Alternativas de aparelhos para determinação das alturas (albúmen e gema) de ovos de poedeiras comerciais

Alternativas de aparelhos para determinação das alturas (albúmen e gema) de ovos de poedeiras comerciais Rodolfo Machado Domingues1, Antonio Carlos de Laurentiz2, Edivaldo Antônio Garcia3, Andréa de Britto Molino4, Caio César dos Ouros5, Fabiano Almeida Neves1 1

Alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Animal – Unesp Dracena/Ilha Solteira, SP Docente do Departamento de Biologia e Zootecnia – Unesp Campus de Ilha Solteira, SP 3 Docente do Departamento de Produção Animal FMVZ – Unesp Campus de Botucatu, SP 4 Pós Doutoranda do Departamento de Nutrição e Produção Animal - FMVZ – USP Campus de Pirassununga, SP 5 Aluno do curso de Zootecnia – Unesp Campus de Ilha Solteira, SP 2

XII Congresso APA - Produção e Comercialização de Ovos - 2014

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Material e Métodos As medidas das alturas de albúmen e da gema foram realizadas por cinco avaliadores (para isolar o efeito do indivíduo ao manipular cada equipamento), mensurando a altura do albúmen denso e da gema de cada ovo, utilizando três equipamentos, distribuídos assim em um delineamento inteiramente casualizados em esquema fatorial 5x3 (cinco avaliadores x três equipamentos) totalizando 15 tratamentos com 20 ovos cada, cada ovo foi considerado uma repetição. Os equipamentos utilizados para determinar a altura do albúmen e da gema em milímetros (mm) foram assim denominados: Equipamento 1 – micrômetro Ames S-6428, com relógio mecânico analógico para leitura, com precisão de 0,01 mm; Equipamento 2 – adaptação de um paquímetro digital 0 – 150 mm (Digimess®) com precisão de 0,01 mm, sendo esse fixado sobre um tripé de forma a evitar movimentação do aparelho durante a leitura e Equipamento 3 – adaptação de um micrômetro digital 0 – 25 mm (Digimess®) com precisão de 0,001 mm, sendo esse fixado sobre um tripé para evitar movimentação do aparelho durante a leitura. Esses equipamentos foram adaptados por professores da UNESP, sendo esses do Departamento de Produção Animal – Botucatu e Departamento de Biologia e Zootecnia – Ilha Solteira. Para realizar as medidas os ovos foram quebrados sobre uma superfície plana de vidro, sendo que para cada ovo quebrado foi feita uma marcação nesta superfície para que as medidas fossem efetuadas por todos os avaliadores com os três equipamentos sempre no mesmo lugar. As leituras

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Introdução O setor produtivo brasileiro de ovos tem apresentado, nos últimos anos, significativas taxas de crescimento o que tem contribuído para o sucesso do agronegócio no país e para a ascensão das exportações do setor. A conquista do mercado internacional vem lastreada por crescentes exigências na nutrição, manejo e medidas de controle sanitárias por parte dos produtores. A redução da qualidade interna dos ovos está associada principalmente à perda de água e de dióxido de carbono, durante o período de estocagem, e é proporcional à elevação da temperatura do ambiente (AUSTIC & NESHEIM, 1990; CRUZ & MOTA, 1996). A medição da altura do albume, quando o ovo é quebrado em uma superfície lisa, permite determinar a qualidade deste, pois à medida que ele envelhece a proporção de albumina líquida aumenta em detrimento da densa. A perda de gás carbônico resulta em uma alteração no sabor do ovo em decorrência do aumento da alcalinidade, além das inúmeras reações químicas que ocorrem no seu interior, envolvendo o ácido carbônico (H2CO3,) (MORENG & AVENS, 1990). Assim, ovos frescos e com qualidade apresentam pH neutro e clara límpida, transparente, consistente, densa e alta, com pequena porção mais fluida (MURAKAMI et al., 1994). Vários são os métodos para determinar a qualidade interna dos ovos, como a medida da altura do albumen, peso do albumen e da gema, diâmetro da gema e outros, entretanto, o mais usual é a Unidade Haugh (UH) que leva em consideração a altura do albumen e o peso do ovo. Na literatura há descrição da construção de micrômetros mecânicos (Brant 1951) e eletrônicos (BUCKLEY & REID, 1971). Nos mecânicos, tem-se a dificuldade em detectar com exatidão e rapidez a altura em que a ponta de prova do instrumento toca a clara. Nos eletrônicos (digitais), não há esse problema, uma vez que é possível colocar um sensor para reter a leitura quando a ponta do instrumento tocar a superfície da clara, não importando se a perfurou ou não. Outra vantagem dos digitais é que os dados podem ser transferidos diretamente para um microcomputador, o que pode aumentar o número de análises por tempo, além de reduzir os erros atribuídos ao operador, porém esses micrômetros eletrônicos apresentam um elevado custo para obter esses aparelhos. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência de três tipos de aparelhos na mensuração da altura do albúmen, manipulados por diferentes avaliadores.

das alturas de albúmen e da gema foram realizadas utilizando os três tipos de equipamentos manuseados consecutivamente por cinco avaliadores. O efeito avaliador, a eficiência de cada equipamento e o tempo gasto em segundos para cada avaliador realizar a leitura também foram mensurados. Baseado no valor da altura do albúmen, foi determinada a Unidade Haugh, que foi calculada a partir do peso do ovo em gramas (P) e altura do albume em milímetros (A) através da fórmula UH = 100.log(A – 1,7P0,37 + 7,6) (HAUGH, 1937; BRANT et al., 1951). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e quando apresentaram diferenças significativas as médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Resultados e Discussão As médias dos tratamentos para as características de qualidade interna dos ovos, altura de gema – AG (mm), altura de albúmen – AA (mm), unidade Haugh (UH) e tempo – T (segundos), para os diferentes equipamentos E1 - Ames S-6428, E2 – adaptado paquímetro e E3 – adaptado micrometro para os diferentes avaliadores, encontram-se na Tabela 1. Tabela 1 Altura de gema (AG), altura de albúmen (AA) e unidade Haugh (UH) de ovos de poedeiras comerciais e tempo de realização de leitura (T), utilizando três tipos de equipamentos manipulados por cinco avaliadores. Parâmetros avaliados AG (mm) AA (mm) UH T (segundos) Efeito Aparelho Ames S-6428 E1 17,35 5,90 72,16 32,19 Adap. paquímetro E2 17,12 5,69 70,69 19,78 Adap. micrometro E3 17,55 6,12 73,68 55,48 Efeito Avaliador A 17.68 A 6,04 73,32 40,20 B 17.25 AB 5,98 72,47 31,82 C 17.60 AB 5,96 72,61 34,96 D 17.41 A 6,01 72,68 35,65 E 16.76 B 5,54 69,80 36,45 Interação Apar x Aval NS NS NS * CV (%) 7,57 31,93 20,50 19,96 Desdobramento da interação Apar x Aval para o parâmetro Tempo (s) Aparelho Avaliador A B C D E Ames S-6428 E1 38,66 B b 26,98 B a 32,81 B ab 30,37 B a 32,15 B a Adap. paquímetro E2 24,03 A b 21,39 A ab 17,22 A a 17,31 A a 18,94 A ab Adap. micrometro E3 57,91 C b 47,10 C a 54,85 C b 59,27 C b 58,24 C b Na coluna, médias seguidas de letras maiúsculas e na linha médias seguidas de letras minúsculas, diferentes diferem entre si pelo teste de Tukey (P