Arte e Artistas na região de Peniche. Breves notas biográficas de Manuel de Paiva, marceneiro de entalhador

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Jornal da Golpilheira

. entrevista . história .

21

Março de 2017

.história. Miguel Portela Investigador

Arte e Artistas na região de Peniche Breves notas biográficas de Manuel de Paiva, marceneiro de entalhador A região de Peniche, entre os finais do século XVII e as primeiras décadas do século XVIII, evidenciou-se pela convergência de vários artistas, - arquitetos, pedreiros, aparelhadores, entalhadores, pintores, escultores, azulejadores, entre tantos outros -, motivados pelas mais diversas empreitadas artísticas que nesse período foram levadas a efeitos nos muitos edifícios religiosos existentes nessa vila. Os recentes estudos que temos vindo a publicar revelam e demonstram a importância deste território no contexto da História da Arte em Portugal. De entre os artistas que nesta região deixaram marcas da sua arte, destacamse os nomes de Manuel Valente, oficial de entalhador; Luís Correia, mestre entalhador; Manuel Rodrigues, aparelhador; Francisco dos Santos, pintor de azulejos; Manuel da Silva, mestre ladrilhador; Francisco da Silva, pintor de brutesco; Pedro Peixoto, pintor e dourador; António de Oliveira, mestre entalhador; António Rodrigues de Miranda, mestre vidraceiro, entre tantos outros (Vejam-se os artigos por nós publicados em Bibliografia geral). Como já foi verificado por nós, nos finais do século XVII, sobretudo em 4 de fevereiro de 1699, encontrava-se em Peniche, um oficial de entalhador, chamado Manuel Valente, natural de Bucelas, o qual nessa data era “asistente em esta villa por official de emtalhador da obra da tribuna da igreja de S. Pedro desta dita villa”. Com efeito, este é um dos nomes que nos finais do século XVII executaram a tribuna da Igreja de S. Pedro em Peniche (PORTELA, Miguel - Manuel Valente oficial entalhador… Op. Cit., p. 21). A documentação por nós compulsada veio revelar um outro nome, precisamente um marceneiro de entalhador, morador em Peniche, entre 1692 e 1699, chamado Manuel de Paiva. Constatámos que este era natural da freguesia de S. Julião de Frielas, concelho de Loures, filho de Pedro Delgado e de Jerónima de Paiva, o qual contraiu matrimónio, na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda em Peniche, em 23 de fevereiro de 1692, com Felipa Domingues, viúva de Sebastião da Silva, filha de Domingos Gonçalves Pereira e de Ana Domingos, natural da freguesia de Nossa Senhora da Ajuda de Peniche (Documento 1). Deste consórcio, nasceram dois filhos, nomeadamente, Domingos, batizado em 3 de maio de 1693 (A.D.L., Livro de Batismo da Paróquia da Ajuda em Peniche [L.B.P.A.P.] [1691-1709], Dep. IV39-B-82, assento n.º 1, fl. 8, “< Domingos > Em os tres dias do mes de mayo de mil e seiscentos e noventa e tres annos na Igreja de Nossa Senhora d’Ajuda baptizou de minha licença o Padre Simão Baptista Freire Clerigo Presbitero do Habito de Sam Pedro a Domingos filho de Manoel de Payva e de Phelipa Domingues sua mulher. Forão padrinhos Domingos Gonssalves Pereira e Maria Gonssalves filha de Miguel Rodriguez e de Caterina Domingues sua mulher de que fis este assento. (a) Luis Vianna Franco”), e Antónia, batizada em 28 de dezembro de 1696 (Ibidem, assento n.º 3, fl. 17, “< Antonia > Em os vinte e outo dias do mes de dezembro de mil e seiscentos e noventa e seis annos em esta Igreja de Nossa Senhora da Ajuda baptizei a Antonia filha de Manoel de Payva e de Philipa Domingues sua mulher. Forão padrinhos Henrique Fernandez Mendes e Antonia de Oliveira filha de Valerio de Oliveira de que fis este assento. (a) Jozeph Luis Pinto”). Em 15 de novembro de 1698, era já sua esposa falecida, tendo Manuel de Paiva, mandado lavrar no cartório notarial de Peniche uma escritura de fiança. Extraímos um excerto dessa escritura, que assevera o que referenciámos, e que é o que se segue: “lhe ficara hum filho por nome Francisco anteado delle dito Manoel de Paiva por a dita sua molher Filipha Domingues casada primeira ves com Sebastiam da Silva defunto pai do dito seu emteado orfão Francisco e que este era muito pequenno de menor idade e que este asistio sempre em sua companhia de sua molher Filipha Domingues mai do dito orfam Francisco tratando sempre elle dito Manoel de Paiva como proprio deu filho e que por assim ser lhe tinha muinto amor e vontade de sua molher que Deos tem lho emcarreguar tratasse delle como os seus proprios que tambem por sua e pera assim ser elle querer dar doutrina e emsinallo muinto bem e faser a vontade a dita sua molher defunta mai do dito orfam Francisco seu emteado o qual esta e asiste

em sua caza e tem e trata como seu filho com todo o amor e que pera assim ser impetrara provisam real de Sua Magestade que Deos guarde pera ser seu tutor” (Documento 2). Em 2 de março de 1699, Manuel de Paiva, contraiu novo matrimónio, na Igreja de S. Pedro em Peniche, com Domingas Duarte, viúva de Diogo Tomás, todos moradores na freguesia de S. Pedro dessa vila (A.D.L., Livro de Casamentos da Paróquia de S. Pedro em Peniche [16941750], Dep. IV-40-A-75, assento n.º 1, fl. 21v, “< Manoel de Paiva e Domingas Duarte > Aos dous dias do mes de março de mil seiscentos noventa e nove annos de manhã nesta Igreja de S. Pedro desta villa de Peniche em presença de mim Cypriano Domingues e das testemunhas abaixo nomeadas se receberão em face da Igreja por marido e mulher Manoel de Payva e Domingas Duarte minha fregueza elle veuvo de Philippa Domingues da freguezia de Nossa Senhora da Ajuda desta villa e ella veuva de Diogo Thomas moradora tambem nesta villa nesta freguezia de S. Pedro sendo testemunhas que presente estavão Augustinho Madeira e o Padre Manoel Delgado Pereira e muita parte dos freguezes que comigo asinarão de que fis este termo, dia, mes, e anno ut supra. (a) Cypriano Domingues. (a) O Padre Manoel Delgado Pereira. (a) Agostinho Madeira”). Pouco depois, e em 12 de outubro de 1699, Manuel de Paiva e Catarina Domingues, ou Domingos, sua cunhada, viúva de Miguel Rodrigues, lavraram em ato notarial uma procuração a Bento Gomes, soldado de Peniche onde se refere a Manuel de Paiva como marceneiro (Documento 3). A presença de Manuel de Paiva, na vila de Peniche, como marceneiro de entalhador, poderá justificar-se pela encomenda da tribuna para a Igreja de S. Pedro que em 1699 se executava, e na qual trabalhava Manuel Valente de Bucelas. Cremos, que a proximidade da proveniência deste dois indivíduos, - Bucelas e Frielas -, poderá ser um fator a ter em conta para se atestar esta possibilidade. Pouco se sabe, de seguro, sobre este problema. Não nos parece de rejeitar, todavia, a insistente referência do tabelião em arrolar Manuel de Paiva como marceneiro de entalhador, e Manuel Valente como entalhador, ambos em 1699 e no nosso entender a participação dos dois na obra da tribuna da Igreja de S. Pedro em Peniche. Revisitámos assim, mais uma página pouco conhecida da História de Peniche, particularmente de Manuel de Paiva, marceneiro de entalhador. Esperamos que a revelação destes documentos conduzam a um aprofundamento da História da Arte na região de Peniche tendo em conta a verdade historiográfica dos factos alicerçada nestes documentos inéditos, revelados pelo autor Miguel Portela. Bibliografia geral: PORTELA, Miguel Manuel Valente oficial entalhador da tribuna da Igreja de S. Pedro de Peniche - Contributo documental inédito, Jornal da Golpilheira, Diretor: Luís Miguel Ferraz, Ano XXI, Edição 236, fevereiro - 2017, p. 21; Idem - Uma oficina de entalhadores em Serra d’El-Rei no século XVIII. Contributo para o estudo da obra de Luís Correia, mestre entalhador da tribuna da Igreja Matriz de Maiorga - parte I, Cadernos de Estudos Leirienses- 8, Editor: Carlos Fernandes, Textiverso, 2016, pp. 287-303; Idem - Uma oficina de entalhadores em Serra d’El-Rei no século XVIII. Contributo para o estudo da obra de Luís Correia, mestre entalhador da tribuna da Igreja Matriz de Maiorga - parte II, Cadernos de Estudos Leirienses- 9, Editor: Carlos Fernandes, Textiverso, 2016, pp. 273-281; Idem - Francisco dos Santos, mestre dos azulejos da Igreja de S. Sebastião de Peniche: da atribuição à contratualização - Contributo documental inédito, Jornal da Golpilheira, Diretor: Luís Miguel Ferraz, Ano XX, Edição 228, junho 2016, p. 25; Idem - Manuel da Silva mestre dos azulejos da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda de Peniche. Contributo documental inédito, O Figueiroense, Edição compartilhada com O Ribeira de Pera, Diretor: Fernando C. Bernardo, II Série, N.º 24, 16 de julho de 2016, pp. 8-9; Idem Francisco da Silva, pintor de brutesco na Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Peniche: da atribuição à contratualização - Contributo

documental inédito, Jornal da Golpilheira, Diretor: Luís Miguel Ferraz, Ano XX, Edição 230, agosto - 2016, p. 21; Idem - António de Oliveira: Mestre Entalhador Setecentista em Serra d’El-Rei. Contributo documental inédito, Jornal da Golpilheira, Diretor: Luís Miguel Ferraz, Ano XX, Edição 226, abril - 2016, p. 21; Idem, Os mestres vidraceiros da Idade Moderna na Estremadura, MVSEV, Amigos do Museu Nacional de Soares dos Reis - Círculo dr. José Figueiredo, IV Série, n.º 22, 2015/2016, pp. 47-76.

Apêndice documental Documento 1 1692, fevereiro, 23, Peniche [Ajuda] - Registo de casamento de Manuel de Paiva, natural de Frielas, com Filipa Domingues, natural de Peniche. Arquivo Distrital de Leiria [A.D.L.], Livro de Casamentos e Óbitos da Paróquia da Ajuda em Peniche [1671-1692], Dep. IV-39-C-28, assento n.º 1, fl. 131. [fl. 131] < Manoel de Payva e Felippa Domingues > Em os vinte e tres dias do mes de fevereiro de mil e seiscentos e noventa e dous annos de menham na Igreja de Nossa Senhora d’Ajuda desta villa de Peniche em face da Igreja em prezença de mim Luis Vianna Franco Parocho na dita Igreja e das testemunhas ao diante nomeadas se receberão por palavras de prezente por marido e mulher na forma que dispoem a Sancta Madre Igreja de Roma Manoel de Payva filho de Pedro Delgado e de Hyeronima de Payva já defuctos natural do lugar de Frielas freguezia de Sam Julião onde o dito Manoel de Payva foi baptizado, e Phelipa Domingues natural e moradora na mesma freguezia de Nossa Senhora d’Ajuda viuva de Sebastião da Silva e filha de Domingos Gonssalves Pereira e de Anna Domingues já defuncta e forão testemunhas Francisco da Silva morador no lugar da Aldea Grande freguezia do lugar do Machial e Domingos Gonssalves Pereira pay da dita Phelipa Domingues que comigo este termo assignarão no dito dia e anno assima dito. (a) Parocho Luis Vianna Franco (a) Francisco da Silva (a) Domingos Gonsalves Pereira

Documento 2 1698, novembro, 15, Peniche - Escritura de fiança de Manuel de Paiva, marceneiro de entalhador, viúvo de Felipa Domingues. Arquivo Municipal de Peniche [A.M.P.], Livro Notarial de Peniche [1698], Caixa 31, Livro n.º 35, fls. 79v-80. [fl. 79v] Em nome de Deos amem. Saibam quantos este publico instromento de escritura de fiança e abonaçam ou como em direito dizer se possa e mais valha e tenha mais forssa e vigor virem que no anno do nassimento de Nosso Senhor Jezus Christo deste presente anno de mil e seissentos e noventa e oito annos aos quinse dias do mes < de 9bro [novembro] > do dito anno nesta villa de Peniche terra e jurisdiçam de Dom Hieronimo Casamiro d’Ataide Conde da villa de Atouguia e Senhor desta dita villa etecetra nas casas de morada de mim tabaliam ao diante nomeado sendo ahi presente Manoel de Paiva marceneiro de emtalhador e morador nesta villa homem veuvo e pessoa conhecida de mim tabaliam e ahi por elle me foi dito em presença das testemunhas ao diante nomeadas e no fim desta nota asignadas que por morte e fallecimento de sua molher que Deos tem Felipha Domingues desta lhe ficara hum filho por nome Francisco anteado delle dito Manoel de Paiva por a dita sua molher Filipha Domingues casada primeira ves com Sebastiam da Silva defunto pai do dito seu emteado orfão Francisco e que este era muito pequenno de menor idade e que este asistio sempre em sua companhia de sua molher Filipha Domingues mai do dito orfam Francisco tratando sempre elle dito Manoel de Paiva como proprio deu filho e que por assim ser lhe tinha muinto amor e vontade de sua molher que Deos tem lho emcarreguar tratasse delle como os seus proprios que tambem por sua e pera assim ser elle querer dar doutrina e emsinallo muinto bem e faser a vontade a dita sua molher defunta mai do dito orfam Francisco seu emteado o qual esta e asiste em sua caza e tem e trata como seu filho com todo o amor e que pera assim ser impetrara provisam real de Sua Magestade que Deos guarde pera ser seu tutor o qual com efeito alcançara e lhe foi comcedida pera que dando fiança se lhe entreguasse o dito orfam Francisco o qual tem em sua casa e se lhe entreguassem sua sorte e legitima para elle os reger e guovernar por cuja resam elle se obriguava por sua pessoa e bens e moveis e de rais persentes e feturos e de sempre em

Pormenor do trabalho escultórico do retábulo da Igreja de S. Pedro de Peniche. todo tempo dar conta dos ditos bens e legitima do dito seu emteado Francisco filho do dito Sebastiam da Silva e de dar tudo conta todas as vezes que lhe fosse pedido e que outrossim se obriguava o sustemto e vestillo de tudo o que lhe forre necessario < ensinallo muinto bem > dos rendimentos de sua // [fl. 80] de sua fasenda e ligitima a que dando caso que os ditos rendimentos nam cheguem elle outorgante se obriguava a sustentallo dos rendimentos de sua fasenda delle outrogante Manoel de Paiva sem que o dito orfam Francisco seu emteado ficasse obrigado ou lhe entreguarse a dar satisfaçam alguma do que gastasse com elle demais a mais e que dando caso que se obrigasse alguma coisa da legitima do seu emteado Francisco < cada anno > se obriguava elle outrogante a tudo satisfaser ao dito seu emteado se mais so perdendo ou embragos [sic] alguns e sendo caso que venha com elles disse que não queria ser ouvido em juiso nem fora delle sem primeiro depositar em juiso tudo o que lhe dever e porque for demandado e pormetia fazer o deposito algum sem justissa diante dos juises dos orfãos e justissas desta villa de Peniche ainda que esteha fora ou morador em outra qualquer parte pera o que renunciava o juis de seu foro da terra e lugar aonde o tal tempo estiver ou morar e todos os mais privilegios leis liberdades leis ordenacois defencois e direitos e tudo o mais que em seu favor aleguar possa porque de nada quer usar nem guosar que em seu favor seja e que assim mais per maior segurança desta obriguaçam dava e nomeava por seu fiador e abonador a dita obriguaçam Agostinho Madeira sirieiro morador nesta villa por ser homem abonado pello qual sendo presente loguo dito a mim tabaliam que lhe de seu moto proprio e sua boa e livre vontade e sem constrangimento de pessoa alguma ficava por fiador do dito Manoel de Paiva marceneiro marido que ficou da dita Felipha Domingues e se obriguava por sua pessoa e bens a paguar e satisfaser tudo aquillo em que o dito Manoel de Paiva fosse alcançado e devesse de satisfaser assim da legitima dos ditos seus bens nomeados em esta escritura de fiança como o que ofressesse do dito rendimento delle e de seu sustento a que tudo queria satisfaser via executiva e na mesma forma que o dito Manoel de Paiva nesta escritura declara pella qual pello dito fiador Agostinho Madeira ambos juntamente e cada hum de per ssim em sua in solidum foi dito que elles em tempo algum nam aleguaria devedor nem embraguos [sic] nem outra alguma coisa que esta escritura de fiança e abonaçam emcontremos antes o compriam emteiramente como nelle se conthem declara tudo sobe obriguaçam de suas pessoas e bens moveis e de rais presentes e feturos que pera tudo obriguarão na forma declarada em fee e testemunho de verdade assim o outroguaram dallo de todo e pediram a mim tabaliam fosse feito este instromento em esta minha nota pera della dar os tresllados que deste theor se comprirem que pedirão e aseitaram e eu tabaliam do feito em nome de quem tocar possa ausente como pessoa publica estipulante e aseitante que esta estipulei e aceitei sendo a tudo testemunhas que todos asignarão com o dito Manoel de Paiva e fiador Francisco Dias lavrador e morador em esta villa e Mateus Leitam artilheiro morador em o lugar da Bufarda termo da villa de Atouguia que todos asignarão com o dito fiador a Manoel de Paiva de seus signais que desserão costumavam faser que eu tabaliam dou fee serem os proprios aqui nomeados e asignados e eu Manoel Nunes Ribeiro tabaliam do publico e judicial e notas em esta villa de Peniche e em todos seus termos que o escrevi. (a) Manoel de Paiva (a) Agostinho Madeira (a) De Francisco + Dias (a) De Matis (sinal publico) Leitam

Documento 3 1699, outubro, 12, Peniche - Procuração que fez Manuel de Paiva e Catarina Domingos ou Domingues, a Bento Gomes, soldado de Peniche. A.M.P., Livro Notarial de Peniche [1699/1701], Caixa 31, Livro n.º 13, fls. 22v-23. [fl. 22v] Procurasão que fazem Manoel de Paiva e Catherina Domingos ambos desta villa a Bento Gomes tambem

desta dita villa. Fora Saybam quoantos este publico instromento de bastante procurasão e poder virem que no anno do nassimento de Nosso Senhor Jezus Christo de mil seissentos noventa e nove annos < aos doze dias do mez de 8bro [outubro] deste dito anno > em esta villa de Peniche terra e jurisdisam de Dom Heronimo Casimiro de Ataide Comde de Atouguia Senhor desta dita villa etecetra nas casas de morada de mim tabalião ao diante nomeado sendo ahi prezentes partes partes [sic] outrogantes a saber Manoel de Paiva marsineiro e morador nesta dita villa marido que foi de Felipa Domimgos e bem asim Catherina Domingues viuva de Miguel Rodrigues todos moradores nesta dita villa; e logo pellos ditos Manoel de Paiva e a dita Catherina Domingues foi dito a mim tabalião ao diante nomeado e das testemunhas ao diante nomeadas e asinadas que eles por virtude desta sua bastante pocurasão em a milhor forma do direito e pelo direito quer e outorga fazia he ordenava e consthetuhia fazia hordenava como com efeito fes hordenou e consthetuhia hordenava por seos efeitos hem tudo bastante procurador a Bento Gomes soldado desta prassa e nesta villa morador e admestrador [sic] da prezente procurasam ao que diserão elles outorgantes davão trespasavão comsedião e trespasavão como de ifeito logo deram e trespasavão todo o seu livre e comprido [sic] poder mandado expesial e geral com livre e geral administrasão tanto quanto em direito se comsede e lhe he consedido para que o dito seu procurador em nome delles outorgantes possa requerer todo o seu direito e justissa em todas as suas cauzas e dependensias em que elles outorgantes forão reos insersores asim crimes como siveis e cobrar haver as suas maos todas as dividas heransas que constar lhe devem asim dinheiros foros heransas verbas de testamentos folhas de partilhas escritos escrituras e por cartas misivas que constar lhe devão e todos e quoais genero de dividas que para tudo lhe dam e comsedem todos os poderes em direito nesesarios para que o dito seu procurador possa citar demandar executar ao ditos devedores dando libelos por ausois transausois replicas e replicas com variedades prizois asois execusois penhoras escritos lansos rematasoins embargos e ausois sentensas e despachos em seu favor dados e fazellos executar e dos comtrarios apelar e agravar e seguir e chemar alsada estando a contas com os devedores em juizo e fora delle e fornesendoas dando quitasois publicas e autos e da maneira que pedidas lhe forem e fasendo // [fl. 23] os requerimentos que nesesarios forem tudo a bem de sua justissa e tomar qualquer lisito por via do justamento que com direito lhe foi dado em nome delles outorgantes e de calunia e os perderão nestas o fazer dar e nelles comsentir e poderá o dito seu procurador por suspeitasois a todas as justissas oficiais e pesoas que justissas ou suspeitas e nelles tornar a comsentir paresendolhes reconsedas de novo se louvar sem suspeita, e outrosim podera sobestabeleser os poderes desta sua bastante procurasão em hum e muitos procuradores nos que nesesarios forem ficandolhe esta sempre livre para della poder usar e somente rezerva para si toda a nova quitasam digo toda a nova hadisam e a resolução do embargo da sostidasão e tudo pellos ditos seus procuradores e sobestabalesidos obrado requerido e cobrado ouveram por firme e valiozo e com efeito tudo obrigavão suas pesoas e bens moveis e de rais prezentes e futuros que para tudo obrigarão e em fee e testemunho de verdade assim o outorgarão e delle e de todo pedirão a mim tabaliam fosse feito este instromento em esta minha nota para della dar os treslados que deste theor cumprirem que pediram e aseitaram e eu tabaliam o aseito em nome de quem tocar possa aubzente como pessoa publica estipulante e aseitante testemunhas que a tudo prezente foram Antonio Delgado de Oliveyra sapateiro e morador nesta villa, e Manoel Jorge tambem sapateiro morador no lugar do Passo termo da villa de Obidos aos coais eu tabaliam dou fee conheser a todos serem os proprios que asinão com outorgantes de seus sinaes que usão fazer, Antonio Coutinho da Silva tabalião que o escrevi. (a) Manoel de Paiva (a) Manoel Giorge (a) Antonio Delgado de Oliveira

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