Antropologia das Emoções - Ponto cantado, análise emotiva e estética das incorporações mediúnicas no candomblé e na umbanda através dos cantos e atabaques.

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As incorporações variam de acordo com as duas religiões apresentadas. Na umbanda a incorporação é livre, no candomblé tradicional somente os dirigentes da casa incorporam Orixás. Ver pág: .
Pode-se dizer que um espirito em fase de desenvolvimento são espíritos de pessoas que morreram com ódio, rancor, raiva ou querendo se vingar de alguém. Esses espíritos na época estavam ligados aos escravos e aos indígenas que morriam em demasia por conta dos avanços de Portugal no Brasil e assim seguiam não conseguindo trabalhar suas almas para uma evolução espiritual. Continuavam depois da morte em sofrimento.
Toda incorporação é parcial, o médium nunca perde seu estado de consciência mesmo em transe, há relatos de médiuns que dizem não se lembrar de nada que disseram ou fizeram, mas são casos raros. A incorporação se faz de forma em que mesmo sobre o efeito das emoções causadas pelo transe e pelos pontos cantados o médium mantenha ainda algum domínio sobre o seu corpo. Esse domínio é chamado de "fio da vida", caso esse fio, ou seja, caso o transe seja total, o médium pode morrer.
São chamados pontos, as músicas cantadas para os Orixás e para a entidades, ela podem servir de chamado dos mesmos, de homenagem aos presentes, ou para que eles subam, ou seja, para que o transe termine e a entidade ou Orixá saia do corpo do médium.
Os responsáveis por tocar os atabaques sagrados.
Axé na língua Yorubá quer dizer força vital que dá vida a todas as coisas, presente especialmente em objetos ou seres sagrados, também nome de objeto sagrado. É a expressão utilizada para passar força espiritual. Podendo ser ainda, o mesmo que "amém" ou "assim seja".
Afoxé; ritual de culto folclórico, muito difundido na Bahia. Principalmente pelo grupo Filhos de Gandhi.
Tocador de atabaque que chefia os demais. Ogan mais velho.
Tocador de atabaque que chefia os demais na nação Angola e Congo.
Tocador de atabaque que chefia os demais na nação Jeje.
Depende se o médium estuda suas faculdades mediúnicas e se ele se empenha em aprender a lidar com a incorporação na sua totalidade, procurando saber sobre as entidades que se utilizam do corpo dele e ou em que causa ele esta trabalhando, como por exemplo, se é um médium de cura ou de transporte, dentre outras possibilidades.
Fonte: Da dissertação, Análise do Movimento em Rituais Umbandistas.
Marielle Kellermann Barbosa e José Francisco Miguel Henriques Bairrão. Universidade de São Paulo – Campus Ribeirão Preto. 2008 – pg, 227.
Fonte: Da dissertação, Análise do Movimento em Rituais Umbandistas.
Marielle Kellermann Barbosa e José Francisco Miguel Henriques Bairrão. Universidade de São Paulo – Campus Ribeirão Preto. 2008, pg. 229, 230.
Fonte: Da dissertação, Análise do Movimento em Rituais Umbandistas.
Marielle Kellermann Barbosa e José Francisco Miguel Henriques Bairrão. Universidade de São Paulo – Campus Ribeirão Preto. 2008 – pg, 230, 231.
Fonte: Da dissertação, Análise do Movimento em Rituais Umbandistas.
Marielle Kellermann Barbosa e José Francisco Miguel Henriques Bairrão. Universidade de São Paulo – Campus Ribeirão Preto. 2008 – pg, 230.
Leia-se incorporação completa a junção de movimentos que faz os dirigentes e frequentadores da casa, identificarem a entidade presente.
Fala-se funcionalidade, pois existe dentro do ritual momentos para que tudo ocorra, tanto as incorporações que acontecem durante os trabalhos como também o início e o término deste. Tudo é muito coordenado e bem organizado, para que não tenha nenhum imprevisto que comprometa o trabalho espiritual dos médiuns.
Entende-se por mecânico tudo o que deve ser feito durante o funcionamento do ritual (gira) para que esta ocorra da melhor maneira possível. Um exemplo dado são as orações para São Miguel Arcanjo, em que em determinado momento todo os presentes em volta de uma mesa são "obrigados" a empunhar uma espada imaginária de luz azul. A espada em si existe aos presentes da mesa enquanto médiuns mas é imaginária para o observador que vê de fora uma ação fora do contexto religioso.
Ilá é o brado dos Orixás quando incorporados. Essa informação pode ser lida pelo antropólogo como um grito, mas aos praticantes é dessa forma, por gritos específicos que se reconhece a presença de um Orixá no ritual.
Guias de Luz, ou Guias, são as entidades que acompanham os médiuns durante sua vida espiritual, eles podem ser caboclos, pretos-velhos, ciganas, malandros e etc. Esses guias quando incorporados e mais maduros espiritualmente passam mensagens aos que pedem consulta.
Os hinos, ou hinários, dentro da religião do Santo Daime são músicas utilizadas durante o ritual para conduzir os trabalhos espirituais. Nas letras dessas músicas encontram-se mensagens do plano espiritual para o plano físico. Essas canções se assemelham as músicas católicas, evangélicas e também aos pontos de umbanda e canções do candomblé.
Depoimento retirado do texto "Receber não é compor": música e emoção na religião do Santo Daime de Lucas Rehen. Pg, 188.



Antropologia das emoções


Ponto cantado.

Análise emotiva e estética das incorporações mediúnicas no candomblé e na umbanda através dos cantos e atabaques.


Por Aloha Xavier




"Umbanda quer dizer, Deus conosco!
UM, deriva da palavra sagrada "Om", que é Deus em sânscrito e BANDA de "ao lado de". Então pode ser traduzida por: Deus conosco ou Deus ao nosso lado.
Sua bandeira é: Humildade, Amor e Caridade!
A caridade, no sentido do amor fraterno é a máxima dessa religião.
Saravá a Umbanda!".

(Rennan Rezende Cordeiro)





Esse trabalho irá tratar de um tema muito delicado e pouco estudado. Nesse trabalho tentarei reunir um campo pouco explorado e com muita cautela ir permeando e fazendo analogias com a arte, a dança e a música, porém, diferente do que é de costume e é esperado a se trabalhar na musicalidade das religiões afro-brasileiras, resolvi fechar meu foco e analisar as incorporações mediúnicas e seu misticismo emotivo que leva ao transe.

Sendo assim, com muita cautela tentarei permear esse campo do transe por meio da música e dos toques dos atabaques, passando por detalhes sobre como o ambiente orquestrado de uma cena em que tudo colabora para um transe e a expressão corporal de uma rica festa religiosa tradicional faz toda a diferença.

Procurei analisar não somente a umbanda tradicional como também algumas festas de candomblé para conseguir identificar a diferença musical de um segmento e de outro. Na umbanda tradicional os toques dos atabaques não estão presentes, isso foi incorporado na religião mais tarde, nesse caso a umbanda sofreu influencia direta do candomblé que sempre teve batuques orquestrados.

Não somente a batucada e a música dos atabaques em cada religião serão analisadas, mas também como essa atmosfera mística se faz artística em muitos momentos. Nesse caso, vamos ajustar as lentes da percepção pra focar na dança e no corpo das entidades, observaremos expressões em geral como, olhares, gestos, gêneros, trocas de correspondências através da fala com os demais presentes entre outras diferenças gestuais de quando o transe termina até o momento em que o médium volta a ter controle total sobre o seu próprio corpo.

Dentro dessa atmosfera religiosa que pode ser ou não ser de livres incorporações, trabalharei as diferenças observando e pontuando a atuação de cada entidade apresentada e como o corpo estético e o emocional do médium responde a essa possessão. Analisaremos do corpo relaxado das crianças até a rigidez dos Caboclos e assim, com pontos a serem delicadamente observados chegaremos até a expressão emotiva rica das danças afro-brasileiras dentro das religiões de possessão.



Umbanda, o palco do Brasil.


A umbanda teve sua primeira tenda aberta em São Gonçalo. A umbanda surgiu de um rompimento dentro do kardecismo, naquela época ao passo em que o Kardecismo tomava força ele também vinha carregado de pré-conceitos europeus. Era vetada a manifestação de espíritos que se apresentavam como negros, indígenas, ciganos caboclos e etc. No Brasil daquela época tentar o rompimento e buscar enegrecer a aristocracia kardecista da época era impossível. Durante uma sessão espírita Zélio de Moraes, manifestou por meio da incorporação mediúnica o espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas que foi uma das encarnações do Frei Gabriel Malagrida da igreja católica nascido no ano de 1.689 em Menaggio na Itália.

Desde cedo Gabriel Malagrida demonstrava tendências místicas. Entrou para o seminário de Milão onde foi ordenado e professou na Companhia de Jesus em 1711. Gabriel desejava cumprir sua missão no Brasil porém Tamborini, o Geral da Companhia de Jesus, havia lhe reservado a cadeira de Humanidades no Colégio de Bastis, na Córsega. Mais tarde conseguiu se transferir para Lisboa, em 1721, onde depois de algum tempo conseguiu embarcar para o Maranhão.

Gabriel pregou no sertão, destinado a cumprir uma missão superior no planeta, uma missão de "conquistar almas para o Céu". Apresentava sintomas mediúnicos, ouvindo vozes misteriosas e chegou mesmo a pensar que fazia milagres. Em 1727 começou a tarefa de catequisar os índios no Maranhão, assim fundou no Maranhão uma missão que teve grande desenvolvimento, sustentando uma peregrinação apostólica. Foi em seguida, em 1730, para a Bahia e Rio de Janeiro onde continuou a pregar, alcançando grande ascendência sobre os índios. Em 1749 partiu para Lisboa onde foi recebido com fama de santo por muitos fiéis. Nessa época Dom João V se encontrava muito doente e Gabriel, a seu pedido, o assistiu nos seus últimos momentos.

Em 1751 retornou ao Brasil onde ficou até 1754, ano em que foi chamado à Lisboa pela Rainha Dona Mariana da Áustria. Encontrou no poder, Sebastião José e Marquês de Pombal que não permitiu sua presença por muito tempo junto à Rainha.

No dia 1º de novembro de 1755, Lisboa foi destruída por um terremoto. Pombal mandou publicar um folheto escrito por um padre, explicando o fenômeno e as causas naturais que o determinam. Gabriel apareceu em público com um opúsculo onde procurava corrigir o teor da publicação. Nesse opúsculo Gabriel afirmava que o terremoto era verdadeiramente um castigo do Céu. Pombal enfurecido mandou queimar o opúsculo e mandou Gabriel para Setúbal. Em setembro de 1758 ocorreu um atentado contra a vida de Dom José. Algumas semanas antes Gabriel havia escrito uma carta ameaçadora ao Marquês de Pombal. Gabriel foi preso em 11 de dezembro como responsável pelo atentado e encarcerado nas prisões do Estado.

Pombal vasculhou seus livros e nessa oportunidade lhe atribuiu passagens que pareciam pouco ortodoxas. Após isso, entregou-o à Inquisição. Gabriel foi condenado à pena de garrote e fogueira, sendo executado na Praça do Rossio em 21 de setembro de 1761.

Gostaria de esclarecer que os itens básicos deste relato foram fornecidos pelo próprio Caboclo das Sete Encruzilhadas à Lilia Ribeiro, frequentadora da Tenda Nossa Senhora da Piedade em Boca do Mato, Cachoeiras de Macacu.

Para finalizar podemos citar que segundos os dirigentes e frequentadores do centro Nossa Senhora da Piedade Gabriel Malagrida reencarnou no Brasil preparando-se para a importante missão que lhe estava reservada dentro do movimento umbandista no século XX, como então Caboclo das Sete Encruzilhadas. Quando o Caboclo incorporou na Federação Espírita os médiuns presentes fizeram muitas perguntas e durante a entrevista, um médium vidente (aquele que consegue ver o espirito materializado) teria perguntado se já não bastariam as religiões já existentes, fazendo menção ao Espiritismo então segundos relatos o Caboclo respondeu: "Deus, em sua infinita bondade estabeleceu na morte o grande nivelador universal; rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte; mas vocês homens preconceituosos, não contentes, estabelecem diferenças até mesmo além da barreira da morte. Porque não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do Além?

Desse modo o Caboclo das Sete Encruzilhadas, reencarnação posterior de Gabriel Malagridas reivindicou espaço dentro do kardecismo, que não permitia incorporações de espíritos em fase de desenvolvimento. Dentro desse contexto criou-se a religião, para dar liberdade a manifestação espiritual livre de todos os povos principalmente negros e indígenas brasileiros, assim no ano de 1908 foi fundada a primeira casa de umbanda, religião genuinamente brasileira.


O transe. O médium enquanto aparelho e a expressão obrigatória dos movimentos.



Chama-se aparelho, ou cavalo o médium que consegue canalizar as entidades e consolidar a incorporação parcial. O transe é causado por vários fatores, dentre eles vamos destacar neste trabalho os pontos e os atabaques. O uso dos atabaques foi incorporado pela umbanda logo depois da sua criação, existem várias vertentes de umbanda, na umbanda tradicional (a que foi fundada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas) não se usa o atabaque, o instrumento é usado no candomblé e posteriormente foi reutilizado na umbanda pra facilitar o transe.

No candomblé existe um toque específico para a chamada de cada orixá, o som é o condutor do Axé do Orixá, é o som do couro e da madeira vibrando que trazem os Orixás, são sinfonias africanas sem partitura. Os Atabaques são os principais instrumentos da música do Candomblé, cuja execução é da responsabilidade dos Ogãs.

Os atabaques são de origem africana, usados em quase todos rituais, típicos do Candomblé. De uso tradicional na música ritual e religiosa, são utilizados para convocar os Orixás. O Atabaque maior tem o nome de Rum, o segundo tem o nome de Rumpi e o menor tem o nome de Le. Os atabaques no candomblé são objetos sagrados e renovam anualmente esse Axé. São usados unicamente nas dependências do terreiro, não saem para a rua como os que são usados nos Afoxés, estes são preparados exclusivamente para esse fim.

As membranas dos atabaques são feitas com os couros dos animais que são oferecidos aos Orixás: independente da cerimónia que é feita para consagração dos mesmos quando são comprados (o couro que veio da loja geralmente é descartado), só depois de passar pelos rituais é que poderão ser usados no terreiro.

Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos Ogãs nos atabaques menores sob o seu comando.

É o Alagbê que começa o toque, e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar a sua coreografia de dança, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o Rumpi e o Le.

O transe na Umbanda e no Candomblé acontece de formas variadas, tudo depende do nível de trabalho do médium e se ele sabe lidar a incorporação. Durante o transe várias entidades são manifestadas e pra cada uma existe um tipo de apresentação visual, ou seja, o que se espera que uma entidade faça, e como os frequentadores e dirigentes da casa identificam a entidade presente quando o transe ocorre.



Exus


Na incorporação do exu, transparece mais que nas outras categorias a presença do esforço, aquele movimento interno anterior ao movimento mais visível e aparente. No momento da incorporação, aparece um movimento semelhante ao que igualmente surge na incorporação de outras entidades, caracterizado pelo tremer do tronco e braços e pelo aparente "empurrão" para trás que o médium sofre, fazendo-o perder o equilíbrio.

O tremor do corpo, mais especi camente do tronco, parece irradiar de dentro para fora, como se o movimento começasse no centro do peito e se espalhasse pelos ombros, cotovelos, braços e mãos. Na parte inferior do corpo, esse tremor irradia como fraqueza nas pernas, que acabam por tombar à força do exu que está chegando.

O exu, por vezes, parece arrastar-se. Muitas vezes movimenta-se próximo ao chão, quase ajoelhado, com o tronco encurvado, os braços para trás e as mãos retorcidas, por vezes tensas. O encurvamento corporal dos exus equivaleria à sua tortuosidade moral e, de acordo com a sua "elevação" moral, seu corpo passaria a ficar de pé. A movimentação dos exus tende a ser um pouco lenta.



Ponto de Exu Tranca Rua

Deu meia-noite
A lua se escondeu
Lá na encruzilhada dando a sua gargalhada
Tranca-rua apareceu.
Alaruê , Alaruê , Alaruê...
Emojubá, emojubá, emojubá…
Ele é odara, dando a sua gargalhada
Quem tem fé em Tranca-Rua
É só pedir que ele dá.
...

O sino da igrejinha faz Belém-Blém-Blom
O sino da Igrejinha faz Belém-Blém-Blom
Deu meia noite, o galo já cantou!
Seu Tranca-Rua que é dono da gira,
Ô corre Gira que Ogum mandou.



Pretos-Velhos


Os pretos-velhos movimentam-se tal e qual um homem muito velho e encurvado, que treme as pernas e frequentemente apoia os braços ou um braço na coxa, deixando o outro atrás das costas, parcialmente parado. Caminham com os pés inteiramente apoiados no chão, mantêm a cabeça baixa e estalam os dedos de uma das mãos. Andam vagarosamente e logo se sentam, parecendo cansados. Seu andar é rme o que passa a sensação de tensão, de cansaço e de di culdade de locomoção.

Seu tronco, braços e cabeça seguem o mesmo padrão de tensão muscular, passando a impressão de um corpo rígido. Os braços ou um braço, dependendo do médium e do terreiro, apoiam-se na coxa, repetindo a força com que os pés e pernas pressionam o chão. A cabeça permanece baixa. A movimentação do preto-velho não é muito livre, seus passos são entrecortados de maneira a darem a impressão quase de tremores.

A única movimentação realmente característica do preto-velho é o seu caminhar, visto que o tronco, a cabeça e os braços apenas apoiam-se nas pernas e seguem esse caminhar sem terem movimento independente. Ao observarmos o preto-velho locomover-se, podemos pensar em um movimento lento, visto que seu andar é vagaroso.


Ponto de Preto Velho

Preto Velho senta no toco
Faz o sinal da cruz
Pede proteção a Zambi
Para os filhos de Jesus

Cada conta do seu rosário
É um filho que ali está
Se não fosse o Preto-Velho
Eu não sabia caminhar



Caboclos


O caboclo apresenta regularmente uma movimentação bem especí ca no primeiro momento da incorporação. Ele apoia um dos joelhos no chão, dobrando uma perna e mantendo a outra esticada, curva o tronco para o lado e quase apoia o quadril no tornozelo da perna que está dobrada. Cruza os braços batendo no peito com força, mantém as mãos fechadas, ou semi-fechadas, fazendo a forma de um "L" com o dedo indicador e os polegares esticados. Costuma gritar durante esse movimento. Porém há grandes variações desse movimento inicial. Alguns caboclos apenas batem com os braços cruzados no peito, outros batem e encostam-nos no chão e alguns fazem o movimento de lançar uma echa, como se estivessem esticando a corda de um arco. Esse primeiro momento, dramático em sua encenação, é marcado pela força dos braços que batem no peito, passando a sensação de tensão muscular nesse movimento, acompanhado pela força da voz, o que sugere a imagem de um guerreiro.

Passado o primeiro momento da incorporação, o médium costuma levantar-se e mantém frequentemente a posição das mãos semi-fechadas, fazendo a forma de um "L" com o indicador e o polegar esticados. Uma característica física marcante do caboclo é a sua expressão facial, o médium torce a boca para baixo, fazendo com que seus olhos e testa acompanhem esse movimento, o que passa a impressão de um rosto sério.

O movimento do caboclo caracteriza-se como de uma rmeza moderada. Às vezes mantêm os braços cruzados nas costas, outras os levantam pelos cotovelos, pelos ombros, também podem cruzar os braços acima da cabeça ou girá-los no ar. A postura do tronco do caboclo também é variada, mas costuma manter certa retidão, a qual o pescoço e a cabeça acompanham. O caboclo sempre dança e caminha ereto, com a cabeça alinhada ao tronco, olhando para frente às vezes assobiando e estalando os dedos.


Ponto do Caboclo das Sete Encruzilhadas

Okê Caboclo!
Um índio, caboclo guerreiro,
Um Jesuíta que Zambi enviou
Com sua força e sabedoria
Abraçou a umbanda com o seu amor.

No dia 15 de novembro
Zélio de Moraes teve a incorporação
foi em 1908 no bairro de Neves
uma revolução.

Houve muita discórdia
no centro de mesa com a revelação
quando ele disse, eu vim cumprir a missão
de fincar a bandeira da nossa nação.

Vitória meu pai, vitória
de um índio guerreiro um desbravador
Caboclo das Sete Encruzilhadas
que plantou a semente que se alastrou

Umbanda é amor, fraternidade
Umbanda é bondade
é determinação
é trabalhar em prol da caridade para os nossos guias
dá-nos evolução

São glórias meu pai, são glórias
São glórias para homenagear
Caboclo das Sete Encruzilhadas
neste solo sagrado de Pai Oxalá.





Crianças


As crianças têm uma forma peculiar de movimentar-se, diferente de todas as outras classes de espíritos. Elas se movimentam, caminham e dançam como se fossem crianças pequenas "estilizadas", no sentido de fazerem movimentos exagerados, maiores do que uma criança real faria. Muitas crianças engatinham, usam chupetas, sentam-se com as pernas esticadas (o que requer exibilidade, que na maioria das vezes o adulto não tem mais) ou com os joelhos dobrados (de "borboletinha"), batem palmas, passando a impressão de uma criança muito alegre e excitada. Balançam o tronco e mais ainda a cabeça, de um lado para o outro. Uma característica interessante da movimentação das crianças é sua falta de acompanhamento do ritmo da música. Todas as outras entidades que dançam o fazem, o que auxilia a passar a impressão de uma criança "de carne e osso". Quando as crianças dançam, batem palmas e pulam descoordenadamente em relação à música e com vivacidade, passando a impressão de alegria e excitação transbordantes do corpo.

Geralmente não cam em pé por muito tempo. Ficam sentadas e arrastam o corpo para movimentar-se. Têm uma movimentação livre, no sentido de não apresentar padrão. Engatinham, cam deitadas, rolam no chão, pulam, pegam nos pés, balançam o tronco, brincam, levantam os braços etc, o que indica um corpo em movimento que ainda não foi "domesticado".


Ponto de Criança

Ogã Nilú dá ordem no terreiro;
Ogã Nilú pra tocar os atabaques;
Ogã Nilú Ibejada vai chegar;
Ogã Nilú no terreiro de Ogum;

Hoje é dia de vinte e sete de setembro;
Festejamos São Cosme e Damião;
Queremos doces cocadas e guaraná;
E as crianças, todas a brincar;
Hoje é dia de São Cosme e Damião;
Queremos doces cocadas e guaraná.





O transe parte II - O médium enquanto aparelho e a expressão obrigatória dos sentimentos.



Ainda no transe mediúnico é importante salientar que corre antes da incorporação completa uma explosão de emoções que faz com que esse transe ocorra, geralmente esses sentimentos são dados por conta dos barulhos dos atabaques que auxiliam o transe e pelos pontos cantados que chamam as entidades. Também ocorre uma identificação psicológica do médium ligada a letra do ponto cantado no momento que faz com que essas emoções atinjam o estado do transe e também identifique qual a entidade que será recebida. Alguns relatos de médiuns colhidos durante o trabalho em campo exemplificam bem esse momento de turbilhão emocional causador do transe.



"Já tive estágios...é como se sentisse uma dormência no cérebro, como se dormisse acordada. Uma vez quando incorporei meu guardião eu senti cheiro de penas, elas batiam no meu rosto e eu voei. Entrei nesse transe durante uma música. Quando a música acabou eu voltei, estava tocando o tambor muito rápido. Hoje não tenho mais apagão, nem ausência, eu eduquei meu corpo até para se chegar uma entidade que ri ela chegar mansinho, sem ninguém perceber. É como se fosse um ser que compartilhasse meu corpo. Alguns falam como se fosse eu falando, mas logo depois eu esqueço na maioria das vezes. Quando é entidade para dar passagem, eu sinto irritação, raiva, tristeza, angústia, todo tipo de sentimento que eles sentem do lado de lá. Por isso o controle, saber que eu comando que eu estou dando meu corpo para ajudar, não para outro fim."

(Simone)

"O tambor ajuda bastante no transe. A batida grave do atabaque ajuda a "desarmar" o médium. Ela vibra de baixo pra cima, portanto pega a gente pelo pé. Batidas graves pegam a gente pelo pé. Observe uma escola de samba desfilando e veja como as pessoas dançam. O ato de sambar vem de baixo pra cima. A frequência dos tambores é assim. As frequências das batidas graves estimulam o transe. Experimente ficar numa sala fechada com alguém tocando bateria. Dá tipo um sono. Esse "sono" estimula nosso cérebro a vibrar no estado de alfa, isto facilita o transe. ...O Om pronunciado por muitas vozes graves também provoca esse estado. Sons graves tocados repetidamente provocam esse estado."

(Élisson)

"Minha mãe falou que eu sempre passava mal quando era criança, mas parou na minha adolescência e como minha mãe tinha se afastado do espiritismo o assunto encerrou. Recentemente fui de visita em uma sessão no terreiro que minha tia trabalha e lá durante o canto de um dos pontos passei mal e um dos meus guias resolveu que era hora de vir. Fiquei super confusa e confesso que com medo, depois o dono do terreiro me chamou pra conversar e disse que tenho e cuidar e desenvolver. Mas em termos físicos, senti o corpo formigar, coração acelerar e a sensação de desmaio. Não desmaiei, mas fiquei inconsciente. quando passei mal logo fui atendida, depois do ocorrido que minha mandíbula batia muito, isso durou uns dez minutos. O ocorrido todo acho que durou de trinta a quarenta minutos."

(Aylla)




Mauss em A Expressão Obrigatória dos Sentimentos (Rituais Orais Funerários Australianos) discorre sobre a funcionalidade de um programa de ações que permeiam um ritual funeral oral australiano, exemplificando cada ocorrido com uma visão antropológica observadora. Além da observação de um etnólogo Mauss também cria as suas próprias interpretações em cima do ocorrido, portanto, existem dois funerais, um que ocorre para os participantes presentes e outro que ocorre para o antropólogo.

"Os rituais funerários na Austrália compõe-se 1°: de gritos e uivos; frequentemente melódicos e ritmados; 2° de voceros frequentemente cantados; 3° de verdadeira sessões de espiritismo; 4° de conversações com o morto.
Deixemos de lado por um instante as duas últimas categorias. Essa negligencia não têm inconvenientes. Estes começos do culto dos mortos propriamente dito são fatos bastante evoluídos e bem pouco típicos" (Mauss-1921)

Quando os médiuns explicam o transe e sobre como tudo ocorre de forma natural existe assim a visão do participante, não cabe ao antropólogo estabelecer limites para essa interpretação, pois ela pertence ao grupo estudado, embora exista uma funcionalidade a ser respeitada o ritual ocorre sempre de forma natural, pois essa é a proposta defendida pelo grupo, cabendo apenas aos participantes essa visão ritualística dos acontecimentos. As regras básicas do funcionamento ritual como, por exemplo, o corpo e a apresentação das entidades são "mecânicos", assim podemos identificar rapidamente qual entidade está ali presente, isso não necessariamente cria uma obrigação de expressão, pois o médium apenas reproduz uma expressão inconsciente de cada entidade, ou seja, existem regras, porém essas se dão de forma natural já que a religião é de possessão e cabe aos praticantes a leitura destas emoções.

"Em primeiro lugar estes gritos e estes cânticos são pronunciados em grupo, não só em geral indivíduos que os lançam isoladamente, mas o acampamento todo. O número de fatos a citar é sem número. Tomemos um deles, algo aumentado por sua própria regularidade. O "grito pelo morto" é um uso muito generalizado em Queensland Est meridional. Dura tanto quanto entre o primeiro e o segundo enterro. Horas e tempos precisos lhe são designados. Durante cerca de dez minutos, ao nascer a ao pôr do sol todo o campo com um morto a chorar berrava, chorava e se lamentava. Havia mesmo, nessas tribos, quando se encontravam vários campos um verdadeiro concurso de gritos e de lágrimas que podia estender-se a congregações consideráveis, por ocasião das feiras, colheitas da noz (bunya) ou iniciações" (Mauss-1921)


Trazendo esses rituais funerais orais australianos descritos por Mauss em seu artigo para uma ótica mais próxima e generalizante de como acontecem esses rituais em geral e também o descrito em seu texto, podemos observar que em todos eles existem funcionamentos padrões. Dentro dessa funcionalidade padrão existem duas interpretações a de quem está dentro do contexto e a de quem está de fora dele, o antropólogo pesquisador esta de fora do contexto, portanto ele recolhe as informações externas dos acontecimentos. Por muitas vezes um grito pode ser somente um grito solto dentro de um ritual, em outros casos um grito pode ser o ilá de um Orixá incorporado. Cabe ao pesquisador conseguir compreender essas diferenças e saber documenta-las criando um ambiente em que essas diversas interpretações possam respirar, tomando cuidado para não delegar funções equivocadas a informações soltas.

Ainda em seu texto Mauss trás uma interessante análise sobre como essa separação de interpretação ocorre. Para cada caso, para cada demonstração obrigatória das emoções e das linguagens corporais, existe por trás uma interpretação maior, em todo caso, feita pelos participantes dos ritos.

"Estes gritos, são como frases e palavras. É preciso dizê-las, mas se é preciso dizê-las é porque todo o grupo as compreende."(Mauss - 1921)



Os signos que circulam para a comunicação das emoções.


Anne Vincent –Buffault em A História das Lágrimas delimita bem a função desse objetivo linguístico corporal da expressão das emoções. As expressões precisam atingir a todos os participantes pra que não somente os médiuns ou espectadores do local reconheçam a validade do então ritual e possam dessa forma identificar a qual segmento religioso ele pertence e qual é a sua função no momento.

"A ampliação de um gesto para torna-lo mais evidente é uma técnica muito conhecida no teatro. Por si só esse exagero faz com que o momento sensível fique transparente para o leitor, o que talvez o que talvez não ocorresse com uma expressão mais comedida. A apreensão dos signos da sensibilidade virtude natural porque é proveniente do corpo, encontra-se assim facilitada pela hipérbole...a frequência dessa situação indica que, face as lágrimas de uma pessoa, existe uma resposta adequada, gestos apropriados. Como se fosse impossível deixar alguém chorar sem agir, ou seja, sem se aproximar e levar suas lágrimas em consideração." (Anne Vincent-Buffault)

Dentro dessa afirmação de real e teatral – no contexto religioso vamos usar o modo consciente e inconsciente – podemos perceber claramente o motivo pelo qual algumas expressões são maiores e mais visíveis do que outras. A comunicação precisa ser feita com todos os presentes no local e também com o mundo espiritual. Por conta dessa comunicação mediúnica alguns médiuns acabam caracterizando-se, quase que como personagens, mas é essa caracterização, é essa expressão maior das emoções que define a entidade presente então incorporada para o reconhecimento de todos.

Assim, a obrigatoriedade da demonstração das emoções foge ao controle do médium, sendo esse agora a entidade ou Orixá que se apresenta e é reconhecido.



O médium enquanto mensageiro - O controle das emoções diante das mensagens recebidas pela espiritualidade.


Durante algumas sessões é comum que os médiuns recebam mensagens espirituais dos seus guias essas mensagens são passadas de forma instintiva e quase inconsciente, segundo relatos essas mensagens vem prontas e são apenas reproduzidas.

"É como se houvesse uma segunda consciência, uma segunda voz, uma segunda pessoa em mim, que é a entidade falando por mim. É como se eu pensasse só vinte por cento no que eu estou falando e os outros oitenta por cento ficasse por conta dessa segunda consciência. Eu procuro me controlar e não ficar pensando muito no que eu estou falando, se eu buscar a razão eu atrapalho o processo da mensagem e ela pode ser prejudicada. Pra não causar interferência eu "desligo" minha mente da razão controlo esse impulso, e foco somente em reproduzir o que já vem pronto na minha cabeça."

(Edgar)

No texto "Receber não é compor": música e emoção na religião do Santo Daime o autor Lucas Rehen, delimita muito bem como acontece o recebimento de um hino e como o médium lida com esse recebimento. Durante o ritual são passadas mensagens da mesma forma como esses hinos são recebidos pelos praticantes da doutrina do Santo Daime, religião fundada por Sebastião Mota de Melo, que é uma vertente diferente do Daime, religião fundada pelo Mestre Irineu Serra e que mantém os trabalhos tradicionais realizados no Alto Santo, localizado no Acre.


"A resposta mais frequente e imediata sobre as diferenças que distinguem os hinos de outras manifestações musicais é o fato dos primeiros serem descritos como "recebidos" espiritualmente. O que isso significa? De acordo com o discurso nativo, receber um hino é absolutamente diferente de compor uma música, isso porque em uma composição, ainda que possa existir o fator da "inspiração" ou até mesmo da "intuição", o compositor é sujeito do processo de autoria, estando apto a experimentar, alterar e influenciar a música em todas as suas dimensões: rítmica, harmônica, melódica e poética; sentindo-se de alguma forma o seu proprietário, aquele que "faz", "cria" e/ou "inventa. Para os seguidores do Santo Daime, os hinos seriam dádivas de seres sobrenaturais que as oferecem para os adeptos – neste caso chamados de "aparelhos" – que apenas "recebem" para então cantar em conjunto com outros membros do grupo." (Lucas Rehen – 2007)


Trazendo para o campo umbandista o recebimento dessas músicas estaria atrelado ao recebimento das mensagens dos guias, em ambos os casos o controle das emoções é intenso pois caso ocorra interferência de raciocínio a mensagem assim como o hino desaparece.


"Receber um hino é uma comunicação, um contato que você tem com alguma coisa que vai te trazer uma instrução sem deixar que a sua mente interfira nisso, entendeu? Então, o hino vem dessa forma: é uma coisa que você não controla e aquilo vem de uma maneira que você não conhece. Muitas vezes também já aconteceu o seguinte: eu pensar durante o próprio recebimento 'estou recebendo um hino' e esse pensamento ser tão forte de eu me perder nele e aí não consigo mais me fixar no que estava chegando, no hino. Então, é uma coisa que você tem que ter uma certa tranqüilidade para poder absorver aquela informação, aquela instrução que está vindo." [Nilton Caparelli]







Conclusão



Durante o trabalho, podemos observar as mais variadas forma de controle das emoções e suas formas de ação. Vimos também como os instrumentos auxiliadores funcionam para contextualizar o ambiente propício a incorporação dos médiuns e funcionamento do trabalho.

É importante lembrar que com cada vertente espiritual se trabalha de um jeito, dentro da umbanda existem as mais variadas formas de atuação passando pela umbanda tradicional, até a umbanda mística que trabalha de uma forma completamente diferente agregando até mesmo entidades de outras religiões.
O link de conectividade do mundo espiritual para o plano físico por meio dos médiuns é sempre feito em qualquer dessas religiões aqui citadas, existem no máximo formas de ações diferentes, porém todas trabalham com essa mesma intenção.

Detalhar a atuação dessas religiões durante o trabalho é muito importante, pois seu funcionamento depende de como é feito o decorrer do ritual, portanto cabe aos dirigentes e aos frequentadores dessas casas delimitarem o correto funcionamento delas, não sendo esse funcionamento obrigatório a todos os segmentos religiosos umbandistas ou candomblecistas existentes.

Todo centro de umbanda deve estar cadastrado na constituição para que o seu terreiro seja reconhecido, mesmo sendo uma instituição sem finalidade lucrativa, o CNPJ, Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas é necessário, bem como o controle fiscal/financeiro da instituição. É necessária a formação de uma diretoria, uma assembleia de inauguração, que irá definir os primeiros parâmetros e detalhes dos postulados que regerão a casa. Esta reunião, no papel, é a ata de abertura do centro, que juntamente com o estatuto irá ser registrada em cartório.

A umbanda e o candomblé continuam sendo religiões perseguidas por doutrinas religiosas fundamentalistas. Desde a sua criação em mil novecentos e oito, a umbanda luta por direitos religiosos igualitários presentes na constituição como o livre exercício da pratica religiosa. A umbanda é única religião genuinamente brasileira e a sua bandeira se assemelha a de muitas outras práticas religiosas e prega a humildade, o amor e a caridade.
















"A religião, seja ela qual for, desde que tenha por base acreditar em Deus, acredito que seja uma boa religião, desejar a teu próximo o que deseja para ti, cumpre os mandamentos das leis de Deus é ser perfeito e principalmente, em qualquer religião, mas principalmente na religião espírita, para que o médium seja o instrumento que possa ser tocado por qualquer professor de música, por isso meus irmãos, criei 7 Tendas. Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas"

(Trecho de uma mensagem recebida pelo médium Zélio de Moraes, aparelho do fundador da umbanda o Caboclo das Sete Encruzilhadas)


















BIBLIOGRAFIA








Sites acessados em:


17/11/2014 – 15H49min - http://www.ceubrio.com.br/textos-e-artigos/124-frei-gabriel-malagrida-o-jesuita-caboclo-das-sete-encruzilhadas

17/11/2014 – 16H13min - http://www.fucesp.com/products/zelio-de-moraes-e-o-caboclo-das-sete-encruzilhadas/

17/11/2014 – 16H14min - http://pt.wikipedia.org/wiki/Gabriel_Malagrida

01/12/2014 – 17H12min - http://www.templodovaledosoledalua.org.br/artigos-e-textos/pequeno-dicionario-yoruba-x-portugues/

01/12/2014 – 21H00min - www.emdefesadaumbanda.com.br/index.php/legalizacao-de-terreiros-2/

01/12/2014 – 21H20min - http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?tag=xicarangoma

01/12/2014 – 22H00min - http://ocandomble.wordpress.com/2008/08/20/os-toques-no-candomble/


Textos utilizados:




MAUSS, Marcel. A expressão obrigatória dos sentimentos (Rituais Orais Funerários Australianos). In: Ensaios de Sociologia. São Paulo: Editora Perspectiva, 1981.
REHEN, lucas. Religião e Sociedade, Rio de Janeiro, 27(2): 181-212, 2007 - "Receber não é compor": Música e emoção na religião do Santo Daime.
VINCENT-BUFFAULT, Anne. História das Lágrimas. Cap 2, A Troca das Lágrimas e suas regras.






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