menino hiper animado. e. Um filme super interessante. f. Uma cerveja puta gelada. •

Além disso, os adjetivos intensificadores parecem não permitir dupla modificação, ou seja, contextos em que um adjetivo intensificador intensifica um nome modificado por outro adjetivo intensificador (sem a realização de uma pausa entre os adjetivos). (13) a. ?Eu sempre tenho uma puta baita cólica. b. ?Ele tem um senhor tremendo emprego. c. *Eles compraram um mega baita avião. d. Ele anda super hiper chateado.



4.3. Concordância em domínios locais ao elemento modificado Concordância em número: os adjetivos intensificadores são mais bem aceitos quando empregados sem marcas de número. (14) a. Ele trabalha com uns baita/?baitas homens. b. Ela sempre tem umas bruta/?brutas dores de cabeça. c. Sempre acontece uns tremendo/tremendos vendavais nessa cidade. d. Eles importaram uns puta/*putas aviões. e. Ela sempre vai a umas senhora/senhoras festas. f. Ele adora umas mega/?megas promoções. g. Nós compramos uns hiper/*hiper(e)s apartamentos. h. Elas sempre vão a umas super/*super(e)s festas.



No entanto, encontramos uma série de ocorrências no Google em que a concordância de número é estabelecida. Hipotetizamos que, uma vez que esses dados foram coletados na variedade escrita da língua, a concordância ocorre como uma espécie de hipercorreção. (15) a. Boas ideias. Baitas negócios. b. Apenas uma jogada de risco e depois tremendos sustos que minaram a hhtranquilidade brasileira. c. Ela sempre tem umas putas ideias. d. Eu não fiquei traumatizada, mas levei senhores sustos! e. E quero dar uns megas tabefes no meu irmão.



Concordância em gênero: ocorre apenas com os adjetivos senhor(a), tremendo(a) e bruto(a).7 (16) a. Fez duas senhoras apresentações no Carnegie Hall. b. Conseguiu dois senhores cargos no senado. c. Deu um tremendo vexame. d. Conseguiu algumas tremendas vantagens. e. Eles fizeram um bruto investimento. f. Ele levou uma bruta pancada.



Bruta, em particular, ocorre tanto com nomes femininos quanto com nomes masculinos. Além disso, em alguns casos, parece haver a exigência de bruta no feminino, caso contrário perde-se a leitura de intensificação. (17) a. Um bruta marido (com o sentido de: bom marido/puta marido) b. Um bruto marido (com o sentido de: marido agressivo) c. Um bruta soco (com o sentido de: um soco muito forte) d. Um bruto soco (com o sentido de: um soco violento)



Em contrapartida, hiper, super e big não desencadeiam concordância (nem de número, nem de gênero): (18) a. hiper oferta. b. hiper ofertas. c. super promoção. d. super promoções. e. big festa. f. big presente.



Nos DPs complexos em que há duplicação do artigo, os padrões de concordância em número mais bem aceitos são: [APL Adj APL N] e [APL AdjPL APL N]. Para determinar esses padrões, realizamos uma pesquisa online através do site https://www.onlinepesquisa.com/, e os resultados estão apresentados na Tabela 1.



O que podemos depreender é que, embora o nome modificado e o adjetivo possam permanecer sem qualquer marca de número, os artigos exigem essa marcação.

Tabela 1: Resultado do teste de gramaticalidade da distribuição da concordância nominal com adjetivos intensificadores em contexto de duplicação do determinante em sintagmas nominais indefinidos.

Teste de gramaticalidade online realizado no período de 20/01/2015 ~ 30/01/2015 Número de participantes: 96 Aceitável Inaceitável APL AdjPL APL N Ele comprou uns putas de uns carro 44.7% 41.6% Eles eram uns brutos de uns homem 34.3% 51.0% APL AdjPL A N Ela tem uns putas de um livro 11.4% 83.3% Ela trabalha com uns brutos de um homem 2.0% 88.5%

NTC 13.5% 14.8% 5.2% 9.3%

                                                                                                                        7

Há ocorrências de puto nos contextos de duplicação do determinante (e.g., Ele levou um puto de um soco). No entanto, não levamos em consideração esses casos neste levantamento por parecerem, a princípio, pouco empregados.

APL Adj A N APL AdjPL A NPL APL Adj A NPL APL Adj APL N A Adj APL N



40.6% 8.3% 20.8% 13.5% 15.6% 4.1% 59.3% 64.5% 19.7% 14.5%

46.8% 82.2% 71.8% 79.1% 81.2% 89.5% 33.3% 28.1% 65.6% 69.7%

12.5% 9.3% 7.2% 7.2% 3.1% 6.2% 7.2% 7.2% 14.5% 15.6%

Em uma revisão desse experimento desenvolvida por nossa futura colaboradora, Livia Oushiro, a distribuição da concordância na combinação artigo indefinido + adjetivo em contexto de duplicação aponta para uma preferência em não marcar o plural. De modo geral, o que temos como dados sob análise são adjetivos: (i) (ii) (iii)



Eles recebem uns puta de um salário Ele comeu umas bruta de uma banana Ele comprou uns putas de um iates Eles compraram uns brutos de um aviões Ela tem uns puta de um livros Eles leiloaram uns bruto de um touros Eles recebem uns puta de uns salário Eles importaram uns bruta de uns avião Ela comprou um puta de uns livro Eles criam um bruto de uns touro

que apresentam concordância explícita com o artigo (e.g., uns putas – pl.cne); sem concordância explícita com o artigo (e.g., umas bruta – pl.cn0); e sem marca de plural no artigo (e.g., uma brutas – pl.cn0s).

Dentre os adjetivos no plural, a ausência de concordância explícita parece ser mais aceitável do que a concordância explícita. A Tabela 2 mostra diferenças razoáveis entre a aceitabilidade quando o adjetivo é singular (59%), plural sem concordância (36%), e plural com concordância ou sem marca de número no artigo indefinido (~25%).

Tabela 2: Distribuição da aceitabilidade das sentenças por número do adjetivo.

sg (p.ex.um puta) pl.cn0 (p.ex. uns puta) pl.cn0s (p.ex., uma brutas) pl.cne (p.ex., umas brutas) Total

Aceitável N % 736 59.0% 312 36.1% 24 25.0% 291 25.3% 1363 40.6%

Inaceitável N % 389 31.2% 477 55.2% 67 69.8% 736 63.9% 1669 49.7%

NTC N % 123 9.9% 75 8.7% 5 5.2% 125 10.9% 328 9.8%

TOTAL 1248 864 96 1152 3360

4.4. Tipos de sintagmas e sentenças •

Avaliamos esses dados dentro dos seguintes contextos: (a) sintagmas definidos vs. sintagmas indefinidos, (b) posição predicativa e em (c) sentenças exclamativas.



Definitude: embora pareça mais comum a ocorrência desses intensificadores em sintagmas indefinidos, ela não é categórica. É comum encontrar muitas ocorrências desses dados em sintagmas definidos. (19) a. Falta um dia para a baita festa do CTG. b. A bruta força dos sentidos. c. O puta salário pago aos diretores é de dar inveja. d. A senhora apresentação que ele fez em Brasília mudou minha ideia.

e. O tremendo vexame a que fomos expostos. f. O mega xodozão do Pará. g. O hiper atentado terrorista repercutiu no mundo todo. h. A super oferta divulgada nas redes sociais. i. O big susto que ele tomou ontem. •

Posição predicativa: a grande maioria dos adjetivos intensificadores não pode exercer função predicativa. (20) a. *A confusão foi baita. b. *O cargo é puta. c. *A força é bruta. (no sentido relevante) d. *A apresentação foi senhora. e. O vexame foi tremendo. f. ??A festa foi mega. g. ??O mercado é super. h. ??A oferta é hiper. i. ??A surpresa foi big.



Sentenças exclamativas: todos os adjetivos intensificadores conseguem participar de sentenças exclamativas. (21) a. Que baita falta de caráter! b. Que bruta vontade de vencer! c. Que tremenda cara de pau! d. Que puta dor de cabeça! e. Que senhora apresentação! f. Que mega surpresa! g. Que hiper apartamento! h. Que super abraço! i. Que big festa! 4.5. Construções com duplicação do determinante



Uma das construções particulares a esses adjetivos intensificadores é a reduplicação do artigo em sintagmas nominais indefinidos (e.g., um adj de um nome). O fenômeno da duplicação do determinante em sintagmas indefinidos é comum em contextos de intensificação (e a duplicação, de modo geral, é comum em contextos de modificação; cf. ALEXIADOU, 2014), e é atestado em uma série de línguas: (22) a. a no a grißa Bua (Austro-bávaro; KALLULLI; ROTHMAYR, 2008) um muito um grande garoto b. a such a desperate hurry (Inglês; WOOD, 2002) uma tão uma pressa desesperada c. en stor en kar (Sueco setentrional; DELSING, 1993) um grande um homem



Todos os adjetivos intensificadores sob análise participam de construções com duplicação do determinante em sintagmas indefinidos:

(23) a. Um baita de um animal. b. Uma bruta de uma sacanagem. c. Um puta de um carro. d. Um senhor de um cargo/Uma senhora de uma festa. e. Um tremendo de um vexame. f. Um mega de um show. g. Um hiper de um apartamento. h. Uma super de uma oferta. i. Uma big de uma festa. •

Com o intuito de avaliar a aceitabilidade desses adjetivos em contextos de duplicação do determinante, realizamos um teste online através do site https://www.onlinepesquisa.com/. Nele testamos a aceitabilidade tanto de adjetivos intensificadores quanto de modificadores escalares, bem como os reflexos da variação de gênero do nome modificado na aceitabilidade do adjetivo.

Tabela 2: Resultado do teste de gramaticalidade dos adjetivos intensificadores em contextos de duplicação de determinante em sintagmas nominais indefinidos.

Teste de gramaticalidade online realizado no período de 10/02/2015 ~ 12/02/2015 Número de participantes: 144 Aceitável Inaceitável Baita (m) Ele me deu um baita de um susto 97.2% 2.1% (f) Estou com uma baita de uma dor de cabeça 91.5% 7.4% Bruto (m) Eles fizeram um bruto de um investimento 56.9% 28.4% (f) Foi uma bruta de uma confusão 51.7% 32.8% (m) Ele está com um bruta de um problema   43.3% 44.0% Tremendo (m) Foi um tremendo de um vexame 89.5% 9.0% (f) Eles caíram em uma tremenda de uma cilada 83.2% 13.9% Puta (m) Ele comprou um puta de um carro 93.0% 5.5% (f) Ele deu uma puta de uma festa 91.5% 6.3% Senhor(a) (f) É uma senhora de uma promoção 57.3% 27.2% (m) Ela me deu um senhor de um abraço   30.7% 57.3% Big (f) Foi uma big de uma festa 56.2% 32.6% (m) Ele me deu um big de um presente   37.3% 46.4% Mega (f) Ele deu uma mega de uma festa 59.4% 27.2% (m) Ele me deu um mega de um beijo   56.2% 28.4% Super (m) Eu ganhei um super de um desconto 65.6% 22.9% (f) Eles alugaram uma super de uma casa 39.8% 44.0% Hiper (m) Eles compraram um hiper de um apto 37.0% 51.0% (f) Ela tem uma hiper de uma piscina 28.6% 54.5% Total (f) Foi uma total de uma falta de respeito 20.9% 67.8% (m) Foi um total de um disparate   14.6% 68.5% Perfeito (m) Fui um perfeito de um idiota 43.3% 46.1% (f) Foi uma perfeita de uma emboscada 36.3% 45.4% Verdadeiro (f) Foi uma verdadeira de uma falta de respeito 23.7% 68.5% (m) Ele é um verdadeiro de um cafajeste   20.8% 66.5% Completo (m) Fui um completo de um imbecil 39.8% 48.9% (f) Ela foi uma completa de uma ingênua 30.9% 51.4%

NTC 0.7% 1.4% 14.5% 15.3% 12.5% 1.3% 2.8% 1.4% 2.1% 15.3% 11.8% 11.1% 16.2% 13.2% 15.2% 11.1% 16.0% 11.8% 16.7% 11.1% 16.7% 10.4% 18.1% 7.6% 12.5% 11.1% 17.6%

Alegre Chato Pequeno

Ele era um alegre de um menino Ela namora um chato de um rapaz Ele fez um pequeno de um furo na parede

4.2% 27.9% 8.3%

91.6% 59.4% 84.6%

4.2% 12.5% 6.9%



Os resultados desses testes sugere haver uma diferença na aceitabilidade de diferentes adjetivos a depender da faixa etária.



Em uma revisão desse teste elaborada por nossa futura colaboradora, Livia Oushiro, nota-se uma diferença razoável na aceitabilidade de alguns adjetivos, por exemplo, big, bruto e mega com maior aceitabilidade entre os mais velhos.



A Figura 1 abaixo separa os adjetivos em dois grupos: participantes com menos ou mais de 35 anos. Ainda iremos testar se tais diferenças são estatisticamente significativas (sobretudo pela diferença no número de participantes em cada faixa etária; mais jovens = 117 participantes; mais velhos = 25).

Figura 1: Distribuição da aceitabilidade por adjetivo e faixa etária.

100,00%   90,00%   80,00%   70,00%   60,00%   50,00%   40,00%   30,00%  

35-­‐   36+  

20,00%   10,00%   0,00%  



A Figura 2, elaborada por Livia Oushiro, mostra a diferença de aceitabilidade de modo mais claro, ao fazer a subtração do grau de aceitabilidade de cada adjetivo para os mais velhos em relação aos mais jovens (%J = %V). As barras com valores negativos indicam maior aceitabilidade pelos mais velhos (%J < %V), e as barras positivas indicam maior aceitabilidade pelos mais jovens (%J > %V).



Barras próximas ao valor zero indicam pouca diferença de aceitabilidade entre as faixas etárias (%J ≈ %V). Além de super, mega, hiper, big (origem clássica ou inglesa), outros adjetivos também são mais aceitáveis para os mais velhos: bruto, senhor (e tremendo e chato, num grau bem menor).



Além disso, a participação em construções com duplicação do determinante pode ser considerada uma das características mais definitivas para de separar os

adjetivos intensificadores em uma classe independente, visto que os demais modificadores escalares não são licenciados nesses tipos de construções. Figura 2: Diferença do grau de aceitabilidade dos adjetivos entre mais jovens (35 anoso ou menos) e mais velhos (36 anos ou mais).

J  -­‐  V   10,00%   5,00%   0,00%   -­‐5,00%   -­‐10,00%  

J  -­‐  V  

-­‐15,00%   -­‐20,00%   -­‐25,00%   -­‐30,00%   -­‐35,00%  



Essa característica dos adjetivos intensificadores do PB faz com que eles não possam ser considerados formas prefixais, uma vez que prefixos devem ocorrer localmente à base (cf. Seção 5). Isso distancia os dados do PB dos adjetivos elativos do espanhol rio-platense, apresentados em Resnik (2013), os quais estão sofrendo um processo de gramaticalização levando a um comportamento prefixal.



Vale mencionar ainda que essas construções são comuns com nomes funcionando como modificadores (os quais são aparentemente escalares), fato que sugere um caso de inversão do predicado internamente ao DP, em que a preposição “de” é uma cópula nominal, de acordo com as sugestões de den Dikken (1998, 2006)8. (24) a. um merda de um par de meias. b. um safado de um deputado. c. um bosta de uma soldado. d. um idiota de um publicitário.



Pesquisa em andamento: (i) quais as semelhanças entre essas construções com duplicação de determinante em sintagmas indefinidos do PB e de outras línguas? (ii) qual a natureza da preposição que emerge nesses contextos? (iii) seriam essas construções um caso de deslocamento do predicado internamente ao DP? 4.6.Intersectividade



Todos os adjetivos intensificadores caracterizam-se como subsectivos, ou seja, licenciam apenas uma parte da inferência (exclusivamente a do nome).

                                                                                                                        8

A mesma explicação poderia ser estendida para casos de duplicação do determinante em sintagmas definidos, tais como “a vaca da minha prima”, “o safado do meu tio”, “o idiota do ladrão”, “o burro do meu cunhado”.

(25) a. baita homem: b. bruta chuva: c. tremendo vendaval: d. puta livro: e. senhora festa: f. mega promoção: g. hiper declaração: h. super festa: i. big surpresa: •

x é homem [✓ ]; x é baita [X] x é chuva [✓ ]; x é bruta [X] x é vendaval [✓ ];(?) x é tremendo [X] x é livro [✓ ]; x é puta [X] x é festa [✓ ]; x é senhora [X] x é promoção [✓ ]; (?) x é mega [X] x é declaração [✓ ]; (?) x é hiper [X] x é festa [✓ ]; (?) x é super [X] x é surpresa [✓ ]; x é big [X]

Em resumo, temos a seguinte distribuição das propriedades dos adjetivos intensificadores:

Tabela 3: Resumo das propriedades dos adjetivos intensificadores. Baita Bruto(a) Puta Sr.(a) Mega Hiper Antepostos ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓

Big ✓

Super ✓

Tremendo ✓

Geral ✓

Pospostos

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

SN Definidos





















SN Indefinidos Modificam apenas nomes





















X



X



X

X



X

X

var.

Concordância











X

X

X



var.

Posição predicativa

X

X

X

X

X?

X?

X

X?

X

X

Sentença Exclamativa





















Duplicação





















5. Consequências morfológicas •

Uma questão ainda deve ser respondida acerca da natureza morfológica dos adjetivos intensificadores de origem clássica: ⊕ Os adjetivos intensificadores de origem clássica, como hiper, mega e super, devem ser analisados como formas prefixais, tal como sugerido por Alves (1980, 2000, 2006, 2009, 2011), para todas as formas, e Schwindt (2001), para hiper, ou como palavras adjetivais independentes?



Com o intuito de avaliar o estatuto morfológico de hiper, mega e super, iremos contrastar seu comportamento com outras unidades intensificadoras analisadas como formas prefixais, a saber, ultra-, extra- e tri-.



Rocha (1999) e Figueiredo Silva e Mioto (2009) sugerem os seguintes critérios para a identificação de um prefixo:

(26) Critérios para identificação de um prefixo a. Estar sempre à esquerda (diferenciando-se, assim, prefixação de sufixação); b. Não ser uma base N, V ou A (diferenciando-se, assim, prefixação de composição); c. Ser recorrente; d. Ter identidade fonética, semântica e funcional; e. Ser preso. •

Critério (26a): é satisfeito tanto por mega, hiper e super, quanto por ultra-, extrae tri-. Para os primeiros, temos como evidência o resultado dos testes sobre a posição linear, apresentados na Tabela 3. Já os últimos são agramaticais quando ocorrem à direita, por exemplo, *moderno ultra, *conservador ultra, *grande extra, *macia extra, *legal tri, *curioso tri. o Problema: extra, no entanto, contém mais de uma interpretação. Alves (1980) nota que extra denota uma intensificação apenas quando modifica adjetivos, já que quando ele é combinado à esquerda de um nome, passa a conter o significado de “fora de”, “além de” (e.g., extratexto, extraclasse). Notamos, adicionalmente, que extra pode ocorrer à direita do elemento modificado sem uma leitura de intensificação: “pedindo com jeito as atendentes liberam um queijinho extra”, “ele vem com um sabor extra de frutas, como framboesa e pêssego”.



Critério (26b): nenhum dos dados pode ser considerado um nome, visto que eles não permitem a combinação com núcleos determinantes (e.g., *o/a/um hiper, *o/a/um super, *o/a/um ultra, *o/a/extra, *o/a/um tri). Percebam que “a mega” e “um mega” não dizem respeito à mega isoladamente, mas são resultado de truncamento, a mega-sena, um mega-byte. Nenhum deles é utilizado como verbo. Todos apresentam uma função de modificação, mas esse aspecto isoladamente não é capaz de definir seu estatuto morfológico.



Critério (26c): referente à produtividade, não é um critério relevante caso não seja considerado juntamente com o critério (26e), pois a recorrência deve ser uniforme através de uma mesma forma (livre ou presa), visto que palavras também são recorrentes.



Critério (26d): identidade fonética não é um bom critério, visto que diversas formas afixais podem conter alomorfes. Identidade semântica e funcional, por outro lado, são informações relevantes e todas são satisfeitas pelos dados em questão. A primeira sugere que o prefixo adicionará um mesmo significado (a princípio, composicional) à base, e, do ponto de vista funcional, o prefixo deve desencadear as mesmas propriedades funcionais, mantendo ou alterando a categoria lexical da base.



Critério (26e): o caráter fixo de um afixo impede que qualquer elemento interveniente seja inserido entre o afixo e o radical, tal como podemos verificar em (28). No entanto, mega e super permitem a intervenção de uma preposição e de um artigo indefinido, como vimos na Tabela 2, o que impede sua caracterização como uma forma prefixal.



Ultra-, extra- e tri- comportam-se como os dados em (27), evidenciando seu caráter prefixal. (27) a. *re de um fazer. b. *in de um feliz. c. *des de um humano. (28) a. *ultra de um conservador. b. *extra de um macio. c. *tri de um legal.



Hiper merece atenção especial. Na Tabela 2, hiper foi pouco aceito em construções com duplicação de determinante, o que, de certa forma, neutraliza esse contra-argumento com relação a seu caráter prefixal. No entanto, em um teste de gramaticalidade elaborado anteriormente àquele da Tabela 2, hiper apresentou considerável aceitabilidade nessas construções. Isso nos mostra que hiper não pode, com toda certeza, ser considerado uma forma estritamente presa (devido a essa flutuação na aceitabilidade), o que o afasta de uma análise como forma prefixal.

Tabela 4: Aceitabilidade de hiper em contextos de duplicação de determinantes em sintagmas nominais indefinidos.

Teste de gramaticalidade online realizado no período de 20/01/2015 ~ 30/01/2015 Número de participantes: 96 Aceitável Inaceitável NTC Hiper É um hiper de um apartamento 61.46% 26.04% 12.05% •

Portanto, enquanto ultra-, extra- e tri- podem ser considerados prefixos intensificadores, mega, super e hiper são palavras adjetivais intensificadoras.



Consequência: formações com mega, hiper e super que fazem referência a uma única entidade, ou que se comportam morfossintaticamente como uma única unidade, devem ser consideradas palavras compostas, em que mega, hiper e super figuram como um constituinte adjetival: o Compostos A-N: supermercado, superstar, hiperinflação, super-saldão, mega-feirão, super-herói, hipermercado, megainvestidor. o Compostos A?-V: superestimar, superproteger, megafavorecer, hiperinflacionar9.



Schwindt (2001) admite que hiper, e todos os demais prefixos composicionais (contra-, extra-, intra-, infra-, macro-, micro-, etc.) são potencialmente isoláveis, ou seja, em dado contexto podem se instanciar isoladamente, manifestando-se como nomes, adjetivos ou advérbios. Contudo, contrariamente ao autor, assumimos que hiper deve ser visto apenas como um adjetivo, o qual pode vir a formar palavras compostas.



Um teste capaz de diferenciar um sintagma de um composto nesses dados é a impossibilidade de “dupla modificação” com adjetivos intensificadores (29). A

                                                                                                                        9

Curiosamente, mega, super e hiper denotam uma intensificação quando combinados a um verbo para formar um composto A?-V, diferentemente de seu emprego nas sentenças em (11).

gramaticalidade dos dados em (30) evidencia que super, mega e hiper formam uma única unidade com a palavra à direita. (29) a. *uma puta super festa. b. *um baita hiper apartamento. c. *uma tremenda mega burrice. (30) a. um puta supermercado. b. uma tremenda hipercorreção. c. um baita mega-feirão. •

Vale comentar que o fenômeno de intensificação crescente é comum em adjetivos, prefixos e sufixos (e.g., -aço, -íssimo) no PB. Por outro lado, a intensificação decrescente parece ocorrer apenas com prefixos nessa língua (e.g., micro- e nano)10.



Além disso, os dados de origem clássica que denotam intensificação correspondem a unidades dissilábicas acentuadas. Sendo assim, poderíamos hipotetizar que é a presença de um acento nessas formas que possibilita seu uso em contextos de duplicação do determinante. No entanto, outros prefixos dissilábicos acentuados, listados por Schwindt (2001), não podem participar dessas construções (31), o que evidencia que estamos diante de uma questão morfossintática e não fonológica. (31) a. *Ele é um recém de um nascido. b. *Ele é um neo de um nazista. c. *Ele é um vice de um reitor.

6. Considerações finais A. Adjetivos intensificadores ocorrem quase que exclusivamente antepostos (tremendo, grande, total podem ter uma contraparte homófona, cf. MORZYCKI, 2012). B. Modificam nomes e adjetivos – natureza categorial difusa. C. Concordância: Ø Ocorrem preferencialmente sem marcas de número e gênero. As marcas de concordância parecem ser reminiscências da contraparte homófona. Ø Em contextos de duplicação de determinante em sintagmas indefinidos, as marcas de número (quando ocorrem) aparecem no determinante. D. Tipos de sintagmas e sentenças: Ø Ocorrem com sintagmas indefinidos (preferencialmente) e em sentenças exclamativas. Não ocorrem em posição predicativa (somente a contraparte homófona, quando houver). Ø Ocorrem em construções com duplicação de determinante. Nesses casos, os sintagmas são indefinidos. Essas construções evidenciam que os adjetivos intensificadores são uma classe independente – são nãointersectivos. E. Mega, super e hiper não se caracterizam como formas prefixais; são adjetivos que podem integrar um composto.                                                                                                                         10

Contra-argumento: “Ele mora num micro de um apartamento”.

7. Desdobramentos da pesquisa v Reavaliar a aceitabilidade das marcas de concordâncias nos DPs complexos com intensificadores a partir de novos experimentos; v Reavaliar a correlação entre a aceitabilidade desses intensificadores e faixa etária do falante; v Rediscutir a natureza categorial dos intensificadores em II e III, considerando a ideia de nomes escalares sugerida em Bolinger (1972). 8. Referências ALEXIADOU, A. Multiple Determiners and the Structure of DPs. Amsterdam: John Benjamins, 2014. ALVES, I. Observação sobre a prefixação intensiva no vocabulário da publicidade. Alfa, v. 24, 1980, p. 9-14. ______. Um estudo sobre a neologia lexical: os microssistemas prefixais do português brasileiro. 2000. Tese (Livre Docência em Lexicologia e Terminologia) – USP, São Paulo, 2000. ______. A observação sistemática da neologia lexical: subsídios para o estudo do léxico. Alfa, v. 50, n. 2, 2006, p. 131-144. ______. Afixos marcadores de intensidade: sufixação versus prefixação. In: ALVES, I. et al. Estudos lexicais em diferentes perspectivas. São Paulo: FFLCH-USP, 2009, 62-72. ______. O prefixo hiper- em um corpus jornalístico do português brasileiro. Matraga, v. 18, n. 28, 2011, p. 129-142. BOLINGER, D. Degree Words. The Hague, Mouton, 1972. FIGUEIREDO SILVA, M. C.; MIOTO, C. Considerações sobre a prefixação. ReVEL, v. 7, n. 12, 2009, p. 1-23. DELSING, L-O. The internal structure of noun phrases in the Scandinavian languages. 1993. Tese (Doutorado em Linguística) – Lund, Universidade de Lund, 1993. den DIKKEN, M. Predicate inversion in DP. In: ALEXIADOU, A.; WILDER, C. (eds.) Possessors, predicates and movement in the determiner phrase. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins, 1998, p. 177-214. ______. Relators and Linkers: The Syntax of Predication, Predicate Inversion and Copulas. Cambridge MA: The MIT Press, 2006. KALLULLI, D.; ROTHMAYR, A. The syntax and semantics of indefinite determiner doubling constructions in varieties of German. The Journal of Comparative Germanic Linguistics, v. 11, n. 2, 2008, p. 95–136. MORZYCKI, M. The several faces of adnominal degree modification. In: CHOI, J. et al. Proceedings of the 29th West Coast Conference on Formal Linguistics. Somerville, MA: Cascadilla Proceedings Project, 2012, p. 187-195. PIRES DE OLIVEIRA, R. A Gramática do Sentido na Escola. In: MARTINS, M. A. (org.) Gramática e Ensino. Natal: EDUFRN, 2013, p. 231-262. RESNIK, G. Gramaticalización de adjetivos en español rioplatense: el caso de los elativos. In KORNFELD, L.; KUGUEL, I. (eds.) El español rio-platense. Buenos Aires: Sociedad Argentina de Lingüística, 2013. ROCHA, L. C. Estruturas Morfológicas do Português. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1999. SCHWINDT, L. C. O prefixo no português brasileiro: análise prosódica e lexical. D.E.L.T.A., v. 17, n. 2, 2001, p. 175-207. WOOD, J. Much about such. Studia Linguistica, v. 59, 2002, p. 91–115.

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