Arquivos da sociedade civil: uma memória em risco?

June 6, 2017 | Autor: Pedro Penteado | Categoria: Cultural Heritage, Archives
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Pedro Penteado apresenta 

ARQUIVOS DA SOCIEDADE CIVIL:  UMA MEMÓRIA EM RISCO? “Entre Arquivos” Club Farense 13‐06‐2015

Sumário 1.

Sociedade civil (conceito,  tipos, história, …)

2.

Os arquivos da sociedade civil

3.

Papel do órgão de  coordenação (do sistema  nacional de arquivos)

4.

Papel de outros stakeholders (na salvaguarda e valorização  dos arquivos da sociedade  civil)

5.

Algumas linhas de estratégia  (para o desenvolvimento dos  arquivos da sociedade civil)

Sra. Saúde – Lisboa, 1969 (AML)

1. Sociedade civil A sociedade civil é constituída  por uma diversidade de  organizações de caráter não  governamental e sem fim  lucrativo, constituídas em torno  de objetivos e necessidades  comuns, que abrange, entre  outras, associações religiosas,  de beneficência, de classe, de  socorro mútuo, cívicas, de  cultura e recreio, de juventude,  sindicatos, cooperativas,  ONGD’s, partidos políticos, etc.

Incrível Almadense

Período

Quadro legal e político

Final do séc. XVIII‐1833

Finais do antigo regime Primeiras experiências liberais Vitória do liberalismo 1834: dec. de 7 de Maio que extingue as corporações de ofícios e  proíbe as associações de trabalhadores de tipo profissional, vistas  como um obstáculo à liberdade da indústria 1852: Código Penal artigo 292º proíbe qualquer associação com mais  de 20 pessoas que não tenha prévia autorização do governo 1852: fundação do Centro Promotor das Classes Laborais 1874: os montepios e as associações de socorro mútuo são  consideradas associações civis e não de beneficência

1834‐1851

1852‐1890

1891‐1932

1933‐1974

1891: dec. de 28 de Fevereiro que regulamenta de facto e de direito as  associações de socorro mútuo. As existentes devem retomar os seus  estatutos 1891dec. de 5 de Maio sobre os sindicatos agrícolas. 1896: dec. de 2 de Outubro que regulamenta de novo as associações  de socorro mútuo 1908‐09: reorganização estratégica do anarquismo e congresso  sindical e cooperativista que apelam à constituição de assoc. de  classe/sindicatos profissionais 1924: dec. de 27 de Dezembro que consagra o direito de formação de  federações e uniões de associações de classe ou sindicatos 1933: conjunto de decretos que criam os sindicatos nacionais, os  grémios e as casas do povo; revogada a lei de 1891 sobre as  associações de classe 1974: dec. de 27 Dezembro  que estabelece o direito à livre associação

N.º de associações criadas no período (pelo  menos) 29: entre as quais, 11 cívicas, 9 mutualistas, 5  de cultura e recreio 109: entre as quais, 5 de classe, 8 cívicas, 8 de  beneficência, 17 patronais, 32 mutualistas e 33  de cultura e recreio

2473: entre as quais, 48 cívicas, 60 religiosas,  343 patronais, 416 de cultura e recreio, 601 de  socorro mútuo e 834 de classe Em 1917 existiam cerca de 600 associações de  socorro mútuo e entre 500 a 700 de classe

4263: entre as quais, 40 de socorro mútuo, 96 patronais, 163 religiosas, 429 de classe, 789 casas do povo, 2222 de cultura e recreio

Periodização sumária do associativismo em Portugal (até 1974)

Fonte: Lousada

Após a revolução de Abril de  1974

Estruturas representativas do  movimento associativo Alguns links: Associações Mutualidades Misericórdias Sindicatos ONGD

Fonte: http://www.cases.pt/associacoes/identidade‐associativa

2. Os arquivos da sociedade  civil Iniciativas para o  conhecimento  sistemático dos  arquivos associativos

2. Os arquivos da sociedade  civil Projetos de  tratamento de  arquivo histórico:  estruturas  representativas do  movimento  associativo

2. Os arquivos da sociedade  civil Projetos de  tratamento  organizacional de  arquivo histórico

2. Os arquivos da sociedade  civil Projetos de  identificação e  salvaguarda por  entidades  patrimoniais

2. Os arquivos da sociedade  civil

Projetos de  identificação e  salvaguarda por  entidades  patrimoniais

2. Os arquivos da sociedade  civil Informação  complementar

Arquivos dos Governos Civis (em transferência para os  arquivos distritais)

2. Os arquivos da sociedade  civil Projetos de  identificação e  salvaguarda por  entidades  patrimoniais

Cinemateca Digital

3. Papel do órgão de coordenação  (do sistema nacional de arquivos)

À esq.ª: formação  DGLAB ‐ CPCCRD

Na sequência da CITRA 2001 (ICA) sobre seleção e  recolha dos arquivos das sociedades  contemporâneas…

www.ica.org/download.php?id=1640

4. Papel de outros stakeholders (na salvaguarda e valorização dos arquivos da  sociedade civil)

4. Papel de outros stakeholders (na salvaguarda e valorização dos arquivos da  sociedade civil)

Algumas linhas de estratégia (para o  desenvolvimento dos arquivos da  sociedade civil) 1) Alteração da legislativa para assegurar maior e melhor  proteção dos arquivos da sociedade civil, sobretudo em  situações de risco; 2) Recenseamento, pelo Estado, da situação dos arquivos  das entidades da sociedade civil, em colaboração com  outros stakeholders (V. estratégia regional? V. possibilidade  de regiões piloto?):  3) Classificação de arquivos das entidades da sociedade civil  (v. critérios/prioridades com stakeholders) 4) Definição de modelos de aquisição com identificação  clara de responsabilidades e colaboração dos diversos  stakeholders

Algumas linhas de estratégia (para o  desenvolvimento dos arquivos da  sociedade civil) 6) Desenvolvimento de projetos de tratamento para a disponibilização e  recorrer à Rede Portuguesa de Arquivos/Portal português de Arquivos,  para aumentar o acesso ao património arquivístico da sociedade civil;  7) Garantir modalidades de apoio técnico para a gestão integrada dos  arquivos (DGLAB, municípios, …); 8) Sensibilização das estruturas representativas do movimento  associativo, se possível, para contratarem arquivistas e/ou de equipas  móveis que prestem serviços temporários de tratamento da  informação; 9) Estudar a possibilidade de financiamentos para a salvaguarda e  valorização dos arquivos da sociedade civil, de modo a que estes  arquivos não constituam … memória em risco.

ARQUIVOS DA SOCIEDADE CIVIL:  UMA MEMÓRIA EM RISCO? Pedro Penteado [email protected] Club Farense 13‐06‐2015

Muito obrigado  pela vossa atenção!

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