Assessoria de comunicação e imprensa da FAAC/Unesp: múltiplos focos da informação e a comunicação no meio digital

July 7, 2017 | Autor: A. Sottovia Aranha | Categoria: Jornalismo, Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na Educação
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|| I Fórum Ibero-Americano de Audiovisual e Arranjos Produtivos | Caderno de Resumos ||

ISBN: 978-85-61889-09-8

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I Fórum Ibero-Americano de Audiovisual e Arranjos Produtivos (FIAA 2012) Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” CADERNO DE RESUMOS: Antonio Francisco Magnoni Juarez Tadeu de Paula Xavier Giovani Vieira Miranda (organizadores)

Comissão Científica Antonio Francisco Magnoni Angelo Sottovia Aranha Angela Maria Grossi de Carvalho Juarez Tadeu de Paula Xavier Marcos Américo Roseane Andrelo Willians Cerozzi Balan

Fórum Ibero-Americano de Audiovisual e Arranjos Produtivos [01. : 2012 : Bauru, São Paulo] Caderno de Resumos do I Fórum Ibero Americano de Audiovisual e Arranjos Produtivos , 28 de maio a 01 de junho de 2012 : [recurso impresso e eletrônico] : organizadores Antonio Francisco Magnoni ... [et al]. – Bauru : Faac/Unesp Campus de Bauru, 2012 Realização dias 28 de maio a 01 de junho de 2012 ISBN: 978-85-61889-09-8 Disponível em: http://www.faac.unesp.br/petrtv/eventos/fiaa/caderno_de_resumos_fiaa2012.pdf 1. Audiovisual. 2. Arranjos Produtivos. 3. Economia da Cultura I. Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”. Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação. II Magnoni, Antonio Francisco. II-I Título

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SESSÃO DE COMUNICAÇÃO 1 RADIOJORNAL REPÓRTER UNESP Damaris Magnani Rota, Juliano Maurício de Carvalho INTRODUÇÃO O radiojornal “Repórter Unesp” é um projeto realizado pelos alunos do 3° termo de jornalismo (período noturno) na disciplina de Jornalismo Radiofônico, através do Laboratório de Estudos em Comunicação, Tecnologia e Educação Cidadã (LECOTEC). O projeto tem como objetivo o desenvolvimento das habilidades dos estudantes na linguagem radiofônica a partir da produção de radiojornais periódicos, armazenados e veiculados do site do projeto. O “Repórter Unesp” também busca desenvolver novos formatos e linguagens para o jornalismo radiofônico, bem como a integração do meio com o universo da internet. A produção desses programas também oferece um espaço de experimentação aos alunos, o que possibilita uma formação complementar às teorias absorvidas em sala de aula. Fora do âmbito da universidade, o público de Bauru e região pode se beneficiar com as transmissões, que englobam matérias informativas e de serviços, em uma linguagem que alcança um público amplo e heterogêneo. MÉTODOS Os radiojornais começaram a ser produzidos no ano de 2007, e, até 2011, foram submetidos 94 produtos

radiofônicos

no

site

do

projeto

(http://www2.faac.unesp.br/pesquisa/lecotec/reporterunesp). A produção e transmissão dos radiojornais seguem um cronograma pré-estabelecido no início do semestre, informado previamente aos alunos. Já disciplina de Jornalismo Radiofônico, a sala é dividida em duas turmas: A e B. Cada turma realiza um radiojornal nas semanas designadas, e tais produções são transmitidas ao vivo pela página da Rádio Unesp Virtual (http://www.radiovirtual.unesp.br/html) às segundas e terças-feiras, às 20h. A equipe de produção é modificada a cada duas edições do programa, dando ênfase a um rodízio de cargos, de modo que os alunos possam experienciar o cotidiano de um jornalista radiofônico em diferentes posições, com diferentes atribuições e metas. As equipes são divididas em: editor-chefe, editor-adjunto, coordenador de reportagem, coordenador de mídias digitais, produtor de mídias digitais, editor de cidades, editor de cultura e lazer, editor de educação e esportes e repórteres especiais, além de repórteres designados para cada uma das editorias e dos locutores Os prazos de entrega de matérias, bem como a revisão

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destas, ficam a ser definidas pelos próprios alunos. Os primeiros radiojornais tem a duração de 30 minutos. Ao longo do semestre, a duração dos programas é aumentada, com a inclusão de espaços para reportagens especiais e comentários, acompanhando a evolução técnica dos estudantes. Uma parte essencial do “Repórter Unesp” é composta dos chamados links ao vivo, nos quais os repórteres transmitem entrevistas de diferentes locais, por meio do telefone. Após cada radiojornal, o áudio é ouvido mais uma vez e tanto ele quanto o roteiro são avaliados pelo professor responsável. Erros e méritos são discutidos em sala e, após esse período, a nota é comunicada à sala. A cada duas semanas uma nova equipe é escolhida no final da aula, e a produção recomeça para a próxima edição. RESULTADOS E DISCUSSÃO A criação de radiojornais periódicos incentiva o desenvolvimento de outros projetos de extensão semelhantes, nos quais os alunos tem a possibilidade de aplicar os conhecimentos absorvidos durante a produção das edições do “Repórter Unesp”. Outro ponto essencial que o projeto toca é a capacidade de fazer o aluno transcender a disciplina de jornalismo radiofônico e se tornar um produto para a sociedade. Uma vez divulgados na internet, pelo site do projeto e pela página da Rádio Unesp Virtual, os radiojornais ficam disponíveis para acesso de toda a população. O diferencial entre o “Repórter Unesp” e produtos semelhantes produzidos fora da universidade é a liberdade que os alunos possuem no âmbito da experimentação: nesse universo, os alunos produzem pautas e temas mais diferenciados que aproximam o produto da população de Bauru e região. Por fim, a produção do “Repórter Unesp” possibilita ao aluno a aplicação de teorias aprendidas em sala de aula, como a edição de materiais sonoros e técnicas de produção radiofônica como entrevistas e reportagens. Assim, os alunos saem da classe para comporem um ambiente simulado de redações profissionais, permitindo uma apreensão maior e mais exata do que é o veículo e de que modo ele se encaixa na profissão e na sociedade. CONCLUSÃO O projeto “Repórter Unesp” tem o diferencial de aproximar o aluno da linguagem radiofônica e dos desafios da profissão por meio dos diversos processos e aplicações teóricas que a elaboração do produto final engloba. As atividades desenvolvidas e a experiência adquirida gera base para artigos acadêmicos e participação em congressos e simpósios. As transmissões dos radiojornais também possibilitam uma divulgação dos trabalhos em jornalismo radiofônico

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desenvolvidos na faculdade, aumentando a visibilidade dos projetos e construindo um público fiel e amplo para o radiojornal. REFERÊNCIAS: PORTAL REPÓRTER UNESP. Disponível em http://www2.faac.unesp.br/pesquisa/lecotec/reporterunesp

PORTAL TOQUE DA CIÊNCIA: DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM DIFERENTES LINGUAGENS Angela Maria Grossi de Carvalho, Juliano Maurício de Carvalho, Bárbara Figueiredo, Aline Ferreira Pádua, Lydia Rodrigues Souza, Tiago Zenero Souza

INTRODUÇÃO O Portal Toque da Ciência é um portal de divulgação científica possui três websites integrados – Toque da Ciência Audiofônico, uma Agência de notícias e uma Revista digital. Cada um procurar abordar temas relacionados à produção científica brasileira em uma linguagem diferente, por meio de podcasts, reportagens, resenhas, perfis e entrevistas. O conteúdo do portal abrange notícias sobre pesquisas desenvolvidas em diversas instituições brasileiras, com ênfase na ciência, cultura e tecnologia. O principal objetivo do projeto Toque da Ciência é a divulgação da ciência em diferentes linguagens para permitir à população em geral o conhecimento do que é pesquisado e descoberto nos laboratórios e institutos espalhados por todo o país. O projeto busca difundir uma informação contextualizada e livre dos termos técnicos, que permeiam os estudos científicos. Mais especificamente, o projeto tem o intuito de aumentar o interesse da população por Ciência e Tecnologia, além de construir um acervo digital crescente de áudios, matérias e reportagens.

MÉTODOS O método utilizado no Toque Audifônico é o de pesquisa-ação, que compreende a inversão de papéis entre pesquisador e ator social. Nesse caso, o estudante torna-se de certo modo pesquisador, entrevistando o cientista e elencando as informações de relevância, para então entregar-lhe um texto pronto, a ser lido e gravado em estúdio, papel normalmente destinado ao ator social jornalista.

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Os pesquisadores são selecionados a partir de uma busca na Plataforma Lattes, são priorizados bolsistas de produtividade e pesquisa do CNPq e docentes de programas de pós-graduação com notas 5 a 7 na avaliação da CAPES. São elaborados programas radiofônicos de divulgação científica com um minuto e meio (90s) de duração. Voltado para a pesquisa de produtividade, seu diferencial é a participação ativa do profissional de qualquer área do conhecimento na produção: a partir de um texto produzido por um bolsista, o próprio pesquisador faz a locução do programa, criando maior proximidade com o público ouvinte. O trabalho realizado pela Agência Toque da Ciência consiste na seleção de pautas, que seguem as tendências das publicações especializadas em Ciências, tais como Agência Fapesp, Jornal da Ciência e Superinteressante. Atualizada semanalmente, a Agência se preocupa em fazer uma análise crítica sobre o factual, selecionando os mais oportunos e recentes assuntos, dentre diversos periódicos científicos nacionais e internacionais. A Revista Digital funciona da mesma maneira, mas é atualizada mensalmente e possui reportagens maiores e com mais fontes envolvidas, em linguagem científico-literária. A Revista Toque da Ciência faz uso de uma linguagem literária, que corresponde a uma narrativa mais simples e bem detalhada, com explicações por meio de exemplos, a fim de aproximar temas complexo e restritos do cotidiano do leitor.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O portal Toque da Ciência resulta de um projeto de extensão universitária em expansão, a equipe é composta por vários repórteres voluntários e bolsistas, o que demonstra a qualidade e o interesse que o portal desperta nos estudantes de graduação. Pode-se avaliar um saldo pedagógico positivo, em que os estudantes, por meio das práticas consagradas de entrevista e redação, adquiriram maior perícia para a comunicação pública da ciência e na redação de texto para as diferentes modalidades; obtendo também desenvoltura em tratamento e edição do material trabalhado, preparando-se, acima de tudo, para o exercício da profissão jornalística. Também entre os pesquisadores identificamos um progresso no que diz respeito à divulgação de suas pesquisas e à adequação das mensagens a uma linguagem mais facilmente compreendida por leigos. Além disso, muitos pesquisadores elogiam e parabenizam o projeto e a iniciativa de divulgar a ciência ao público em geral. Em relação ao Toque Audiofônico foram publicados 300 podcasts e cerca de 30 estão prontos para serem postados; na Revista Toque da Ciência há um acervo de 134 reportagens e na seção Agência foram realizadas 122 matérias e entrevistados 128 pesquisadores de todas as regiões do Brasil.

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CONCLUSÃO O Portal Toque da Ciência realiza divulgação da ciência no intuito de tornar o conhecimento da Ciência e Tecnologia um bem público, a serviço da coletividade. É papel dos veículos de comunicação desmistificar e transmitir de maneira clara compreensível o que se estuda e se debate na ciência. E é neste ponto que se encontra o diferencial do Toque da Ciência: por meio de um portal, o internauta pode ter acesso à informação no formato que mais lhe interessar – seja numa reportagem detalhada, numa curta notícia ou num rápido podcast. A matéria-prima é a mesma – a informação científica – transmitida nas diversas formas que o jornalismo permite. Além disso, o estudante que participa pode aprimorar suas técnicas em redação de textos em entrevista e também em edição de áudio, de acordo com interesse em cada formato do projeto. O estudante de graduação em Comunicação Social (Jornalismo) tem pouca oportunidade para exercitar tal prática, pois nas universidades quase não há disciplinas específicas para ela. Assim, o projeto propõe sanar essa necessidade – atentando para não se limitar à tradução de termos técnicos, procurando despertar uma consciência crítica sobre CT&I no público receptor.

REFERÊNCIAS IVANISSEVICH, A. Como popularizar a ciência com responsabilidade e sem sensacionalismo. In: VILAS BOAS, S. (Org.) Formação & Informação Científica. SãoPaulo: Summus, 2005. OLIVEIRA, F. Jornalismo Científico. São Paulo: Contexto, 2002.

DIVERSIDADE CULTURAL: A ÁFRICA EM IMAGENS Edilson Marques da Silva Miranda

INTRODUÇÃO Foram dois anos de experiência vivendo no continente africano, no país de língua portuguesa chamado Angola. Foram dois anos de registro de imagens em fotografias e vídeo, registrando o dia a dia das comunidades, os hábitos alimentares, a farmacologia, a diversidade linguistica, as indumentárias, a relação das comunidades com a natureza, as cidades o turismo e etc. O projeto tem como objetivo a continuidade da produção e a veiculação midiática destes conteúdos para a comunidade. O curso de comunicação social, na área de Radio e Televisão, tem como objetivo de ensino a capacitação nas atividades de roteirização e produção de materiais audiovisual. O

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projeto oferece uma ótima oportunidade de exercício destas práticas. A comunidade formada por alunos e professores das redes públicas e privadas do ensino fundamental e médio, além da comunidade em geral, terão acesso a um conteúdo áudio-visual rico em imagens e com informações que irá contribuir com a sua formação cultural no tocante ao tema da diversidade étnico-cultural.

OBJETIVOS Contribuir no processo de formação e informação de professores e alunos dos níveis fundamental e médio e superior, no que refere ao conhecimento sobre o modo de vida e cultura africana. Estes objetivos vem de encontro com a Lei Federal 10.639 que inclui na formação escolar, conteúdos sobre a história da África e a história da cultura afro-brasileira.

MÉTODOS O projeto de extensão está sendo realizado de forma plena. Com o auxilio do aluno bolsista, estão sendo realizadas as atividades previstas anteriormente. Está sendo feito o levantamento da imagens que foram gravadas no continente africano. Está sendo feito a seleção das imagens e está sendo produzido o roteiro. O objetivo é poder termos concluído uma produção científica no formato de material audiovisual. O material produzido terá sua veiculação junto a estudantes da rede pública de ensino, para atender a lei 10639/2003, que torna obrigatório nas escolas de ensino fundamental e médio, privadas e públicas, a inclusão do tema relacionado com a questão africana.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O material áudio-visual produzido pelo projeto será exibido em canal de televisão universitário na cidade de Bauru. A exposição do material em canal de televisão já é suficiente para dar visibilidade ao projeto junto à comunidade. Durante dois triênios realizamos uma investigação onde o tema central estava focado na imagem que a mídia brasileira construía sobre o continente africano. Concluiu-se que, via de regra, o continente africano somente conseguia espaço jornalístico quando se tratava de questões ligadas à temática da fome, guerra, governos sanguinários e coisas do gênero. Em nosso trabalho de investigação não se constatou momentos em que o continente africano era visto como um lugar produtor de cultura, de arte, de projetos inovadores ou visto como fonte de inspiração para enfrentamentos dos problemas atuais vividos no mundo ocidental. Findado o trabalho de pesquisa, tivemos a experiência de viver por

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dois anos no interior do continente africano, em Angola. Foi um período em que foi possível fazer vários registros de imagens e recolhimento de muitas experiências vividas pelo povo angolano. O presente trabalho de pesquisa foca na seleção e edição das imagens produzidas no interior da África para ser exibido na mídia no Brasil. A experiência fez perceber o quão semelhante tem as duas realidades, África e Brasil. Destaque para a presença e importância da cultura oral e do mito como forte fator de preservação cultural e dos valores da sociedade. A valorização do ato de contar histórias como forma de comunicação dentro da comunidade. A presença constante do místico e do sobrenatural como valor cultural. A língua portuguesa como elemento comum de interlocução nacional, tanto no Brasil, como em Angola, na África. Por fim, percebeu-se que a mídia construiu no imaginário angolano a imagem de um Brasil violento, cercado de favelas. Tomando como base as informações veiculadas sobre o continente africano em nosso país, com muita normalidade, grande parte da nossa população desconheça qualquer tipo de manifestação cultural, artística vindas do continente negro. Continuam associando o continente com subnutrição, miséria e caus. REFERÊNCIAS SILVA, E.M. Negritude e Fé:o resgate da auto-estima.Santa Cruz do Rio Pardo, SP: FFCLCQ, 1998.

A INFORMAÇÃO, O CONHECIMENTO E A COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR BÁSICA E UNIVERSITÁRIA. Maria da Graça Magnoni

INTRODUÇÃO A presente Pesquisa foi elaborada tendo como referência a necessária articulação entre o ensino superior público aos demais níveis de ensino, enquanto prática essencial à Universidade compromissada com a Formação, especificamente, através do curso de Pedagogia e das demais licenciaturas. Considerando as especificidades tanto da pesquisa quanto do ensino, a formação é aqui entendida como núcleo fundamental do trabalho universitário, assim, busca-se uma pesquisa vinculada às demandas do processo formativo do futuro educador da Educação Básica tanto quanto do professor universitário, ou seja, o conhecimento dos problemas e desafios da realidade educacional da sociedade na qual a Universidade se insere e para a qual formará. A formação universitária é uma das instâncias da educação formal e, se voltada à 9

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análise, produção e divulgação do conhecimento é exigência que se abra, através dos seus objetivos, conteúdos e metodologias, para as relações mais amplas entre o indivíduo e o contexto, que é econômico, político, social e cultural. Essas questões que remetem a uma recorrente necessidade da universidade manter suas ações formadoras sempre articuladas com as demandas concretas da sociedade, com a realidade social, atenta aos conteúdos veiculados pelos diversos meios e nas mais distintas formas assumidas pelas práticas educativas intencional e não intencional, formal e não formal, escolar e extra escolar, pública e privada.

MÉTODOS A partir do objetivo de investigar e avaliar as possibilidades didático-pedagógicas dos atuais meios de informação e comunicação, com a intenção de, a partir da prática social predominante, propor conceitos, desenvolver conteúdos, metodologias e recursos, voltados à Educação Escolar Básica e Universitária, elaborados na relação Educação e Comunicação, serão realizadas as pesquisas teórica e de campo. Através do referencial bibliográfico inicialmente abordaremos o conceito de Educação nas diversas concepções filosóficas que norteiam as diferentes teorias pedagógicas, logo as várias modalidades de práticas pedagógicas e as formas de comunicação decorrentes.

Ainda, a discussão referente ao impacto da substituição do modelo de

comunicação linear para o modelo em redes sobre os modos tradicionais de fazer educação e comunicação. Em campo, buscaremos articular os conhecimentos teóricos à prática social, buscando a análise e avaliação das possibilidades didático-pedagógicas dos meios, a partir dos produtos culturais; dos formatos, linguagens e conteúdos apresentados nos diversos recursos didáticos produzidos e utilizados na Educação Básica e nos Cursos de Formação de Professores da Universidade Pública, tomando como referência as Escolas da Rede Oficial Municipal e Estadual de Bauru e na UNESP, campus de Bauru, os Cursos de Pedagogia e Curso de PósGraduação em TV Digital. Após a análise da a dimensão formativa dos conteúdos, dos artefatos, dos formatos, gêneros, linguagens e conteúdos da comunicação e informação e dos veículos pedagógicos, utilizados no processo educativo formal, buscaremos o desenvolvimento e a proposta de recursos, formatos, linguagens e conteúdos para o ensino dos conteúdos escolares a partir da articulação dos conceitos de relevância social, alguns apontados pelos docentes das Escolas e Universidade Pública.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO Os desafios e entraves nos remetem à Educação em todos os níveis; às práticas educativas e aos conteúdos da Educação Básica à Educação Profissional e Superior. Pensar em Educação para os multimeios e através do uso dos multimeios, é pensá-la num contexto em que os meios e as ferramentas de comunicação estão presentes nas situações cotidianas; é pensar o processo educativo em relação com o contexto, e esse, carregado dos conteúdos da ciência e da técnica. A Educação para os meios deve acontecer numa perspectiva crítica, que exija clareza em relação aos fins e meios das novas possibilidades educativas. Nessa perspectiva, da mesma forma que a alfabetização para a leitura do texto, das imagens, faz-se necessária, tanto para os discentes quanto para os docentes, a alfabetização para as tecnologias, assim como para os profissionais da comunicação, a alfabetização para as concepções pedagógicas, para as preocupações teleológicas que devem estar presentes nas suas produções. Ao mesmo tempo, é necessário que a Escola e as demais instituições educativas estejam articuladas ao ecossistema comunicacional e que este conheça e considere as dinâmicas culturais e educacionais, para a garantia da formação cultural permanente. O Projeto estabelece um campo de pesquisa de relevância no Departamento de Educação que tem como linha de pesquisa mestra “A formação de Professores” e que tem seus docentes envolvidos nas várias Licenciaturas. Seus resultados teórico-práticos estarão voltados para a seleção de conceitos, produção de conteúdos, metodologias e recursos veiculados através dos diferentes “meios” integrados ao contexto cultural e econômico e social local, regional ou nacional e que, poderão ter suas possibilidades didáticas ampliadas ao serem analisados, produzidos e divulgados por educadores da Educação Básica e Superior. Os desafios à Educação não se restringem à necessidade de reelaboração dos conteúdos, dos métodos, instrumentos, mas também o de se articular teórica e metodologicamente aos meios, à comunicação e aproximar a Escola Básica da Universidade. O desafio é o de articular os instrumentos, os conteúdos, a realidade escolar e o entorno num processo que possibilite a comunicação do saber socialmente construído, do saber científico e tecnológico, de forma a permitir mudanças tão necessárias no processo comunicacional no interior da própria escola, na relação do professor com os seus alunos, na forma de abordar e transpor os conteúdos científicos em conteúdos escolares.

REFERÊNCIAS BELLONI, M. L. O que é Mídia – Educação. 2ª ed., Campinas, SP: Autores Associados, 2005. CITELLI, A. Comunicação e Educação: implicações contemporâneas. Revista Comunicação e Educação, VOL. 15, n. 02, 2010. 11

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FREIRE, P. Extensão ou comunicação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976. MAGNONI, A. F. A Pedagogia de Multimeios como Perspectiva de Educação Continuada. In: J. M. F. Vale (Org.). Escola pública e sociedade. Bauru: E. A. Lucci, 2002, v. 1. MARTÍN-BARBERO, J. Desafios culturais da comunicação. Revista Comunicação e Educação. Vol. 6, N. 18, 2000. PRETTO, N. L. Educação, Comunicação e Informação: uma das tantas histórias. Revista Linhas, vol. 10. n. 2, jul/dez. 2009, p. 17-33. SOARES, I. O. Educomunicação e terceiro entorno: diálogos com Galimbert, Echeverría e Martin Barbero. Revista Comunicação e Educação, vol. 15, N. 03, 2010.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DO SICOM PET Antonio Francisco Magnoni, Ângelo Sottovia Aranha, Gabriela de Souza Ferri, Marília Luiza Néspoli Ferreira, Kelly de Conti Rodrigues INTRODUÇÃO A Assessoria de Comunicação ligada ao Sistema de Comunicação do grupo PET-RTV (SICOM PET) é um instrumento profissional dos bolsistas e voluntários de Jornalismo e Relações Públicas e configura-se como uma atividade extracurricular e multidisciplinar. MÉTODOS A Assessoria do SICOM-PET possui como função pensar estrategicamente a utilização de toda a informação produzida pelos veículos preparados para difusão das atividades realizadas pelos petianos nos projetos PET-Radiofônico, o Impresso-PET, o Portal-PET e o Audiovisual-PET e, dessa forma, apresentar o trabalho do grupo PET e os produtos da parceria com o Departamento de Comunicação Social (DSCO) da FAAC para a comunidade acadêmica da Unesp de Bauru, de outras Unidades universitárias e também para o público externo. A Assessoria de Comunicação do SICOM-PET é subdivida em 1) Assessoria de Relações Públicas, responsável por acompanhar o relacionamento do grupo com o público interno e externo, e monitorar a divulgação por meio de mídias sociais e e-mails de todo e qualquer conteúdo produzido pelos demais núcleos; 2) Assessoria de Imprensa, responsável pelo contato com veículos midiáticos externos, proporcionando um acesso da população bauruense aos conteúdos produzidos na Universidade, e na proposição e solidificação de parcerias para o grupo PET-RTV.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO Em conjunto, as duas Assessorias cumprem a tarefa de aproximar os professores e os projetos do Departamento de Comunicação Social dos alunos da FAAC. Para realizar tal atividade, durante todo o semestre letivo serão produzidas pautas direcionadas pelo SICOM-PET e pela chefia do Departamento de Comunicação Social, que serão cumpridas pelos repórteres e redatores dos veículos do SICOM-PET, de matérias e reportagens para divulgar as produções realizadas pelos alunos e professores, que na maioria das vezes não são conhecidas pela comunidade acadêmica dos cursos de Comunicação e da FAAC. Pensando na atual integração virtual que estamos vivendo, a Assessoria de Comunicação, observou que a utilização das mídias sociais do PET-RTV como ferramenta capaz de criar uma dinamicidade maior. Onde, a principio era apenas usada como forma de divulgação das atividades organizadas pelo grupo, assim como as matérias publicadas no blog. A comunicação informal entre estudantes e Assessoria, presente no Facebook e Twitter, por exemplo, permitiu uma maior interação com o conteúdo. Reforçando a ligação entre idealizadores do projeto e o público alvo. CONCLUSÃO A Assessoria de Comunicação vem durante os meses de experiência consolidando parceiros para a ampliação do projeto. Obtendo por meio de uma convergência midiática entre os grupos de extensão e pesquisa da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC), um contato maior entre alunos do campus e docentes.O sistema de comunicação faz a divulgação dos trabalhos dentro e fora das redes sociais, alcançando com isso, um público amplo em todas as atividades organizadas pelo grupo PET-RTV. Como o espaço criamos uma estrutura laboratorial para estudo e pesquisa em linguagens e formatos, agregamos outros grupos de pesquisa e de extensão, e criamos uma sinergia para o bom aproveitamento e troca de experiências entre os projetos. REFERÊNCIAS FRANÇA, Fábio. Públicos – Como identifica-los em uma nova visão estratégica. São Caetano do Sul: Difusão, 2004. Blog do Sistema de Comunicação do Grupo PET-RTV. Disponível em: www.petrtv.com.br

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FORMAÇÃO DE CIDADÃOS E PROFISSIONAIS DO FUTURO: EDUCAÇÃO E COGNIÇÃO Juliana Severino, Gláucia Reis, Vanessa Pilegi, Maria Angélica Seabra Rodrigues Martins INTRODUÇÃO A necessidade de oferecer novas perspectivas de vida a crianças carentes de 6 a 12 anos, cujos pais trabalham na lavoura, durante o período em que os filhos não estão na escola, fez surgir o Projeto “Formação de cidadãos e profissionais do futuro”, já aplicado com sucesso na “Fundação Reviver”, da cidade de Américo Brasiliense-SP. Em Bauru, o projeto está sendo desenvolvido no Instituto Profissional de Reabilitação Social 1º de Agosto (IPRESPA), situado no Núcleo Presidente Geisel. Como as crianças desfrutavam na instituição de um espaço lúdico e esportivo, surgiu a oportunidade de otimizar esse trabalho, oferecendo-lhes uma nova estruturação educacional, visando trabalhar também o desenvolvimento de seu intelecto, sua criatividade e suas emoções, no sentido de que possam vir a se integrar à sociedade como cidadãos, cônscios de seus direitos e deveres, e, futuramente, como profissionais habilitados. A proposta envolve a narração de estórias (contos de fadas, principalmente) efetuadas por alunos voluntários e bolsistas dos cursos de Pedagogia e Radialismo da Unesp-Bauru, treinados para essa finalidade, pela professora Maria Angélica Seabra Rodrigues Martins, idealizadora do projeto. MÉTODOS Baseados nas teorias do psicanalista Bruno Bettelheim (1987), de que se pode trabalhar a imaginação, o intelecto e a emoção dos pequenos, a partir das estórias que eles ouvem e os levar à reflexão e à assimilação de novos valores, solucionando conflitos interiores a partir da identificação com o herói; e também na teoria do raciocínio lógico de Mattew Lipman (1994) e obedecendo aos estágios de desenvolvimento da criança segundo Vygotsky e Piaget, um dos três aspectos a serem abordados no projeto, é o“Educação e cognição”. Por meio das narrativas, a criança entra em contato com sua imaginação, seu universo interior, a partir dos arquétipos presentes nos contos de fadas, o que a auxilia na solução de conflitos e na busca de soluções. Um outro aspecto é o uso das narrativas tradicionais dos Irmãos Grimm, Perrault e Andersen, que a levam a conhecer novos contextos, uma vez que as estórias ocorrem em países do hemisfério norte, o que lhes permite observar a forma como indivíduos criados de forma diferente podem desenvolver os mesmos valores, no âmbito social.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO Este projeto, utilizando metodologias de âmbito psico-pedagógico, com o objetivo de trabalhar as habilidades da criança, não apenas quanto à intelecção e produção de textos, mas também no sentido de lhe transmitir valores, possibilita que as mensagens subliminares das estórias conduzam a debates e questionamentos, capazes de despertar na criança o espírito crítico e a compreensão de que seu papel no contexto em que está inserida pode ser modificado pelos estudos e pelo trabalho. Dessa forma, a intenção é apresentar-lhe novas perspectivas, além das veiculadas pela mídia (e que muitas vezes incitam à violência) e das que trazem de lares conflituosos, de forma a permitir que analisem novas possibilidades de inserção social. A primeira versão do projeto, realizada em Américo Brasiliense-SP, apresentou resultados muito acima dos esperados, uma vez que as crianças, inicialmente rebeldes, incapazes de se fixar em uma estória, hiperativas, passaram a apresentar um comportamento mais calmo e a aguardar o “dia da estória” com bastante alegria. Esses aspectos podem ser observados nos desenhos e textos produzidos por elas, refletindo sobre a mensagem de cada conto e suas reflexões sobre como cada uma foi tocada em diferentes aspectos pelo enredo. CONCLUSÃO Os objetivos pretendidos foram plenamente atingidos, o que levou a Unesp a nos solicitar uma versão em Bauru, com alunos atuando na condição de voluntários. Essa versão está em desenvolvimento no IPRESPA (Instituto Profissional de Reabilitação Social 1º de Agosto), tendo o projeto iniciado no mês de maio de 2012, com a atuação de voluntários e bolsistas entre os alunos dos cursos de Pedagogia e Radialismo da FC e da FAAC. REFERÊNCIAS ARIÈS, P. História social da infância e da família. Rio de Janeiro: Zahar, 1978. BETTELHEIM, B. A psicanálise dos contos de fadas. Porto Alegre: ArtMed, 1987 JUNG, C.G. O homem e seus símbolos, 2ª.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008 LIPMAN, M. Filosofia na sala de aula. São Paulo: Nova Alexandria, 1997 MARTINS, M.A.S.R. Aprender a pensar – um desafio para a produção textual. FAAC/Canal6, 2009 __________________ (Org.) Educação, mídia e cognição. Bauru: FAAC/Canal6, 2010 PIAGET, J. - Psicologia da inteligência, 2ª ed. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1967. ________ - A linguagem e o pensamento da criança, 3ª ed. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1973. VYGOTSKY, L. - A formação social da mente. S.Paulo : Martins Fontes, 1987. ____________ Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. S. Paulo : Icone, 1988.

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TRANSMISSÃO DE CONTEÚDOS EDUCATIVOS POR STREAMING DE VÍDEO: UMA PROPOSTA DE PROCESSO DE PRODUÇÃO Evaldo Aparecido Abreu INTRODUÇÃO Um aspecto notável do avanço tecnológico que temos testemunhado é a possibilidade de democratização de acesso a conteúdos educativos de variadas latitudes, antes restritos a pequenos grupos. Abordamos neste trabalho em particular o uso de uma tecnologia de codificação denominada Smooth Streaming, que permite a transmissão de áudio e vídeo por protocolos de internet, em formatos compatíveis com múltiplos dispositivos e sistemas disponíveis no mercado. Tratamos também de aspectos do processo de produção para implantação de um Programa Educativo utilizando esta tecnologia, com uma breve descrição das etapas e dos perfis profissionais necessários para a construção do projeto.

MÉTODOS Fizemos neste trabalho uma pesquisa exploratória, de caráter multidisciplinar, com base na análise da documentação disponível no website da Microsoft, empresa proprietária da tecnologia, e implantação do sistema. Fizemos um estudo da plataforma tecnológica e elaboramos uma proposta de padronização dos processos de produção da aula, com a definição das etapas de roteirização, elaboração de cronograma e formatação. Utilizamos como referencial teórico para a confecção do roteiro audiovisual conceitos acerca da estruturação do conhecimento (Louis Not) e de aprendizagem significativa (David Ausubel).

RESULTADOS O projeto piloto foi desenvolvido e testado em múltiplos dispositivos. A tecnologia de Smooth Streming permitiu a transmissão de uma vídeo-aula de forma adaptativa, na qual os servidores de mídia adequavam o modo de envio dos dados de acordo com as diferentes circunstâncias possíveis, como em casos de sensível variação da velocidade de conexão, diferentes sistemas operacionais e múltiplos dispositivos, como desktops, tablets e smartphones.

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DISCUSSÃO A transmissão de conteúdos educativos por meio de plataformas tecnológicas como a internet é uma grande oportunidade de disseminação de conhecimento e estímulo a um ambiente para discussões pedagógicas e auto-aprimoramento. O desenvolvimento de técnicas para melhora da acessibilidade e da experiência do usuário são desafios que contribuem para este intento. Assim como o trabalho da formatação do conteúdo em termos pedagogicamente eficazes. Este trabalho é apenas o início de um processo de desenvolvimento, discussão e estudos, em um contexto em que mudanças constantes e avanços tecnológicos norteiam nosso futuro. REFERÊNCIAS MOREIRA, M. A.. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação em sala de aula. Brasília: UnB, 2006. NOT, L. As pedagogias do conhecimento. Rio de Janeiro. Bertrand do Brasil, 1976. RAMOS, E. M. de F. Introdução a Teorias de Aprendizagem e Modelos de Avaliação. Rio Claro / SP: UNESP, 2002 (publicação avulsa). ZAMBELLI, A. Smooth Streaming Technical Overview. Disponível em: . Acesso em: 31 mar. 2012.

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JORNAL DO CURSO DE PEDAGOGIA DA UNIVESP: RECURSO E ESTRATÉGIA PARA A ORGANIZAÇÃO DO JORNAL ESCOLAR Antonio Francisco Magnoni, Maria da Graça Magnoni, Giovani Vieira Miranda INTRODUÇÃO O Jornal é um Projeto de Extensão, cadastrado na PROEX na intenção de proporcionar, aos alunos do Curso de Pedagogia da UNIVESP, Polo de Bauru, conhecimentos e experiências relacionadas à elaboração e organização do jornal escolar e obter, como resultado imediato dos trabalhos, o Jornal impresso e on line para o Curso. O Jornal é distribuído aos professores cursistas e aos docentes do Curso de Pedagogia da UNIVESP, do curso de Pedagogia do PARFOR, aos alunos e professores do Curso de Pedagogia, vinculado ao Departamento de Educação e aos alunos do Curso de Jornalismo da FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação). Com a intenção de divulgar o Jornal como veículo de participação e construção coletiva, também é encaminhado aos Professores da Rede Pública da Educação Básica de Bauru e região. No Curso de Pedagogia da UNIVESP, o Jornal tem por finalidade promover maior identificação dos alunos com o Curso e entre eles próprios, possibilitando o reconhecimento do Jornal enquanto meio de divulgação, organização e participação. O Projeto proporciona também aos alunos do Curso de Jornalismo o exercício das funções jornalísticas, em consonância com a vertente social da profissão e a oportunidade de vincular os conhecimentos teóricos aos práticos, através da organização das várias oficinas necessárias à elaboração do Jornal. Na comunidade Escolar, aproximar todos os envolvidos no trabalho educativo, oportunizar espaço para a manifestação de todos, inclusive dos pais e moradores da comunidade, promovendo aproximação entre a escola e o bairro. Na Universidade a possibilidade da extensão da pesquisa e do ensino, possibilitando aos alunos, professores e comunidade não escolar, o processo de produção do jornal. MÉTODOS Para a organização do Jornal são desenvolvidas várias oficinas, ministradas pelos alunos do Curso de Jornalismo e pelo aluno bolsista do Projeto (aluno do Curso de Jornalismo). O trabalho interdisciplinar a ser realizado envolvendo os professores responsáveis pelo Projeto, os alunos dos dois Cursos e os Professores da Rede Pública, proporciona o envolvimento e o desenvolvimento de vários conceitos, conteúdos e metodologias, entre os quais a exploração dos vários gêneros jornalísticos, reportagens, noticiários, charges, notícias de opinião, entre outros. Dessa forma, são publicados os textos, atividades didáticas e demais trabalhos, desenvolvidos individual e coletivamente no Curso, durante as aulas. Nas Escolas, os professores participam relatando as experiências cotidianos, publicando seus textos didáticos ou científicos. Ao desenvolver as oficinas, organizamos coletivamente o Jornal do Curso e proporcionamos os conhecimentos necessários para produzi-lo no ambiente escolar. Ao dominar os conhecimentos e as técnicas, o futuro pedagogo valorizará o Jornal Escolar enquanto recurso para todos os envolvidos no processo educativo escolar, inclusive na relação Escola Comunidade Universidade. O presente Projeto de Extensão aqui relatado, ganha então uma nova dimensão e abrangência, podendo estender às escolas, através da ação dos alunos enquanto estagiários, professores ou futuros professores e diretores e, também, através da presença dos professores das escolas na Universidade, participando das “oficinas de Jornal”. DISCUSSÃO E RESULTADOS O Jornal da Pedagogia da UNIVESP possibilita ao aluno do Curso as técnicas para a elaboração, organização e impressão do Jornal, ao mesmo tempo, a possibilidade de explorar e disponibilizar os conteúdos e metodologias relacionadas às várias áreas do conhecimento que

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compõem o currículo do Curso, através da publicação dos vários artigos e relatos de experiências, a serem detalhadas no espaço denominado encarte pedagógico. Através da divulgação do Jornal junto às Escolas e do convite aos professores para a participação nas oficinas, o aluno possibilitará o trabalho de extensão (do curso e da Universidade). Ao ingressar no mercado de trabalho enquanto Pedagogo, estará apto e consciente das possibilidades do Jornal enquanto instrumento para a educação das crianças, dos jovens e adultos e para a participação da comunidade escolar e não escolar. A organização e desenvolvimento das oficinas, permite aos alunos do Curso de Jornalismo o exercício das práticas profissionais, articulando as disciplinas teóricas às práticas, como Jornalismo Impresso e Técnicas de Entrevista e Reportagem. O aluno do curso de Jornalismo estará, através da sua participação no Projeto, realizando à extensão dos conteúdos aprendidos aos alunos do Curso de Pedagogia. Os Professores e alunos do Curso terão a possibilidade de expor os conteúdos e metodologias desenvolvidos no Curso e no ambiente escolar das escolas de Educação Básica. REFERÊNCIAS BORDENAVE, J. E.D. O que é participação. São Paulo: Brasiliense, 1981. BRANDÃO. C. R. Pensar a prática. São Paulo: Loyola, 1984. DEMO, P. Participação é conquista: noções de política social participativa. São Paulo: Cortez, 1999. FREINET, C. As Técnicas FREINET da Escola Moderna. Lisboa, Estampa,1975. ________. Pedagogia do Bom Senso. São Paulo, Martins Fontes,1985. ________. Para uma escola do povo. Lisboa, Presença, 1973. ________. A Educação pelo Trabalho (I e II). Lisboa, Presença,1979. FREINET, E. O Itinerário de Célestin Freinet. Rio de Janeiro, Francisco Alves,1979. FREIRE, P. Conscientização. Teoria e prática da libertação. Uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 1980. ___________. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. ___________. Política e Educação. São Paulo: Cortez, 1993.

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SESSÃO DE COMUNICAÇÃO 2 A COMUNICAÇÃO E A EDUCAÇÃO CORPORATIVA: UMA PROPOSTA DE AÇÃO Roseane Andrelo, Jéssica de Oliveira Mugnatto, Renata Calonego INTRODUÇÃO A realidade que as organizações vivem é considerada complexa: a competitividade está cada vez mais acirrada, grandes corporações se fundem aumentando seu poder, a globalização derruba fronteiras e faz com que símbolos desterritorizalizados se agreguem a diferentes culturas, consumidores tornam-se mais críticos e, com o aparato das redes digitais, ganham amplos espaços de manifestação e a informação, mais disponível do que nunca, passa a ser representada em diversas formas. Desta forma, há uma preocupação crescente com a formação permanente do público interno, o que inclui todo o corpo de funcionários e a alta direção. Portanto, muitas empresas assumem esse papel e desenvolvem programas de educação corporativa, que vão além do treinamento, privilegiando também o desenvolvimento de atitudes, posturas e habilidades. Este projeto tem como preceito o fato de que esse é um dos papéis das relações públicas, como área responsável pela gestão do relacionamento entre as organizações e seus públicos estratégicos, o que implica na geração e difusão de informações, usando diferentes recursos tecnológicos como mediadores. A proposta é que as relações públicas também devem atuar na formação dos públicos internos para que saibam selecionar e utilizar as informações mais relevantes em determinados ambientes organizacionais. Neste sentido, o presente projeto tem os seguintes objetivos: 1) criar um repositório multimídia com mapas que guiem percursos de aprendizagem; 2) desenvolver recursos baseados na aprendizagem aberta, que permitam aos públicos estratégicos a reunião em espaços virtuais para aprender de maneira colaborativa sobre assuntos específicos, usando recursos multimídias e 3) promover a formação em competências comunicacionais do público interno das organizações participantes. MÉTODOS A metodologia será desenvolvida em quatro momentos: 1) com base em documentos, livros e sites, será avaliado o estado da arte da educação corporativa; da aprendizagem aberta; do papel das relações públicas na implementação de programas de relacionamento focado no modelo simétrico de duas mãos e dos preceitos de comunicação educativa; 2) será desenvolvido um website baseado na abordagem de educação aberta, com dois focos: conteúdo específico à

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comunicação corporativa e informações sobre apropriação crítica de mensagens midiáticas. Ao site, serão agregadas ferramentas das redes sociais que permitam o diálogo entre os usuários; 3) os recursos serão colocados à disposição para organizações do primeiro, segundo e terceiro setores. Para divulgação, serão usados instrumentos da comunicação dirigida, como pressrelease, e-mail marketing, cartas etc; 4) Após quatro meses, a participação será avaliada pelo uso das ferramentas criadas (de forma quantitativa – número de acesso – e qualitativa – discussões geradas) e também por meio de uma pesquisa em formulário disponível no site. Para a fundamentação teórica, serão utilizados preceitos de educação corporativa; usando recursos baseados na aprendizagem aberta; para promover competências comunicacionais e em literacia digital; utilizando a educação pelas mídias associada à educação às mídias e considerando o papel das relações públicas na gestão do relacionamento entre organizações e seus diversos públicos, sobretudo a partir do modelo simétrico de duas mãos. RESULTADOS E DISCUSSÃO O projeto teve início em 2012 e está em fase de elaboração da fundamentação teórica que dará base para a parte prática. Até o momento, verificou-se que a comunicação interna possui papel estratégico dentro de qualquer organização, uma vez que é uma das melhores ferramentas, capaz de conciliar os interesses dos funcionários e da empresa, estabelecendo o diálogo. Inclusive porque, no atual contexto, cabe questionar quem é, como mapear e traçar o perfil deste público. Afinal, com o acesso as mídias sociais, sabe-se que as pessoas interagem com muitas outras e que, nessa interação, é difícil diferenciar o que é assunto pessoal de assunto corporativo. (MAIA, 2011, p. 76). Soma-se a isso a noção de multiprotagonismo, ou seja, os públicos assumem diferentes papéis de acordo com o espaço e o local em que se encontram. É preciso considerar este multiprotagonismo que faz do empregado, antes mero receptor das mensagens da alta direção, um potencial emissor uma vez que, a qualquer momento e com uso das tecnologias cada vez mais acessíveis e portáteis, poderá tornar-se porta-voz de importantes mensagens da empresa para dentro e para fora do universo da organização, viajando os quatro cantos do mundo (FREIRES, 2011, p. 32). Desta forma, sabe-se que as relações públicas também devem atuar na formação dos públicos internos para que saibam selecionar e utilizar as informações mais relevantes em determinados ambientes organizacionais.

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CONSIDERAÇÔES A informação, sobretudo quando transformada em conhecimento, é considerada um produto econômico e, ao ser associada às novas tecnologias, principalmente a internet, chega ao usuário em abundância, representada em diversas formas, com acesso fácil e podendo ser compartilhada por diversos atores sociais e não mais meramente transmitida de um emissor para um grupo de receptores. Este é o cenário que norteia o projeto “As Relações Públicas e a educação corporativa” e que dará base para a produção do website. REFERÊNCIAS FREITES, L.C.M. Comunicação interna e integrada. In: NASSAR, P. (org). Comunicação interna – a força das empresas. Vol 5. São Paulo: Aberje, 2011. MAIA, O.V. Veículos internos: gestão voltada para o público. In: NASSAR, P. (org). Comunicação interna – a força das empresas. Vol 5. São Paulo: Aberje, 2011.

COMUNICAÇÃO E DISCURSO NA VIDA DE STEVE JOBS José Anderson Santos Cruz INTRODUÇÃO Esse texto tem como objetivo apresentar a intertextualidade e o sentido da comunicação de Steve Jobs em sua vida e no mundo, utilizando-se, para tanto, da intertextualidade, análise do discurso, signos, significante e significado que contribuíram para a realização deste texto. De acordo com Cabral (2011), na literatura, e até mesmo nas artes, a intertextualidade é persistente. Sabemos que todo texto, seja ele literário ou não, é oriundo de outro, seja direta ou indiretamente. MÉTODOS Através da produção de linguagem e fundamentações de autores, e com passagens nas histórias de Walt Disney, Isaac Newton, e mesmo pela palavra Sagrada, tenta-se responder se Jobs era Apple, ou Apple era Jobs, e compreender o discurso deixado por ele. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para Catarino (2012) o emissor, ao desejar transmitir uma mensagem, possui um objetivo: informar, convencer, demonstrar algo ou sentimentos, com a finalidade de persuadir alguém a

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fazer, agir, ou falar algo. E no sentido da comunicação, Wolf (1995) contribui dizendo qual a escolha de qual deveria ser a base disciplinar capaz de unificar a communication research, ou seja, o que estudar e como. A teoria geral dos signos, chamada semiologia, é a ênfase dada não mais as relações entre os signos, mas ao processo de significado capaz de gerá-los. No que interessa ao tema, a maçã, um objeto natural de desejo e sensualidade, um signo, cujo significado é transformar momentos de puro prazer e luxúria. A simbologia e signo da maçã traduzem vários significados no decorrer da história humana, desde a criação do homem, na arte de Cezani até os contos dos Irmãos Grimm e produções infantis de Walt Disney. O discurso, formas de linguagens, a moda, a intertextualidade fazem parte do mito Steve Jobs. Maldier (1994) descreve a função da análise do discurso através das figuras de Jean Dubois e Miochel Pecheux. A Análise do Discurso torna-se relevante na comunicação, sendo necessário análisar cada frase, contexto, ação, fala, escrita e tudo que envolve na formação da comunicação. Jobs era um homem que dentro de si conseguia mover seus consumidores, articulando seus públicos, e possuia um poder de persussão forte. Cancline (2006) diz que antes de montar um estilo ou posicionamento, deve-se compreender e entender como as forças homogêneas vêm conseguindo se situar nos cenários estratégicos das diversas áreas da sociedade e do cenário político. E é relevante contextualizar o visual como estratégia de comunicação, aliando-se tal ao discurso de Jobs, pressupondo-se que o visual, a aparência e as roupas, é parte integrante do discurso, da citação e destacabilidade e da intertextualidade. As camisas pretas utilizada por Jobs em suas apresentações fornecem um status de poder, o homem de ferro. Assim, visagismo era marcante no visual de Jobs. Mostrando a importância da vestimenta pessoal e tendo uma existência de enunciado, tornando o visagismo como arquétipo dentro das estratégias na construção do mito Steve Jobs. A roupa e o estilo se tornam signos, levando para uma relação entre significado e significante. Charaudeau (2008) deixa claro que representamos o ato de comunicação como um dispositivo, cujo centro é ocupado pelo sujeito falante em relação ao outro parceiro. CONCLUSÃO Observou-se durante a trajetória de Steve Jobs a presença da Intertextualidade, ou seja, pluralidade de formas de linguagem em seu discurso. E a relevância de compreender e entender como Jobs utilizou-se das ferramentas de comunicação no desenvolvimento de sua imagem através do discurso e contextos históricos. Com isso, a maçã como signo, possui um significado marcante na vida de Steve, seja no profissional ou vida pessoal. Ele possuía conhecimentos

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empíricos e cientifícios, utilizando-os na construção de sua marca, sendo esta uma criação do signo existente em sua vida. Sendo assim, a Apple representa Jobs e Jobs representava a Apple. Conclui-se que Apple e Jobs eram unidos, sendo impossível sua separação. Tornando-se um comunicador eficaz e eficiente. Do uso da intertextualidade e análise do discurso, produziuse uma análise sobre Steve Jobs. REFERÊNCIAS CABRAL, Marina. Intertextualidade. Disponível em: http://www.brasilescola.com/redacao/intertextualidade.htm. Acesso em: 28 Jan. 2012. CANCLINI, Néstor García. Consumidores e cidadãos. 6. ed. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2006 CATARINO, Dílson. Dicas de Português – Teorias de Comunicação. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/teoria_comunicacao.shtml. Acesso em: 01 Fev. 2012. CHARAUDEAU, Patrick. Linguagem e Discurso: Modos de Organização. São Paulo: Editora Contexto, 2008. CRUZ, J.A.S. RAMAZZINI, C. Relação Imagem e Efeito de Sentido: Discurso e Retrato do Embelezamento Pessoal e a Moda. Disponível em: http://fib.brpwebprojects.com/jornada/download/trabalhos/anais/0102011pp.pdf. Acesso em: 28 Jan. 2012 HALLAWELL, Philip. Visagismo – Harmonia e Estética. São Paulo. Editora SENAC, 2003. PIETROFORTE, Antônio Vicente. Semiótica Visual: os percursos do olhar. São Paulo: Contexto, 2004. WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Porto: Presença, 1995.

COMUNICAÇÃO E SERVIÇO SOCIAL: UMA ANÁLISE DO SCFVCA E OS PÚBLICOS ESSENCIAIS José Anderson Santos Cruz INTRODUÇÃO O objetivo desse estudo é apresentar a necessidade de comunicação e das relações públicas para integração entre as Unidades Escolares e o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Crianças e Adolescentes do Município de Bauru/SP.

MÉTODOS A partir de questões levantadas através da observação assistemática. Conforme Marconi & Lakatos (1990, p.81), a técnica estruturada ou assistemática, também denominada espontânea,

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informal, ordinária, simples, livre, ocasional e acidental, consiste no levantamento de dados registrando os fatos da realidade, não cabendo à utilização de meios técnicos especiais ou que possa executar perguntas diretas. RESULTADOS E DISCUSSÕES As questões levantadas foram sobre a falta de comunicação integrada entre o órgão gestor, SEBES (Secretaria do Bem Estar Social), as Escolas e as Unidades que detêm o programa. A comunicação é uma forma de persuadir os outros a pensar do modo como pensam e a agir da forma que agem, segundo Dimbleby e Burton (1990, p. 20), adaptada em sua utilização para a intervenção de ganhar, manter ou exercer poder sobre diversos públicos. Faz-se necessário a construção de uma comunicação clara e de forma aberta para com os diversos tipos de públicos existentes dentro da organização. Na visão de França (2008, p. 9), o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Crianças e Adolescentes possui diversos públicos que atuam diretamente e indiretamente nas soluções de problemas, bem como na articulação da busca de soluções e permanência do Serviço. A importância do SUAS como Política Pública é garantir os direitos humanos e sociais do cidadão, priorizando a parcela vulnerabilizada da sociedade. Schmidt (2011, p. 96), através de sua experiência mercadológica no âmbito das Relações Públicas, apresenta uma reflexão e transcreve através do tempo a profissão e o profissional no Brasil em um contexto global. De acordo com o G1 (2011), o Brasil está no 84º posição nos estudos do IDH em 2011. Bauru, cidade cuja população é de 335.888 mil habitantes, conforme demonstra os resultados do censo 2011, possui IDH 0806. Já os dados apresentados pela FIESP aponta Bauru na 47º posição no estado de São Paulo com um índice de 0,825 - numa escala de 0,000 a 1,000 - colocando-a como uma cidade em desenvolvimento e crescimento do capital humano. CONCLUSÃO Analisou-se a comunicação e as relações públicas voltadas ao Serviço Social e o serviço prestado pelos CRAS a partir dos SCFVCA. A comunicação é indispensável para que haja uma interação eficaz em todos os setores e para todos os públicos envolvidos na questão. No que tange ao Relações Públicas, o papel deste profissional visa atender as expectativas de harmonização entre os públicos essenciais ao serviço prestado, assim exaltando a necessidade de estratégias de comunicação e de relacionamento entre todos. Com as questões que foram levantadas a partir da falta de comunicação integrada entre o órgão gestor e as unidades que

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detêm o programa, buscou-se apresentar os aspectos que levam a ruptura de informações, no qual se faz necessário uma comunicação horizontal e com canais mais apropriados, utilizando meios de comunicação mais diretos e de fácil transição e transmissão dos dados e com respostas mais on-line. Faz-se necessário a criação de canais que acelerem a distribuição de comunicação, tendo como estratégias a abertura de canais mais apropriados e com respostas diretas e rápidas, assim fortalecendo o serviço, tornando-o mais rápido e de fácil solução para pedidos e respostas. REFERÊNCIAS DIMBLEBY, Richard. BURTON, Graeme. Teorias da comunicação. São Paulo. Ed. Summus. 1990 HAMAM, Roosevelt. O Evento Integrando no Mix da Comunicação.. In: KUNSH, Margarida Maria Krohling. Obtendo Resultados com Relações Públicas. 2ª Ed. São Paulo. Cengage Learning. 2006. KUNSH, Margarida Krohlin. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Paulo. 4ª Ed. Summus Editorial. 2003. LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da Metodologia Científica. 7ªed. São Paulo, Ed. Atlas, 2010. PADRÃO NORMATIVO Centro de Convivência Infanto Juvenil Orlando Maciel. Prefeitura Municipal de Bauru/SP.SEBES.2011 SALES, Mione Apolinário. RUIZ, Jefeferson Lee de Souza. Mídia, Questão Social e Serviço Social. 2ª Ed. São Paulo. Cortez Editora. 2009. SCHMIDT, Flávio. Do Ponto de vista de Relações Públicas o fascinante mundo da Comunicação. In: SCHMIDT, Flávio. Do ponto de vista de relações públicas: razões muito mais fortes para você atuar no ambiente da comunicação. São Paulo: Sicurezza, 2011. SUAS. Disponível em: http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/suas. Acesso em: 10 Ago 2011.

COMUNICAÇÃO DIRIGIDA: ESTUDO DAS ESTRATÉGAIS DE COMUNICAÇÃO DAS UBS BAURU-SP José Anderson Santos Cruz INTRODUÇÃO Nesse estudo analísa-se a falta de comunicação entre as UBS e a população do Município de Bauru, buscando o incentivo de políticas de prevenção à saúde, manter os usuários informados e como utilizar corretamente os serviços oferecidos para a população. Como as ações da Secretária de Saúde podem movimentar a população e interagir com os programas de saúde através da comunicação impressa, jornais, folders, cartazes?

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MÉTODOS A partir de pesquisas utilizando-se a observação assistemática, sem um método específico ou entrevistas formais, apenas utilizando-se de informações pela observação e pela experiência empírica nas UBS; com caráter exploratório descritivo com relevância e, observando dificuldades de comunicação e

as

quais possíveis aspectos de melhorias para perpetuar a

integração entre as UBS, Serviço Social, Secretária da Saúde e a população usuária, além de detalhado levantamento bibliográfico em bases de dados eletrônicos e sites acadêmicos para aprofundamento sobre o tema. RESULTADOS E DISCUSSÕES Constatando-se que o serviço de saúde público é precário, falta de atendimento devido a grande demanda por atendimento, falta de divulgação dos programas de prevenção para a população, demonstrar como a comunicação pode melhorar o serviço público em saúde na atenção básica, além de intervir e colaborar junto a Secretária da Saúde com as UBS e a população usuária do Município de Bauru. Sales e Ruiz comentam que em tempos passados, a comunicação foi entendida como o objeto tornado comum: uma comunicação ou um comunicado. Foi também, compreendida como meios físicos de transporte: as vias de comunicação e, ainda, como os meios tecnológicos de transmissão de informação, a partir desse ponto pode-se afirmar que a comunicação é primordial e eficaz para manter o serviço, garantindo a população informações necessárias, incentivando as orientações de prevenção a saúde e manter um diálogo entre as UBS, médicos, serviço social e equipe multidisciplinar perante a população, garantindo desta forma uma comunicação integrada a todos os envolvidos. Para Dimbleby e Burton (1990), a comunicação são formas de persuadir os outros a pensar como pensam e a agir como agem, técnica utilizada com a intenção de ganhar, manter ou exercer poder sobre diversos públicos. Dar sentido ao que falamos, fazemos e ao mundo (apud CRUZ, 2011). Segundo KUNSH (1997, p 36), o conceito da comunicação dirigida destina-se a públicos específicos, pré-determinados, e consequentemente, mais conhecidos pelos idealizadores das diferentes estratégias de aproximação possíveis. Para Andrade (1965, p. 163) a comunicação dirigida são processos que tem por finalidade transmitir ou conduzir informações para estabelecer comunicação limitada, orientada e frequente com determinados números de pessoas homogêneas e identificada. Utilizando-se da "Comunicação Dirigida", para atingirem determinados públicos, ou parte de seus públicos.

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CONCLUSÃO A comunicação e suas estratégias são indispensáveis para a qualidade e atendimento dos usuários. Faz-se a necessidade de elaborar pontos estratégicos para a comunicação visual, uma integração entre as UBS, que envolvem a Secretaria da Saúde, para melhor atender a população. Para isso, seria necessária a implantação de palestras e programas de orientação aos usuários sobre prevenção na saúde, à necessidade de criação de informes e divulgação de informações e programas que o Município de Bauru oferece aos usuários. Vê-se a importância dos programas de orientação com palestras enquanto os usuários aguardam serem atendidos. Ressalta-se a relevância da comunicação interna da organização perante todos os envolvidos e o papel do profissional de Assistência Social na Saúde. A comunicação dirigida aos públicos favorece a prevenção e a disseminação do conhecimento e práticas. REFERÊNCIAS CRUZ, José Anderson Santos . A COMUNICAÇÃO E AS RELAÇÕES PÚBLICAS: O GERENCIAMENTO DE CRISES. Disponível em: http://fib.brpwebprojects.com/jornada/download/trabalhos/anais/0032011pp1.pdf. Acesso em: 05 Fev. 2012. KUNSH, Margarida Krohlin. Planejamento de relações públicas na comunicação integrada. São Paulo. 4ª Ed. Summus Editorial. 2003. SALES, Mione Apolinário. RUIZ, Jefeferson Lee de Souza. Mídia, Questão Social e Serviço Social. 2ª Ed. São Paulo. Cortez Editora. 2009. SUAS. Disponível em: http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/suas. Acesso em: 10 Ago 2011. VASCONCELOS, Ana Maria. A prática do Serviço Social – Cotidiano, formação e alternativas na área de saúde. 7ª Ed. Cortez editora. São Paulo. 2011. KUNSCH, Margarida Maria Krohling ((org.)). Obtendo resultados com Relações Públicas. São Paulo: Pioneira, 1997. ANDRADE, Cândido Teobaldo de Souza. Para entender relações públicas. 2. ed. São Paulo: BIBLOS, 1965.

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO MULTIDISCIPLINAR PARA A RÁDIO UNESP FM: PROPAGANDO EDUCAÇÃO, INFORMAÇÃO E CULTURA ATRAVÉS DA INTERATIVIDADE Christiane Delmondes Versuti

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INTRODUÇÃO O trabalho é um projeto de Iniciação Científica que discute o papel do relações públicas e da uma gestão multidisciplinar da comunição no processo de formação da imagem organizacional de uma rádio educativa, mediante o estudo de caso da Rádio Unesp, verificando também a importância da interação com os públicos no processo de consolidação da identidade e da reputação desta Emissora. Para o levantamento dos aspectos relevantes da imagem junto à população bauruense utiliza-se da pesquisa de opinião, a fim de identificar seus atributos e mensurar seu grau de importância junto aos públicos em suas diferentes dimensões: sensoriais, emocionais, racionais e simbólicas. A partir dos resultados da pesquisa, a proposta é a criação de Núcleo de Comunicação Multidisciplinar e a implantação de estratégias que possibilitem a gestão dos processos comunicacionais da Rádio e maior interação entre a Emissora e seus públicos, visando sua maior visibilidade e ampliação de seu impacto cultural. MÉTODOS Pesquisa qualitativa a partir de grupos focais para aferir e entender a percepção dos públicos de interesse da Rádio com os segmentos de: jovens (indivíduos de 15 a 25 anos), ouvintes (representantes heterogêneos da população em geral) e líderes de opinião (segmentos de lideranças verticais e horizontais da cidade); Levantamento bibliográfico; Pesquisa de Método de Configuração de Imagem junto a população bauruense para mensurar a imagem, identidade e a reputação da Rádio Unesp a fim de entender seu papel junto a Unesp, como um veículo educativo. A amostra para essa pesquisa foi de 120 pessoas divididas em dois bairros: um representante da classe popular e outro da população mais escolarizada e de melhor renda financeira. As amostras também foram subdivididas por cotas segundo o gênero (50% de cada) e faixa etária (de 15 a 35 anos e de 36 anos ou mais). RESULTADOS E DISCUSSÃO Através das pesquisas aplicadas junto à população bauruense foi possível perceber a falta de aproximação e identificação da Rádio com seus públicos de interesse, carência de mecanismos de interatividade com os mesmos, dificuldade em atender às demandas da população a que se destina e ausência de um setor que faça a gestão estratégica de sua comunicação. Tendo posse dessas informações foi elaborado um plano de ações, um modelo de planejamento estratégico para sistematizar o processo de aplicação das mesmas e também foi proposta a implantação de

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um Núcleo de Comunicação Multidisciplinar com o objetivo de planejar, executar e avaliar as ações comunicacionais que auxiliem na melhoria do fluxo de informações e para a construção de um vínculo de identificação entre a Rádio e seus públicos, focando a questão da interatividade. A gestão da comunicação contribuirá para a consolidação de uma imagem corporativa positiva, juntamente com a ampliação de sua visibilidade e impacto cultural. CONCLUSÃO Os resultados obtidos nas pesquisas de opinião e a reflexão sobre bibliografia pertinente contribuíram efetivamente para a elaboração de ações comunicacionais que solidificam a imagem corporativa da Rádio, pois se apoiaram em demandas reais de seus públicos e suas implicações na vida organizacional da Emissora. Porém, como a imagem corporativa é extremamente volátil, assim como os desejos de seus públicos, é pertinente a implantação de um Núcleo de Comunicação Multidisciplinar que gerencie permanentemente sua comunicação. Deste modo, é possível sistematizar o fluxo de informação, planejar, sistematizar, executar e avaliar as ações realizadas de forma holística, contando com o apoio de profissionais de diferentes olhares e habilidades, trabalhando diversos canais de comunicação a fim de criar um laço de confiança e proximidade com os públicos, construindo a imagem organizacional alinhada à identidade e reputação da organização. Para que a Rádio possa efetivamente cumprir seu papel social de propagar informação, educação e cultura é necessário que ela se torne interessante para a população, o que será possível através de uma comunicação mais dinâmica e interativa, pois assim será mais fácil receber e avaliar o feedback dos públicos, transformando essas informações em ações estratégicas par o desenvolvimento da Emissora. REFERÊNCIAS AAKER, David A. Criando e administrando marcas de sucesso. São Paulo: Futura, 1996. ALMEIDA, Ana Luisa de Castro. Pressupostos teóricos-metodológicos para o estudo da identidade e da reputação organizacional. In: KUNSCH, Margarida M. K. Relações Públicas: Histórias, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2009 p. 263-290. AUMONT, J. A Imagem. Campinas: Papirus, 1993. BRITO, Eliane Pereira Zamith; LERNER, Elizabeth Barbieri; THOMAZ, José Carlos. Reputação Corporativa: Desenvolvendo uma Escada de Mensuração. ANAIS. EnANPD: Salvador, 2006 BORGER, Fernanda Gabriela. Responsabilidade social: efeitos da atuação social na dinâmica empresarial. São Paulo: USP, 2001. Tese. Faculdade de Economia, administração e Contabilidade. Universidade de São Paulo, 2001. BUENO, Wilson da Costa. Auditoria de imagem na Mídia. In: DUARTE, Jorge & BARROS, Antônio. Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação. São Paulo: Atlas 2006.

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CAMPONEZ, Carlos. Jornalismo de proximidade – Rituais de comunicação na imprensa regional. Coimbra: Minerva, 2002 CARISSIMI, João. Reflexões sobre os processos organizacionais utilizados pelo relações públicas na construção da imagem organizacional. In: Anais do XXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. Campo Grande-MS, 2001. CD-ROM. CASTELLS, Manuel. La era de la información: economia, sciedade y cultura. Vol 1. MADRIR: Alianza Editorial. ___________. Internet e sociedade em rede. In: MORAES, Dênis de. Por uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003. COSTA, Joan. Imagen corporativa en el sigla XXI. Tucumán/ Argentina: La Crujía, 2001. FERRARI, Maria aparecida. Relações públicas contemporâneas: a cultura e os valores organizacionais como fundamentos para a estratégia da comunicação. In. Kusnch, Margarida M. Krohling. Relações Públicas – Histórias, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 234-262. GARCIA, B.G. et al. Responsabilidade social das empresas: a contribuição das universidades. São Paulo: Fundação Peirópolis, 2002. HUNGER, J. David & WHEELEN, Thomas L. Gestão estratégia: princípios e práticas. Rio de Janeira: Reichmann & Affonso Editores, 2002. JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2006. KAYO, Eduardo Kazuo. A estrutura de capital e o risco das empresas tangível e intangívelintensivas: Uma contribuição ao estudo da valoração de empresas. FEA/USP, São Paulo, 2002. Disponível em: http:www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-05032003-194338/ Acesso em 20/09/2011. KAPFERER, Jean-Nöel. As marcas, capital da empresa: criar e desenvolver marcas fortes. 3 ed. Tradução de Arnaldo Ryngelblum. Porto Alegre: Bookman, 2003. KNAPIK, Janete. Gestão de pessoas e talentos. Curitiba: Ibpex. 2008. KUNSCH, Margarida M. K. (org). Relações Públicas: História, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas. São Paulo: Saraiva, 2009. ____________. Planejamento e gestão de relações públicas nas organizações contemporâneas. UNIrevista - Vol. 1, n° 3, 2006. NASSAR, Paulo,FIGUEIREDO, Rubens. O que é comunicação empresarial. São Paulo, Brasiliense, 2004. PHD, Instituto. A importância da pesquisa qualitativa. Disponível em: http://www.institutophd.com.br/blog/a-importancia-da-pesquisa-qualitativa/ - Blog do Instituto PHD. Acessado em 25 de março de 2012. PINHO, José Benedito. O poder das marcas. São Paulo: Summus, 1996. ROLDÃO, Ivete Cardoso do Carmo. O Rádio Educativo no Brasil: uma reflexão sobre suas possibilidades e desafiador. XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – UnB, 2006. SANTOS, Célia Maria Retz Godoy dos. A Pesquisa de Opinião na Mensuração de Imagens: Facticidades e Validade. In: Opinião Publica e imagem, São Paulo: Faac/Unesp, 2008. SCHULER, Maria. O método de configuração de imagem (MCI) aplicado à administração da imagem de produtos. In: Kunsch, Margarida Maria Krohling (Org.). Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e Relações Públicas. São Caetano do Sul: Difusão, 2008, p. 241257. SIMÕES, Roberto Porto. O processo e o programa da disciplina “Relações Públicas” Artigo – PUC/RS – 1998. TORQUATO, Gaudêncio. Cultura, poder, comunicação e imagem: fundamentos da nova empresa. São Paulo: Pioneira, 1991.

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VIANA, Francisco. Reputação: a imagem para além da imagem. Coleção Cadernos ABERJE, Vol. 1. São Paulo: Aberje, 2006. VILLAFAÑE, Justo. Reputación Corporativa. Disponível em: http://www.villafane.info/index.php?section=reputacion - Villafañe & Associados – Consultores. Acessado em 15 de março de 2010. WILDEROM, Stella Martinez. Opinião Pública e Redes Sociais: como a interação entre organização e públicos está impactando os relacionamentos em sociedade. In: SANTOS, Célia Maria Retz Godoy dos. Opinião Pública: Tendências e Perspectivas no Mundo Virtual. Bauru: Editora Faac, 2009, p. 159-170.

COMUNICA PET – O JORNALISMO IMPRESSO NO SISTEMA DE COMUNICAÇÃO PET- RTV Jakeline Bruna Lourenço, Luana Rodrigues INTRODUÇÃO O PET Impresso é um projeto do Sistema de Comunicação do Grupo PET-RTV, um laboratório de ensino-aprendizagem para as diversas linguagens e formatos jornalísticos, cujo foco é o exercício da linguagem para impresso. Como produto do PET Impresso foi elaborado o ‘COMUNICA-PET’, um boletim impresso mensal de divulgação de eventos e pesquisas na área de comunicação audiovisual lançados pelo Departamento de Comunicação Social e pelo Grupo PET da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) da Unesp, câmpus de Bauru. MÉTODOS Composto por quatro páginas, o informativo agrega temáticas variáveis conforme o mês de publicação. Além da distribuição mensal, também é lançada uma versão digital no Portal de Notícias PET (www.petrtv.com.br) por meio da ferramenta gratuita Isuu Publish. Em cada edição, o Comunica PET apresenta 1) uma agenda com os principais eventos do mês promovidos pelo Grupo PET e pelo Departamento de Comunicação; 2) reportagens mostrando o funcionamento dos demais Projetos de Extensão e destacando como eles atuam dentro da Universidade; 3) as principais novidades nas pesquisas feitas por professores e estudantes; 4) trabalhos de conclusão de curso de destaque dentro da comunidade acadêmica que estiverem sendo apresentados; 5) novidades na área de tecnologias digitais que possam influenciar os rumos da comunicação social. Em sua redação trabalham três repórteres, estudantes de Jornalismo, que são responsáveis pela produção das matérias pautadas pela Assessoria de Comunicação do SICOM PET ou pelos próprios repórteres. O COMUNICA PET conta também com a colaboração

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de dois bolsistas do Curso de Design que participam do planejamento gráfico e artístico do boletim. RESULTADOS E DISCUSSÃO Além de informar a comunidade acadêmica, outra finalidade do boletim é proporcionar aos alunos envolvidos em sua execução a oportunidade de trabalhar com a prática jornalística e ao mesmo tempo aprender sobre temas essenciais para sua formação. A escolha das materias de cada edição é feita através de um sistema de compartilhamento de pautas, diminuindo assim uma possível hierarquia jornalística e dando mais autonomia aos repórteres, que podem vivenciar todo o processo de produção. CONCLUSÃO O retorno do público tem sido positivo, resultado comprovado por meio das estatísticas da ferramenta Isuu que apontam que a primeira edição online do COMUNICA PET lançada em abril de 2012 alcançou mais de 950 visualizações em menos de quinze dias.

NÚCLEO ARTÍSTICO DA RÁDIO UNESP VIRTUAL Cinthia Yumi Quadrado, Francisco Machado Filho INTRODUÇÃO O Núcleo Artístico da Rádio Unesp Virtual tem oito anos de existência e sua finalidade como projeto de extensão na universidade é servir como um laboratório para o exercício do trabalho de alunos dos cursos de Jornalismo, Relações Públicas e Rádio e TV que fazem parte da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP de Bauru.

MÉTODOS A produção do núcleo é constituída por assuntos vinculados à cultura em geral e, em especial, à música. A introdução de uma programação que tem como foco a disseminação de músicas independentes no ano de 2012 tem como objetivo enfatizar a identidade da web-rádio universitária. A Rádio Unesp Virtual também tem em seu histórico programas com temas ligados

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a seriados televisivos, filmes, curiosidades sobre tecnologia, cultura de diversos países, mundo das celebridades e até mesmo uma radionovela de caráter experimental. Para Oliveira (2008, p.57), a interdisciplinaridade e a flexibilização devem ser consideradas fatores de relevância quando a formação acadêmico-profissional dos alunos é colocada em foco. Por isso, com o auxílio de professores responsáveis pelo projeto, o desenvolvimento de pesquisas e de produção de programas de entretenimento para o ouvinte se intensifica e, com essa ênfase no trabalho, tem como efeito o alcance dentro e fora da universidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO O processo de aprendizagem do referencial teórico conceitual estudado nas disciplinas, bem como as técnicas de produção e a rotina de trabalho constituem a dinâmica que existe dentro do núcleo. Os alunos participam, portanto, de processos, como: pesquisa sobre o assunto a ser debatido no programa, reuniões, discussão sobre os temas, organização dos roteiros e veiculação do produto final na web-rádio com a análise de conteúdo, técnica e linguagem pelos professores responsáveis e pelo coordenador do Núcleo Artístico. O perfil editorial dos programas baseia-se na autonomia, criatividade, princípios éticos e de cidadania para a produção de conteúdo socialmente relevante com abertura constante para a experimentação. A pluralidade de visões e a maleabilidade dos programas artísticos se unem e resultam em um todo que faz parte da identidade da web-rádio universitária, contemplando um público que se interessa pela diversidade de músicas, gêneros e formatos na programação. CONCLUSÃO Assim, é possível observar que o a participação no Núcleo Artístico da Rádio Unesp Virtual é uma oportunidade para que os alunos se tornem profissionais. A web-rádio oferece condições para a experimentação, produção e criação de novas formas de comunicação na Internet. O importante é não ficar resistindo às novas tecnologias, que é uma opção suicida, mas tirar proveito delas. Porque elas estão inclusive viabilizando coisas até há pouco impensáveis como, por exemplo, o ressurgimento do radioteatro. Em pleno 2001, os programas baseados em dramatização de fatos reais estão liderando a audiência em AM no Rio de Janeiro (...). É um outro exemplo de que, quanto mais ensinarmos o passado e o percurso do rádio, melhor estaremos preparando os nosso alunos para entender e enfrentar o futuro. (MEDITSCH, 2001, p.230).

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Já que, na realidade, é de suma importância que os alunos tenham contato, seja com a locução, seja com a produção de roteiros e a pesquisa, já que a web-rádio coloca em evidência que a convergência digital está se expandindo e está procurando por profissionais da área de Comunicação que possam ser multifuncionais para a atuação em diversas plataformas e que tenham em seu currículo uma bagagem criativa que engloba tanto assuntos voltados para o cotidiano e atualidades, quanto temas sobre cultura, música e cinema. REFERÊNCIAS: MEDITSCH, E. O ensino de radiojornalismo em tempo de internet. In: Desafios do rádio no século XXI. Rio de Janeiro: UERJ, 2001, p. 225-232 OLIVEIRA, I. L. Formação acadêmico-profissional em ambiente de mudanças: desafios pedagógicos. In: Comunicação: ensino e pesquisa. Rio de Janeiro: UERJ, 2008, p. 51-63.

PRÁTICAS RADIOFÔNICAS – LOCUÇÃO NA RÁDIO UNESP VIRTUAL Paula Costa Reis

INTRODUÇÃO O Núcleo de Locução da Rádio Unesp Virtual tem como objetivo promover a prática de locução dos estudantes de graduação. Os componentes do núcleo locutam programas de diferentes gêneros (jornalístico, esportivo e de entretenimento), e praticam a locução ao vivo e gravada. O núcleo é formado pelo coordenador e aproximadamente 30 locutores, estudantes dos cursos de Jornalismo e Rádio e TV.

MÉTODOS Para qualificar os locutores, são realizadas oficinas com fonoaudiólogas especializadas no assunto; testes de locução, para definir qual a voz mais apropriada para cada programa; e análises que possibilitam a evolução dos locutores. Nestas análises são avaliados os quesitos como respiração, entonação, fluência da leitura e naturalidade de locução, e também são incluídas dicas para melhoria da mesma. O coordenador do núcleo tem como função organizar as oficinas e os testes de locução, escolher os locutores oficiais e os locutores reservas, e ter o contato direto com os integrantes do núcleo. Desta forma, há maior controle e ciência sobre quaisquer problemas que possam ocorrer, possibilitando a sua resolução. O teste de locução é composto por textos de diferentes temáticas e com improvisação. Utilizamos textos com palavras

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mais difíceis de serem pronunciadas para analisar como os locutores agem quando erram a pronúncia ou quando se deparam com nomes desconhecidos, muito presentes nos programas da Rádio UNESP Virtual. A existência de locutores reservas faz com que a impossibilidade comparecimento de um locutor no horário da gravação possa ser facilmente solucionada, através do contato com outra pessoa, já listada anteriormente. O contato direto do coordenador do núcleo com os editores dos programas permite a ciência de qualquer insatisfação ou problema referente à locução. A coordenadoria de locução adotou uma postura diferente quanto aos sotaques dos locutores. Não procuramos mais disfarçar os sotaques de cada um, mas sim valorizar a diversidade na fala dos que vêm de diferentes regiões do Brasil.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Desde a criação do núcleo de locução, esta prática tornou-se mais especializada e acompanhada de maneira mais próxima pelo coordenador. Desta forma, a escolha dos locutores passou a levar em conta aspectos de cada um, para que se encaixem com a temática dos programas radiofônicos, tornando também mais imperceptíveis possíveis erros de roteiro. Hoje os locutores assinam um termo de compromisso no qual eles prometem atuar com ética e responsabilidade. Assim, as faltas sem aviso prévio são contabilizadas e qualquer postura inadequada também é levada em consideração. Essas medidas estão permitindo a criação de um vínculo do locutor com o produto radiofônico, para que a locução torne-se mais natural e atraia um maior número de ouvintes.

CONCLUSÃO O núcleo é de grande importância, pois envolve uma grande quantidade de alunos, e proporciona uma melhoria na impressão do público sobre o material vinculado pela Rádio UNESP Virtual, pois o primeiro contato do ouvinte com o material acontece através da locução. Este núcleo tem possibilitado uma melhoria na locução dos programas, pois torna este exercício mais especializado e organizado.

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SESSÃO DE COMUNICAÇÃO 3

PROGRAMA INTERAÇÃO COMUNITÁRIA: A VOZ DA COMUNIDADE EM SINTONIA RADIOFÔNICA Aline Meneguini de Oliveira INTRODUÇÃO O projeto de pesquisa “Interação Comunitária – o cidadão em sintonia radiofônica” busca destacar a experiência do processo comunicativo no Programa Interação Comunitária, transmitido aos sábados pela emissora de Rádio UNESP FM Bauru, a fim de promover um novo olhar sob o veículo rádio, defendendo-o como instrumento de consolidação da comunicação para a cidadania. Busca-se, portanto, a melhor compreensão do processo comunicativo radiofônico e da interação social, já que o veículo é considerado pelos estudiosos, meio de comunicação muito próximo ao público, e que vem se beneficiando das novas tecnologias para se reinventar e modificar a forma de participação do ouvinte, em meio à convergência midiática. MÉTODOS Baseado na metodologia de pesquisa qualitativa com utilização de entrevista em profundidade, o projeto pretende coletar e analisar depoimentos de profissionais envolvidos com o programa, ouvintes, líderes comunitários, responsáveis pelas associações de bairros e figuras públicas, no intuito de aferir como o programa propicia as práticas cidadãs envolvendo cidadãos e poder público. Com objetivo de identificar as principais temáticas abordadas pelo “Interação Comunitária”, serão analisadas suas gravações, no período de março de 2011 á março de 2012, sendo selecionados 2 programas por mês, por representar amostra significativa do universo. RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa está em desenvolvimento, porém com a pesquisa exploratória bibliográfica, acompanhamento da transmissão e visitas técnicas realizadas na emissora, é possível corroborar a hipótese de que o programa promove uma comunicação comprometida com as práticas cidadãs, e que a literatura do veículo rádio está repleta de discussões e defesas a respeito da potencialidade democrática desse meio de comunicação. Afirmar que os meios de comunicação no cenário brasileiro não operam segundo as diretrizes constitucionais, não é

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novidade, e como consequência observa-se uma despreocupação latente dos detentores da mídia em assegurar o direito à informação e comunicação. Na mesma perspectiva, Downing (2002, p. 78) sob referência de Raymond Williams (1993) acentua que “(..) a mídia, quando se livrasse do pesado jugo das empresas privadas ou do Estado e se abrisse á participação das massas, poderia estimular e sustentar uma cultura comum e uma democracia viva.” De maneira mais direcionada para o veículo rádio, teóricos como Kaplún (1978, 1999), Meditsch (2001), Ferraretto (2007), defendem o veículo como principal instrumento para democratização social devido a suas intrínsecas características e especificidades, como também discutem a respeito da convergência e adaptação tecnológica que o veículo passa atualmente. Nesse sentido Ferrareto alerta: Resta avaliar as pos sibilidades trazidas pela transformação das au diências e das formas de recepção de conteúdos radiofônicos, com o desenvolvimento de novas linguagens, e garantir efetivamente o uso social dos novos meios de comunicação, realizando de modo pleno suas promessas emancipatórias e recuperando seu caráter cultural e educacional, livre das imposições mercantilistas que domina ram os padrões AM e FM (FERRARETTO, 2010, p. 178). As reflexões de Eduardo Medistsch (2001) também contribuirão para desenvolvimento do corpus desta pesquisa, no qual revelará o rádio, na sua forma ideal, entendido como canal/ espaço onde o cidadão tem acesso para expressar sua opinião, sua reclamação, sua reivindicação, propiciando o processo comunicativo de interesse público, podendo assim despertar o sentido de coletivo e solidariedade no público ouvinte. Sob a ótica de participação, Bertolt Brecht (1998) em seu livro Teoria do Rádio, assim como Kaplun (1978), já vislumbravam o principal objetivo deste projeto, compreender o rádio como instrumento de consolidação da comunicação para a cidadania. Para os teóricos, a comunicação radiofônica deveria ser direcionada para o interesse público, mais que isso, acreditavam que a comunicação realizada nas emissoras de rádio deveria possibilitar a deliberação. Em síntese, a comunicação para a cidadania, a ser destacada no projeto, não deve ser realizada para o cidadão e sim pelo cidadão, e esta participação deve também estar pautada em construção de conhecimento e conscientização. CONCLUSÃO Com a pesquisa bibliográfica em andamento, torna-se claro a potencialidade do veículo rádio para a manutenção e ampliação da cidadania, assim como sua relevância histórica mediante a

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modernização das sociedades, no qual desempenhou o papel de mediador popular com excelência. Ao ponto que a pesquisa explora as especificidades do objeto de estudo, aflora também questionamentos sobre a definição do processo comunicativo que se dá no programa Interação Comunitária, que nessa fase de pesquisa assemelha-se tanto com a comunicação pública como também com a comunicação comunitária, pelo fato dos ouvintes participarem de forma efetiva no conteúdo das mensagens, já que o comunicador participa e cobre eventos comunitários, e com isso o programa está estritamente direcionado e relacionado ao interesse público. REFERÊNCIAS DOWNING, Jonh D. H.- Mídia Radical: rebeldia nas comunicações e movimentos sociais. Tradução Silvana Vieira. São Paulo: Editora SENAC, 2002. FERRARETO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. 3. ed. Porto Alegre: Dora Luzzatto, 2007. 232 p. _____________________; Kischinhevsky, Marcelo. Rádio e convergência: uma abordagem pela economia política da comunicação. Revista Famecos - Porto Alegre v. 17 , n. 3 , p. 173180 setembro/dezembro, 2010. KAPLÚN, Mário (1999). Processos educativos e canais de comunicação. Revista Comunicação & Educação. São Paulo, ano V, n.14, jan-abr., p. 68-75. ______________ (1978). Produccion de programas de radio: el guin- la realizacion. Ediciones CIESPAL. MEDITSCH, Eduardo. O Rádio na era da infomação. Florianópolis: Insular, Ed. da Ufsc, 2001. 304 p.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E IMPRENSA DA FAAC/UNESP: MÚLTIPLOS FOCOS DA INFORMAÇÃO E A COMUNICAÇÃO NO MEIO DIGITAL Henrique Suenaga INTRODUÇÃO A Assessoria de Comunicação Social (ACS) da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC/UNESP) é um projeto de extensão universitária, coordenada pelo Prof. Dr. Ângelo Sottovia Aranha, e composta por duas assessorias interdependentes: a Assessoria de Relações Públicas (ARP) e a Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI). Um dos objetivos do projeto é trabalhar a comunicação entre os diversos públicos dentro da faculdade, fornecendo-lhes informações de interesse sobre os assuntos dela, tornando-se a melhor opção para se alcançar esse objetivo, portanto, a utilização de meios de comunicação digital.

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MÉTODOS Para cada tipo de público e de informação utiliza-se uma plataforma diferente de veiculação, no total são quatro presenças digitais representadas pela Agência FAAC de Notícias, produto do projeto de extensão. Há no site institucional da faculdade, na página principal, uma área destinada às matérias produzidas pela produtora de conteúdo, uma página no facebook, um perfil no twitter, e um blog, sem contar o e-mail que divulga diariamente informações para todos os alunos da faculdade. Buscando atingir, principalmente, docentes e discentes, o site da faculdade lida com a notícia em seu caráter mais acadêmico e informativo, oferecendo para aqueles que acessam o endereço com intuito de consultar o sistema acadêmico, e-mail institucional, entre outros, um pouco sobre a produção, eventos e projetos de extensão da FAAC/UNESP. Já no facebook, que visa em primeiro plano o estudante, além de apresentar conteúdo mais sintético, a postagem de fotos, a opção “curtir” e diversas ferramentas auxiliam na maior interatividade com os alunos, podendo-se alcançar um feedback mais imediato do que nas outras plataformas. O twitter possibilita direcionar o conteúdo transformando a notícia em tópicos, facilitando a seleção de acordo com o interesse do usuário. O blog lida com a informação mais informal, direcionada ao aspecto de curiosidade, buscando a participação inclusive dos servidores da faculdade. Notícias que no site possuem uma função linguística referencial possuem outro foco, como experiências e opiniões pessoais, fatos atípicos e postura descontraída. RESULTADOS E DISCUSSÃO A interação dos alunos vem aumentando, principalmente nas mídias sociais, onde a plataforma dá melhores condições, mas frequentemente têm-se feedbacks informais sobre o reconhecimento do projeto. A demanda constante de divulgações demonstra como o projeto está consolidado no ambiente acadêmico como emissora de informações e produtora de conteúdo, mas não há ainda um total esclarecimento em relação ao projeto e seus objetivos para com seus públicos. A construção de um relacionamento se inicia lentamente com perspectivas futuras positivas. CONCLUSÃO Percebe-se que ainda há muito trabalho a se desenvolver para conseguir alcançar todos os públicos alvo desses meios de comunicação e construir uma interação mais constante e com credibilidade. Entretanto, a utilização dos meios digitais contribui para o maior alcance de

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pessoas ligadas à faculdade, assim necessitando elaborar estímulos para a formação de um relacionamento interativo mais recíproco. REFERÊNCIAS FRANÇA, Fábio. Públicos: como identificá-los em uma nova visão estratégica. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2004. JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo, Cultrix, 2005. LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução Carlos Irineu da Costa. 2ª ed. São Paulo: Ed. 34, 2000. LÉVY, Pierre. O que é virtual? . Tradução de Paulo Neves. 7ªed. São Paulo: Ed. 34, 1996. SERRA, Paulo. Internet e Interactividade. 2006. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/serrapaulo-internet-interactividade.pdf

O ESTUDO DA TELEVISÃO NO ASPECTO QUALITATIVO IMAGÉTICO Arielly Kizzy Cunha INTRODUÇÃO Os estudos sobre TV no Brasil tiveram início com os programas, a recepção, e então as transformações tecnológicas com a cybercomunicação, tecnologia, as tendências e a alta definição, isso tudo sempre diretamente ligado à cidadania, o surgimento da comunicação ocorre divido à ação com fim comum, essa é sua essência, seu caráter destinal. Desta forma a TV como veículo de massa possibilita uma comunicação horizontal, permitindo a muitos o acesso à informação. É importante observar às novas implicações, às responsabilidades dos profissionais de TV, às possibilidades dessas inovações, como a ampliação da qualidade dos meios de produzir, para alcançar as pessoas com o conteúdo necessário, e a importância da preocupação estética e de alta definição da imagem para levar às pessoas a tecnologia, a evolução, o conhecimento, a qualidade. MÉTODOS De acordo com Lakatos e Marconi (1991), o método hipotético-dedutivo é usado através da observação da necessidade de descobrir algo, a lacuna no conhecimento, e a partir disso observa a necessidade de pensar um hipótese, então, através da dedução é possível verificar as consequências dos fenômenos, no caso fenômenos sociais. Desta forma a partir da necessidade de analisar um objeto, a qualidade da imagem na TV Digital, surge a questão da justificativa, ou seja, a necessidade de descobrir algo, definir o problema. Após recolher dados,

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analisar material científico já divulgado, livros publicados e objetos de estudo, como os próprios programas de TV da programação transmitida cotidianamente, é possível observar algumas hipóteses e consequentemente explicações hipotéticas das observações levando em conta as causas dos fatos. RESULTADOS E DISCUSSÃO A TV precisa ser feita com criatividade, talento, dedicação, conduta profissional pautada na cidadania, responsabilidade e conhecimento. É muito importante conhecer as técnicas e dominálas, conforme Bonásio (2002), mesmo havendo uma boa ideia, se não for traduzida em imagens esteticamente boas, a comunicação com o público não será eficiente, e a finalidade da televisão é se comunicar com o telespectador transmitindo experiências, ideias, e mensagens, com clareza. As produtoras de conteúdo televisivo precisam saber o que as imagens significam para o telespectador, para poder planejar uma comunicação visual efetiva. Para que haja eficiência na produção é preciso conhecer bem os elementos de imagem da estética da TV, saber trabalhar a luz, a cor, o espaço, a bidimensionalidade, a tridimensionalidade, o tempo e os movimentos. O objetivo da TV é transmitir conteúdo que contribua com as expectativas das pessoas, além de aplicar na produção as técnicas com conhecimento e ética com a finalidade de alcançar as pessoas com entretenimento, tecnologia, evolução, conhecimento, qualidade. O mercado televisivo nacional, que orienta a produção, é regido pela concorrência, que faz com que a procura da melhor qualidade e dos melhores resultados sejam objetivos constantes. Antes os equipamentos limitavam a qualidade do produto, hoje o produto televisivo e seus formatos estão se transformando, acompanhando os benefícios da tecnologia, que propicia a ampliação da qualidade dos meios de produzir, facilitando os métodos, reduzindo os custos, e melhorando a resolução e definição das imagens, com isso pode-se fazer mais e melhor, levando às pessoas conteúdo de grande importância relacionado à educação, à informação e à interação. Desta forma é possível contribuir para uma melhor comunicação com muitas pessoas, que é um dos pressupostos do profissional do audiovisual: Ter o trabalho como instrumento de desenvolvimento da sociedade e do progresso. CONCLUSÃO É importante para a evolução do conhecimento, através do estudo, desenvolver novas tecnologias que sustem o objetivo final, o conteúdo, o conhecimento. O surgimento de novas tecnologias tem gerado novas possibilidades, desta forma a preocupação com a produção e a

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qualidade estética das imagens também vem aumentando, da mesma forma que vem surgindo a necessidade de impor um padrão de excelência e competitividade, objetivando suprir as necessidades do desse meio. REFERENCIAS BONASIO, Valter. Televisão manual de produção & direção. Belo Horizonte: Editora Leitura, 2002. CANNITO. Newton Guimarães. A Televisão na era digital: Interatividade, convergência e novos modelos de negócios. São Paulo: Summus, 2010. MELO, José Marques de (org.). O campo da comunicação no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2008. LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991.

PET RADIOFÔNICO: PROJETO DE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL NO RÁDIO Antonio Francisco Magnoni, Beatriz Brandão Haga, Tayane Aidar Abib, Jéssica Monteiro de Godoy, Ana Carolina Monari, Jéssica Mobílio Silva

INTRODUÇÃO O PET Radiofônico é um projeto interligado ao Sistema de Comunicação PET (SICOM-PET), núcleo de comunicação e laboratório de linguagem e formatos do Grupo PET-RTV (Programa de Educação Tutorial de Rádio e Televisão) do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC), Unesp, câmpus de Bauru. O projeto busca o aprimoramento dos alunos em produção jornalística e artística para rádio e também produz conteúdos radiofônicos com enfoque cultural-educativo, universitário e comunitário. Isto é possível com a perceira entre a equipe PETe a Rádio Unesp FM (105,7-Bauru, SP). A produção do programa “Cidade Universitária” é coordenada pelo Núcleo de Jornalismo da Rádio Unesp FM e realizada pelos bolsistas e voluntários do grupo PET-RTV.

MÉTODOS O projeto PET Radiofônico busca desenvolver estruturas de ensino-aprendizagem para produzir conteúdos informativos para meios de comunicação convergente e multimidiática. As pautas são formuladas pela equipe da Rádio Unesp FM e do SICOM-PET, seguindo as especificidades técnicas do veículo e as diretrizes editoriais da emissora do Centro de Rádio e Televisão Cultural e Educativa da UNESP. O programa “Cidade Universitária” é voltado ao público acadêmico, aos

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professores, pesquisadores e profissionais de diversas áreas de conhecimento. É um noticiário composto de notas, matérias e boletins sobre os acontecimentos e pesquisas acadêmicas da Unesp e das principais universidades da região e do país. O programa é veiculado de segunda a sexta-feira, as 7h45, com duração de 15 minutos na programação da Rádio Unesp FM. Dois repórteres garantem a produção diária na redação da rádio. As notas e reportagens são relacionadas às demais áreas de produção e produtos do SICOM-PET. Os assuntos pautados também são utilizados para produzir podcasts, que são veiculados no Portal de Notícias SICOM PET#. Tais procedimento integrados permitem exercitar a convergência de plataformas, de formatos e de linguagens, o armazenamento de notícias e a rapidez de acesso aos conteúdos produzidos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO A estrutura profissional da Rádio Unesp FM permite aos bolsistas e voluntários do PET Radiofônico trabalharem todos os processos de criação da notícia, desde a pesquisa dos assuntos e agendamento de fontes, da realização de entrevistas e pesquisa de informações adicionais, pela redação e edição de textos e de áudio. O programa procura divulgar notícias de interesse da comunidade acadêmica da Unesp e das demais universidades do país. Também abre espaço para abordar assuntos relacionados aos estudos do grupo PET-RTV em Comunicação Audiovisual Digital. Além disso, há divulgação de serviços como datas de vestibular, oportunidades de estágio e intercâmbio. As produções radiofônicas são veiculadas tanto no rádio como na internet, permitindo aos participantes do PET Radiofônico reflexões sobre o advento das novas tecnologias, que traz novas perspectivas para o veículo rádio. Essa convergência midiática permite criar um ambiente produtivo experimental em que são trabalhadas diferentes formatos e linguagens para as diversas plataformas.

CONCLUSÃO A atividade complementar e extracurricular desenvolvida dentro do SICOM-PET permite que repórteres bolsistas e voluntários entrem em contato com as diferentes plataformas e linguagens do mercado atual, reproduzindo o ambiente profissional. Os participantes ganham maior experiência na seleção de pautas, redação, edição de notícias e produção de gêneros e formatos radiofônicos. O uso da internet para a divulgação das notícias trouxe novas perspectivas para a linguagem radiofônica. A produção dos podcasts é uma tentativa de pensar linguagens para a produção radiofônica na internet. O grupo PET-RTV busca aliar as atividades

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práticas às teóricas em estudos sobre plataformas e narrativas em suportes digitais em contexto de convergência midiática. Os estudos permitem ao grupo pensar em novas formas de linguagem audiovisuais, na adaptação e veiculação de conteúdos de comunicação eletrônica na web.

REFERÊNCIAS MEDITSCH, Eduardo. O Rádio na Era da Informação: Teoria do Novo Radiojornalismo. 2.ed. Florianópolis: Insular, 2007. MAGNONI, A. F.; CARVALHO, Juliano Maurício de. Polifonia Pedagógica: reflexões sobre o ensino de Radiojornalismo na era digital. ETD. Educação Temática Digital. ETD : Educação Temática Digital , v. 8, p. 176-191, 2007. MAGNONI, A. F.; CARVALHO, Juliano Maurício de (org.). O novo rádio: cenários da radiodifusão na era digital. 1. ed. São Paulo: Senac, 2010. v. 1. 295 p. MAGNONI, A.F., MÉDOLA, A.S.D.,SANTIAGO, G.J., et al. O rádio Digital avança no interior de São Paulo. In: BIANCO, Nélia Del; MOREIRA, Sonia Virginia. (Org.). Rádio no Brasil: tendências e perspectivas. Rio de Janeiro: Ed.UERJ; Brasília, D.F.: UnB, 1999.

NÚCLEO DE OPERAÇÕES TÉCNICAS PARA COMUNICAÇÃO RADIOFÔNICA – RÁDIO UNESP VIRTUAL Edgar Saraiva César, Antonio Francisco Magnoni INTRODUÇÃO O

Projeto “Núcleo de Operações Técnicas” destina-se a estudar, planejar e coordenar a

operação, edição e veiculação de conteúdos sonoros e multimídia viabilizado por uma estrutura laboratorial digitalizada que permite aos alunos o aprendizado teórico e prático, como também o exercício e a experimentação profissional durante o período de graduação. O projeto atende as exigências de formação profissional do curso de Jornalismo e Radialismo, em um mercado alimentado pela internet e veiculação digitalizada dos conteúdos. O “Núcleo de Operações Técnicas” garante suporte operacional para vários projetos de extensão em rádio, televisão e internet dos Cursos de Jornalismo, Radialismo e Relações Públicas da FAAC-UNESP . Também oferece condições de profissionalização dos alunos, em áreas que não possuem muitas possibilidades de estágio externo. A principal estrutura laboratorial do Núcleo Técnico é a Rádio UNESP Virtual – RUV (www.radiovirtual.unesp.br).

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MÉTODOS A “emissora” conta hoje com uma equipe de operadores de áudio, que asseguram a difusão de uma programação contínua e quase toda ao vivo. Os conteúdos produzidos são difundidos por meio de streaming, a tecnologia que permite o envio mundial de informações multimídia (áudio e vídeo) via de pacotes de dados, que são arquivos de fluxo contínuo enviados pela internet. Todos os participantes do “Núcleo de Operações Técnicas” da RUV aprendem a realizar as operações de estúdio para difusão ao vivo, a editar áudio, a criar cenários e trilhas sonoras, a organizar as listas para execução musical e a criar peças de divulgação institucional. Também aprendem a dirigir as gravações de programas artísticos, jornalísticos, esportivos e ainda fazem a manutenção funcional de programas e equipamentos dos dois estúdios de produção e difusão. O Portal Multimídia Mundo Digital (www.mundodigital.unesp.br) que abriga a RUV, também é um ambiente digital de testes para a construção de uma plataforma de trabalho diversificada, convergente e, principalmente, interativa. São estruturas experimentais integradas que permitem realizar experimentação e pesquisa de linguagens, gêneros e formatos para produção de conteúdos noticiosos, de entretenimento e educativos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os futuros jornalistas, radialistas e relações públicas se beneficiam do ensino, do espaço laboratorial e da tecnologia utilizada na RUV, para exercitar suas habilidades profissionais. Colaboram como operadores de áudio e editores de áudio, alunos não somente de Rádio e TV, mas também alunos de Jornalismo e Relações Públicas, que não tem em sua grade curricular, disciplinas voltadas para essa técnica radiofônica. A Rádio Unesp Virtual contribui na formação de um comunicador atual, que preza pela informação de qualidade e também pela criatividade. Por isso, a webradio se esmera todos os dias para colocar no ar uma programação plural, democrática e original. Para uma melhoria do Núcleo, são realizadas oficinas de treinamento técnico, a qual alunos interessados na parte de funcionamento da webrádio , através dos integrantes do núcleo técnico, aprendiam as funções e operações que um integrante do núcleo realizava para manter a webrádio em funcionamento. Com isso, todos os operadores e técnicos da RUV tem as noções básicas de edição de áudio, criação de vinhetas e sonoplastia de programas ao vivo. Assegurar as condições necessárias para cobrir todas as fases da gravação ou veiculação de um programa é um dos pontos altos do “Núcleo de Operações Técnicas”.

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CONCLUSÃO Há quase uma década no ar, a Rádio Unesp Virtual tem o objetivo de desenvolver métodos e teorias para a criação de produtos adequados ao meio digital. A Web-rádio UNESP Virtual é um importante espaço de aprendizado e de formação profissional para todos os participantes, que não tem em Bauru, muitas vezes as condições de treinamento e estágio no mercado de trabalho. A RUV é também um importante instrumento de extensão informativa e artístico-cultural para toda a comunidade interna do Campus da UNESP de Bauru e para o público externo com acesso a internet. A equipe do Projeto é responsável pela veiculação dos 15 programas apresentados atualmente pela Web-rádio UNESP Virtual. O projeto de extensão é sustentado com recursos do Departamento de Comunicação Social e da PROEX, Pró-Reitoria de Extensão Universitária. REFERÊNCIAS JENKINS, Henry. Cultura da convergência / Henry Jenkins; tradução Susana Alexandria. – 2. ed. – São Paulo: Aleph, 2009. MAGNONI, A. F. ; CARVALHO, Juliano Maurício de . O novo rádio: cenários da radiodifusão na era digital. 1. ed. São Paulo: Senac, 2010. v. 1. 295 p. MEDITSCH, E. O rádio na era da informação - teoria e técnica do novo radiojornalismo. Florianópolis: Insular, 2001. MAGNONI, A. F. ; CERRI, Alberto Silva . Projeto Raiz Social. II Encontro da Ulepicc Brasil União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura. 1 ed. Bauru - SP: , 2008, v. 1, p. 1-1.

PROGRAMA SOM E PROSA: UM ESPAÇO PARA MÚSICA INDEPENDENTE NA TV Cláudia R. Paixão, Rene R. Lopez INTRODUÇÃO Com uma grande variedade de influências e culturas, o Brasil tem entre suas riquezas a grande diversidade de ritmos e de gêneros musicais. Apesar de ser uma importante manifestação cultural e artística, segundo Vazquez (1978) o caráter social da produção artística que só se torna concreto quando de fato é apreciada por outros. Isso porque ela existe para ser consumida. Apesar da grande pluralidade nas produções, a lógica midiática trabalha sob outras perspectivas e acaba por não oferecer a música enquanto manifestação artística e identidade cultural, mas sim como produto comercial, dada a prevalência de emissoras de caráter comercial. Especificamente em relação a TV, para Bujokas (2005, p. 135) é justamente pela

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busca do lucro que essas empresas privadas acabam não atendendo à diversidade, o pluralismo e o cultivo de identidades culturais. De acordo com o pesquisador José Ramos Tinhorão, a partir do momento que a música começou a ser difundida como uma forma de lazer urbano, a prioridade artística foi gradativamente ficando em segundo plano, devido as imposições comerciais midiáticas. (TINHORÃO, 1998, p. 248). Mesmo envolto nesta realidade, o mercado da música independente tem ganhado força e em 2008 já representava 80% da produção nacional e 25% do total vendido no país (Estudos de Mercado/SEBRAE 2008, p. 15). MÉTODOS Entendendo o papel da TV pública como valorizador da arte, da cultura, da pluralidade de ideias, da educação e do "entretenimento saudável e enriquecedor" (Abepec, 2012), buscou-se desenvolver uma proposta de programa televisivo, com enfoque na música, para compor a grade da Televisão Universitária Unesp. Para a seleção dos grupos ou artistas convidados, são usados critérios como autenticidade da produção, independência de contratos com gravadoras e a diversidade de estilos. Além de apresentar produções musicais independentes e em diversos estilos, o programa elenca, a cada edição, temas do universo musical para discussão. Os assuntos abordados como composição, preconceitos, educação musical, entre outros ganham diferentes pontos de vista no intuito de promover o debate e a reflexão do telespectador. Para estas temáticas são consultados também professores e pesquisadores da música como fonte, proporcionando um maior embasamento aos debates. Semanal e com trinta minutos de duração, o programa denominado como "Som e Prosa" é produzido com dois produtores, três cinegrafistas, um coordenador de produção, um iluminador, dois técnicos de som, um editor e dois apresentadores. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após seis meses de transmissão, foram cerca de trinta programas gravados, vinte e um exibidos e outros cinco estão em processo de produção. Apesar do esforço de produção na fase inicial, pesquisando e contatando diversos grupos musicais para participarem do programa, atualmente os produtores do programa são procurados pelos grupos que buscam espaço para apresentar seu trabalho autoral. Através da análise do número de acessos à página do programa, foi possível determinar também que entre os diversos produtos produzidos e veiculados pela TV Unesp, o "Som e Prosa" detém a maior audiência. No entanto, devido à falta de dados sobre a

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audiência através das transmissões UHF e pela operadora de TV à cabo, as avaliações são baseadas no números de acessos ao repositório dos programas na internet. Em média, são cerca de quinhentos acessos para cada edição do "Som e Prosa". Vale ressaltar que, apesar de aparentemente baixo, trata-se de uma emissora universitária e em funcionamento há menos de um ano. Em comparação simples, são 490 views por episódio do "Som e Prosa", contra 100 views por vídeo postado pela TV USP (emissora da Universidade de São Paulo), por exemplo. CONCLUSÃO Ao observar o cenário musical no interior paulista, é possível perceber um grande hiato entre o que é produzido e o que é midiatizado através dos meios de radiodifusão. Entendendo o papel da TV, mas especificamente da TV pública, como local de representação da cultura e identidade local, o espaço oferecido pela TV Unesp tem despertado a atenção de diversos grupos e atores que enxergam na emissora uma oportunidade de difundir sua arte. Outro ponto destacado da proposta é o fomento de temas ligados ao universo musical. Através das entrevistas, debates e matérias produzidas, o "Som e Prosa" preenche uma importante lacuna na educação musical (esta de modo informal) em conformidade com a lei nº 11.769, que determina a educação musical no espaço escolar. REFERÊNCIAS ABEPEC. Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais. A entidade. Disponível em: . Acesso em: 12 maio. 2012. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING. Música independente: estudo de mercado SEBRAE/ESPM, setembro de 2008. Disponível em: Acessado em: 5 maio jan. 2012. SIQUEIRA, A. B. ; ROTHBERG, Danilo . TV pública e democracia: perspectivas para o Brasil. Revista fronteira, São Leopoldo, v.3, n. 2, p. 131-142. 2005. TINHORÃO, J. R. História social da música popular brasileira. São Paulo: Ed. 34, 1998. VÁZQUEZ, A. S. As idéias estéticas de Marx. 2.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978

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SÓCIO-TV: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A CONVERGÊNCIA ENTRE REDES SOCIAIS E TELEVISÃO DIGITAL Paulo Araujo dos Santos, Marcos Américo INTRODUÇÃO As novas tecnologias da informação e comunicação proporcionaram uma crescente digitalização de conteúdos. Paralelamente criou-se a necessidade de um ambiente cada vez mais convergente, entre múltiplos dispositivos e múltiplas plataformas e na forma como as pessoas se relacionam. Nesse cenário convergente onde as redes sociais começam a ter uma força massificadora, o consumo TV sofre mudanças: As pessoas já não se reúnem em um único cômodo da casa para assistir seu programa favorito, e tecer comentários a respeito do que esta assistindo apenas com o familiar ou amigo ao lado. Ao mesmo tempo em que estão com os olhos na grande tela televisiva, também estão olhando outras telas menores como: notebooks, PCs e dispositivos móveis, dialogando literal e virtualmente com todo o mundo através da utilização de redes sociais tais como Facebook e Twitter etc... Até mesmo através de trechos vídeos postados no Youtube e blogs que agendam discussões e criam polêmicas, tudo isso antes do programa televisivo terminar. METODOS Encontrar, através de um estudo exploratório, definições e exemplos que possam balizar pesquisas que tenham por objeto a integração entre televisão e redes sociais, a Sócio-TV, situação que ganha impulso com a implantação do SBTVD - Sistema Brasileiro de TV Digital e do PNBL – Plano Nacional de Banda Larga. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através da literatura pesquisada, procuramos tipificar os diversos sentidos que e dado ao tema televisão social, tais como TV 1.5, TV 2.0 e TV Social. Encontramos alguns exemplos de protótipos desenvolvidos por empresas e pesquisadores e procuramos respostas sobre o porquê da televisão, como conhecemos, estar em modificação e em busca do seu sentido social. Olhamos através da história e identificamos que a televisão social foi sonhada antes mesmo da existência da própria televisão e das novas mídias sociais proporcionadas pela internet e sistemas de telecomunicação. Definimos um novo termo o “Sócio-TV” que pode representar essa convergência entre as redes sociais e a televisão digital da forma como imaginamos.

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CONCLUSÕES Nesse estudo exploratório, observamos que a convergência entre as redes sociais e a televisão, é inevitável. Pesquisas e protótipos estão sendo desenvolvidos em varias locais do planeta, principalmente nos países mais desenvolvidos, onde as novas tecnologias da informação e comunicação já permitem certo avanço em relação ao ambiente convergente. A visão do Telephonoscope descrita por Robida (1884), somado ao “Telescreen” de George Orwell (1948) em 1984, tem inspirado muitos pesquisadores na busca por uma experiência televisiva interativa e social. O contexto atual aponta para um cenário onde a “velha” televisão de fluxo, em decadência, tem sido substituída pelas novas mídias. O publico, principalmente os mais jovens, tem preferido a internet e dispositivos móveis como o celular, ipad etc..., encontrando nessas telas experiências mais dinâmicas e interessantes. As redes sociais acessadas através dessas tecnologias tem mudado a forma como as pessoas se relacionam atualmente, seja para entretenimento, trabalho ou na busca de informações. A televisão, por outro lado, que tem sua especificidade e importância em relação ao conteúdo e linguagem própria, poderá retomar, de forma diferente, seu aspecto social quando puder ter acrescentado a integração com as redes sociais. Potencializada pelo novo ambiente, hibrido e rico em relação à comunicação, poderá extrapolar as fronteiras da sala de estar. Visualiza-se um novo modelo de negócio a ser explorado pelas empresas de publicidade. O Sócio-TV poderá ser a concretização dessa experiência. REFERÊNCIAS CANNITO, Newton. A Televisão na Era Digital. São Paulo: Summus Editorial, 2010. HARBOE, Gunnar. In Search of Social Television. In Cesar, Geerts, Chorianopoulos (eds.) Social Interactive Television: Immersive Shared Experiences and Perspectives, Information Science Reference, 2009. JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. Tradução Susana Alexandria. – 2a ed. – São Paulo, Aleph, 2009. KLYM, Natalie. MONTPETIT, Marie José. Innovation at the Edge: Social TV and Beyond. 2008. MONZONCILLO, José María Álvarez. La Televisión Etiquetada: Nuevas Audiencias, Nuevos Negocios. Espanha, Ariel, 2011. VANPARIJS, F. et al. Social Television: Enabling rich communication and community support with AmigoTV. Proceedings of ICIN 2004 Bordeux France. 2004. http://blogs.estadao.com.br/alexandre-matias/2011/02/27/televisao-social/. Acesso em 20/03/2011 http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/internet+carrega+a+televisao/n1237765997495.html. Acesso em 14/04/2011 http://en.wikipedia.org/wiki/Social_television. Acesso em 25 de abril de 2011

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http://www.digital-clarity.com/press-releases/under-25s-swap-remote-controls-for-iphones-associal-tv-trend-takes-over. Acesso em 13/04/11.

O TELEJORNALISMO E MODELO DE NEGÓCIO: NOVOS MODELOS E PADRÕES PARA A TV DIGITAL Guilherme Garcia, Letícia Passos Affini INTRODUÇÃO O primeiro telejornal foi ao ar um dia após a inauguração da TV Tupi de São Paulo. O Imagens do Dia era apresentado pelo radialista Rui Resende e não tinha horário fixo para ser apresentado, variando entre nove e meia e dez horas da noite. A narração das imagens exibidas, eram realizadas em off pelo apresentador, com um texto em estilo radiofônico. Apenas em 1952 surgem telejornais os quais tinham apenas um único patrocinador que dava o nome ao noticiário, entre eles: Telenotícias Panair, Telejornal Bendix, Reportagem Ducal, Telejornal Pirelli. Esse foi o primeiro modelo de negócios do telejornalismo – o branding, trabalho de construção e gerenciamento de uma marca junto ao mercado – em que empresas patrocinavam inteiramente o programa. Em 1960 o videotape foi implantado no Brasil, permitindo a edição e utilização de materiais gravados. Mesmo com este recurso, apenas na década de 1970, na TV Globo, é implantado o intervalo comercial nos programas. A partir da mudança para uma grade organizada e os intervalos – breaks – entre as partes dos programas, surge um novo modelos de negócios, em que as empresas criam anúncios publicitários junto às agências de publicidade e propaganda para veicular durante os breaks comerciais. De acordo com Rezende (2000) os blocos de intervalos definem como os telejornais são estruturados, já que vem acompanhado por vinhetas para identificá-los. Este modelo de negócio e estrutura de programa perdura até hoje, porém nos anos 90, com a chegada da internet, conforme descreve Mello (2009, p. 3), permitiu que os programas telejornalísticos disponibilizassem, aos poucos, o conteúdo diário dos telejornais em suas páginas na rede. Essa ação contribuiu para o aumento do fluxo de informações entre o público, que a cada dia está mais exigente com relação a se manter informado. MÉTODOS O método utilizado foi de caráter bibliográfico exploratório, estruturando a pesquisa com base nas obras sobre a história do jornalismo na televisão brasileira e como através dos anos criou-se

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um modelo de negócio que sustentasse esse formato. Analisando as características do formato jornalístico e o impacto de seu modelo de negócio passado e atual é possível apontar possíveis caminhos futuros desse gênero televisivo e sua sustentabilidade econômica. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com a televisão aumentando sua audiência, tornou-se interessante para as empresas participarem desse processo, o que culminou com os programas jornalísticos patrocinados com o conceito de branding, que duraram alguns anos. A partir da formatação da grade de programas e de blocos – com a introdução de breaks – mudaram as formas de patrocínio e exposição das marcas, assim como a entrada das agências de publicidade e propaganda no mercado. Este fato ajudou na criação e veiculação de breaks, tornando esse o modelo de negócios mais conhecido e utilizado no Brasil. Esse processo também trouxe imparcialidade comercial aos programas jornalísticos, os quais não mais estavam diretamente ligados a uma única empresa. CONCLUSÃO Com a implantação da Televisão Digital no Brasil, há a preocupação quanto ao formato que será utilizado nos programas jornalísticos, já que o formato tradicional não será tão eficaz, já que existe a facilidade e a diversidade do telespectador em assistir on demand e “pular” comerciais. Emissoras, pesquisadores e estudantes de comunicação têm a preocupação em como o mercado e também o programa será a partir desta nova era. Há quem aposte que o modelo de negócios a ser seguido seja parecido com o utilizado na internet, porém existem pesquisadores que acreditam que o modelo permanecerá o mesmo, já que a fórmula é considerada de sucesso. Não é possível afirma se o modelo de negócios mudará e se o padrão de programa ainda continuará o mesmo. Porém, para não correr risco, tanto o padrão comercial quanto do programa terão que evoluir juntos, para que não haja prejuízos financeiros e também informacionais. REFERÊNCIAS CURADO, O. A Notícia na TV: o dia a dia de quem faz telejornalismo. São Paulo: Alegro, 2002. LEAL FILHO, L. L. A TV Pública. In: BUCCI, E. (Org.). A TV aos 50: criticando a televisão brasileira no seu cinquentenário. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2000. p. 108-116. LORÊDO, J. Era uma vez... a televisão. São Paulo: Ed. Alegro, 2000. MELLO, J. N. Telejornalismo no Brasil. Faculdade Santa Amélia SECAL, 2009. Disponível em: . Acesso em: 22 jul. 2010.

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MATTOS, S. As fases do desenvolvimento da TV no Brasil. In:______. História da televisão brasileira: Uma visão econômica e política. 2. ed. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2002. p. 78-162. MELLO, J. N. Telejornalismo no Brasil. Faculdade Santa Amélia SECAL, 2009. Disponível em: . Acesso em: 22 jul. 2010. MOREIRA, R. Vendo a televisão a partir do cinema. In: BUCCI, E. (Org.). A TV aos 50: criticando a televisão brasileira no seu cinquentenário. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2000. p. 35-45. PATERNOSTRO, V. I. O Texto na TV: Manual de Telejornalismo. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1999. REZENDE, G. J. Telejornalismo no Brasil: um perfil editorial. São Paulo: Ed. Summus, 2000.

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SESSÃO DE COMUNICAÇÃO 4

XILOGRAVURA JAPONESA E O MOVIMENTO IMPRESSIONISTA: RELAÇÕES ENTRE A LEITURA E O FAZER ARTÍSTICO. Maria Claudia de Souza, Joedy Barros Marins, Solange Maria Leão INTRODUÇÃO Esta pesquisa tem como foco principal a linguagem artística denominada xilogravura, a qual consiste em talhar qualquer imagem sobre superfícies de madeira, ou, como feita atualmente, em MDF, por meio de instrumentos denominados goivas. Posteriormente as imagens são transferidas para papéis ou outro suporte apto, sendo a transferência da imagem executada de forma manual, ou por meio de uma prensa, tendo o processo intermediado por um tolo que contém a tinta a ser utilizada. A origem da xilogravura é chinesa, datada no século VI, existente durante a Idade Média no Ocidente. Logo após esse período surgiu à técnica chamada gravura de topo, criada por Thomas Bewick, na qual a gravação é feita com um instrumento chamado buril, sulcando o desenho sobre uma base de madeira que apresenta todas as fibras na mesma direção. Em meio ao século XVIII, houve a chegada na Europa das gravuras japonesas a cores, as quais vieram a influenciar sobremaneira o movimento impressionista, representando uma de suas principais características. OBJETIVOS O principal objetivo dessa pesquisa é fazer a abordagem sobre a xilogravura enquanto um assunto sobre o qual não há muita publicação. Para tanto, pretende-se uma investigação sobre sua origem, técnicas, principais artistas que a utilizam, e, destacadamente, sua influência sobre o

movimento

artístico

denominado

Impressionismo,

no

final

do

século

XIX.

MATERIAIS E MÉTODOS As xilogravuras monocromáticas estão sendo impressas em papéis de gramaturas diversas a partir

do

MDF

como

matriz,

gravadas

com

buril,

ponta

seca

e

estilete.

A utilização do MDF para a matriz se justifica pelo seu baixo custo e maciez, semelhante à madeira de cerejeira. Posteriormente, as xilogravuras passarão a ser gravadas sobre madeira. Os métodos de análise compreendem a pesquisa bibliográfica, baseando-se no livro Xilogravura,

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Arte e Técnica, de Anico Herskovits, o livro Japanese Woodblock Prints, em três volumes, de Edmond Goncourt e Mikhail Uspensky, o livro Impressionismo, de Meyer Shapiro, e o livro Impressionismo, de Ingo F. Walter. Além da pesquisa iconográfica, que consiste no estudo de imagens de gravuras japonesas e de obras impressionistas, relacionando-as, a produção plástica, enfatizando-se a produção de gravuras para maior compreensão da técnica e fruição artística. RESULTADOS E DISCUSSÕES Atualmente o trabalho está sendo desenvolvido mediante investigação teórica e prática. A investigação teórica deteve-se nos livros sobre xilogravura e seu processo completo. Dentro os já investigados destacam-se Xilogravura: Arte e Técnica, de Anico Herskovits e Impressionismo, dois volumes, de Ingo F. Walter. Os trabalhos plásticos estão sendo produzidos em MDF, para que seja possível alcançar níveis de desenvolvimento e prática que permitam uma maior compreensão da linguagem artística e elaboração de trabalhos futuros que envolvam outras possibilidades de expressão, partindo do estudo de como isso ocorreu durante o Impressionismo. CONCLUSÃO A investigação plástica tem grande importância durante a pesquisa, pois para compreender de forma íntegra a xilogravura japonesa é necessário que se entenda e se assimile detalhes de todo o processo. Porém, a parte teórica é a base fundamental para a construção da pesquisa. Buscando-se compreender a influência da xilogravura japonesa sobre o Impressionismo, como proximidade entre ocidente e oriente, conteúdos culturais tão diferentes, o exercício sobre o olhar de artistas como Van Gogh será favorecido. As proximidades dos conteúdos investigados contribuirão para um maior entendimento sobre o processo de criação, fazer artísticos tanto como produtor quanto como espectador. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS MARKS, Andreas. Japanese Woodlblock Prints: Artists, publishers, and selected masterworks 1680 – 1900. New York: Tuttle Publishing, 2010. ANICO, Hersokovits. Xilogravura: Arte e técnica. São Paulo: Pomar, 2005. WALTER, F. Ingo. Impressionismo. São Paulo, Taschen do Brasil, 2011. 2v. SHAPIRO, Meyer. Impressionismo. São Paulo, Cosac Naify, 2002. GONCOURT, Edmond, USPENSKY, Mikhail. Japanese Woodblock Prints: The Floating World. New York: Parkstone Press Uk, 2008. 3v.

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A DISCUSSÃO DE UMA NOVA FORMA DE ENTENDER RELAÇÕES PÚBLICAS ATRAVÉS DA TROCA DE EXPERIENCIAS NO ERERP Larissa Batista Dionísio dos Santos, Lemuel Simis Pilnik, Renato Vieira Belinelli INTRODUÇÃO A internet trouxe ao homem a possibilidade de interagir com indivíduos sem que a localização geográfica seja um fator limitante, fazendo com que as pessoas interajam umas com as outras de acordo com suas afinidades sem que os indivíduos necessariamente se conheçam pessoalmente. No âmbito das Relações Públicas, os profissionais desta área são multidisciplinares e polivalentes, e precisam ter uma visão global das coisas. Com o pósmodernismo, esta visão é mais dinâmica e cheia de controvérsias. Entretanto, o relações públicas é um profissional que tem como papel importante a responsabilidade de trabalhar conflitos (organização versus públicos de interesse - SIMÕES, 1995) O avanço tecnológico que configura a sociedade contemporânea traz consigo a exigência de trabalhadores que saibam não mais repetir tarefas numa linha de produção, mas "decodificar instruções e programar equipamentos digitalizados" (KUNSCH, 1997, p. 139). O profissional de Relações Públicas deve estar atento a todas estas transformações sociais que se configuram, lembrando que elas se aplicam a sua atividade onde quer que este atue. Para resumir, ele deve considerar que a globalização trouxe uma desterritorialização da economia, da informação, das relações sociais, mudando as noções de pertencimento e substituindo os territórios concretos por territórios na re MÉTODOS Através da constatação acima surge o Encontro Regional de Estudantes de Relações Públicas do Sudeste (ERERP) que tem por objetivo reunir estudantes da área das regiões Sul e Sudeste do Brasil de modo que, por meio do contato entre os alunos das diferentes universidades, sejam discutidos os diferentes vieses da profissão em meio a diálogos horizontais entre aluno, academia e mercado. Ou seja, o intuito é dar igual importância a tais grandes frentes no momento em que acontece o diálogo. Tudo isso, por sua vez, traz aos alunos olhares que sua universidade eventualmente não aprofunda por ter outras prioridades de foco em sua grade curricular. Idealizado por estudantes da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP), a primeira edição do evento aconteceu na cidade Bauru-SP em 2007 com o tema: “Quais Relações?“, as edições se seguiram nos anos posteriores nas cidades de Curitiba-PR (2008) que abordou a temática da “Multifuncionalidade do profissional de Relações Públicas”,

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Londrina-PR (2009) com o tema “Identidade Imagem e Reputação” e em Campinas-SP (2010) com o tema “Da Universidade ao Mercado de Trabalho”. No ano de 2012 o evento volta a acontecer em Bauru com a temática “Diálogos Horizontais”. Vale ressaltar que o primeiro evento, em Bauru, não só inspirou as outras edições da região como também foi responsável por uma conexão que resultou na criação do ERERP Nordeste que este ano acontece na cidade de São Luís - MA sendo a quarta edição que tem como tema “Diversas Faces e Ideias”. RESULTADOS E DISCUSSÃO A fim de projetar a melhor organização dos próximos ERERP’s na região sudeste, foram estabelecidas algumas diretrizes no ERERP Campinas, dentre elas as principais são: Planejamento participativo; Foco na interação entre os estudantes e Formação da mesa diretiva com formato horizontal e multiplicidade de pessoas. A partir destas diretrizes, foi feita uma reunião onde contruiu-se um mapa cognitivo no qual foram levantados os objetivos, as metas a serem alcançadas, as oportunidades, as dificuldades e as soluções para se resolver os problemas. Tudo isso feito a partir de um brainstorm coletivo da Comissão Organizadora, com aproximadamente 40 alunos da Universidade do Sagrado Coração (USC) e da Unesp. Dentre os principais pontos da discussão, destaca-se: a proposta de proporcionar a integração estudantil está ligada à ideia das trocas de experiências. Para isto planeja-se debater a grade de formação dos cursos de relações públicas das universidades, apresentação dos projetos de extensão em que os alunos das universidades participantes estão envolvidos, criação de um grupo de discussão online, desenvolvimento de atividades paralelas à programação oficial, levantar as demandas das demais universidades e auxiliá-las no que for preciso. A ideia da produção de conhecimento se faz de maneira colaborativa que por sua vez vai de encontro com a proposta da integração dos alunos, porém se difere por ter objetivos mais aprofundados, como produzir conhecimento e bases para a organização dos futuros ERERP’s através da teorização e difusão das diretrizes para as próximas comissões organizadoras. O último objetivo elencado foi o de consolidação do evento, objetivando a estruturação de um núcleo durável de delegados nas regiões do país para que se possibilite a construção de um encontro de abrangência nacional. A ideia basicamente é conseguir desenvolver ferramentas e processos que sirvam de padrão, mas que não sejam engessadas, para que as comissões possam desenvolver processos semelhantes na construção do ERERP.

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CONCLUSÃO A intenção do Encontro é a de promover a conexão entre os estudantes de Relações Públicas, buscando sanar dúvidas acerca dos limites de ação do profissional, em uma sociedade em que os públicos se reinventam cada vez mais, através das trocas de experiências que já acontecem na internet. É fundamental a existência de debates sobre a formação acadêmica e sua influencia nos diferentes modos de enxergar a do relações- públicas bem como as consequências de suas ações tanto na academia, quanto no mercado e na sociedade, além de despertar debates quanto a ética na profissão. REFERÊNCIAS KUNSCH, M. M. K. Relações públicas e modernidade : novos paradigmas na comunicação organizacional. São Paulo: Summus, 1997. SIMÕES, Roberto Porto. Relações Públicas: Função Política. 5. Ed. Ver. Ampl. – São Paulo: Summus, 1995.

GEPLLE – GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISA EM LINGUÍSTICA,LITERATURA E EDUCAÇÃO Iracema Afonso, Fernanda Villa, Juliana Baptista INTRODUÇÃO Fundado em 2008 pela professora Maria Angélica Martins, o GEPLLE - Grupo de estudos em Linguística, Literatura e Educação tem o objetivo de contemplar alunos de licenciaturas em geral, e Pedagogia e Letras em particular, no sentido de ampliar sua visão acerca das novas abordagens pedagógicas para o ensino de Língua Portuguesa, com base em textos que analisem desde a aquisição da linguagem, até as recentes teorias do discurso, ampliando os conteúdos no âmbito da Lingüística, da Literatura e da Educação, em uma perspectiva interdisciplinar, envolvendo a Filosofia da Educação, a Sociologia da Educação e a Psicologia da Educação. O grupo busca desenvolver a capacidade de análise da narrativa dos alunos, para que observem elementos pertinentes ao universo da criança, em uma abordagem sociológica e psico-pedagógica, com ênfase nos referenciais que dialoguem com o desenvolvimento do raciocínio cognitivo, com vistas a sua ampliação, a partir do estudo de textos infantis como os contos de fadas e a fábulas. Além de ampliar a capacidade de análise da narrativa de alunos de licenciaturas, tanto no tocante ao conteúdo, quanto aos aspectos relativos à produção textual, visando sua atuação em sala de aula como docentes, colaborando para o desenvolvimento

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intelectual e ético das crianças, bem como para incrementar sua capacidade de produzir textos coesos e coerentes. MÉTODOS O GEPLLE se utiliza do método indutivo e abordagem dialética para a elaboração de artigos os quais associa as teorias estudadas nas reuniões e objetos de estudo escolhidos pelos alunos. RESULTADOS E DISCUSSÃO O GEPPLE é responsável pelo Colóquio de Educação e Mídia, realizado anualmente no mês de outubro. No ano de 2010 publicou o livro “Educação, Mídia e Cognição” e, em 2011, o livro “O Mito e suas repercussões no Cinema e na Literatura”, divulgando análises desenvolvidas pelo grupo nos anos de 2009 e 2010, nas quais foram abordadas a origem dos mitos, seu papel para os povos primitivos, o esclarecimento e a manutenção dos valores desenvolvidos pela tribo, bem como o papel do herói como modelo determinante para o estabelecimento de valores. A aproximação com a internet propiciou a facilidade de pesquisa; por outro, também motivou a superficialidade, a incapacidade de explorar um tema em profundidade e o afastamento da norma culta. E diante da dificuldade de encontrar contos clássicos destinados à literatura infantil e versões próximas das originais o grupo criou o projeto Encontro com as Fadas, que resultará em um site para fins de pesquisa onde serão trabalhados inicialmente os Contos de Perrault. Além deste possui outros dois projetos em andamento: Formação de Cidadãos e Profissionais do Futuro, Contos e Lendas de Lá e de Cá. CONCLUSÃO O GEPPLE promove para os alunos um estudo aprofundado em mitos, teorias do discurso e temas dentro da linguística e literatura de forma geral, faz amplo uso de outras áreas de conhecimento como sociologia e psicologia (estudo de Carl Jung, por exemplo) e já terá o terceiro livro publicado. E, além da parte teórica, o grupo também tem um papel social muito importante ao levar os contos de fada, tanto por meio de contadores de história nas escolas, quanto pelo programa da rádio e em breve pela plataforma online de contos do Perrault, para crianças que, de outra forma, não teriam contato com a norma culta da língua, nem com a fantasia.

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REFERÊNCIAS COELHO, N. N. – O Conto De Fadas. São Paulo: Ática, 1991 ELIADE, M. – Myth and Reality. Nova Iorque:Harper & Row, 1963 BARROS, D.L.P; FIORIN, J.L – Dialogismo, Polifonia, Intertextualidade em torno de Bakhtin. São Paulo: EdUSP, 1994 JUNG, C.G – The Man and His Symbols. Londres: Aldus Books Limited, 1964 CAMPBELL, J - O Herói de Mil Faces. São Paulo: Cultrix, 1992 CAMPBELL, J. – O Poder do Mito. São Paulo: Palas Athena, 2011

ECOANDO – INFORMAÇÃO PELA SUSTENTABILIDADE Ana Laura Mosquera de Moraes, Paula Pinto Monezzi INTRODUÇÃO O Ecoando é um programa radiofônico jornalístico, com enfoque em meio ambiente e sustentabilidade, transmitido pela Rádio UNESP FM – 105,7. Com três anos de veiculação na Rádio UNESP FM, o programa vai ao ar todos os sábado, às 12h45. O programa soma 15 minutos, divididos entre uma reportagem especial e notas sobre as principais notícias da semana. Atualmente, a equipe conta com duas editoras (Ana Laura Mosquera- chefe; Paula Monezzi – adjunta), três locutores (Bárbara Belan, Jéssica Godoy e Luís Morais) e cinco repórteres (Ana Lígia Corrêa, Bianca Barbis, Gabriela Lima e Keytyane Medeiros), além do produtor Fábio Fleury, que coordena a gravação e edita o áudio. MÉTODOS Os alunos envolvidos com o programa participam da escolha do tema, que será desenvolvido na reportagem especial, além de executarem as seguintes tarefas: Produção de matérias para o veículo radiofônico; Entrevistas com fontes relacionadas aos assuntos; Edição de sonoras e textos para rádio; Locução de boletins e condução de entrevistas ao vivo; Locução do programa radiofônico. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os alunos de jornalismo que participam do programa entram em contato com importantes temas relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade, apuram fatos, realizam entrevistas, aprendem a redigir matérias para o veículo radiofônico, desenvolvem pensamentos e ideias críticas, trabalham com problemáticas sobre o tema e propõem soluções, discussões, debates e reflexão. Os locutores têm oportunidade de treinar e aprimorar a locução num ambiente 61

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profissional, tendo contato com equipamentos e equipes profissionais de produção jornalística para rádio. CONCLUSÃO O programa radiofônico preenche uma lacuna deixada pela mídia convencional ao abordar temas relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade – assunto de extrema importância, mas pouco trabalhado pelas mídias atuais. Por focar em um assunto a cada programa, tem-se a oportunidade de explorar diversas facetas do tema proposto para que os ouvintes, além de se informarem sobre as notícias recentes, possam conhecer o tema mais a fundo, possibilitando assim um melhor entendimento e um posicionamento como cidadão. REFERÊNCIAS Bom Dia Bauru – página online do Jornal Bom Dia. Disponível em http://www.bomdiabauru.com.br/. Acesso em 23/05/2012. Envolverde – Notícias sobre Sustentabilidade no Brasil e no Mundo. Disponível em http://www.bomdiabauru.com.br/. Acesso em 23/05/2012. Estado de S. Paulo – versão online do jornal “Estadão” – editoria Planeta. Disponível em http://www.estadao.com.br/planeta/. Acesso em 23/05/2012. Flora Tietê – Associação de Recuperação Florestal. Disponível em http://www.floratiete.com.br/. Acesso em 23/05/2012. Folha Online – versão online do jornal Folha de São Paulo – Disponível em http://www.folha.uol.com.br/. Acesso em 23/05/2012. Greenpeace – ONG internacional de defesa do meio ambiente. Disponível em http://www.greenpeace.org/brasil/pt/. Acesso em 23/05/2012. Instituto Ambiental Vidágua – ONG de Bauru. Disponível em http://www.vidagua.org.br/. Acesso em 20/05/2012. Jornal da Cidade de Bauru – página online do Jornal da Cidade de Bauru – Bauru e região. Disponível em http://www.jcnet.com.br/. Acesso em 24/05/2012. Jornal da Ciência – Órgão da Sociedade para o Progresso da Ciência. Disponível em http://www.jornaldaciencia.org.br. Acesso em 23/05/2012. Mercado Ético – Sua Plataforma Global para sustentabilidade. Disponível em http://www.mercadoetico.terra.com.br. Acesso em 24/05/2012. Planeta Sustentável – Página online sobre sustentabilidade da Editora Abril. Disponível em http://www.planetasustentavel.abril.com.br. Acesso em 24/05/2012. Quintal – Ideias para um mundo melhor. Disponível em http://www.nossoquintal.org. Acesso em 24/05/2012. Revista Sustentabilidade – Inovação para uma economia verde. Disponível em http//www.revistasustentabilidade.com.br. Acesso em 23/05/2012. Secretaria do Meio Ambiente de Bauru. Disponível em http://www.bauru.sp.gov.br/secretarias/sec_meioambiente/sec_meioambiente.aspx?sec=71. Acesso em 23/05/2012. Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo. Disponível em http://www.ambiente.sp.gov.br/. Acesso em 23/05/2012.

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SOS Cerrado – Lutando pela Preservação do Cerrado. Disponível em http://www.soscerradobauru.com/. Acesso em 23/05/2012. SOS Mata Atlântica. Disponível em http://www.sosmatatlantica.org.br/. Acesso em 23/05/2012. WWF – World Wildlife Fund. Disponível em http://www.wwf.org.br/. Acesso em 23/05/2012.

UM CORPO TATEANDO PRESENTES-PASSADOS: A RELAÇÃO ÓPTICO-HÁPTICO NUMA EXPERIMENTAÇÃO EM VIDEOARTE Amilton Leonardo dos Santos; Rosa Maria Araújo Simões

INTRODUÇÃO O presente resumo tem como objetivo descrever o processo de produção de uma videoarte realizada na disciplina Artes Corporais (Educação Artística – Artes Plásticas da Unesp/ Bauru). Durante as aulas nos foram propostas reflexões sobre a relação entre o corpo nas artes e as artes do corpo, levantando-se questões como: é necessária uma distinção entre corporal e visual? Ver não é um ato corpóreo? Pautado em Baitelo (2005) que discute a questão do corpo presente e sua relação com a imagem e, em Brum (2008) que apresenta a cartografia do sensível proposta por Giuliana Bruno, a qual discorre, por sua vez, a respeito do conceito ópticoháptico sendo, o óptico tudo que podemos ver e, o háptico, o que podemos tocar, tal termo “deriva do senso do toque e significa a habilidade para ter um toque com alguma coisa, [...] remete a uma função da pele, ao contato entre nós e o ambiente, distendendo a corporeidade nessa sensação do movimento no espaço” (BRUNO in BRUM, 2008). Para explorar a efemeridade subjacente às artes do corpo, pautamo-nos em BOURGEOIS (2000) que discorre sobre a imagem e a ação, e também relata a dificuldade do homem contemporâneo em permanecer concentrado no instante presente. A partir daí, uma pergunta foi feita à sala: O que significa presente para você? Surgiram várias respostas, entre elas: presente-tempo, presenteresposta à chamada feita em classe, presente-ausente (quando alguém se lembra de mim, mesmo eu estando longe); presente-embrulho com laço; presente que se ganha; presente que se dá, pré-sente. Apresentados os diferentes significados para a palavra presente surgiu a proposta de criar um vídeo que explorasse, ao utilizar a câmera de vídeo, o olhar tátil, o movimento do corpo e sua relação com as imagens de lugares que nos remetessem às nossas lembranças. Enfim, nossa intenção foi criar um vídeo que mesclasse o movimento do corpo em um ambiente que remetesse ao passado, a algo que não fosse exatamente o tempo presente e, ao mesmo tempo, que fosse presente, concentrado. O vídeo possui cenas realizadas em

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decorrência do movimento de um corpo tateante, sinestésico-cinestésico, foi uma tentativa de mesclar uma paisagem interior, íntima e pessoal com uma paisagem exterior, o local filmado.

MÉTODOS A primeira intenção foi fazer o vídeo em uma cena só, sem cortes para que assim as mudanças de cenas fossem realizadas em decorrência do movimento do corpo ao segurar a câmera. Para re-apresentar o passado, buscamos cenas de um tempo ido, em um ambiente onde passamos grande parte da nossa infância: neste caso, o Horto Florestal de Bauru. Lá ocorriam brincadeiras em grupo que proporcionavam momentos de entretenimento e contato com várias pessoas, adultos e crianças. Na produção do vídeo foi utilizada uma câmera sem funções profissionais. A intenção de realizar um vídeo sem cortes, com toda a narrativa em uma seqüência só foi também para tentar fugir de uma expressão formal, impessoal.

RESULTADOS O resultado foi uma videoarte de aproximadamente seis minutos e se inicia e finaliza com a apresentação de algumas fotos do Horto Florestal de Bauru. O vídeo apresenta cenas com a câmera livre, fluente, explorando várias perspectivas e buscando o efeito cinema (PIZARRO NORONHA, 2008) que garante o cruzamento das fronteiras entre arte e comunicação. As cenas também apresentam um aspecto puído, como se fossem gastas pelo tempo, como se fizessem parte de um cenário onírico, quase sem cor, esfumaçado. As imagens acompanham o ritmo da música Threads do grupo Portishead, uma banda britânica de trip hop. A letra da música representa o não estar no presente, o estar perdendo o próprio corpo, nota-se isso no seguinte trecho traduzido do inglês: “Estou desgastado, cansado da minha mente. Estou cansado, pensando em por que. Estou sempre tão incerto. Por que não estou em tudo o que eu tenho? Onde eu vou?” O vídeo explora esse ambiente imagético, quase delirante. Tenta ainda salientar a dificuldade do homem contemporâneo em viver no presente.

DISCUSSÃO O vídeo nos trás a seguinte questão: É necessária uma distinção entre corporal e visual? Ver não é um ato corpóreo? A imagem é uma forma de eternizar o presente ou a imagem oferece um sem número de vias de escape e fuga do presente? Não estaríamos perdendo aos poucos a sensação do próprio corpo, o espaço do eu, ao nos relacionar com imagens que sempre querem

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nos convencer, vender algo e não nos levam ao questionar, ao analisar, ao apreciar, ao experimentar com o próprio corpo?

CONCLUSÃO O vídeo se expressa de forma intimista, quase visceral. Não tem uma edição formal e busca se expressar em uma linguagem artística, onírica, pessoal. Não tenta convencer, nem impor conceitos prontos, o vídeo é antes de tudo uma pergunta, é uma inquietação sobre a capacidade das imagens em gerar experiências corporais, e interferir na existência de quem a produz, interage e/ou, aprecia.

REFERÊNCIAS BAITELO, Norval. A era da iconofagia: ensaios de comunicação e cultura. São Paulo. Hacker editores. 2005. BOURGEOIS, Louise. Destruição do pai, reconstrução do pai. Escritos e entrevistas 1923 – 1997. São Paulo. Cosac Naify. 2000. BRUM, Rosemary F. Uma cartografia sensível: Giuliana Bruno. In: PESAVENTO, S. [et. al.]. Sensibilidades e sociabilidades: perspectivas de pesquisas. Goiânia: Ed. UCG, 2008. PIZARRO NORONHA, Marcio. Audiovisual e performance: conceitos paradigmáticos da arte contemporânea. In: Revista Universitária do Audiovisual, São Carlos/SP, 2008. Universidade Federal de São Carlos (pp. 1 – 9)

A ARTE DE NARRAR A VIDA E A DISPUTA DA ATENÇÃO DA AUDIÊNCIA: O STORYTELLING E TRANSTORYTELLING MIDIADOS Adenil Alfeu Domingos INTRODUÇÃO Vivemos a era da meta-história de vida fabricada na mídia, por meio das novas tecnologias e narrada como storytelling persuasivo e produto à venda. A atenção da audiência é conseguida, quando se tem uma boa história para contar. Esse tem sido o novo modo de ganhar uma concorrência na mídia. Nessa era que se iniciou com o consumismo, tudo virou produto à venda e entre eles as histórias de vida. A atenção da audiência é um produto em disputa no mercado, conforme ADLER e FIRESTONE (2002), pois os apelos da concorrência exigem o aguçar da emoção e da interatividade. SALMON (2007), em seu livro sobre storytelling, demonstrou como a Política atual, não é mais o discurso do possível, mas a arte de ficção. BAUDRILLARD (1991, p.13) assegura que o ato de simular, já não é a simulação de um território, de um ser

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referencial, de uma substância, mas sim, a geração, pelos modelos, de um real sem origem nem realidade: um “hiper-real”. A publicidade conta uma história de vida de um herói cujo objeto de uso para conquistar prazeres e vitórias é mostrado como hiper-real. Se a comunidade do iluminismo era baseada na verdade do factual ou da realidade, a sociedade atual vive a era de uma fantasia persuasiva em que se perdem os limites entre o real e a fantasia. Anunciantes, políticos e todas as formas de demagogia estão na sociedade, atuando concretamente sobre tudo, por meio de signos virtuais. Pensadores se conscientizam, hoje, que o nominalismo cega: cf PEIRCE (,1972; W 2: 781, 1871) assegura : “o nominalista, ao isolar a sua realidade tão completamente da influência mental como tem feito, fez dela uma coisa que a mente não pode conceber; ele criou a tão falada “não-proporção entre a mente e a coisa em si” ; BARTHES (1977) entendeu que “a língua é, além de tudo, fascista: mais que impedir que se fale algo, ela "obriga". Por isso, é fácil fazer da palavra ópio ideológico. O storytelling narra o lado da perfeição dos objetos construídos nos discursos ideológicos de propagandas e publicidades e escondem os defeitos dos objetos oferecidos. O discurso político vende um candidato como ser de vida ilibada e perfeita. Eles não tratam mais de mudar o mundo, mas afetar a forma como ele deve ser percebido em relação a vida do candidato, ou seja, tudo é apenas representação fantasiosa. Produtos à venda são fetiches como passaporte ou “varinhas de condão”. Desse modo, o homem passou a viver em um ciberpalco, enredado na internet, desempenhando ali, mais do que diferentes papéis sociais (pai, filho, pastor, professor etc) que já exigem mudança de atitude e até de modo de fala, para criar uma vida paralela como metarealidade virtual. MCLUHAM (1969 - cf. http://socialbusk.wordpress.com/2011/10/31/%E2%80%9Co-meio-e-amensagem%E2%80%9D-mcluhan ), assegura que “o meio é a mensagem” e que, atualmente, o público assumiu um novo papel, devido à própria simultaneidade da informação e da programação eletrônica, em que não existem mais propriamente espectadores, pois todo mundo faz parte do elenco humano. Até os debates da ciência moderna têm se valido mais da versão do que propriamente o fato em si. Nesse sentido, tão (ou mais) importante que o enunciado (o que é dito, o que é comunicado), é a forma da enunciação (como se comunica o que se comunica). Assim, o homem vai deixando um certo antropocentrismo para se envolver em um tecnocentrismo. É nesse sentido que podemos entender quando McLuham diz que o meio é a mensagem, pois o homem antes de ser criador é uma criatura.

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MÉTODO: Foi preciso dividir o problema em partes menores, narrativas, mídia, disputa da atenção, a vida virtual, novas tecnologias etc - examinando-as e indo dessas partes mais simples para as mais complexas, a fim de chegar à compreensão da totalidade do problema, na sociedade atual, onde os signos analógicos ou virtuais, são tomados como realidade. O princípio metodológico ora usado, portanto, é indutivo-dedutivo, já que pela indução o problema é visto quando se parte da observação, verifica, experimenta e raciocina sobre o que foi selecionado, a fim de constituir um pensamento científico; a dedução, por sua vez, parte desse momento de razão, para depois, passar para pela observação, verificação e experimentação. Para tanto, a teoria de base será a semiótica ou lógica de Peirce DISCUSSÃO E RESULTADO Discute-se aqui como o representante e o representado no signo são confundidos como sendo um mesmo e único objeto na atual era cíbrida. Desse modo, pretende-se demonstrar como os limites até então mais estanques entre dicotomias como real/virtual, interior/exterior, subjetivo/objetivo, natural/cultural, visível/inteligível, material/espiritual perderem sua rigidez, com as novas tecnologias que demonstram a chegada do homem da era do chip. CONCLUSÃO: Na verdade, não se trata de ter uma conclusão definitiva sobre o problema da representação; como processo semiótico que é, já que se entende que todo objeto é um signo e todo signo é um objeto, que se impõem à mente como representantes e não como realidades, já que pensamentos são produtos sígnicos em semiose infinita, sem verdades absolutas. REFERÊNCIAS: ADLER, Richard.; FIRESTONE, Charles. A conquista da atenção: a publicidade e as novas formas de comunicação. São Paulo: Nobel, 2002 BARTHES, R. Aula. São Paulo, Cultrix. 11a. ed., 1991; BAUDRILLARD, J. Simulacros e Simulações. Relógio D’Água, 1991 MCLUHAN, M. São Paulo: O meio é a mensagem. Ed. Record, 1969 PEIRCE C.S. Writings of Charles S. Peirce: A Chronological Edition, editado por FISCH, Max et al. Bloomington: Indiana University Press, 1982-.

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A RETORICA DA ARTE NO MEIO PUBLICITÁRIO. Adriana Maschio, Sônia de Brito INTRODUÇÃO Nosso trabalho tem como objetivo, estudar anúncios publicitários os quais recorrem às artes plásticas, a fim de divulgar, promover ou reforçar a identidade de sua marca. Assim, investigar a retórica da arte e sedução, aliada ao desejo e ao consumo de peças publicitárias, cuja fusão envolve artes, propaganda e publicidade. O termo propaganda e publicidade segundo Maranhão (1988) referem- se à propagação de fé, devido à propaganda ‘Fidei’ da igreja católica de 1622. E nos dicionários modernos significa condutor de um determinado objetivo ou ideia. A fim de reforçar sua credibilidade e fé em seu discurso a propaganda utiliza também meios artísticos, que é um discurso retórico, sendo vista como instrumento de persuasão. De forma que a propaganda e a retórica são identificadas como meia verdade. Segundo o autor a criação artística, determina a credibilidade de um discurso retórico, em forma de bem dito sendo encantador e atraente. Por fim pretendemos estudar as obras e anúncios, que utilizam as obras de artes e aplicar a Metodologia Triangular de (BARBOSA, 1996) OBJETIVOS Investigar estudos de imagens, retórica da arte e sedução aliada ao desejo e ao consumo de peças publicitárias, cuja fusão envolve artes, propaganda e publicidade. Estudar obras de artes usadas como estratégias publicitárias. MATERIAIS E MÉTODOS Os materiais utilizados neste projeto foram consulta bibliográficas, dissertações de mestrado, sites e imagens da internet. Para a realização do nosso trabalho será utilizado o método hipotético dedutivo, partindo do geral para o particular.

Assim, pretendemos investigar a

publicidade e seus recursos de sedução, que dizem respeito às pinturas utilizadas pela publicidade, baseado em nosso referencial teórico. RESULTADOS E DISCUSSÃO Barbosa (1996) identifica que 82 % de nossa aprendizagem informal são através da imagem e 55% é feita inconscientemente. Portanto, a autora apresenta que sem conhecimento de arte e

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história não é possível obter uma consciência de identidade nacional. De modo que a obra de Sandro Botticelli ‘O nascimento de Vênus’ segundo Gombrich (1999) representa um mito clássico, devido surgir do mar em uma concha. Assim, aproveitando a obra de Sandro Botticelli o site Worth1000 destinado a concursos criativos, teve como objetivo promover uma competição, cuja função era transformar obras de artes em peças publicitárias. De modo, que a obra de Botticelli é usada para fazer a propaganda da ‘Victoria Secret’, observando que a obra esta diferente da original, devido Vênus estar vestida de lingerie, de forma que a obra começa a fazer parte de uma sociedade de consumo. A segunda propaganda utiliza o quadro de Mona Lisa de Leonardo da Vinci, segundo Gombrich o artista cria a síntese da criação e do criado, a mulher o eterno enigma, o eterno ideal do homem e o signo da beleza. Observa-se que a propaganda do Bom Bril ao rever Mona Lisa, tem como anuncio a frase Mon Bijou: ‘deixa sua roupa uma perfeita obra prima’. Maranhão (1988) Observa que a utilização da arte é uma tática para a eficácia da retórica no discurso, independente de que índole for. Assim tal expressão enfatiza que a dona de casa poderia ser a Mona Lisa do lar. CONCLUSÕES Ao estudar a metodologia Triangular de Barbosa (1996) foi possível constatar a possibilidade de aplicação do referido método na ‘corpus’ escolhido. E segundo a autora Barbosa (1996) a arte é indispensável para o crescimento de uma criança, auxiliando no seu desenvolvimento psicomotor e visual. Processos estes, essenciais para sua alfabetização. Conforme o desenvolvimento será necessário buscar fundamentação teórica em outros autores. REFERÊNCIA: BARBOSA, Ana Mae (org). Arte/Educação Contemporânea, 2.ed.São Paulo: Cortez, 2008. BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da Arte, 2.ed.São Paulo: Perspectiva S.A, 1996. FONTES, Martins, 1000 Obras- Primas da Pintura, São Paulo: wmfmartinsfontes, 2007. GOMBRICH. Ernst Hans. A história da Arte, 16.ed.Rio de Janeiro:LTC, 1999. MARANHÃO, Jorge. A arte da publicidade, estética, critica e Kitsch. Campinas: Papirus, 1988. SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LÚCIO, Pilar Baptista. Metodologia de Pesquisa. São Paulo: Mc Graw,2006. BARBOSA,Ana Mae.( In Elisa Muniz Barretto de Carvalho). A proposta triangular para o ensino de arte: concepções e praticas de estudantes- professores/as.Dissertação ( Mestrado em Ed)Universidade de Uberada-MG, Disponível em: Acesso em:23 jun.2011 Personagem da Bom Bril, Criação W/Brasil, Itaú cultural. Disponível a partir de: Acesso em: 24 jun.2011. Worth1000. Photo Effects Concursos. Disponível em: Acesso em: 24 jun. 2011. 69

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A REGULAÇÃO DA PROPRIEDADE IMATERIAL NA CONSTITUINTE DE 87/88: DIREITO À COMUNICAÇÃO, DIREITOS FUNDAMENTAIS E ECONÔMICOS Carlo José Napolitano INTRODUÇÃO A presente comunicação é resultado de pesquisa com idêntico título que partiu de alguns pressupostos: que o direito à comunicação é composto por um conjunto de direitos isolados que reunidos se transformam naquele; que um desses direitos é a propriedade imaterial (direitos autorais, direito da propriedade industrial, direitos sobre os programas de computadores); que esses direitos estão previstos e garantidos na constituição brasileira de 88, como direitos fundamentais; que a constituição tem nítido caráter substancial, programática, dirigente, tendo em vista que ela estipula inúmeras finalidades, objetivos e valores que o Estado e a sociedade brasileira devem concretizar ou pelo menos almejar; que um desses valores substantivos almejados no processo constituinte foi o direito à comunicação. A pesquisa considera que a regulação constitucional desses direitos garante o acesso à cultura, à educação e à informação, direitos fundamentais do cidadão, no entanto, também configuram normativas de grande conotação econômica, em especial, nesse período de terceira revolução industrial (ASCENSÃO, 2008, p. 22), conhecido por sociedade da informação. Diante disso, a informação, na modernidade, passa a ter caráter de mercadoria - econômica e política – transformando-se em instrumento de poder (GRAU, 2003, p. 114). A compreensão dos direitos de propriedade imaterial, simultaneamente, como mercadoria e como direitos fundamentais pode, potencialmente, gerar um conflito de interesses, o que, por hipótese, acarretou grandes discussões e debates na sua regulação constitucional. A partir das considerações apresentadas, o projeto objetivou verificar e interpretar, na perspectiva dogmática e histórica, a regulação constitucional dos direitos relativos à propriedade imaterial durante o processo constituinte de 87/88, no intuito de averiguar eventual choque de interesses econômicos e sociais na produção desses direitos. A hipótese da pesquisa era de que prevaleceu, ao final dos debates constituintes, a concepção desses direitos como direitos econômicos em detrimento a sua compreensão como direitos fundamentais.

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MÉTODOS Para se alcançar o objetivo proposto foram pesquisadas nos Diários do Congresso Nacional as propostas e as discussões dos constituintes acerca da regulação dos direitos de propriedade imaterial, interpretando-se essa regulação constitucional. Para dar razão à pesquisa e devido à imensidão de informações contidas nos Diários, optou-se por fazer uma pesquisa através de palavras-chave relacionadas à temática da investigação. Com isso, decidiu-se pesquisar os DCN através das seguintes palavras-chave: direito autoral, direito de autor, propriedade intelectual, propriedade imaterial, propriedade industrial, marcas e patentes. Após a localização das palavras-chaves procedeu-se a leitura integral das propostas e debates referentes aos assuntos indicados. RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa por palavras-chave chegou aos seguintes resultados: em plenário ocorreram apenas duas menções expressas sobre “direito autoral”, duas sobre “propriedade intelectual”, cinco sobre “propriedade industrial”, o mesmo número para “patentes” e “marcas”; nas atas da comissão da ordem econômica, o número de menções foi ainda menor, houve apenas uma menção cada para os temas “propriedade industrial”, “patentes” e “marcas”; nas atas da comissão da soberania e dos direitos e garantias do homem e da mulher o resultado foi duas menções para a temática “direito de autor” e uma menção para os demais itens pesquisados. A baixa incidência de argumentos relacionados aos direitos de autor (direito autoral e direito de autor) em detrimento a maior quantidade de aparição de argumentos relacionados aos direitos da propriedade industrial (direito industrial, patentes e marcas) pode indicar que o legislador constituinte deu maior atenção a esses direitos do que aqueles. No que diz respeito aos direitos da propriedade industrial talvez a chave explicativa para a maior menção e atenção dos constituintes a esse assunto se deva ao fato de que esses direitos representam grande potencial e valor econômico. CONCLUSÃO A hipótese da pesquisa de que os direitos de propriedade imaterial representam ambivalência de tratamento restou confirmada. Reconhece-se que houve grande preocupação dos constituintes em garantir o acesso à informação e à cultura, direitos fundamentais do cidadão, no entanto, tendo em vista a dimensão econômica que esses direitos representam, pode-se concluir que foi

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essa a natureza atribuída pelos constituintes a esses direitos. Esse choque de interesses foi debatido durante todo o processo constituinte, não com a intensidade que se imaginava, pois, conforme ficou comprovado pela pesquisa quantitativa, o tema da propriedade imaterial despertou pouco interesse dos constituintes, pois, na época, não se dava tanta importância ao assunto, bem como, foram outros temas que nortearam, com mais vigor, os debates constituintes, como, por exemplo, a definição jurídica da organização do Estado. No entanto, quando a temática foi debatida ficou comprovado que a regulação jurídica constitucional desses direitos representa a influência exercida pela pressão do poder econômico, evidenciando que tais direitos reproduzem esses valores em detrimento dos direitos fundamentais. REFERÊNCIAS ASCENSÃO, José de Oliveira. O direito de autor e a internete. Em particular as recentes orientações da comunidade europeia. In: ____. Direito da sociedade da informação. Coimbra: Coimbra Ed., 2008a. BRASIL. Diários do Congresso Nacional. Disponível em: . Acesso em: várias datas. GRAU, Eros Roberto. Direito posto e pressuposto. 5 ed. São Paulo: Malheiros, 2003.

PROJETO DE MODELAGEM EM 3D DO MUSEU FERROVIÁRIO REGIONAL DE BAURU Carlo Felipe Mello de Figueiredo, Guiomar Josefina Biondo INTRODUÇÃO Sabemos que as novas tecnologias geram inúmeras possibilidades de aproximação do leitor com os objetos, artefatos, conteúdos artísticos e culturais. Oferecendo aos leitores uma rede de possibilidades quando do seu acesso. Podendo dialogar o presente com o passado de modo a construir múltiplos sentidos e facilitando a cultura visual presente. Por essa razão e percebendo a necessidade da comunidade especialmente a acadêmica de conhecer parte da cultura bauruense decidiu-se realizar uma pesquisa com uso das novas tecnologias criando uma área virtual, de modelagem em 3D, devido a seu grande poder de entretenimento.

METODOLOGIA

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Tal pesquisa foi realizada no Museu Histórico Ferroviário de Bauru, pela sua importância histórica, econômica, mostrando as riquezas da região paulista e noroeste do Estado de São Paulo, não deixando de simbolizar as conquistas dos colonizadores. Inicialmente foi realizada uma pesquisa de campo com visitas periódicas ao museu e através de fotos: dos objetos, maquinários, aparelhos; da planta arquitetônica do espaço e entrevistas com funcionário do local, possibilitou catalogar, selecionar e organizar todo o material e com todos esses dados criar um através do Sofware Blender um produto, cujo objetivo é possibilitar o aluno e a comunidade geral interagir com o Museu de modo a resgatar através dos objeto e máquinas ali existentes a história da Ferrovia como patrimônio cultural.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos resultados obtidos tem-se a criação de um espaço virtual que será disponibilizado para as escolas e fará parte do acervo do museu para possível acesso aos visitantes.

CONCLUSÃO Finalmente o produto dessa pesquisa ira ser disponível no site do próprio Museu Ferroviário Regional de Bauru, que poderá ser usado para trabalhos didáticos e de pesquisa e até mesmo de forma lúdica, construindo o conhecimento a partir de um olhar contemporâneo.

REFERÊNCIAS COSTA, Cristina. Educação, Imagem, e Mídia. S. Paulo: Ed. Cortez. FALAVIGNA, Maurício. Inclusão digital, vivências brasileiras. S. Paulo: Instituto de Projetos e Pesquisas Sociais e Tecnologicas, 2011.

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SESSÃO DE COMUNICAÇÃO 5

TERRITÓRIO CRIATIVO, ARRANJOS PRODUTIVOS E MENSURAÇÃO DA ECONOMIA NA CADEIA DE PRODUÇÃO CULTURAL: DESAFIOS PARA AS CIDADES CRIATIVAS Juarez Tadeu de Paula Xavier, Giovanna Preti, Maria Eduarda Gomes, Sólon Barbosa Veloso Neto INTRODUÇÃO: Os territórios criativos – compostos por arranjos produtivos locais de cultura (APLC)– são plataformas de comunicação e de inclusão à cidadania, quando as gestões dos projetos culturais são alimentadas pela ecologia funcional da economia criativa. Essa modalidade econômica tem quatro componentes organizacionais: artes, mídias, patrimônio histórico e aspectos técnicos funcionais, como a arquitetura e o desenvolvimento de games. A pesquisa nesses territórios criativos e a organização georrefenciada dos seus dados [mapeamento dos arranjos produtivos de cultural, identificação das cadeias produtivas culturais, definição da anatomia dos ateliês criativos, identificação dos recursos materiais e imateriais para a fruição de cultura, perfil dos criativos que formam as conexões dessas cadeias criativas] desenham chassis informados, que permitiram a elaboração de políticas públicas inclusivas e reversivas, no campo da cultura [processos, formação de agentes, e recursos tangíveis e intangíveis criativos]. Esse é o objetivo do Núcleo de Estudos e Observação em Economia Criativa (NEOCRIATIVA), para iniciar a identificação e mapeamento dos Indicadores Econômicos de Cultura (INDECULT), na cidade criativa [território de produção e criação cultural], dentro do município de Bauru. Nesse processo serão considerados as formas de produção, distribuição e consumo de bens culturais, serviços e processos culturais, promovidos pelos setores criativos da cidade e seus agentes criativos, públicos e privados. MÉTODOS: O projeto de identificação do território criativo da cidade está dividido em três fases: consolidação conceitual, definição dos mecanismos de capturação de dados e informações e organização do mapeamento georeferenciado das cadeias produtivas de cultura da cidade. O conceito de economia criativa é um episteme em construção. Grupos de pesquisa,

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pesquisadores, produtores e gestores de projetos culturais contribuem para a solidez de uma ideia que articulação economia, cultura e tecnologia, para a inovação de produtos, processos e serviços culturais. A consolidação de uma ideia que se adeque ao universo cultural brasileiro – multiculturalidade e policulturalidade – e às características da cidade de Bauru são fundamentais para o êxito do projeto. Dessa consolidação, emergirão os mecanismos para a capturação dos dados e informações necessárias ao mapeamento: planilhas de informações, entrevistas – presenciais e mediadas por plataformas digitais -, e definição de métricas para a mensuração dos dados. A distribuição desses dados georeferenciados indicará os territórios criativos, seus arranjos produtivos culturais, suas cadeias criativas, seus ateliês de produção cultural, seus agentes criativos, suas cadeias de geração de renda e emprego e seus valores culturais, base para a elaboração de políticas públicas institucionais para as cidades criativas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A primeira fase do projeto está em fase de conclusão. No período de 13 meses, foram realizados sete seminários conceituais, com a participação de docentes e discentes em suas organizações e apresentações; estudos dos principais documentos sobre gestão de cultura no país [Plano Nacional de Cultural]; apresentação de resultados parciais e de consolidação de conceito em eventos científicos [Jornadas Multidisciplinares – XIII e XIV], articulação com organização culturais da cidade e desenvolvimento de projetos [Conexão Bauru com o Enxame Coletivo], visita de prospecção em ateliês criativos [projeto Periferia Legal], dois Trabalhos de Conclusão de Cursos [jornalismo e relações pública]; gestão das informações e dados produzidos [organização de plataformas digitais: Twitter, Blog, Facebook e a participação no site colaborativo – Sistema de Comunicação PET] e a participação da concepção, planejamento, execução e apresentação de trabalhos no Fórum Íbero-Americano de Audiovisual e Arranjos Produtivos (FIAA 2012). No segundo semestre uma prospecção piloto será realizada para testar os mecanismos de capturação de dados e informações. REFERÊNCIAS BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999. BURKETT, Warren. Jornalismo científico: como escrever sobre ciência, medicina e alta tecnologia para meios de comunicação. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1990. CONCEIÇÃO, Francisco Gonçalves da.; ATAÍDE, Joanita Mota de.; PINHEIRO, Roseane Arcanjo Araújo (organizadores). São Luís: Edufma, 2011.

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DOWNING, John D. H. Mídia Radical: rebeldia nas comunicações e movimentos sociais. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2002. GENRO FILHO, Adelmo. O segredo da pirâmide – para uma teoria marxista do jornalismo. Rio Grande do Sul: Tchê Editora Ltda., 1987. HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. KARAN, Francisco José Castilho. Jornalismo, ética e liberdade. São Paulo: Summus, 1997. PLANO NACIONAL DE CULTURA: Diretrizes Gerais. (2ª edição revista e ampliada). Brasília: Ministério da Cultura, 2008. PLANO DA SECRETARIA DA ECONOMIA CRIATIVA: Políticas, diretrizes e ações, 2011-2014. Brasília: Ministério da Cultura, 2011. PRIMO, Alex. (organizador). Mapeamento 2 – do ensino de jornalismo digital no Brasil em 2010. São Paulo: Itaú Cultural, 2010. SANTOS, Milton; SILVEIRA. Laura María. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. XAVIER, Juarez Tadeu de Paula. Afrodescendência: identidade conquistada. São Paulo: Salesiana, 2010.

KEBRA-ARTES Mariana Aparecida da Silva, Guiomar Biondo

INTRODUÇÃO O trabalho proposto tem como função informar a funcionalidade do programa, seus objetivos e importâncias para auxiliar o ensino da arte nas escolas, apresentando características do jogo.

MÉTODOS O quebra cabeça como outros jogos, tem uma capacidade de ajudar no desenvolvimento lógico e racional de uma criança. O “KEBRA- ARTES” têm como caráter principal auxiliar no ensino da Historia da Arte, de uma maneira lúdica, incentivando o aluno a pesquisa mais sobre o assunto tratado em sala de aula. Ele pode se tornar eficiente na educação das crianças, facilitando assim o aprendizado, pois aumenta a capacidade de retenção do que foi ensinado. O jogo pode ser desenvolvido entre uma ou mais pessoas, tendo um caráter competitivo ou cooperativo, nele já contem o grau de dificuldade. Os três diferentes graus de dificuldades que se consiste o jogo são o fácil, o normal e o difícil, dando a possibilidade de varias faixa- etária utilizarem o jogo. Os professores que utilizarem desse jogo poderão adicionar e remover as imagens existentes, dependendo do contextuo de suas aulas. O próprio jogo decidira em quantas partes dividira a imagem dependendo a dificuldade selecionada, quanto maior a dificuldade em mais partes essa imagem será dividida, ele também te proporciona um sistema de ajuda, como mostrar uma

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jogada, e contem também uma caixa que mostra a imagem de como ela deveria ser quando completa.

RESULTADOS O jogo tende a facilitar no desenvolvimento de novas atividades como comparar e classificar, conceituar e observar além de desenvolver a criatividade, a sociabilidade e perseverança. Foi criado para a fim de alcançar uma efetiva melhoria do processo ensino-aprendizagem, deve ser utilizado a partir de um planejamento. O programa desenvolvido tem como objetivo de atender as necessidades do ensino da atualidade. Ajudando a integração dos alunos com o computador e introduzindo-os no contexto artístico cultural.

CONCLUSÃO Esse jogo tem como objetivo pedagógico auxiliar os docentes do componente curricular de historia da arte a iniciar alunos no universo artístico e digital. Desenvolvendo a cognição e estruturas culturais e históricas por meio da lógica, e das obras respectivamente. Primeiramente o professor deverá introduzir o conteúdo da historia da arte aos alunos, para depois utilizar o jogo como uma forma pratica de demonstrar o conteúdo apresentado em aula, incentivando assim o interesse do aluno em procurar mais informações sobre os assuntos apresentados a ele. REFERÊNCIAS Download do jogo Kebra-Kuca Master. Disponível em: Acesso em: 17/05/2012

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LABSOL - LABORATÓRIO DE DESIGN SOLIDÁRIO GOYA, C.; TOYAMA, Ana C.Y.; LOLI, Anielle; MARCOLINO, Amanda C.; FERNANDES, Tatiana A. L.; BASILI, M. Gabriela; OLIVEIRA, Cícero F.; FIDELIS, Daniel E. P. L.; NEVES, Isabela P.; SILVA, Bruno B.; BEVILAQUA, Aline K.; ¹BLANCO, Larissa M.; YOSHITAKE, Thais A.; CANIÇAIS, Fernando G.; PELEGRINI, Lya B.

INTRODUÇÃO O Labsol é um projeto de extensão universitária criado em março de 2007, coordenado pelo Prof. Dr. Cláudio Roberto y Goya, do Departamento de Design da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC), UNESP, Campus Bauru. Inicialmente, contava com um aluno do curso de Design, e a partir de 2009, passou a ser constituído também por estudantes dos cursos de Relações Públicas e Engenharia de Produção, possuindo apoio da PROEX, do Programa Ciência na UNESP e do CNPq. O projeto possibilita ao graduando em Design aplicar seus conhecimentos, “injetando” design nos objetos artesanais das comunidades atendidas para agregar-lhes maior valor comercial, através de ações fundamentadas pelo ecodesign. Os alunos de Relações Públicas tem como função gerir a comunicação interna e externa da organização, cuidar da burocracia, analisar propostas e projetos, criar e administrar a rede de contatos, organizar viagens, visitas, feiras, exposições e eventos. O Engenheiro de Produção contribui no processo de fabricação de novos produtos, aplicando conceito, estrutura, interface e manutenção, visando sempre eficácia e eficiência na utilização de recursos disponíveis, promovendo uma combinação entre funcionalidade e economia. MÉTODOS A metodologia tem início com o contato realizado pela comunidade, que é visitada por todos os integrantes do laboratório, para que se conheça cada artesão, sua realidade, materiais, técnicas e métodos de trabalho. No laboratório, realizam-se os primeiros estudos. que são submetidos à comunidade. Em caso positivo, as peças passam pelo processo de design, com todo o rigor necessário na elaboração de projeto, produção de modelos e protótipos até a obtenção dos produtos finais. Antes da apresentação dos resultados às comunidades, são realizadas feiras para a comercialização dos protótipos produzidos, possibilitando a análise da aceitação de mercado, rentabilidade e o provável público alvo dos novos produtos. As feiras também são aproveitadas pelo laboratório para testar produtos desenvolvidos pela equipe e para aumentar a visibilidade e

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reconhecimento do projeto. Todo o processo é um caminho de mão dupla, possibilitando a troca de saberes, não existindo uma hierarquia. O desenvolvimento dos novos produtos a partir das demandas dos grupos atendidos é sempre visto como uma retribuição do Labsol ao conhecimento adquirido. RESULTADOS O Labsol, durante sua existência, apresentou um desenvolvimento extraordinário. A constante demanda por novos projetos, incentivou seus colaboradores a buscarem um maior aprofundamento teórico e conceitual, promovendo estudos sobre artesanato, ecodesign e economia solidária. O interesse despertado seja por aptidão ou por características pessoais, faz com que alguns projetos acabem se tornando a base de projetos de iniciação científica. O laboratório, sempre procura publicar sobre seus projetos em congressos relacionados à área, a fim de registrar pesquisas, processos e técnicas empregadas para consulta posterior, principalmente para as gerações futuras do próprio Laboratório. O Labsol atendeu dezenas de comunidades e realizou mais de centenas de produtos, participou de exposições e ministrou palestras, oficinas e workshops, sendo premiado em 2011 como o melhor projeto na área de humanidades no Congresso de Extensão da UNESP.

CONCLUSÃO Com a realização destas atividades, além da disseminação dos conceitos de ecodesign e design social, o Labsol proporciona aos alunos do curso de Design, Relações Públicas e Engenharia de Produção, a possibilidade de integrar atividades extra-curriculares e vivências diversas, tendo assim a confirmação prática da teoria acadêmica. O projeto também se tornou uma referência, no Curso de Design na Unesp, em estudo e desenvolvimento técnico de projetos de ecodesign, oferecendo apoio e suporte (material, técnico e metodológico) às suas disciplinas, sendo assim um projeto que envolve o tripé da experiência universitária: ensino, pesquisa e extensão. REFERÊNCIAS BIRKELAND, J. Design for sustainability. London: Stearling, 2002. DOMICIANO, C.; GOYA, C.; et alli. Ensaios em design arte, e tecnologia. Bauru: Editora Canal 6, 2010. KAZAZIAN, T.; ROLAND, E. Haverá a idade das coisas leves. São Paulo: Senac, 2005. MANZINI, E.; VEZZOLI, C. O desenvolvimento de produtos sustentáveis. São Paulo: EDUSP, 2002.

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O PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA “A CAPOEIRA ANGOLA DE MESTRE JOÃO PEQUENO DE PASTINHA”: MEMÓRIA AFRO-BRASILEIRA A PARTIR DE UMA PEDAGOGIA DO SENSÍVEL OLIVEIRA, S. C. de ; NASCIMENTO, G. M.; OLIVEIRA, C. A.; SIMÕES, R. M. A.

INTRODUÇÃO Pautado nos ensinamentos de Mestre João Pequeno e sob direção de Mestre Pé de Chumbo, seu discípulo (SIMÕES, 2006), nosso projeto tem como objetivo promover o aprendizado das habilidades corporais específicas da capoeira angola, quais sejam, os movimentos de defesa e ataque, tais como negativas, rabo-de-arraia, aú, rasteiras, ginga, meia-lua-de-frente, meia-luade-costas etc. É objetivo também o aprendizado dos toques nos instrumentos musicais utilizados na roda de capoeira para a realização do jogo (berimbaus, pandeiro, agogô, reco-reco, atabaque), dos cantos (ladainha, louvação e corridos) (JOÃO PEQUENO, 1989), de sua história, enfim, do exercício artístico, da experiência, da diversidade cultural e social orientadas pelos respectivos valores "respeito" e "justiça".

MÉTODOS Atendendo ao público da comunidade unespiana e não unespiana o método de trabalho deste projeto contempla atividades tais como: encontros que acontecem desde o início do ano de 2004, quatro vezes por semana com duração de uma hora e meia, destinados ao treinamento corporal e musical, leituras, discussões e pesquisas transdiciplinares sobre a capoeira angola; atividades pedagógicas com crianças de 4 a 5 anos no Centro de Convivência Infantil "Gente Miúda" da Unesp de Bauru e com cerca de quarenta crianças e jovens com idade de 6 a 15 anos no Centro Irmã Adelaide, no bairro Ferradura Mirim em Bauru, uma vez por semana, durante 4 horas. Com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre tal manifestação também somos estimulados a organizar, realizar e participar em Encontros Estaduais, Nacionais e Internacionais de Capoeira Angola, além de realizar pesquisas sobre a Academia de João Pequeno de Pastinha. 13

RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao longo do projeto o envolvimento dos participantes, bolsistas e alunos com a capoeira angola vêm crescendo exponencialmente, despertando o interesse sobre esta manifestação afrobrasileira. Como aponta Reis (in SILVA, 2004, p. 204), Mestre Pastinha teve um papel destacado na formulação de uma pedagogia para a capoeira e criou uma metodologia de ensino do estilo

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angola e, é pautado nesta pedagogia que o nosso projeto desenvolve estratégias de ensino/métodos pedagógicos aplicados às diferentes faixas etárias, possibilitando a aprendizagem artística em sintonia com a memória afro-brasileira, explorando os diferentes conteúdos dessa linguagem e suas potencialidades através da prática de seus ensinamentos. Enfim, estudamos a capoeira angola em sua totalidade e multissensorialidade (SIMÕES, 2006), a qual integra elementos musicais, cênicos, plásticos e sócio-histórico-culturais para criar uma abordagem que seja ao mesmo tempo eficaz e lúdica dentro de ambientes escolares (FREIRE, 2008; RODRIGUES FILHO, 2007), como é o caso do trabalho desenvolvido com crianças no Centro de Convivência Infantil “Gente Miúda”, e com crianças e jovens de projetos sócioeducativos, a exemplo das atividades desenvolvidas no Centro Irmã Adelaide, onde a capoeira os envolve de maneira espontânea, dinâmica, e também introspectiva, além de promover uma educação para as relações étnico-raciais conforme prevê a Lei 10.639/2003, a partir da qual torna-se obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira no ensino. (BRASIL, 2004).

CONSIDERAÇÕES Percebemos que a capoeira angola é uma excelente ferramenta para o desenvolvimento educacional que abrange diferentes linguagens artísticas, além desta explorar todas as etapas de aprendizagem motora de forma sensível e lógica simultaneamente. Além dessas características, o projeto nos permite a compreensão do contexto histórico e cultural no qual a capoeira esteve e está inserida, mostrando-a, portanto, como uma manifestação cultural afrobrasileira sedutora e inovadora dentro dos processos educacionais aplicados às diferentes faixas etárias. Enfim, a capoeira angola nos abre um enorme leque de possibilidades que nos instiga a conhecer e pesquisar sua essência e suas origens, culminando em um processo de contínuo de conhecimento. REFERÊNCIAS BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Conselho Nacional de Educação. Brasília: CNE/CP, 2004. FREIRE, J. B. Educação de Corpo Inteiro. São Paulo: Editora Scipione, 4ª Edição, 2008. JOÃO PEQUENO, Mestre. Quando eu aqui cheguei. In: Mestre João Pequeno, Mestre João Grande. Programa Nacional de Capoeira (SEED/MEC): Capoeira Arte & Ofício (record), Salvador. Side B, track 1, 1989. REIS, L. V. de S. Mestre Bimba e Mestre Pastinha: a capoeira em dois estilos. In: SILVA, VAGNER G.da (org). Artes do Corpo. São Paulo: Ed. Selo Negro, 2004 (Memória Afro-brasileira; v.2) 81

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RODRIGUES FILHO, G (org.). A capoeira angola: uma pequena enciclopédia da cultura afrobrasileira na escola. Belo Horizonte: Nandyala, 2007. SIMÕES, R M. A. Da inversão à re-inversão dão olhar: ritual e performance na capoeira angola. 2006. 193pp. Tese de Doutorado (Doutorado em Ciências Sociais). Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais. UFSCar. ________. A performance ritual da roda de capoeira. Revista Textos do Brasil: Capoeira, n. 14, Brasília: Ministério das Relações Exteriores, pp. 61-69, 2008.

CONEXÃO BRASIL – PORTUGAL EM EVENTOS CRIATIVOS: O GRITO ROCK BRAGA 2012 Renato Vieira Belinelli, Tais Capelini

INTRODUÇÃO O colaborativismo é algo que vem ganhando espaço cada vez mais dentro deste novo panorama aonde as pessoas conseguem se conectar, não havendo espaços físicos para isto. Já não é necessário grandes esforços para se conectar e trocar experiências com pessoas que possuem os mesmos objetivos e afinidades. É a partir desta Tecnologia Social da Colaboração que se consegue materializar as ações, potencializar impactos, multiplicar resultados, dividir responsabilidades, entre outras questões mostrando que esta capacidade de articulação coletiva do ser humano está diretamente ligada à suas capacidades de intervenção e protagonização. Passando esta lógica para o campo da produção cultural vamos ver como esta conexão sem limites geradas pela internet conseguiu unir Brasil e Europa para a realização do 1º Festival Grito Rock dentro do território europeu e com programações interligadas levando a Tecnologia da Colaboração a solo português, mas especificamente na cidade de Braga.

MÉTODOS Realizado há dez anos no Brasil, o Festival Grito Rock chegou à marca de 200 cidades participantes em 2012, aumentando em 55% o número de realizadores de 2011, quando 130 cidades sediaram o festival, em 10 países. Desde 2007, quando começou a ser realizado em âmbito nacional (até então acontecia só em Cuiabá), o Grito Rock é uma plataforma eficaz para promover a circulação de artistas pelo Brasil. As edições de cada cidade são produzidas de forma interdependentes, e tudo, principalmente a logística entre elas, é construído colaborativamente com o propósito de tornar sustentável a circulação de artistas, agentes, produtores, produtos e tecnologias. Reflexo da conexão com diversos países latinos, este ano o Grito Rock se soma a 15 países e se estabelece em 14 cidades estrangeiras. Vários

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representantes da América do Sul e Central participam da décima edição: Honduras, Costa Rica, Guatemala, Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Honduras e Nicaragua. O Festival ocorreu também na Cidade do México, Los Angeles e em Braga (Portugal), realizado por brasileiros em parceria com agentes culturais locais. No caso específico de Portugal, o Festival foi organizado pelos estudantes de Relações Públicas Renato Vieira Belinelli e Taís Dias Capelini que estavam no país para realização de um período de intercambio na Universidade do Minho.

RESULTADOS E DISCUSSÕES O Grito Rock Portugal ocorreu nos dias 23, 24 e 25 de fevereiro em diferentes espaços da cidade de Braga. No primeiro dia foi exibido o filme Bollywood Dream em paralelo com a programação dos demais Gritos seguindo a campanha do Compacto.Cine (uma das ações deste colaborativismo proposto pelo Circuito Fora do Eixo são as campanhas que tem como intenção fazer com que os festivais consigam se articular de uma forma uniforme tanto na produção quanto na organização). A exibição do filme aconteceu no dia 23 de fevereiro no auditório FNAC no Braga Parque. A programação seguiu no dia 24 de fevereiro na Casa dos Coimbras, aonde ocorreu SARAU no qual todos os interessados poderiam levar seus trabalhos para expor, dando um caráter de construção participativo desta ação, uma vez que havia uma pré programação montada mas que não estava fechada, dando liberdade total ao público para inserir suas produções, o que vale destacar deste dia do evento foi o caráter internacional que a produção acabou ganhando, tendo a participação de portugueses, brasileiros, espanhóis, chilenos e cabo verdianos. A última noite do Grito Rock aconteceu no Insólito Bar com a apresentação de 2 bandas independentes locais ( Krápula e Burning Man) e 2 DJ´s Kulture Brothers e Rubens Martinez, este foi o único dos dias em que se cobrou entrada para entrar, sendo 1 euro durante a apresentação das bandas ( das 23 horas à 1 hora da manhã). Dois parceiros foram essenciais para que se conseguisse realizar o Grito Rock em Braga, o primeiro foi o Circuito Fora do Eixo que deu liberdade e apoio total na organização e na construção deste nova forma de pensar na produção cultural em Braga. O segundo parceiro foi a fundação Bracara Augusta que organiza em 2012 a Capital Européia da Juventude, a instituição foi responsável pelos contatos com os espaços do 1º e 2º dia (FNAC e Casa dos Coimbras) e também por ter arrumado as 2 bandas ( Krápula e Burning Man) para a última noite do Grito Rock, além de conseguir projetar o Grito Rock Braga para as mídias locais ( jornais e revistas de circulação nacional) e colaborar na divulgação via Facebook. O evento contou com uma equipe de cobertura colaborativa composta por 3 estudantes da Universidade do Minho ( 2 portugueses e 1 brasileiro) e uma aluna

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intercambista, estes juntos com os organizadores escreveram os posts no Blog, que buscavam mostrar entre algumas coisas, a conceituação do Grito Rock enquanto evento colaborativo inserido numa nova forma de pensar Produção Cultural, falar sobre a programação e as noites e também buscar uma aproximação e identificação com os públicos.

CONCLUSÃO O Festival Grito Rock levou à Capital Européia da Juventude uma nova forma de visão dentro de um evento que buscou integrar poesia, música e cinema em três dias que movimentaram a cidade de Braga. A experiência deixa em aberto esse canal de conexão entre esses pontos de cultura, interligando interesses em busca de uma troca de experiências intercontinentais pleiteando um intercambio cultural nas próximas edições do festival. REFERENCIAS Acessado em 24 de maio de 2012 às 23 horas.

PET-RTV: A CONSOLIDAÇÃO DE UM LABORATÓRIO MULTIDISCIPLINAR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Giovani Vieira Miranda, Antonio Fransciso Magnoni, Ângelo Sottovia Aranha, Mariana Barone Belo, Flávia Battistuzzo Dias, Patrícia Fassa Evangelista, Fernando Vinícius Lima Fernandes, Marília Néspoli Ferreira, Francisco Machado Filho, Rafael Oliveira Garcia, Beatriz Brandão Haga, Marjory Kumabe, Jakeline Bruna Lourenço Silva, Felipe Pacelli Moreira, Vinícius Pereira Oliveira, Tauã Miranda Silva Santos, Renan Castilho Borges Simão, Gabriela Ferri De Souza, Beatriz Tocci Silva, Willians Cerozzi Balan, Daniele Fernandes Silva, Maria Da Graça Magnoni, Alexandre Santana Furlan, Marcos Américo INTRODUÇÃO O Projeto PET, sigla para Programa de Educação Tutorial, do curso de Rádio e TV (PET-RTV) da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) da UNESP de Bauru é um grupo que pretende promover, dentro do espaço acadêmico, a indissociabilidade de ensino, pesquisa e extensão como fatores de mudanças e melhorias para a graduação. O objetivo central de um Projeto PET é possibilitar a formação ampla e de qualidade dos acadêmicos envolvidos direta ou indiretamente com o programa, estimulando a fixação de valores que reforcem, essencialmente, a cidadania e a consciência social. Estão entre os objetivos do PET-RTV 1) promover uma formação universitária contemporânea para as áreas profissionais de Comunicação Social que consiga interpretar as contínuas transformações que ocorrem no interior dos veículos e dos

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sistemas de comunicação; 2) realizar uma contínua interação entre os estudantes e os corpos docentes e discentes da graduação; 3) desenvolver experimentação e difusão de conhecimento e de cultura comunicativa, concentrando se na formação de profissionais preparados para projetar e desenvolver linguagens, formatos, objetos de comunicação audiovisual para meios interativos e convergentes; e 4) estimular a melhoria do ensino através da atuação dos bolsistas, tutor e colaboradores como agentes multiplicadores de conhecimento. Atualmente, fazem parte do Grupo 14 bolsistas dos três cursos de Comunicação coordenados pelo Departamento de Comunicação Social da FAAC, estudantes de Design e Ciência da Computação, fato que reforça o caráter interdisciplinar do Projeto, além da colaboração de docentes da UNESP e outras universidades.

MÉTODOS O Grupo trabalha com o método participativo: os integrantes se reúnem para discutir, planejar e decidir as atividades a serem realizadas. Entre as atividades programadas para o calendário 2012, são realizados três Grupos de Estudos e Pesquisa, Cursos de Extensão, Cine PET, oficinas, seminários, debates-temáticos chamados de Ciclos de Debates PET, e exposições para a comunidade interna e externa. Os bolsistas e voluntários também realizam atividades de experimentação em um Sistema de Comunicação, o SICOM PET, um núcleo de Comunicação interna e externa, um projeto de ensino, pesquisa e extensão em Jornalismo, Relações Públicas e Radialismo, três cursos coordenados pelo Departamento de Comunicação Social da FAAC/UNESP. A principal finalidade do SICOM é criar meios e processos que permitam desenvolver métodos, teorias e tecnologias para que os alunos bolsistas, voluntários e participantes pensem e desenvolvam projetos e produtos comunicativos adequados aos diversos públicos, veículos e suportes físicos e digitais. É uma iniciativa que servirá como campo de testes no processo experimental de construção de recursos e meios de comunicação multimidiáticos, convergentes, interativos, colaborativos e transversais. Os alunos participantes das atividades do SICOM realizam divulgação noticiosa factual e especializada enquanto estudam e experimentam o desenvolvimento de gêneros, formatos e linguagens para produção e difusão de conteúdos audiovisuais e escritos, tanto jornalísticos quanto no artísticos. O Sistema de Comunicação busca preparar o estudante para o exercício profissional em várias plataformas de comunicação e com linguagens específicas ou híbridas em um ambiente constituído pelos seguintes veículos: 1) Assessoria de Imprensa; 2)Assessoria de Relações Públicas; 3) Portal PET (www.petrtv.com.br); 4) Comunica PET (impresso); 5) PET Rádio e 6) PET Audiovisual

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RESULTADOS E DISCUSSÃO As oficinas PET têm como objetivo oferecer aos alunos de Comunicação oficinas sobre temas ligados a tecnologias digitais, complementando o conhecimento que os cursos proporcionam e também mais aprofundadas e delineadas. O Ciclo de Debates é o espaço mensal destinado para a discussão dos principais assuntos relacionados à Produção Audiovisual em várias plataformas técnicas, com prioridade em Televisão Digital e às demais linhas de pesquisa do Grupo. O CINE PET constitui, acima de tudo, uma atividade cultural voltada para a comunidade acadêmica e para a comunidade externa com a exibição de filmes do circuito comercial ou não, com a finalidade de possibilitar debates sobre os temas apresentados, sobre as técnicas, sobre a obra de um diretor ou sobre um determinado tipo de produção cinematográfica. Comprovando o sucesso das atividades, atualmente, são mais de 20 voluntários e 16 bolsistas dos cursos de Comunicação e também de Design e Ciência da Computação, reforçando o caráter interdisciplinar do projeto.

CONCLUSÃO A formação de profissionais preparados para enfrentar o novo contexto informacional digital e a capacitação destes para a produção audiovisual multimidiática interativa. No PET/RTV os alunos realizam estudos teóricos, experimentação de novas formas e linguagens audiovisuais, exercitam a habilidade técnica e apuração da percepção geral sobre os meios de radiodifusão digitais com a finalidade de difundir o aprendizado e a pesquisa.

REFERÊNCIAS ANDERSON, Chris. A cauda longa: do mercado de massa para o mercado de nicho. São Paulo: Campus, 2006. JOHNSON, S. Cultura da interface: como o computador transforma nossa maneira de criar e comunicar. 2001. MAGNONI, A. F. Primeiras aproximações sobre pedagogia dos multimeios para o ensino superior 2001. FFC da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Tese de doutorado), 2001

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SICOM PET: A FORMAÇÃO DE UM LABORATÓRIO DE LINGUAGENS E FORMATOS NO ESPAÇO ACADÊMICO Antonio Francisco MagnonI, Giovani Vieira Miranda

INTRODUÇÃO A Assessoria de Comunicação do Sistema de Comunicação PET (SICOM-PET) é uma das atividades do Projeto PET (Programa de Educação Tutorial) de Rádio e Televisão da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (FAAC) da Unesp, câmpus de Bauru, grupo que pretende promover, no espaço acadêmico, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão como fatores de mudanças e melhorias para a graduação. O SICOM PET configura-se como um laboratório de formato e linguagens produtor de conteúdo informativo e artístico, recriando no espaço acadêmico um ambiente de ensino-aprendizagem e profissionalização para a produção e difusão de conteúdos de comunicação e cultura audiovisuais, reproduzindo características funcionais do rádio, televisão e impresso agregadas à internet. A Assessoria SICOM PET presta serviços diretamente ao Departamento de Comunicação Social da FAAC/Unesp por meio de um planejamento estratégico pelo qual estão envolvidos diversos veículos interligados. São eles a 1)Assessoria de Imprensa SICOM PET; a 2) Assessoria de Relações Públicas, 3) Assessoria de Tecnologia da Informação; 3) SICOM PET Radiofônico; 4) SICOM PET Impresso; 5) Portal de Notícias SICOM PET# e 6) SICOM PET Audiovisual. Todos os veículos interligados cumprem a tarefa de apresentar, ao público acadêmico e externo, informativos jornalísticos e culturais realizados e apresentados pelo Departamento de Comunicação Social, seus docentes e projetos de pesquisa e extensão, tais como o PET-RTV.

MÉTODOS O principal objetivo da tutoria do Grupo PET-RTV, ao criar o Sistema de Comunicação PET (SICOM-PET), foi o desenvolvimento de uma estrutura de comunicação experimental especializada, convergente e multimidiática para atender às demandas de ensino-aprendizagem e de profissionalização realizadas com a produção e divulgação sistemática de conteúdos informativos produzidos pelos alunos dos cursos de Jornalismo, Relações Públicas, Rádio e Televisão, do Departamento de Comunicação Social da FAAC/Unesp de Bauru. O SICOM-PET agrega estruturas digitais experimentais que propiciam atividades interdisciplinares e intercursos para a produção e difusão de conteúdos de comunicação e cultura audiovisuais. As atividades simultâneas de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelos “petianos” e por alunos 87

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voluntários reproduzem, no espaço de convergência da internet, os formatos e as linguagens de rádio, de televisão e de comunicação escrita. Fazem parte do Grupo 14 bolsistas dos três Cursos de Comunicação Social (Jornalismo, Radialismo e Relações Públicas) coordenados pelo Departamento de Comunicação Social da FAAC, estudantes de Design e de Ciências da Computação, fato que reforça o caráter interdisciplinar do Projeto, além da participação de 20 voluntários discentes e orientação de quatro docentes da FAAC. A Assessoria SICOM PET trabalha com o método participativo: os coordenadores discentes de cada um dos seis veículos que compõem o Sistema discutem, planejam e decidem semanalmente as atividades a serem realizadas e divulgadas. Os estudantes participantes das atividades do SICOM-PET realizam divulgação noticiosa factual e especializada, enquanto estudam e experimentam o desenvolvimento de gêneros, formatos e linguagens para produção e difusão de conteúdos audiovisuais e escritos, tanto no campo jornalístico, quanto no artístico. Todos os estudantes envolvidos participam de um dos três Grupos de Estudos e Pesquisa organizados pelo Grupo PET-RTV, como forma de aliar a atividade de extensão com ensino, pesquisa e profissionalização constituídos da seguinte maneira: 1) Grupo de Estudo e Pesquisa em Novos Formatos Audiovisuais; 2) Grupo de Estudos e Pesquisa em Plataformas Digitais; e 3) Grupo de Estudos e Pesquisas em Arranjos Produtivos e Economia Criativa.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O SICOM-PET é uma estrutura complementar e extracurricular cada vez mais vital para os estudantes dos três cursos de Comunicação da FAAC-Unesp. Hoje não há a obrigatoriedade para estágio profissionalizante em Ciência da Computação, Design, Jornalismo, Radialismo e Relações Públicas durante a graduação. O mercado profissional de Bauru e região também oferece número de vagas para estagiários muito aquém do número de formandos existente em cada curso de graduação. Assim, o projeto atende à demanda de criação de atividades extracurriculares de ensino, pesquisa e extensão para estimular os alunos bolsistas, voluntários do Grupo PET-RTV e demais estudantes dos cursos beneficiados, a realizarem estudos teóricos, pensarem e experimentarem novas formas expressivas e estéticas para os meios audiovisuais e também viabilizar meios para exercitarem habilidades técnicas, para desenvolverem repertórios teóricos, possibilidades metodológicas e didático-pedagógicas para as carreiras profissionais.

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CONCLUSÃO O Sistema de Comunicação PET resulta do gradativo amadurecimento do Grupo PET-RTV, cujos tutores, bolsistas e voluntários têm dedicado tempo e energia em atividades semanais de formação, pesquisa, experimentação e extensão e em produção audiovisual. O retorno tem sido satisfatório, conforme demonstram os dados estatísticos da ferramenta Blogger. O Grupo PET vem recebendo elogios pela iniciativa de criar um laboratório multimidiático em um ambiente acadêmico. As atividades permitiram que repórteres bolsistas e voluntários do SICOM-PET entrassem em contato com as diferentes plataformas e linguagens inerentes à profissão. Ao mesmo tempo, o projeto possibilita a recriação de um ambiente de trabalho e maior experiência na seleção de pautas, redação e edição de notícias e produção de audiovisuais. Tais fatores contribuirão para que os estudantes saiam da graduação preparados para a reflexão sobre os sentidos estratégicos dos meios e das políticas de Comunicação e também disporão de mais instrumentos profissionais para darem sua contribuição no mercado de trabalho. REFERÊNCIAS CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 10 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. CHINEM, Rivaldo. Assessoria de Imprensa: Como fazer. 2 ed. São Paulo: Summus Editorial, 2003. COBRA, Marcos. Plano estratégico de marketing. São Paulo: Atlas, 1995. DUARTE, Jorge (org.). Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia: teoria e prática. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

PORTAL DE NOTÍCIAS SICOM PET: UMA EXPERIÊNCIA CONVERGENTE E MULTIMIDIÁTICA EM JORNALISMO Antonio Francisco MAGNONI, Giovani Vieira MIRANDA

INTRODUÇÃO O Portal de Notícias SICOM PET (www.petrtv.com.br) é um veículo de divulgação noticiosa interligado ao Sistema de Comunicação do Grupo PET-RTV (SICOM PET) que segue a lógica de convergência típica de uma plataforma digital e multimídia e funciona como uma superfície agregadora de vários projetos, processos, formatos, linguagens e produtos de comunicação. A finalidade do Portal é divulgar o conteúdo produzido e estudado pelo grupo PET-RTV, e também colocar em prática o aprendizado curricular do curso de Jornalismo, em interface permanente com os alunos de RTV, de Relações Públicas, de Design e de Ciências da Computação.

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MÉTODOS O Portal SICOM PET, assim como demais veículos do SICOM PET, trabalha com o método participativo: os coordenadores discentes de cada um dos seis veículos que compõem o Sistema discutem, planejam e decidem semanalmente as atividades a serem realizadas e divulgadas. Os coordenadores discentes têm a função de manter a articulação funcional do veículo, zelando também pela integridade e uniformidade do SICOM. As reuniões são mediadas pelo Tutor do Grupo PET-RTV e um Coordenador-Geral discente do SICOM PET, e também contam com a presença do Chefe do Departamento de Comunicação de Social da FAAC/Unesp, de um docente do curso Jornalismo e de outro de Relações Públicas. Os docentes procuram apontar alguns assuntos a serem discutidos, que poderão ou não gerar pautas e produções, além de sugerirem as tarefas prioritárias a serem realizadas. A idéia central é que a mesma pauta seja cumprida pelos estudantes nos formatos para meios tradicionais (impresso, radiofônico e audiovisual), além de realizarem o exercício de adaptação dos conteúdos para sua difusão em plataformas de notícias online. Cada coordenador discente é responsável pela elaboração das pautas, que serão desenvolvidas pelos bolsistas e voluntários envolvidos. A marcação das pautas é feita com a ferramenta digital Google Docs, que possibilita o contato dos coordenadores com todas as pautas prontas. Assim, cada coordenador poderá escolher pautas que não tenham sido elaboradas justamente por ele, mas que tenham melhor exequibilidade e interesse para o veículo que ele coordena no SICOM. A utilização de tal ferramenta também possibilita a flexibilidade da hierarquia do Sistema na elaboração de pautas, pois permite que o repórter voluntário também indique algumas temáticas, as quais serão desenvolvidas por toda a equipe jornalística. Para a sugestão de temas são considerados os informes previamente repassados pelos coordenadores discentes para o restante da equipe. São pautadas as produções e eventos do Grupo PET-RTV, as pesquisas e outros trabalhos dos docentes do Departamento de Comunicação Social, as atividades dos diversos projetos e grupos vinculados ao Departamento.

RESULTADOS Toda pauta já utilizada é devidamente sinalizada pelo veículo que a selecionou, para impedir o retrabalho da equipe. Todas as produções dos demais veículos do SICOM-PET, entre eles a 1) Assessoria de Comunicação PET; 2) Comunica PET (impresso); 3) PET Radiofõnico; e 4) PET Audiovisual, têm espaço para divulgação no Portal, além de espaço para integração com as principais Redes Sociais (Facebook e Twitter) e para produções específicas com linguagem para

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web. Diariamente são postadas notícias pautadas e produzidas pelos estudantes bolsistas e voluntários do Grupo PET-RTV, tendo como foco a produção audiovisual em âmbito local, regional, nacional e internacional, a divulgação dos Projetos de Extensão da FAAC e assuntos pertinentes ao Departamento de Comunicação Social. Todas as publicações tentam promover a conjunção de texto, áudio, imagem e vídeo produzidos pelos próprios estudantes ou ilustrados a partir de materiais de outros sites. Para inovações e testes na área de linguagens e ferramentas específicas para a Web, o Portal de Notícias conta com o auxílio de uma Assessoria de Tecnologia da Informação, cujo funcionamento é gerenciado por um bolsista de Ciências da Computação. As produções do Portal também contam com o auxílio de dois estudantes intercambistas e projetos de extensão e pesquisa da FAAC/Unesp. Todos os estudantes envolvidos participam de um dos três Grupos de Estudos e Pesquisa organizados pelo Grupo PET-RTV, como forma de aliar a atividade de extensão com ensino, pesquisa e profissionalização constituídos da seguinte maneira: 1) Grupo de Estudo e Pesquisa em Novos Formatos Audiovisuais; 2) Grupo de Estudos e Pesquisa em Plataformas Digitais; e 3) Grupo de Estudos e Pesquisas em Arranjos Produtivos e Economia Criativa.

CONCLUSÃO O retorno tem sido satisfatório, conforme demonstram os dados estatísticos da ferramenta Blogger. Em menos de três meses no ar, o Portal SICOM PET ultrapassou a marca de 15 mil visualizações com aproximadamente 100 postagens. Atualmente, o Portal SICOM está disponível na homepage de todos os computadores dos laboratórios do Departamento de Comunicação, o que possibilita o acesso dos estudantes dos três cursos de Comunicação aos produtos e notícias postados.

REFERÊNCIAS CANAVILHAS, João Manuel Messias. Do jornalismo online ao webjornalismo: formação para mudança. Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação, 2006. Disponível em: . CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 10 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007. JORGE, Thais Mendonça. A notícia em mutação. Estudo sobre o relato noticioso no jornalismo digital. Tese (Doutorado em Comunicação), Universidade de Brasília, 2007. PEREIRA, Fabio Henrique. O jornalista sentado e a produção da notícia on-line no Correioweb. Revista em Questão. Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 95-108, 2004.

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LEDS´UP: LABORATÓRIO DE EXTENSÃO EM DESIGN SOCIAL – UNIVERSIDADE E POPULAÇÃO Ana Beatriz Pereira de Andrade INTRODUÇÃO Trata-se da apresentação da proposta e resultados até o momento desenvolvidos a partir do Projeto LEDS´UP. Colocado em cena no Curso de Graduação em Design a partir de 2010, o Projeto prioriza a metodologia do Design Social, atuando em situações que apontem para as possibilidades de interface entre a Universidade e a população da cidade de Bauru e Região. A idéia do Design Social não é nova, surge a partir de alguns autores que formularam conceitos sobre a História do Design em si (BONSIEPE: 1978; PAPANEK:1977). Na década de 80, na PUC-Rio tornou-se a prática metodológica adotada para Projetos em Design formulada por Ana Branco (1988) e aprofundada por Rita Couto e Heliana Pacheco. Como docente em Projeto no Departamento de Design da FAAC/UNESP, campus Bauru encontrei eco quanto às práticas do Design Social ao conhecer o Projeto Labsol. Sendo a cidade nova para a continuidade e consolidação de minha carreira acadêmica, e verificando a missão e os ideias da UNESP quanto ao comprometimento com a sociedade, surgiu a proposta LEDS´UP. Os projetos surgem de questões propostas por participantes de diversos segmentos sociais e culturais da cidade de Bauru e Região. Considera-se dentre os objetivos didático-pedagógicos o envolvimento em contextos reais e o desenvolvimento de produtos concretos, considerando experimentações e análises. O Design Social é uma prática junto com grupos e não para os mesmos. O envolvimento das equipes de alunos com os partícipes envolvidos agrega Emoção ao Design. Apresentam-se alguns exemplos de processos e resultados aferidos como proposta para reflexões acerca das possibilidades metodológicas de projetos em Design Social com impacto social e cultural em Bauru e Região. RESULTADOS 1– Museu do Futuro (2010) - Parcerias: Secretaria Municipal de Cultura de Bauru; Museu Ferroviário; Jornal da Cidade. Resultados: Design Gráfico = Identidade Visual / Design de Produto = Maquetes para setores vitais da cidade (Transportes, Serviços, Sinalização, Mobiliário Urbano; Limpeza). 2 – Casa da Capoeira (2011) Resultados: Identidade Visual com aplicações em material impresso, camisetas, fachada e site.

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3 – Animae Vitae (2011) – ONG que denuncia a violência contra animais e promove adoção. Resultados: Paper Toys inseridos no site e cartões indicando os cuidados e incentivando a adoção. 4 – Yauaretê (2011) - – Parcerias: Secretarias Municipais de Cultura de Bauru e Região. Resultados: Identidade Visual e Capas de DVD cultural de diversos municípios.. 5 – Soletrando com Design (2011) - Parcerias: Secretaria Estadual de São Paulo; Programa Escola da Família. Resultados: Oficina de Alfabetização com uso de suporte lúdico e adequado para crianças entre 5 e 12 anos. A proposta e o resultado dos projetos, além de engajar e integrar os alunos na realidade promovem modificações na autoestima dos envolvidos, na medida em que dotam de visibilidade atividades desenvolvidas no corpus social. CONCLUSÃO Na prática do Design Social, a geração de soluções encontra-se no equilíbrio da atitude projetual do designer e as demandas reais. É uma atitude participativa e interativa entre seres humanos. A valorização de ações que favoreçam a população contribui para a qualidade de vida local e regional, com compromisso e responsabilidade social. O projeto LEDS´UP pretende, com implantação definitiva, contribuir para aspectos metodológicos em Design em consonância com as ações institucionais da FAAC/UNESP. REFERÊNCIAS BONSIEPE, Gui. Teoria y Prática Del Diseño Industrial. Barcelona: Gustavo Gili, 1978. BRANCO. Relatório CNPq. Brasília: CNPq, 1987. COUTO, Rita et alli. Desenho Social: Por uma metodologia participativa. Cuba: IV Congresso da ALADI, 1988. PACHECO, Heliana. Design e o Aprendizado - Barraca: Quando o Design Social Deságua no Desenho Coletivo. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 1996, PAPANEK, Vitor. Diseñar para el mundo real. Madrid: Ediciones Rosario, 1977.

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REDES DISTRIBUÍDAS E A AÇÃO COLABORATIVA: A COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA NO PARADIGMA DA ECONOMIA CRIATIVA E DO EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL João Vitor Caires INTRODUÇÃO O novo fluxo de conhecimento e diálogos correntes em nível global, ocasionado especialmente pelo advento da Conectividade, está transformando a Sociedade e, por conseguinte, os mercados e demais esferas sociais de forma a adquirirem feições de conversação. Nesse cenário fluido e dinâmico, aspectos humanos e a própria “voz humana” estão sendo retomados, dando expressividade a processos de intercambio de conhecimentos e também de organização social que podem ser aplicados para uma realidade mais justa e humana. Esse momento emergente pode ser verificado sob as perspectivas da Economia Criativa, como paradigma econômico centrado na subjetividade e na capacidade humana de empreender serviços, produtos e soluções pautados em valores de Diversidade Cultural, Inclusão Social, Inovação e Sustentabilidade. Essas atividades, que configuram novos arranjos produtivos, organizacionais e comunicacionais, estão pautadas na integração harmônica entre Tecnologia, Cultura, Sociedade, Meio Ambiente e Economia. Dentro desse contexto global fluido e dinâmico, vão ganhando espaço as iniciativas que de forma legítima se propõe a atuar sustentavelmente. Fala-se aí de uma expansão em amplitude e complexidade (de compreensão e abordagem) das perspectivas ligadas aos conceitos e valores de Sustentabilidade. Nota-se o avanço de fatores como senso de comunidade, fomentado pela maior percepção de semelhanças e pela noção da existente capacidade de influência mútua; e a percepção de que é possível exercer pressão e atuar ativamente para a transformação da realidade através (e com o apoio) do Agir Comunicativo. É nesse sentido que emergem novas formas de atuação e organização pautadas na Colaboração e na estruturação social de Redes. O presente projeto foi elaborado com o objetivo central de analisar de forma aprofundada as interfaces existentes entre a Comunicação Social e este paradigma socioeconômico global que transborda transformações. O foco de estudo foi a confluência dos aspectos Colaboração e Padrão de Redes dentro do contexto de propostas empreendedoras da Economia Criativa atreladas a valores de Sustentabilidade. Para tanto, foi analisada como estudo de caso, a estrutura organizativa e gerencial da empresa social “HUB São Paulo” e como se dão os fluxos de Comunicação dentro desse cenário.

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MÉTODOS Entendendo o HUB São Paulo como organização que se propõe a atuar dentro das lógicas da Colaboração/Colaboratividade e em padrão de rede, como “espaço colaborativo” e rede de empreendimentos criativos voltados à transformação da realidade, considerou-se pertinente a análise aprofundada sobre o cotidiano da organização em suas perspectivas gerais e sob os recortes Colaboração e Estruturação de Redes. Foi realizado um período de imersão de um mês no ambiente do HUB com fins de compreender a dinâmica de funcionamento e captar sensações e informações compartilhadas na “atmosfera” da organização. Foram realizadas entrevistas com membros do HUB e com profissionais da rede com o objetivo de verificar suas perspectivas sobre a organização.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES O estudo permitiu a comprovação de que a dialógica dos temas Economia Criativa, Sustentabilidade, Negócios Sociais, Colaboração e Padrão de Redes tem crescente valor no cenário global. O HUB é um empreendimento que, de fato, insere-se como atuante nessa realidade. O estudo, bibliográfico e vivencial, viabilizou a verificação de que a Comunicação desempenha papel de essencial à busca pelo desenvolvimento sustentável desse cenário de negócios. O “olhar” estratégico sobre o tema deve, portanto, ser estimulado para o sucesso dos empreendimentos que compartilham destes valores. Os gestores de Comunicação deverão se apropriar de um papel importante na reorganização da sociedade em redes de valoração social ampliada, dando espaço a visões e desenhos sociais mais sustentáveis. O Agir Comunicativo deve ser tido, então, como estratégico para fomento de conexões e diálogos espontâneos, de qualidade, horizontais, saudáveis e sustentáveis, tão essenciais ao desenvolvimento de Redes Colaborativas e atuantes. Compreende-se que o profissional e pesquisador de Comunicação e os próprios indivíduos, em perspectivas comunicacionais, deverão desenvolver competências de: Ampliar a visibilidade e a percepção de valores compartilhados; Propor e gerir tecnologias sociais de forma a dinamizar e facilitar conexões; “Traduzir” e harmonizar percepções distintas posicionando valores humanos e a Sustentabilidade como aspectos centrais na Gestão e Inovação nos negócios. Dessa forma a gestão comunicativa poderá se apropriar de um papel ativo na transformação da realidade, ampliando fluxos de inovação e potencializando resultados positivos a todos os públicos. Apropriar-se dessa função é um grande desafio e só pode ter sucesso através do entendimento complexo sobre as interfaces e “lugares de ação” entre os temas Tecnologia, Redes Colaborativas, Economia, Cultura e Ambiente.

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REFERÊNCIAS CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra: 1999. FRANCO, A. Escola de Redes: Tudo que é sustentável tem padrão de rede. Curitiba, PR: ARCA – Sociedade do Conhecimento, 2008. V. 2. KUNSCH, Margarida K.; OLIVEIRA, Ivone L. (Organizadoras). A Comunicação na Gestão da Sustentabilidade das Organizações. São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2009. LINDEGAARD, Stefan. A Revolução da Inovação Aberta: A chave para a nova competitividade nos negócios. São Paulo, SP: Editora Évora, 2010. SANTOS, Milton. Por uma outra Globalização: Do pensamento único à consciência universal. 6ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. FONSECA REIS, Ana Carla. (Organizadora). Economia Criativa como estratégia de desenvolvimento: Uma visão dos países em desenvolvimento. Disponível em: . Acesso em 05/08/11.

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SESSÃO DE COMUNICAÇÃO 6

DO MITO AO FATO DO CIBERATIVISMO – UMA PROPOSTA PARA DOCUMENTÁRIOS INTERATIVOS Patricia Basseto dos Santos INTRODUÇÃO Este trabalho busca traçar uma ponte entre o ciberativismo e o ambiente televisivo, dentro do novíssimo campo de estudos da televisão digital no Brasil, versando sobre os desafios de produção de um documentário acerca do tema do ciberativismo para televisão digital.

MÉTODOS Através do método indutivo busco com levantamentos teóricos sobre inteligência coletiva e cultura da convergência fundamentar a produção de um documentário sobre ciberativismo com aplicação de recurso interativos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O ambiente virtual permite uma interação à distância e o compartilhamento de conhecimentos que no ambiente real é impossível. A inteligência coletiva ocorre nesse ambiente, que é coletivamente construído e realimentado. O conhecimento do indivíduo é aumentado e compartilhado dentro do digital. A possibilidade de encontrar o outro e o saber do outro, até pouco tempo atrás restrita a presença e ao material físico como livros e cadernos, é convertida em códigos binários, capazes de se difundirem de maneira simultânea e facilmente traduzível para qualquer idioma em qualquer parte do mundo. Dentro de tais ambientes, as redes sociais se manifestam e permitem a divulgação e desterritorialização de ideologias através do ciberativismo. A interatividade permitida pela televisão digital permite estabelecer no écran uma relação de conhecimento e compartilhamento de informações que varia conforme o interesse do interagente. É possível portanto reformular o processo de realização audiovisual do documentário, de modo a transformá-lo em ferramenta de educação ativa, que demanda uma resposta ocasionada através do estímulo de conteúdo interativo.

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CONSIDERAÇÕES Os estudos das redes sociais e seus efeitos ainda estão fragmentados e há pouca análise sobre a influência dos cibera no ciberespaço brasileiro, fazendo-se necessário a criação e divulgação de pesquisas que atendam tal demanda. As redes sociais são o ambiente mais eficiente na propagação e divulgação de qualquer conhecimento e o tema se torna bastante relevante para a realização do documentário. BIBLIOGRAFIA JENKINS, Henry. A Cultura da Convergência. Aleph. São Paulo. 2009. KERCKHOVE, D. de. Texto, contexto e hipertexto: três condições da linguagem, três condições da mente. Revista FAMECOS, Porto Alegre, n.22, dez. 2003. Disponível em: http://www.pucrs.br/famecos/pos/revfamecos/22/a01v1n22.pdf. Acesso em: 23 de agosto de 2011. LÉVY, Pierre. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora 34. 1999. _________ A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Edições Loyola. 1998.

CENOGRAFIA DIGITAL: ESTUDOS SOBRE REALIDADE AUMENTADA E REALIDADE VIRTUAL Fernando Lima Fernandes, Rafael de Oliveira Garcia

INTRODUÇÃO O presente projeto visa introduzir pesquisas sobre Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV) e suas aplicações nas áreas audiovisuais na construção de cenários, exemplificando: como a (re)construção de cenários por meio digital a partir de softwares específicos e a projeção de cenário digital em superfícies reais por meio de Videomapping (Videomapping é a projeção de animações em superfícies reais mapeadas por programas de computador). A RA pode ser aplicada em todos os sentidos humanos. Isto é obtido por meio da combinação de técnicas de visão computacional, de computação gráfica e de realidade virtual, o que resulta na sobreposição e interação de objetos virtuais com o ambiente real. Ao se misturar o real com o virtual, duas possibilidades são alcançadas: a Realidade Aumentada, cujo ambiente predominante é o mundo real, e a Virtualidade Aumentada, cujo ambiente predominante é o mundo virtual. Na VA há predomínio do mundo virtual, como acontece em jogos eletrônicos que imitam a vida “real”, como “The Sims”.

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MÉTODOS À partir de uma sequencia de fotos de uma estátua, tiradas de diversos ângulos, podemos reconstruí-la virtualmente, processando as imagens via software. No fim do processo, podemos visualizar o resultado de qualquer ângulo possível, permitindo a visualização do elemento virtual de qualquer ponto de vista da câmera. Aliado a isso, pode-se usar softwares de edição que permitem refinar a malha resultante; imagens ou vídeos gravados inaquedamente do ponto de vista de posição podem afetar o resultado, ocasionando problemas no software de modelação, como falta de imagem na construção. Normalmente, é usado durante a produção, gabaritos físicos de papéis em formato quadrado e com desenhos característicos, que são reconhecidos pelo software de estúdio virtual, num processo para inserção do elemento virtual desejado, no plano físico que está sendo digitalizado. Os papéis denominados marcadores podem servir de suporte pra exibir um objeto virtual reconstruído pela técnica acima descrita, inserindo-o na cena em construção. Isso possibilita também a interação bem sucedida de possíveis atores com o virtual, evitando problemas na hora de efetuar a edição de pós-produção. Com o processo citado acima, podemos também reconstruir ou intervir em ambientes inteiros, também a partir de sequencia de imagens ou de um vídeo, e inserir o resultado em uma cena. A técnica utilizada é o chroma-key, um recurso corriqueiro na produção de vídeo e de cinema, que consiste no uso de uma tela, normalmente azul ou verde, no fundo da cena, ou até no chão durante uma “filmagem”. O uso do chroma-key possibilita o recorte posterior da imagem do(s) ator(es), para inseri-los em um cenário desejado, físico ou virtual. Tudo isso exige técnicas apropriadas de captura do objeto ou do ambiente físico, para que a reconstrução seja a mais bem sucedida possível. Quando trata-se

do

videmapping:para

a

projeção

é

realizada

uma

animação

modelada

tridimensionalmente por softwares específicos de modelagem e animação em 3D, com base na superfície que será projetada. Quando a exibição é externa, projeta-se à noite, e quando interna, é preciso apenas de um local escurecido. Nos programas de projeção, adiciona-se sonoridade para que a imersão seja maior. Por exemplo, quando se projeta um vidro sendo estilhaçado, o som do estilhaçamento ou a inserção de uma trilha equivalente tornará a cena mais real e contundente. MÉTODOS Grande parte dos produtos audiovisuais apresentam técnicas de grafismo digital avançado para a elaboração de cenários. No Brasil existe a utilização de técnicas avançadas de realidade aumentada e de realidade virtual. Porém, a grande maioria delas não está atrelada à produção

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de conteúdo audiovisual nacional. Necessita-se algumas vezes ,da inserção de algo muito difícil ou impossível de ser feito fisicamente: os objetos e cenários virtuais. Toda essa caracterização digital entra nos campos denominados de Realidade Aumentada e Virtual, que tratam justamente das técnicas de inserção de elementos virtuais no espaço ou na percepção real, e do real no virtual, respectivamente. Dentre essas técnicas, devemos citar a Reconstrução virtual de objetos e cenários, que consiste na inserção de elementos virtuais criados por software, a partir de imagens ou vídeos do elemento físico. CONCLUSÃO A partir dos métodos acima descritos, é possível a criação de ambientes de forma mais fácil e objetiva, permitindo posteriores modificações sem problemas com custo de transporte, de funcionários, e até de tempo. Tal processo facilita o trabalho de quem está produzindo ou dirigindo algum produto audiovisual e que o objeto ou cenário não tenha se encaixado da forma desejada na cena. Com tais recurso pode-se, em questão de segundos, efetuar mudanças desejadas no ambiente, até se conseguir obter o efeito planejado pelos produtores. É importante abordar também o conceito da interação ator-objeto-cenário: como tudo é feito em tempo real. É um processo em que o ator possui noção de onde está localizado os elementos virtuais em cena. Assim, a interação do ator com os elementos não-físicos ocorrem de forma muito mais bem sucedida. Antigamente, o ator precisava “simular”que interagia com algo que ele não podia ver, havia a necessidade de respeitar marcações rígidas no espaço cenográfico. Quando o ator não conseguia seguir o gabarito, causava discrepâncias indesejáveis na cena final. A cenografia digital e o uso da Realidade Aumentada (RA) e Realidade Virtual (RV) supera definitivamente tais problemas de produção audiovisual. REFERÊNCIAS Acesso em: 04/ 05/2012 MILGRAM, P. et. al. (1995) - Merging Real and Virtual Worlds. IMAGINA'95, Monte Carlo. p. 218-230. TORI, R. KIMER, C. Realidade Virtual: conceito e tendências. São Paulo: Editora Mania de Livro, 2004. Vol. 1. Acesso em: 30/09/2011

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AS CIBERCIDADES BRASILEIRAS: UMA ANÁLISE DO ÍNDICE BRASIL DE CIDADES DIGITAIS Felipe Gustavo Pacelli

INTRODUÇÃO As novas tecnologias da informação e comunicação permeiam a sociedade contemporânea de forma a propor, em conjunto com a sua utilização e o seu desenvolvimento técnico, mudanças de paradigmas em vários níveis sociais, políticos e econômicos. Um dos fatores que permitem tais mudanças é o desenvolvimento das redes telemáticas e das formas de utilização do espaçocomum digital, o ciberespaço, que acaba por reformular os processos de virtualização do sersocial e o trabalho, no que tange as formas de produção e reprodução da sociedade pósindustrial. O presente artigo tem por objetivo, a partir das experiências de urbanização digital no país, analisar a avaliação feita pelo Índice Brasil de Cidades Digitais, bem como estruturar os dados obtidos de forma a esclarecer qual é o nível de urbanização digital das cidades brasileiras.

MÉTODOS A metodologia empregada nesta propõe uma análise da distribuição dos dados disponibilizados pelo CPqD entre as regiões brasileiras, levando em conta a quantidade da população que tem acesso aos serviços de democratização do acesso à informação promovidos pelas TICs, bem como o nível de desenvolvimento tecnológico regional de cada área rankeada no Índice Brasil de Cidades Digitais em 2011.

RESULTADOS Os resultados obtidos neste trabalho são: das 75 cidades avaliadas, 44% estão localizadas no Sudeste do país, 32% no Sul, 19% na região Nordeste, 4% na região Centro-Oeste e apenas 1,3% no Norte brasileiro. Além da disparidade entre as regiões, no que diz respeito aos municípios analisados, podemos perceber também a concentração de municípios que estão no nível “Serviços eletrônicos” de urbanização digital nas regiões Sul e Sudeste, sendo que, das 12 cidades mais bem colocadas no ranking, aproximadamente 67% estão na região Sudeste e 50% são municípios do Estado de São Paulo. Em concomitância, 50% dos municípios com o nível mais baixo de urbanização digital estão localizados na região Nordeste.

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CONCLUSÃO A análise, que permite uma localização dos níveis de desenvolvimento digital de cidades no mapa brasileiro, propõe como conclusão uma redefinição dos níveis de urbanização de uma cidade real, levando em conta as possibilidades de articulação desses espaços urbanos através da grande rede de computadores: as regiões Sul e Sudeste, as duas regiões mais urbanizadas e mais ricas do país, estão em maioria também no Índice Brasil de Cidades Digitais, comprovando o fato de que a democratização do acesso à informação está correlacionada aos níveis de urbanização de um espaço real, confirmando a afirmação de William Mitchell quando contrapõe os níveis de urbanização de épocas distintas como a substituição do aço pelo silício e das ferrovias pela Internet, fatores extremamente importantes na transformação do espaço urbano, cada um em seu contexto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOUTO, Átila A. DALL’ANTONIA, Juliano C. HOLANDA, Giovani M. As cidades digitais no mapa do Brasil: uma rota para a inclusão digital. – Brasília, DF, Ministério das Comunicações, 2006. LEMOS, André. Cibercidades. in Lemos, A., Palacios, M., Janelas do Ciberespaço. Comunicação e Cibercultura., Porto Alegre, Sulina, 2000. MARTINI, Renato. Inclusão digital & Inclusão Social. Revista Ibict. Inlusão Social, N° 1, Vol 1. 2005. Disponível em http://revista.ibict.br/inclusao/index.php/inclusao/article/view/7/13. Acessado em 15 de outubro de 2011. SOUTO, Átila A. CAVALCANTI, Daniel B. MARTINS, Roberto P. Um plano nacional para a banda larga: o Brasil em alta velocidade. – Brasília, DF, Ministério das Comunicações, 2006. Guia das Cidades Digitais. Disponível em http://www.guiadascidadesdigitais.com.br/guia2.pdf. Acessado em 20 de outubro de 2011. Momento Editorial e CPqD lançam Índice Brasil de Cidades Digitais. Disponível em http://www.cpqd.com.br/noticias-relacionadas/289-noticias-2011/5538-momento-editorial-e-cpqdlancam-o-indice-brasil-de-cidades-digitais.html/. Acessado em 13 de outubro de 2011. OLIVEIRA, Daniela. Projetos para Cidades Digitais são maioria em chamada do MCTI. Disponível em http://www.guiadascidadesdigitais.com.br/site/pagina/projetos-para-cidadesdigitais-so-maioria-em-chamada-do-mcti. Acessado em 13 de outubro de 2011. Modernidade. Disponível em http://www.bhmetaseresultados.com.br/veja-mais/Modernidade. Acessado em 16 de outubro de 2011. Brasil avança em ranking de TI: País sobe para a 56ª colocação em levantamento do Fórum Econômico Mundial. Disponível em http://www.serpro.gov.br/serpronamidia/2011/abril/brasilavanca-em-ranking-de-ti. Acessado em 19 de outubro de 2011.

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PROJETO ACERVO IBERO-AMERICANO DE TELEVISÃO DIGITAL CARVALHO, J.M.; VICENTE, G.H. (Bolsista)1 INTRODUÇÃO O Acervo Ibero-Americano de Televisão Digital é um portal de Internet que reúne a produção acadêmica sobre TV na Ibero-américa e a cataloga a fim de facilitar a pesquisa e o acesso a esse conteúdo. O projeto surge diante da escassez de bibliografia sobre Televisão digital nos países ibero-americanos e a necessidade de organizar essa bibliografia de forma a torna-la mais acessível a pesquisadores. Todo conteúdo relacionado levantado por bolsistas e alunos de iniciação cientifica é organizado através de um gerenciador de bibliografias chamado Zotero, que facilita o trabalho de pesquisa, uma vez que permite a organização dos conteúdos seguindo diversos critérios, como fonte de pesquisa,tema ou palavras chave, por exemplo, em uma base de dados organizada e funcional.

MÉTODOS O método de trabalho no projeto consiste no aprimoramento e manutenção de um portal de Internet visualmente atraente e funcional, manutenção do banco de dados, tabelamento de informações, criação de uma plataforma de compartilhamento e de um sistema de buscas eficiente e adequado à necessidade dos pesquisadores. Em uma segunda etapa, será feita a ampliação da base de dados, com a pesquisa sobre novas pesquisas científicas e pesquisadores. Além disso, o Acervo desenvolve projetos de divulgação e interação com mídias sociais, além de plataformas Wikias.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O trabalho desenvolvido no projeto Acervo já possibilitou a criação de um portal na Internet atraente e de fácil acesso a fim de gerir a bibliografia sobre TV digital na Ibero-América. O portal permite a busca de mais de 300 (entre periódicos nacionais e internacionais, artigos apresentados em eventos científicos, livros, teses e dissertações) itens através de tags e palavras-chave de acordo com o interesse do pesquisador. O projeto também rendeu publicação de artigos em periódicos, resumos em eventos, apresentação de trabalhos orais e pôsters em eventos nacionais e internacionais.

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CONCLUSÃO OU CONSIDERAÇÔES O Projeto Acervo Ibero-Americano de Televisão Digital beneficia pesquisadores em vários âmbitos, sendo eles alunos de graduação, de mestrado ou doutorado, possibilitando que estes tenham acesso a uma base com conteúdo teórico de fácil acesso. O projeto ainda ajuda a divulgação de trabalhos científicos de pesquisadores ibero-americanos graças à facilidade de uso pode incentivar o surgimento de novas pesquisas na área, tanto na própria UNESP, quanto em outras universidades. Além disso, o Acervo servirá como importante referencial para formação de recursos humanos e de literatura especializada na área de televisão digital.

REFERÊNCIAS ZAMBOM, P.S; CARVALHO, J.M. Importância e desafios da implementação do Acervo Iberoamericano de Televisão Digital. Brasília-DF: Panam, 2010.

RÁDIO UNESP VIRTUAL – NÚCLEO DE ESPORTES Thais Cardoso Perregil INTRODUÇÃO O Núcleo de Esportes da Rádio Unesp Virtual é projeto de extensão dos cursos de Comunicação Social da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da Unesp. O Núcleo possui dois programas veiculados ao vivo na webrádio, o Arquibancada que vai ao ar segundas, quartas e sextas feiras e o Jornal Esporte Clube, que vai ao ar todas as sextas feiras. Os dois são de, aproximadamente, 30 minutos. Ainda fazem parte a editoria de esportes do radiojornal NJ Notícias, veiculado de quartas e sextas feiras, com seis minutos em cada edição. E está reestruturando mais quatro programas: Mão na Roda, Pela Linha de Fundo, Eurogol e 3 dentro 3 fora, agora em fase de gravação e avaliação de pilotos. Estes também apresentam duração de 30 minutos e são semanais. O Núcleo realiza a cobertura de eventos esportivos regionais, nacionais e internacionais de grande apelo popular brasileiro. Compõe o Núcleo de Esportes uma coordenadora e chefe de reportagem, editores de cada programa e repórteres da editoria.

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MÉTODOS A base teórico-conceitual das produções realizadas pelo Núcleo de Esporte são as disciplinas de Técnica Redacional Radiofônica e Jornalismo Radiofônico. Também são utilizadas obras sobre jornalismo especializado, principalmente aquelas que abordam a relação entre o rádio e o esporte, como Barbeiro;Rangel (2006), Coelho (2004) e Unzelte;Prado (2009). O Núcleo busca treinar os alunos participantes na vivência das produção radiofônica em três estágios: produção, editoração e reportagem. Todos os integrantes do Núcleo de Esporte iniciam sua participação como repórter, aqueles que mais de destacam no ano são convidados para participar das editorias. E o editor que mais se destaca no ano é convidado para ser chefe de reportagem e coordenador do Núcleo de Esportes, para esse cargo a pessoa também sede ser aprovada pela Coordenadoria da Rádio Unesp Virtual.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Com a participação constante e empenho dos integrantes do Núcleo é visível a melhora nas habilidades radiofônicas. Com o aprimoramento dos integrantes há também o aprimoramento do Núcleo como um todo. Essa melhora é buscada constantemente através de oficinas de edição de textos e de sonoras, feedback dos materiais produzidos pelo Núcleo, além de reuniões e discussões das dificuldades apresentadas pelos membros com o intuito de sanar qualquer tipo de problema da maneira mais rápida possível.

CONCLUSÃO O objetivo do projeto é ajudar na formação de seus participantes por aplicar em um produto radiofônico os conteúdos aprendidos em sala de aula. Também aproxima os alunos de uma redação de rádio através da realização de matérias, entrevistas, cumprimento de deadlines, produção de programas, produção de pautas e avaliação dos programas produzidos. Outro fator que o Núcleo de esportes procura aplicar aos seus participantes eh um trabalho em equipe e a ideia trabalho em grupo para a obtenção de um melhor rendimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBEIRO; Heródoto e RANGEL, Patrícia. Manual do jornalismo esportivo. São Paulo: Editora Contexto, 2006. BORELLI, Viviane e FAUSTO NETO, Antonio. Jornalismo esportivo como construção. In: Cadernos de comunicação. Santa Maria: UFSM, vol.17, 2002. 105

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CAMARGO, Vera Regina T., CARVALHO, Sérgio e MARQUES, José Carlos (Orgs).. Comunicação e esportes: tendências. Santa Maria (RS): Pallotti, 2005. Coleção NPs – Intercom n. 4. COELHO, Paulo Vinícius. Jornalismo esportivo. São Paulo: Editora Contexto, 2003. Manual de Redação Folha de São Paulo. São Paulo: Publifolha, 2001. VILAS BOAS, Sérgio (Org.).Formação e informação esportiva: jornalismo para iniciados e leigos. São Paulo: Summus, 2005. YORKE, Ivor. Telejornalismo. São Paulo: Roca, 2007.

O PROCESSO CRIATIVO NO PROJETO DE MÍDIAS DIGITAIS Daniele Fernandes INTRODUÇÃO As tecnologias digitais trazem consigo toda sorte de modificações culturais, sociais, econômicas, políticas, etc., tornando possível uma profunda revolução nos nossos hábitos de pensar, de viver e, claro, de criar. Entretanto, no caso do processo criativo dentro das próprias mídias digitais, especificamente da rede hipermidiática da web, parece-nos que, na maioria das vezes, o que ocorre é uma mera transposição da maneira de pensar analógica para a tela do computador. Não falamos aqui do conteúdo; falamos da própria segregação entre forma e conteúdo, o que acaba por dificultar a utilização da mídia para desencadear o processo criativo.

OBJETIVOS Temos por objetivo investigar o processo criativo próprio ao projeto (design) da hipermídia, envolvendo principalmente a possibilidade de interagir. Pretendemos pensar de que maneira a hipermídia, em especial a web, pode dar condições para a emergência de processos criativos e colaborativos, a partir das características intrínsecas à sua própria linguagem. Em outras palavras, pretendemos pensar como um sistema comunicacional hipermidiático pode favorecer a emergência de processos criativos pela colaboração, não apenas em seu conteúdo, mas em sua linguagem como um todo.

MÉTODOS Metodologicamente, partiremos da análise de uma das qualidades intrínsecas às mídias digitais, a interatividade, como elementos capaz de permitir modificações cognitivas, dentre elas, a mudança na percepção de tempo e de espaço. Nessa análise, utilizamos como base teórica: a semiótica peirceana (para estudar os processos cognitivos); os teóricos Pierre Lévy e Steven

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Johnson (para as mídias digitais); Novak e Flusser (para o projeto do ambiente midiático). A partir daí, sugerimos uma possível maneira de construir um sistema comunicacional capaz de favorecer modificações cognitivas em relação à maneira de pensá-lo como linguagem.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O resultado ao qual pretendemos chegar é um exemplo de uma possível maneira de romper com a segregação entre forma e conteúdo midiáticos. Isso talvez possa permitir que, por meio da linguagem hipermidiática, consigamos construir um ambiente aberto de fato e que favoreça o processo criativo no interior do próprio sistema comunicacional, entendido como linguagem. Pela teoria peirceana, não existe pensamento sem linguagem e cada linguagem possui características específicas. Em resumo, pensamos que, quando se “decalca”, ou seja, quando simplesmente se transporta uma maneira de pensar própria dos átomos para os bits, não se está pensando o meio digital, apenas tentando moldá-lo segundo um pensamento preexistente. E isso passa longe de ser um uso criativo da linguagem própria da mídia. De todas as idéias preconcebidas sobre a hipermídia, pensamos que as duas que mais bloqueiam o processo do pensamento sejam a da fragmentação e a da hierarquização, ambas relacionadas à dificuldade em lidar com uma característica básica da linguagem hipermidiática: a interatividade. Assim, a qualidade das mídias digitais que se configura como o maior gargalo para o processo criativo talvez seja a interatividade. E a questão primordial que devemos colocar é: o sistema midiático nos permite criar linguagem ou apenas escolher entre possibilidades definidas previamente?

CONCLUSÃO Pensamos muito em “o que será inserido” nas mídias; mas é precisamente do que é mais óbvio e próximo que mais nos esquecemos: a interface, o próprio “lugar” do encontro. Interface aqui não é entendida apenas como disposição de elementos numa tela, mas como espaço-tempo de interação colaborativa e criativa em que afloram os elementos da linguagem hipemidiática. Talvez nossas atuais interfaces, de maneira geral, não potencializem o pensamento colaborativo, desfragmentado e não-hierárquico nem o espaço-tempo complexo, fluido, híbrido, interativo, lúdico, aberto, transdisciplinar, colaborativo, heterogêneo e, por isso tudo, criativo, que a linguagem própria às tecnologias digitais podem nos proporcionar. Do nosso ponto de vista, as interfaces devem ter um desenho capaz de expressar as relações de força do convívio da sociedade atual, devendo se constituir como um mapa aberto e conectável desde o seu cerne, desde os elementos básicos da sua linguagem, sem separar forma e conteúdo.

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REFERÊNCIAS FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação. São Paulo: Cosac Naify, 2007. FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. Petrópolis-Lisboa: Vozes-Centro do Livro Brasileiro, 1972. JOHNSON, Steven. Emergência: a dinâmica da rede em formigas, cérebros, cidades e softwares. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. ____. Cultura da Interface. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001. LÉVY, Pierre. As tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Trad. Carlos da Costa. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1993. NOVAK, Marcos. Transmitting Architeture: The Transphysical City. In: Digital Delirium. s.d., p. 261-271. PEIRCE, C. S. Os pensadores, vol XXXVI. Tradução de Armando Mora D’Olivira. Col. Abril Cultural, 1974. ____ Semiótica e Filosofia. Tradução de Octanny S. da Mota e Leônidas hegenberg. São Paulo: Cultrix, 1975. SANTAELLA, Lúcia. Matrizes da Linguagem e Pensamento: sonora visual verbal. São Paulo: Iluminuras, 2001.

FRAMEWORK PARA DESENVOLVIMENTO DE APLICAÇÕES INTERATIVAS EM MÚLTIPLOS DISPOSITIVOS NO SISTEMA BRASILEIRO DE TV DIGITAL Alan César Belo Angeluci, Gustavo Moreira Calixto, Roseli de Deus Lopes

INTRODUÇÃO Um dos principais desafios técnicos no campo dos meios eletrônicos interativos é prover plataformas cada vez mais convergentes. O processo de digitalização de eletrônicos de consumo tem propiciado o desenvolvimento de aplicações cada vez mais complexas. Um caso emblemático é o do Sistema Brasileiro de Televisão Digital – conhecido como Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial Brazil, o ISDB-Tb – que foi concebido com a possibilidade de prover aplicações interativas em ambientes com múltiplos dispositivos. A alta penetração da televisão e de dispositivos móveis na sociedade brasileira revela um cenário propício para o desenvolvimento de aplicações que explorem a potencialidade de interação entre esses eletrônicos de consumo. Essa convergência pode gerar impacto não somente em ações voltadas aos interesses comerciais, mas, principalmente, àquelas de utilidade pública, com foco na inclusão. No entanto, esse potencial ainda é pouco explorado pelos atores envolvidos na cadeia de produção. À luz deste contexto, este trabalho visa investigar a área e propor um

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framework para desenvolvimento de aplicações interativas em ambientes de múltiplos dispositivos no âmbito do ISDB-Tb.

MÉTODOS Características e requisitos importantes serão identificados para evidenciar as principais dificuldades e propor recomendações para os desenvolvedores. Isto será realizado a partir de dois estudos de caso com abordagens multidisciplinares. A investigação será conduzida a partir de um cenário de uso educativo com foco em um público-alvo de 10 a 18 anos. O primeiro estudo trata-se de um protótipo de aplicação interativa que investiga requisitos técnicos para a interação entre televisão e smartphones – parte deste estudo será detalhado a seguir. A primeira versão deste protótipo será referência para o segundo estudo de caso, cujo foco da aplicação será no conteúdo audiovisual e na Interação Humano-Computador (IHC). Ambos estudos devem passar por novas implementações e serão submetidos à avaliação junto a grupos de estudantes de escolas públicas. O público-alvo escolhido justifica-se pelo perfil adequado às experimentações tecnológicas. É a faixa etária que mais possui acesso, posse e uso de eletrônicos de consumo (SEY & FELLOWS, 2009). São jovens mais abertos ao uso multifuncional, simultâneo e integrado de diversas telas, que se aventuram mais na experimentação das novidades em busca de sociabilidade (FUNDACIÒN TELEFÓNICA, 2011). Estudos que mais se aproximam de abordagens sobre uso convergente da TV Digital e dispositivos móveis para aplicações interativas são as descritas por Freitas & Teixeira (2010) e Yolanda et al (2011), entre outros. Grande parte dessas publicações desenvolveram soluções para usar a TV Digital interativa e dispositivos móveis de maneira integrada de forma a manipular aplicações interativas com foco na automação residencial e home gateway; no entanto, há também pesquisas em cenários educativos (FALLAHKHAIR et al, 2005).

RESULTADOS E CONCLUSÕES O trabalho está em andamento, mas já é possível realizar algumas inferências em relação ao primeiro experimento. Foi criado um modelo de interatividade para vídeo-aula baseado em quiz, utilizando uma TV Digital interativa e smartphones. Esse modelo está baseado nas seguintes etapas: (1) equipamento recebe transmissão de fonte de dados; (2) áudio e vídeo são executados; aplicação NCL e carga de dados é recebida; (3) aplicação NCL é executada, bem como carga de dados e atualização do banco de dados; (4) disponibilização de questões para alunos cadastrados responderem; (5) respostas às questões; (6) dados baixados pelo professor.

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Foram desenvolvidas interfaces preliminares para as telas dos dispositivos e para a TV buscando respeitar requisitos GUI (Graphical User Interface). Uma avaliação preliminar indica necessidade de soluções para sincronismo entre aplicações e vídeo, tempo de execução dos dados e testes com usuários.

AGRADECIMENTOS Este projeto está sendo desenvolvido com recursos da CAPES e do LSI-TEC (Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico) a partir do projeto BRIPTV – Desenvolvimento de Middleware IPTV para o Mercado Global – o qual é financiado pela FINEP e executado pelo ICT (Instituto de Ciência e Tecnologia).

REFERÊNCIAS FALLAHKHAIR, S.; PEMBERTON, L.; GRIFFITHS, R. Dual device user interface design for ubiquitous language learning: mobile phone and interactive television (iTV). In: IEEE INTERNATIONAL WORKSHOP ON WIRELESS AND MOBILE TECHNOLOGIES IN EDUCATION, 2005, Japan. Proceedings. Washington: IEEE. p.85-92. FREITAS, C.; TEIXEIRA, G. Uma arquitetura de serviços para aplicações Ubíquas em redes domésticas centrada em TV Digital. Simpósios do WebMedia, Belo Horizonte, 2010. FUNDACIÓN TELEFÓNICA. La Generatión Interactiva na Ibero-América 2010: niños y adolescentes ante las pantallas. Madrid, Espanha: Fundación Telefónica, 2011. (Colección Fundación Telefónica). SEY, A.; FELLOWS, M. Literature Review on the Impact of Public Access to Information and Communication Technologies. CIS Working Paper No. 6, University of Washington Center for Information & Society, Seattle, 2009. Yolanda, B.; Martin, L.; Pazos-Arias, J.; et al. TripFromTV+: Targeting Personalized Tourism to Interactive Digital TV Viewers by Social Networking and Semantic Reasoning. IEEE TRANSACTIONS ON CONSUMER ELECTRONICS. Volume: 57, 2011.

LINK - INTERPROGRAMA TV UNESP Beatriz Tocci; Flávia Battistuzzo Dias, Gabriela Ferri de Souza; Patricia Fassa Evangelista; Felipe Pacelli; Vinícius Pereira de Oliveira; Renan Simão A televisão, ícone da comunicação eletrônica analógica, torna-se um meio digital convergente, interativo e capaz de atrair o público jovem com novos formatos e conteúdos. A proposta do interprograma LINK é encarar o desafio de narrar pela televisão, os múltiplos cenários e enredos da sociedade da informação e dialogar com inúmeras comunidades da internet. A intenção é refletir sobre todos os contextos da “era da comunicação digital”, e apresentar de forma direta e

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atualizada, ao público da TV Universitária UNESP (TVU). O interprograma possui dois minutos de duração e é apresentado por um locutor em off, em ritmo bem dinâmico. No início de cada edição, o narrador apresenta sucintamente a tag do dia, em um cenário construído pela captura de tela de computador e de videografismos. Num segundo momento, o conteúdo se completa com entrevistas feitas por skype ,com especialistas sobre o assunto daquele interprograma . Não há integrantes com funções fixas no projeto, todos se alternam entre: Roteiro, Produção, Edição, Multimídia e Videografismo. Assim, cada participante poderá aprender e desempenhar todas as fases de produção. A edição é trabalhada de modo rápido, mesclando entrevistas, vídeos de internet e videografismos. Como no universo digital, a efemeridade e a dinâmica são utilizadas como recurso de edição, para tentar transpor o mundo da internet para a televisão. A finalidade é atrair os jovens como principal público-alvo, embora também se deseje abranger outras faixas etárias interessadas pelo tema. O objetivo é mostrar ao espectador e ao internauta, como a comunicação digital transita cada vez mais pelas plataformas abrangentes e convergentes, que o acesso aos conteúdos pode ser feita tanto pela TV, quanto pela web e seus dispositivos de sintonia, que a multimidialidade já está presente.As tecnologias digitais têm redefinido paradigmas comunicacionais que vão moldando a sociedade pós-industrial. Alteram-se as formas de trabalho e de convívio social, aumentam os recursos para a virtualização e a atualização do “mundo real”, surgem novos contextos que traçam os contornos de uma presumida “Sociedade da Informação”. Pode-se afirmar que um indivíduo excluído digital, hoje é também um indivíduo excluído social. É tamanha a força com que se reconfigurou o espaço social conectado ao espaço virtual, que já podemos dizer que o mundo atual já acontece no tempo real determinado pelas informações que fluem pela internet. A velocidade dos dados altera as formas de produção, distribuição e consumo de conteúdos em todos os meios digitalizados e vinculados ao ciberespaço. Além disso, a característica mais chamativa da internet - a comunicação multilateral - aliada as maneiras fáceis e rápidas de compartilhar conteúdos como fotos, vídeos, músicas etc., transforma os consumidores em produtores de conteúdo. Surge, por fim, a necessidade dos consumidores conhecerem os produtos disponíveis e, principalmente, as maneiras e ferramentas de criação e compartilhamento disponíveis para que haja um desenvolvimento pleno das produções culturais na rede. Registra-se também o surgimento de novas formas de pensar o uso e os desdobramentos da internet em todos os setores da sociedade. Assim, o papel principal do interprograma LINK é o de apresentar esse novo contexto digital, bem como analisar as mudanças nas formas de comunicação e conteúdo, transmitindo a informação de maneira simples e o interprograma LINK propõe apresentar ao

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público da TV Universitária UNESP (TVU) informações atualizadas sobre o contexto digital e a sociedade da informação, a partir de produções feitas com recursos web. O objetivo é mostrar o desenvolvimento da internet e de outras plataformas digitais, que se constituem definitivamente como instrumentos produtivos de comunicação e de difusão cultural. Os novos recursos digitais inserem nas relações sociais cotidianas a convivência e a produção material e simbólica multimidiática. O interprograma LINK é um formato para pautar e debater a nova ecologia digital.

REFERÊNCIAS FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Editora Cortez, 1988. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999 JENKINS, Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Editora Aleph, 2008 Artigo: “Ciberespaço como virtualização em rede: a Internet como objetivação espectral do capital”. Prof. Dr. Giovanni Alves. UNESP- Campus de Marília.

A INTERATIVIDADE NA TELEVISÃO E NO RÁDIO SOB A PERSPECTIVA DIALÓGICA Suely Maciel A discussão proposta visa contribuir para a compreensão da interatividade na comunicação televisiva e radiofônica a partir de uma perspectiva dialógica da conformação dos discursos e seu sentido. Nos últimos anos, em especial com o desenvolvimento crescente da comunicação midiática digital, ‘interatividade’ passou a ser uma expressão de largo emprego em diferentes universos de circulação dos discursos cotidianos, com significados que se espraiam da relação entre os indivíduos, as máquinas digitais e os meios de comunicação até as mais falseadas estratégias de marketing comercial. Ao mesmo tempo, a discussão teórica sobre a interatividade ainda se insere num campo movediço, ora mais próximo de uma visão notadamente técnica e tecnológica, ora mais afeito a uma complexificação das próprias dinâmicas comunicacionais humanas, em especial quando comumente se relaciona a interatividade à possibilidade de trocas enunciativas entre emissor e receptor da mensagem midiática, mediadas pelo aparato tecnológico. Tais abordagens, porém, conservam diferenças essenciais em relação à perspectiva dialógica da comunicação discursiva, discutida, em especial, pelo teórico russo Mikhail Bakhtin e seu Círculo. Sob esta perspectiva, a interatividade passa a ser compreendida como inerente à dinâmica enunciativa, seja presumida, seja materializada em diferentes formas de manifestação, mediadas ou não por aparatos tecnológicos. Além disso, considera-se que os discursos

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constituem-se na relação reciprocamente ativa entre os participantes da comunicação discursiva, em que não há divisão estanque e distanciada entre ‘pólo emissor’ e ‘pólo receptor’. Ao contrário, a comunicação só se efetiva a partir de trocas enunciativas simultâneas e da mútua influência, ou seja, da permanente atitude responsiva ativa entre os sujeitos envolvidos no processo de interação discursiva. O diálogo é condição de existência da linguagem e de todas as suas formas de realização, que se efetivam por meio de enunciados concretos, constituídos e em perene circulação nas diferentes esferas da comunicação humana (BAKHTIN, 2003), entre elas a midiática. Pode-se afirmar, então, que a uma interatividade aparente, manifesta e ‘visível’, há outra que a ela subjaz. Verifica-se que a uma interatividade de superfície — isto é, a viabilizada pelo acesso aos mecanismos que permitem ao destinatário entrar em contato direto com o ‘emissor’ e atuar na construção da mensagem veiculada — corresponde outra, a interatividade discursiva, que lhe é subjacente e constitutiva. O fato de o ‘outro’ sempre se colocar em posição ativa em relação ao seu interlocutor e já atuar no enunciado, mesmo que não disponha do aparato ou a este não tenha acesso, nem haja um contato direto e efetivo entre os interlocutores, é uma mostra pontual dessa dinâmica. A compreensão ativa é condição de existência do enunciado concreto e se estabelece na relação dialógica entre os sujeitos. A resposta ‘já está lá’, desde sempre. Ela prescinde, portanto, de feedback, bilateralidade e outras manifestações, conforme revelam, exemplarmente, duas situações de interatividade, no rádio e na televisão, trazidas para a discussão e analisadas levando-se em conta a conformação dos programas em que são inseridas, as relações estabelecidas entre os interlocutores, a conformação da mensagem e seu sentido. A leitura das situações permite afirmar que o enunciado é sempre marcado por uma posição ativa e o diálogo é um processo de interação entre sujeitos sociais. A noção, portanto, de que o rádio e a televisão efetivam-se numa dinâmica de ‘um para muitos’, numa via de mãoúnica (daí a necessidade, reivindicada por vários, de tornar os meios ‘vias de mão dupla’, viabilizando a participação do público), perde o sentido se compreendida à luz do processo dialógico inerente à comunicação discursiva. Ainda que o som e a imagem transmitidos saiam do ‘um’ que irradia e cheguem aos ‘muitos’, ‘anônimos’, ‘incomensuráveis’ que os recepcionam tecnicamente, esses ‘muitos’ já estão lá na conformação do enunciado transmitido. Isso posto, considera-se que a interatividade no rádio e na televisão não se restringe à troca imediata entre os interlocutores, mediada pelo aparato tecnológico, mas subjaz à dinâmica discursiva efetivada por eles, no diálogo em sentido amplo.

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REFERÊNCIAS _______. O discurso de Dostoiévski. In: Problemas da poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981, p.157-78. _____.; CASSOL, Márcio B. F. (2006). Explorando o conceito de interatividade: definições e taxonomias. Espiral interativa. Disponível em . Acesso em 17 ago 2009. BAKHTIN. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003. LEMOS, André. (1997). Anjos interativos e retribalização do mundo: sobre interatividade e interfaces digitais. Disponível em: . MIELNICZUK, Luciana. (2000). Interatividade como dispositivo do jornalismo online. Disponível em http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/ 2000_mielniczuk_interatividadedispositivo.pdf. (Acesso em 04/04/2010) MONTEZ, Carlos; BECKER, Valdecir. TV Digital Interativa: conceitos, desafios e perspectivas para o Brasil. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2005. MORAES, Raquel A. de; BARRETO, Gustavo. (2005). A pseudo-interatividade na mídia global. Disponível em . Acesso em 23 fev 2011. PRIMO, Alex F. T. (1998). Interação mútua e interação reativa: uma proposta de estudo. In: XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO, 1998, Recife, Pernambuco. Anais. Disponível em . Acesso em 17 ago 2010. SILVA, M. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro: Quartet, 2000. SQUIRRA, S.; BECKER, V. (orgs). TV digital.br. São Paulo, Atelie, 2009. VOLOSHINOV, V. N.; BAKHTIN, M. M. (s.d.). O discurso na vida e o discurso na arte. Trad. C. A. Faraco e C.Tezza.Tradução para uso didático.

ASSENTO PARA TRATOR: PROJETO ERGONÔMICO

Prof. Dr. Roberto Deganutti, [email protected], Prof. Dr. Osmar Vicente Rodrigues, [email protected], José Victor Braga Herrera, [email protected] Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - Câmpus de Bauru/São Paulo. INTRODUÇÃO O presente estudo sobre o assento para tratores se concentrou nas análises de ergonomia e na modelagem virtual em relação à antropometria. Todo conceito começa a criar forma quando a modelagem é iniciada, seja ela virtual ou física. Modelagem que interfere diretamente na forma, na estética, conciliada com a função que darão base a partir dos estudos já citados. A função da modelagem é tornar o projeto tátil, utilizável, torná-lo real e colocar à prova toda a sua concepção, se esta realmente funciona, assim como na teoria. Utilizaram-se técnicas industriais, interagindo funções virtuais para dar forma ao real, ao físico, ao tridimensional. O designer por sua vez poderá usá-la como ferramenta para testes e confirmação de sua importância. O estudo foi desenvolvido passando por processos detalhados, desde o modelo do assento em escala reduzida, em escala real de isopor, até a sua desintegração para a utilização do MDF e da espuma rígida de poliuretano expandido, formando um conjunto de técnicas necessárias para a

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construção do modelo final e por fim contribuir para mais uma etapa para a construção deste projeto e produzir contribuições para pesquisas futuras. METODOLOGIA Elaboração dos sketches; análises e escolhas do desenho final; modelagem em PU do modelo escolhido na escala 1:10; análises do modelo em escala reduzida com o auxílio de bonecos antropométricos na escala de 1:10, transferência das medidas para o bloco de isopor por meio de gabaritos negativos e positivos para a obtenção de um modelo na escala natural (1:1), modelagem do modelo 1:1 direto no bloco de isopor, técnicas de desbaste grosso e fino por meio de serras, limas e lixas, acabamento auxiliado pela lixa d'água de número 220, testes ergonômicos no modelo de isopor em escala real, observações e análises do modelo físico, correções da forma, modelo fatiado em “tiras” de 50 mm para a transposição dos perfis para as chapelonas de MD, modelagem virtual no software Solidworks, obtenção das chapelonas em MDF criadas a partir dos perfis, fatias com 50 mm da espuma de PU, colagem das fatias de espuma com as chapelonas de MDF, lixamento do excesso de espuma utilizando grosas até chegar à forma correta, aplicação do primer PU cinza catalisável, lixamento do primer, aplicação da mistura de massa plástica com resina de poliéster para laminação, lixamento da massa/resina, correção superficial utilizando massa plástica, aplicação da primeira demão do primer PU bege catalisável, aplicação da massa light branca para um melhor acabamento superficial, lixamento massa light, aplicação da segunda demão do primer PU bege catalisável, lixamento do primer PU bege, eliminação dos últimos defeitos superficiais, aplicação da terceira demão do primer PU bege catalisável, lixamento do primer PU bege, pintura final. CONCLUSÕES O estudo confirmou a modelagem como ferramenta indispensável para o desenvolvimento de um produto. Os processos desde sua concepção até o resultado final passam por detalhes que guardam propósitos distintos e tão importantes quanto o próprio conceito que envolve o produto. As técnicas de modelagem aqui apresentadas demonstram sua importância para o projeto do assento de um trator, as quais foram baseadas nos estudo anteriores, em especial o ergonômico, que desde o princípio caminhou lado a lado com os ideais para se criar um produto adequado no cumprimento de suas funções e capaz de atender as necessárias interfaces que sua aplicação exige. O modelo físico deu forma aos conhecimentos gerados pela pesquisa, e por isso, permitirão que esse mesmo conhecimento seja extensivo não só ao aperfeiçoamento do assento ora proposto, como no desenvolvimento de novas propostas de assentos para a mesma aplicação. O trabalho de modelagem, principalmente quando da transição do 2D para o 3D, pode trazer uma série de equívocos e erros, já que há uma grande diferença entre uma representação em duas dimensões (sketches e renderings, por exemplo) de um produto e sua representação em três dimensões (modelos e protótipos, por exemplo), principalmente quando este é regido por regras específicas, aqui demonstradas por meio da ergonomia e da antropometria. O trabalho de modelagem desse projeto também mostrou que é possível atingir os resultados necessários ao se projetar um produto, mesmo quando os prazos são curtos, no entanto o seu desenvolvimento é auxiliado por ferramentas e técnicas específicas e apropriadas. A partir do que tínhamos e principalmente do que não tínhamos, os resultados podem ser considerados satisfatórios. A atividade de modelagem, por sua importância, merece ser mais bem estudada e também explorada. Sua importância foi comprovada por essa pesquisa, em particular como veículo de transformação do conceitual para o físico, materializando um conhecimento fruto do desenvolvimento não só do trabalho de pesquisa como um todo, mas do próprio projeto do produto.

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REFERÊNCIAS DÂNGELO, José Geraldo & FATTINI, Carlo Américo. Anatomia básica dos sistemas orgânicos: com a descrição dos ossos, junturas, músculos, vasos e nervos. São Paulo: Editora Atheneu, 2004. ERGOKIT – BANCO DE DADOS ANTROPOMÉTRICOS. Instituto nacional de Tecnologia. Rio de Janeiro, 1998. CD-ROM. FIEDLER, N. C. AVALIAÇÃO ERGONÔMICA DE MÁQUINAS UTILIZADAS NA COLHEITA DE MADEIRA. 1995. 126 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, 1995. GRANDJEAN, E. MANUAL DE ERGONOMIA. Tradução de João Pedro Stein. Revisão técnica de Guimarães, L. B.M. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 1998. IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 6ª ed. São Paulo: E. Blücher, 2000, 466p. ISO 5353 (E). AGRICULTURAL TRACTORS OPERATORS SEATING ACCOMODATION, 1977. SANTOS, J.E.G. A ERGONOMIA DOS TRATORES AGRÍCOLAS: DIMENSÕES E FORÇAS DE ACIONAMENTO. 5º Congresso internacional de Ergonomia e Usabilidade de interfaces. Rio de janeiro, 2005. SILVA, A.L. A UTILIZAÇÃO DO SISTEMA CAD NA ANÁLISE ERGONÔMICA DO POSTO DE TRABALHO DO TRATORISTA. 4º Congresso Temático de Dinâmica, Controle e Aplicações. Bauru, 2005. SILVA, Suedêmio de Lima. MÁQUINAS E MECANIZAÇÃO AGRÍCOLAS. Tratores Agrícolas. Cascavel – PR, 2005. DEBIASI, Henrique; SCHLOSSSER, José Fernando; PINHEIRO, Eder Dornelles. CARACTERÍSTICAS ERGONÔMICAS DOS TRATORES AGRÍCOLAS UTILIZADOS NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL. CIÊNCIA RURAL. Santa Maria – RS, 2004.

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