Análise ecocardiográfica da função diastólica do ventrículo esquerdo após infarto do miocárdio

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TRABALHO EXPERIMENTAL

Rev Bras Cir Cardiovasc 2005; 20(1): 63-68

Análise ecocardiográfica da função diastólica do ventrículo esquerdo após infarto do miocárdio em ratos Echocardiographyc analysis of the ventricular diastolic function after myocardial infarction in rats

Cláudio Léo GELAPE, Marcelo Dias SANCHES, Rosália Morais TÔRRES, Cláudia Alves COUTO, Pedro Corrêa PAIXÃO, Klaus MORALES, José Renan da Cunha MELO

RBCCV 44205-731 Resumo Objetivo: Avaliar a função ventricular diastólica do ventrículo esquerdo (VE) pelo ecocardiograma (ECO) uma e três semanas pós-infarto agudo do miocárdio (IAM). Método: Utilizaram-se 19 ratas Wistar com peso médio de 209 gramas. Os animais foram distribuídos em: grupo A, controle (n=7) submetido a ECO e não infartado; grupo B, infartado (n=9), submetido a ECO após uma semana (grupo B1, n=9) e 3 semanas (grupo B3, n=8) do IAM. Três animais morreram no transoperatório e um após o primeiro ECO. Realizou-se anestesia com cetamina (50mg/kg/peso) e xilazina (10mg/kg/peso) intraperitoneal, intubação e ventilação. O IAM foi induzido por ligadura da artéria descendente anterior após toracotomia esquerda. Avaliou-se a função cardíaca por ECO modelo 21275A HP Sonos 1500 com transdutor de 7,5/5,5 MHz e a função diastólica pelo Doppler transmitral com avaliação das ondas A e E, e volume atrial esquerdo (VAE). O IAM foi confirmado por análise histopatológica na terceira semana.

Resultados: Não houve diferença significativa na velocidade das ondas E (A=62cm/s, B1=65cm/s, B3=69cm/s) e onda A (A=43cm/s, B1=40cm/s, B3=41cm/s) entre os grupos. Observou-se aumento significativo no VAE grupo A vs B1 e grupo A vs B3 (A=0,05mL vs B1=0,15mL, p=0,04 e A vs B3=0,14mL, p=0,01). Todos os animais apresentaram IAM na terceira semana. Conclusões: VAE parece ser útil para definição da disfunção diastólica do VE pós-IAM. O VAE pode refletir aumento da pressão diastólica final do VE, secundário à disfunção sistólica e/ou diastólica. Descritores: Infarto do miocárdio. Contração miocárdica. Ecocardiografia. Abstract Objective: To evaluate the diastolic left ventricular function by echocardiography one and three weeks after acute myocardial infarction (AMI).

Trabalho desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Endereço para correspondência: Claúdio Léo Gelape. Avenida Francisco Salles 1463, sala 805. Belo Horizonte, MG. CEP:30150-221. Tel: (31) 3241-4950. E-mail: [email protected]

Artigo recebido em novembro de 2004 Artigo aprovado em fevereiro de 2005

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GELAPE, CL ET AL - Análise ecocardiográfica da função diastólica do ventrículo esquerdo após infarto do miocárdio em ratos

Rev Bras Cir Cardiovasc 2005; 20(1): 63-68

Method: Nineteen Wistar rats (mean 209 g) were utilized. After anesthesia with ketamine (50mg/kg) and xylazine (10mg/kg), the left coronary artery was ligated after left thoracotomy to cause myocardial infarction. The animals were divided in two groups: group A (control, n=7) and group B (n=9). Echocardiographic evaluation was undertaken in the control group and one week (B1, n=9) and three weeks (B3, n=8) post-AMI in group B animals. The cardiac function was evaluated using a 21275 A HP Sonos 1500 Echocardiography equipped with 7.5/5.5 MHz transducer. Diastolic function was evaluated by transmitral flow, by analysis of the A wave, E wave and atrial left volume (LAV). Histological specimens were evaluated on third week.

Results: There were no differences on E wave analyses (A=62cm/s, B1=65cm/s, B3=69cm/s) or A wave analyses (A=43cm/s, B1=40cm/s, B3=41cm/s) between the groups. There was an increase in LAV; A vs B1 and A vs B3 (A=0.05mL vs B1=0.15mL, p=0.04 e A vs B3=0.14mL, p=0.01). Histological examination confirmed AMI in all animals. Conclusions: The LAV may be useful to assess the diastolic function in rats with AMI. LAV could reflect increases in left ventricular end-diastolic pressure secondary to systolic or diastolic dysfunction.

INTRODUÇÃO O estudo da função diastólica do ventrículo esquerdo (VE) é de grande importância, tendo em vista que as alterações no enchimento desta cavidade são, geralmente, as primeiras anormalidades detectadas que podem ser produzidas por várias doenças que antecedem a disfunção sistólica [1-5]. Aproximadamente 20% a 40% dos pacientes com insuficiência cardíaca (IC) têm função sistólica preservada (na ausência de doença valvar) e são classificados como apresentando alterações no relaxamento ventricular. Vários padrões de enchimento ventricular podem caracterizar, não invasivamente, a disfunção diastólica pelo Doppler transmitral. LAVINE [6] concluiu em seu trabalho que IC pós-infarto agudo do miocárdio (IAM) está associada com redução moderada da fração de ejeção (
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