Almanaque O Encanto das Trovas - Tomo VI - Vol. 2 - Estado do Rio de Janeiro

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O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 1

SUMÁRIO

Carlos Guimarães (Rio de Janeiro) .............................................................. 3 Edmar Japiassú Maia (Rio de Janeiro) ........................................................ 8 Anis Murad Lamar (Rio de Janeiro) ............................................................12 Maria Nascimento Santos Carvalho (Rio de Janeiro) ...................................16 Renato Baptista Nunes (Rio de Janeiro) ......................................................20 Diamantino Ferreira (Campos dos Goytacazes) ...........................................24 Jessé Nascimento (Angra dos Reis) .............................................................28 Ana Maria Motta (Nova Friburgo)................................................................32 Waldir Neves (Rio de Janeiro) .....................................................................36

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 2

Carlos Guimarães 1915 - 1997

1 "A coisa está toda errada" - diz o pescador Romão "No mar, peixinhos de nada, na praia, cada peixão!"

2 A confusão foi tamanha... Móveis quebrados... Berreiro… É que a sogra do Saldanha baixou naquele terreiro. 3 A minha comadre Clara está bonita e feliz: – gastou os olhos da cara, mas consertou o nariz. 4 A minha sogra é uma bola e meu sogro já dizia: - Dorme até sem camisola, pra fazer economia. 5 Ao meu sogro, ninguém logra vencer em azar, ninguém, pois atura a minha sogra e a sogra dele, também.

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6 Ao vê-la cheia de graça, vizinhas contam piadas, mas, se é o marido quem passa, há explosões de gargalhadas. 7 Ao vê-Ia, na cova, inerme, roliça qual um presunto, segreda um verme a outro verme: - que abundância de defunto! 8 Aqui Jaz o Godofredo, porque o vizinho, avisado, chegou um pouco mais cedo do que havia combinado. 9 Até parece pilhéria, ouvir, de certa pessoa, a informação de que és séria, só porque não ris à toa...

10 Cai a chuva escassa e mansa, no sertão de sol ardente: - reticências de esperança, que Deus manda àquela gente. 11 Cansado, desiludido, chego ao fim da minha estrada, sem horizonte, perdido, entre as brumas da jornada 12 Casou-se o pobre Peçanha, com mulher feia e sem graça: – Para quem não tem champanha, vale um trago de cachaça... 13 Cheque sem fundos, o Meira recebeu naquele dia: - Vendendo uma geladeira, o coitado "entrou em fria"

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14 Começou mal a semana o beberrão azarado: – abusou tanto da cana, que acabou sendo "encanado". 15 Com todo o senso de artista e, apesar de todo o zelo, não sou bom filatelista, no entanto, procuro "sê-lo" 16 Da gravata à borboleta, que eu usei esta semana, a minha prima, Julieta, fez um biquíni bacana. 17 Da ingente lida cansada, velha cegonha matreira, hoje, vive, aposentada, a assustar moça solteira.

18 Datilógrafa, a Maria é "boa" como ninguém: – mesmo em datilografia, tem seus méritos, também. 19 Declara, em meio à homenagem, o astronauta, herói da Nasa: - Prova mesmo de coragem vou dar voltando pra casa! 20 Deu-me tanta bola a Berta, com sorrisos e olhar doce, que eu fui em frente na certa: aí, a Berta trancou-se ! 21 Diz a mulata Maria, sem explicar a razão que o luso da padaria é pão vendendo outro pão....

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22 Do amor fervorosa crente, a mulher do seu Tomás, sendo uma cara pra frente, vive a passá-lo pra trás... 23 Do espelho da tua sala, procura o exemplo seguir: – ele reflete e não fala, tu falas sem refletir... 24 Ela é séria e não dá bola, chega a ser ultrapassada... Com tantas curvas, Carola, afinal, é tão quadrada... 25 Ela vive no oculista e ele é motivo de troça, pois se ela trata, da vista, ele faz a vista grossa...

26 Entra a esposa bem idosa e uma "gatinha" assanhada, o macumbeiro Barbosa vive numa encruzilhada. 27 Entre um branca gelada e uma preta bem quentinha, topo as duas, camarada: - não perco uma cervejinha. 28 Estendido sobre a cama, na brancura do lençol, que saudades meu pijama sente do teu "baby-doll"! 29 Eu tenho quatro vizinhas - que santas meninas são! à sua porta, às tardinhas, há homens em procissão...

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30 Explica a mulher a alguém, que seu marido é pintor: é por isso, que ela tem um filho de cada cor... 31 Imploraste a Santo Antônio um casamento, Maria: – deu-te o santo o matrimônio mas fui eu que "entrou em fria"... 32 Jogador inveterado, morre o amigo Zé do Taco... Vai entrar, pobre coitado, no seu último buraco... 33 Maria, a minha Maria, põe nos beijos tal calor, que a noite pode ser fria e eu não uso cobertor...

34 Morre a sogra e, comovido o meu compadre Tomás, na coroa, distraído, escreveu: "Descanso em paz"! 35 Na bebida, a minha mágoa procuro ver afogada... Já me chamam de pau-d'água, mas, a minha mágoa... nada... 36 Não vende móveis, Maria, mas, segundo as faladeiras, atrai boa freguesia com seu "jogo de cadeiras" 37 O Machado é grande amigo, que eu tenho, sempre, ao meu lado: – qualquer problema comigo, quem "quebra o galho" é o Machado.

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Edmar Japiassu Maia

1 Aperta meu coração ser mãe de um filho ilustrado... - Ele tem muita instrução? -Não ! ... É todo tatuado!

2 As flores não mais assistem na praça, a eternos amores... É que amores não resistem ao ver as praças sem flores! 3 A um escritor mal letrado informa o editor maroto: Seu livro está esgotado, joguei na rede de esgoto! 4 A um solitário que afronta os ermos do coração, a multidão amedronta muito mais que a solidão... 5 Coração...cerca o pedaço para que o amor não se perca, que hei de cuidar desse espaço, antes que a dor ponha cerca...

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6 Da empregada viu na cama o pijama conhecido. E o pior é que o pijama tinha dentro o seu marido! 7 Da velha fonte no lago, à luz do mesmo luar, retorno...e nos olhos trago as águas que fui buscar! 8 Dentro do peito, profundo, meus sentimentos concentro... Não há espelho no mundo que me desnude por dentro! 9 É na choupana esquecida num cafundó no sertão, que, em meio à terra batida, também bate a solidão...

10 Entardece em minha infância... Temendo que o medo cresça, espreito a vida, à distância, antes que a infância anoiteça! 11 Foi um choque e muita mágoa para quem acreditou: a tua barriga d’água com nove meses chorou… 12 Fujo aos dias enfadonhos se, acordoado à ilusão, viro alpinista de sonhos nas "montanhas de algodão"! 13 Ilusão...velha charrete que, teimoso, eu não desmancho, pois, vez por outra, faz frete de sonhos...aqui no rancho!

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14 Junto às roseiras formosas, onde o amor aconteceu, pairava o frescor das rosas, mas o perfume…era teu! 15 Mesmo no aperto, o sobrado do velho não foi vendido. Pelo prédio estar tombado é que o velho está "caído"! 16 Na fábrica de tecidos, proposto o aperto nos planos, os "acertos" resolvidos são "por debaixo dos panos"! 17 Nas asas do desvario, tentando um sonho alcançar, eu despenquei no vazio, mas...aprendi a voar!

18 Ninguém vai sentir-se preso ao peso da minha cruz; que a cruz só revela o peso para o ombro que a conduz… 19 No aperto, ao chefe ele vai e expressa sua revolta... - E a grana, sai ou não sai? - Já saiu!... Não sei se volta!!! 20 Nos seus encontros ousados junto da velha porteira, esperava os namorados: hoje ela espera a parteira! 21 O sonho é carga festiva nos trilhos das ilusões... E o amor é a locomotiva que vem puxando os vagões!

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22 Pergunta a mestra ao menino, aluno meio confuso: – A porca… tem masculino? – Tem, fessora… o parafuso! 23 Por mais que a vida se oponha, traze os sonhos junto a ti, porque, aos olhos de quem sonha, o infinito...é logo ali! 24 Porque sou vidrado nela seus carinhos não recuso: é por meio da arruela que se aperta o parafuso! 25 Quem por cigarro se entrega às mãos do vício, sem medos, não percebe que carrega a morte acesa entre os dedos!

26 Talvez porque a noite esconda sombras de amor...é que a Lua põe mais luz em sua ronda, quando ronda a minha rua! 27 Tendo a sombra distorcida, seu retrato ela me deu... Nem percebeu, distraída, que aquela sombra...sou eu! 28 Vivo a idade intensamente e um desejo em mim aflora: poder chegar ao poente, sem ter saudades da aurora... 29 Zarpei, em hora furtiva, no meu barco de emoções... E hoje navego, à deriva, o mar das desilusões!

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Anis Murad Lamar 1904 - 1962

1 Achei uma forma nova de tornar-me trovador: nossos lábios – uma trova na doce rima do amor.

2 Alô!… Quem fala?… Esperança?…. – Um momento!… Vou chamar!… Esperei… – pobre criança que envelheceu a esperar!… 3 A minha alma não se cansa, - embora desiludida, de acalentar a esperança, que é o acalanto da vida. 4 Aqui jaz, na quadra imerso, um vate, vivo e mordaz. Fez sepulturas, do verso, e sepultou-se; aqui jaz. 5 As trovas feitas a esmo, são difíceis de fazer: – conversa contigo mesmo, que a trova sai sem querer.

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6 A vida é noite fechada, num coração sem amor. Amor é Luz – madrugada! Raio de Sol – Esplendor! 7 Cansado estou da esperança, cansado do meu ser, da própria vida – que cansa, vivendo, assim, sem viver… 8 Dá tantas voltas a vida, a gente, atrás, a correr… Que gente doida, varrida! Correr tanto, pra morrer! 9 Debaixo da nossa cama, que tu deixaste vazia, o meu chinelo reclama o teu chinelo: – Maria.

10 Deixa a vida do menino viver a vida, meu bem, ninguém muda o destino, nem a vida de ninguém!… 11 De sete meses gerado, vim ao mundo temporão. Já fui tesouro guardado, em caixa de papelão. 12 Disseste não, fiquei triste, mas disseste sim, depois. Maldito “sim”, que persisti, no eterno “não”, de nós dois. 13 Do meu berço pequenino, fizeram tosca jangada, que voga ao léu do destino, para o destino do nada.

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14 Do meu quarto de solteiro - já cansei de te pedir, vem buscar teu travesseiro, que não me deixa dormir!… 15 “É bebida apetecida, - de gostosura sem fim… Se bebo desta bebida, eu fico cheio de mim… 16 É, francamente, bobagem, possuir televisão se eu posso ver tua imagem, no vídeo do coração. 17 Essa Maria – que existe, chorando nos versos meus, foi a saudade mais triste, que alguém deixou num adeus!

18 Esses balões e as fogueiras, trazem à minha lembrança, as esperanças fagueiras, dos meus tempos de criança!… 19 Esses teus olhos tão lindos, misteriosos, profundos, são dois abismos infindos dois precipícios – dois mundos!.. 20 Eu só, tu só, nós dois sozinhos… O amor chegou certa vez, misturou nossos trapinhos, somos um mundo: – nós três! 21 Há uma lâmpada encantada, acesa no coração, que tem a chama sagrada, que se chama inspiração.

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22 Mesmo velhinho e cansado, não sei que estranha magia, fico um saci, assanhado, quando te vejo, Maria. 23 Na noite triste, vazia, ouvi a voz de meu bem. Corri louco de alegria, abri a porta – ninguém! 24 Olhos risonhos, infindos, que choram de quando em quando: – sorrindo – lindos, tão lindos; feios, tão feios – chorando… 25 Saudade – doce maldade, que a gente sente e não vê, mas eu vejo esta saudade, esta saudade é você!…

26 Simples jardim sobre a cova, trevos repousando em calma Em cada trevo uma trova, em cada trova a minha alma… 27 Tal qual ingênua criança nas noites de São João, vou soltando as esperanças, como quem solta balão!… 28 Também nas flores existe uma saudade de amor… Orvalho – saudade triste, lacrimejando na flor… 29 Tudo passa – na verdade, passa tudo – sem parar. Só não passa esta saudade, que ficou no teu lugar.

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Maria Nascimento Santos Carvalho

1 “A bruxa anda solta” aqui… disse o meu genro e correu quando entendeu que entendi que a tal da bruxa era eu…

2 A distância achando meios para unir nossas metades, somou nossos devaneios e dividiu as saudades!... 3 A jura que eu fiz, um dia, quando antevia a saudade, não passou de fantasia com roupagem de verdade... 4 A saudade é um bem guardado que nos volta, de repente, num presente do passado, quando o passado é presente. 5 As razões dos teus deslizes tantas mágoas me causaram que as marcas das cicatrizes nunca mais cicatrizaram...

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6 Às vezes, na despedida, num simples modo de olhar se diz o que em toda a vida ninguém ousa revelar. 7 A vida é estranha aquarela que, conforme a sorte pinta, dá luz e beleza à tela ou somente espalha a tinta... 8 Carrego triste os escombros da vida alegre que eu tinha, e deixou sobre os meus ombros uma cruz que não é minha... 9 Comeu goiaba exultando, mas quase esvaiu-se em baba, quando viu se estrebuchando meio bicho na goiaba…

10 Ele ronca e não desperta e a mulher por previdência, deixa a porta sempre aberta, para “casos” de emergência… 11 É mais triste a hipocrisia, mais profunda a cicatriz de quem demonstra alegria para fingir que é feliz! 12 Em face da discrepância existente entre os conceitos, procuro sempre distância dos que julgam perfeitos. 13 Entregue à volúpia cega que anula a voz da razão, meu coração não se entrega, mas eu me entrego à paixão…

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14 Eu não te culpo, querido, se entre nós deu tudo errado, que, em amor mal resolvido, não há somente um culpado. 15 Incurso em poligamia, depois que foi condenado, disse : – Credo! eu nem sabia que já tinham me casado ! 16 Me lembro que certa feita pertinho de uma fogueira, desejei uma caneta só para escrever besteira… 17 Mesmo vivendo em conflito, vencendo mágoas e intrigas, o nosso amor infinito suporta o peso das brigas.

18 Meu mundo era um mundo puro, mas o destino vilão trocou meu mundo seguro pelo caos de um mundo cão... 19 Meu vizinho briga à-toa, porque é um sujeito estourado, mas, vendo a mãe da patroa, perde logo o rebolado. 20 Minha jangada se lança num mar revolto e jamais deixa no cais a esperança ou volta, sem ela, ao cais... 21 Na cama é amante perfeito, já fora de garantia, porque apresenta um defeito só dorme, ronca e assobia…

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22 Nada prometas, nem peças que eu siga a tua jornada, que é inútil fazer promessas a quem não crê mais em nada... 23 Não deixe as cartas que eu mando sem respostas, por favor, porque é bom de vez em quando reler mentiras de amor. 24 Na presença de um Juiz murmurei sim: – que tolice... - Foi o " sim" mais infeliz que um ser humano já disse! ... 25 No documento é solteira, mas vendo a idade da dona, diz a patroa encrenqueira: – solteira, não, solteirona…

26 O amigo que estende a mão nos momentos de perigo, é mais irmão que um irmão que não sabe ser amigo... 27 O chofer ficou “por conta” ao ser fechado na rua por uma perua tonta que guiava outra perua… 28 O circo fechou... e agora que o fracasso veio à tona o palhaço, triste, chora escondido atrás da lona... 29 Seu “hobby” era trabalhar, mas tinha tanta preguiça que, até pra se espreguiçar ficava “enchendo linguiça”…

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Renato Baptista Nunes 1883 - 1965 1 Agora, não sei por quê, meu relógio faz maldades. Numa hora sem você, marca sessenta saudades! 2 As dores e os desencantos têm dois destinos diversos: - ou se dissolvem nos prantos, - ou se desfazem nos versos. 3 Bem pouca gente procura aceitar esta verdade: - antes ser bom sem ventura, que ser feliz sem bondade.

4 Com que cara fica a gente, junto à mulher que se adora, se perguntam, de repente: - "Como vai sua senhora?” 5 Coração, bate baixinho, pois, a ouvir-te, ó desventura, conto os passos do caminho que conduz à sepultura... 6 Das horas sempre ditosas, muitas o tédio nos furta... A glória maior das rosas é terem vida tão curta. 7 Em dons de amor, apesar de ser pobre como Jó, prefiro não te beijar a beijar-te uma vez só!

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8 Entre o mar e alma da gente há relações inegáveis: - a inquietude permanente e os mistérios insondáveis. 9 É o amor um milionário, gaste os beijos que gastar, tanto mais, o perdulário, terá sempre para dar ! 10 Eu te explico o acontecido: - se roubei teu beijo, amada, foi por ter-me parecido que querias ser roubada... 11 Há belas trovas... mas creio, nenhuma pode igualar às lindas trovas que leio no fundo do teu olhar !

12 Há no mundo muita gente que só maldades proclama; é que os sapos, certamente, só são felizes na lama. 13 Há saudades que nos falam de maneiras desiguais: umas dizem: – "pode ser" ... muitas outras: – "nunca mais" 14 Mais do que o próprio desdém, nada mais deixa tão sós, como saber que ninguém sente saudade de nós... 15 Maria dos meus amores, Maria dos meus pesares, ai de mim quando te fores, ai de mim se tu ficares...

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16 Meus anseios ... tristes frades, numa angústia indefinida, vivem presos entre as grades das clausuras desta vida ... 17 Minha mágoa, quando é grande, faz da trova confidente – Uma angústia que se expande não sufoca a alma da gente. 18 Mistérios de enternecer a lei da vida contém: - quanta vez nosso prazer não custou a dor de alguém? 19 Muita gente é infeliz mas será por culpa alheia? Cada qual, como se diz, colhe aquilo que semeia.

20 Não sei que mágoa mais funda destas tristezas decorre: - se da saudade que vive, – se da esperança que morre. 21 No início da vida, o mundo parece um reino encantado! Não há erro mais profundo, nem logro mais bem pregado. 22 Olhando a vida vivida, esta pergunta passou: - fui eu que fiz minha vida, ou fez-me a vida o que sou? 23 Para evitar, precavida, qualquer infidelidade quando ela vai de partida, deixa comigo a saudade.

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24 Quando a aurora se incendeia, toda a passarada, em festa, ergue um hino à Natureza na Catedral da floresta ! 25 Quando a injustiça te doer, ou quando alguém te magoar, esquece, pois esquecer é bem mais do que perdoar. 26 Quando parte um velho amigo rumo às paragens sem fim, sinto que um pouco da vida morreu, também, dentro em mim

27 Saudade e rio corrente ligam dois pontos distantes: - o rio leva à nascente, a saudade, ao que era dantes... 28 Se uma fada perguntasse qual a ventura que almejo, eu diria : - que consiste em não ter nenhum desejo. 29 Teu sorriso é uma alvorada que acende na tua face o rubor que a madrugada põe no céu, quando o sol nasce!

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Diamantino Ferreira

1 À mesa… taças de vinho… Alívio de um sofredor. Já não vive mais sozinho quem encontrou novo amor.

2 A trova, de qualquer jeito, chega forte e vai bem fundo. Em seu contexto perfeito, já percorreu todo o mundo. 3 A velhinha nem repara na dança da bailarina: seu tempo há muito passara… - Pobre dela! Triste sina! 4 Beijo nas faces, carícias - como tantas, inocentes; mas abraços são primícias dos desejos mais ardentes! 5 Bonecos… acorrentados! Libertar-se? Isso em vão! Se um tem os lábios selados, reclamar da escravidão?!

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 24

6 Em noite de lua cheia, tanta luz por sobre o mar… Bem mais que o dia, clareia bela noite de luar! 7 Escrevem tanta besteira! Parem com isso, de vez! Pois quem des…fralda bandeira de… frauda o bom português!… 8 Gente na rua protesta, mas nem pensa em trabalhar. Diz que o governo não presta, nada faz para ajudar… 9 Havia só uma ponte! - Ao chegar, já vejo duas! Que o progresso mais desponte... Saudades de minhas ruas!

10 Lento barquinho que, às cegas no mar da vida, encrespado, sem menor temor – navegas em busca do ser amado! 11 Lua, que vagas, serena, na amplidão do azul celeste, traz consolo à minha pena, leva a dor que me trouxeste! 12 Na casa de quem escreve há sempre papel no chão: não perde tempo quem deve segurar a inspiração! 13 Na mesma rede embalados… Porém a vida é tão dura! – No que pensam namorados se não na vida futura?!

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14 Não há palavra nenhuma tão grande quanto “saudade” que em sete letras resuma a dor e a felicidade. 15 Não me negues teu retrato, que isso é tola precaução, pois já o tenho, de fato, gravado no coração! 16 Não sou ave, nem sou peixe; nunca aprendi a nadar, mas peço a Deus que me deixe um dia destes voar! 17 Nunca fui águia altaneira, como nunca fui condor: – remédios à cabeceira, somente um velho… com dor.

18 Os meus garbosos oitenta jamais pensei alcançar: será que a carcaça agüenta uns outros mais a chegar? 19 Para nos meter o malho, como se fosse inimigo, Deus inventou o trabalho, deu-nos sogra por castigo! 20 Praia… Sentado na areia, sem nuvens de tempestade, enquanto a mente vagueia alguém chora de saudade! 21 Quando a mãe beija seu filho - tesouro herdado de Deus! quanto fulgor! Quanto brilho se espelha nos olhos seus!

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 26

22 Quão tola a galanteria que, em bailes, a multidão exibe, falsa alegria que não tem no coração! 23 Sendo unidos, todos nós, podemos salvar o mundo. Vamos juntar-nos e, após, nenhum prazer mais profundo! 24 Ser feliz é ser poeta; mais feliz, só trovador: ambos, sendo um só esteta, dizem tudo com amor! 25 Sofrem tantos na agonia do delírio, dito "amor"; isso tudo acaba um dia, faz frio após o calor...

26 Tantos anos, e eu daqui, cuidei da vida lá fora; fiquei moço, envelheci... - Mas estou voltando agora! 27 Temperança é sobriedade, em tudo, moderação; não usar à saciedade o pouco que tem na mão. 28 Trovador! Que trova fazes? – Amigo, nem sei dizer! Com ela, já fiz as pazes, casados até morrer! 29 Uma placa numa estrada deseja felicidade. Mas, não sendo respeitada, vem a morte… a eternidade…

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Jessé Nascimento

1 A formiga, na labuta, nos dá profunda lição; não se curva ao peso e à luta, vive em perfeita união.

2 Ah, relógio, meu amigo, teus ponteiros, como correm! O tempo voa contigo e com ele os sonhos morrem... 3 Após tantos desenganos e conselhos não ouvidos, chego ao final dos meus anos sem ter meus dias vividos. 4 “Aproveite a promoção”, na loja, a faixa dizia; aproveitou-a o ladrão, num cochilo do vigia. 5 À sombra dos arvoredos, dos meus sonhos de criança, na rua dos meus folguedos havia a placa: Esperança.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 28

6 Com meus sonhos mais singelos, embalados na esperança, venho erguendo meus castelos desde os tempos de criança. 7 Com respeito e amor, de fato, um mundo melhor se faz; e simbolizando o ato: – a pomba branca da paz. 8 Corres tanto, mocidade, és pela vida levada: – amanhã, serás saudade, serás velhice, mais nada. 9 Curtindo muita amargura, trancado na solidão, anônimo, sou figura no meio da multidão.

10 Da infância alegre e sadia guardo uma eterna lembrança. “Meu Deus, oh, quanto queria ser novamente criança." 11 Dos meus sonhos de criança e dos folguedos, saudade! E na rua da lembrança, a placa: – Felicidade! 12 Em seu pensamento insano, vindo a tudo destruir, como pode o ser humano a arara azul extinguir? 13 Extraí toda a beleza de uma vida bem vivida; e a velhice, com certeza, vai adiando a partida...

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 29

14 Galgo nuvens montanhosas, sou na vida um alpinista; mesmo em trilhas perigosas, busco os sonhos da conquista. 15 Não adormeças teus sonhos, não os esqueças, jamais; os dias são mais risonhos pra aqueles que sonham mais. 16 Não censuro o teu pecado, não me censures também; de vidro é o nosso telhado, pecados... quem não os têm? 17 Não há glória, com certeza, nem desafio maior, que a conquista da riqueza com trabalho e com suor.

18 Não viva em sonhos somente, mas com todo o seu ardor, viva mais intensamente os seus momentos de amor. 19 Navego em ondas serenas ou mar às vezes cruel; consciente, sou apenas um barquinho de papel. 20 Nesta vida, de passagem sem morada permanente, numa tão breve viagem, sou um turista somente. 21 Noite bela e enluarada, vejo-me em sonho bonito, numa tênue caminhada rumando para o infinito.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 30

22 No meu sonho mais profundo, em pensamentos imerso, eu fui além do meu mundo, viajei pelo universo. 23 No silêncio dos meus dias, alheio a tudo e à razão, eu vivo as noites vazias abraçado à solidão... 24 Num cenário colorido, cheio de encanto e alegria, a vida tem mais sentido: – a primavera extasia! 25 O céu de nuvens ornado, as ondas vêm e se vão; na areia, um carro isolado: – o mar...dois jovens...paixão...

26 Pôr do sol... em frente ao mar, na rede os jovens, sentados, num cenário singular, trocam segredos e agrados. 27 Pressuroso em meu afã de projetar minha ação, sempre esqueço: é o amanhã ponto de interrogação. 28 Sempre fui um sonhador, sonhos...por que não os ter? Vivo meus sonhos de amor porque sonhar é viver. 29 Ser solteiro é livre estar, jamais me vejo casado; para subir ao altar, só vou mesmo acorrentado...

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Ana Maria Motta

1 Adeus - expressão ingrata que a vida um dia inventou, e a gente, na mesma data, sem querer, patenteou !

2 Agonia é ver teus passos numa pressa que alucina, e saber que, noutros braços, a tua pressa termina ! 3 Ao ver um índio passar com seu cocar grandalhão, pôs-se o pirralho a gritar: - Olha, mãe... Que petecão! 4 A viúva, irreverente, contava tanta piada, que o “defunto” de repente gritou bem alto: – CALADA! 5 Calçada do meu recanto, se eu voltar a te pisar, a saudade pesa tanto que é capaz de te quebrar.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 32

6 Com um ciúme tremendo, o galo teve um desmaio, porque a franga anda sofrendo de bico-de-papagaio. 7 Confusa ficou Talita ao perguntar ao filhinho: – “Você sabe o que é tablita?” E ele: – “É a mãe do tablitinho!” 8 Coração - Casa em ruínas, onde a espera se instalou, e o adeus rasgou as cortinas que a saudade costurou! 9 Da tua ausência estou farta (ensaio a mensagem breve)... meu coração dita a carta, mas o orgulho não escreve!

10 Dentro do armário, um gemido eriçou tudo que é pelo... Era um "fantasma" escondido que batera o cotovelo! 11 De cama encontrei Maria com Dengue. Como é que pode? Até hoje eu não sabia que Dengue usava bigode!… 12 De saudades andam fartas as cartas que estou mandando, não cabe nas mesmas cartas o amor que está te esperando. 13 Entre um suspiro e um lamento é constante o meu sofrer, pois morro a cada momento, com medo de te perder.

O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 33

14 É tão "fraco" o Xavier, que ao chegar embriagado, explicou para a mulher: - foi trânsito "engarrafado"!... 15 É tão roxa por novela, a mulher do Serafim, que, se alguém chama por ela ela responde: - Plim-plim ! 16 É um poema à tarde breve que agoniza em meu quintal: – o teu jeans toca, de leve, meu vestido no varal. 17 - Eu gostaria de ver um fantasma - a sogra fala. E o genro, sem se conter: - Tem espelho ali na sala!

18 Fica um só momento ainda! Não importam teus deslizes: – afinal, é sempre linda toda mentira que dizes. 19 Meus pecados reconheço, meu São Francisco bendito: – não me dês o que mereço, mas sim o que necessito… 20 Modista das estações, num traje verde-hortelã, a flora prega botões no vestido da manhã! 21 Não há vidas sem amores... Noite não há sem o dia... nem arco-íris sem cores... nem Friburgo sem poesia.

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22 Na porta o trinco a girar... No peito, um sino em repique... Não basta você chegar; Deus queira que você fique! 23 Nas quedas, não desistir Ter esperança. . . Tentar!. - O pior não é cair, mas não querer levantar! 24 O papagaio do Andrada capricha no palavrão, sempre que vê a empregada pondo "louro' no feijão! 25 O suspiro está perfeito, mas é tão pequenininho que deve ter sido feito com ovos...de passarinho!

26 Planejo a carta e o maldoso orgulho logo desponta E caneta de orgulhoso não tem tinta e não tem ponta! 27 Por capricho ou por maldade, partiste... Não vais voltar... E o que faço da saudade que ficou no teu lugar? 28 Pra barata foi bem chato descobrir que a baratinha anda curtindo um barato pelos cantos da cozinha! 29 Vendo a caipira agitada - "É carma" explica o guru. E o caipira: – "É carma nada; É nervosa pra chuchu !...”

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Waldir Neves 1924 - 2007

1 A cortina da janela… A cama… Tudo tal qual… — Só que o cenário, sem ela, nunca mais vai ser igual…

2 A espontânea palavrada, que acompanha um tropeção, faz bem crer que uma topada seja a mãe do palavrão. 3 A saudade, em horas mortas, sem ver que o tempo passou, teima em abrir velhas portas que há muito a vida fechou… 4 Cai a noite… Seu negrume, mercê de um mistério estranho, faz de um ínfimo perfume um lamento sem tamanho… 5 Circo novo na cidade! - No poleiro, a dar risada, olhem lá minha saudade no meio da garotada!

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6 Doente, a velha cegonha recusa trabalhos duros, e pra não passar vergonha só carrega … prematuros. 7 Flagrado, na contramão, no quarto da serviçal, o vivaldino patrão fingiu “confusão mental” 8 Maduro ao sol outonal, pela brisa acariciado, freme, ondulante, o trigal, num desvario dourado !… 9 Mais vibrantes, mais risonhos a palpitar de inquietude, diferem dos outros sonhos os sonhos da juventude!

10 Meus braços estão vazios, meus desejos transbordando, meus pensamentos vadios no quarto te procurando. 11 Motel chique… Olha o marido!!! E a confusão foi tão feia, que blusa virou vestido, e sutiã virou meia. 12 Na casa do casal velho, a confusão é total: – lê-se o jornal no Evangelho; e o evangelho, no jornal. 13 Neste abandono sofrido, sou mais um, que, por vaidade, deixou que o orgulho, ferido, matasse a felicidade…

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14 No apogeu do seu ardor, tão ternamente se exprime, que chamamos nosso amor o “desvario sublime”. 15 Nos abismos do mistério, onde a razão perde a voz, talvez o desvão mais sério se oculte dentro de nós… 16 O abismo maior que existe, o mais fundo que já vi, é aquele que um homem triste carrega dentro de si… 17 O golpe da despedida foi tão rápido e tão fundo, que fracionou minha vida numa fração de segundo…

18 O ladrão, envergonhado, diz : – “Doutor, vim me entregar: o roubo era tão pesado que eu não pude carregar…” 19 O mendigo da calçada, a quem a mágoa não poupa, talvez tenha esfarrapada bem mais a alma que a roupa. 20 O vento leva a amizade, leva o amor, o riso e os ais, só não carrega a saudade, - acha pesada demais! 21 Perguntou-me, à despedida: – Quem sabe é melhor assim?… E uma lágrima incontida deu-lhe a resposta por mim!…

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22 Por topadas em excesso - um tormento em seu caminho – o dedão abriu processo contra os olhos do ceguinho. 23 Provocador e brigão, o General de Brigada, sempre que arma confusão, ela é… generalizada. 24 Quando a vida, qual verdugo, me trespassa de agonias, minhas lágrimas enxugo num lenço de Ave-Marias… 25 Que momento abençoado e que gesto redentor, quando o orgulho, derrotado, cai, humilde, aos pés do amor !…

26 Que estranho mistério existe no lamento da viola: - queixume que me faz triste; - tristeza que me consola!… 27 Quisera que Deus me desse, acima de qualquer bem, um orgulho que pusesse bem abaixo o teu desdém. 28 Saudade é gota caída, é pranto que ninguém vê: – É uma lágrima sentida que leva sempre a você. … 29 Saudade!…Foto em pedaços, que eu colei, com mão tremida, tentando compor os traços de quem rasgou minha vida!

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30 Saudoso dos braços dela, voltei, contrito e humilhado. - Quando a saudade martela, qualquer orgulho é quebrado!… 31 Tal fascínio lhe desperta o mistério das estrelas, que, às vezes, de mim liberta, minh’alma vai percorrê-las. 32 Terminamos… e ela pensa que será logo esquecida. O que ganhou foi presença para sempre, em minha vida! 33 Uma das mágoas, apenas, que à minh’alma são pesadas… faria leves as penas até das almas penadas…

34 “Um prodígio o seu arranco, a dois metros da chegada!” E o vencedor, meio manco: – “prodígio foi a topada…” 35 Velho par, na academia, é ímpar na confusão: -foi de sunga à confraria e à praia foi de fardão! 36 Velho cultor de utopias e de ambições sobranceiras, sonho ver, ainda em meus dias, um mundo igual, sem fronteiras! 37 Vista seda ou popeline, seja Amélia ou seja Inês, toda mulher se define no dia em que diz: – “Talvez!…”

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NOTA As trovas foram obtidas em livros, boletin s de trovas, jornais, trovas enviadas pelos trovadores e em alguns sites, como www.falandodetrova.com , www.poesiasemtrovas.blogspot.com.br , www.singrandohorizontes.blogspot.com.br Biblioteca J. G. de Araújo Jorge, as Mensagens Poéticas enviadas pelo falecido trovador potiguar Ademar Macedo, etc. Montagem da Capa da Revista sobre imagem obtida na internet, não foi encontrada a autoria. Caso perceba uma trova errada, seja por razões várias, por favor, enre em contato com [email protected], para que possamos corrigir a tempo ou fazer uma errata no próximo número. Esta revista não pode ser comercializada em hipótese alguma, sem autorização de seus autores ou representantes legais. Pode ser copiado, desde que se coloque o autor das trovas, caso contrário pode ser caracterizado como crime e ser enquadrado nas sanções legais. Respeite os direitos do autor. O Encanto das Trovas . . . Tomo VI – vol. 2 – Estado do Rio de Janeiro........ Página | 41

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