Almanaque O Encanto das Trovas - Tomo V – Vol. 1 - Estado do Paraná

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O Encanto das Trovas . . . Tomo V – Estado do Paraná – Vol.1......... Página | 1

SUMÁRIO

Gérson Cesar Souza (São Mateus do Sul) .................................................... 3 Orlando Woczikosky (Curitiba) .................................................................... 7 Antonio Augusto de Assis (Maringá) ...........................................................11 Vanda Fagundes Queiroz (Curitiba) ............................................................15 Vânia Maria Souza Ennes (Curitiba) ...........................................................19 Alberto Paco (Maringá) ...............................................................................23 Vanda Alves da Silva (Curitiba) ..................................................................27 Janske Niemann Schlenker (Curitiba) ........................................................31 José Feldman (Arapongas)..........................................................................35

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Gerson Cesar Souza

1 A frase dura que escapa da boca de muitos pais é tão cruel quanto um tapa e, às vezes, machuca mais!

2 A justiça, rica em falhas, corrompida por esquemas, enche de glória e medalhas mãos que merecem algemas! 3 A natureza se rende quando a noite cai nos campos e a usina de Deus acende estrelas e pirilampos... 4 Ao ver que meu teto vaza, a sogra encerra a visita... E eu deixo chover lá em casa: – êta goteira bendita!!! 5 Bondade, segundo eu penso, é a peça que está perdida do quebra-cabeça imenso que nós chamamos de vida.

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6 Dizem que eu sonho em excesso... Mas insisto em voos altos! E as pedras nas quais tropeço impulsionam novos saltos!!! 7 Espera é aquele momento em que a saudade dispara e o relógio fica lento, fica lento e quase para... 8 Eu comparo o meu sonhar com quem, na praia, anda ao léu, colhendo estrelas-do-mar, querendo as que estão no céu. 9 Eu te deixei por orgulho, mas meu coração não deixa que eu te esqueça. E seu barulho já não é batida... é queixa!

10 Foi com pregos de desgosto que a saudade, do seu jeito, pôs retratos do teu rosto nas paredes do meu peito... 11 Maria, ao ver no madeiro o Filho que tanto quer sente a dor do mundo inteiro num coração de mulher. 12 Meu filho, quando adormeces, há um silêncio tão perfeito que eu chego a escutar as preces dos anjos, junto ao teu leito. 13 Não julgue alguém pela imagem, pois muitos fazem de tudo para esconder na “embalagem” a falta de conteúdo.

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14 Não permito, a quem me agride, que os meus ideais distorça: – a força da Paz reside em jamais usar a força! 15 Nas horas de despedida sem querer a gente chora e uma lágrima perdida quer seguir quem vai embora... 16 Nas mãos de Deus tudo entrego fazendo um pedido assim: – que estes sonhos que carrego não morram antes de mim! 17 Nesta saudade, sem vê-la, boêmio, só, pela rua, faço queixa a cada estrela e choro no ombro da lua.

18 Nesta vida poluída é feliz quem, sem ter medo, manteve a rede estendida à sombra de um arvoredo. 19 Neste mundo profanado (me desminta quem puder) não há lugar mais sagrado que o ventre de uma mulher. 20 Num show que bem poucos olham, no palco das noites calmas, chuvas de estrelas não molham, mas lavam as nossas almas... 21 O namoro que se cria feito de amor verdadeiro sabe viver cada dia como se fosse o primeiro!

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22 O perdão, embora escasso, é a cola mais indicada para unir cada pedaço de uma promessa quebrada. 23 Quando a dor se manifesta, não desisto, sigo em frente, pois sei que a luz que me resta é Sol para muita gente. 24 Quando a esperança se cansa o amigo é quem, prontamente, empresta a sua esperança para amparar a da gente. 25 Saudade, estranho licor que embriaga, que extasia, que faz um brinde de amor com outra taça vazia.

26 Se a vida me fecha as portas eu sigo em combate aberto: – por detrás das linhas tortas há um Deus que só escreve certo! 27 Sei que os motivos são poucos, sei que as razões também são, mas este amor nos faz loucos, e loucos não têm razão!!! 28 Se tens filho adolescente, conversa, escuta, respeita: – do detalhe da semente depende toda a colheita! 29 Siga os mais velhos e creia na experiência que eles têm: – quem reflete a luz alheia ganha luz própria também!

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Orlando Woczikosky

1 A cantar, a minha vida, eu canto em qualquer cidade, mas minha terra querida, eu não canto sem saudade!

2 Agora sou nau sem rumo, que zarpou da mocidade, para encalhar, eu presumo, no banco duma saudade. 3 A mãe da gente é uma luz que brilha, brilha e rebrilha: – dá-nos vida e nos conduz pela mais sagrada trilha. 4 A mulher é diferente no terreno da emoção: - O homem diz sim e consente, ela consente e diz não! 5 A vagar pela cidade hoje, bem longe de ti, vejo, através da saudade, o tesouro que perdi.

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6 Dentro de certas pessoas há duas forças latentes: – uma que as torna tão boas, outra que as vira serpentes. 7 Desde que cedo me acordo, até que à noite me deito, com saudade te recordo, meu único amor perfeito! 8 Em noites de lua cheia, no tênue alvor que se espraia, minha alma foge e vagueia, perambulando na praia. 9 É nobre quem não exalta vitória já conquistada, pois a nobreza mais alta é vencer sem dizer nada.

10 É nos olhos que a pimenta quando toca nos magoa: – quem tem sogra não a aguenta, quem não tem diz que ela é boa. 11 Esta saudade é uma luz, na noite da minha vida, o guia que me conduz à tua imagem, querida. 12 Eu não troco uma jazida de ouro puro e refinado, por uma hora vivida na saudade do passado. 13 Eu nasci pobre na vida, no entanto sei quanto valho, pois conheço a dor sentida dos que tombam no trabalho.

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14 Felicidade é a esperança que está sempre em nós presente, mas a gente não a alcança e ela não alcança a gente! 15 Flavo sol que as flores pintas com doce tonalidade, empresta-me as tuas tintas, quero pintar a saudade. 16 Minha avó, que já está morta, queria tudo perfeito: – até fazendo uma torta, fazia torta direito. 17 Não fosse a necessidade de tanto, tanto te amar, sufocaria a saudade nas profundezas do mar.

18 Não me comove a riqueza, e nem lhe adoro a conquista, pois, em saudade e pobreza também sou capitalista. 19 Não te incomodes, querida se o meu peito a dor invade, sois, são temperos da vida a dor, o amor e a saudade. 20 Nesta vida de percalços todo mundo tem defeitos, mas entre honestos e falsos todos se julgam perfeitos. 21 O amor é a coisa mais bela deste mundo encantador! E é você quem me revela toda a beleza do amor!

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22 O amor é igual à comida: – demais, não se dá valor; quando falta em nossa vida, dá-se a vida pelo amor! 23 Para trovar, certamente, não bastam apenas rimas; trovador inteligente faz das trovas obras-primas. 24 Pela guerra não há glória: - Perder, vencer, tanto faz! - A verdadeira vitória, só se alcança pela paz! 25 Por mais que hoje louve a vida dos que fazem bem por lei, trago n'alma a dor sentida, dos males que pratiquei.

26 Pra me esquecer de você, tenho rezado à vontade! Mas não te esqueço, porque a minha reza é saudade. 27 Quando a trova justifica sobejamente a valia, - Rima pobre ou rima rica sempre é grande poesia. 28 Quando tu fores velhinha e eu também, da mesma idade, sentirás saudade minha, sentirei de ti saudade. 29 Quem diz que não tem saudade e se é verdade o que diz, não teve a felicidade de já ter sido feliz.

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ANTONIO AUGUSTO DE ASSIS

1 Acaso fizeste a Lua? Acaso fizeste a rosa? Então que ciência é a tua, tão solene e presunçosa?…

2 – Aceitas dar-me os deleites da próxima contradança?... – Aceito, desde que aceites não me apertar contra a pança! 3 A ciência hoje é um colosso, com tudo fora de centro: – faz laranja sem caroço, gravidez sem filho dentro... 4 A história, através dos anos, ensina a grande lição: – o destino dos tiranos será sempre a solidão! 5 Ah, como é útil a avó, com seus cuidados e afetos! Já o avô, serve tão-só pra ensinar besteira aos netos...

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6 Ah, poeta, como é lindo teu trabalho, e quão fecundo... – Noite e dia produzindo sonhos novos para o mundo! 7 A idade é, por excelência, a grande mestra do amor. – É no outono da existência que a paixão tem mais calor! 8 A laranja era tão doce, que o limão ficou com medo: – por inveja, ou lá o que fosse, acabou ficando azedo... 9 Alarme no galinheiro. - Será que há gambá na granja?... - Bem mais grave: é o cozinheiro que avisa: “Hoje vai ter canja!”...

10 Amai-vos, e as derradeiras muralhas hão de cair. – Havendo amor, as barreiras não têm razão de existir! 11 A mulher, que é toda encanto, lembra a abelha, meiga e boa: – dá mel gostoso; no entanto, se for preciso, ferroa! 12 Anoitece. Bela e nua, começa a rosa a orvalhar-se... – Um raiozinho de lua virá com ela deitar-se. 13 Antiguidade, doutor, é coisa muito engraçada: – algo que cresce em valor quando não vale mais nada...

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14 Ao fim de qualquer mandato, somando-se o dito e feito, no saldo exibe o relato muito mais dito que feito... 15 Ao notar a Lua cheia, surpreso o Sol resmungou: – Se um mês atrás eras meia, quem foi que te engravidou?... 16 Aos bons sonhos agradeço, mas às insônias também... – Ah, quantos versos eu teço enquanto o sono não vem! 17 A prata, em nosso cabelo, faz ninho se a idade vem... Que pena ela não fazê-lo em nossos bolsos também!

18 As almas, se generosas, percorrem árduos caminhos... Só no céu elas e as rosas ficam livres dos espinhos! 19 A saudade sintetiza sonhos, glórias, sentimentos, como um filme que eterniza nossos melhores momentos. 20 Até como terapia, crer em Deus faz muito bem: – banha a gente na alegria que da eterna luz provém! 21 Atrás das outras não perca o seu juízo... cuidado! Boi que muito pula cerca volta um dia desfalcado...

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22 A velhice se avizinha, porém não me assusta não. – Eu sei que no fim da linha Deus me espera na estação! 23 Baita arruaça, bravatas, um tremendo sururu... Frangas, marrecas e patas brigando por um peru! 24 Belo sonho o que aproxima estrelas e pirilampos... – Elas são eles lá em cima; eles são elas nos campos! 25 Benditas sejam as vidas que, alegres, serenas, santas, vivem a vida envolvidas em levar vida a outras tantas!

26 Brincam na praça os pequenos: – castelos, canções, corrida... São seus primeiros acenos aos grandes sonhos da vida! 27 Canoando mar afora, a esperança me conduz. Já vejo lá adiante a aurora trazendo uma nova luz. 28 Certeza só têm os rios sobre aonde vão chegar... Por mais que sofram desvios, seu destino é sempre o mar! 29 Coceirinha furibunda, coça embaixo, coça em cima... Quando coça na cacunda, sinto cócegas... na rima!

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VANDA FAGUNDES QUEIROZ

1 A criança tem mania, quer ser grande, sem saber que, na dura travessia, dói tanto a gente crescer!

2 A mais sublime lição de grandeza, amor e fé, foi ver um homem sem mão pintando flores com o pé. 3 A minha alma adolescente, de braços dados com a vida, parece nem ser parente desta face envelhecida. 4 Antes que nossa atitude maiores males cometa, Deus convoca a juventude: - Protejam esse planeta! 5 Ao voltar do burburinho da rua – a humana agressão, a meiguice de um cãozinho vem receber-me ao portão.

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6 A primavera, suponho, que tendo sonhos de amor, faz, sim, com que cada sonho nasça em forma de uma flor. 7 Aquela duna imponente, que na paisagem se alteia, tem na origem, certamente, minúsculos grãos de areia. 8 Arrumei minha bagagem com sonhos e fantasia, e agora, no fim da viagem, abro a mala… está vazia. 9 A vitória que se alcança tem lição para ensinar. – Não fique na praia mansa, saiba as ondas enfrentar!

10 Caso a sobremesa fosse escassa, a mamãe mentia: - Tomem! Não gosto de doce... e, docemente, sorria. 11 Certas trovas são tão belas, dão tal encanto e prazer, que eu vejo, pensando nelas, quanto preciso aprender! 12 Chinelinho na janela, belo sonho de criança... Antes de fugir por ela, Noel deixou a esperança! 13 Chora o nenê. Fico olhando e me enlevo, a refletir: – a sua emoção chorando faz minha emoção sorrir.

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14 Chuva a molhar nosso riso, riso feliz e molhado… qualquer tempo é paraíso, quando o amor é partilhado. 15 Colheita, ainda guardada num simples grão amarelo, é uma obra a ser lançada, mas que ainda está no prelo. 16 Contraste se manifesta, a razão seja qual for: - nem sempre o riso é de festa, nem sempre o pranto é de dor. 17 – Corte o texto!… Longo assim, A ideia até se desdoura. – Pois não, mestre, corto sim, vou procurar a tesoura…

18 Doce mistério de amar, que me concede o talento de abraçar-te com o olhar e beijar-te em pensamento. 19 Duas taças sobre a mesa, numa espera malograda… Só veio Dona Tristeza, que nunca foi convidada! 20 Enquanto, amor, tu demoras e eu vou somando ansiedade, a travessia das horas é calculada em saudade. 21 Enquanto há bens passageiros exibidos no aparato, há tesouros verdadeiros ocultos no anonimato.

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22 Entro em casa e, no consolo de ter, no lar, proteção, piso o primeiro tijolo… e sinto o céu, no meu chão! 23 Eu sempre lutei sentindo, nesta arena em que se vive, a mão de Deus, dirigindo cada conquista que eu tive! 24 Fez plástica no nariz e comprou peruca loura… Pirracenta, a outra diz: - Falta montar na vassoura… 25 Freio o carro, junto ao mar, e o cenário é um esplendor, que só faz acelerar nossos impulsos de amor.

26 - Lá se foi meu pé-de-meia… diz, desolado, o vovô. Vovó se alarma e esperneia: - Não diga que é o de tricô! 27 Meu caderno confidente, primeiros versos de amor: – ilusão de adolescente… que endeusava um professor! 28 Não basta apenas sonhar, a vida requer firmeza de agir, para transformar uma esperança em certeza. 29 Não há recursos que domem predação de tal grandeza, quando é a própria mão do homem que destrói a Natureza.

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VÂNIA MARIA SOUZA ENNES

1 Acalmar gesto impulsivo num conflito sem razão: – Medicinal... curativo... é a humildade e o perdão!

2 Afinal, eis a questão: – achei um rico alimento… Somos gêmeos na emoção: – teu amor é o meu sustento. 3 Amor, um santo remédio, que revitaliza e cura. Livra-nos de qualquer tédio, também nos leva à loucura. 4 Apesar da longa ausência, sinto a sua vibração… que marcou minha existência e tatuou meu coração! 5 As melhores gargalhadas chegam sempre de repente em cenas abobalhadas e tomam conta da gente!!!

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6 As odes altissonantes, vêm louvar o pinheiral do Paraná verdejante na minha terra natal. 7 Causador da minha insônia, motivo do meu sorriso, sem nenhuma cerimônia... me transporta ao paraíso! 8 Com alma verde e amarela o meu coração febril, com muito orgulho revela, o Trovador do Brasil. 9 Depois de uma noite calma, numa manhã de verão, no céu anjos esperavam recebê-la em oração!

10 Descontraia sua testa, sorrir é grande investida! Quem transforma a vida em festa vence tensão reprimida! 11 Desenvolvendo a pesquisa para o ensino do saber o professor realiza evolução no aprender. 12 Desfilou lá na Avenida Marquês de Sapucaí, bebeu tanto, sem medida, que acordou na UTI !! 13 Destemido e dedicado, companhia cativante. Com meu pai sempre ao meu lado, sou forte como um gigante!

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14 Dissipando a incerteza, ânsia e conhecimento o livro, vasta riqueza: – esclarece cem por cento! 15 Dormi… e sonhei contigo na praia, com lua cheia! Foi delírio, hoje prossigo te procurando na areia! 16 Dos meus tempos de experiência, na vida, trânsito e estrada, deixo aqui uma advertência: – respeito… não custa nada! 17 Em tédio avassalador daqueles que não têm cura, num minuto o Trovador transforma tudo em ventura!

18 Encantada olho os pinheiros, formosos! Iguais? Não há. Dos poetas são os parceiros Que versam o Paraná! 19 Equilíbrio, um dom da vida, dos sábios, grande virtude junto a afeição consolida, seu poder de plenitude. 20 Eu não mudo de país, nem de cidade ou estado, porque aqui sou bem feliz... exatamente... ao teu lado!!! 21 Fazer da vida uma festa é atitude que fascina. Vamos rir! A hora é esta! O bom humor contamina.

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22 Fim de tarde, sol já posto… Chega a noite enluarada, satisfazendo o meu gosto, consagrando a madrugada! 23 Força e coragem, criança, a vida sorri lá fora…! O estudo será a poupança e há de chegar sem demora! 24 Hoje órfã de seu afeto, carente de seu carinho, queria você por perto... a iluminar meu caminho! 25 Mãos que orientam crianças, seja na escrita ou leitura, mostram sinais de alianças de nobreza e de ventura!

26 Meu jogo, audaz e exigente, encara a carta que der, mas com você, frente a frente… jogo charme de mulher! 27 Navegam os trovadores em e-mails de ilusões, computando riso e dores, conectando as emoções!!! 28 Nunca morre o trovador, se afasta fisicamente… Sobrevive trova e autor, no dia-a-dia da gente. 29 Posso ver do meu terraço na escuridão do infinito, quando a lua abre espaço... E dá seu show favorito!

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ALBERTO PACO

1 A cada folha caída, nova folha irá brotar! Tal qual na roda da vida, um constante renovar.

2 A chuva, caindo mansa na terra recém-plantada, faz renascer a esperança de uma colheita abastada. 3 A chuva encharcando o chão, não atrapalha meus passos, porque é grande a emoção de carregar-te em meus braços! 4 A noite inteira acordado e a inspiração não chegou. Um poeta amargurado, foi somente o que restou. 5 Ao amor sem empecilhos, todos nós temos direito! Igual ao de pais e filhos; sem orgulho ou preconceito.

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6 A trova é doce poesia que hoje nos enche de orgulho, pois celebramos seu dia, neste dezoito de Julho! 7 Cada momento vivido na vida que se renova, às vezes é definido apenas em uma trova! 8 Da janela do avião, olhando as nuvens branquinhas, sinto a grata sensação de tuas mãos junto às minhas! 9 Deixa que o trem vá embora. Não é preciso correr! Sempre haverá outra hora de outro trem aparecer.

10 Depois de uma certa idade, entramos na contramão, transformando em amizade o que antes era paixão! 11 Doces memórias da infância, lembranças da mocidade. Hoje só resta a distância ligada pela saudade. 12 Embora seja ilusão, sinto que em meu pensamento, sopro do teu coração chega nas asas do vento! 13 Em qualquer hora do dia se pode amar de verdade. São momentos de alegria, que depois deixam saudade!

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14 Enfrentando o mar bravio, o audaz capitão conduz seu imponente navio, do Farol, seguindo a luz! 15 Fico na sombra, sozinho, em completo alheamento! Depois sento num banquinho e liberto o pensamento! 16 Planando pelo salão atentos a qualquer lance, os dois se encontram. E então… Assim começa um romance! 17 Flores por todos os lados com inebriante odor, incitam os apaixonados a declarar seu amor!

18 Frente à imensidão do mar, em completo alheamento, ouço a brisa murmurar palavras de encantamento! 19 Irei seguir essa seta com muita tenacidade, até atingir a meta de achar a Felicidade! 20 Lembranças da minha infância, lembranças da mocidade. Hoje só resta a distância ligada pela saudade. 21 Mesmo longa a caminhada, não sinto cansaço ou dor, porque no final da estrada me espera meu grande amor!

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22 Minha amada é tão esbelta que quando a vejo passar, faz-me lembrar Asa-Delta no espaço a flutuar! 23 Na garrafa uma mensagem, que no mar alguém jogou, abandonada na margem como amor que se acabou! 24 Na imensidade do mar, um raio de sol brilhante, mostra por onde passar o barco do navegante! 25 Nos meus tempos de criança, brincando à noite na rua, nascia em mim a esperança de um dia alcançar a lua!

26 Olhando as curvas do rio, no meio dos matagais, lembro do teu corpo esguio de formas esculturais! 27 Olhando através do tempo, vejo uma outra cidade, onde o melhor passatempo foi curtir a mocidade! 28 Olhando fotografias, revivi terna lembrança, das brincadeiras sadias dos meus tempos de criança! 29 O meu humilde barquinho à praia fiz aportar. Vim procurar o carinho que teimas em me negar!

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VANDA ALVES DA SILVA

1 A leve pipa, enfunada, pela brisa zombeteira, une toda a criançada numa alegre brincadeira.

2 Amizade e lealdade, sempre juntas, de mãos dadas: – correntes de identidade entre almas entrelaçadas. 3 Amo o branco simplesmente, por ser a cor que nos traz a sensação envolvente de uma bandeira da paz. 4 Ao lento passar das horas, aumentam as agonias... Quanto mais tempo demoras, mais sinto as noites vazias. 5 Ao vento não lances praga, pensa, repensa e medita, pois a boca sempre paga pela frase que foi dita!

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6 A saudade, simplesmente, como vem logo se vai, lembra bem o sol poente no instante que a noite cai. 7 Assim como sonhos vão, pelos trilhos do infinito… outros mais devolverão paz ao coração aflito… 8 A vida, em sua beleza, deu-me tantas emoções, que, mesmo ao sentir tristeza, há doces recordações. 9 Coloco azul no pincel, pinto o céu, também o mar… e deixo no alvo papel, a luz da lua brilhar!

10 Cultivada no seu peito, desejo ser um jasmim. Sei não ser o amor perfeito, mas me queira mesmo assim. 11 Depois que se aposentou, seu pijama é só frangalho, pois nunca mais o tirou para não lhe dar trabalho. 12 Despindo folhas e flores, o inverno, o vento conduz, e a árvore, sem pudores, vai mostrando os galhos nus. 13 Deus nos dá sabedoria, para o bem que nos conduz ao amor que, com a alquimia, nos torna um farol de luz!

O Encanto das Trovas . . . Tomo V – Estado do Paraná – Vol.1......... Página | 28

14 Doce palavra vibrante, lapidada na emoção… É a trova um raro brilhante, moldado na nossa mão. 15 Ela, num dia encantado, o sonho vai realizar: – leva, mudo e acorrentado, o seu noivo, para o altar. 16 Em meus tempos de criança, pelas poças, num tropel, lançava minha esperança, em barquinhos de papel… 17 Em seu roçar, minha pá, peço que no seu vaivém leve a saudade pra lá e traga pra cá o meu bem.

18 Flechado por um cupido vai se inspirando o poeta... Faz versos de amor doído, por uma paixão secreta! 19 Imprimo minhas pegadas, sofridas pelo abandono, nas folhas amareladas pinceladas pelo outono… 20 Juraste-me ser fiel, mas do nosso amor, contudo, hoje resta o velho anel num estojo de veludo. 21 Lá em casa, quando anoitece, dormir não há quem consiga: – gulosa, a sogra parece ter alarme na barriga.

O Encanto das Trovas . . . Tomo V – Estado do Paraná – Vol.1......... Página | 29

22 Mas foi batida de frente? Não, foi mesmo de limão, que provocou o acidente do bebum na contramão 23 Não se ata pelas algemas, mazelas ao cidadão, que enfrenta tantos dilemas doando vida à nação. 24 Noite tecida de espera e orvalhada pelo pranto: – essa lembrança que gera, a nudez do desencanto. 25 O bebum faz arruaça se em toda blitz é parado, de tanto tomar cachaça, só sopra todo babado.

26 Pela seca, esmorecido, abandono o meu rincão. No meu rosto entristecido há mais água que no chão. 27 Quando em seus braços me enlaça, nessas chuvas tropicais, nosso amor ganha mais graça… enfrentando os temporais. 28 Recordo, ao passar das horas, do meu tempo de criança... Alegre, contando auroras, tecendo a doce lembrança. 29 Trovadores em repentes, se unem num elo de luz... e as trovas formam correntes: – de emoção... que nos seduz.

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JANSKE NIEMANN SCHLENKER

1 Abrindo meu coração, aos quatro ventos proclamo: ergui meu lar no teu chão, és a cidade que eu amo!

2 Acordei (tinhas partido) e me deixaste na estrada: um pobre arbusto perdido sem luz, sem pranto, sem nada… 3 Alegria na viagem deste trem tão barulhento que nos mostra, de passagem, flores colorindo o vento! 4 A nossa vida vivemos plena de desejos vãos até saber: não podemos ter o mundo em nossas mãos. 5 Às vezes, dias tristonhos fazem-me pensar na vida: Acho que deixei meus sonhos numa canoa perdida.

O Encanto das Trovas . . . Tomo V – Estado do Paraná – Vol.1......... Página | 31

6 Às vezes surge de um nada, o amor, na vida da gente. Hoje vivo acorrentada mais do que a qualquer corrente! 7 Até hoje me envergonha essa, que sonhou demais: quando está dormindo, sonha, acordada, sonha mais… 8 Basta acompanhar a seta para que a alegria alcances. Felicidade completa vais achar só nos romances. 9 Dei-te o melhor dos abraços, do mais profundo querer… Mas a força dos meus braços não conseguiu te prender!

10 Deixo que a vida me embale enquanto a tarde agoniza: mesmo que você não fale, ouço a sua voz na brisa… 11 Deus! Que beleza me deste! – Penso que ela é toda minha – mas no espaço azul celeste sou só uma nuvenzinha. 12 Enquanto a rede balança, tenho um pensamento louco: eu deixei de ser criança mas ainda sou um pouco... 13 Escrava do teu olhar, quis fugir mas – que surpresa! Na ânsia de me libertar, cada vez fico mais presa…

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14 Longe de pranto e de dores, o nosso amor sem cobranças tem um perfume de flores como o de duas crianças. 15 Luzes! Músicas! E à mesa como nunca alguém sonhou. Mas havia uma tristeza que eu não sei por onde entrou… 16 Mesmo vindo da favela - Brasil, África ou Europa o menino se revela ao disputar sua Copa. 17 Nós, filhos da natureza, não nascemos para o mal: podemos criar beleza de qualquer material.

18 O mar sussurra e promete assim que o dia clareia. Nós vamos "pintar o sete" correndo juntos na areia! 19 O relógio dos meus dias vem batendo devagar. Só recordo as alegrias, vou dormir quando parar. 20 Parece o mesmo ambiente: cordial, familiar; todos juntos, mas somente conversam... sem conversar. 21 Paro a pensar um instante e, numa oração sentida, peço água - tão importante que é tudo na nossa vida!

O Encanto das Trovas . . . Tomo V – Estado do Paraná – Vol.1......... Página | 33

22 Pétalas voam tão belas e mais parece que dançam; quero-as - brancas, amarelas mas minhas mãos não alcançam... 23 Quando, ao longe, o teu veleiro singra as ondas do destino, parece que o mundo inteiro também ficou pequenino... 24 Quando o meu dia começa e abro os olhos... e levanto, acabam dor, medo e pressa e o que resta é puro encanto! 25 Sejamos gratos pelo ar que respiramos de graça ou iremos transformar nosso planeta em fumaça!

26 Tentei ignorar a dor mas do peito não arranco aquele primeiro amor numa foto em preto e branco... 27 Tuas palavras bonitas eu recordo nesse instante: promessas que estão escritas nas linhas do teu semblante. 28 Um abraço podes dar-me, também quero te abraçar. Mas vai soar um alarme se tentares me beijar! 29 Um grande amor nasce mudo pois não consegue falar; você não me disse tudo, disse-me tudo um olhar...

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José Feldman

1 A Gralha Azul quando voa espalhando o seu pinhão, com a semente abençoa cada canto deste chão.

2 – A grana...pode me dar... – Já vi que é um ladrão cortês... Não dá pra você pegar só no final do outro mês? 3 Ah, se eu fosse um construtor!... Eu faria estradas novas, incrustadas com amor, pelo chão... milhões de trovas! 4 Feliz, soltei um rojão… subiu em um rodopio. Socorro! Oh, meu São João! Fiquei preso no pavio. 5 A maior lição que a vida, pode nos oferecer: – Após cada despedida, há sempre um amanhecer…

O Encanto das Trovas . . . Tomo V – Estado do Paraná – Vol.1......... Página | 35

6 A minha trova é um lamento, por dias que não virão. Amor ceifado no vento, arrancado sem perdão! 7 A mulher me deixa rouco, pois quando grito que a adoro, ela sai...e eu fico louco!!! Não sei se rio...ou se choro!... 8 Andei por todos os cantos, em busca de uma quimera. Mas, encontrei desencantos, e a tristeza à minha espera.. 10 Ao fazer uma mudança, muitas caixas a embalar. Eram tantas...que festança! Numa delas fui parar...

11 Ao seguir, no trem da vida, parei nas encruzilhadas. buscando a paz merecida... Enganei-me!...Eram fachadas... 12 A vida, seja qual for, é árvore cujos galhos, têm folhas de riso e dor, penduradas qual retalhos. 13 Cada livro, nova história... Cada folha, novo ardor... e, no final, a vitória se for enredo de amor! 14 Cinquenta reais por ponto... e ao mestre ele deu quinhentos. Da propina, houve um desconto: -Nota dois...e os quatrocentos!!!

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15 Cultivemos o jardim do amor, com perseverança, para que seja o estopim de um futuro de esperança. 16 Debruçado na janela, eu vejo o tempo passar. Saudade que me flagela, por quem não irá voltar. 17 Dizia um velho ditado, “quem espera sempre alcança,”. Esperou… ficou cansado, O que era? Não há lembrança! 18 Em cada verso, a emoção... em cada linha, o carinho... Faço a trova..e é o coração que me conduz no caminho.

19 Em meio a livros, cresci… cada folha, uma ilusão… Mas veio um vento, e não vi, jogou as folhas no chão… 20 Eu vivo em um picadeiro, no trapézio desta vida, com a força de um guerreiro, enfrentando a minha lida. 21 Dedicada a Maya São Paulo 1997 – Maringá 2013 . Foste uma amiga, uma irmã, foste uma luz, o calor. No despertar da manhã, foste… simplesmente amor.

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22 Gralha Azul, qual fazendeiro semeando o seu pinhão. faz nascer mais um pinheiro, construindo esta nação! 23 Foram felizes instantes... Juventude na querência… Hoje em terras tão distantes… Pilcha...mate...sinto ausência. 24 Juntos, no alto da montanha… um dia dos namorados. Oh! Que dor! Era patranha, pois vivemos separados. 25 Meu jardim era florido! Veio uma chuva e o arrasou... Sobrou só um cravo ferido, que o amor, de herança, deixou!

26 Meus livros são qual coelhos... Eles não findam jamais. Meus olhos estão vermelhos! - Acabou? - Meu Deus! Têm mais! 27 Minha amiga, que mancada, no mercado escorregou, caiu num saco sentada, que o peixeiro empacotou... 28 Minha vida é qual as folhas que o vento lança para o ar… Sem chance de ter escolhas, deixo ele me carregar! 29 Oh, Deus! Se pode atender este pobre trovador, de um amor a padecer: - Aplaque esta minha dor!

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30 O nosso amor foi quimera, que acabou em tempestade. De um belo jardim que houvera, ficou de herança a saudade... 31 Ontem... Florestas... Encanto... Flores a desabrochar! Hoje, pinheiros em pranto… um grito parado no ar! 32 O que foi que eu fiz, meu Deus, pra sofrer tal provação? De todos anseios meus... só restou a solidão. 33 Pai, eu te peço perdão por não ser o que querias! Eu vivo na contramão, num refúgio...de poesias!

34 Paraná terra abençoada, tu és a minha paixão... e qualquer que seja a estrada, vives em meu coração... 35 Pouco me importa o que eu faça. nem quais sejam meus motivos, pois meu coração é taça plena de amores lascivos! 36 Se do barro somos feitos, e ao barro retornaremos, porque tantos preconceitos, se iguais todos nós morremos?… 37 Se o gato tem um aninho e eu já tenho nove. Então… Porque ele tem bigodinho, eu não tenho nenhum não?

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NOTA As trovas foram obtidas em livros, boletins de trovas, jornais, trovas enviadas pelos trovadores e em alguns sites, como www.falandodetrova.com , www.poesiasemtrovas.blogspot.com.br , www.singrandohorizontes.blogspot.com.br Biblioteca J. G. de Araújo Jorge, as Mensagens Poéticas enviadas pelo falecido trovador potiguar Ademar Macedo, etc. Caso perceba uma trova errada, seja por razões várias, por favor, enre em contato com [email protected], para que possamos corrigir a tempo ou fazer uma errata no próximo número. Montagem da Capa da Revista sobre imagem obtida na internet, não foi encontrada a autoria. Esta revista não pode ser comercializada em hipótese alguma, sem autorização de seus autores ou representantes legais. Pode ser copiado, desde que se coloque o autor das trovas, caso contrário pode ser caracterizado como crime e ser enquadrado nas sanções legais. Respeite os direitos do autor. O Encanto das Trovas . . . Tomo V – Estado do Paraná – Vol.1......... Página | 40

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