Artigo produzido - Orientação de TCC - UEPG-UAB

July 19, 2017 | Autor: Roseli Foltran | Categoria: Educação Infantil, Psicogenética
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O JOGO COMO RECURSO DIDÁTICO: FORTALECENDO A AUTONOMIA E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Donata Dias da Rosa ¹ Kelly Regina Frata² Márcio Antunes de Lima³ Roseli Aparecida Foltran4

RESUMO O presente trabalho objetiva investigar como os jogos podem auxiliar no fortalecimento da autonomia da criança, e, consequentemente, nos processos cognitivos que favorecem a aprendizagem e a construção do conhecimento, como também, contribuir para que os professores reflitam sobre sua prática pedagógica com relação ao uso dos jogos na Educação Infantil. Para tanto, considera-se a teoria psicogenética de Piaget e sociointeracionista de Vygotsky, levando em conta as fases de desenvolvimento cognitivo da criança, e as influências do meio sociocultural, bem como o conceito de autonomia e educação moral. Na realização deste estudo, levantou-se a seguinte problemática: Os jogos podem potencializar o fortalecimento da autonomia, e o desenvolvimento cognitivo da criança? Para responder esta questão, realizou-se um paralelo entre as teorias acima mencionadas e as orientações legais para a Educação Infantil, especialmente no que se refere à construção da identidade e da autonomia. Este estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, de cunho explicativo, possibilitando a constatação de que as crianças dispõem de características cognitivas e tempos específicos para aprenderem. Os jogos proporcionam à criança um ambiente favorável à apropriação do conhecimento, promovendo uma aprendizagem significativa ao ensino de conceitos e sua operacionalização, já que possibilitam sua interação com o meio e com o objeto de estudo. Palavras-chave: Autonomia. Educação psicogenética. Teoria sociointeracionista.

infantil.

Recurso

didático.

Teoria

1. Licenciada em Ciências (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Itapetininga). Plenificação em Matemática (Universidade Iguaçu UNIG RJ). Especialista em Ed. do Campo (UFPR - Litoral). Graduanda no Curso de Licenciatura em Pedagogia pela UEPG. Professora efetiva de Matemática da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Professora efetiva de Ciências da E. M. Adriano Queiroz Pimentel – Itararé- [email protected] 2. Licenciada em Matemática (FAFICOP). Especialista em Metodologia do Ensino de Matemática e Física, pela Faculdade Internacional de Curitiba – Facinter. Graduanda no Curso de Licenciatura em Pedagogia pela UEPG. Professora de Matemática na Rede Estadual do Estado do Paraná. [email protected] 3. Licenciado em Ciências e Matemática (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Itapetininga). Graduando no Curso de Licenciatura em Pedagogia pela UEPG. Efetivo e concursado em Matemática no Estado de São Paulo, Professor Coordenador Pedagógico na E.E.Dr. Epaminondas Ferreira Lobo, Itararé-SP. [email protected] 4. Professora Orientadora. Mestre em Educação. Professora Pedagoga na Rede Estadual do Estado do Paraná. Professora colaboradora na UEPG. [email protected]

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INTRODUÇÃO

As brincadeiras e os jogos estão presentes na vida das crianças, independente da época, da cultura ou da classe social, acompanhando-o até a idade adulta. É impossível pensar na essência da criança sem se referir às atividades lúdicas por elas desenvolvidas, muito menos na construção do indivíduo adulto sem tentar entender as especificidades dessas ações e a suas relações com o desenvolvimento humano. O tema aqui proposto pretende investigar como os jogos auxiliam no processo de desenvolvimento cognitivo da criança e no fortalecimento da autonomia, ou seja, da capacidade de se orientar, se governar enquanto aprendiz e de construir o seu conhecimento. A fim de atingir o objetivo aqui exposto, a problemática deste estudo preocupa-se em responder como os jogos podem potencializar o fortalecimento da autonomia, bem como o desenvolvimento cognitivo da criança? Nesse sentido, entender os processos cognitivos presentes na construção do conhecimento caracteriza o ponto de partida para refletirmos sobre a importância de um trabalho permeado por ações que deem condições para que a criança desenvolva autonomia, a qual é estimulada através das atividades lúdicas. E desta forma poder contribuir diretamente com a prática docente dos professores e indiretamente com o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos inseridos na Educação Infantil. O presente estudo se realizou através de uma pesquisa bibliográfica, de cunho explicativo, que segundo Cervo e Bervian (1983, p.55): “Busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado sobre determinado assunto, tema ou problema”, com base em materiais publicados , tais como: livros, artigos, periódicos, monografias, leis e deliberações. O objetivo do trabalho é analisar o conceito de autonomia e educação moral, e fazer um estudo das teorias do construtivismo psicogenético de Piaget e sociointeracionista de Vygotsky,

Os materiais citados estão contemplados nas referências deste trabalho.

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considerando as fases de desenvolvimento da criança e levando em conta a influência do meio sociocultural e os processos cognitivos que podem ser potencializados com a utilização dos jogos, como também a relação destes como a construção da autonomia e do conhecimento. A fim de estruturar a pesquisa, preocupou-se, primeiramente, em realizar um estudo sobre a apropriação do conhecimento de acordo com construtivismo psicogenético, relatando as fases que compõem o processo de maturação do sistema nervoso em relação à idade cronologia das crianças, bem como a importância da interação social destacada na teoria sociointeracionista de Vygotsky e a experiência física que proporcionam uma aprendizagem significativa . Num segundo momento, analisou-se o jogo como recurso didático no fortalecimento da autonomia e na construção do conhecimento, uma vez que a criança é instigada a solucionar situações problemas que envolvem conceitos, através do desenvolvimento de estratégias próprias, enfatizando as vantagens no trabalho com jogos.

Posteriormente, realizou-se um estudo sobre o conceito de autonomia e como ela se constrói, observando as concepções de desenvolvimento da criança segundo Piaget e Vygotsky e as orientações legais, tais como: Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil no Brasil. Por fim, para responder a problemática em questão, estão as considerações finais sobre a utilização dos jogos na Educação Infantil, bem como, os benefícios da utilização desse recurso didático para o desenvolvimento da criança

e,

consequentemente, ao fortalecimento da sua autonomia.

Conceito utilizado por David Ausubel a partir de 1985, com a apresentação da Teoria da Aprendizagem Significativa, que trata da importância da organização cognitiva dos conteúdos de forma ordenada e gradativa, a fim de ancorar novos conhecimentos aos já existentes, tornando-os relevantes a quem aprende.

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A construção do conhecimento sob a luz das Teorias Psicogenética e Sociointeracionista Entender como se dá a aprendizagem e a construção do conhecimento são questões de extrema importância tanto para pais, quanto para professores. Para isso, faz-se necessário entender e analisar duas Teorias Cognitivas, ancoradas na importância da maturação do sistema biológico, no conhecimento prévio, na utilização de estímulos materiais, na interação social e no desenvolvimento da linguagem. Como ponto de partida, é relevante compreender como as estruturas mentais das crianças amadurecem, para tanto é necessário analisar a Teoria psicogenética de Jean Piaget (1896 – 1980). Nascido em Neuchâtel, na Suíça, desde muito cedo se interessava pela vida animal. Formou-se em Ciência naturais em 1915, doutorando-se nesta mesma área em 1918. Mesmo não sendo um educador, suas pesquisas e estudos contribuíram e contribuem até os dias de hoje, fornecendo elementos que nos permitem compreender o funcionamento cognitivo. Os estudos de Piaget sobre a aprendizagem tiveram início a partir do contato com crianças que apresentavam dificuldades em resolver problemas, relatando que as questões de ordem epistemológicas eram passíveis de estudo: [...] desde o início de minhas reflexões teóricas estava convencido que o problema das relações entre o organismo e o meio, colocava-se também no campo do conhecimento, apresentando-se então a questão das relações entre o sujeito que atua e pensa e os objetos de sua experiência. Havia chegado o momento de estudar o problema em termos de psicogênese (PIAGET, 1971, p.32 apud COLL e GILLIÉRON, 1987, p.36-7).

Foi a partir destas pesquisas que Piaget começou a se interessar pelas respostas “erradas” das crianças. Segundo sua análise, tais respostas eram consideradas erradas apenas do ponto de vista dos adultos. Com base nessa compreensão, ele supôs, então, que as crianças possuíam uma lógica de funcionamento mental própria, diferente da lógica dos adultos. Neste contexto a Teoria Psicogenética começa a tomar forma. Para Piaget (1973) o conhecimento se desenvolve desde as mais simples estruturas mentais do recém–nascido, até o pensamento formal do adolescente. O autor, também, destaca quatro fatores responsáveis pelo desenvolvimento

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intelectual: o fator biológico, a ação da criança com o objeto, as interações sociais e o processo de equilibração. O fator biológico corresponde ao crescimento orgânico, à maturação do sistema nervoso. Para Piaget (1970, p.37-38) citado por Berger; Moro e Laroca (2010, p.18) “A maturação do sistema nervoso limita-se a abrir possibilidades, excluídas até certos níveis de idade, mas é preciso atualizá-las, o que supõe outras condições, das quais as mais imediatas é o exercício funcional ligado às ações”. O Segundo fator refere-se à ação da criança com o objeto. Piaget (1975) destaca que: “Para conhecer os objetos, o sujeito deve agir sobre eles e, portanto transformá-los: deve deslocá-los, ligá-los, combiná-los, dissociá-los e reuni-los novamente” (p.72). Sob esse olhar a construção do conhecimento está ligada a ações, não vem dos objetos nem dos sujeitos e sim da interação entre o sujeito e o objeto. Já o fator social, também enfatizado em seus estudos, refere-se à interação social que ocorre através da linguagem, sejam por meios educacionais ou sociais, e proporciona ao indivíduo o contato com novos conhecimentos. Para ele, o conhecimento é algo particular, proveniente de um processo interno do sujeito, uma forma de organização e estruturação do pensamento, que diante de uma nova situação se organiza, se desenvolve continuamente a fim de adaptar o organismo ao meio. O quarto e último fator é a equilibração, que corresponde à ação da criança em encontrar respostas às novas situações que lhe são apresentadas. Esse processo estabelece uma relação de dois mecanismos intermediários para que a inteligência seja construída: a assimilação e acomodação. A assimilação refere-se à inserção de novos conhecimentos sem que eles sejam alterados. A acomodação por sua vez trata-se da reestruturação cognitiva, a fim de que novos conceitos sejam incorporados e transformados a ponto de se adequarem à nova realidade.

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Segundo Lakomy: Quando a assimilação e a acomodação acontecem de forma simultânea, a criança adapta-se às novas situações, ou seja, retorna a uma situação superior de equilíbrio. Portanto, é por meio de um processo contínuo de desequilíbrios e de novas e superiores equilibrações que ocorre a construção progressiva do conhecimento da criança. (2009, p.33).

Mesmo se tratando de mecanismos distintos, a assimilação e a acomodação ocorrem de forma simultânea, promovendo a aprendizagem. Em seus estudos Piaget faz algumas considerações quanto às fases do desenvolvimento: “um estágio comporta ao mesmo tempo um nível de preparação, por um lado, e de acabamento, por outro [...] é necessário distinguir em toda sucessão de estágios, os processos de formação ou de gênese e as formas de equilíbrios finais [...]” (PIAGET, 1973, p.52. apud. BERGER; MORO; LAROCA, 2010, p. 25), dividindo o desenvolvimento intelectual em quatro estágios ou períodos a

seguir: I.

Estágio denominado sensório-motor, de (0 a 02 anos) de idade, nesta fase a criança ainda não apresenta pensamento nem afetividade, conta apenas com suas percepções sensoriais e motoras.

II.

Trata-se do estágio pré-operatório, (de 02 a 07 anos), ao atingir essa fase a criança inicia seu processo de representação simbólica, através dos símbolos, dos sinais e da aquisição da linguagem, não dependendo unicamente mais das sensações e do movimento “A função simbólica, permite, desse modo, que a inteligência sensóriomotora se prolongue em pensamento”. (PIAGET, 1973, p.32. apud BERGER; MORO; LAROCA, 2010, p. 27).

III.

O terceiro estágio, denominado operatório-concreto, ocorre a partir dos 7 anos e se estende aproximadamente até os 12. Nesta fase a criança começa a se socializar, separa a fantasia da realidade, já possui estruturas que possibilita a organização do pensamento de forma lógica, porém ainda está presa a realidade concreta.

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IV. O último estágio, o operatório-formal, a partir dos 13 anos o adolescente consegue pensar logicamente, não dependendo mais de situações concretas, já é capaz de pensar de forma abstrata o que possibilita que ele levante hipóteses, faça análises, formule estratégias para resolver uma dada situação. É, portanto, de acordo com esses quatro estágios que, na adolescência o indivíduo completa o ciclo das construções cognitivas, mas permanece através dos estímulos externos provenientes das interações sociais, se desenvolvendo ao longo dos anos. Segundo Lakomy: Piaget privilegia a maturação biológica em que o desenvolvimento humano segue uma sequência fixa e universal. Para ele os conhecimentos são elaborados espontaneamente pela criança – do individual para o social. O pensamento é anterior à linguagem, que por sua vez é apenas uma forma de expressão da criança, já que a aprendizagem é subordinada ao desenvolvimento cognitivo. (2009, p.37).

Neste sentido, Piaget privilegia em seus estudos e teorias que a condição primordial e mais relevante para que a criança aprenda e se desenvolva é a maturação do sistema biológico. Em segundo plano destaca-se a experiência física (relacionado à manipulação de objetos) e por último as interações sociais. De acordo como a teoria sociointeracionista de Lev Semynovitch Vygotsky (1896 a 1934), nascido em Orsha, na Rússia, pesquisador contemporâneo de Piaget, o meio exerce grande influência nos processos cognitivos. Em seus estudos preocupava-se em entender as formas de comunicação, em especial a linguagem que através da interação social, possibilita a criação de signos ou símbolos necessários para que a aprendizagem ocorra. Pois é por meio da linguagem que a criança organiza o pensamento de forma gradativa, visando atingir a abstração.

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Oliveira enfatiza que: Há três pilares que são centrais no pensamento de Vygotsky: - As funções psicológicas tem um suporte biológico, pois são produtos da atividade cerebral. - O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre o indivíduo e o mundo exterior, as quais se desenvolvem num processo histórico. - As relações homem/mundo é medida por sistemas simbólicos. (OLIVEIRA, 1993, p.23 apud BERGER; MORO; LAROCA, 2010, p. 47.).

Neste sentido, Vygotsky coloca que a espécie humana difere dos demais animais por possuir processos psicológicos superiores, que se referem ao desenvolvimento cultural, proveniente da interação sujeito/meio. Para Berger; Moro e Laroca (2010, p.47- 48) “Os processos psicológicos superiores consistem, assim, em ações conscientes e controladas, atenção voluntária, pensamento abstrato, memória ativa e comportamento deliberado”. Os demais seres possuem apenas processos

elementares

que

são

responsáveis

pelas

reflexões,

situações

automáticas, geralmente reguladas pelas ações biológicas. Vygotsky considerava que os fatores biológicos tornavam-se mais importantes apenas no início da vida da criança, posteriormente, os processos de interação do indivíduo com o meio prevalecem, desempenhando papel fundamental na construção do conhecimento, dai a importância da linguagem e da criação de símbolos.

Com base nesses pressupostos desenvolveu dois conceitos sobre a

apropriação do conhecimento: I. Zona de Desenvolvimento Real (ZDR), que compreende as funções psíquicas já dominadas pelo individuo. O Conhecimento é espontâneo. II. Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), é nesta região aonde o sujeito adquire habilidades quando assistido por adultos, é nesta fase que a escola devera explorar para melhorar o desenvolvimento do individuo. (1988 apud LAKOMY, 2009)

A Zona de Desenvolvimento Real é composta por funções mentais já amadurecidas, trata-se da aquisição de conceitos que a criança adquire e desenvolve de forma autônoma, espontânea, sem o auxílio de outras pessoas. Já a Zona de Desenvolvimento Proximal, caracteriza-se pela distância entre o nível de desenvolvimento real, e o nível de desenvolvimento potencial, ou seja corresponde a funções mentais que ainda estão em processo de maturação, impedindo que ela

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por si só construa seu conhecimento, fazendo-se necessário a mediação de um adulto. Em suma as duas teorias se completam, tanto a psicogenética de Piaget, quanto a sociointeracionista de Vygotsky, trazendo inúmeras contribuições e subsídios para o entendimento de como a criança aprende. Segundo pressupostos teóricos, o aprendizado se dá a partir da maturação biológica e da interação do sujeito com o objeto e com o meio. Neste sentido os jogos apresentam-se como aliados porque permitem à criança o desenvolvimento motor, social e cultural. Através do jogo a criança entra em contato com o mundo real, aprende a se autoconhecer, se socializar, estabelece regras, respeitar as que já foram instituídas e com isso vai criando uma identidade e fortalecendo sua autonomia. Essas teorias apenas divergem quanto ao processo de desenvolvimento cognitivo,

a

piagetiana



ênfase

aos

fatores

biológicos,

enquanto

a

sociointeracionista privilegia os fatores sociais.

O jogo como recurso didático um aliado no processo de construção do conhecimento segundo Piaget e Vygotsky O fato dos jogos e das atividades lúdicas estarem tão presentes na infância e ainda serem significativos na idade adulta, pode-se dizer que se trata de atividades inerentes à vida do ser humano. Segundo Ikegami: O jogo para a criança não tem o mesmo significado do jogo para o adulto, pois não se trata de uma simples recreação, o adulto que joga afasta-se da realidade, enquanto a criança ao brincar/jogar avança para as novas etapas de domínio do mundo que a cerca”. (2005, p.39).

Tavares. et al, (2010), em seus estudos concluiu a partir da teoria piagetiana que

“o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para

despender energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social

e

moral”

(p.18).

Neste

sentido,

o

estudo

das

possibilidades

de

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desenvolvimento

e

aprendizagem

através

das

atividades

lúdicas

se

faz

extremamente necessário para a atuação dos professores na Educação Infantil. Em seus estudos sobre os jogos, Piaget destaca três itens que classificam o jogo infantil: o exercício, o símbolo e a regra:

- O jogo exercício se caracteriza pelas atividades de repetição utilizando-se apenas das estruturas motoras. Para jogos que possuem essa característica Piaget (1975) diz que: [...] na criança a atividade lúdica supera amplamente os esquemas reflexos e prolonga quase todas as ações, daí resultando a noção mais vasta de exercício funcional [...]. Destaca que mesmo falando em termos sensório motores os jogos de exercício “envolvem as funções superiores; por exemplo fazer perguntas pelo prazer de perguntar, sem interesse pela resposta nem pelo próprio problema”. (PIAGET, 1975, p.146).

- Os jogos simbólicos, começam a surgir na fase pré-operatória, tem como principal característica a criação de símbolos, a criança “brinca de faz de conta”, qualquer objeto pode ser, por exemplo, para criança um animal. Piaget relata que: [...] a maioria dos jogos simbólicos [...] ativa os movimentos e atos complexos. Eles são, pois, simultaneamente sensório-motores e simbólicos , mas chamamos-lhes simbólicos a medida que ao simbolismo se integram os demais elementos. Além disso, suas funções afastam-se cada vez mais do simples exercício: a compensação, a realização dos desejos, a liquidação dos conflitos, etc. somam-se incessantemente ao simples prazer de se sujeitar a realidade, [...].(PIAGET, 1975, p.147).

- O jogo de regras por sua vez como o próprio nome diz é composto de regras que imitam uma dada realidade. Nesse tipo de jogo as atividades geralmente são coletivas e pressupõem organização, interação e socialização, são indicados para crianças a partir de cinco anos até a idade adulta, tais como: jogos de tabuleiro, jogos de quadra, de campo, de cartas, etc. Em sua teoria, o jogo exerce e desempenha um papel importante, mas restringindo-se

apenas

a

assimilação,

tornando

o

ambiente

favorável

a

aprendizagem. “[...] o ato de inteligência culmina num equilíbrio entre assimilação e a acomodação, [...] o jogo é essencialmente assimilação, ou assimilação

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predominando sobre a acomodação”. (PIAGET, 1975, p. 115 apud BERGER; MORO; LAROCA, 2010. p.204). Enquanto isso, na concepção sociointeracionista de Vygotsky, o jogo e as brincadeiras são vistas como atividades que aproximam a criança da vida social, criam espaço favorável à imitação, a construção de símbolos, ao desenvolvimento da linguagem. Uma vez que possibilita o contato com outras crianças, com outras realidades,

fazendo-se

necessário

o

estabelecimento

de

algumas

regras

imprescindíveis à convivência humana. Segundo Berger; Moro e Laroca (2010), Vygotsky explica as influências do brinquedo e do jogo no desenvolvimento. Para ele, ao brincar, “a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que a realidade”.(VYGOTSKY, 1988, p. 117 apud BERGER; MORO; LAROCA, 2010. p.204). Essas atividades que colocam a criança frente à nova situações, criam espaços

e

mecanismos

para

o

desenvolvimento,

através

da

zona

de

desenvolvimento proximal. Portanto, para Vygotsky o jogo possibilita a construção de processos cognitivos necessários à aprendizagem. Mas entende que não são todos os jogos e/ou brincadeiras que favorecem a criação de uma zona de desenvolvimento proximal. Segundo ele, os jogos simbólicos é que oferecem essas condições, pois nesses tipos de jogos, as crianças passam por novas situações imaginárias, permitindo- lhes a projeção no mundo real, possibilitando a criação de símbolos que contribuem para o seu desenvolvimento. Para Vygotsky, através do jogo a criança passa a agir num ambiente que lhe possibilita a aquisição de conhecimentos, uma vez que ela se sente livre para agir, fazer perguntas, levantar hipótese, experimentar possíveis soluções e, desta forma, realiza a estruturação do pensamento cognitivo.

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De acordo com esse raciocínio, Macedo (2001, p. 138-139), relata que os jogos de regras favorecem a exploração dos aspectos de ordem afetiva, social e cognitiva, visto que: Do ponto de vista afetivo, tem se neles todo o universo relacional: competir com um adversário ou vencer um objetivo; regular o ciúme, a inveja, a frustração; adiar o prazer imediato, [...]. Do ponto de vista social Têm – se nos jogos de regras as exigências básicas para uma vida social: a necessidade de uma linguagem, de códigos e principalmente de consideração de regras que regulam nosso comportamento interindividual [...]. Do ponto de vista cognitivo, têm-se nos jogos de regra uma necessidade e uma possibilidade constante de construção de novos e melhores procedimentos e estruturas de fazer e compreender o mundo [...].(2001, p.138-139).

Neste sentido Piaget, considera o trabalho com os jogos importante, uma vez que possibilita no mínimo um ambiente favorável a aprendizagem, nesse caso corresponde ao processo de assimilação, caracterizado pela inserção de novos conhecimentos e informações, sem que a estrutura cognitiva seja alterada. No entanto, de acordo com Vygotsky, se utilizado como recurso didático, de forma intencional, planejada, orientada, o jogo, dispõe de mecanismos que fazem com que a criança construa o seu próprio conhecimento através do trabalho intencional do professor ou dos pais, utilizando-se da Zona de Desenvolvimento Proximal para, no trabalho como o potencial da criança, atingir a Zona de Desenvolvimento Real. Em suma, considerando as duas teorias, confirmamos que os jogos exercem um papel fundamental no desenvolvimento da criança, desde que sejam utilizados e aplicados adequadamente a cada fase do desenvolvimento, sejam eles de exercício, simbólicos ou de regras.

Criando uma identidade, desenvolvendo a autonomia e os aspectos legais da Educação Infantil Considerando as teorias e os estudos de Piaget e Vygotsky, fica evidente que o indivíduo tem papel fundamental no seu processo de desenvolvimento intelectual. Essa construção representa para a criança a construção de uma identidade, de um

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auto reconhecimento, que regula e orienta suas ações. A essa forma própria de pensar e agir, podemos chamar de autonomia. De acordo com (RIOS, 2010) autonomia significa: “ s.f. 1. Faculdade ou direito que tem um país de se governar por si mesmo. 2.Direito ou faculdade que tem uma nação de se reger por leis próprias. 3. Independência. 4.Liberdade moral ou intelectual”. No aspecto pedagógico, segundo o Referencial Nacional de Educação Infantil a autonomia é definida: [...] como a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprio, levando em conta regras, valores, sua perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro, é, nessa faixa etária, mais do que um objetivo a ser alcançado com as crianças, um princípio das ações educativas. Conceber uma educação em direção à autonomia significa considerar as crianças como seres com vontade própria, capazes e competentes para construir conhecimentos, e, dentro de suas possibilidades, interferir no meio em que vivem. Exercitando o autogoverno em questões situadas no plano das ações concretas, poderão gradualmente fazê-lo no plano das idéias e dos valores. (BRASIL, vol. 2 p.14) [...] A passagem da heteronomia para a autonomia supõe recursos internos (afetivos e cognitivos) e externos (sociais e culturais). Para que as crianças possam aprender a gerenciar suas ações e obediência, e para que possam ter noção da importância da reciprocidade e da cooperação numa sociedade que se propõe a atender o bem comum, é preciso que exercitem o autogoverno, usufruindo de gradativa independência para agir, tendo condições de escolher e tomar decisões, participando do estabelecimento de regras e sanções. (BRASIL vol. 2 p. 15)

Sob esse olhar podemos conceber a autonomia como uma construção contínua que ocorre mediante a ação da criança com o meio e suas reflexões sobre esse agir.

Ainda de acordo com o Referencial Nacional de Educação Infantil,

volume 2, (1998): O desenvolvimento da identidade e da autonomia estão intimamente relacionados com os processos de socialização. Nas interações sociais se dá a ampliação dos laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças e com os adultos, contribuindo para que o reconhecimento do outro e a constatação das diferenças entre as pessoas sejam valorizadas e aproveitadas para o enriquecimento de si próprias. (BRASIL, vol. 2 p. 11)

Pode-se dizer então, que as relações sociais exercem um papel fundamental na construção e no fortalecimento da autonomia. A forma como a criança se

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relaciona, a forma como o professor media o conhecimento, a afetividade são fatores que influenciam esse processo. Jean Piaget (Piaget, apud Kamii, Devries 1992, p. 28) enfatiza que o desenvolvimento moral (autonomia) é visto como um processo de construção do interior, que evidencia que atitudes de constrangimentos não favorecem em nenhum momento o desenvolvimento moral, uma vez que o mesmo bloqueia o desenvolvimento da autonomia. De acordo com ASSIS: O professor deve agir de modo a encorajar a criança a fazer por si própria tudo o que é capaz; a tomar pequenas decisões; a identificar, expressar e aprender a lidar de forma construtiva com seus sentimentos e pontos de vista; e a resolver seus problemas, intervindo como mediador, já que quando o adulto faz pela criança o que ela pode por si própria e resolve as dificuldades que ela tem condições de resolver sozinha, ele não esta contribuindo em nada para seu desenvolvimento. Visto que a fonte do desenvolvimento da noção de justiça, reciprocidade e autonomia encontram-se nas relações democráticas (autogestão), na interação social entre os pares, na ação sobre o objeto, nas relações de respeito mútuo e cooperação, não vemos outro caminho para a escola que visa a autonomia, a não ser procurar realmente embasar e orientar a prática pedagógica, os trabalhos desenvolvidos em sala de aula [...].(ASSIS (Org.), 2003, p.248).

Nesta mesma perspectiva, pensando em termos legais, segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil volume 1, pag. 21, as crianças possuem natureza singular com características próprias de sentir e pensar sobre o mundo.

Através das brincadeiras e dos jogos vão construindo sua

identidade e autonomia, cujo processo se dá pela interação com as pessoas e com o meio, através de um trabalho de criação, significação e ressignificação. Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional a LDB 9394/96, em 20 de Dezembro de 1996, em seu 29º artigo, fica estabelecido que a Educação Infantil, corresponde a primeira etapa da Educação Básica, cujo objetivo é complementar a ação da família e da sociedade, a fim de promover o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade.

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Esse trabalho deve levar em conta os aspectos físicos, intelectuais e sociais, visando a melhoria da Educação Infantil, o Conselho Nacional de Educação, através resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009, fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, estabelecendo para a essa modalidade da Educação Básica, um currículo e uma prática que, busca articular experiência e os saberes dos alunos, com os conhecimentos artísticos, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral do educando, levando em consideração os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade,

da

solidariedade e do respeito comum. Toda essa concepção deve estar atrelada a Proposta Pedagógica da escola, possibilitando a construção de novas formas de sociabilidade e interação, que visem a garantia da apropriação do conhecimento e da aprendizagem de diferentes linguagens, através da ludicidade, visto que a brincadeira é um eixo norteador, cuja finalidade é promover o conhecimento de si e do mundo, através de experiências sensoriais, expressivas e corporais, ampliando a expressão da individualidade e desejos da criança, como a confiança e a participação em atividades individuais e ou coletivas. Nesse mesmo raciocínio, FIGUEREDO citado por PEREIRA preocupa-se com a necessidade de desenvolver a autonomia através da negociação entre as pessoas: [...] o modelo pedagógico utilizado pela escola é importante na medida em que ele poderá proporcionar a crianças situações que lhe possibilite vivenciar experiências diversas, fazer escolhas, tomar decisões, socializar conquistas e descobertas, isto é, caminhar rumo a autonomia. Ainda que os aspectos sociais e afetivos sejam importantes para garantir as demais aprendizagens, a educação infantil deve orientar seu trabalho para o desenvolvimento da autonomia, ou seja, para a “capacidade de construir suas próprias regras e meios de ação, que sejam flexíveis e possam ser negociados, com outras pessoas, sejam adultos ou crianças”. (FIGUEREDO, 2004, p. 09 apud PEREIRA)

Neste sentido a forma lúdica de ensinar desempenha um papel de suma importância no desenvolvimento intelectual da criança, bem como potencializa os processos de desenvolvimento da autonomia.

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Para SILVA: O jogo é a mais importante das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na pratica pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só para lazer, mas também como elementos bastantes enriquecedores que promovem a aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. O jogo na vida das crianças é fundamental, pois quando ela brinca, explora, manuseia tudo aquilo que está em sua volta, através de esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade e satisfação pelo que faz, dando atenção às atividades vivenciadas naquele instante. (2011, p. 4)

Desta forma, percebe-se que a intenção de oferecer atividades lúdicas e outras situações pedagógicas é necessária ao desenvolvimento da identidade e autonomia da criança, pois através do jogo e das brincadeiras, ela extravasa seus sentimentos. O ato de brincar/jogar se torna também uma forma de se expressar, conforme afirma FANTACHOLI: Brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu cotidiano, num mundo de fantasia e imaginação. O ato de brincar possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem. (2011, p.2).

Portanto, a construção da autonomia depende da maturação do sistema biológico e da socialização. Visto que, por exemplo, no primeiro estágio, o sensóriomotor, que corresponde aos primeiros meses de vida, podendo se estender até os dois anos, a criança age através de reflexos, ainda não dispõe de pensamento e nem afetividade. Mas a partir de dois anos, ou até antes, dependendo do seu desenvolvimento, a criança passa para o estágio pré-operatório, nesse momento inicia-se o processo de representação simbólica e semiótica, que possibilitará à criança atingir os outros estágios, o que de fato exige que o professor tenha essa consciência e esse conhecimento para então proporcionar às crianças situações e atividades que promovam e fortaleçam a autonomia.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos estudos realizados, entende-se que tanto a teoria psicogenética, quanto a sociointeracionista, fornecem subsídios para a compreensão de como as estruturas cognitivas se desenvolvem para promover a aprendizagem. Por um lado, Piaget enfatiza a importância da maturação biológica como condição necessária para que a assimilação e acomodação aconteçam de forma contínua e simultânea, ocorrendo o processo de equilibração. Esse processo se constitui pelo contato da criança com uma nova e inesperada situação, da qual ela precisa encontrar respostas, e com essas respostas reorganizar o seu pensamento, voltando novamente ao modo anterior, porém, num nível mais elaborado. Por outro lado Vygotsky acreditava que o fator mais importante e decisivo no processo de aprendizagem é a interação social. A forma como a criança se relaciona e como ela interage possibilita a construção do conhecimento através da Zona de Desenvolvimento Real e a Zona de Desenvolvimento Proximal. A primeira refere-se ao conhecimento espontâneo e a segunda ao conhecimento mediado por outra pessoa. O entendimento dessa concepção permite aos pais e/ou professores trabalharem com situações que a criança ainda não aprendeu, por isso se faz necessário trabalhar com seu potencial de aprendizagem, a fim de possibilitar seu desenvolvimento integral. No entanto, tanto Piaget quanto Vygotsky acreditam que a interação das crianças com o objeto, no caso o jogo ou as atividades lúdicas de uma forma geral, auxilia no processo de desenvolvimento intelectual e autônomo, uma vez que ao jogar, elas se aproximam do mundo real, projetam-se nas atividades do mundo adulto, criam símbolos, elaboram conceitos, desenvolvem a linguagem e outras formas de comunicação, ampliam a capacidade corporal, orientam, idealizam, criam e cumprem regras, aprendem a lidar com as emoções, exercem a curiosidade, fazem perguntas, levantam hipóteses, se socializam, tomam pequenas decisões, avaliam suas atitudes, ou seja, realizam ações fundamentais na construção da aprendizagem e da autonomia.

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Mediante todos esses apontamentos, podemos concluir que os jogos, se utilizados como recursos didáticos, de forma planejada, com objetivos claros e adequados à faixa etária da criança, podem propiciar o desenvolvimento cognitivo e, consequentemente, auxiliar no processo de construção da identidade e da autonomia, uma vez que proporcionam um ambiente favorável à aprendizagem através da assimilação, que segundo Piaget, nesses casos, prevalece sobre a acomodação. Neste sentido, o jogo, bem como o ato de jogar, potencializa a interação social e auxilia no desenvolvimento da linguagem que, de acordo com a teoria Sociointeracionista de Vygotsky, permite a sistematização da experiência e do conhecimento que a criança possui, contribuindo com a criação de símbolos que permitem que os processos psicológicos superiores ocorram, e desta forma, o jogo possibilita, por meio da Zona de Desenvolvimento Proximal, atingir a Zona de Desenvolvimento Real, fazendo com que a criança tenha condições reais de um dia, sozinha, realizar atividades que no momento, de acordo com a maturação do seu sistema biológico, ainda precisa da mediação de um adulto.

HOW THE GAME RESOURCE TEACHING: STRENGTHENING THE AUTONOMY AND COGNITIVE DEVELOPMENT IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION

ABSTRACT The present study aims to investigate how games can help strengthen the autonomy of the child, and consequently in cognitive processes that promote learning and knowledge construction, but also contribute to teachers reflect on their teaching practice regarding the use games in kindergarten. Therefore, it is considered a psychogenic theory of Piaget and Vygotsky's social interactionist, taking into account the stages of cognitive development, and the influences of the sociocultural environment as well as the concept of autonomy and moral education. In this study, rose the following problem: The games can leverage to strengthen autonomy, and cognitive development of the child? To answer this question, we carried out a parallel between the theories mentioned above and the legal guidelines for early childhood education, especially with regard to the construction of identity and autonomy. This study was conducted through a literature search of explanatory nature, enabling the

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realization that children have cognitive characteristics and specific times to learn. The games give the child an environment for knowledge acquisition, providing a meaningful learning to teaching concepts and their operationalization, since its possible interaction with the environment and with the object of study. Keywords: Autonomy. Early childhood education. Teaching resource. Psychogenic theory. Social interactionist theory.

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