Aplicação da taxonomia dos objetivos educacionais a partir do uso dos registros do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Thiago Cantarim D'Oliveira

Aplicação da taxonomia dos objetivos educacionais a partir do uso dos registros do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle.

Um estudo de caso de cursos realizados para organizações não governamentais pelo Projeto Prêmio Itaú Unicef.

MESTRADO EM TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E DESIGN DIGITAL

SÃO PAULO

2012

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Thiago Cantarim D'Oliveira

Aplicação da taxonomia dos objetivos educacionais a partir do uso dos registros do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle.

Um estudo de caso de cursos realizados para organizações não governamentais pelo Projeto Prêmio Itaú Unicef.

MESTRADO EM TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E DESIGN DIGITAL

Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em Tecnologia da Inteligência e Design Digital, área Processos Cognitivos e Ambientes Virtuais sob a orientação do Prof., Doutor Demi Getschko.

SÃO PAULO

2012

Banca Examinadora

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Dedico esse trabalho a todos os familiares e amigos que sempre acreditaram que ele seria possível.

"Todo os espíritos são invisíveis para os que não o possuem, e toda a avaliação é um produto do que é avaliado pela esfera cognitiva de quem avalia."

Schopenhauer , Arthur

RESUMO D'OLIVEIRA, Thiago Cantarim. Aplicação da taxonomia dos objetivos educacionais a partir do uso dos registros do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle.. 2012. 120 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologias da Inteligência e Design Digital) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2012.

O trabalho se propõe a investigar de que forma os recursos de recolhimento de informações disponibilizados pelo sistema Moodle, como logs, relatório de atividades, perfil de usuário e questionários de avaliação, podem se tornar instrumento da avaliação de aprendizagem à luz da Taxonomia dos Objetivos Educacionais descrita por Benjamin Bloom como referencia para análise dos ganhos de aprendizagem dos alunos de cursos a distância. Serão analisados os dados de navegação dos alunos que são registrados pelo sistema Moodle em quatro categorias, Ver, Acrescentar, Atualizar e Cancelar. O trabalho tratará apenas algum fatores da Taxonomia, os estudos do autor que dizem respeito as funções da avaliação, ditas como: diagnóstica, controle e classificação, entendidas no estudo como diagnóstica, formativa e somativa. Será destacada a avaliação somativa, possível por meio das ferramentas de controle dos dados de navegação dos usuários do Moodle durante a realização das atividades do curso. Essas ferramentas são constantemente utilizada na avaliação em ambientes virtuais e fazem referência direta aos conteúdos trabalhados. Nesse estudo apresenta-se uma opção de analise, relacionando os dados aos objetivos educacionais do curso e estruturados a partir da taxonomia desses fatores. O estudo de caso do trabalho são os cursos realizados pelo projeto Prêmio Itaú-Unicef, na formação de dirigentes de organizações não governamentais de todo o Brasil, participaram desses cursos 2149 profissionais que realizam projetos com crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. Foram oferecidos 10 cursos distribuídos em 56 turmas. Os dados obtidos nesses cursos serão apresentados e analisados utilizando a metodologia de Bloom e seu resultado servirá como alternativa para a intervenção de moderadores de cursos à distância no processo de ensino e aprendizagem do aluno. No trabalho é proposto um painel analítico exibindo os pontos exitosos e críticos de cada curso, que busca auxiliar na tomada de decisão dos gestores dos cursos nas mudanças e alterações necessárias para qualificar interação do aluno com o curso. Palavras-chave: ONG, Avaliação, Moodle, Taxonomia, Educação, Sistemas.

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ABSTRACT D'Oliveira, Thiago Cantarim. Taxonomy of Navigation Behavior in Virtual Environments for Learning. 2012. 120 f. Dissertation (Master of Technology Intelligence and Digital Design) - Catholic University of São Paulo, São Paulo, 2012.

This study aims to investigate how the collection of information resources available through the Moodle, such as logs, activity reports, user profile and evaluation questionnaires, can become an instrument for the Taxonomy of Educational Objectives by Benjamin Bloom as described evaluation method, it being one of the references to the analysis of learning gains of participants in distance courses conducted via the web. Moodle describes the navigation data of the users into four categories, View, Add, Update and Cancel. We will understand only some factors here's Taxonomy, studies concerning the functions of evaluation, said as diagnostic, control and classification. In the work taken as diagnostic, formative and summative. Conceptually this study will focus on summative evaluation, made possible by the facilities found in the Moodle web systems that allow full control of user navigation. Constantly used tool in the evaluation in virtual environments are questionnaires that make direct reference to the contents worked. But still emerging studies that discuss the range of evaluation in virtual environments, considering all its stages. The case study research are the courses conducted by the project Itaú-Unicef Award, 2149 professionals attended these courses non-governmental organizations that make some kind of working with children and adolescents 0-18 years. We offered 10 courses distributed in 56 classes. The data obtained in these courses were analyzed using the method of Bloom and its aftermath served as input for management intervention courses at the moment that a certain behavior is identified. At the end we hope to obtain an analytical panel where you can view the successful and critical points of each course, assisting in the decision making of managers in the course changes and changes necessary to further serve the public project. Keywords: NGO, Evaluation, Moodle, Taxonomy, Education, Systems.

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ÍNDICE RESUMO................................................................................................................................9 ABSTRACT..........................................................................................................................11 ÍNDICE.................................................................................................................................13 LISTA DE TABELAS.............................................................................................................15 Apresentação.......................................................................................................................16 Introdução............................................................................................................................18 Capítulo 1 – Avaliação em educação ..................................................................................22 1. 1. Avaliação em ambientes virtuais de aprendizagem................................................24 1.2. Uma proposta avaliativa: a Taxonomia de Bloom ...................................................26 Capitulo 2 – O contexto da pesquisa...................................................................................34 2.1. Histórico....................................................................................................................34 2.2. Cursos oferecidos.....................................................................................................36 2.3. Ambiente virtual de aprendizagem – o Sistema Moodle..........................................38 Administrador, que possui as seguintes funções:.......................................................40 Capitulo 3 - Procedimentos metodológicos de coleta e análise de dados ........................48 3.1 Sobre o curso atuação em rede................................................................................49 3.1.1.Objetivo Geral.....................................................................................................50 3.1.2. Objetivos Específicos........................................................................................50 3.1.3 Justificativa.........................................................................................................51 Capitulo 4 - Resultados da pesquisa e análise dos dados..................................................54 4.1. Participação e adesão..............................................................................................55 4.2. Avaliação da oferta...................................................................................................60 4.3. Avaliação de ganhos de aprendizagens...................................................................64 4.4. Uma proposta de análise da Taxonomia de Bloom aplicada ao curso Atuação em Rede ...............................................................................................................................70 Capítulo 5 - Considerações finais........................................................................................87 Referências bibliográficas ...................................................................................................91 Anexo 1 – Roteiro dos curso................................................................................................97 1.1. Roteiro de produção do curso:.................................................................................97 Fóruns permanentes:..................................................................................................97 13

SEMANA 01 – Ligando fios, pessoas e ações............................................................98 SEMANA 02 – Como a rede funciona?.....................................................................104 SEMANA 03 – Mobilizar para organizar....................................................................108 SEMANA 04 – Sugestões para tecer uma rede........................................................111

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 - TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA...................................................................56 Tabela 2 - TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA X PARTICIPANTE ....................................57 Tabela 3 - FREQUENCIA DE REALIZAÇÃO NAS ATIVIDADES........................................58 Tabela 4 - PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES – QUADRO GERAL..................................59 Tabela 5 - TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA X ATIVIDADES.........................................60 Tabela 6 - FORMATO DO CURSO E CONFIGURAÇÕES.................................................61 Tabela 7 - PERFIL DO PARTICIPANTE...............................................................................62 Tabela 8 - QUALIDADE DA MODERAÇÃO.........................................................................63 Tabela 9 - CONTEÚDOS DO CURSO.................................................................................64 Tabela 10 - REPRESENTAÇÕES DE CONCEITOS...........................................................66 Tabela 11 - GRUPO DE PARTICIPANTES – CONCEITO...................................................67 Tabela 12 - GRUPO DE ATIVIDADES – MODO DE ATUAÇÃO.........................................68 Tabela 13 - GRUPO DE PARTICIPANTES – MODO DE ATUAÇÃO..................................69 Tabela 14 - GRUPO DE ATIVIDADES – PRATICAS DE USO............................................69 Tabela 15 - GRUPO DE PARTICIPANTES – PRATICAS DE USO.....................................70 Tabela 16 - TAXONOMIA DE BLOOM APLICADA AO CURSO ATUAÇÃO EM REDES....72

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Apresentação Minha geração cresceu em meio a popularização da tecnologia como a disseminação do uso de consoles de videogames e dos computadores pessoais. Esses fatos influenciaram minhas escolhas acadêmicas levando-me a imaginar uma educação que privilegiasse esse tipo de recursos. Ao ingressar no magistério, no Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento ao Magistério - CEFAM, tive a oportunidade de estudar os fundamentos da educação, priorizando a prática docente. Como trabalho de conclusão do Magistério pesquisei a utilização dos recursos midiáticos em quatro escolas públicas municipais que demonstrou que, de modo geral, uso desses recursos é bastante escasso, uma vez que os professores não tinham, sequer, familiaridade com o uso de computador ou Internet. No curso de Pedagogia nas Faculdades Taboão da Serra, tive a oportunidade de uma formação abrangente, com experiência na prática docente, gestão educacional e coordenação pedagógica. Na monografia, em 2005, procurei mapear a apropriação de recursos de comunicação via web e o uso de tecnologias móveis no contato com professores e alunos do Ensino Fundamental da rede pública municipal de Taboão da Serra. A análise das entrevistas mostrou que os alunos já tinham contato com esse tipo de recursos, porém os professores não tinham conhecimento de sua aplicação como recurso pedagógico. Na implantação do sistema de educação a distância do Projeto Prêmio ItaúUnicef, em 2008, fui responsável pela avaliação e suporte aos participantes dos cursos a distância oferecidos a cerca de 1500 ONG inscritas no Prêmio Itaú-Unicef. Essa experiência bastante abrangente gerou inúmeros insumos e reflexões que me levaram a optar pelo programa de pós-graduação strictu sensu do núcleo Tecnologias da Inteligência e Design Digital com o projeto de pesquisa “”Aplicação da taxonomia dos objetivos educacionais a partir do uso dos registros do Ambiente Virtual de Aprendizagem

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Moodle”.

No presente trabalho procuro discutir a relevância para a uma metodologia de tratamento de informações baseada na taxonomia dos objetivos educacionais desenhada por Benjamin Bloom (1950). A análise será feita a partir dos dados de navegação dos cursos do Prêmio Itaú-Unicef em 2008 tendo cuidado de atualizar o campo de pesquisa e viabilizar sua aplicação, como método de avaliativo, no contexto da educação a distância.

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Introdução O que é desejável para alunos e grupos de alunos em particular depende em parte de suas características atuais e de suas metas e aspirações para o futuro. O que é desejável para um aluno em particular pode coincidir com toda a gama de possibilidades disponíveis para sua capacidade, suas realizações anteriores e suas personalidades. (BLOOM, at al., 1971, p.46)

Existem muitas discussões a respeito de diferentes métodos e mecanismos de avaliação de desempenho e participação em cursos a distância via web. Em geral, os ambientes virtuais de aprendizagem oferecem diversos recursos que permitem mensurar o número e tempo de acesso ao curso, realização de atividades, por exemplo. Esteves ressalta a importância da definição de medidas claras no processo avaliativo.

Medir, a rigor, quer dizer determinar a extensão, as dimensões, a quantidade, o grau, ou capacidade de uma cousa ou objeto. É uma atribuição de valores, segundo determinadas regras anteriormente estabelecidas. Em qualquer caso, o resultado de uma medida é sempre expresso em números e não por descrição, havendo para isso um sistema de unidades convencionais, de uso mais ou menos universal, que facilita a interpretação dos resultados. [...] quando usamos unidades de medida, tais como o metro, quilo, metro cúbico,

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etc., estamos expressando com muito mais exatidão e simplicidade a ideia que queremos transmitir. (ESTEVES, 1961 p.15)

Muito se discute a validade do uso de dados quantitativos na avaliação, nesse sentido a

grande contribuição de Bloom está na proposta do uso combinado de informações quantitativas e qualitativas.

Durante a aula, em cada classe, professores avaliam seus alunos. [...] Muitas vezes a atenção do professor se volta para uma expressão facial momentânea, um tom de voz, uma forma de postura; [...] Contudo este tipo de avaliação é não-planejada; é diferente dos tipos de avaliação sistemáticos e quantitativos-avaliação diagnóstica, formativa, somativa e outras. Isto não sugere que a avaliação informal, espontânea, seja de pequeno valor ou de que haja qualquer contradição básica entre a avaliação formal e a informal. Nosso ponto de vista simplesmente é que a avaliação informal deva ser suplementada com formas mais sistemáticas de coletar dados ou evidências. (BLOOM at al., 1971, p.249)

O psicólogo e pesquisador Benjamin Bloom desenvolveu a Taxonomia dos Objetivos Educacionais, também denominada taxonomia de Bloom, que significa um tipo de classificação baseado em um sistema de objetivos pré-determinados que resultam em um modelo conceitual para análise, discussões e/ou recuperação de informação. Algumas das vantagens da utilização da taxonomia no contexto educacional são oferecer uma base para o desenvolvimento de instrumentos de avaliação e estratégias para facilitar, avaliar e estimular o desempenho dos alunos em diferentes níveis de aquisição de conhecimento; e incentivar

os educadores a auxiliarem seus discentes a adquirirem

competências específicas a partir da percepção da necessidade de dominar habilidades 19

mais simples (fatos) para, posteriormente, dominar as mais complexas (conceitos).

“A taxonomia trouxe a possibilidade de padronização da linguagem no meio acadêmico e, com isso, também novas discussões ao redor dos assuntos relacionados à definição de objetivos instrucionais. Neste contexto, instrumentos de aprendizagem puderam ser trabalhados de forma mais integrada e estruturada, inclusive considerando os avanços tecnológicos

que

podiam

prover

ferramentas

para

facilitar

o

novas

processo

e de

diferentes ensino

e

aprendizagem.” (FERRAZ; BELHOT, 2010, p. 421-431)

A avaliação de desempenho em ambientes virtuais costuma repetir modelos similares aos utilizados na educação formal presencial como questionários, que fazem referência direta aos conteúdos trabalhados, com o objetivo de avaliar o aprendizado do aluno. Pode-se dizer ,porém, que os estudos que discutem a avaliação em ambientes virtuais, considerando suas peculiaridades e potencialidades ainda estão em estágios iniciais. Por isso é crescente a demanda pela normatização e criação de critérios para a aplicação da avaliação nessa modalidade de ensino.

O presente trabalho pretende se inserir nas discussões a respeito da avaliação de desempenho e participação em cursos a distancia a partir da análise dos dados de participação e desempenho oferecidos pelo sistema Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment) em cursos a distancia oferecidos pelo Prêmio Itaú-Unicef em 2008, utilizando como referência a Taxonomia de Objetos Educacionais de Bloom . A análise dessas informações avaliativas tem como objetivo contribuir para as discussões sobre a aplicação de métodos avaliativos a serem utilizados em cursos a distância tendo 20

como base a Internet..

Ao final do estudo será apresentada uma tabela analítica de forma a destacar pontos exitosos e desafiadores de diferentes propostas e ações avaliativas utilizadas em cursos a distância, auxiliando na tomada de decisão dos gestores dos cursos nas mudanças e alterações necessárias para maior atendimento ao público do final.

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Capítulo 1 – Avaliação em educação A palavra avaliação segundo o dicionário Houaiss, significa “o ato ou efeito de avaliar(-se), o cálculo do valor de um bem ou de bens, o valor determinado por quem avalia, a apreciação ou conjectura sobre condições, extensão, intensidade, qualidade etc. de algo, verificação que objetiva determinar a competência, o progresso etc. de um profissional, aluno etc”. Para a Educação, os processos avaliativos vem sendo construídos ao longo do tempo, sempre acompanhando as concepções, metodologias e descobertas da área. A avaliação, além de ser prática antiga, parece ser inerente ao ser humano. Para o filósofo Friedrich Nietzsche, o homem é um ser que avalia. “A prática da avaliação, entendida no seu sentido genérico, é tão antiga quanto o próprio homem” (LUCENA, 1992, p.35) e “aparentemente, o homem é formado de tal modo que não pode deixar de avaliar, julgar, estimar ou valorar” (BLOOM, 1956, p.157). A avaliação, como fenômeno científico passou a abranger, além do julgamento de valor, também o processo de tomada de decisões, que tem sido estudado por pesquisadores de vários campos científicos sob diferentes perspectivas. Em Administração, a decisão corresponde a um processo de análise e escolha. O estudo do processo decisorial recebeu grande contribuição de Herbert Alexander Simon em seu livro “O Comportamento Administrativo” (1947), em que propõe a teoria das decisões enquanto base para explicar o comportamento humano nas organizações. No campo educacional, Lee J. Cronbach foi o primeiro a vincular as atividades de avaliação ao processo de tomada de decisão. Independente de concepções teóricas, o juízo de valor e a decisão estão presentes nas diversas propostas de avaliação, em maior ou menor grau de relevância de um em relação ao outro.

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A avaliação, como prática educacional, é um fenômeno complexo, reconhecida como um dos pilares para o estudo do processo de ensino-aprendizagem, considerando-se que ao se tratar da avaliação na educação supõe-se necessariamente um questionamento de todos os problemas fundamentais da Educação (CARDINET APUD PÉREZ GOMÉZ; SACRISTÁN, 1998 p.295). A complexidade do fenômeno avaliativo apresenta um oxímoro, porque ao revelar algo, a avaliação também esconde outras coisas (DEMO, 1999, p.23). A partir desse ponto de vista, nenhuma avaliação é plenamente precisa no sentido de abranger todas as variáveis envolvidas no objeto avaliado e a questão epistemológica: “Como podemos ter um conhecimento exato do mundo que nos cerca?”, em termos de avaliação, não pode ser respondida com certeza plena.

Gronlund foi um dos especialista em avaliação que procurou formular alguns princípios gerais da avaliação para a educação. O pesquisador considerou como ponto de partida a ideia de que a avaliação é um processo e, como tal, pode ser mais efetivo quanto mais estiver baseado em princípios operacionais. (TURRA, ENRICONE, SANT'ANNA, ANDRE, 1975, P.188) "Esses princípios (ideias orientadoras) proporcionam direção ao processo e servem como critérios para verificar a efetividade de procedimentos e práticas específicas" (GRONLUND, 1971, p.21).

Considerando essa visão de processo outros estudos elaborados por Bloom, Hastings e Madaus (1956) atribuem à avaliação uma tríplice função: de diagnóstico, de verificação e de apreciação. A primeira abordagem, contemplada pela avaliação diagnóstica (ou inicial), "é a que proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino-aprendizagem" (MIRAS e SOLÉ, 1996, p.381), ou, ainda, busca a determinação da presença ou ausência de habilidades e pré-requisitos, bem como a identificação das causas de repetidas dificuldades na aprendizagem (BLOOM et alii,1971,

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p.72).

A segunda função liga-se à avaliação formativa, por meio da qual é possível, segundo Haydt (1995), constatar se estão os alunos, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das atividades propostas. De acordo com a autora, a avaliação formativa representa o principal meio de auxiliar o estudante a conhecer seus erros e acertos, encontrando, assim, maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos. Haydt (1995, p.134) também chama atenção para o fato de que as informações oferecidas pela avaliação formativa também tem sua importância ao oferecer feedback para professores, que permite “detectar e identificar deficiências na forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo” (Haydt, 1995, p.135).

Bloom, Hastings e Madaus (1971) consideram ainda que a avaliação formativa tem como objetivo informar o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das atividades escolares e a localização das deficiências na organização do ensino para possibilitar correção e recuperação. (BLOOM et alii,1971, p.197).

A terceira e ultima função é representada pela avaliação somativa, cujo objetivo é "determinar o grau de domínio do aluno em uma área de aprendizagem", o que "permite outorgar uma qualificação que, por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada; por isso, (...) é denominada também avaliação creditativa" (MIRAS e SOLÉ, 1996, p. 87). Também, tem o propósito de classificar os alunos ao final de um período de aprendizagem, semestre, ano, mês ou curso, de acordo com os níveis de aproveitamento

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1. 1. Avaliação em ambientes virtuais de aprendizagem A avaliação educativa é um processo complexo que começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidências de resultados, interpretação dos resultados para saber em que medida foram os objetivos alcançados e formulação de juízo de valor. (SARUBBI, 1971, p.15,)

A avaliação na educação sempre foi considerada a etapa mais complexa e desafiadora do processo de ensino por seu caráter amplo e por muitas vezes não garantir aos avaliados uma visão singularizada sobre seu desempenho e desenvolvimento do ensinoaprendizagem. Da mesma forma, a avaliação em ambientes virtuais de aprendizagem na Internet não está descolada das discussões sobre avaliação em cursos presenciais.

Por suas especificidades, os cursos online permitem a realização de uma avaliação bastante abrangente por meio da utilização de diversos recursos oferecidos pelos sistemas de administração dos cursos. A crescente demanda de cursos de modalidade virtual pode compreender uma avaliação capaz de garantir melhores condições de aprendizagem, por possibilitar uma diferenciação de tempos de assimilação e modos de produção de conteúdo. Mas a avaliação de aprendizagem em cursos via web corre o risco de se apresentar resultados insuficientes, ao se considerar de forma mecânica apenas os dados apresentados pelo sistema, avaliando de forma superficial, deixando aspectos relacionais e conceituais apenas para ambientes presenciais. Nesse sentido, o uso de avaliações multifacetadas em ambientes online pode oferecer um panorama mais amplo da participação e desempenho ao se considerar um número maior de variáveis, como a

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interação com outros participantes, a apropriação do conteúdo do curso por meio da disseminação de temas e a produção de textos.

Avaliação em educação significa descrever algo em termos de atributos selecionados e julgar o grau de aceitabilidade do que foi descrito. O algo, que deve ser descrito e julgado,

pode

educacional, programa

mas

ser

qualquer

é

tipicamente:

escolar,

(b)

um

aspecto (a)

um

procedimento

curricular ou (c) o comportamento de um indivíduo ou de um grupo. (THORNDIKE; HAGEN, 1960, p. 16 ).

É importante considerar que os ambientes virtuais de aprendizagem potencializam o processo ensino-aprendizagem de indivíduos e grupos, na medida em que podem oferecer estímulos e recursos como audiovisuais ou de interação entre os participantes diferenciados daqueles oferecidos em cursos presenciais. Ao mesmo tempo, em termos avaliativos, os cursos oferecem sistemas inteligentes que permitem a análise do comportamento do usuário-aluno e podem auxiliar na determinação da apropriação do conteúdo trabalhado.

1.2. Uma proposta avaliativa: a Taxonomia de Bloom Segundo o dicionário Houaiss, a palavra taxonomia quer dizer a ciência ou técnica de classificação, na década de 1950, Benjamin Bloom utilizou-se do conceito de classificação para elaborar uma das primeiras metodologias avaliativas de ganhos de aprendizagem denominada taxonomia dos objetivos educacionais. Essa metodologia, fortemente influenciada pelo modelo educacional vigente à época – com um grande numero de 26

cursos profissionalizantes –, tinha como características a ênfase em técnicas de aferição de conteúdos e de maneira geral reproduzia um modelo de produção industrial a avaliação escolar. Na década de 1950, a educação se adequou a demanda do mercado de trabalho que em consequência do arrojo industrial necessitava cada vez mais de mão de obra especializada. Esse contexto social e econômico se refletiu nas instituições de ensino, que, de maneira geral, passaram a ter como foco a aquisição de habilidades e conhecimentos específicos de diferentes

áreas. O aluno é visto como o sujeito do

processo educacional, que interage com uma série de conteúdos ordenados por uma sequencia didática e separados em disciplinas estipuladas conforme os objetivos do curso.

Nesse contexto, a verificação dos conhecimentos aprendidos pelos alunos nesses cursos eram utilizados mecanismos de verificação de entendimento dos conteúdos ministrados, basicamente eram aplicados testes em que o aluno demonstrava de diferentes modos seu aprendizado. Esse testes eram aplicados em forma de provas orais e escritas, cujas respostas eram classificadas pelo professor atribuindo valores e critérios para avaliar o conhecimento do aluno. A partir dessa classificação, determinava-se a aptidão do sujeito do processo de aprendizagem para sua promoção.

Esse sistema foi por muito tempo amplamente utilizado por sua capacidade de produção de resultados e pela sua agilidade operacional. Ainda hoje muitos sistemas de avaliação de ensino têm como principal método avaliativo a aplicação de testes.

Com o objetivo de ampliar as possibilidades e metodologias avaliativas, a partir da década de 1940-50 muitos especialistas da área educacional iniciaram uma série de pesquisas

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para buscar melhores resultados dos processos avaliativos de ganhos de aprendizagem. Assim, em 1948, a convenção da Associação Americana de Psicologia (APA) discutiu a necessidade e conveniência do estabelecimento de um quadro teórico de referência que facilitasse a comunicação entre os pesquisadores dessa temática.

Esse grupo de psicólogos propôs-se a desenvolver um sistema de classificação para três domínios: o cognitivo, o afetivo e o psicomotor. O trabalho no domínio cognitivo foi concluído em 1956, com a apresentação de um relatório que passou a ser normalmente referenciado como Bloom's Taxonomy of the Cognitive Domain, embora o título completo da obra seja Taxonomy of educational objectives: The classification of educational goals. Handbook I: Cognitive domain (Taxonomia dos objetivos educacionais: A classificação dos objetivos educationais, Manual I: Domínio Cognitivo).(BLOOM et al. 1956)

O segundo relatório, que só publicado nove anos depois em 1964, foi denominado Taxonomia dos Objetivos Educacionais: Domínio Afetivo, mas não causou tanto impacto como o primeiro, pois sua contribuição ficou muito restrita ao campo psicológico. O grupo não chegou a elaborar o terceiro relatório sobre o domínio psicomotor, por essa razão é que se recorre a outros trabalhos para classificar as questões nesse tema. Mais recentemente, Anderson e Krathwolhl (2001) publicaram uma revisão da taxonomia dos objetivos no domínio cognitivo, no entanto, ela foi pouco divulgada e não causou o mesmo impacto da década de 50.

A ideia central da Taxonomia de Objetivos Educacionais é definir claramente aquilo que os educadores querem que os alunos saibam – definindo assim como os objetivos educacionais podem ser arranjados numa hierarquia do menos para o mais complexo.

A taxonomia de Bloom é a constituída por seis comportamentos observáveis, sendo que 28

os

objetivos

das

classificações

propostas

compreendem

e

se

baseiam

em

comportamentos incluídos nas classes precedentes. São eles:

1. Conhecimento – Relembrar fatos e definições, replicar procedimentos conhecidos.

2. Compreensão – Explicar, interpretar, classificar, comparar termos e conceitos.

3. Aplicação – Aplicar procedimentos conhecidos a novos problemas.

4. Análise – Sistemas: explicar, interpretar, prever o comportamento.

5. Avaliação – Sistemas: estipular critérios e avaliar, classificar, escolher, criticar.

6. Síntese – Novos sistemas, projetos, planejar, criar, formular,...

Outros autores fazem um releitura de Bloom com o objetivo de adequar suas definições a contexto diferenciados. Zania (2002) define as categorias como:



Conhecimento: essa é a categoria de nível mais baixo dentro dos objetivos educacionais. Refere-se a capacidade de lembrar ou reconhecer elementos específicos de um determinado assunto. Não sugere a existência ou inexistência da capacidade de usar ou aplicar o conhecimento. Um exemplo de objetivo que se encaixa nessa categoria é descrever como se calcula a velocidade de um corpo. Segundo Bloom, embora se reconheça a presença do conhecimento nas categorias fundamentais e mais complexas de taxonomia (compreensão até avaliação), a categoria “conhecimento” difere das demais pelo fato de que a evocação é o principal processo psicológico nela envolvido, já que nas outras categorias a evocação é somente um aspecto de processos muito complexos,

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como os de relacionamento, julgamento e reorganização.



Compreensão: normalmente é a categoria mais utilizada no ambiente escolar para definição dos objetivos educacionais. Quando um objetivo é definido nessa categoria o que se espera do aluno é que ele entenda o conteúdo que está sendo transmitido e que consiga fazer uso dos materiais e ideias abrangidas. Por exemplo, é utilizada a compreensão num objetivo educacional em que são definidos os conceitos de planilha eletrônica e o aluno consegue expressar, mais tarde, com suas próprias palavras esse conceito e até mesmo exemplificar a partir da conceituação por ele feita. Segundo Bloom, existem três comportamentos de compreensão, fortemente inter-relacionadas:

o transformação: o aluno consegue definir conceitos por ele aprendidos numa linguagem diferente da que lhe foi transmitida. Ou seja, utiliza suas próprias palavras para a definição. Além disto, torna-se possível ao aluno interligar partes isoladas formando um só contexto do conceito. A habilidade de ler pautas musicais é um exemplo de transformação.

o interpretação: consiste no aluno reorganizar ideias formando um novo modelo mental. Ou seja, ser capaz de pegar ideias isoladas e originar um novo contexto. Um exemplo de transformação seria fazer a tradução de um texto em inglês para um equivalente em português.

o extrapolação: consiste em que o aluno, além de interpretar os dados, consiga prever acontecimentos relacionados ao que se está estudando. Por exemplo, se é apresentado ao aluno um gráfico sobre a velocidade de um corpo variando a distância e o tempo percorrido ele deve ser capaz, além de 30

interpretar os dados, de prever outras alterações no corpo conforme os dados são alterados.



Aplicação: Uma categoria para ser validada deve satisfazer uma categoria anterior, ou seja, para a categoria aplicação existir a categoria compreensão tornase pré-requisito, já que para aplicar um determinado conceito é necessário tê-lo compreendido. Segundo Bloom, “aplicação é o uso de abstrações em situações particulares e concretas”. A definição da categoria aplicação fica mais fácil de ser entendida por meio da distinção com a categoria compreensão. A categoria compreensão requer que o aluno conheça bem um conceito e consiga demonstrar seu uso quando necessário. Já a categoria aplicação requer que quando é apresentado ao aluno um problema novo ele consiga aplicar os conceitos compreendidos (categoria da compreensão) apropriados àquela situação sem que lhe seja sugerido quais conceitos devem ser utilizados ou mesmo lhe seja ensinado como usá-los naquela situação específica. (ZANIA, 2002, p.32 - 34)

Esse processo é realizado por meio de um operações mentais em que o aluno seleciona conceitos associados ao problema e os emprega para solução do mesmo. Não é considerada aplicação se o problema dado ao aluno é semelhante a um já resolvido com apenas algumas alterações de nomes. Um exemplo de objetivo relacionado a aplicação seria calcular a distância percorrida por um corpo. Poderia ser pedido ao aluno que determinasse a distância entre duas cidades, sendo que são informados a velocidade e o tempo utilizados por um carro para percorrer este caminho. É importante salientar que não deve ser informado ao aluno qual a fórmula que ele deve utilizar para encontrar a resposta, já que nesse caso ele não estaria aplicando o conhecimento adquirido em um problema dado.

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Segundo Bloom, algumas pesquisas mostram que a compreensão de um conceito não significa que o indivíduo conseguirá aplicá-lo. Isso é, nem sempre quando o aluno compreende uma abstração quer dizer que ele saberá como aplicá-la no mundo real. Por meio do exemplo anterior, poderíamos considerar que não houve aplicação se para o aluno conseguir montar o trabalho ele tiver que ser informado que deveria utilizar uma planilha eletrônica ou que para resolver o cálculo ele deverá utilizar um formato condicional.



Análise: requer que o aluno reconheça pressupostos não formulados. Seu objetivo é tornar mais clara a comunicação fazendo com que o aluno expresse suas ideias em relação a um problema apresentado. Porém, ele deve apresentar suas ideias num problema ou situação novos, caso contrário está apenas demonstrando a memória ou conhecimento de uma análise já efetuada por outras pessoas. Um exemplo da categoria análise é dado quando um professor apresenta uma poesia e pede que o aluno explique e comente um determinado trecho. O aluno está, então, analisando o processo de comunicação. O emprego da análise é importante quando é necessário um entendimento mais aprofundado de um conceito antes de se tomar decisões ou de se fazer avaliações.



Síntese: nessa categoria o aluno deve resgatar elementos apreendidos por meio de fontes diferentes e reorganizá-los em uma forma ainda não percebida por ele. Essa é a categoria do domínio cognitivo que mais possibilita ao aluno desenvolver a criatividade dando grande importância a originalidade, porém sem liberdade total, pois a criação deve ser feita a partir de um determinado problema, materiais ou metodologias. Na síntese, o papel do professor é analisar o mérito de uma resposta a partir de um problema apresentado, verificando suas qualidade 32

apresentadas por meio das ideias dos alunos. Segundo Bloom, a síntese pode ser dividida em três subcategorias:

o Produção de uma mensagem original: seu objetivo é a produção de materiais que possibilitem ao aluno comunicar para outras pessoas suas ideias, sentimentos, relações ou experiências. Exemplo: Capacidade de escrever criativamente um conto ou poesia.

o Produção de um plano ou de um conjunto de operações: seu objetivo é desenvolver um plano de trabalho ou um plano de operações que satisfaçam as exigências de uma tarefa atribuída ou escolhida pelo aluno. Exemplo: A capacidade de planejar um software de acordo com especificações dadas. Dedução de um conjunto de relações abstratas: a partir de teorias o aluno consegue formular novas hipóteses. Exemplo: Formulação de uma hipótese a partir de dados disponíveis.

É importante destacar que a síntese é uma categoria importante para o desenvolvimento do aluno, pois é por meio dela que o profissional consegue se desenvolver no mercado de trabalho.



Avaliação: abarca o processo de julgamento relacionado com ideias, trabalhos, soluções, métodos, materiais, entre outros fatores, realizado com um determinado propósito. É preciso ficar claro que opinião não é julgamento, ou seja, o que o aluno deve realizar é um julgamento calcado em critérios e padrões muito bem definidos. Quando o aluno dá uma opinião sobre algo ele simplesmente avalia de maneira rápida sem fazer considerações cuidadosas sobre o objeto avaliado. Essa categoria envolve a combinação dos outros comportamentos evidenciados nas 33

categorias anteriores. Como exemplo de objetivos que atendem a categoria de avaliação temos: a capacidade de reconhecer a precisão, amplitude e a relevância dos dados (BLOOM, 1973, p.197) e a capacidade de avaliar o desempenho de um carro segundo velocidades por ele atingidas numa mesma distância.

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Capitulo 2 – O contexto da pesquisa Como parte da pesquisa sobre avaliação em ambientes virtuais aqui apresentada, foi realizado um estudo de caso nos cursos a distancia oferecidos pelo projeto Prêmio ItaúUnicef em 2008. Esses cursos eram parte das ações de formação daquele ano e tinham como objetivo a formação de profissionais de organizações não-governamentais (ONG). 2.1. Histórico O Prêmio Itaú-Unicef é um projeto de âmbito nacional, desenvolvido pela iniciativa da Fundação Itaú Social e pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF), com a coordenação técnica do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária), e tem como objetivo identificar, reconhecer e dar visibilidade ao trabalho de organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, que estimulam o ingresso,

regresso,

permanência,

aprendizagem

e

participação

de

crianças

e

adolescentes na escola pública. O Prêmio Itaú-Unicef é dirigido a ONG de todo o país que contribuem para a educação integral de crianças e adolescentes, entre 6 e 18 anos, em condições de vulnerabilidade socioeconômica, desenvolvendo atividades em horários alternados ao escolar.

O Prêmio Itaú-Unicef estrutura-se em torno de duas ações consideradas estratégicas: mobilização social e formação extensiva e sensibilizadora de agentes locais/regionais para ações socioeducativas, também chamadas ações complementares à escola, que podem acontecer na escola ou fora dela, compreendendo que crianças e adolescentes brasileiros vulnerabilizados pela pobreza necessitam desenvolver e ampliar seu universo de experiências culturais, lúdicas e socializadoras, para conquistar o acesso, permanência e sucesso escolar.

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Cada edição do Prêmio Itaú-Unicef é composta por dois anos, nos anos ímpares são realizados o processo de seleção e premiação das ONG e nos anos pares são realizadas diferentes ações de formação, como seminários, encontros regionais e cursos.

Nos anos de seleção, são premiados projetos em atividade de pelo menos um ano, voltados à formação da cidadania e à ampliação do repertório cultural, da sociabilidade, dos conhecimentos, dos valores e das habilidades de crianças e jovens. Agentes públicos das áreas da Educação e Assistência Social são envolvidos no processo de seleção do prêmio e para isso participam de ações de formação para auxiliar na avaliação de projetos sociais.

Nos anos seguintes às premiações acontecem os Encontros Regionais de Formação com a participação sem custos dos coordenadores dos projetos inscritos na edição anterior do Prêmio, representantes de escolas parceiras dos projetos finalistas e os profissionais que compuseram as equipes de avaliação, além de convidados especiais das secretarias de Educação e da Assistência Social. São realizadas atividades como seminários regionais, com programação de palestras, debates, oficinas, espaços interativos e outros com temática relativa ao desenvolvimento de ações socioeducativas. O programa se caracteriza por ser um espaço de atualização técnica, intercâmbio de experiências e de visibilidade, não só para os projetos premiados, mas também para aqueles classificados como bem sucedidos.

O projeto Prêmio Itaú-Unicef procura oferecer aos profissionais dos projetos inscritos a possibilidade de busca conjunta de soluções que visem ao benefício das comunidades. Para seus idealizadores, a articulação entre poder público, organizações não governamentais e setor empresarial é decisiva para a promoção da eqüidade social. Para

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a concretização dessa crença a Fundação Itaú Social e o Unicef agregaram importantes parceiros a sua iniciativa: a Undime – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, o Congemas – Colegiado Nacional dos Gestores Municipais de Assistência Social, o Consed - Conselho Nacional dos Secretários de Educação e o Canal Futura que participam ativamente em todas as fases do Prêmio: lançamento, divulgação, capacitação das equipes de avaliadores, seleção e premiação. Os parceiros mantêm-se ativos também durante os Encontros quando se tornam multiplicadores das ações de formação.

O projeto tem um tema mobilizador a cada edição, que é utilizado nos anos de premiação e também nos anos dos Formação, com o intuito de colocar a discussão da importância da educação integral na pauta nacional. Em 2007, o tema “Todos pela Educação” reafirmou a necessidade do compromisso da sociedade com a educação integral das crianças brasileiras e da articulação intersetorial como caminho para essa união de forças.

Na mesma edição, o Prêmio passou a utilizar indicadores das ações socioeducativas: gestão para a sustentabilidade e oferta de oportunidades de desenvolvimento para crianças e adolescentes com o objetivo de desenvolver as capacidades das organizações para a realização dos direitos das crianças e dos adolescentes. Esses indicadores foram a base do processo de seleção do Prêmio 2007 e se tornaram o principal conteúdo técnico do processo de formação realizado em 2008. 2.2. Cursos oferecidos O projeto de formação do Prêmio Itaú-Unicef, em 2008, teve como objetivo promover o posicionamento político sobre a Educação Integral, criar espaços de discussão de forma que as organizações pudessem re-visitar e refletir sobre as práticas desenvolvidas com

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as crianças e os adolescentes, no sentido de alcançar maior qualidade nas ações socioeducativas.

Para tanto, foram desenvolvidas estratégias presenciais e a distância, pela equipe de formação do Cenpec, especialistas em Educação Integral com diferentes atuações, agentes públicos e educadores sociais envolvidos com as questões da educação e inclusão social de crianças e adolescentes.

A fim de levantar demandas de formação das organizações inscritas, foi realizada uma pesquisa a partir do questionário utilizado na edição de 2007 e analisados os indicadores de avaliação. Para facilitar a participação dos profissionais das ONG, a formação foi realizada parte presencialmente e parte a distância utilizando a Internet como meio para a promoção do curso.

Para o desenho desses cursos foram utilizadas metodologias específicas de análise dos dados inseridos pelas ONG na ficha de inscrição para a participação no Prêmio Itaú– Unicef ano 2007, considerando os seguinte fatores:



Perfil do público-alvo.



Relevância do trabalho realizado por essas ONGs com crianças e adolescentes.

A seleção de temas para os cursos procurou responder aos indicadores utilizados pelo Prêmio Itaú-Unicef na avaliação dos projetos inscritos, como o mostra o quadro abaixo, que apresenta os indicadores de avaliação e respectivos cursos:

Indicadores

Cursos

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Articulação com parcerias Atuação em rede Captação de Recursos Indicadores de Gestão para a Sustentabilidade

Formação da equipe de profissionais da ONG Planejamento,

Monitoramento

e

Avaliação Estratégias para Ações Socioeducativas

Estratégias para o trabalho com o tema Indicadores

de

Oportunidade

de Convivência

Desenvolvimento para Criança e Adolescentes

Estratégias para o trabalho com o tema Leitura e Escrita Estratégia para o trabalho com o tema Participação

A partir dessa sintonia entre indicadores e temas para formação, foram realizados dez cursos na modalidade a distância, com a duração de oito horas por curso, divididas em quatro semanas, com turmas de cerca de 30 participantes. Os cursos foram replicados ao longo do processo de formação, cerca de sete meses, totalizando 56 turmas, contando com 2.149 participantes. Esse número de participantes representa aqueles que se matricularam em pelo menos um dos dez cursos propostos. É importante ressaltar que os profissionais das ONG inscritas podiam fazer mais de um curso durante o processo.

Nesse estudo serão analisados os dados de referentes ao curso Atuação em Rede, que teve durante sua realização a formação de seis turmas e contou com a participação 58 39

profissionais.

2.3. Ambiente virtual de aprendizagem – o Sistema Moodle MOODLE é o acrónimo de "Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment", um software livre, de apoio à aprendizagem, executado num ambiente virtual, também chamado de ambiente virtual de aprendizagem ou AVA. A expressão designa ainda o Learning Management System (Sistema de gestão da aprendizagem) em trabalho colaborativo baseado nesse programa, acessível por meio da Internet ou de rede local. Em linguagem coloquial, em língua inglesa o verbo "to moodle" descreve o processo de navegar despretensiosamente por algo, enquanto se faz outras coisas.

O programa é disponibilizado sob a licença de software livre GNU Public License e pode ser instalado em diversos ambientes (Unix, Linux, Windows, Mac OS) desde que os mesmos consigam executar a linguagem PHP. Como base de dados podem ser utilizados MySQL, PostgreSQL, Oracle, Access, Interbase ou qualquer outra acessível via ODBC. O Moodle pode ser considerado um software intuitivo e de fácil utilização, que tanto pode dar origem a uma página de um único professor/formador, como à página de uma universidade, com dezenas de milhares de alunos/utilizadores.

Utilizado principalmente em um contexto de e-learning ou b-learning, o programa permite a criação de cursos online, páginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidades de aprendizagem, disponível em 75 línguas diferentes. Conta com 65.568 websites registados, em 215 países, de acordo com o site da comunidade de desenvolvimento Moodle1. 1

Os dados de Moodle apresentados estão disponíveis na página da comunidade Moodle: ., foram acessados em 22/07/2012.

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O Moodle é desenvolvido colaborativamente por uma comunidade virtual, cerca de 820 mil pessoas, que reúne programadores e desenvolvedores de software livre, administradores de sistemas, professores, designers e usuários de todo o mundo. Graças a essa comunidade de usuários evolui constantemente adequando-se às necessidades dos seus utilizadores, oferecendo cada vez mais recursos e funcionalidades, além de possibilitar cada vez mais a flexibilidade pedagógica na construção de cursos.

Em sua versão 2.3, o Moodle já possuiu tradução em mais de 70 idiomas, além de uma centena de temas customizáveis e mais de 500 módulos e plugin que podem fornecer diferentes funcionalidades ao ambiente de aprendizagem pretendido. Essa é uma aplicação livre, desenvolvida e idealizada pelo educador e cientista computacional Martin Dougiamas, que desde 2001 é o principal entusiasta desse sistema.

O amadurecimento do Moodle permite para quem o utiliza hoje uma grande interoperabilidade entre sistemas, já existem módulos que permitem integrá-lo com outros sistemas já disseminados, como as ferramentas Google e construtores de site, Joomla e Drupal, também já é possível utilizar dentro dos cursos recursos como Windows Live Messenger e Skype.

Os requisitos técnicos para sua instalação são:



Servidor - Servidor Web com suporte PHP (ex.: Apache, IIS);



Cliente - Browser e software específico para visualização dos recursos

(formatos pdf, doc, etc.)

Os principais tipos de utilizadores (papéis) são:

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Administrador, que possui as seguintes funções: •

Gerir utilizadores



Definir modelos de autenticação



Programar cópias de segurança automáticas



Gerir disciplinas e as suas categorias



Gerir idiomas



Gerir módulos (atividades e blocos)



Gerir página inicial



Gerir aparência do site



Acessar relatórios



Instalar novos blocos de atividades



Editar aparência dos temas



Atualizar a versão do Moodle

Professor: •

Configuração da disciplina



Gestão de alunos



Gestão de grupos



Gestão de cópias de segurança 42



Análise de relatórios



Gestão de escala de notas



Análise de notas dos alunos



Gestão de sistema de arquivos/ficheiros



Acesso a fórum de professores



Acesso a tarefas efetuadas pelos alunos



Aluno



Recursos



Atividades



Bloco administração

Com uma vasta comunidade de desenvolvedores e usuários, sua base conceitual para o desenvolvimento de cursos é o construtivismo, por isso alguns dos módulos existentes utilizam os termos e métodos dessa linha.

Nas palavras do próprio Dougiamas, baseando-se na pedagogia socioconstrutivista:

(...) não só trata a aprendizagem como uma atividade social, mas focaliza a atenção na aprendizagem que acontece enquanto construímos ativamente artefatos (como textos, por exemplo), para que outros os vejam ou utilizem. [...] A filosofia do projeto é orientada pelo que os desenvolvedores denominam de "pedagogia sócioconstrutivista", pautada em quatro conceitos-chave: (moodle.org)

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Construtivismo — teoria pedagógica que sustenta que as pessoas constroem ativamente novos conhecimentos à medida que interagem com o seu ambiente;



Construcionismo — que sustenta que a aprendizagem é particularmente eficaz quando se dá construindo alguma coisa para que outros experimentem;



Construcionismo Social — que amplia o conceito anterior para um grupo de pessoas que constroem algo para outras que, de maneira colaborativa, criam assim uma cultura de "coisas" compartilhadas, assim como de significados compartilhados;



Ligado e Separado — onde o objeto de observação é a motivação das pessoas em uma determinada discussão de assuntos.

Esses conceitos podem não ser compreendidos e assimilados pelos utilizadores em uma primeira abordagem, mas os desenvolvedores recomendam que os utilizadores possuam um conhecimento prévio dos mesmos.

Muitas instituições de ensino (básico e superior) e centros de formação estão adaptando a plataforma Moodle aos próprios conteúdos, com sucesso, não apenas para cursos totalmente virtuais, mas também como apoio aos cursos presenciais. A plataforma ainda vem sendo utilizada para outros tipos de atividades que envolvem formação de grupos de estudo, treinamento de professores e até desenvolvimento de projetos. Outros setores, não ligados à educação tem utilizado o Moodle, como, empresas privadas, ONG e grupos independentes que necessitam de um ambiente virtual que possibilite o desenvolvimento profissional, troca de informação e/ou a interação entre grupos de pessoas.

Os cursos no ambiente Moodle podem ser configurados em três principais formatos, de 44

acordo com a atividade a ser desenvolvida:



Formato Social – em que o tema é articulado em torno de um fórum publicado na página principal;



Formato Semanal - no qual o curso é organizado em semanas, com datas de início e fim;



Formato em Tópicos – em que cada assunto a ser discutido representa um tópico, sem limite de tempo pré-definido.

A plataforma Moodle apresenta como pontos fortes, quando utilizado para o ensino:



Aumento da motivação dos alunos;



Maior facilidade na produção e distribuição de conteúdos;



Partilha de conteúdos entre instituições;



Gestão total do ambiente virtual de aprendizagem;



Realização de avaliações de alunos;

Suporte tecnológico para a disponibilização de conteúdos de acordo com um modelo pedagógico e design institucional;



Controle de acessos;



Atribuição de notas.

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A plataforma permite a compartilhamento e organização dos conteúdos de materiais de apoio às aulas, pelo fato de ser uma ferramenta que permite produzir cursos e páginas da web, facilita a comunicação (síncrona ou assíncrona), possibilitando contribuir para a melhoria da qualidade quer no ensino presencial, quer no ensino a distância

Os recursos de interação disponíveis para a construção dos cursos possibilita ao professor estruturar sua estratégia de curso a partir de atividades interativas. O Moodle dispõe de várias ferramentas para o desenvolvimento de atividades.

Os recursos disponíveis para o desenvolvimento das atividades são:



Materiais estáticos, como páginas de texto, páginas de texto web, apontadores para arquivos ou páginas web, conteúdos de pastas.



Materiais dinâmicos (atividades):

◦ Avaliação do Curso: testes, questionários em diferentes formatos

◦ Chat: bate-papo com professor ou entre os participantes

◦ Diálogo: permite a criação de conversas entre os participantes dos cursos.

◦ Diário: ferramenta que possibilita que o aluno faça atividades separadas, que podem ser avaliadas individualmente pelo professor

◦ Fórum: espaço para discussão de temas propostos pelo curso

◦ Glossário: utilizado para descrever termos e respectivas definições, ligados à disciplina. 46

◦ Lição: sequência de atividades baseado em testes

◦ Pesquisa de Opinião: referendo

◦ Questionário: com questões de diversos tipos (escolha múltipla, verdadeiro ou falso, resposta curta, comparação) pode ser respondido on-line pelos alunos, permitindo-lhes ver qual a sua classificação.

◦ SCORM (Sharable Content Object Reference Model): modelo de formato para o compartilhamento de conteúdos.

◦ Tarefa: atividade proposta pelo professor/formador aos alunos

◦ Trabalho com Revisão: o professor/formador tem acesso a trabalhos enviados pelos alunos, pode avaliá-los e comentá-los.

◦ Wiki: construção de páginas colaborativas de conteúdos.

◦ Livro: permite disponibilizar um livro eletrônico criado pelo professor, e que pode ser constituído por vários capítulos, dispostos em dois níveis diferentes.

Os materiais dinâmicos (atividades) disponibilizados pelo professor/formador constituem o grande

diferencial

do Moodle,

uma

vez que permitem

a interação

entre

o

professor/formador e os alunos, entre eles estão:



Fóruns - locais de debate, partilha de ideias e esclarecimento de dúvidas;



Gestão de conteúdos (Recursos)

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Questionários e pesquisas com diversos formatos



Blogs



Wikis



Geração e gestão de Base de Dados



Questionário



Chats: salas de conversação entre os utilizadores; podem ser utilizadas para conversação em tempo real.



Glossários

A soma desses recursos e ferramentas foram a base o desenvolvimento dos cursos a distância. O Moodle ofereceu um suporte para o desenvolvimento dos cursos de formação oferecidos aos profissionais das ONG inscritas no Prêmio Itaú-Unicef, em 2008. O sistema ofereceu a base tecnológica para uma formação baseada em uma metodologia de aprendizagem coletiva, que procura reconhecer os saberes dos participantes e estimular as interações e trocas entre os participantes. Os dados avaliativos oferecidos pelo Moodle serão objeto de análise do presente trabalho.

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Capitulo 3 - Procedimentos metodológicos de coleta e análise de dados O Moodle registra periodicamente os logs dos participantes. Para além do acesso, que se dá quando o participante entra na atividade, o log registra cada ação do participante no sistema, mapeando e caracterizando sua navegação. Isso torna possível a visualização do perfil de acesso de cada usuário, propiciando a avaliação de potencial de participação de cada uma das ferramentas e atividades dispostas no ambiente do curso.

Esses logs podem ser consultados de quatro diferentes formas:

1. Ver – participante que só visualiza os conteúdos contidos nas atividades.

2. Acrescentar – participante que acrescenta novos conteúdos às atividades.

3. Atualizar – participante que atualiza os seus conteúdos inseridos nas atividades.

4. Cancelar – participante que cancela os conteúdos que inseriu nas atividades.

Os logs são registrados conforme as ações do participante, dessa forma um mesmo participante pode ser computado diversas vezes na mesma atividade, a cada clique será atribuído um registro de log. Ou seja, o participante ao acessar a atividade, pode ver, acrescentar, atualizar e cancelar, quantas vezes forem necessárias, até que o mesmo

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termine sua navegação e saia do sistema. Enquanto estiver logado os registros de log serão computados.

Essas quatro tipologias de logs permitem uma análise criteriosa das atividades desenvolvidas nos cursos, tornando possível identificar aqueles com maior interação entre os participantes, que, como resultado, podem ser privilegiadas pelas suas características didáticas –metodológicas, de conteúdo e de estratégias de condução/moderação. Também é possível identificar quais os temas de interesses para o público-alvo.

As informações utilizadas na pesquisa apresentada foram recolhidas durante o período de implantação dos cursos a partir de dados gerados em forma de registro de logs no sistema Moodle. Além dessas informações, também foram utilizados dados de participação disponibilizadas pelo Moodle e complementado por instrumentais avaliativos alimentados pelos moderadores e informações coletadas em reuniões de avaliação da equipe técnica responsável pela implantação do curso.

A pesquisa procura analisar os dados de log a partir dos objetivos educacionais do curso e conforme os entendimentos estabelecidos propostas pela taxonomia de Bloom. Entre os cursos oferecidos em 2008 pelo Prêmio Itaú-Unicef 2008, o curso Atuação em Rede será utilizado como estudo de caso para a aplicação da taxonomia dos objetivos educacionais. Nesse sentido, apresentamos as características gerais e objetivos do curso analisado:

3.1 Sobre o curso atuação em rede Esse curso foi realizado no âmbito do projeto Prêmio Itaú-Unicef como uma das estratégias dos Encontros Regionais de Formação, em 2008, para seis turmas e teve a participação de 58 inscritos. Sua escolha para compor esse trabalho se deve pelo fato de

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ter sido o primeiro ano de utilização da estratégia de ensino a distância no projeto e pelos resultados que o curso proporcionou para o projeto. Além disso, sua estrutura e organização permitem a análise a partir dos pressupostos da Taxonomia de Bloom. Para dar um panorama mais completo do curso, apresentamos a estrutura e objetivos do curso.

• 3.1.1.Objetivo Geral Discutir e refletir sobre mobilização de redes sociais das organizações nãogovernamentais, na perspectiva da ampliação de suas possibilidades de ação e de potencialização dos resultados, não só do ponto de vista técnico também como forma de ampliar a garantia de direitos das crianças e adolescentes.

• 3.1.2. Objetivos Específicos •

Mapear as concepções de rede existentes entre os participantes;



Apresentar e discutir as concepções de redes mais conhecidas;



Identificar alguns tipos de redes de organizações, como se organizam e podem ser encontradas;



Reconhecer as formas de funcionamento das redes;



Discutir e refletir sobre as formas e atitudes de acesso e participação das organizações sociais em redes;



Estimular o intercâmbio de práticas;

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Fomentar a produção coletiva;



Aproximar os participantes do universo virtual, estimulando a navegação e a busca de interesses no uso da tecnologia;



Desenvolver um ambiente de confiança e colaboração entre o grupo.

• 3.1.3 Justificativa Na análise das fichas preenchidas no processo de inscrição no Prêmio Itaú-Unicef 2007, notou-se que parte significativa das organizações inscritas alegava ter necessidade de ter acesso e interagir com outras organizações, grupos e pessoas para ampliar seu potencial de ação. Ao mesmo tempo, essas ONG afirmavam ter algumas dificuldades para essa interação, seja por desconhecimento de outras ONG, grupos, associações, seja por falta de estrutura para se deslocar para reuniões, seminários ou outros espaços de interação e trocas ou ainda falta de interesse, tempo ou informação sobre a importância desse tipo de participação. Diferentes autores (CASTELLS, 2001; FREY, 2003; SCHERER-WARREN, 2006) têm sinalizado que, no panorama atual, a sociedade civil organizada se apresenta como uma sociedade composta por diferentes redes de organizações, interorganizações, fóruns e/ou redes entre movimentos sociais. Sua atuação se dá por meio de parcerias entre esses diversos atores e esferas do poder público, sociedade civil e grupos econômicos, o que reflete o incremento na utilização de formas associativas, colaborativas e em rede, considerada, por esses autores, como uma das características do modelo de sociedade contemporânea.

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Num segundo nível, encontram-se as formas de articulação interorganizacional, dentre as quais se destacam os fóruns da sociedade civil, as associações nacionais de ONGs e as redes de redes, que buscam se relacionar entre si para o empoderamento da sociedade civil, representando organizações e movimentos do associativismo local. É através dessas formas de mediação que se dá a interlocução e as parcerias mais institucionalizadas entre sociedade civil e Estado. (SCHERER-WARREN, 2006, p.111).

Dessa forma, a atuação em rede apresenta-se como fator de grande importância para o empoderamento político-institucional das organizações no sentido da constituição de um caráter público de suas ações, o que impacta diretamente nas crianças e adolescentes atendidos. Esse conjunto de fatores deu base à formulação de um processo formativo que buscou orientar e estimular a participação em redes que articulem movimentos sociais pode permitir uma melhor circulação de informações, mobilização das comunidades pela garantia dos direitos das crianças e adolescentes, desenvolvimento de processos formativos para a comunidade e profissionais das organizações, criação de laços de solidariedade entre os participantes e realização de ação conjuntas, aumentando assim suas possibilidades de exequibilidade. A partir dessas premissas, foram desenvolvidos os seguintes conteúdos programáticos, apresentados a seguir:

Semana 01 – Apresentação do curso



Objetivos, dinâmica e funcionamento do curso



Orientações sobre a navegação e as ferramentas do ambiente virtual



Orientações sobre a postagem de imagens nos fóruns do ambiente virtual

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Apresentação dos participantes



Introdução ao tema redes



Histórico da criação de redes, suas formas de organização, implicações e definições.

Semana 02 – Como as redes funcionam?



Reflexão sobre comportamentos e atitudes repetitivas no cotidiano



Necessidade de dinamismo e ousadia para a construção da rede



Análise de estratégias para a construção de uma rede



Avaliação do participante

Semana 03 – Mobilizar para organizar



Discussão sobre objetivos e estratégias de participação na rede



Reflexão a necessidade, importância e intencionalidade da mobilização social para a construção da rede



Discussão sobre as possibilidades de mobilização e organização de redes.



Trocas de experiências sobre a construção de redes

Semana 04 – Sugestão para tecer uma rede

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Reflexão sobre as possibilidades de parceria para a construção da rede.



Discussão dos sete princípios da construção das redes sociais



Avaliação do participante.

Capitulo 4 - Resultados da pesquisa e análise dos dados Os

dados

analisados

na

presente

pesquisa

têm

origem

principalmente

no

acompanhamento da movimentação dos participantes, a partir dos logs de participação disponibilizados pelo Moodle, que serão complementados por informações coletadas a partir de instrumentais avaliativos alimentados pelos moderadores, como planilhas de realização de atividades e informações coletadas em reuniões de avaliação com a equipe técnica responsável pela implantação do curso.

Os dados de acompanhamento utilizando um critério de classificação da participação dos inscritos no curso, que foi adotado pelo projeto Prêmio Itaú-Unicef como forma de avaliar a frequência e participação no curso. A descrição da classificação encontra-se abaixo:



Adesão: participante que acessou em algum momento.



Participante ativo: participante que visualizou e inseriu conteúdos nas atividades do curso.



Participante passivo: participante que visualizou as atividades do curso, mas não inseriu conteúdos.

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Evasão: participante que não realizou acessos e postagens nas duas últimas semanas.



Desistência: participante que justificou sua ausência.



Certificação: participante que realizou no mínimo 25% das atividades propostas.

4.1. Participação e adesão Nesse primeiro bloco serão apresentados dados quantitativos e análises estatísticas referentes a participação dos inscritos do curso Atuação em Redes, que refletem o trabalho desenvolvido no período de duração do curso.

Na tabela 1 observamos que o número de logs é de 5.289, esse número representa as ações realizadas no curso, cuja a carga horária é de oito horas. Esse número, apesar de volumoso, quando fragmentado nas diferentes categorias de logs mostra que os usuários tiveram vasta experiência de navegação, uma vez que os cliques estão distribuídos entre as atividades do cursos. Porém, percebe-se um contraste entre um grande numero de logs de uma ação considerada passiva, “ver”, com baixo nível de registro das ações que exigem participação ativa dos usuários como “acrescentar”, “atualizar” e “cancelar”. Essa discrepância leva a reflexão de que é necessário um acompanhamento próximo do participante para identificar o que o leva a chegar até a atividade, visitá-la e não realizá-la. Outro entendimento possível é a dificuldade na compreensão das comandas e posterior desinteresse pela atividade, ainda é possível relacionar esse comportamento ao desconhecimento, por parte do participante dos mecanismos de interação e produção de conteúdos disponível no sistema.

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Ainda sobre o total de visualizações muito maior que as demais categorias (acrescentar, atualizar e cancelar), esse fato pode estar relacionado ao ato de navegar para reconhecer o ambiente e os conteúdos observados antes da realização da atividade proposta. Além disso, outro fator que contribui para esse número expressivo de visualizações está vinculado à leitura da produção dos integrantes do grupo. Podemos, portanto, identificar duas atitudes que correspondem a aprendizagens esperadas pela equipe técnica responsável pela implantação do curso:



A interação com a produção do grupo - decorrente do desenho pedagógico dos cursos, seus conteúdos e comandas das atividades.



Navegação dinâmica e aleatória – resultado da exploração da potencialidade deste ambiente, provocando uma leitura não linear, por associações (hiperlinks). TABELA 1 – TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA

Tipo Ver Acrescentar Atualizar Cancelar Total

Nº de logs 4717 282 283 7 5.289

Tabela 1 - TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA

Na tabela 2 é possível visualizar o número de logs por participantes nos quatro tipos de ação. É importante ressaltar que os logs do administrador do sistema e do moderador do curso também são computados pelo Moodle, ambos detêm 35,22% do total de registros, demonstrando que o acompanhamento ao ambiente é efetivo. Ao realizar a mesma diferenciação do administrador e moderador na categoria “acrescentar” observamos que

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esses são responsáveis pela inserção de 41,84% dos conteúdos. Mesmo assim, o número de conteúdos inseridos pelos participantes é maior, 58,16%, no entanto devemos considerar que o número de participantes influencia diretamente na informação, sendo esse número o total de representatividade dos estudantes. TABELA 2 – TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA X PARTICIPANTE

Aluno 1 Aluno 2 Aluno 3 Aluno 4 Aluno 5 Aluno 6 Aluno 7 Aluno 8 Aluno 9 Aluno 10 Aluno 11 Aluno 12 Aluno 13 Aluno 14 Aluno 15 Aluno 16 Aluno 17 Aluno 18 Aluno 19 Aluno 20 Aluno 21 Aluno 22 Aluno 23 Aluno 24 Aluno 25 Total

TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA X PARTICIPANTES Tipo Participante Ver Acrescentar Atualizar Cancelar 832 47 165 1 102 2 0 0 62 2 0 0 0 0 0 0 55 4 2 1 148 10 2 0 21 0 0 0 19 1 0 0 3 0 0 0 180 13 0 0 15 1 1 0 73 10 1 0 743 34 14 0 727 71 37 0 82 2 6 0 375 15 22 0 464 23 22 0 0 0 0 0 163 12 3 0 33 3 2 0 48 1 0 0 28 0 0 0 23 0 0 0 0 0 0 0 521 31 6 5 4717 282 283 7

Total 1045 104 64 0 62 160 21 20 3 193 17 84 791 835 90 412 509 0 178 38 49 28 23 0 563 5289

Tabela 2 - TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA X PARTICIPANTE

Do total de 23 participantes que foram matriculados no curso, três não tiveram nenhuma 58

ação (registro de log) no curso, o que corresponde a uma adesão de 86,96% do total de participantes inscritos. Dos 20 participantes que aderiram a proposta, quatro não inseriram nenhum tipo de conteúdo no curso, ou seja 80% dos participantes tiveram em algum momento uma participação ativa.

Não realizaram Realizaram até 25% Realizaram entre 25% nenhuma atividade das atividades e 50% das atividades

Realizaram entre 50% e Realizaram entre 75% e 75% das atividades 100% das atividades

4 6 4 2 20,00% 30,00% 20,00% 10,00% Tabela 3 - FREQUENCIA DE REALIZAÇÃO NAS ATIVIDADES

4 20,00%

Total 20 100,00%

TABELA 3 – FREQUENCIA DE REALIZAÇÃO NAS ATIVIDADES

Nessa tabela 3 vemos qual a frequência de acesso e realização das atividades por parte dos participantes do curso e seus respectivos números de acesso que correspondem à entrada do participante na atividade.

A tabela 4 demonstra que o maior número de acessos, 234, foram realizados na atividade 01 – Auto-retrato, em que os participantes fazem uma apresentação pessoal aos demais participantes. A partir da atividade 02 até a atividade 08 é possível observar uma média constante de acesso, aproximadamente 122,29 logs, ou seja de frequência de ações nessas atividades. Essas atividades, em resumo, tratam da compreensão dos participantes sobre redes sociais, exemplos de como elas funcionam e diferentes conceitos utilizados para a compreensão do tema. Há uma baixa significativa a partir da atividade 09 – “Mobilização no meu território”, em que os participantes devem relacionar os conteúdos trabalhados à prática de atuação em redes. Nas atividades finais do cursos observa-se uma queda acentuada, sendo as últimas atividades relacionadas a produções relevantes para a utilização dos conteúdos trabalhados nas atividades anteriores. TABELA 4 – PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES – QUADRO GERAL 59

PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES – QUADRO GERAL Tipo Nome Nº total de acessos Fórum Dúvidas 85 Fórum Nós e as redes 60 Fórum Combinados 20 Fórum Atividade 01 – Auto-retrato 234 Fórum Atividade 02 – O que conhecemos sobre as redes? 147 Fórum Atividade 03 – Algumas definições de rede 108 Fórum Atividade 04 – O paradoxo do passarinho 112 Fórum Atividade 05 – O que faz a diferença? 128 Fórum Atividade 06 – Atuar em rede... Como? 133 Fórum Atividade 07 – Como estamos caminhando? 126 Fórum Atividade 08 – Conhecendo uma mobilização 102 Página Web Mobilizar como? 18 Fórum Atividade 09 – Mobilização no meu território 74 Fórum Atividade 10 – Inclusão social 30 Fórum Atividade 11 – Sete princípios para as Redes Sociais 28 Fórum Atividade 12 – Avaliação 18 Questionário Avaliação do curso "Atuação em redes" 11 Total geral de acessos nas atividades 1434 Tabela 4 - PARTICIPAÇÃO NAS ATIVIDADES – QUADRO GERAL

Na tabela 5 comparamos as atividades realizadas no curso nas quatro categorias de logs gerados pelo sistema Moodle, como o visto na tabela anterior a atividades “Auto-Retrato” detêm o maior número de acessos, consequentemente o maior número de logs, 544, porém se cruzarmos os logs “ver” e “acrescentar” observamos que para cada conteúdo inserido foram necessários aproximadamente 13,32 logs de visualização, esse mesmo índice é observado em outras 6 atividades (02, 03, 04, 06, 10 e 12). A atividade que apresenta o menor índice nesse mesmo cruzamento é a atividade 05 “O que faz a diferença”, 8,25 logs, nela os participantes devem descrever qual as ações de êxito para a constituição de uma rede. TABELA 5 – TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA X ATIVIDADES

60

TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA X ATIVIDADES Tipo Atividades Ver Acrescentar Atualizar Dúvidas 184 12 11 Nós e as redes 126 19 3 Combinados 30 2 0 Atividade 01 – Auto-retrato 493 37 13 Atividade 02 – O que conhecemos sobre as redes? 347 26 8 Atividade 03 – Algumas definições de rede 218 16 6 Atividade 04 – O paradoxo do passarinho 227 17 5 Atividade 05 – O que faz a diferença? 297 36 7 Atividade 06 – Atuar em rede... Como? 279 20 4 Atividade 07 – Como estamos caminhando? 274 15 12 Atividade 08 – Conhecendo uma mobilização 223 23 10 Mobilizar como? 18 1 1 Atividade 09 – Mobilização no meu território 175 18 10 Atividade 10 – Inclusão social 62 5 6 Atividade 11 – Sete princípios para as Redes Sociais 56 7 5 Atividade 12 – Avaliação 29 2 4 Avaliação do curso "Atuação em redes" 15 0 1 Total 3053 256 106

Cancelar 0 0 0 1 0 0 0 1 1 0 3 0 0 0 0 0 0 6

Total 207 148 32 544 381 240 249 341 304 301 259 20 203 73 68 35 16 3421

Tabela 5 - TOTAL DE LOGS POR TIPOLOGIA X ATIVIDADES

4.2. Avaliação da oferta Umas das estratégias para avaliar o curso foi a aplicação de um questionário com dezenove questões de múltipla escolha e três questões abertas (dissertativas) que procuraram analisar:



Perfil dos participantes;



Qualidade do ambiente do curso;



Qualidade dos conteúdos inseridos;



Qualidade da moderação;



Utilização prática do curso no convívio do participante.

Foram preenchidos quatro questionários, sendo que um dos participantes não completou o preenchimento. Nas tabelas de 6 a 9 é possível visualizar as respostas realizadas nas 61

questões de múltipla escolha, cada tabela representa um grupo de questões avaliando as diferentes interfaces do curso.

Na tabela 6 visualizamos as respostas referentes ao formato do curso e suas configurações. TABELA 6 – FORMATO DO CURSO E CONFIGURAÇÕES

Alternativa Nada O aspecto visual e a funcionalidade do Pouco 1 curso lhe agradaram. Satisfatoriamente Muito Nada Os recursos utilizados no ambiente Pouco 2 virtual foram importantes para o Satisfatoriamente processo de aprendizagem. Muito Nada A navegação e uso de ferramentas do Pouco 3 ambiente foi fácil. Satisfatoriamente Muito Nada Pouco O suporte técnico oferecido nos 4 momentos de dificuldade foi adequado. Satisfatoriamente Muito



Texto da questão

Freqüência 0 0 0 3 0 0 1 2 0 0 2 1 0 0 2 1

Tabela 6 - FORMATO DO CURSO E CONFIGURAÇÕES

Vemos que em nenhum momento são registradas respostas nas alternativas “Nada” e “Pouco”, que pode demonstrar de maneira geral a navegação pelo ambiente e o suporte técnico foram considerado satisfatórios.

Na tabela 7 visualizamos as questão que fazem referência a alguns aspectos pessoais dos participantes sobre o curso. TABELA 7 – PERFIL DO PARTICIPANTE 62

Nº 1

2

3

4

5

6

7

Alternativa Este é o primeiro curso a distância que Sim participa? Não Nada Pouco O curso atendeu as minhas expectativas. Satisfatoriamente Muito Nada Pouco O curso contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal. Satisfatoriamente Muito Nada Pouco O curso contribuiu para o meu desenvolvimento profissional. Satisfatoriamente Muito Nada Pouco De um modo geral, fiquei satisfeito(a) com a qualidade do curso. Satisfatoriamente Muito Nada Tenho intenção de participar de outros Pouco cursos a distância. Satisfatoriamente Muito Nada Pouco Recomendaria este curso para minha rede de contatos e interessados. Satisfatoriamente Muito Texto da questão

Freqüência 3 1 0 0 2 2 0 0 2 1 0 0 1 2 0 0 0 3 0 0 0 3 0 0 0 3

Tabela 7 - PERFIL DO PARTICIPANTE

Nesse grupo de questões os participantes avaliam a qualidade da moderação do curso. TABELA 8 – QUALIDADE DA MODERAÇÃO

63



Texto da questão

1

A comunicação com o moderador foi satisfatória.

2

O moderador participou ativamente do meu processo de aprendizagem.

3

O moderador participou ativamente do processo de aprendizagem do grupo.

O moderador mostrou preparo e 4 domínio sobre o conteúdo tratado no curso.

Alternativa Nada Pouco Satisfatoriamente Muito Nada Pouco Satisfatoriamente Muito Nada Pouco Satisfatoriamente Muito Nada Pouco Satisfatoriamente Muito

Freqüência 0 0 0 3 0 0 0 3 0 0 0 3 0 0 0 3

Tabela 8 - QUALIDADE DA MODERAÇÃO

É possível observar que todas as respostas se concentram na alternativa “Muito”, o que garante uma moderação satisfatória do ponto de vista do participante.

O último bloco de questões a ser apresentado avalia a qualidade dos conteúdos do curso. TABELA 9 – CONTEÚDOS DO CURSO

64

Nº 1

2

3

4

Alternativa Nada Pouco Os conteúdos contribuíram para meu entendimento sobre redes. Satisfatoriamente Muito Nada Pouco Os textos estão adequados aos objetivos do curso. Satisfatoriamente Muito Excessiva O número de textos propostos para o Adequada curso foi: Insuficiente Nada O tempo proposto para a realização das Pouco atividades foi suficiente. Satisfatoriamente Muito Texto da questão

Freqüência 0 0 2 1 0 0 0 3 0 3 0 0 2 0 1

Tabela 9 - CONTEÚDOS DO CURSO

Quando a pergunta faz referência ao tempo para realização das atividades, aparecem as únicas respostas de todo o questionário na alternativa “pouco”. Esse dado parece estar relacionado a uma queixa recorrente dos participantes aos moderadores do curso, que muitas vezes justificavam a não-realizacão de atividades por falta de tempo. É importante destacar que a falta de tempo para a realização das atividades não se reflete na avaliação a respeito da qualidade dos conteúdos, já que nas questões que fazem referência a esse tema as respostas se concentram nas alternativas “satisfatoriamente” e “muito”.

4.3. Avaliação de ganhos de aprendizagens Nesse bloco serão abordados os conteúdos trabalhados no curso, procurando compreender os diferentes modos, conceitos e atividades utilizadas para entender o tema proposto pelo curso Atuação em Redes.

Para a realização do curso, a equipe técnica responsável pelo desenvolvimento de

65

conteúdos optou pela utilização de diferentes ferramentas:



Fóruns:

Recurso

que

proporciona

a

comunicação

assíncrona

entre

os

participantes, , entre o moderador do curso e o administrador do sistema.



Páginas web: Páginas criadas dentro do curso para que os participantes visualizem textos e imagens que correspondem as atividades.



Arquivos: Diferentes arquivos são disponibilizados para os participantes (textos, apresentações, imagens, entre outros), esses arquivos podem ser baixados (download) pelos participantes.



Questionários: Ferramenta que possibilita ao participante responder pesquisas, que podem ter diferentes

formatos de questões (dissertativa, múltipla escolha,

entre outras) e respostas, desde uma leitura estatística em uma tabela até uma análise qualitativa dos conteúdos inseridos.

A maior parte das atividades realizadas utilizaram a ferramenta Fórum, com doze diferentes fóruns abordando questões cada. Esse tipo de ferramenta demonstrou grande flexibilidade de uso, oferecendo aos participantes a possibilidade de novas discussões, comentar as já existentes e incluir novos conteúdos em discussões já realizadas. A utilização do fórum ofereceu ao participante maior autonomia na execução de suas atividades com baixo risco de restrições em todos os conteúdos.

Os conteúdos do curso Atuação em Redes foram divididos em três eixos referenciais para sua construção:



Representações de conceito: Diversidade que o conceito tema do curso é 66

apresentado pelos participantes.



Modos de atuação: Modos que o conceito tema do curso é utilizado pelos participantes.



Práticas de ações: Atividades sobre o tema do curso que os participantes realizam no seu contexto de intervenção.

Respeitando

esses parâmetros as atividades foram construídas e distribuídas

cronologicamente no período de execução do curso. Na primeira semana foram propostas as seguinte atividades que têm relação direta com o eixo representações de conceito: TABELA 10 – REPRESENTAÇÕES DE CONCEITOS Grupo de atividades – Conceitos Nº de tópicos Atividade 02 – O que conhecemos sobre as redes? 9 Atividade 03 – Algumas definições de rede 7 Atividade 04 – O paradoxo do passarinho 9 Total 25 Tabela 10 - REPRESENTAÇÕES DE CONCEITOS

Nº de comentários 16 8 7 31

Participantes envolvidos 12 9 9 Média de participação = 10

Na tabela 10 visualiza-se três diferentes atividades realizadas no âmbito das representações de conceito, utilizando a ferramenta fórum. Essa ferramenta possibilitou a interação entre os participantes, a criação dos temas de discussão e reflexão sobre esses temas é de autonomia plena dos participante, tendo o moderador o papel de nortear as discussões para que as mesmas não percam o eixo proposto para a atividade.

Se observarmos a tabela 11 analisamos que dos participantes ativos nessas atividades apenas quatro não propuseram novas discussões (tópicos), o moderador propôs quatro novos tópicos de discussão para as atividades do eixo conceitos, demonstrando que 87,5% das propostas de discussão dos conteúdos inseridos nesse bloco de atividades foi

67

de autoria dos participantes. A partir dessa característica pode-se considerar que nesse curso o fórum foi uma das ferramentas fundamentais para a construção de interrelacionamento entre os participantes.

Podemos analisar também que o número de participantes ativos que não comentaram nenhuma discussão foi baixo, apenas três, garantindo que 70% dos participantes ativos nessas atividades escrevessem algum comentário, desses 40% realizaram mais de um comentário nessas atividades. Ressaltamos que 45,16% do total de comentários descritos foi de autoria da moderação, mostrando que o maior número, 54,84%, dos comentários foi de autoria dos participantes. TABELA 11 – GRUPO DE PARTICIPANTES – CONCEITO Grupo de participantes – Conceitos Aluno 1 Aluno 2 Aluno 3 Aluno 4 Aluno 5 Aluno 6 Aluno 7 Aluno 8 Aluno 9 Aluno 10 Aluno 11 Aluno 12 Aluno 13 Moderador Total

Nº de tópicos 1 1 0 1 0 3 3 3 0 3 3 0 3 4 25

Nº de comentários 0 1 2 3 1 0 0 1 1 1 2 4 1 14 31

Tabela 11 - GRUPO DE PARTICIPANTES – CONCEITO

Na tabela 11 é possível observar que o conceito de redes foi descrito em 56 postagens, separados em tópicos e comentários, comparativamente foram inseridas em média 4,31 descrições desse conceito por participante ativo envolvido nessas atividades.

68

A partir da atividade 05 “O que faz a diferença?” até a atividade 08 “Conhecendo uma mobilização” são discutidos os modos de atuação do conceito redes, nesse período que vai da segunda semana do curso ao início da terceira as atividades têm uma média de participação inferior a primeira semana do curso, 7,25, mesmo assim o número total de conteúdos inseridos nesse período é 34,12% maior, representando o total de 85 novas mensagens, entre tópicos e comentários, na tabela 12 visualiza-se o fluxo de mensagens dessas atividades. TABELA 12 – GRUPO DE ATIVIDADES – MODO DE ATUAÇÃO Grupo de atividades – Modos de atuação Atividade 05 – O que faz a diferença? Atividade 06 – Atuar em rede... Como? Atividade 07 – Como estamos caminhando? Atividade 08 – Conhecendo uma mobilização Total

Nº de tópicos 6 7 9 6 28

Nº de comentários 28 11 5 13 57

Participantes envolvidos 8 7 7 7 Média de participação = 7,25

Tabela 12 - GRUPO DE ATIVIDADES – MODO DE ATUAÇÃO

Dos dez participantes ativos que atuam nas atividades apresentadas na tabela 12 quatro não criaram novos tópicos de discussão, sendo os demais participantes responsáveis pela criação de 63,16% dos tópicos e o moderador 36,84%, nos comentários a atuação dos participantes é quase completa representando 90%, apenas um participante não comentou nenhum tópico e dois só fizeram um comentário, mostrando que 80% inseriam conteúdos por meio dos comentários.

Ao se analisar os dados da tabela 13 ainda fica evidente que só dois participantes criaram mais tópicos que comentários, garantindo que as discussões dentro dos tópicos fossem mais intensas. Os participantes foram responsáveis por criarem 71,43% dos conteúdos dos comentários desse conjunto de atividades, o restante é de autoria do moderador. TABELA 13 – GRUPO DE PARTICIPANTES – MODO DE ATUAÇÃO

69

Grupo de participantes – Modos de atuação Aluno 1 Aluno 2 Aluno 3 Aluno 4 Aluno 5 Aluno 6 Aluno 7 Aluno 8 Aluno 9 Aluno 10 Moderador Total

Nº de tópicos 1 0 3 4 0 3 5 0 0 4 8 28

Nº de comentários 0 1 2 1 9 4 5 5 3 6 21 57

Tabela 13 - GRUPO DE PARTICIPANTES – MODO DE ATUAÇÃO

No último grupo

de atividades que focam nas práticas de uso de redes sociais,

percebemos uma grande diminuição no número de tópicos, seis, contudo de analisarmos pela média de comentários por tópico vemos que nessas atividades é muito maior, nos grupos de atividades anteriores tínhamos respectivamente um índice de 1,24 e 2,04 comentários por tópico, nesse grupo esse índice aumenta para 3,67, podemos afirmar que os tópicos estão mais focados e abordando de forma mais ampla as discussões, o que organiza a informação de forma mais prática e enriquece o inter-relacionamento entre os participantes. TABELA 14 – GRUPO DE ATIVIDADES – PRATICAS DE USO

Grupo de atividades – Práticas de uso Nº de tópicos Nº de comentários Atividade 09 – Mobilização no meu território 4 13 Atividade 10 – Inclusão social 1 4 Atividade 11 – Sete princípios para as Redes Sociais 1 5 Total 6 22 Tabela 14 - GRUPO DE ATIVIDADES – PRATICAS DE USO

Participantes envolvidos 7 3 3 Média de participação = 4,33

Nas tabelas 14 e 15 fica clara a mudança de comportamento dos participantes, apenas dois tópicos de discussões foram criados pelos mesmos, em contraponto apenas um 70

deixou de realizar comentários, garantindo que do total de comentários 72,73% sejam de autoria dos participantes. TABELA 15 – GRUPO DE PARTICIPANTES – PRATICAS DE USO

Grupo de participantes – Práticas de uso Aluno 1 Aluno 2 Aluno 3 Aluno 4 Aluno 5 Aluno 6 Aluno 7 Moderador Total

Nº de tópicos 0 1 0 0 0 0 1 4 6

Nº de comentários 3 0 1 4 4 2 2 6 22

Tabela 15 - GRUPO DE PARTICIPANTES – PRATICAS DE USO

É importante ressaltar o fenômeno percebido ao longo da execução do curso, os participantes iniciam as discussões de forma muito mais fragmentada, tendo em vista a dispersão das discussões e chegam ao final focando em poucos espaços de discussões com maior volume de conteúdo reflexivo.

4.4. Uma proposta de análise da Taxonomia de Bloom aplicada ao curso Atuação em Rede Na tabela 16 é apresentada uma proposta de utilização do modelo analítico de Bloom aplicado aos objetivos e resultados da navegação dos participantes do curso Atuação em Rede, utilizando como indicadores os dados fornecidos pelo sistema Moodle nas diferentes categorias de logs de registro.

O desenvolvimento se quadro foi a forma encontrada de apresentar de forma visualmente clara as informações de participação. Dessa forma, o moderador de um curso realizado nesse sistema poderá checar em que medida os objetivos do curso foram cumpridos e de 71

que forma o participante está utilizando os conteúdos oferecidos no curso.

72

TABELA 16 - TAXONOMIA DE BLOOM APLICADA AO CURSO ATUAÇÃO EM REDES.

COMPORTAMENTO DE NAVEGAÇÃO COMPORTAMENTO OBJETIVOS assuntar, evocar, falar por livre e espontânea Mapear as concepções de rede existentes vontade. entre os participantes; CONHECIMENTO ter opinião, citar, escrever sobre, defender Apresentar e discutir as concepções de redes outra fala. mais conhecidas; demonstra interesse, questionar. Identificar alguns tipos de redes, como se construir ideias sobre a partir do conteúdo. organizam e podem ser encontradas; Reconhecer as formas de funcionamento das usar os conteúdos, editar, reordenar. redes; COMPREENSÃO Discutir e refletir sobre as formas e atitudes de trazer outras fontes, investigar, tendenciar, acesso e participação das organizações sociais extrapolar. em redes; APLICAÇAO testar, tentar, usar, praticar. explicar, constituir, fragmentar, verificar. Estimular o intercâmbio de práticas; relacionar, conectar, associar. ANÁLISE inventar, melhorar, contextualizar, inovar. organizar, registrar, ordenar, projetar, procedimentalizar, montar, implantar. Fomentar a produção coletiva; SÍNTESE desenvolver, produzir. julgar, criticar, demonstrar, refletir. Desenvolver um ambiente de confiança e AVALIAÇÃO colaboração no grupo. aplicar, situar, exemplificar. Tabela 16 - TAXONOMIA DE BLOOM APLICADA AO CURSO ATUAÇÃO EM REDES.

ATIVIDADES Nós e as redes Atividade 01 Auto retrato

INDICADOR Ver Acrescentar Atualizar Cancelar 126 19 3 0 493 37 13 1

Atividade 02 O que conhecemos sobre redes

347

26

8

0

Atividade 03 Algumas definições sobre redes

218

16

6

0

Atividade 04 O paradoxo do passarinho

227

17

5

0

Atividade 05 O que faz a diferença

297

36

7

1

Atividade 06 Atuar em rede... Como?

279

20

4

1

Atividade 07 Como estamos caminhando Atividade 08 Conhecendo uma mobilização

274 223

15 23

12 10

0 3

18

1

1

0

175 62 56

18 5 7

10 6 5

0 0 0

29

2

4

0

Mobilizar como? Atividade 09 Mobilização no meu território Atividade 10 Inclusão social Atividade 11 Sete princípios das redes sociais Atividade 12 Avaliação

73

Outra forma de facilitar a visualizacao dos dados de participação foi a transposição dos mesmo para o formato de gráficos separados de acordo com os dados analisados. Na relação de gráficos apresentados a seguir visualiza-se o volume de ações por atividades em cada um dos conceitos de análise propostos por Bloom em sua definição original da taxonomia dos objetivos educacionais.

GRÁFICO 1 – CONHECIMENTO – VER

126 11%

GRAFICO 2 – CONHECIMENTO – ACRESCENTAR

VER

ACRESCENTAR

Conhecimento

Conhecimento

218 18%

Nós e as redes Atividade 01 Auto retrato Atividade 02 O que conhecemos sobre redes Atividade 03 Algumas definições sobre redes

19 19%

16 16% Nós e as redes Atividade 01 Auto retrato Atividade 02 O que conhecemos sobre redes Atividade 03 Algumas definições sobre redes 26 27%

493 42%

347 29%

37 38%

74

GRAFICO 3 – CONHECIMENTO – ATUALIZAR

3 10%

13 43%

GRAFICO 4 – CONHECIMENTO – CANCELAR

ATUALIZAR

CANCELAR

Conhecimento

Conhecimento

6 20%

Nós e as redes Atividade 01 Auto retrato Atividade 02 O que conhecemos sobre redes Atividade 03 Algumas definições sobre redes

Nós e as redes Atividade 01 Auto retrato Atividade 02 O que conhecemos sobre redes Atividade 03 Algumas definições sobre redes

8 27% 1 100%

75

GRAFICO 5 – COMPREENSÃO – VER

227 28%

VER

ACRESCENTAR

Compreensão

Compreensão

279 35%

297 37%

GRAFICO 6 – COMPREESÃO – ACRESCENTAR

Atividade 04 O paradoxo do passarinho Atividade 05 O que faz a diferença Atividade 06 Atuar em rede... Como?

17 23%

20 27%

Atividade 04 O paradoxo do passarinho Atividade 05 O que faz a diferença Atividade 06 Atuar em rede... Como?

36 49%

76

GRAFICO 7 – COMPREENSÃO – ATUALIZAR

ATUALIZAR

CANCELAR

Compreensão

Compreensão

4 25%

5 31%

GRAFICO 8 – COMPREENSÃO – CANCELAR

Atividade 04 O paradoxo do passarinho Atividade 05 O que faz a diferença Atividade 06 Atuar em rede... Como?

1 50%

1 50%

Atividade 04 O paradoxo do passarinho Atividade 05 O que faz a diferença Atividade 06 Atuar em rede... Como?

7 44%

77

GRAFICO 9 – APLICAÇÃO – VER

GRAFICO 10 – APLICAÇÃO – ACRESCENTAR

VER

ACRESCENTAR

Aplicação

Aplicação

18 3%

1 3% Atividade 07 Como estamos caminhando Atividade 08 Conhecendo uma mobilização Mobilizar como?

274 53%

Atividade 07 Como estamos caminhando Atividade 08 Conhecendo uma mobilização Mobilizar como?

15 38%

223 43% 23 59%

78

GRAFICO 11 – APLICAÇÃO – ATUALIZAR

GRAFICO 12 – APLICAÇÃO – CANCELAR

ATUALIZAR

CANCELAR

Aplicação

Aplicação

1 4% Atividade 07 Como estamos caminhando Atividade 08 Conhecendo uma mobilização Mobilizar como? 12 52%

Atividade 07 Como estamos caminhando Atividade 08 Conhecendo uma mobilização Mobilizar como?

10 43%

3 100%

79

GRAFICO 13 – ANÁLISE – VER

GRAFICO 14 – ANÁLISE – ACRESCENTAR

VER

ACRESCENTAR

Análise

Análise

18 7%

1 4% Atividade 08 Conhecendo uma mobilização Mobilizar como?

223 93%

Atividade 08 Conhecendo uma mobilização Mobilizar como?

23 96%

80

GRAFICO 15 – ANÁLISE – ATUALIZAR

GRAFICO 16 – ANÁLISE – CANCELAR

ATUALIZAR

CANCELAR

Análise

Análise

1 9% Atividade 08 Conhecendo uma mobilização Mobilizar como?

10 91%

Atividade 08 Conhecendo uma mobilização Mobilizar como?

3 100%

81

GRAFICO 17 - SÍNTESE – VER

GRAFICO 18 – SÍNTESE – ACRESCENTAR

VER

ACRESCENTAR

Síntese

Síntese

56 19% Atividade 09 Mobilização no meu território Atividade 10 Inclusão social Atividade 11 Sete princípios das redes sociais 175 60%

62 21%

18 60%

7 23% Atividade 09 Mobilização no meu território Atividade 10 Inclusão social Atividade 11 Sete princípios das redes sociais

5 17%

82

GRAFICO 19 – SÍNTESE – ATUALIZAR

GRAFICO 20 – SÍNTESE – CANCELAR

ATUALIZAR

CANCELAR

Síntese

Síntese

5 24% Atividade 09 Mobilização no meu território Atividade 10 Inclusão social Atividade 11 Sete princípios das redes sociais

10 48%

Atividade 09 Mobilização no meu território Atividade 10 Inclusão social Atividade 11 Sete princípios das redes sociais

6 29%

83

GRAFICO 21 – AVALIAÇÃO – ATIVIDADE 12 AVALIAÇÃO

Avaliação 4 11% 2 6% VER ACRESCENTAR ATUALIZAR CANCELAR

29 83%

84

Na tabela 16 ainda podemos observar como seria a estrutura da taxonomia se aplicada como fonte de informação sobre o cumprimento dos objetivos do curso, nesse ensaio foram aproveitados os dados produzidos durante a realização do cursos Atuação em Redes para elaborar a proposta taxonômica.

O quadro foi estruturado da seguinte forma:



categorias da área cognitiva



comportamentos observáveis



objetivos específicos do curso



atividades do curso



indicadores de ação

A tabela 16 foi organizado de maneira a auxiliar a gestor do curso a avaliar as estratégias a serem adotadas durante a formação. É preciso destacar que para que a utilização do quadro se reflita na melhoria da qualidade da avaliação do curso, é necessário que o mesmo seja produzido e alimentado durante a realização do curso e não apenas no final, possibilitando medidas imediatas do gestor ao identificar algum comportamento específico.

Outro fator importante para que essa estratégia tenha sucesso, é o 85

planejamento do curso considerando as informações recolhidas. A proposta do quadro de acompanhamento de participação, como seus possíveis produtos dever fornecer ao gestor informações precisas e consistentes sobre a implantação de cursos a distância. No curso analisado no presente trabalho a participação estava totalmente facultada ao profissional convidado, sendo ele o responsável pelo seu conhecimento.

No relacionamento entre os objetivos do curso e suas atividades, ficam explicitas as intencionalidades previstas. O curso apresentava uma sequencia didática bem

definida

e

que

dialogava

diretamente

com

os

objetivos

e,

consequentemente, com categorias determinadas na taxonomia dos objetivos educacionais desenhada por Bloom.

Ao analisarmos o quadro de maneira ampla pode-se afirmar a identificação do cumprimento de algum dos objetivos propostos pelo curso. A interpretação das ações no sistema indicam de que maneira e em que momento um determinado objetivo foi alcançado. Essa leitura pode oferecer ao gestor do curso um panorama de sua turma com as indicações de quando e de que forma um participante desenhou seu trajeto de ensino.

Em detrimento as análises feitas no item “Adesão e Participação” não é possível identificar grandes diferenças do ponto de vista do produto, uma vez que os resultados de ambos os modelos são similares e dão margem a diferentes interpretações. Se associarmos os modelos, onde o índice de adesão e 86

participação pode variar conforme as intervenções realizadas e identificadas por meio do uso da estrutura apresentada na tabela 16.

Esse modelo taxonômico pode sofrer variações conforme a demanda da formação, essas mudanças terão reflexo no preenchimento do quadro no que diz respeito aos comportamentos observáveis, objetivos e atividades específicos do curso, mantendo a estrutura com as categorias determinadas por Bloom e os indicadores possíveis pela leitura dos logs do sistema Moodle.

Cabe destacar que essa é a proposta de um modelo de suporte a tomada de decisão, não sendo esse o modelo único e exclusivo para a determinação de valores ao aprendizado do participante. Sua estrutura é flexível e permite a aplicação em outros cenários, de maneira associada e complementar a diferentes métodos avaliativos, sendo essa estratégia recomendável no acompanhamento do curso, em tempo real como recurso do gestor e participante de cursos realizados via o sistema Moodle, como modo de aproveitamento e resignificação dos logs de registro de navegação, informações ricas que guardam o caminho do participante na formação de novos conhecimentos.

87

Capítulo 5 - Considerações finais O presente trabalho teve como objetivo apresentar uma proposta de análise de participação em cursos a distância a partir de registros de ações realizadas por usuários do sistema Moodle, utilizando a metodologia avaliativa da Taxonomia de Bloom no curso a distancia Atuação em Rede, oferecido pelo Prêmio ItaúUnicef em 2008. Além disso, o trabalho buscou ao apresentar uma proposta de modelo taxonômico de acompanhamento de desempenho do aluno, que seja aplicável por gestores de curso que utilizem como base tecnológica o sistema Moodle.

Na análise de participação no curso a partir dos dados quantitativos, fornecidos pelo Moodle, e complementados por dados preparados pelos moderadores e equipe técnica, foi utilizada a metodologia de Bloom pelo seu grande apelo como modelo classificatório e sua ampla adoção pelos profissionais da educação, já que Bloom é umas das principais referências em avaliação em

educação.

Dessa forma, essa escolha também busca dar suporte a proposta de utilização da taxonomia em ambientes virtuais de aprendizagem desenvolvida a partir do estudo avaliativo.

Apesar a variedade de métodos avaliativos existentes, com subsídios teóricos muito difundidos,

a presente pesquisa procurou demonstrar as peculiaridades

da avaliação em ambientes virtuais de aprendizagem e trazer uma alternativa ao 88

acompanhamento do desempenho do participante em curso, subsidiada por dados fornecidos pelo sistema de administração do curso, Moodle. Essa proposta procura oferecer ao gestor do cursos estratégias para facilitar o acesso do participante ao cumprimento dos objetivos específicos de cursos realizados em ambientes virtuais.

O trabalho mostra que podem ser considerados diferente fatores na escolha do modelo avaliativo e serem tratados de forma complementar na produção de sentido da análise das informações que surgem no processo.

O presente trabalho procurou demonstrar a importância de que ao se planejar o processo de avaliação de ambientes virtuais de aprendizagem sejam considerados:



a avaliação não é uma processo separado realizado apenas após o

termino do curso. Ela precisa ser planejada ao mesmo tempo em que se preparam os conteúdo, deforma a ser parte do corpo do curso, nao uma tarefa a mais tanto para o professor quanto para o aluno.



Os ambientes virtuais de aprendizagem possuem características próprias

que merecem ser avaliadas, para além da avaliação de conteúdo, tais como facilidade de utilização do ambiente, relação com moderador, interação entre participantes ou suporte técnico.

89



A metodologia a ser utilizada deve estar em sintonia com os objetivos do

curso, com o que se propõe a ensinar e com o que se espera que o aluno aprenda.



As formas de recolhimento de informações devem usufruir dos recursos

oferecidos pelo ambiente virtual de aprendizagem (AVA) utilizado. Para isso, é necessário explorar o sistema de extração de dados e se houver necessidade de outros indicadores pode-se pensar também na programação de sistemas, como

por

exemplo

quando

se

quer

constatar

o

nível

interação

participante/participante – participante/ambiente.



Os dados quantitativos fornecidos pelo sistema podem e devem ser

complementados

por

informações

qualitativas

disponibilizados

pelos

professores ou moderadores, que estão em contato direto com o participante.



A avaliação de cursos a distancia se trata de um processo que ao longo

de sua execução pode apontar para redefinições de ferramentas e/ou adequação de conteúdo.

Dessa forma o presente estudo procura contribuir para a discussão a respeito de avaliação em cursos realizados a distancia tendo como base a Internet e apontar algumas formas e recomendações a respeito da avaliação em ambiente virtuais, tendo como referência o estudo de caso do curso Atuação em Rede do Premio Itaú-Uncief. Nesse sentido o quadro de Acompanhamento de participação se 90

apresenta como uma proposta de organização de avaliação que possa auxiliar a gestor do curso a analisar a pertinência das estratégias adotadas durante o curso.

Ao mesmo tempo, esse campo de pesquisa é muito amplo e dinâmico, com o desenvolvimento de inúmeros ambientes virtuais (AVAs), com diferentes recursos e, ainda, a tendência cada vez maior de uso de cursos que utilizem a Internet como base deve levar a exploração de novas formas de aprendizagem e consequentemente novas formas de avaliação.

91

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97

Anexo 1 – Roteiro dos curso 1.1. Roteiro de produção do curso:  Fóruns permanentes: Fórum dúvidas

Este Fórum é o espaço reservado para que você tire todas as suas dúvidas sobre o curso Atuação em rede.

Se a qualquer momento deste curso, você tiver dúvidas sobre o funcionamento do ambiente virtual (Moodle), alguma de suas ferramentas, ou sobre as propostas de atividade, não hesite em escrever. Estarei sempre atenta a este fórum para responder suas questões com a maior rapidez, permitindo uma navegação tranqüila e o melhor aproveitamento do curso.

Peço apenas que fiquem atentos aos fóruns de cada atividade, como espaços privilegiados para expor as dúvidas relativas a ela. Assim, os alunos que souberem a resposta para sua questão, poderão colaborar com o seu esclarecimento.

5. Fórum Nós e as redes

Este é um espaço que vai ficar disponível durante todo o curso para que você possa conversar, conhecer os demais participantes e trocar idéias e, quem sabe, 98

fazer novas parcerias e criar outras redes.

Fique a vontade... a casa é sua!

 SEMANA 01 – Ligando fios, pessoas e ações Rótulo 01 Semana 01 – Boas-vindas!

Título: Apresentação

Sejam bem-vindos ao Programa de oportunidades de aprendizagem em ambiente virtual que o Prêmio Itaú UNICEF oferecerá ao longo deste ano.

O Curso Atuação em Redes é a primeira formação deste programa, para o qual foram convidados profissionais de diversas localidades do país. Pretendemos promover, aqui, o diálogo sobre o tema, mobilizando os saberes de todos os envolvidos e entrando em contato com alguns dos conhecimentos já organizados na área.

Neste espaço, você vai ter acesso a um conjunto de informações e atividades que pretendem provocar a reflexão sobre o papel das redes sociais na ação das organizações não-governamentais (ONGs), a importância da articulação e algumas estratégias de conversação entre participantes de redes sociais.

Para começar a se familiarizar com a plataforma (Moodle) e com as ferramentas que apoiarão esta formação, sugerimos que você se concentre, nestes dois 99

primeiros dias, na investigação deste ambiente virtual. Para isso, clique em todos os links e pergunte tudo que quiser e precisar para o moderador deste curso no fórum Dúvidas. Se desejar uma orientação mais direcionada, há materiais de orientação que podem ser acessados por meio dos links disponíveis abaixo:

Orientações sobre a navegação e as ferramentas do Ambiente Virtual (Moodle) (link para o tutorial sobre o Moodle),

Objetivos, dinâmica e funcionamento desta oficina. (Link para o documento base do curso) (link para a ficha técnica do curso)

Rótulo 02 – semana 01 – Atividades da semana

Título: Introdução

Uma das primeiras ações que constitui uma rede é o conhecimento de seus participantes.

Para começar a tecer os fios dessa nossa rede, vamos nos apresentar aos demais, por meio do link participantes e conhecer os integrantes deste grupo, visitando seus perfis, apresentações e interagindo com cada um deles na Atividade 01 – Fórum: Auto-retrato.

Para saber como preencher a ferramenta perfil clique aqui. (Link para o tutorial

100

sobre preenchimento do Perfil nos dois formatos)

Depois de terminadas as apresentações, vamos pensar sobre o tema que nos reuniu neste curso, lendo o relato de Lúcia Araújo e refletindo sobre as redes das quais você faz parte na Atividade 02 – Fórum: O que conhecemos sobre as redes.

Por fim, leia o texto “Algumas definições de rede”, proposto para a Atividade 03 – Fórum: Algumas definições de rede

identifique em suas práticas na

Organização em que trabalha, alguns aspectos/características da atuação em rede e relate para o grupo neste fórum.

Há muito que fazer já nesta primeira semana, por isso desejo um ótimo trabalho a todos. Estou disponível para responder a qualquer problema, dúvida ou para trocar idéias sobre os conteúdos.

Não hesite em entrar em contato comigo, moderador(a) deste curso, por meio do Fórum dúvidas ou por e-mail.

Vamos lá?

Fórum 01 – Auto-retrato

Título: Atividade 01 - Fórum: Auto-retrato

Enunciado: 101

Esse é um momento novo para todos nós, uma formação que se inicia, um grupo novo que se forma. Sabemos que a apresentação pessoal é um ritual importante sempre que um novo grupo se compõe.

Pensando nisso, propomos que você elabore seu auto-retrato como forma de se apresentar, pautado em uma relação de palavras ou frases que você deve completar como quiser.

Gosto de ser chamado(a) de ..................................................

Uma música........................................................................

Um programa de televisão de que gosto...................................

Um livro que me marcou.......................................................

Um filme de que me lembro....................................................

Um lugar.............................................................................

Uma conquista......................................................................

O que gosto de fazer no meu trabalho.....................................

Quando falo em rede me lembro de ........................................

Vale a pena... 102

Este grupo – do qual você agora faz parte – o acompanhará durante as quatro semanas que compõem este curso sobre atuação em rede, procure explorar e comentar os auto-retratos de seus novos companheiros, encontrando pontos e interesses em comum, assim como diferenças interessantes.

Sejam todos bem-vindos ao grupo!

Fórum 02 – O que conhecemos sobre as redes?

Título: Atividade 02 – Fórum - O que conhecemos sobre as redes?

Enunciado:

Falar de atuação ou formação de redes hoje em dia é tão comum que começamos a pensar no que, de fato, as redes podem contribuir para o nosso trabalho. Por isso, vamos conhecer um pouco melhor de que redes estamos falando?

Para esquentar nossa reflexão, leia o pequeno relato de Lúcia Araújo:

“Sou neta de pescador aqui do litoral norte de São Paulo, que vivia de vender o peixe e de fazer rede. Ele tecia rede, de fato. Acho que essa metáfora da rede é muito interessante, porque, lembrando do meu avô tecendo a rede, lembro dos calos e de como a linha da rede cortava a mão dele, como às vezes ela rompia, como às vezes a linha embaraçava. E essa metáfora da rede serve inclusive

103

para isso, porque nada é melhor do que construir rede, mas nada é mais difícil do que construir rede, do que articular rede. E por isso mesmo nada é tão enriquecedor.”

Lúcia Araújo, no Seminário Nacional Tecendo Redes para Educação Integral, realizado em 2006.

Após a leitura do relato de Lúcia, tente responder as seguintes questões neste Fórum:

Você concorda com as afirmações da Lúcia Araújo sobre as dificuldades em construir redes? Por que?

Você já participou de alguma rede? Qual? Conte ao grupo um pouco sobre esta sua experiência.

Você gostaria de participar ou criar alguma rede? Qual? Por quê?

Dicas para a discussão em fórum

Para favorecer a troca de experiências e o trabalho colaborativo nesta rede, não se esqueça de tentar sempre dialogar com os integrantes do grupo que já postaram mensagens antes de você, evitando a repetição e favorecendo a troca – argumentação que traga contra-pontos para a reflexão, complementação e aprofundamento daquilo que já foi colocado e com que você se identificou etc.

104

Evite abrir novos tópicos de discussão no Fórum, se você não for colocar uma nova idéia em debate.

Bom trabalho e ótima discussão a todos!

Fórum 03 – Algumas definições de rede

Título: Atividade 03 – Fórum: Algumas definições de rede

Enunciado:

Leia o texto: “Algumas definições de rede” (Link para o texto) de Sonia Dias e procure selecionar dois ou três fatores que chamaram a sua atenção.

Se possível, identifique no seu trabalho, algumas características de atuação em rede e faço um relato sobre elas neste Fórum.

Não se esqueça de olhar as postagens de seus colegas, ampliando seu repertório de práticas e, sempre que possível, interaja com eles, fazendo relações entre os relatos deles e as práticas de sua organização.

 SEMANA 02 – Como a rede funciona? Rótulo 03 – semana 02 – Após as apresentações...

Título: Rememorando

105

Na semana anterior, apresentamos os objetivos e funcionamento do curso e as orientações gerais sobre o uso do ambiente virtual. Você e os demais participantes do grupo se apresentaram e criaram seus auto-retratos. Além disso, começamos a refletir sobre o conceito de rede.

Nessa semana, nosso foco vai estar em como as pessoas e organizações podem se beneficiar pela atuação em rede. Para pautar nossa discussão, realizaremos as seguintes atividades:

Assista ao filme: “O paradoxo do passarinho” no site: Porta Curtas na Atividade 04 – Fórum: O paradoxo do passarinho e responda às questões que pautam a reflexão sobre redes propostas ali.

Na Atividade 05 – Fórum: O que faz a diferença? (Link para o fórum 05), você deve ler o relato da Casa Eurípedes, ONG participante do Prêmio Itaú Unicef 2005 e identificar, nas ações de mobilização desta organização, os fatores que contribuíram para a formação desta rede.

Na Atividade 06 – Fórum: Como estamos caminhando? (Link para o fórum 06), chega a hora de fazermos uma primeira avaliação sobre o que estamos aprendendo neste curso. Não deixe de participar deste fórum para nos dar elementos que ajudem a melhorar o planejamento e execução deste curso.

Vamos lá?

106

Fórum 04 – O Paradoxo do passarinho

Título: Atividade 04 - Fórum - O paradoxo do passarinho

Enunciado:

Acesse o filme “O Paradoxo do Passarinho”, documentário de Bruno Pinaud e Deko Shmidt, 2004 no site Porta Curtas:

http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=2050&Exib=1

Assista ao filme, prestando muita atenção no começo, e reflita com base nas seguintes questões:

- Do que trata esse filme?

- Que relação você faz do filme com a atuação em rede?

Coloque suas considerações neste fórum, lembrando-se sempre de ler as considerações dos colegas antes de escrever sua mensagem, dialogando com elas sempre que possível.

Fórum 05 – O que faz a diferença?

Título: Atividade 05: Fórum - O que faz a diferença?

Enunciado: 107

Conheça o relato da Casa de Eurípedes, organização finalista da edição 2005 do Prêmio Itaú-Unicef.

Após a leitura, responda, neste fórum, a seguinte questão:

Na sua avaliação, quais ações colaboraram para que a rede desse certo?

Não se esqueça de sempre dialogar com as mensagens dos demais integrantes do grupo, costurando as idéias e encontrando os nós desta rede.

Bom trabalho a todos!

Fórum 06 –Como estamos caminhando?

Título: Atividade 06 – Fórum: Como estamos caminhando?

Enunciado:

Chegamos, neste momento, à metade do nosso percurso. Como você acha que caminhamos até aqui?

Escolha uma ou duas imagens que conheça ou pesquise algumas novas que melhor representam sua avaliação do curso até agora.

Poste-a neste fórum, explicando o porquê da sua escolha, tendo em mente os seguintes quesitos:

108

- Moderador

- Grupo

- Conteúdo

- Atividades propostas

- Ambiente Virtual

- Sua participação

Depois disso, escolha ao menos uma imagem de seus colegas e faça um comentário sobre ela.

Se você tiver problemas para inserir imagens clique aqui. (Link para o tutorial sobre anexo de imagens)

 SEMANA 03 – Mobilizar para organizar Rótulo 04 – Semana 03 – Continuando a caminhada...

Título: Continuando a caminhada...

Na semana anterior, apresentamos algumas idéias sobre como as redes funcionam,

Agora, vamos conhecer algumas experiências e conversar sobre o quanto a atuação em rede pode colaborar para mobilizar uma organização, bairro ou comunidade.

109

Nesta semana, teremos mais algumas leituras a fazer, que pautarão nossa discussão nas seguintes atividades:

Na Atividade 07 – Fórum: Atuar em rede... Como? você vai ler um pequeno texto sobre a atuação em rede, que expõe algumas estratégias, e pesquisar experiências que servirão de subsídios para a identificação de algumas características-chave desta atuação

Na Atividade 08 – Fórum: Conhecendo uma mobilização, você vai conhecer um relato de experiência que mobilizou diversos agentes em torno de um projeto comum. Leia-o atentamente e conte aos colegas os aspectos-chave desta mobilização.

Na Atividade 09 – Fórum: Mobilização no meu território, última atividade da semana, você dará início ao seu plano de ação, pensando em algumas questões que serão propostas neste fórum.

Preparados?

Então... mãos à obra!

Fórum 07 – Atuar em rede... Como?

Título: Atividade 07 – Fórum: Atuar em rede... Como?

Enunciado: 110

Após a leitura do texto “Atuar em rede”, dê uma olhada em sites como o RITS (www.rits.org.br),

ABONG

(www.abong.org.br),

Gife

(www.gife.org.br)

ou

UNICEF (www.unicef.org.br) e procure conhecer experiências de rede relatadas ali.

Escolha uma delas e identifique no relato, os objetivos e estratégias de participação na rede pesquisada.

Não esqueça de dar uma olhada no trabalho dos colegas, ampliar olhares, trocar experiências, encontrar pontos de vista comuns e divergências e conversar sobre tudo isso.

Bom trabalho a todos!

Fórum 08 – Conhecendo uma mobilização

Título: Atividade 08 – Fórum: Conhecendo uma mobilização

Enunciado:

Após a leitura do texto: “O teatro revelou professores, alunos e cidadãos”. Escreva neste fórum, que aspectos você considera que foram importantes para envolver os diferentes participantes na Mostra de Teatro.

Muita atenção para a colocação dos colegas e o diálogo com elas!

111

Página de web (aberta em nova janela) 01 – Mobilizar como?

Título: Leitura: Mobilizar como?

Enunciado: Leia o texto: “O que é mobilização e como viabilizá-la”.

Boa leitura!

Fórum 09 – Mobilização no meu território

Título: Atividade 09 – Fórum: Mobilização no meu território

Enunciado:

A partir das leituras dessa semana e da reflexão que estamos fazendo a respeito da atuação em rede, que tal começar um plano de ação em sua comunidade, organização, bairro ou município?

Para começar, responda neste fórum, duas questões:

1. O que você identifica como necessidade de ação?

2. Quem seriam seus primeiros parceiros?

Troque impressões, opiniões e idéias com seus colegas antes de postar suas respostas definitivas, atentos ao que eles têm para contribuir com sua ideia inicial. 112

Ótimo trabalho a todos!

 SEMANA 04 – Sugestões para tecer uma rede Rótulo 05 – semana 04: Para finalizar a história

Título: Para finalizar a história...

Na semana passada, refletimos um pouco sobre o quanto a atuação em rede pode colaborar para mobilizar uma organização, bairro ou comunidade e começamos a trabalhar no nosso plano de ação.

Nesta última semana de nosso minicurso, que, aliás, passou voando, realizaremos juntos as seguintes atividades::

Na Atividade 10 – Fórum: Inclusão social , vamos conhecer a experiência de uma Organização em Minas Gerais e identificar nela, os principais aspectos que favoreceram a mobilização/atuação em rede.

Na Atividade 11 – Fórum: Sete princípios para as redes sociais, vamos conhecer os sete princípios para as redes sociais, refletir sobre eles, comentando e propondo novos pontos.

Na Atividade 12 – Fórum: Avaliação, chega a hora de fazer uma avaliação final

113

sobre nossos aprendizados e interação com o grupo que compõe este curso e, logo em seguida, responder ao questionário de avaliação geral.

Bom trabalho!

Fórum 10 - Inclusão social

Título: Atividade 10 – Fórum: inclusão social

Enunciado:

Conheça a experiência do município de Lagamar (MG) e comente, neste fórum, a seguinte questão:

Que aspectos você considera que fizeram a diferença para o sucesso dessa ação em rede?

Não se esqueça de sempre trocar idéias com seus colegas, elas certamente trarão mais questões e elementos para pautar a sua reflexão.

Bom trabalho!

Fórum 11 – Sete princípios para as Redes Sociais

Título: Atividade 11 – Fórum: Sete princípios para as Redes Sociais 114

A partir da proposta dos princípios de Fernando Rossetti, responda as seguintes questões:

Gostaria de comentar algum dos princípios apresentados?

Você acrescentaria outro princípio?

Faça seus comentários e sugestões neste fórum, sempre lembrando de dialogar com as colocações dos colegas.

Fórum 12 – Avaliação

Título: Atividade 12 – Fórum – Avaliação

Enunciado:

Terminamos uma etapa, nossa reflexão conjunta a respeito do papel das redes para a mobilização da comunidade.

Agora, pedimos que você faça uma avaliação de como foi participar deste curso. Para isso, elaboramos algumas frases a serem comentadas por você, porém, desejamos que fique a vontade para dizer tudo o que for relevante para esta avaliação.

Nesse curso aprendi que...

115

Uma coisa que levo para o meu trabalho...

Ainda tenho dúvida sobre...

Gostaria de saber mais sobre...

Gostei de...

Não gostei de...

Meu próximo passo é...

Gostaria de dizer ainda que...

Questionário 01 – Avaliação do curso “Atuação em rede”

Título: Avaliação do curso: “Atuação em rede”

Enunciado:

Bom, o nosso curso está chegando ao fim e este é um bom momento para refletirmos sobre o caminho percorrido, lembrando dos sucessos, das dificuldades, dos aprendizados e tropeços... enfim, momento de avaliar nossa experiência neste curso .

A avaliação é um momento bastante significativo e importante de qualquer processo de aprendizagem. Sendo assim, elaboramos um questionário com o 116

intuito de nos aproximarmos de suas impressões e avaliações sobre este curso.

Clique no link Avaliação do curso e responda ao questionário com carinho e atenção.

Ah, e não se esqueça das sugestões e recomendações; elas são muitíssimo bem-vindas!

Questionário de avaliação do curso

Avalie nosso curso assinalando os números de 1 a 4, tendo como referência os seguintes conceitos: 1=Nada; 2=Pouco; 3=Satisfatoriamente; 4=Muito

1) Este o primeiro curso a distância de que participa?

( ) sim ( ) não

2) O curso atendeu as minhas expectativas.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

3) Os conteúdos contribuíram para meu entendimento sobre moderação.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

4) Os textos estão adequados aos objetivos do curso?

117

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

5) O número de textos propostos para o curso foi:

( ) Excessiva ( ) Adequada ( ) Insuficiente

6) Dentre os textos e materiais utilizados na formação a distancia, indique qual ou quais você recomendaria ou utilizaria em outro momento.

7) O aspecto visual e a funcionalidade do curso lhe agradaram.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

8) Os recursos utilizados no ambiente virtual foram importantes para o processo de aprendizagem.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

9) A navegação e uso de ferramentas do ambiente foi fácil

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

10) A comunicação com o moderador foi satisfatória.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

Questionário 02 – Avaliação do curso (continuação)

118

Avalie nosso curso assinalando os números de 1 a 4, tendo como referência os seguintes conceitos: 1=Nada; 2=Pouco; 3=Satisfatoriamente; 4=Muito

11) O moderador participou ativamente do meu processo de aprendizagem.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

12) O moderador participou ativamente do processo de aprendizagem do grupo.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

13) O moderador mostrou preparo e domínio sobre o conteúdo tratado no curso.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

14) O tempo proposto para a realização das atividades foi suficiente.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

15) O suporte técnico oferecido nos momentos de dificuldade foi adequado

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

16) O curso contribuiu para o meu desenvolvimento pessoal.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

119

17) O curso contribuiu para o meu desenvolvimento profissional.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

18) De um modo geral, fiquei satisfeito(a) com a qualidade do curso.

1( ) 2( ) 3 ( ) 4( )

19) Tenho intenção de participar de outros cursos a distância.

( ) Sim ( ) Não ( ) Provavelmente ( ) Possivelmente

20) Recomendaria este curso para minha rede de contatos e interessados.

Sim ( ) Não ( ) Talvez ( )

21) Sugestões

22) Recomendações

23) Críticas

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