Análise de Cartoon - 2º ano - Discurso e Comunicação
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Trabalho de Análise
Título: "Um país de guerras internas dominado por olhares externos"
Tema: Análise de dois cartoons do suplemento de economia do semanário
Expresso do dia 20 de Outubro de 2012. O primeiro cartoon é alusivo às
divergências que existem no governo de coligação português. O segundo
mostra que estas quezílias estão a ser observadas por entidades a que o
país se deixou subjugar
Aluno: Emanuel Pereira 2011157749
Introdução
O trabalho, que aqui se apresenta, tem como intuito principal, a
interpretação de dois cartoons do suplemento de economia do jornal
semanário Expresso, será essa a minha corpora de análise. Este estudo
encontra-se dividido por pontos. O primeiro, será a análise textual, uma
breve apresentação do órgão noticioso, do autor e contextualização do
assunto que está adjacente à produção dos cartoons, este ponto finda com a
identificação do tipo e géneros discursivos. Num segundo ponto, mais
teórico, são abordadas questões de retórica, como o caso das mensagens
implícitas nos dois desenhos, e o que estes pressupõem que o leitor saiba
para conseguir descodificá-los. O terceiro ponto envolverá o léxico, neste
caso específico, como não existem palavras, será a interpretação das
metáforas icónicas bem como os papéis desempenhados pelas personagens
retratadas, aqui, os signos icónicos, desde a cor ao desenho e à forma e a
conotação das metáforas serão o foco central de análise. O trabalho termina
com uma conclusão geral, explicitação de considerações importantes que
advêm do trabalho e reflexão sobre as ilações retiradas desta produção
académica.
No final duas ideias fulcrais devem subsistir, a compreensão da
complexidade que envolve não só a produção de textos mediáticos, sejam
eles, notícias, publicidades ou cartoons bem como a dificuldade e o elevado
grau de exigência que envolve fazer uma análise detalhada, completa e
rigorosa das produções dos media.
I – Análise Textual
Apresentação do trabalho de análise
O meu trabalho de análise debruça-se sobre a interpretação de dois
cartoons do suplemento de economia do jornal Semanário Expresso do dia 20
de Outubro. As duas produções abordadas estão num órgão de comunicação
social ligado à imprensa escrita nacional, no caso que aqui é tratado no
semanário Expresso. O jornal, é o semanário mais vendido em Portugal, é um
jornal conotado como sendo de referência e pautado pelo rigor e
objectividade. Foi fundado a 6 de janeiro de 1973, por iniciativa de
Francisco Pinto Balsemão, que viria a ser o seu primeiro diretor. O público
alvo pode considerar-se culto e instruído. Só pessoas instruídas e que
possuem mais conhecimentos compreendem facilmente as temáticas, a escrita e
a maneira do jornal abordar as questões sociais. Algo que não está patente
no Expresso, são o sensacionalismo, a emoção e a ficcionalização. A empresa
que detém o jornal é a SOJORNAL- Sociedade Jornalística e Editorial, SA. O
atual diretor é Ricardo Costa e o presidente do Conselho de Administração é
Francisco Pinto Balsemão.
Os dois cartoons estão presentes num suplemento que a publicação semanal
dedica a questões de economia. Ambos estão inseridos num "Especial
Orçamento do Estado". O autor dos desenhos é Hélder Oliveira juntamente com
o grupo WHO, este suplemento de economia, costuma trazer vários cartoons, a
maior parte elaborada por o cartunista citado.
Autor e contextualização
O autor é Hélder Oliveira. Nasceu em 1969 em Odemira, é licenciado em
Educação Visual e Tecnológica. Iniciou a sua actividade como artista
plástico. As suas ilustrações têm sido rosto dos mais variados temas da
actualidade; o seu estilo conquistou a preferência de algumas publicações
editoriais que regularmente contam com a sua colaboração. Os trabalhos do
artista podem ser visualizados com regularidade na Visão, Expresso, Diário
de Notícias, Jornal de Notícias, Blitz, PC Guia, entre outras publicações.
Tem colaborado com várias agências. Já foi júri no "World Press Cartoon".
Venceu prémios de ilustração, e em 2006 passa a ser representado pela WHO,
grupo que está envolvido nas suas produções para o jornal Expresso. "Os
seus trabalhos distinguem-se pela qualidade de execução, vivacidade,
capacidade de cativar o olhar e comunicar com as pessoas, oferecendo
momentos de humor, reflexão, objectividade e até fantasia com uma visão
verdadeiramente sagaz da realidade" in: http://www.galeria.who.pt/conj-
fechado.html.
Os cartoons surgem após uma crise interna no governo de coligação
português, apelidado na própria edição do Expresso, que serve de base a
este trabalho, de "orçamento da discórdia". Numa altura em que o ambiente
político era tenso, e os partidos da oposição chegaram inclusive a pedir
eleições, pois o próprio CDS-PP, dentro do partido tinha muitos opositores
às novas mediadas de austeridade contra o duro orçamento de estado que o
PSD queria impor, com medidas que agravavam a TSU( Taxa Social Única),
levou a muita contestação não só no Parlamento como nas ruas. O Governo
acabou por recuar nas medidas, mesmo assim implantou outras que embora, na
minha opinião, não carreguem as classes mais baixas e desfavorecidas da
população, fazem com que a classe média empobreça e que o fosso entre "
ricos e pobres" seja cada vez maior. As metas orçamentais não são
cumpridas, o IRS está pesado e vai aumentar ainda mais, resta saber se
Portugal chegará a uma situação desesperante como a que é vivida na Grécia.
Sobre a crise, podia fazer um trabalho inteiro, mas neste contexto, vou
abordar apenas a análise dos cartoons, não me alongando em reflexões,
críticas ou análises da crise. "Os problemas das finanças públicas derivam
da fraca qualidade da democracia" (Pereira, Paulo, 2012). Acho que esta
frase explica e fundamenta a crise nacional e na obra "Portugal: Dívida
Pública e Défice Democrático", o autor não só analisa a conjectura atual
como tenta dar soluções para o futuro. Como referi não me alongo mais em
análises sobre a crise, vou cingir-me à interpretação dos cartoons.
Identificação do tipo e género discursivo
As duas produções são cartoons, cartoon de assuntos da actualidade. O
cartoon por si só pode ser um género textual, "o cartoon é um género
textual constituído de linguagem não verbal, podendo ou não trazer
linguagem verbal", (Leal, A, s/d). Nos casos abordados, ambos os cartoons
estão inseridos num contexto jornalístico, assim podemos incluir o cartoon
no género jornalístico de opinião. "O nosso plano de jornalismo não será o
da reportagem, mas o da crónica, o do editorial, que são géneros opinativos
ancorados na realidade", (Freitas, H. apud Antunes, A (2009)).
"O cartoon é um desenho onde, usando o humor, se faz uma reflexão crítica
sobre um dado acontecimento", (Pimentel, R. 2006). Seguindo esta linha de
pensamento, será uma produção que tem um desenho específico, um grafismo.
Nesta produção encontramos caraterísticas como o humor, sátira, paródia. O
objetivo final de um cartoon será obter o riso, chamar a atenção ou até
despertar o interesse. Assim um cartoon pode ser adaptado a diversos tipo
de situações, e utilizado não só no jornalismo como na publicidade, ou até
em outras áreas de comunicação.
Acho pertinente dentro do cartoon distinguir uma "subcategoria", que é a
caricatura, seguindo as linhas de pensamento de Pimentel (2006), uma
caricatura estará mais relacionada com a deformação ou modificação de
personagens específicas sem acrescentar ou incluir texto, estas mudanças
podem enfatizar ainda caraterísticas únicas de certas personagens, assim
"caricaturar é sinónimo de exagerar e distorcer com o fim de obter um
efeito cómico ou parodístico" (Ceia, C. in: E-Dicionário de Termos
Linguísticos, s/d). Isto aplica-se aos casos abordados, uma vez que ambos
não têm texto, mas sim personagens modificadas, desde o físico à maneira de
vestir.
Assim o género discursivo, dos dois objetos de estudo, encontra-se
construído na base da atribuição de caraterísticas diferentes das
habituais, a personagens do Governo de Portugal, no segundo cartoon membros
de instâncias internacionais financeiras, são também caricaturados,
transparecendo a ideia de "domínio" e controlo sobre as ações, medidas que
estão a ser feitas em solo nacional.
No primeiro cartoon observamos o Dr. Paulo Portas, ministro de Estado e
dos Negócios Estrangeiros, retratado na figura de Obélix, encontramos
também o Dr. Pedro Passos Coelho, Primeiro-Ministro de Portugal, retratado
como Astérix, duas personagens de banda desenhada e de filme, criadas por
Albert Uderzo René Goscinny. Observamos ainda no meio das duas personagens,
o Dr. Vítor Gaspar, Ministro da Economia, retratado como um romano da
classe alta. Ao fundo está o Dr. Aníbal Cavaco Silva, Presidente da
República Portuguesa, postulado como figura "suprema", talvez a retractar o
imperador. É importante falar um pouco sobre a história original destas
personagens, ambas vivem numa pequena aldeia gaulesa situada numa
península, na Armórica, no norte da antiga Gália. Para resistir ao domínio
romano, as pessoas da aldeia contam com a ajuda de uma poção mágica que
lhes dá uma força sobre-humana, preparada pelo druida Panoramix. A exceção
é Obélix, que caiu dentro de um caldeirão cheio da poção quando ainda era
bebé, e daí adquiriu permanentemente uma força "extrema".
No segundo cartoon, tirando o "postulado" do Dr. Aníbal Cavaco Silva
(retratado como o "imperador"), as outras três personagens, aprecem, dentro
de um aquário pequeno. As suas ações e movimentos são vigiados por quatro
pessoas, o Dr. Durão Barroso, actual presidente da Comissão Europeia, a
Dra. Christine Lagarde, presidente do FMI( Fundo Monetário Internacional),
o Dr. Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu e Angela Merkel,
atual chanceler da Alemanha. Estas quatro personagens com cargos
importantes são as figuras mais influentes nas medidas de austeridade
portuguesa. São responsáveis por "controlar" tudo o que é feito, e como é
"combatida" a crise em Portugal. Estão retratadas com os traços físicos
exagerados e claramente a deixarem "debaixo de olho", os principais
ministros portugueses, e ao mesmo tempo a limitar-lhes, ao máximo, o espaço
de manobra.
II – Retórica: Identificação de implicaturas e pressuposições
Van Dijk (2005), fala em implicações, seguindo as suas ideias há um
conjunto de significados, nas notícias e em todo e qualquer tipo de texto,
que o leitor retira da leitura que faz aplicando um conjunto de
inferências. A interpretação de um texto depende de um conjunto de aspectos
que se relacionam com os modelos próprios de cada um de representação. No
fundo, as implicaturas fazem parte do conteúdo de certas expressões
linguísticas. Podem ser alusões, sugestões, alegações ou pressuposições.
Pressuposições: através dos apontamentos e das ideias extraídas das
aulas, considero que são um conjunto de pressupostos de onde partimos para
conferir sentido aos textos. São uma estratégia que permite ao produtor dos
discursos remeter para certas ideias e afirmações que não se encontrem
explicitamente expressas nos enunciados. Geralmente, permitem que se tomem
como certas algumas crenças e ideias de senso comum, quando não o são.
Considera-se pertinente fazer uma sintética definição destes dois termos,
que estão directamente relacionados, pois, ajuda a perceber o porquê de
estarem no cartoon.
Os dois cartoons pressupõem o conhecimento da situação política,
económica e social do país. É necessário ainda conhecer os líderes
retratados em ambos, as suas funções e os cargos. Torna-se ainda relevante,
saber quem foram as personagens de banda desenhada utilizadas e a conotação
que têm. Assim estas pressuposições, através de um conhecimento prévio,
permitem uma correta leitura dos textos icónicos.
III – Léxico
Neste ponto do trabalho, são descortinadas as metáforas existentes, bem
como o papel das personagens em cada cartoon. A análise dos signos icónicos
presentes bem como a carga conotativa que possuem serão aqui relacionadas,
de uma forma direta com as metáforas.
Segundo PAZ e MONIZ(1997), "a metáfora é uma figura relevante da criação
poética que consiste em transpor para outra o significado de uma palavra ou
expressão, quer através de uma consideração implícita, quer pelo
estabelecimento de uma relação de identidade ou analogia" , considero ser
uma definição correta e que deve ser incluída. No caso específico as
metáforas são visuais, pois não existe léxico.
Existem muitas metáforas visuais nos desenhos alvo de estudo. No
primeiro cartoon salienta-se, na minha opinião, as seguintes: o Dr. Paulo
Portas e o Dr. Pedro Passos Coelho são retratados como Obélix e Astérix
respetivamente, logo aqui podemos tirar uma ideia: as duas personagens
costumavam andar sempre a discutir uma com a outra, mas no fundo eram os
melhores amigos, considero ser essa a mensagem que o autor quer passar.
Depois o Dr. Aníbal Cavaco Silva como um "imperador postulado", como alguém
que assiste passivamente ao desenrolar dos acontecimentos. O Dr. Vítor
Gaspar, retratado como alguém da alta classe social do império romano,
"oportunista" e como que à espera das sobras. Realce ainda para a cor, uma
cor castanha, típica de outono e que considero triste, monótona. O desenho
está muito bem elaborado, destaque para o nariz e a fisionomia do "Obélix
Portas" e para a cara de "Astérix Coelho", como que enervado, a querer
"passar das palavras aos atos". Em suma: considero que o autor quer dar a
ideia que estas divergências são coisas de pouca dura, realça ainda a
passividade do chefe máximo de Portugal. Assim as personagens principais
são as duas centrais, num segundo plano estará a representação do Dr. Vítor
Gaspar e num terceiro plano, a do Dr. Aníbal Cavaco Silva.
No segundo cartoon, como referido anteriormente, a imagem do Presidente
da República desaparece, e as outras três personagens que estavam patentes
na primeira produção icónica, aparecem dentro de um aquário, como "peixes",
que estão dependentes de alguém para subsistir, realce ainda para os
narizes de Dr. Durão Barroso e da Dra. Christine Lagarde, para o olhar
quase "aniquilador" da Dra. Angela Merkel. O olhar do Dr. Mario Draghi
suscita a ideia de conformismo, já as duas primeiras personagens
caricaturadas têm um olhar de preocupação. Estas quatro figuras
supervisionam o que "os peixes" estão a fazer, ou seja, os líderes
portugueses, e claro o seu povo, estão sujeitos a "ordens" exteriores, não
só de instituições europeias(BCE e a Comissão Europeia), como
internacionais(FMI), e claro dependente do financiamento oriundo dos países
mais ricos, a nível europeu é a Alemanha. Assim o papel principal e de
decisão no cartoon está nas quatro pessoas fora do aquário, os líderes
nacionais estão em segundo plano e assumem uma posição passiva. Mais uma
vez o desenho está muito bem elaborado, a primazia pelo exagero das formas
é algo de salutar. Quanto à cor, repetem-se os tons de outono, como o
castanho, é uma cor típica de outono e como referi, triste e pálida.
Aparece ainda o vermelho, que eu associo à situação económica do país, que
é grave. Como se pode constatar há uma relação direta entre os dois
desenhos.
A explicitação das metáforas, bem como a sua carga conotativa ficam
neste ponto retratadas.
IV- Conclusões
Os cartoons transmitem uma ideia que considero fulcral, que é a de que
uma imagem, sobretudo introduzida em contextos e suportes mediáticos, tem
sempre mais significado do que aquilo que apresenta à primeira vista. A
conotação assume um papel muito importante, e alarga o significado, a
significação e o valor dos signos.
Nos casos analisados, a mensagem é direta: a "luta" dentro do governo e
a pouca margem de manobra que este tem. Contudo há muitos pormenores que só
uma segunda e até terceira visualização permitem reparar, por exemplo as
cores. Dois exemplos de cartoons carregados com uma mensagem política
forte, que pressupõem alguns conhecimentos "extra" para a completa perceção
das suas ideias. Acho que o título deste trabalho retrata isso mesmo, uma
nação, um povo, um país, que está muito dependente de terceiros para
"sobreviver", as divergências dentro do Governo não são abonatórias para a
resolução dos problemas, graves, que existem. Devido à situação precária a
que chegámos isso obrigou a sermos "sustentados" por terceiros, e eles sim
dão as verdadeiras directrizes, os verdadeiros orçamentos a verdadeira
liderança, como afirmado, controlam com "o olhar".
Analisar cartoons não é algo fácil, aliás fazer uma análise semiótica de
qualquer texto ou enunciado mediático é algo que requer trabalho. "O estudo
dos cartoon de atualidade, artefactos aparentemente simples, é, na
realidade, um exercício complexo de análise semiótica", (SOUSA,J.P. e
GONÇALVES,M. s/d). Acho que a realização deste trabalho se revelou muito
útil para a compreensão, ainda que de forma mínima, do que é analisar um
cartoon.
Bibliografia
Crise financeira e crise no governo de coligação português
PEREIRA, Paulo Trigo (2012), Portugal: Dívida Pública e Défice Democrático,
Ensaios da Fundação Francisco Manuel dos Santos, coleção Ensaios da
Fundação (127pp)
Análise de Cartoons e do Discurso
CEIA, C. (s/d). "E-Dicionário de Termos Linguísticos" in:
(http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=599
&Itemid=2)
FREITAS, H. (2009) – A rir se castigam os costumes – Cartoons de Imprensa.
Clube de Jornalistas
(http://www.clubedejornalistas.pt/uploads/jj37/JJ37_6_Cartoonsdeimprensa.pdf
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LEAL, A. A. (s/d). "O papel dos discursos teóricos nos Cartoons". Lisboa:
UNL
(http://www.clunl.edu.pt/resources/docs/revista/n5_fulltexts/5p%20audria%20l
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PAZ,O e MONIZ, A. (1997). "Dicionário breve de termos literários",
Lisboa,Presença
PIMENTEL, R. (2006). "O cartonn em Portugal". Lisboa: Instituto Camões in
(http://cvc.institutocamoes.pt/bdc/artigos/Palestra_Cartoon_em_Portugal.pdf)
SOUSA,J.P. e GONÇALVES, M. (s/d). "Os cartoons como género jornalístico:
uma incursão na imprensa diária portuense" – Universidade Fernando Pessoa
(http://bocc.ubi.pt/pag/sousa-jorge-pedro-cartoons1.html)
VAN DIJK, T. (2005). "Semântica do Discurso e Ideologia". In: Discurso,
Notícia e Ideologia. Estudos na Análise Crítica do Discurso. Porto: Campo
das Letras, pp. 135-186.
Fontes primárias do trabalho:
http://www.portugal.gov.pt/pt/mantenha-se-atualizado/20111209-pm-ue.aspx
http://economico.sapo.pt/noticias/portas-abre-crise-na-
coligacao_151907.html
http://www.galeria.who.pt/conj-fechado.html
http://cegep.iscad.pt/index.php/noticias/93-a-procura-dos-culpados-a-grande-
crise-financeira-e-portugal
http://www.guardian.co.uk/business/interactive/2012/oct/17/eurozone-crisis-
interactive-timeline-three-years?fb=native
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