ANAIS SEBRAMUS 18 11 2015 Olga Susana Costa Coito e Araujo

May 28, 2017 | Autor: Susana Costa Araujo | Categoria: Audience and Reception Studies, Aging, Museology, Elderly
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ARAUJO, Olga Susana Costa C.. Os idosos como público de museus In: SEBRAMUS – Seminário Brasileiro de Museologia. Recife:2015.

OS IDOSOS COMO PÚBLICO DE MUSEUS

Olga Susana Costa Coito e Araujo 1

Resumo: A análise de abordagens museológicas com enfoque nos idosos é ponto de partida da pesquisa em desenvolvimento que tem como contextualização o aumento do número de cidadãos com 60 e mais anos no Brasil e a tendência do aumento da esperança de vida ao nível mundial. O desenvolvimento de políticas sócio culturais para este grupo, tem coincidido com a expansão de públicos de museus e o reforço da função social da museologia. Pretende-se entender como a comunicação museológica lida com o potencial público idoso e com o processo de envelhecimento. De que modo as instituições museológicas se relacionam com um grupo tão diverso explorando os princípios teórico metodológicos, e na práxis museográfica de que maneira as relações ocorrem. Reflexões interdisciplinares procuram subsídios na gerontologia (trabalhando conceitos como envelhecimento ativo, promoção de atividades avançadas da vida diária, participação sócio cultural) na educação (por meio de estudos de educação de adultos e aprendizado a longo da vida) e na comunicação (conceituando o museu como meio de comunicação e defendendo modelos participativos). Os setores de educação são aqueles que têm desenvolvido ações ou projetos experimentais com este público, porém pode-se entender melhor as relações e desenvolver um comprometimento maior, através de estudos de recepção, tendo em conta desafios e oportunidades, defendendo a participação e tendo consideração um idoso em transformação. Palavra-chaves: Idoso; Museologia; Envelhecimento; Estudos de Recepção Abstract: The analysis of museological approaches focusing on elderly is the starting point

of the research in development contextualized by the growing number of citizens aged 60 and over in Brazil and the trend of increasing longevity worldwide. The development of socio-cultural policies for this group has coincided with the expansion of visitors in museums and strengthening the social function of museology. The aim is to understand the museum communication with the elderly audience and the aging process. How museums relate to such a diverse group exploring the methodological and theoretical principles and how in practice the relations occur. Interdisciplinary reflections seek subsidies from gerontology (working concepts such as active and successful aging, promotion of advanced activities of daily living, social and cultural participation) from education (through adult education studies and lifelong learning) and communication (conceptualizing the museum as a mean of communication and advocating participatory models). The education sectors are those that have developed experimental actions with seniors. So, a better understand and develop of a bigger commitment, can be developed 1

Mestranda em Museologia, no Programa Pós Graduação Interunidades em Museologia da Universidade de São Paulo - USP, E-mail para contato: [email protected]

through reception studies. The challenges and opportunities need to be analyzed for elderly and their culture to build approaches thinking the diversity, transformation and participation in a successful way. Keywords: Elderly; Museology; Aging; Reception studies. Entender as abordagens museológicas destinadas aos idosos como público de instituições museológicas será a reflexão de partida deste artigo. A comunicação museal como uma possibilidade de lidar com o envelhecimento bem-sucedido da população remete para o modo como a museologia tem enquadrado a sua função social com este público. O aumento do número de cidadãos com 60 e mais anos no Brasil acompanhando a tendência de envelhecimento da população mundial e aumento da longevidade são aspetos que fazem parte da contextualização do estudo que se faz pertinente por existirem poucas pesquisas com este objeto dentro dos estudos académicos, em especial na museologia brasileira. A experimentação de ações educativas no âmbito da museologia e o relacionamento com o público idoso faz parte das estratégias de democratização dos museus, das diretrizes nacionais e internacionais da área museológica, mas também das políticas culturais e sociais para promover a inclusão dos cidadãos num processo mais complexo que é designado de cidadania. A reflexão sobre os idosos como público passa por uma análise olhando-os numa dinâmica de grupo e como indivíduos recolhendo subsídios da gerontologia, que podem ajudar a caracterizá-los e a entendê-los. As terminologias: velho, idoso, sênior, velhice, terceira idade, melhor idade, envelhecimento ativo ou bem-sucedido, atividades da vida diária, lazer, tempo de ócio, autonomia e participação entraram em reflexão com conhecimentos interdisciplinares da gerontologia. A pesquisa bibliográfica museológica direcionou-se para conceitos como: expansão de públicos em museu, estudos culturais, estudos de público e recepção, comunicação museal, museografia, educação, participação e mudança social. Partindo da recolha de dados empíricos em campo e da pesquisa de referências pretende-se: coletar propostas museológicas já realizadas, em prática, ou pensadas para o futuro, no Brasil e no estrangeiro; caracterizar o idoso com que os museus se propõem trabalhar e registrar dificuldades e desafios referidos para reflexão na construção de programas. A metodologia de pesquisa assenta na recolha de dados de ações ou programas, bem como missões e planos museológicos de instituições, desenvolvendose no locus a aplicação de entrevistas ao público interno de duas instituições museológicas no interior do estado de São Paulo: o Museu Republicano “Convenção de Itu e o Museu da Energia – núcleo de Itu. Focando neste modo na produção de enunciados, a pesquisa defende porém a necessidade de olhar tanto os enunciadores como enunciatários da museografia. A análise qualitativa dos dados o e apuramento de categorias no estudo visam propor uma reflexão para a construção de uma proposta conceitual para a recepção dos idosos visando as suas potencialidades, tendo em conta a sua cultura dentro da ideia de diversidade, defendendo a participação e tendo consideração um idoso em transformação.

Promovendo-se a sua interação sócio cultural e manutenção de atividades avançadas da vida diária, o território e o patrimônio utilizam-se como meio de criação, aprendizagem e lazer, apoiando estratégias de saúde e de bem estar acreditando-se que idosos e museus serão bem sucedidos.

QUEM É O IDOSO DENTRO DO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO Precisamos reinventar as premissas da velhice A sociedade precisa quebrar estereótipos e desenvolver novos modelos de envelhecimento para o século XXI. Comunidades, locais de trabalho e sociedade beneficiarão desde que se encoraje a participação ativa e visível das pessoas mais velhas (OMS,2014, tradução nossa).

O envelhecimento bem sucedido, surge “como uma meta pessoal continuamente modificada no curso da vida” subjetivamente pode estar ligado a “fatores autonomia, bem-estar psicológico, estratégias de enfrentamento”, e a noção “das possibilidades de adaptação às mudanças advindas do envelhecimento e condições associadas”, nas dimensões física, cognitiva e social dos indivíduos e como grupo (TEIXEIRA e NERI, 2008, p.83-84-91). Entender museus bem sucedidos remete para efetivação de relações que as instituições podem estabelecer na vertente da sua função social trabalhando com o grupo de cidadãos com 60 e mais anos. Mas que grupo é este? No mundo existem aproximadamente 868 milhões de pessoas com mais de 60 anos, no entanto estima-se que em 2050 sejam cerca de 2 bilhões. Em 2047 prevê-se que pela primeira vez na humanidade, os adultos com 60 anos e mais superam em número as crianças com menos de 16 anos (AGE INTERNATIONAL, p.6).

Gráfico 1 - População com idade dos 0-4,0-14 e com idade superior a 60, 1950-2050 (AGE…, 2014, p.19).

Vive-se hoje com aumento da esperança de vida, a diminuição da mortalidade em adultos, tal como ocorreu na mortalidade infantil, e a diminuição da taxa de fertilidade tendo como consequência famílias menos numerosas.

O que celebrar? Vive-se cada vez mais tempo e criam-se novas possibilidades e oportunidades dentro do processo de envelhecimento da população mas, precisamse encaram os desafios que advêm deste novo quadro demográfico. Longe do “silêncio” que Simone Beauvoir quis quebrar nos anos 70 do século XX, hoje vários campos juntam-se para refletir os processos de envelhecimento dentro de uma perspectiva biológica e cultural (1990, p.8). A autora de “A velhice” foi pioneira numa época em que o social toma a dianteira em vários campos, nomeadamente na museologia (Conferência de Santiago do Chile, 1972), Beauvoir refere que a sociedade parece impedir-nos de ver nos velhos os nossos semelhantes. Paremos de trapacear; o sentido de nossa vida está em questão no futuro que nos espera; não sabemos quem somos se ignorarmos quem seremos: aquele velho, aquela velha, reconheçamonos neles. Isso é necessário se quisermos assumir em sua totalidade nossa condição humana (1990, p.12).

Quando se passa a ser idoso? Que conceito de velhice ou processo de envelhecimento é esse? O processo de envelhecimento é visto através de várias dimensões (...) velhice é uma categoria socialmente produzida. Faz-se, assim, uma distinção entre um fato universal e natural– o ciclo biológico, do ser humano e de boa parte das espécies naturais, que envolve o nascimento, o crescimento e a morte – e um fato social e histórico que é a variabilidade das formas pelas quais o envelhecimento é concebido e vivido (DEBERT,1998, p.8).

A diversidade de representações da velhice, ocorre porque ela é produzida socialmente e agrega a própria posição dos velhos na esfera social. O tratamento que lhes é dado pelos outros ganha significados particulares em contextos históricos, sociais e culturais diferentes como acontece em outras etapas da vida. (DEBERT, 2006, p.50) A categorização da idade não vem da natureza, os grupos humanos tendem a criar as suas grelhas, por isso os conceitos ligados a categorias de idades, se tornam diversos para explicar as fases da vida, remetendo para a construção que se baseia numa dimensão histórica e antropológica. Referente ao grupo idoso fala-se em (...) mudanças na estrutura de emprego levaram a uma ampliação das camadas médias assalariadas e a novas expectativas em relação à aposentadoria, que - englobando um contingente cada vez mais jovem da população - deixou de ser um marco na passagem para a velhice, uma forma de garantir a subsistência daqueles que, por causa da idade, não estão mais em condições de realizar um trabalho produtivo (DEBERT, 2010, p.56).

Apesar de adotada a terminologia “idoso” no artigo, a profusão de termos utilizados para a caracterização do grupo na literatura, levanta alguns questionamentos como os termos que o próprio grupo aceita melhor, como elemento integrador e de auto referência. O idoso é velho ou sênior? Faz parte da terceira idade ou da melhor idade? A nível das atividades aplicadas o termo sênior é mais utilizado em países refletindo o acumulado de experiências pelo cidadão, tendo a sua matriz na literatura inglesa.

A terceira idade é uma terminologia que se fortalece a partir dos anos setenta e baseia-se na ideia de grupo de aposentados, antes de chegar verdadeiramente à velhice, uma etapa da vida entre a velhice e a idade adulta, toda esta construção vem em processo e mostra uma “proliferação de etapas intermediarias de envelhecimento”, quando este foi encarado como problema social, e não como uma mudança objetiva. Uma configuração nova de “modos de gestão da velhice” surge com novas terminologias: “aposentados ativos”, pessoas de “meia idade”, e surgem com a ampliação das camadas médias de assalariados (DEBERT, 2004, p.18).

No Brasil a gerontologia assume o termo idoso e defende a não utilização de eufemismos com risco de se mascarar preconceitos (NERI, 2007) mas a proliferação de termos pode advir quando certas áreas tendem a aproximar-se dos termos comumente usados ou refletem um modo de lidar com o heterogêneo deste grupo. O estereótipo do idoso marginalizado e vulnerável contrapõe-se ao idoso ativo, capaz de realizar projetos abandonados na vida adulta, e novos elementos são adicionados aos seus estilos de vida como possibilidade de formas de lazer, desde a manutenção corporal e esportes, à indústria de turismo e cultura. Principalmente nas sociedades ditas ocidentais este envelhecimento é visto como positivo e cria um mercado de consumo. Recentes transformações econômico sociais vêm adicionar mais cenários possíveis: na procura de rendimentos os cidadãos trabalham até mais tarde como ocorre em países chamados de subdesenvolvidos em que as classes de adultos emigram, ou são atingidas em larga escala por doenças, sendo estes sujeitos elementos fundamentais de suporte familiar; mesmo em países ditos desenvolvidos começa-se a estender o período de idade ativa, no sentido dos governos tentarem a sustentabilidade do sistema de aposentadoria ou previdência. A diversidade deste grupo é imensa e deve ser refletida, o olhar antropológico pode dar conta desta dimensão, nenhuma teoria universal a poderia entender, este idoso diverso em transformação e de vivência plural é contraditório e enigmático, (KATZ,1996, p.1) as culturas tanto tratam os seus velhos como protagonista sociais como os ostracizam e abandonam, conforme Simone de Beauvoir descreve no seu livro de 1970. Stephen Katz, autor referenciado na gerontologia crítica, defende que o discurso gerontológico emerge em recomendações políticas, estratégias de serviços de saúde e estudos tecnológicos e demográficos, mas, critica o campo de conhecimento gerado por não chegar na prática à grande maioria dos idosos. O que é teorizado e apurado não se desenvolve em aplicações concretas, por outro lado de modo etnocêntrico, as práticas sugeridas e testes têm um filtro universal, quando se fala de “economia da idade” (1996, p.3). Idosos são alvo da produção de áreas (como marketing, cosméticos e saúde, indústria da recreação) que podem ser benéficas, ou segundo Katz, “obscuras – mantendo-os ocupados, entretidos” e destacando que a idade mais avançada é instrumentalizada pela medicalização do corpo e governamentalização da vida. O autor posiciona-se defendendo que prefere problematizações socioculturais, do que as biogerontológicas (1996, p.9).

O “envelhecimento ativo” ou a ideia de atividade parece opor-se numa fase da vida em que a referência da instalação da doença e da ideia de finitude da vida está presente. É uma construção conceitual que remete para “o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas” é a expressão adoptada pela OMS que vem substituir o termo “envelhecimento saudável” dos anos 90 (OMS, 2005). A noção de participação está subjacente a este conceito e ao de envelhecimento “bem-sucedido”. O indivíduo ou grupo deve participar de questões sociais, políticas, culturais e económicas para assumir o seu papel na cidadania. Ligadas a um grau mais complexo de atividades sócio produtivas e de lazer, e de escolha livre, as atividades avançadas da vida diárias (AAVD), estão no topo da hierarquia das atividades cotidianas com melhores níveis de requisição funcional e cognitiva (DIAS, 2014). Não se enquadram em necessidades de sobrevivência e passam muitas vezes por: prática de esportes ou diferentes atividades físicas que nunca fizeram, passeios ou viagens, atividades de passatempo, ou produção fora da estrutura laboral, participação em grupos religiosos ou sociais organizados, outras atividades de voluntariado ou culturais. Com as atividades sócio culturais estabelecem-se sentimentos de pertencimento e de lembrança como ferramentas que promoverão a própria identidade social que se reconstrói em processo mas que é um (...) importante fator de estimulação cognitiva, com acionamento de processos internos complexos de processamento cognitivo, necessários à sua execução, bem como do envolvimento da rica oferta de estímulos cognitivos, emocionais físicos e sociais (DE VRIENDT et al 2012, DE VRIENDT et al,2013 apud DIAS,2014, p.41).

Estudos gerontológicos referem que papeis sociais ativos e a solicitação de atividades cognitivas, ou seja, com estímulos cerebrais “levam à criação de reservas em caso de evolução de neurodegeneração” (OMS, 2012 apud DIAS, 2014, p.24) são benéficas no processo de envelhecimento. As alterações fisiológicas que ocorrem no processo de envelhecimento podem levar ao comprometimento cognitivo leve porém podem também desenvolver síndrome demencial, em maior número nos cidadãos mais velhos dentro da classe de idosos alguns designados como anciãos ou designados na quarta e quinta idade. A aposta na prevenção permite evitar ou protelar o aparecimento de comprometimentos funcionais, deste modo as políticas públicas direcionadas ao envelhecimento devem contemplar maior participação social para a manutenção da qualidade de vida para os cidadãos com mais de 60 anos (DIAS, p.31), refira-se que na América Latina 65% do idosos com mais de 90 anos sofrem de demência (OMS, 2012 apud DIAS, 2014). As normativas e diretrizes são muitas vezes desconhecidas e a sua aplicabilidade esbarra muitas vezes com desafios atitudinais mas também físicos e econômicos. O desenvolvimento de atividades sócio culturais é uma reflexão que a pesquisa de mestrado pretende destacar no âmbito das instituições museológicas e no seu potencial para recepção do público idoso.

A MUSEOLOGIA E OS IDOSOS COMO PÚBLICO Tradicionalmente os museus refugiavam-se de controvérsia e debates, hoje não pode ser assim, o museu é um monte de coisas diferentes para um monte de pessoas diferentes, contar histórias relevantes para as pessoas que emocionem através das coleções. Trabalhar com o público não será fazer tudo o que as pessoas querem, será assumir a responsabilidade de tomar decisões, depois de descobrir o que se passa no mundo real das pessoas, ser um bom ouvinte e tocar as pessoas (FLEMMING, 2015, p. 1-2, tradução nossa)

O museu teoricamente desenvolve a sua função social a partir das metodologias de trabalho com as suas “coleções”, a Museums Association do Reino Unido define que “os museus permitem às pessoas explorar coleções para se inspirarem, aprenderem e divertirem-se. São instituições que colecionam, salvaguardam e tornam acessíveis objetos e espécimes, que gerem em nome da sociedade”.2 Para o grupo de idosos, tal como para outros grupos, as abordagens museológicas tanto podem ser inclusivas como representar a exclusão de indivíduos, mesmo que o seu objetivo teórico conceitual seja integral. Recuperando o conceito de museologia real e museologia sonhada de Waldisa Rússio Guarnieri, pretende-se com esta pesquisa refletir como é possível estreitar estas dimensões analisando mecanismos tanto teórico-metodológicos como práticos produzidos, para “um fazer museal inclusivo e democrático” assente nos princípios da salvaguarda (através das tarefas de conservação e documentação) e da comunicação (por meio das exposições e ação educativa) tendo como parâmetros elementares a pesquisa e preservação (BRUNO, 2006, p.2 e 7). As relações diversas nas abordagens comunicacionais e sociais, são desafios que se relacionam com a proposta do estudo em desenvolvimento. Manuelina Duarte Cândido define aspetos da mudança do pensamento museológico com um recorte de (…) reavaliação do objeto de estudo da Museologia e do foco de atuação dos museus deslocou-se entre a coleção e as relações do homem com o seu patrimônio. Grandes alterações também se fizeram sentir na relação museu-público e, especialmente na redefinição de seu papel social (2003, p.45, grifo da autora).

A socialização do conhecimento museológico e a ideia de dessacralização dos museus conforme é referida por Heloisa Barbuy (1995, p.209) remete para uma ação transformadora desta relação. Considerando o museu como o território onde está inserido, posicionando-se ao serviço da sociedade e não só de especialistas e “amadores” assim Hugues de Varine defende que se precisa encontrar “um conjunto de soluções provenientes de uma observação e de uma escuta das comunidades do entorno“ (2008, p.15). A museologia na sua vertente social mas, também experimental tem uma potencialidade a desenvolver abordagens sócio culturais tanto com idosos da proximidade, como com idosos originários da expansão do turismo e da cultura de lazer (que ocorre desde a segunda metade do século XX).

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Definição disponível em < http://www.museumsassociation.org/ethics/code-of-ethics> adotada em 1998 (tradução nossa) Acesso em: 10 jun. 2015

A EXPANSÃO DE PÚBLICOS NOS MUSEUS A museologia precisou adaptar-se e equacionar paradigmas de como lidar com o público da expansão dos sistemas educativos, do crescimento da indústria do turismo e a evolução das cidades acompanhada do êxodo rural, o surgimento de destaque de grupos sociais ou movimentos de afirmação e de público que reclama direitos de acessibilidade e acesso aos museus, simultaneamente com o desenvolvimento dos meios de comunicação. As portas abrem-se ao heterogêneo e novos museus surgem para/e com colaboração da diversidade social. A inclusão de públicos novos leva à reflexão sobre segmentação. Ulpiano Meneses defende a impossibilidade de se pensar “a sociedade” sendo necessário abranger “a possibilidade de múltiplas histórias, das múltiplas vozes: dos excluídos, das mulheres, das minorias” (2007, p.18-19) e dos idosos. O visitante passa de uma categoria de passividade para ator de uma “revolução” que ocorre desde metade do século passado, o público transforma-se na reflexão dos próprios profissionais, podendo na pós modernidade aceitar-se o público de museu como “cliente” conforme defende Stephen Weil (1997) dentro do mercado de consumo cultural produzindo-se a museografia pensando na satisfação do público e com óticas de mercado. Gabriela Aidar remete para uma noção de inclusão social nos museus analisando “mudanças mais estruturais nas organizações e relações sociais por meio de mecanismos como os de melhorias da educação” (AIDAR, 2002, p.54-55). Nos museus, a autora refere que o processo de inclusão públicos terá de conseguir a participação ampla da sociedade perseguindo a permissa de mudança social eliminando elementos excludentes, que como instituições culturais muitas vezes podem adoptar, assim terão de se posicionar como ferramentas para a inclusão social. A expansão de público ou audience development (ou desenvolvimento de públicos) confunde-se com o conceito anterior de inclusão de públicos em que se pretendem eliminar barreiras trazendo para os museus públicos que são potenciais visitantes mas, que não o são (AIDAR,2002). Trabalhar a auto estima, auto reconhecimento (TOJAL, 2008, p.116), memórias e fazer com que os cidadãos de algum modo em desvantagem (AIDAR, 2002) possam entender que os museus estão ao alcance de todos, logo que são acessíveis e que promovem a mudança sócio cultural, combatendo desigualdades e discriminações. O idoso pode sofrer uma dupla caracterização: como idoso categorizado como individuo de um processo de envelhecimento mais avançado, mas por vezes com necessidades especiais, ou adaptadas, que devem ser equacionadas devido a vivências físico, psíquico e sociais específicas. Esse idoso pode fazer parte de grupos social ou culturalmente excluídos, ou em situação de vulnerabilidade seja com enfoque econômico, de género ou de outra tipologia. A diversidade e heterogêneo do idoso pode transmitir uma sobreposição de categorias o que permite uma reflexão na prática sobre a necessidade de segmentação mas também de integração. Obrigando um posicionamento das instituições museológicas relativo às opções museográficas, recorrendo ao conhecimento dos indivíduos e grupos, mas também com a exploração do entorno e da própria estrutura da instituição.

ESTUDO DE RECEPÇÃO COMO METODOLOGIA A necessidade de construir metodologias capazes de estudar as relações entre o público e o patrimônio musealizado tem como foco promover a mudança social e tem sido um dos recortes do conhecimento museológico. Os estudos de público que já têm alguma tradição ao nível da museologia originam-se em diversas disciplinas, como por exemplo os estudos culturais, por consequência as metodologias diferem bastante quanto às técnicas de recolha de dados, fontes de pesquisa e variáveis. Estes estudos são aqueles que mais se aproximam às noções de pesquisa em recepção por isso levam-se em consideração. Os estudos de público, permitem entender as relações entre o museu e os visitantes. Com origem nos estudos culturais britânicos analisar a produção cultural originou estudos com enfoque na vertente comunicacional. A procura pela análise da recepção subsidia-se de estudos e modelos que podem ser ferramentas para a produção de conhecimento relativo às relações comunicacionais entre museu-público. Jesus Martin-Barbero refere que “Há todo um conhecimento e um saber do receptor sem o qual a produção não teria êxito (...) mas, condicionada, organizada, tocada, ou orientada pela produção” (1997,p. 56) . Este saber e conhecimento do receptor referido por Martín-Barbero é o conceito de mediações do cotidiano do receptor, que envolvem a recepção afastando-se dos meios dentro da experiência museal (1997). A relação com o museu começa anteriormente à entrada nele e prolonga-se para além da saída. Quando se (…) chega ao museu esse processo já se iniciou. Isto é comunicação e isso é participar da dinâmica cultural pois a recepção é um processo individual mas compartilhado socialmente. O processo de (re) significação parte do indivíduo-sujeito e se torna efetivamente apropriado quando gera outra significação que é compartilhada no e com o contexto social (CURY, 2004, p.8).

O processo comunicacional nos museus com o público idoso deverá ser repensado na sua diversidade assente nas várias escolhas culturais e de hábitos adotados pelo idoso e dentro de características específicas do seu processo de envelhecimento. A metodologia de pesquisa de recepção converge, no nosso entender, com o sentido dado por Falk, Jensen e Dawson, aos modelos teóricos da educação para que se aproximam do conhecimento das “significações de longo termo que o museu promove”, Falk refere que é importante avaliar e entender porque os visitantes valorizam a visita ao museu, mas salienta nas suas pesquisas recentes por que outros não as valorizam (2011, p.159) remetendo para o não visitante, mas que pode manter conceitualmente alguma relação com o museu, e por isso o designamos como público. Estas escolhas podem ser apreendidas pelo método de análise da experiência museal de Falk e Dierking, que se basea nos contextos do público visitante. Uma interação do contexto pessoal do visitante (como as suas motivações e interesses) do seu contexto social (como chega ao museu: acompanhado, só, em grupo organizado) e do contexto físico (que pode ser o espaço em que se desenvolve a experiência museal) (1997).

Seguindo um enfoque educacional, Hooper-Greenhill sustenta a necessidade de entender como os museus podem gerar aprendizagens que terão repercussões genéricas na vida dos indivíduos e consequentemente alterações e consequências a nível social, pensando na aprendizagem não imediata, mas que será desenvolvida pelos sujeitos (conceito adoptado por pensar o idoso como sujeito de construção do seu conhecimento) numa temporalidade diferenciada, daquela que ocorre a visita ao museu, mas que continuará a ocorrer enquanto ele lhe atribuir significados (2002). Esta autora defende num grupo de pesquisa no Reino Unido o modelo GLO – generic learning outcomes para entender os benefícios que se podem conquistar na interação com os museus e outras instituições culturais (RCMG, 2003). O modelo remete-nos para outcomes que podem também ocorrer em idade mais avançada que se cruzam com conceitos da gerontologia, para a conquista ou manutenção de qualidade de vida. A aprendizagem é um processo de engajamento ativo com a experiência. É o que as pessoas fazem quando querem entender o sentido do mundo. Pode envolver aumento ou aprofundamento de competências, conhecimento, compreensão, valores, sentimentos, atitudes e a capacidade de refletir. Aprendizagem eficaz leva à mudança, ao desenvolvimento e ao desejo de aprender mais (RCMG, 2003, p.9, tradução nossa).

As políticas museais orientam discussões sobre como a instituição quer ou deve agir e relaciona-se com a sociedade. Deste modo fica definido o alcance social do museu nos seus aspectos científicos e comunicacionais, situando-se face à herança patrimonial e conceituando o seu público. Marília Xavier Cury, defende um embasamento de estudos de recepção ao nível teórico e conceitual, em que se produz conhecimento acadêmico e museográfico através de um modelo de pesquisa “no” museu, ou seja, a “apropriação do museu pelo público” e entendê-lo como lugar metodológico, diferente de pesquisar uma instituição de modo a tornar as ações cotidianas mais efetivas no plano da gestão (CURY, 2004 apud em CURY,2009, p.155). A pesquisa de recepção de público é importante para o museu, porque são os usos que o público faz dele que lhes dão forma social. A pesquisa de recepção é fundamental para a museologia porque é uma das possibilidades de produção de conhecimento e construção teórica. Porque a pesquisa de recepção ocorre na relação do público com o patrimônio musealizado, o campo para a construção de experimentos empíricos de coleta e análise de dados é a museografia, campo autônomo e auxiliar como é a etnografia para a antropologia (CURY, 2010, p.275).

Manuelina Duarte Candido entende os estudos de público como “avaliações específicas relacionadas com os objetivos de cada programa” o que contempla o entendimento dos públicos por categorias, mas também identificar os não públicos e as barreiras para a não visitação. Qual o perfil do visitante quanto à sua frequência, consumo cultural, e satisfação da visita seja focando o acolhimento, espaço expositivo, preços ou demais serviços. Porém esta avaliação faz sentido para a autora, como um processo avaliativo que serve de partida para a gestão de museus como um instrumento (2014, p.117-118).

Existem espaços preparados e vocação para receber público e um público que precisa de espaços para conviver e trabalhar as suas memórias e relações sociais. Existe demanda política para ter mais público nos museus e os idosos são um grupo em expansão. Como os museus e os idosos estão-se a relacionar numa equação que parece ter tudo para ser bem sucedida? Estratégias de democratização e ultrapassar barreiras atitudinais por parte dos enunciadores e enunciatários das ações museológicos podem ser desenvolvidas sem perder-se o foco do campo essencial de atuação. A salvaguarda e comunicação possibilitará abordagens utilizando diferentes linguagens ou técnicas através da incorporação de novas possibilidades de desenvolvimento social que a disciplina reconhece ter de adotar. Em 2014 a Museum Association do Reino Unido, sintetiza desta forma uma nova visão do impacto dos museus Os museus mudam vidas, enriquecem a vida dos indivíduos contribui na resiliência das comunidades, o bem-estar dos indivíduos, contribuir para melhorar os lugares onde as pessoas vivem, podem inspirar pessoas e ideias. (LEICESTER (…), 2015, tradução nossa)

A proposição de afetar de maneira positiva a vida das pessoas é o bastante para justificar a reflexão sobre as abordagens que os museus estão desenvolvendo para o público idoso. É possível formar ou reforçar laços sociais e de interação através da museologia, Stephen Weil defende que (…) alguns vêem o museu como das poucas instituições que podem providenciar um antidoto para a solidão urbana, um lugar em que os indivíduos podem em segurança satisfazer a sua necessidade básica de estar em companhia com outras pessoas (WEIL, 2002, p.68, tradução nossa)

Recentemente os museus trabalham as questões de opressão e justiça social, desenvolvimento pessoal e bem-estar individual e das comunidades, a representação inclusiva de comunidades, e a promoção de aprendizagem ao longo da vida, e o diálogo intercultural. Estes conceitos vinculados a princípios teóricos da museologia, são problematizados desde 20023 por Richard Sandell (2015), remetendo para dimensões particulares do nosso estudo pensando os idosos “nos” museus e os desafios que estas instituições enfrentam no século XXI. Refletir o que as ações museográficas têm subjacente ao nível teórico metodológica na abordagem aos idoso, é um objetivo geral da pesquisa que deu origem a este artigo, assumindo-se que a museologia pode afetar positivamente a vida dos idosos. Anita Neri, gerontóloga, defende que “envelhecer bem é um empreendimento a longo prazo” que fazemos como indivíduos, mas também como sociedade” (2007, p.20), o idoso que seremos depende de escolhas físicas, sociais e económicas que fazemos mesmo antes de atingir a velhice.

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SANDELL, Richard. Museums and the combating of social inequality: roles, responsibilities, resistance, publicado no livro Museums, Society, Inequality (London and New York: Routledge,2002)

REFERÊNCIAS

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