Arquivos e repertórios de uma etnografia trans (Preface to COELHO, Juliana Frota da Justa Ela é o show - Performances Trans na Capital Cearense)

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EDITORA MULTIFOCO Rio de Janeiro, 2012

EDITORA MULTIFOCO Simmer & Amorim Edição e Comunicação Ltda. Av. Mem de Sá, 126, Lapa Rio de Janeiro - RJ CEP 20230-152

EDIÇÃO REVISÃO

Paulo Sergio Rodrigues de Paula Juliana Frota da Justa Coelho

CAPA E DIAGRAMAÇÃO

Guilherme Peres

Ela é o show - Performances Trans na Capital Cearense COELHO, Juliana Frota da Justa 1ª Edição Setembro de 2012 ISBN: 978-85-7961-170-4

Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução deste livro com fins comerciais sem prévia autorização do autor e da Editora Multifoco.

AGRADECIMENTOS À minha família almodóvariana, amada e sempre presente. Aos amores de arroubos e calmarias: Jandson da Silva, Juliano Gadelha, Jander Nogueira, Jáder Torres (os Js que fazem minha vida ter mais graça e perigo), Elias Veras (pela doçura e audácia), Lis Albuquerque, Luiza Eridan, Sicília Moreira (atemporais em minha existência), Paola Benevides e Trícia Matias (pelas intensidades vividas e por viver). Aos tantos amigos queridos que nesse percurso encheram-me de força e alegria (vocês sabem exatamente quem são!). Ao curso de Psicologia e ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará, espaços importantes onde aprendi a questionar e a pesquisar. Ao Silvero Pereira, por fazer Fortaleza e outras cidades tremerem com suas intervenções teatrais. Ao Kaciano Gadelha, testemunha ocular e afetiva de minha trajetória desde a Psicologia. Ao Rubens Venâncio, pelo talento e parceria. Ao Prof. Dr. Alexandre Vale, pelas proveitosas orientações durante o mestrado. À boate Divine e a todos os performers e gestores da casa. A todos aqueles (as) que me concederam as entrevistas que aqui se encontram, seja no corredor das boates, nos bares, nas Paradas pela Diversidade Sexual, na intimidade de suas residências e alhures. Pela arte, pela vida.

“A partir da ideia de que o sujeito não nos é dado, acho que há apenas uma consequência prática: temos que criar a nós mesmos como obra de arte”. Michel Foucault

Sumário PREFÁCIO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 DE DIAGNÓSTICOS E PAETÊS: A PRODUÇÃO DE VISIBILIDADES DAS SEXUALIDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 1.1. Ciência e Desejo: a construção das sexualidades periféricas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 1.2 A “consciência” do gênero: as intervenções cirúrgicas de John Money e os movimentos sociais político-identitários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 1.3 Desnaturalizar e desontologizar: a radicalidade queer. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 1.4. “Ela é o show”: transformistas, travestis e drag queens sob os holofotes. . . . . . . . . . . 48 1.4.1. Os rituais das “montagens”: performances trans como drama social. . . . . . . . . . . 50

BURBURINHOS E ACONTECIMENTOS: A FORTALEZA DOS ESPETÁCULOS TRANS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 2.1. Adentrando a boate Divine: etnografia na noite gay fortalezense. . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 2.1.1. Boate Divine: “onde se descobrem talentos e nascem grandes estrelas”. . . . . . . . 70 2.2. O carnaval não é o limite: dos festejos de fevereiro aos espetáculos do ano inteiro. . . . . . . . . 81 2.3. Descortinando a cidade: a “montagem” da Fortaleza “babado”. . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

O NARRÁVEL E O INENARRÁVEL: TRAJETÓRIAS TRANS EM FORTALEZA.

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108

3.1. As estrelas da noite... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 3.2. Narrativas e trajetórias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118

CONSIDERAÇÕES FINAIS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153 REFERÊNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157

JULIANA FROTA DA JUSTA COELHO

Arquivos e repertórios de uma etnografia trans Ethnography not only studies performance (the rituals and social dramas commentators habitually refer to); it is a kind of performance (TAYLOR, 2003, p. 75).

Ela é show: performances trans na capital cearense é uma etnografia de práticas performativas nos limites das representações sobre a sexualidade e o gênero. O contexto investigado fala dos shows de trans, das montagens, dos rituais de confecção das subjetividades trans, glamourosas, que encontram em boates, teatros, concursos de beleza seu espaço de atuação. Fruto de sua dissertação de mestrado, Juliana Justa mapeia os rituais e performances trans na cidade de Fortaleza, trazendo ainda um resgate das memórias daqueles e daquelas pioneir@s nesse tipo de performance na capital cearense, o que confere ao seu livro uma relevância fundamental para quem adentra esse universo em busca de fontes. Gostaria de convidar o leitor a “se jogar” nesta leitura. A autora inicia o seu livro com um recorte histórico-genealógico, no sentido foucaultiano do termo, da produção de visibilidade das sexualidades periféricas, disparatadas, num discurso muito marcado pelas análises de autor@s como Judith Butler e Beatriz Preciado. Sabemos que a História da sexualidade (1999), de Michel Foucault é divisor de águas na maneira em que a “sexualidade” é definida não mais como um dado de saber, mas como produção histórica a partir de práticas de saber e poder que engendram o “sexo” como elemento imaginário incitador de discursos e práticas de normalização das 11

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condutas sexuais. No texto de Foucault, seu principal argumento se dirige contra a proposição de uma repressão da sexualidade pelo poder. Mais do que falar em opressão, controle, submissão do sexo ao poder, a perspectiva genealógica de Foucault trabalha com a produção de sujeitos de sexualidade históricos, o que pode ser datado quando o homossexual, o perverso e a criança masturbadora aparecem no devir sendo sujeitos de uma sexualidade. A inovação de Foucault reside justamente no fato de tornar visível a face positiva do poder, face que permanece, dentro da economia das relações de poder, invisível para concretamente dar lugar ao jogo do controle e da normalização de subjetividades que as próprias estratégias de saber-poder criam. Judith Butler e Beatriz Preciado, cada uma a sua maneira, foram inspiradas por Foucault em suas formulações teóricas, criticamente contrapondo-se a algumas limitações ou levando o pensamento do autor a outros espaços de ressonância. O conceito chave de performatividade de gênero em Butler traz a inspiração genealógica de Foucault ao pensar que o gênero é efeito de práticas sociais que materializam os sujeitos como “engendered”, ou seja, gênero não antecede à linguagem, à cultura e muito menos é o significado cultural dado ao “sexo”, pois o próprio sexo é performativo. Gênero não é um predicado do sujeito social, mas só podemos falar em sujeitos sociais históricos marcados pelo gênero, a própria materialidade do sujeito social é uma materialidade de gênero. Muitas vezes, o que se carece é uma analítica da positividade do poder, mesmo quando nos sentimos reprimidos, oprimidos por ele. Talvez fique difícil pensar no aspecto positivo do poder quando nos deparamos com a homofobia, a discriminação, a violência e a marginalização das sexualidades não-hetero. Contudo, voltamos à teoria de Butler na sua definição de abjeção em Bodies that matter (1993). A heteronomatividade que impõe o sistema binário dos gêneros tem como contra-efeito a abjeção das figuras que não se encaixam nessa lógica, o que não significa dizer que elas são figuras exteriores à heteronorma, pois, enquanto formação positiva de poder, a hetero12

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normatividade é constituinte das subjetividades abjetas, num jogo muito mais complexo que poder ser explicado quando Preciado, em seu Testo Yonqui, fala do caso Agnes. Em Testo Yonqui, Beatriz Preciado (2008, p. 272) relata um caso de intersexualidade que chega ao departamento de psiquiatria da Universidade de Los Angeles protocolado como Agnes. O relato tem dois momentos, primeiramente uma jovem com dezenove anos de idade e aparência claramente feminina, porém com o órgão sexual masculino normalmente desenvolvido. é diagnosticada como um caso raro de intersexualidade no qual haveria a produção excessiva de estrógenos pelos testículos. Resultado: Agnes é encaminhada para a cirurgia de transgenitalização. Anos depois, Agnes confessa ter usado hormônios desde sua adolescência, tomando cápsulas de estrógenos secretamente da sua mãe e irmã. Preciado toma este caso como um contraponto tanto às formulações de Foucault quando às de Butler. Primeiro, o que vemos aqui é a agência de um sujeito dentro da maquinaria biopolítica de normalização do sexo ao seu favor. Agnes, definida por Preciado como uma bio-drag, demonstra a arbitrariedade desta ficção somática denominada gênero, sua performance se inscreve na carne e vai além das leituras reducionistas da performatividade butleriana, que insistem ou não conseguem sair do construtivismo e do contrato representacional dos gêneros. Agnes é uma forma de subjetivação no seio da própria heteronormatividade, seu efeito, sua dobra que se volta em resistência ao próprio dispositivo médico regulador. Ciência e desejo, normalidade e abjeção se encontram nesse caso dificilmente polarizados como opostos. A estratégia proposta por Preciado como “bioterreorismo de gênero” passa pelo tráfico e contaminação das ficções somáticas que assumimos quando somos interpelados pelo gênero que nos permite traçar linhas de fugas e potencializar novas conexões. Não é um procedimento a ser generalizado, mas uma estratégia molecular de diferenciação no seio dos atos performativos repetitivos que materializam o gênero. Neste ponto, voltamos ao universo trans de pensar as resistências que se forjam no 13

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seio das regulações de gênero, o que é evidenciado quando vários pesquisadores se põem a perguntar “o que é uma travesti?” ou “o que é uma trans?” e se deparam não com uma, mas uma multiplicidade de repostas, experimentos do fazer-se trans (Agnes, mas também Flávia Fontenelle, Saick Samssaha, Claudia Ferraz, Satyne Haddukan, Dayany Princy, Condessa Mireille Blanche, Lena Oxa e tantas outras). Passamos do corpo plástico da montagem ao registro do corpo sem órgãos1. Juliana Justa se insere no universo das performances trans muito marcado pela discussão iniciada no final dos anos 1970 e 1980 sobre a natureza do texto etnográfico, a importância da reflexividade, a descentralidade da posição do antropólogo, o aspecto polifônico, dialógico e confuso do texto etnográfico. Os intercessores teóricos de Juliana Justa são muitos, eles vêm desde um estado de arte nacional que marca a singularidade dos estudos de gênero e sexualidade no Brasil na sua relação com as teorias “vindas de fora”, por exemplo, a teoria queer, até a literatura, a antropologia dos rituais, a sociologia e os estudos sobre performance. Com uma linguagem evidentemente clara e fluida, o livro pode alcançar um público bem maior do que o público especializado, por mais que lide com teorias em sua complexidade. Gosto da escolha da autora pela antropologia dos rituais, de sua articulação com os estudos de performance ao desbravar essa trama de show de trans que aparece de aderências múltiplas ao “pega-pega” dos gêneros. Contudo, eu gostaria de ampliar a leitura de performance que faz Juliana Justa com os conceitos de arquivo e repertório de Diana Taylor (2003). Diana Taylor, em The archive and the repertoire, faz uma revisão da gênese dos estudos sobre performance na sua inter-

1. “Para uma drag, o corpo montado chega a não corresponder mais ao corpo biológico trans-‐ formado, mas a um novo corpo cuja uma das matérias-‐primas para sua confecção foi justamen-‐ te o corpo de carne e ossos. Entretanto, o corpo montado pode dar passagem a um corpo sem yUJmRVTXHQmRVHFRQIXQGHFRPRVVLJQLÀFDGRVGDPDWpULDVHMDHODXPDSHoDGHYHVWXiULR uma prótese de esponja ou mesmo silicone” (﴾GADELHA, 2009, p. 187)﴿.

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disciplinaridade entre os estudos antropológicos sobre rituais e os estudos sobre teatro. Dos estudos antropológicos e sociológicos de Turner, Goffman e Geertz (os quais estão presentes na etnografia de Juliana Justa), ela destaca a sua crítica em romperem com a normatividade do modelo durkheimniano, que sobrepunha a estrutura social à agência individual. Segundo Taylor, o modelo dramatúrgico destes autores, que depois vem a se somar com os trabalhos de Gregory Bateson, Michele Rosaldo e muitos outros, recupera a dimensão subjetiva e criativa dos dramas sociais nos seus interstícios. Contudo, Diana Taylor separa duas dimensões que devem ser levadas em conta quando falamos de performance, de práticas culturais que apontam para duas epistemes distintas. Apoiada numa crítica pós-colonial, Diana Taylor cita o exemplo de Victor Turner, e com ele muitos antropólogos da sua época que ainda reterritorializaram as práticas performativas no paradigma ocidental da linguagem e da representação, do que pode ser narrado, documentado quando tais antropólogos estão lidando justamente com práticas culturais que dizem também de um outro modo de transmissão e atualização de conhecimento. Diana Taylor lança uma crítica pós-colonial aos estudos de performance baseada em duas dimensões que interagem entre si, a do arquivo e a do repertório. No registro do arquivo, temos os textos, documentos, os monumentos; enquanto o repertório “enacts embodied memory: performances, gestures, orality, movement, dance, singing – in short, all those acts usually thought of as ephemeral, nonreproducible knowledge” (TAYLOR, 2003, p. 20). Para Taylor, arquivo e repertório interagem mutuamente e são ambos produtores e transmissores de conhecimento. No repertório, encontro justamente o inenarrável das trajetórias trans, os conhecimentos incorporados, os shows de trans como práticas corporais que não se reduzem à representação e também como acontecimento. Interessante pensar como as dimensões do arquivo (das narrativas orais e literárias) e do repertório (daquilo que está na carne, dos afetos, do sentir-se trans, dos shows, das pedagogias da montagem) aparecem no texto de Juliana Justa em diversos momentos, de 15

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diferentes formas. Neste ponto, a Divine, a Divas, como é chamada por muitos frequentadores do local, faz-se cenário nos termos que aponta Taylor, pois se afirma uma territorialidade de corpos, espaços e desejos onde os shows de trans acontecem. As trans com as quais Juliana entra em contato transitam de um registro ao outro de uma maneira bastante convidativa a pensar no que elas nos ensinam sobre esses saberes do corpo. Aqui, recito Flávia Fontenelle, entrevistada de Juliana Justa: [...] Eu era muito andrógino na minha puberdade e adolescência, então se eu passasse um lápis em cima e em baixo do meu olho, já modificava, eu ficava impressionado como me transformava. Pegava minha blusa, colocava no cabelo e olhava as atrizes na televisão. Tudo é o espelho, o espelho tem essa mágica, aí eu ia lá para frente e fazia penteados com a camisa, tentava interpretar, repetir frases das atrizes nas novelas, isso na minha intimidade, escondido, na minha pré-adolescência.

Flávia atravessa o espelho do arquivo visual do ser feminina ao repertório trans da montagem. Nesse jogo de espelhos e de olhares cruzados, uma pergunta resta: Por que o gênero ainda nos pega? Esta pergunta me leva a um outro trabalho antropológico, desenvolvido por Paulo Rogers Ferreira, Os afectos mal-ditos: o indizível nas sociedades camponesas, um trabalho de antropologia rural que teve como espaço o interior do mesmo Ceará, no qual o autor adensou num campo até então posto como não-enunciável, no qual a positividade dos saberes organizados relegava a um lugar de silêncio os corpos desejantes daqueles homens do campo, agora não mais sob a lente de uma perspectiva avessa ao gênero e à sexualidade, pensados não meramente sob a gramática heteronormativa do patriarcado, da aliança e de uma economia material e desejante rebatida na conjugalidade heterossexual. As práticas (homo)eróticas nos interstícios do rural desvendadas por Paulo Rogers Ferreira evidenciam as 16

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falhas geológicas na arqueologia dos enunciados, dos ditos sobre os sexos, sobre as sexualidades e sobre os gêneros2. Ela é show é um passo nesse tipo de reflexão, livro gestado no seio de novas perspectivas sobre o gênero e a sexualidade no cenário local. Nesses estudos, algo se passa entre as palavras e os corpos. Investigar práticas performativas implica lidar com um campo que não é apenas o das representações sobre os gêneros (arquivo), mas imergir na carne vibrátil dos corpos, dos prazeres, das práticas desejantes, dos efeitos de superfície que materializam os gêneros (repertório). Ela é o show traz para os arquivos acadêmicos o registro singular de Juliana, de sua experiência etnográfica, de seu repertório questionado pelas suas interlocutoras trans se não seria a própria pesquisadora uma travesti: ela também é show!

Kaciano Barbosa Gadelha. Doutorando em Sociologia, Universidade Livre de Berlim. Berlim, 30 de agosto de 2012.

REFERÊNCIAS BUTLER, Judith. Bodies that matter: on the discursive limits of sex. New York: Routledge, 1993. FERREIRA, Paulo Rogers. Os afectos mal-ditos: o indizível nas sociedades camponesas. São Paulo: Hucitec, 2008. FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Graal, 1999.

2. “Corra para a vida, para o movimento fugidio dos corpos excitados, para os prazeres apres-‐ sados da paixão, crueldade e inocência que subjazem o desejo desejando o desejo, seja en-‐ tre camponeses, seja entre urbanos, seja entre indígenas, seja entre antropólogos” (﴾FERREIRA, 2008, p. 239)﴿.

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GADELHA, José Juliano Barbosa. Masculinos em mutação: a performance drag queen em Fortaleza. 2009. 262f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2009. PRECIADO, Beatriz. Testo Yonqui. Madri: Espasa, 2008. TAYLOR, Diana. The archive and the repertoire: performing cultural memory in the Americas. Durham and London: Duke University Press, 2003.

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