UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Departamento de Parasitologia e Microbiologia
PARASITOLOGIA GERAL
Profª Drª Daniela Reis Joaquim de Freitas
[email protected]
Doença de Chagas
1. INTRODUÇÃO: ASPECTOS GERAIS DE
Trypanosoma cruzi E CONSIDERAÇÕES GERAIS
Trypanosoma cruzi: Protozoário flagelado Descoberto em 1909 por Carlos Chagas, juntamente com seus vetores, possíveis hospedeiros e quadro patológico
Carlos Chagas em seu laboratório no Instituto Oswaldo Cruz – RJ Fonte: www.fiocruz.com.br
1. INTRODUÇÃO: ASPECTOS GERAIS DE
Trypanosoma cruzi E CONSIDERAÇÕES GERAIS Classificação Sistemática Reino Protista Sub-Reino Protozoa Filo Sarcomastigophora Subfilo Mastigophora Classe Zoomastigophorea Ordem Kinetoplastida Família Trypanosomatidae Gênero Trypanosoma spp
1. INTRODUÇÃO: ASPECTOS GERAIS DE
Trypanosoma cruzi E CONSIDERAÇÕES GERAIS
É causador da Doença de Chagas No mundo atinge cerca de 16 a 18 milhões de habitantes, geralmente pessoas pobres em situação precária (Dias, 2007).
Doença de Chagas na América Latina
Fonte: http://www.relampa.org.br/detalhe_artigo.asp?id=9
1. INTRODUÇÃO: ASPECTOS GERAIS DE
Trypanosoma cruzi E CONSIDERAÇÕES GERAIS
Parasito heteroxeno (hospedeiros invertebrado e vertebrado) Reprodução por fissão binária Diferentes formas corporais
amastigota
epimastigota
Tripomastigota
Tripomastigota delgada
Esferomastigota
Estrutura celular de um Tripomastigota.
Fonte: http://labspace.open.ac.uk/mod/resource/view.php?id=459545
Estrutura celular de um Amastigota.
Fonte: http://labspace.open.ac.uk/mod/resource/view.php?id=459554
1. INTRODUÇÃO: ASPECTOS GERAIS DE
Trypanosoma cruzi E CONSIDERAÇÕES GERAIS
Forma amastigota – presente dentro da célula do hospedeiro vertebrado Forma tripomastigota presente no sangue circulante do hospedeiro vertebrado Ambas as formas são infectantes para os hospedeiros vertebrados
Tripomastigota
Epimastigota
Amastigota
Esferomastigota Fonte: http://www.fcfrp.usp.br/dactb/Parasitologia/Arquivos/Ge nero_Trypanosoma.htm
1. INTRODUÇÃO: ASPECTOS GERAIS DE
Trypanosoma cruzi E CONSIDERAÇÕES GERAIS
Formas epimastigota, esferomastigota e tripomastigota – presente no vetor
Fonte: http:/www.biojornal.blogger.com.br
1. INTRODUÇÃO: ASPECTOS GERAIS DE
Trypanosoma cruzi E CONSIDERAÇÕES GERAIS
Formas mais delgadas ou mais largas de tripomastigotas determinam padrão de infecção e tropismo celular
Tripomastigotas delgados
macrofagotrópicas
Tripomastigotas largos
miotrópicas
2. CICLO BIOLÓGICO E ECOLOGIA DE
Trypanosoma cruzi E SEUS VETORES Fase de multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado (homem e mamíferos de 7 ordens diferentes) e extracelular no vetor (triatomíneos)
Panstrongylus megistus Fonte: www.icb.usp.br
Triatoma infestans Rhodnius prolixus
Fonte: http://rhodnius.atspace.com/
Fonte: http://medicosilustresdabahia.blogspot.com.br/2011/ 02/156-goncalo-moniz-sodre-de-aragao.html
Onde se encontra o vetor...
Ciclo Biológico
Fonte: http://www.google.com.br/imgres? imgurl=http://www.fiocruz.br/chagas/media/ciclo%2520trypanosoma%2520%2520rubem.JPG
Meio de transmissão ao hospedeiro vertebrado Fonte: www.novaimprensa.inf.br/passadas/426/imagens/426/doenca_de_chagas_1.jpg
T. cruzi infectando um macrófago
Amastigotas no foco primário da infecção
Tripomastigotas no sangue Formas tripo e amastigota nas fibras musculares
3. DOENÇA DE CHAGAS – ASPECTOS GERAIS Mecanismos de transmissão Transmissão pelo vetor Transfusão sanguínea Transmissão congênita Acidentes de laboratório Transmissão oral, coito, transplante
3. DOENÇA DE CHAGAS – ASPECTOS GERAIS Doença na forma aguda ou crônica Desenvolvimento das formas clínicas da fase crônica – 10 a 15 anos Formas indeterminadas!
3. DOENÇA DE CHAGAS – ASPECTOS GERAIS FASE AGUDA Sintomática ou não Sintomática geralmente na primeira infância – leva a morte cerca de 10% dos casos Inicia-se através de sinais locais - penetração da conjuntiva ou na pele Aparecem 4-10 dias após picada; regridem em 1 ou 2 meses
Sinal de Romaña. Chagoma de inoculação
Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003646652009000500011&script=sci_arttext
Fonte: http://anotacoesdalua.blogspot.com.br/2010/12/doencade-chagas.html
3. DOENÇA DE CHAGAS – ASPECTOS GERAIS FASE AGUDA Manifestações gerais: Febre, edema localizado e generalizado, poliadenia, hepatomegalia, esplenomegalia, insuficiência cardíaca e pertubações neurológicas ( às vezes)
3. DOENÇA DE CHAGAS – ASPECTOS GERAIS
FASE CRÔNICA
FASE
FASE
SINTOMÁTICA
ASSINTOMÁTICA
Forma indeterminada ou latente
3. DOENÇA DE CHAGAS – ASPECTOS GERAIS FASE CRÔNICA SINTOMÁTICA Manifestações gerais: Forma cardíaca digestiva Cardiodigestiva ou mista
Formas Digestivas
Megacólon chagásico
Fonte: http://quevihoy.blogspot.com/2007/08/megacl on-chagsico.html
Megaesôfagos chagásicos em diferentes estágios de acordo com a patologia da doença Fonte: http://anotacoesdalua.blogspot.com.br/2010/12/doenca-dechagas.html
Formas Digestivas
Cortes transversais de megaesôfago. Fonte: Neves, 2005.
Forma Cardíaca
Coração com cardiomegalia
Fonte da foto: http://whisnerfraga.wordpress.com/2010/06/30/dr-housee-chagas/
4. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DOENÇA DIAGNÓSTICO Clínico Laboratorial Fase aguda – alta parasitemia e produção de anticorpos – IgM e IgG Fase crônica - baixa parasitemia e presença de IgG
4. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DOENÇA Diagnóstico Laboratorial Fase aguda - Exame de sangue a fresco - Gota espessa - Esfregaço corado com Giemsa - Cultura de sangue ou material de biópsia - Inoculação em camundongos - Método de concentração (Strout) - Xenodiagnóstico e hemocultura - Exames sorológicos (RIFI e ELISA); Reação de precipitina***
RIFI
ELISA
XENODIAGNÓSTICO ESFREGAÇO DE SANGUE
4. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DOENÇA Diagnóstico Laboratorial Fase Crônica - Xenodiagnóstico e hemocultura - Inoculação em camundongos - Exames sorológicos (RIFI e ELISA) - Reação de fixação de complemento - Reação de hemaglutinação indireta - PCR
Fluxograma para a realização de testes laboratoriais para a doença de Chagas na fase crônica (Ministério da Saúde, 2005). Fonte: Ministério da Saúde, 2005.
4. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA DOENÇA Tratamento Ainda ineficaz Tratamento com drogas dependem da cepa de Trypanosoma e da região Tratamentos prolongados com maior sucesso Drogas: Nifurtimox (formas sanguíneas e parcialmente contra formas teciduais) – recentemente retirada do mercado - e benzonidazol (apenas formas sanguíneas)
5. EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA Doença atinge quase 18 milhões de pessoas em 18 países A transmissão pelo triatomíneo é a mais importante
http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S0074-02762009000900006
5. EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA Inicialmente, uma doença de animais silvestres posteriormente, adaptada em humanos, devido à invasão e modificação do seu ambiente (construção de cafuas)
Cafua. Fonte: http://www.fiocruz.br/chagas
5. EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA O enfoque para o controle da doença é múltiplo
esclarecimento da população geral sobre os riscos desse processo
combate ao agente transmissor (o barbeiro)
melhoria das condições das residências, já que, exceto na doença silvestre, o barbeiro se aloja fundamentalmente nas casas precárias de barro, palha e pau-apique.
Triatomíneos encontrados em residência de povoado do entorno do Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí. Fonte: http://www.fiocruz.br/chagas
Espécies reservatórios
http://www.misodor.com/CHAGAS.php
5. EPIDEMIOLOGIA DA DOENÇA PROFILAXIA Combate ao barbeiro Controle do doador de sangue Controle da transmissão congênita Melhoria nas habitações, limpeza e higiene das mesma
6. O QUE TEM SE PESQUISADO ATUALMENTE A RESPEITO
Trabalhos clássicos no Piauí que serviram para embasar pesquisas atuais...
Trabalhos clássicos no Piauí que serviram para embasar pesquisas atuais...
Abstract Chagas disease is a major public health problem in Brazil and Latin America. During the last years, it has become an emerging problem in North America and Europe due to increasing international migration. Here we describe the prevalence of Chagas disease in Brazil through a systematic review. We searched national and international electronic databases, grey literature and reference lists of selected articles for population-based studies on Chagas disease prevalence in Brazil, performed from 1980 until September 2012. Forty-two articles with relevant prevalence data were identified from a total of 4985 references. Prevalence ranged from 0% to 25.1%. Most surveys were performed in the Northeast region, especially in the state of Piauí. We observed a high degree of heterogeneity in most pooled estimates (I2 > 75%; p 60 year-olds (17.7%; 95% CI: 11.4–26.5), Northeast (5.0%; 95% CI: 3.1–8.1) and Southeast (5.0%; CI: 2.4–9.9) regions and mixed (urban/rural) areas (6.4%; 95% CI: 4.2–9.4) had the highest pooled prevalence. About 4.6 million (95% CI: 2.9–7.2 million) of people are estimated to be infected with Trypanosoma cruzi. The small number of studies and small-scale samples of the general population in some areas limit interpretation, and findings of this review do not necessarily reflect the situation of the entire country. Systematic population-based studies at regional and national level are recommended to provide more accurate estimates and better define the epidemiology and risk areas of Chagas disease in Brazil.
7. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA E RECOMENDADA CIMERMAN, B., FRANCO, M. A. Atlas de Parasitologia - Artrópodes, Protozoários e Helmintos. 1 ェ . Ed. São Paulo: Atheneu, 2009. 105p. Dias, João Carlos Pinto. Globalização, iniqüidade e doença de Chagas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23 Sup 1:S13-S22, 2007. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v23s1/03.pdf. Acessado em 23/10/2012. Fiocruz. Disponível em: http://www.fiocruz.br/chagas/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=130. Acessado em 23/10/2012. NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 11º ed. Editora Atheneu, 2005. REY,L. Bases da Parasitologia Médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2010.
7. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA E RECOMENDADA NCBI – www.pubmed.gov Site da SciELO - Scientific Electronic Library Online – www.scielo.org Site dos Periódicos Capes - www.periodicos.capes.gov.br UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Atlas de Parasitologia Humana. http://www.fcfrp.usp.br/dactb/Parasitologia/ ATLAS_DE_PARASITOLOGIA.htm UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Atlas de Parasitologia. http://www.farmacia.ufmg.br/ACT/atlas/
Obrigada!!!