Apresentação: Jornalismo e Convergência

July 15, 2017 | Autor: Juliano Carvalho | Categoria: Digital Image Processing, Convergencia Digital, Jornalismo Digital, Convergência Midiática
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APRESENTAÇÃO

A coletânea Jornalismo e convergência: reflexões sobre o futuro do jornalismo está organizada em duas seções, a fim de ajudar o leitor a se mover por dentro dos 20 capítulos. Nesta publicação, estamos preocupados em oferecer discussões acerca de um dos principais temas do campo do jornalismo na contemporaneidade: as implicações e repercussões das tecnologias digitais, em especial as determinadas pela internet, no jornalismo. Além disso, este esforço inaugura parceria teórico-conceitual entre os grupos de pesquisa na área do jornalismo baseados no curso de Jornalismo do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e do mestrado em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa - PR. A publicação busca aquilatar o pensamento contemporâneo sobre as mutações nos processos jornalísticos em um cenário convergente e, dessa forma, delinear um conjunto de estudos e discussões sobre o tema, tanto como resultado de pesquisas concluídas ou em desenvolvimento, quanto de um modo mais ensaístico, a respeito do como as novas tecnologias estão atravessando o jornalismo em suas múltiplas dimensões. Como adiantamos, esta obra está dividida em duas seções: Situações de convergência no jornalismo brasileiro e Transformações

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do jornalismo no cenário de convergência. A primeira parte tem como propósito refletir sobre os impactos das novas tecnologias aplicadas a realidades específicas, como é o caso do primeiro capítulo, “A convergência de mídia e suas repercussões no processo de produção de um jornal regional”, de Paula Melani Rocha e Gisele Barão. Neste momento, as autoras abordam os impactos da convergência da mídia em um jornal regional, bem como suas repercussões no organograma e nas atribuições que os jornalistas desempenham, considerando em especial o cargo de editor. O esforço apresentado aqui é clarear as ‘novas’ atribuições dessa função à luz das NTis em jornais de interior e como elas estão sendo construídas atualmente. Intitulado “A inserção das mídias digitais no processo de formação jornalística: perspectivas teórico-práticas de ensino do jornalismo em tempos de convergência”, o capítulo seguinte, de Cintia Xavier e Karina Janz Woitowicz, demarca o debate das novas tecnologias a partir da aprovação das Novas Diretrizes Curriculares para o ensino do jornalismo. Na sequência, essa seção traz o debate dos professores Hebe Gonçalves de Oliveira e Márcio Fernandes sobre as características da convergência digital a partir de um campo de atuação do jornalismo, neste caso o das assessorias de comunicação e de imprensa dos governos estaduais, tendo como exemplo a Agência Estadual de Notícias (AEN), vinculada ao governo do Paraná. Sob o nome “Convergência e multimidialidade: desafios da Agência Estadual de Notícias do Paraná na plataforma web”, o capítulo é resultado da pesquisa dos autores sobre o tema. Outro assunto diz respeito ao papel das mídias a partir da web 2.0: é apresentado por Denis Porto Renó e Andressa Kikuti Dancosky sob o título “Entre a convergência e a divergência: o ‘jornalismo cidadão’ da Mídia Ninja”. Esse capítulo oferece um estudo de caráter analítico reflexivo sobre o papel dos meios de comunicação e da difusão de informação a partir da web 2.0

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e das tecnologias móveis, tendo como objeto as ações da Mídia Ninja. Para tanto, fortalecendo as hipóteses que estimulam esse estudo, foram selecionadas de forma aleatória e por conveniência algumas coberturas realizadas pelo grupo. No capítulo seguinte, “Experiências fotojornalísticas em um cenário de convergência midiática: os novos espaços de autoria”, de Eliza Bachega Casadei, teremos contato com reflexão acerca do fotojoralismo e de como ele está reposicionando sua prática, ao legitimar imagens produzidas por amadores que a cada dia mais se inserem na composição das notícias. A autora defende que tal reposicionamento foi acompanhado de uma reafirmação do papel do fotojornalista profissional. No último tópico dessa seção encontramos o texto “Jornalismo e interatividade: os desafios das novas ambiências”, de Marcelo Engel Bronosky e Luciane Justus dos Santos. Nesse capítulo, os autores discutem como têm sido construídas as interações no jornalismo impresso regional a partir do advento e das potencialidades das mídias digitais. Ou seja, desde a popularização do acesso à internet e a ampliação de canais de participação dos consumidores nas mídias tradicionais, como isto vem sendo construído, notadamente na relação entre leitores e jornalistas. Para tanto, o estudo se pautou em dois jornais regionais – Jornal da Manhã e Diário dos Campos, a fim de mapear como se dão estes fluxos. Na segunda seção, Transformações do jornalismo no cenário de convergência, os capítulos apontam para o esforço de discutir conceitualmente as principais mudanças no jornalismo e na sociedade a partir das novas tecnologias. Como isso tem sido visto atualmente e suas implicações futuras. Neste particular, a seção abre com o capítulo “Redações desterritorializadas e as possibilidades de modelagem de narrativas objetivas, concretas e factuais”, do professor Juarez Tadeu de Paula Xavier. Neste

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momento, o autor apresenta reflexão sobre os impactos das novas tecnologias no âmbito da produção jornalística propriamente. Sua preocupação é pensar como os conteúdos jornalísticos se realizam em redações desterritorializadas. Para tanto, ele discute alguns cânones jornalísticos, como a objetividade, a subjetividade. Na sequência, os professores Sérgio Luiz Gadini e Carlos Willians Jaques Morais apresentam o texto “A formação da opinião pública em tempos de cultura da convergência”. Esse trabalho discute, de forma conceitual, a formação da opinião pública em tempos de convergência midiática e suas relações na formação de uma nova cidadania informatizada. Inquieto com os impactos das novas tecnologias junto à sociedade midiatizada no âmbito da opinião pública, o texto chama a atenção para suas implicações e para a forma como essa questão tem sido discutida na contemporaneidade. O terceiro capítulo dessa seção traz o trabalho do professor Antonio Francisco Magnoni: “Dilemas do jornalismo na era das redes digitais e da globalização”. Nesse capítulo, o autor identifica as primeiras manifestações do uso digital a partir do aparecimento dos computadores pessoais e como isso tem influenciado a sociedade e o jornalismo em seus múltiplos aspectos. Magnoni discute, entre outras coisas, a crise do atual modelo de negócio midiático-jornalístico desde a presença mais intensa da internet, bem como as transformações nos conteúdos e formatos com a introdução do meio digital, e também seus impactos na atividade profissional. Já os professores Juliano Maurício de Carvalho e Ângela Maria Grossi de Carvalho, no capítulo “Do hiperlocal aos insumos criativos: as mutações do jornalismo na contemporaneidade”, pontuam as principais influências nos modos de fazer e compreender a presença das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) em sociedade, relacionando seus aspectos ao jornalismo e à mídia.

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Eles identificam a necessidade de fortalecer a indústria criativa como fator de desenvolvimento do jornalismo em tempos de crise. Neste cenário, os atores reconhecem a convergência e o hiperlocal como elementos que demarcam o desenvolvimento do jornalismo em ambientes digitais. Na sequência, o capítulo “Desafios comerciais no ciberjornalismo: exame de modelos baseados em comércio eletrônico”, de Francisco Rolfsen Belda. Através de um texto analítico-reflexivo, esse estudo tem por objetivo discutir as potencialidades da internet e do meio digital adotados pelo mercado, percebendo caminhos e mudanças nesse tipo de modalidade de negócio. A introdução do meio digital tem provocado mudanças nas formas de comercialização dos conteúdos jornalísticos, não mais baseadas nos modelos de assinaturas ou vendas em banca. Esse capítulo procura refletir sobre as transformações nessa nova comercialização reconhecendo estratégias nesse fazer, tendo como ponto de partida os jornais Folha de S.Paulo (Brasil) e El País (Espanha). No fechamento dessa seção, o professor Angelo Sottovia Aranha apresenta um diagnóstico dos impactos das Novas Tecnologias da Informação (NTIs) no mercado do jornalismo, as quais se desdobram em influências na profissionalização. Com o título “Cenário de convergência desafia a formação de jornalistas”, faz análise ampla sobre as marcas que as NTIs têm deixado no jornalismo e os desafios que isso vem provocando no fazer jornalístico propriamente. São algumas indicações a respeito do que o leitor encontrará nesta obra, que se vocaciona a aportar uma contribuição crítica para os estudos do jornalismo em situações de convergência. Boa leitura! Marcelo Engel Bronosky Juliano Maurício de Carvalho

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