ANÁLISE DO MERCADO DE CARPINTARIA E MARCENARIA EM CABO VERDE - 2012

September 7, 2017 | Autor: E. Barros Fernandes | Categoria: Market Research
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ANÁLISE DO MERCADO DE CARPINTARIA E MARCENARIA EM CABO VERDE

EVELINE NAIR BARROS FERNANDES

2012

1

ANÁLISE DO MERCADO DE CARPINTARIA E MARCENARIA EM CABO VERDE

1.1.

Pesquisa de Mercado

Porte das Empresas Produtivas Nacionais De acordo com a Direcção Geral da Indústria e Energia encontram-se actualmente com registo industrial cerca de 68 empresas de carpintaria e marcenaria industrial, produzindo para todo o mercado nacional. Estas empresas concentram-se nas ilhas de Santiago (80%), Sal (9%), São Vicente (9%) e Boa Vista (1%). De acordo com os dados da DGIE, de ponto de vista de empregos criados, cerca de 60% das indústrias de carpintaria a marcenaria são micro empresas, empregando em média 6 trabalhadores, cerca de 40% são pequenas empresas com uma média 18 trabalhadores e apenas uma empresa pode ser considerada de médio porte, com um registo de 97 postos de trabalho.

Tabela 1.: Empresas de Carpintaria e Marcenaria com Estatuto de Indústria

S. Antão S. Vicente S. Nicolau Sal Boa Vista Maio Santiago Fogo Brava Cabo Verde

Cadastro Industrial de Carpintarias e Marcenarias Quantidade Empregos Previstos Investimento População 2010 43.915 6 210 63.233.000 CVE 76.107 12.817 6 88 101.477.000 CVE 25.765 1 3 516.000 CVE 9.162 6.952 55 537 569.333.000 CVE 273.919 37.051 5.995 68 838 734.559.000 CVE 447.768 Fonte: DGIE 2012; RGPH 2010 - INE

Densidade 0,00 0,01 0,00 0,02 0,01 0,00 0,02 0,00 0,00

Contudo a dimensão efectiva do mercado fica aquém destes dados tendo em atenção a extrema informalidade existente no sector privado cabo-verdiano, em que de acordo com os dados do INE de 2010, das 8.899 empresas inscritas, apenas 33% detinham

contabilidade organizada, requisito primordial para a renovação da licença de actividade industrial, e consequente usufruto de benefícios fiscais existentes. Porém os dados do Inquérito Anual às Empresas de 2010, asseguram a existência de pequenas oficinas de carpintaria em todas as ilhas de Cabo Verde, maioritariamente sob o regime jurídico de Empresas em Nome Individual (ENI), unidades tradicionalmente familiares, onde a exigência de Capital Social mínimo não constitui prerrogativa, e comprova assim que o factor tecnológico não é determinante, tendo em conta a sua simplicidade. Neste caso atendem a pedidos individuais, ou seja fabricam sob medida para o consumidor final. Do ponto de Vista do volume de Investimentos, a partir da liberalização das importações e do mercado produtivo em 1991, temos um stock de 734.499.000 CVE (setecentos e trinta e quatro mil, quatrocentos e noventa e nove milhões de escudos), em que os montantes anuais seguem de acordo com o Gráfico 1. Gráfico 1: Volume Anual de Investimentos em Indústrias de Carpintarias e Marcenarias em Cabo Verde

Fonte: DGIE

As indústrias nacionais produzem neste momento todo o tipo de mobiliário e artigos de carpintaria de todos os tipos de madeiras. De acordo com o IAE de 2010 o sector realizou cerca de 9.436.957 €, dos quais 3.486.741 € destinara-se a vendas de produtos da carpintaria. As empresas de produção proliferam-se e continuam a ser de reduzida dimensão, e pouco estrategicamente organizadas, para fazer face ä importação. Como consequência além de preços pouco competitivos, elas enfrentam problemas de organização e gestão. Outrossim carecem de alguma autenticidade na concepção dos produtos, ou seja ainda não desenvolveram um design tipicamente cabo-verdiano, capaz de diferenciar a produção nacional, ainda que a qualidade seja muito boa.

Importação A abertura do mercado torna esta indústria muito susceptível à concorrência dos produtos importados, devido à sua reduzida competitividade. Dentro da estrutura de importação de mobiliário, nota-se uma grande expressão de produtos importados de madeira, cerca de 43.6% do total do valor importado nos últimos cinco anos, ascendendo a uma média anual de 3.983.900 euros, conforme demonstra a Tabela2. O destaque vai para mobiliário de madeiras para quartos, de maior peso dentro da estrutura geral da importação de mobiliário com 18,8% do total, correspondendo a uma média anual de 1.690.954 euros. Tabela 2. Evolução da importação de mobiliário de madeira nos últimos cinco anos. IMPORTAÇÃO DE MOBILIÁRIO MADEIRA 2007

2008

2009

ITEM

2010

2011

Euros CIF

9403300000:Móveis de madeira, do tipo uttilizado em escritórios

106,029

199,458

139,966

214,833

9403400000:Móveis de madeira, do tipo uttilizado em cozinha

736,567

976,414

515,478

1,030,318

113,360 678,578

9403500000:Móveis de madeira, do tipo uttilizado em quartos

1,619,355

1,102,180

3,494,199

1,072,219

1,166,817

9403600000:Outros móveis de madeira

1,514,783

1,161,002

1,313,036

1,387,840

1,135,433

9403800000:Móveis de outras materias, incl. a cana, vime, bambú ou materias semelh.

5,406

0

0

0

0

9403810000:Móveis de bambu ou de rotim

7,599

16,510

1,458

21,288

189,374

3,635,959 € 3,607,598 € 5,538,941 € 3,474,091 € 3,662,913 €

TOTAL

Fonte: INE

A Importação de mobiliário em geral tem verificado um crescimento médio anual nos últimos cinco anos de 6.4%, e com uma ligeira queda em 2010, provavelmente devido ä crise, mas já com sinais de retoma em 2011.

Importação Anual de Mobiliário 12000000

euros CIF

10000000 8000000 6000000 4000000 2000000 0 2007

2008

2009

Fonte: INE

2010

2011

Relativamente ä verticalização das empresas nacionais, ainda não se sente este efeito, e muito menos da especialização, o que também espelha o baixo nível de desenvolvimento do mercado. Outro constrangimento que afecta, principalmente a carpintaria é a concorrência por parte de produtos substitutos, feitos de alumínio e ferro, que ganham cada vez mais expressão no nosso mercado. Porém fica claro de o sector merece um olhar mais crítico do ponto de vista institucional, tendo em conta as possibilidades de haver uma política industrial para o sector, com consequente substituição das importações. Os Fornecedores Devido a escassez de matéria-prima, quase todos os insumos utilizados pela indústria da carpintaria e marcenaria em Cabo Verde é importada. Relativamente ä principal matéria-prima, a madeira, ela enquanto recurso natural é analisada no contexto mundial, enquanto recurso florestal. De 2010 para 2011, a exportação mundial de madeira, suas obras e derivados, conheceu um aumento de 11.3%, atingindo um volume de 120,5 biliões de dólares FOB, sendo a China, os Estados Unidos e o Canadá, um dos maiores exportadores.

Exportadores de madeira, carvão vegetal e obras de madeira - 2010 e 2011 10% 8% 8%

45%

7% 5% 2% China Alemanha Áustria Chile

3%

4%

4%

Estados Unidos Rússia Suécia Outros

4%

Canadá Malásia Polónia

Fonte: http://trade.nosis.com

Relativamente a Cabo Verde, a quase totalidade da madeira e derivados consumidos têm como origem Portugal (55,89 %), Gana (10,34 %), Costa do Marfim (10,13 %), Suécia (5,37%), Espanha (4,61% ) e Itália (4,03).

Países de Origem da Im portação de Madeira - 2007 a 2011 0% 0% 0% 0% 11%% 1% 1% 1% 1% 3% 4% 5% 5%

56%

10%

Reino Unido

França

Senegal 10%

Finlândia

Estados Unidos

Brasil

Bélgica

China

Guiné-Bissau

Holanda

Itália

Espanha

Suécia

Costa do Marfim

Ghana

Portugal

Outros

Fonte: INE

Cabo Verde importa anualmente cerca de 14,8 toneladas de Madeira anualmente, mas conforme podemos ver pelo gráfico que se segue, houve uma forte retracção da importação desta matéria-prima, devido ao aumento de consumo de produtos derivados de alumínio e ferro.

Importação Anual de Madeira 25,000 19,859

Ton

20,000

17,065 14,350

15,000

10,780

12,302

10,000 5,000 0 2007

2008

2009

2010

2011

Fonte: INE.

Relativamente ao custo unitário da madeira importada podemos observar que a matéria-prima oriunda da nossa sub-região, Gana e Costa do Marfim, é economicamente mais acessível que os provenientes da Europa.

Preço CIF Médio Unitário a partir das Principais Origens 58.2

Espanha

64.8

Suécia 49.2

Costa do Marfim

44.6

Ghana

50.3

Portugal 0.0

20.0

40.0

60.0

80.0

euro p/ Kg

Fonte: INE

A localização geográfica, os fornecedores nacionais (importadores e distribuidores) encontram-se, situados nos principais centros industriais do país, Santiago e São Vicente, importando em média 14,2 toneladas de madeira por ano. Tabela 3. Lista de Fornecedores de Madeiras e Derivados

Empresa Sicor, SARL Horizonte Trading, Lda Somaco, Lda Tanry, Lda Sicuve Lda

Localização Santiago e São Vicente Santiago Santiago São Vicente Santiago

Perfil dos Consumidores A população cabo-verdiana cresceu a um ritmo de 1.2% ao ano, de 2000 a 2010, atingindo um total de 491.875 pessoas residentes em todo Cabo Verde, sendo que 62% viviam em meios urbanos e 38% em meios rurais. A ilha de Santiago é o distrito mais populoso, com cerca de 55.7% da população, seguido pelas ilhas de São Vicente (15,5%), Santo Antão (8.9%), Fogo (7.5%) e Sal (5.2%).

Tabela 4. Evolução da população residente em Cabo Verde por Ilha Concelho (1970 2010) Evolução da população residente em Cabo Verde por Ilha Concelho (1900 -2010) 1970 1980 1990 2000 2010 Meio de residência/Concelho Cabo Verde 270,999 295,703 341,491 434,625 491,875 Meio Urbano 150,599 234,368 303979 Meio Rural 190,892 200,257 187896 Santo Antão 44,623 43,321 43,845 47,170 43,915 Ribeira Grande 22,873 22,102 20,851 21,594 18,890 Paúl 8,000 7,983 8,121 8,385 6,997 Porto Novo 13,750 13,236 14,873 17,191 18,028 São Vicente 31,578 41,594 51,277 67,163 76,140 São Nicolau 16,308 13,572 13,665 13,661 12,817 Ribeira Brava 11465 11556 11,794 7,580 Tarrafal de S. Nicolau 2107 2109 1,853 5,237 Sal 5,505 5,826 7,715 14,816 25,779 Boavista 3,569 3,372 3,452 4,209 9,162 Maio 3,466 4,098 4,969 6,754 6,952 Santiago 128,782 145,957 175,691 236,627 274,044 Tarrafal 26,251 24,202 11,626 17,792 18,565 Santa Catarina 41,462 41,012 41,584 50,024 43,297 Santa Cruz 21,158 22,995 25,892 33,015 26,617 Praia 39,911 57,748 71,276 106,348 131,719 São Domingos 11117 11,526 13,320 13,808 São Miguel 12349 13,786 16,128 15,648 S. Salvador do Mundo 8315 9130 9,172 8,677 S. Lourenço dos Órgãos 6722 7885 7,781 7,388 Ribeira Grande de Santiago 6321 6527 7713 8,325 Fogo 29,412 30,978 33,902 37,421 37071 Mosteiros 7427 8,331 9,535 9,524 São Filipe 19851 25,571 27,886 22,248 Santa Catarina do Fogo 3700 4481 4,796 5,299 Brava 7,756 6,985 6,975 6,804 5,995 Fonte: INE - Recenseamentos de População de 1900-2010

De acordo com o Programa de Governo Actual, Cabo Verde ainda conta com cerca de 24% da população pobre, em que este na última década decresceu 1% ao ano. Apesar de todos os avanços, principalmente a nível de alguns indicadores de desenvolvimento, como por exemplo o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), ainda, globalmente, podemos considerar que os agregados cabo-verdianos têm um nível de conforto abaixo da média. Cerca de 18% dos agregados vivem com um nível baixo e 31% com um nível muito baixo. Somente cerca de pouco mais de um terço dos

agregados (36%) vivem com um nível de conforto considerado elevado (alto – 20%, ou muito alto -16%). (IDRF 2001-2002). Os dados do IDRF 2001-2002, ainda apontam que 10% da população mais pobre tem apenas 1% do rendimento. Os primeiros sete decis (70%dos agregados familiares) representam apenas 28% da despesa per capita, enquanto o último decil sozinho (os 10% mais ricos) representa 47% da despesa total. Esses valores falam por si e traduzem o nível de concentração da riqueza em Cabo Verde. O índice de Gini para Cabo Verde é de 0,57, o que demonstra a elevada desigualdade e concentração de rendimento. A estrutura de despesas das famílias cabo-verdianas ainda demonstram, que o grosso dos gastos visam a satisfação das necessidades primárias e essenciais para a sobrevivência, designadamente com a alimentação e a habitação.

IDRF Por Tipo de Despesa 2001-2002 Restaurante, Hotéis, Cafés e Similares 3% Educação 1% Lazer, Recreação e Cultura 3% Comunicações 4%

Bens e Serviços Diversos 7%

Bebidas Alcoólicas, Tabaco e Narcóticos 2%

Transportes 7%

Saúde 2%

Produtos Alimentares e Bebidas Não Alcoólicas 36%

Mobiliário, Art de Decor, Eq Dom e Manut Cor da Habitação 5%

Habitação, Água, Electricidade, Gás e Outros Combustíveis 25%

Vestuário e Calçado 5%

Fonte: INE. IDRF 2001-2002

Relativamente ao mercado alvo de estudo, apenas 5% das despesas destinam-se ao consumo de “mobiliários, artigos de decoração e equipamentos” cuja classe “média”e “alta”, 36% da população, é responsável por 67,4% de todo o consumo. Este mercado de acordo com das dados de “Consumo das Famílias” do INE de 2000 a 2007, equivaleu em média a 32.266.057 milhões de euros, com um crescimento médio anual de 8.4%.

Caso a dinâmica de crescimento tenha-se mantido, em 2011 este mercado representou cerca de 56.867.488,47 milhões de euros, em “mobiliários, artigos de decoração e equipamentos” consumidos pelas famílias cabo-verdianas. Porém de acordo com os dados disponíveis, o volume de negócios realizado pela indústria moveleira nacional (mobiliário e colchões) foi de 5.950.217milhões de euros, quando o consumo projectado para as famílias seria de 52.655.082 milhões de euros. O que equivale a dizer que apenas 11% da necessidade de consumo foi satisfeito com recurso ä produção interna, demonstrando uma vez mais a grande potencialidade existente no sector da marcenaria industrial, caso se consiga competir com os produtos importados.

Consum o Fam ílias Móveis e Equipam entos

50,000,000 €

Euros

40,000,000 € 30,000,000 € 20,000,000 € 10,000,000 € 0€ 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: INE

Porém o mercado da carpintaria, é sustentada pela construção civil, onde os consumidores são empresas e obras públicas, cuja estrutura no PIB cabo-verdiano é bastante significativo, sendo também os maiores dinamizadores da economia. De acordo com os dados do INE a carpintaria industrial representou em 2010 cerca de 37% do volume de negócios realizado pela indústria transformadora da madeira nacional. Preços Médios A tabela abaixo representa a faixa de preço de móveis de nível de qualidade médio, disponibilizados pelo INE, nas ilhas de Santiago, São Vicente e Santo Antão. Pode-se verificar uma grande disparidade de preços entre a localidades. A capital do país, Praia, localizada no distrito de Santiago, pratica os preços mais elevados do que as demais, sendo 41% superior a Santa Catarina, que fica no mesmo distrito, 18 superior ä ilha de São Vicente e 52% ao município de Ribeira Grande, distrito de Santo Antão.

Estes preços indicam claramente a discrepância dos níveis de vida e padrões de consumo existentes entre as ilhas, onde a Praia apresenta o maior índice de concentração do poder de compra. Tabela 5. Preços Médios de Produtos de Carpintaria e Marcenaria (2009~2011) Preços médios ültimos 3 anos por localidades Armário de cozinha com banca sup. 90cm e banca inf. 70cm x 35cm Mesa redonda elástica de mogno, com 1,60m diâmetro Mesa redonda, em mogno, com 1,20m de diametro e com pé de galo Mesa rectangular, com pés torneados 1,80m Mesa oval de mogno com 2 pé central de 1,60m Cadeira de mogno com costa alta almofadado e fundo almofadado Cadeira de costa alta com curva e fundo almofadado Cadeira com costa torneada e com 4 tiras Cama pintada com banca e guarda fato 1,90 de compr. e 1,40 de largura Cama modelo simples com banca contraplacado e mogno Estofo com madeira a vista, almofadas soltas (1 triplo,1 duplo e 1 indiv.) Vitrina Porta com almofada de mogno 80cm x 2,20m Janela de mogno 1,50m x 1,20m

Praia Santa Catarina CVE 152,438 CVE 54,057 CVE 43,944 CVE 29,603 CVE 28,267 CVE 22,981 CVE 41,370 CVE 23,618 CVE 38,132 CVE 25,176 CVE 9,333 CVE 7,043 CVE 8,618 CVE 7,089 CVE 7,728 CVE 7,393 CVE 98,294 CVE 109,244 CVE 72,439 CVE 27,629 CVE 135,274 CVE 82,156 CVE 7,235 CVE 18,789 CVE 17,115 CVE 24,305 CVE 14,231

S. Vicente CVE 25,723 CVE 42,920 CVE 33,036 CVE 26,132 CVE 51,660 CVE 11,091 CVE 11,211 CVE 8,438 CVE 138,931 CVE 39,628 CVE 125,327

Porto Novo Ribeira Grande CVE 43,064 CVE 22,862 CVE 45,648 CVE 26,535 CVE 35,011 CVE 22,420 CVE 24,153 CVE 17,059 CVE 44,122 CVE 29,604 CVE 7,876 CVE 6,055 CVE 8,363 CVE 5,808 CVE 7,675 CVE 5,469 CVE 108,864 CVE 57,850 CVE 39,175 CVE 26,533 CVE 166,615 CVE 92,112 CVE 9,917 CVE 12,543 CVE 16,815 CVE 16,804 CVE 15,508 CVE 26,128 CVE 22,586 CVE 13,861

Fonte: INE

Tendências do Mercado Apesar do cenário internacional de crise, e aumento do consumo de bens substitutos os empresários do sector são optimistas com relação aos investimentos no sector da carpintaria e marcenaria, paralelemente ä incorporação de métodos modernos de gestão, produção e inovação tecnológica. A corroborar esta informação, plataformas de promoção de investimentos internacionais já identificaram este sector enquanto atractivo para investimentos em Cabo Verde. Este efeito já se sente, com o aparecimento de indústrias de carpintarias especializadas na montagem de cozinhas, como é o caso da Cozinhas de Cabo Verde e da Kafar Indústria, de capitais espanhol e português, respectivamente, sediadas a cidade da Praia. Relativamente ä terceirização, apenas os serviços de contabilidade estão vinculados porque a legislação assim obriga. As empresas produtoras nacionais ainda não dispõem de políticas de marketing carecendo de uma maior aproximação dos clientes, para o desenvolvimento de novos produtos e fixação de suas marcas. Porém aproveitando-se da acessibilidade da divulgação via internet, algumas já utilizam deste meio publicitário, como é o caso da rede social “Facebook” para o branding dos produtos. Adicionalmente, as empresas carecem de redes próprias de distribuição dos produtos, sendo que vendem sob encomenda.

Do ponto de vista do design Cabo Verde não dispõe de uma marca e conceito nacional, que pudesse dar maior visibilidade aos produtos nacionais apesar da boa qualidade comparativamente aos produtos importados.

Legislação Específica/ Incentivos

O sector de carpintaria e marcenaria enquanto indústria é regulada pelo DecretoLegislativo n.º 13/2010, Lei de Atividade Industrial, não estando desde modo subscrita a nenhuma legislação específica. O Estado concede incentivos para: implantação; ampliação; recuperação de empresas; estímulo à certificação da qualidade; formação profissional e qualificação dos quadros; modernização; investigação e inovação tecnológica; utilização racional de energia e água; utilização de embalagens industriais recicláveis; e reutilização de resíduos industriais. Os incentivos concedidos são de natureza fiscal, nomeadamente Imposto sobre o rendimento; Imposto sobre o património; e Imposto sobre a despesa. O usufruto depende do cumprimento das seguintes condições: promoção da diversificação setorial e geográfica do parque industrial e a adequação do investimento às características socioeconômicas de Cabo Verde; contribuição para o crescimento da exportação; complemento da malha industrial, com aumento significativo do valor acrescentado na cadeia produtiva em que se integram; Indução de efeitos de modernização tecnológica e transferência tecnológica para empresas cabo-verdianas; promoção da ciência e da tecnologia como elemento estratégico do desenvolvimento industrial; promoção da competitividade das indústrias nacionais; resolução, em medida significativa, dos problemas de natureza social originados pela reestruturação de sectores industriais, reinstalação de unidades industriais ou outras causas que originem desemprego tecnológico; promoção do desenvolvimento de micro, pequena e médias empresas; geração de empregos directos e indiretos; utilização de matériasprimas locais; melhoria da qualidade dos produtos cabo-verdianos; e desenvolvimento de indústria amigo do ambiente. Conjuntura Macroeconómica O ano de 2011 ficou marcado pela inversão da trajectória de recuperação da actividade económica global da severa crise financeira e económica, iniciada em 2008. O impacto na economia real da crise financeira internacional bem como o aumento de preços das matérias-primas, explicam, entre outros factores, a desaceleração da economia mundial. Neste contexto externo menos favorável, o ritmo de crescimento da economia caboverdiana abrandou dos 5,6 estimados para 2010 para 5,1 por cento. Entretanto, a economia nacional tem-se mostrado bastante resiliente à crise financeira do maior parceiro do país - a Zona Euro - suportando-se, sobretudo, na dinâmica de

investimentos (privados e públicos) e, a nível dos sectores de actividade, no desempenho do turismo, da indústria e das pescas. (Relatório Anual BCV, 2011). A inflação atingiu os 4,5 por cento no final do ano, em resultado da repercussão nos preços domésticos da aceleração dos preços internacionais de bens energéticos e alimentares transformados, produtos essencialmente importados. O défice em conta corrente atingiu os 17 por cento do PIB, determinado pela aceleração das importações de bens, redução dos donativos e diminuição das exportações de serviços de transportes aéreos. A balança de capital e de operações financeiras teve, igualmente, um comportamento desfavorável. O excedente de capital reduziu-se acentuadamente com a conclusão dos projectos financiados com o primeiro compacto do Millennium Challenge Account, os influxos de investimento directo estrangeiro diminuíram 21,6 por cento e os desembolsos da dívida pública 3,3 por cento. Em resultado, as reservas internacionais líquidas do país diminuíram 33 milhões de euros, passando a garantir 3,2 meses de importação. Não obstante a redução dos influxos externos, o sistema bancário continuou a assegurar, de uma forma global, o crescimento do crédito às famílias, às empresas não financeiras e ao sector público, ao longo de 2011. Tabela 5.: Principais Indicadores Económicos Unidade I. Sector Real Produto Interno Bruto Inflação Média Anual II. Sector Monetário e Cambial Ativo Externo Líquido do Sistema Reservas Internacionais Líquidas BCV Crédito Interno Líquido Massa Monetária Crédito à Economia Índice Taxa Câmbio Efetivo Nominal Índice Taxa Câmbio Efetivo Real

III. Sector Externo Balança Corrente + Balança de Capital Balança Corrente Reservas/Importações Dívida Externa Pública Dívida Externa Pública/Exportações IV. Finanças Públicas Saldo Global Saldo Primário Stock da Dívida Pública Líquida

2009

2010

2011

Variação real em % Taxa variação em % Taxa variação em %

4,0 1,0

5,6 2,1

5,1 4,5

Taxa variação em % Taxa variação em % Taxa variação em % Taxa variação em % Taxa variação em % 2001=100; valores médios. 2001=100; valores médios.

-1,7 -1,4 10,8 11,8 3,3 105,2

6,4 7,2 5,8 8,5 4,7 104,5

-17,1 -11,3 10,3 9,8 2,1 105,1

114,6

114,6

116,9

Em % do PIB Em % do PIB meses Em % do PIB Em %

-13,4 -16,6 4,2 51,7 130,5

-11,6 -14,3 4,2 60,0 139,2

-16,3 -17,0 3,2 67,2 142,5

Em % do PIB Em % do PIB em % do PIB Fonte: BCV

-6,8 -5,2 69,9

-12,3 -11,5 77,6

-10,1 -8,4 87,5

Composição do PIB Estima-se que a desaceleração da actividade económica, em 2011, resultou, sobretudo, da redução do valor acrescentado bruto (VAB) da construção, em 7,9 por cento, e do abrandamento do ritmo de crescimento do VAB dos subsectores do comércio (de 4,7 para 2,5 por cento) e dos transportes (de 2,9 para 1,9 por cento). A aceleração do VAB do turismo e da indústria, que apresentaram crescimentos na ordem dos 14,5 e 21,3 por cento, respectivamente, não foi suficiente para compensar a evolução desfavorável da construção e menos favorável do comércio e transportes. (Relatório Anual BCV, 2011).

Turismo A actividade turística em Cabo Verde apresentou um desempenho muito positivo em 2011, crescendo acima das médias mundial e africana. De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas, as entradas de turistas estrangeiros no país, medidas pelo número de hóspedes registados nos estabelecimentos hoteleiros, cresceram 27,4 por cento. A nível mundial, contudo, a tendência foi para uma desaceleração da procura turística (de 6,5 para 4,4 por cento), enquanto que o mercado africano registou uma estagnação. A evolução muito favorável da procura turística para Cabo Verde poderá estar, parcialmente, relacionada com a crise política e social vivida nos países do Magreb, ao longo de 2011. Registe-se que a procura destes países caiu cerca de 12 por cento em 2011. (Relatório Anual BCV, 2011). Em termos brutos, as receitas de turismo aumentaram 26,4 por cento (5,3 em 2010), passando a representar 21,1 por cento do PIB. As dormidas, por seu turno, cresceram 21,9 por cento e a estadia média dos turistas em Cabo Verde estabilizou-se em torno de 5,7 noites. A evolução das receitas, num ritmo superior às dormidas, reflecte algum ajustamento nos preços de alguns serviços fornecidos, em função do aumento dos preços no consumidor, tendencialmente mais elevado em 2011. (Relatório Anual BCV, 2011). Tabela 6.: Principais Indicadores do Turismo 2009

2010

2011

Número de Hóspedes Número de Dormidas Receitas de Turismo (milhões de escudos) Receitas do Turismo (em % do PIB)

287.183 1.897.552 20.912,5 18,1

336.086 2.217.563 22.023,4 17,8

428.273 2.703.909 27.847,7 21,1

Participação nos Serviços (em %)

55,2

52,2

60,8

Fonte: INE

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