Aprendizagem em Ambientes Permeáveis

July 24, 2017 | Autor: A. Batel Anjo | Categoria: Science Education, Educational Research, Learning and Teaching, Educación
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Aprendizagem em Ambientes Permeáveis António Batel Anjo

O ambiente que rodeia o Professor está marcado pela Cultura e pelo modelo de organização escolar. Qual é o papel do professor face aos novos desafios colocados por uma escola que funciona num ambiente permeável à sociedade e cuja afirmação como centro de aprendizagem se torna cada vez mais importante. Em face de todos estes desafios como se pode desenvolver a inovação na aprendizagem, na continuidade ou em ruptura?

Os fenómenos de interculturalidade, de heterogeneidade social e as distintas realidades geográficas são factores essenciais que devem presidir a qualquer análise, seja quanto à forma e substância de conteúdos didácticos e científicos oferecidos aos alunos e professores, seja ainda em tudo quanto se refere ao processo avaliativo. Espera-se da Escola que consiga transmitir aos alunos valores essenciais e estruturantes como a coesão social, a aceitação da diversidade cultural, a igualdade de oportunidades e equidade e a participação crítica na vida democrática.

Sabendo que os progressos da aprendizagem amadurecem muito lentamente e não se manifestam de forma imediata, é necessário relativizar a avaliação, reforçando outros processos de observação dessa aprendizagem. Este deverá ser suportado por um diagnóstico de competências efectiva, garantindo que o tempo dos professores é usado a preparar conteúdos e a definir novas estratégias de aprendizagem.

Sobre a Escola sabemos tudo! Aliás todos sabem tudo sobre qualquer coisa mesmo que nunca tenhamos pensado nessa coisa mais que escassos segundos. Então sobre a

Educação, cujos assuntos são vastos e variados e vão desde o espaço físico que rodeia a escola até á transmissão de conceitos abstractos, todos sabem opinar e fazer longos e conclusivos debates. Nada de preocupante! É até salutar que todos opinem sobre os assuntos que lhes dizem respeito e que como neste caso são decisivos para a sua qualidade de vida. No sistema de educação, como na vida, nem tudo é perfeito. Mas não se pode atentar em circunstância alguma à dignidade de um Professor digno desse nome. Conhecemos vários modelos de educação de outros tempos e de outros países que resultaram nas nossas experiências de aprendizagem, dominamos vários ambientes de aprendizagem imersos na diversidade cultural e com diferentes impactos na vida dos cidadãos e somos hábeis no estabelecimento de regras, na construção de regulamentos e leis para tudo o que acontece na Escola e que julgamos poder regular à distância. Basicamente temos tudo!

Mudança de Atitudes

Resultados da Aprendizagem

Experiências de Aprendizagem

Ambientes de Aprendizagem

Regras

Encaixamos mais uma peça no puzzle: os resultados da aprendizagem que medem com algum erro o desempenho dos alunos emersos num complexo sistema. E eis que surge a desgraça… os resultados são péssimos! Os alunos na verdade não sabem ler, escrever e contar ao fim de seis anos de escolaridade. O que fazer? O mais fácil é rever as regras de imediato, depois colher mais umas quantas experiências no estrangeiro longínquo quanto baste e por fim clamar pelos especialistas, os mesmos que montaram o sistema,

e clamar por arranjos pontuais que o sistema é grande e geralmente não há dinheiro para grandes aventuras. Mas nunca olhamos para nós, para os Professores, Pais e alunos e perguntamos o que correu mal. Estamos mesmo dispostos a mudar a nossa atitude perante os fracos resultados que obtemos com este sistema? E depois temos que olhar para quem nos governa e perguntar se estão realmente dispostos a colocar o dinheiro na Educação para a formação de professores, para dignificação das carreiras docentes e para pensar o espaço da Escola como meio de promoção do sucesso da aprendizagem? Mudar a Escola é alterar estes resultados de aprendizagem e fazer com que todos alterem pequenas atitudes! Se bem que as atitudes nunca irão encaixar no puzzle por mais que isso nos incomode.

O modelo de educação passa a ser complementado por um conjunto de atividades voltadas para a experimentação e para o aumento do conhecimento. O papel da Escola ultrapassa a grande e conhecida entidade de ensino tradicional, sendo que o aluno não é mais o sujeito passivo para com as aulas e acrítico com os textos que tem que ler. O aluno tem que ter a consciência que ter um diploma de um qualquer curso não é sinónimo de domínio das competências para o exercício da profissão. A Escola é agora um ambiente de aprendizagem e de formação, onde o objetivo das aulas é o desenvolvimento pessoal do aluno através da incorporação do conhecimento e principalmente da capacidade de utilizar este conhecimento. Sendo o aluno um elemento ativo num processo que envolve aprendizagem, experimentação e prática, com o objectivo final de reinventar o conhecimento. Da pequena porção de conhecimento que o aluno é capaz de reter ele fica sujeito a um conjunto de atividades cujo foco é a aprendizagem e a experimentação. Tudo este processo se realizada em laboratórios, incentivando a “pesquisa”, o debate e a resolução de problemas o mais próximo da realidade possível. Mas incentivando sobretudo o debate! Necessariamente este irá enfrentar situações em que terá de usar o raciocínio lógico e crítico, aprimorando sua capacidade de aprendizagem. Temos que tomar a necessária consciência que para formar um profissional de excelência, não basta a garantia o perfeito domínio da ciência e da técnica, mas é

fundamental dar ao aluno uma formação alicerçada no exercício da liderança para o desenvolvimento, na ética e com uma forte orientação Humanista.

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