Bits para o Povo

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Descrição do Produto

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democracia

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SETEMBRO DE 2002 - ANO I, NÚMERO 4

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ELEIÇÕES 2002 PLATAFORMAS DE GOVERNO ELETRÔNICO página 05

FUST A NOVELA página 08

GOVERNO ELETRÔNICO TELECENTROS COMUNIDADE BRASIL página 10

ARTIGO DE CLAUDINE DUARTE CONTEÚDO É TUDO página 12

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL PORTAL SEP página 14

GOVERNO ESTADUAL ACESSA SÃO PAULO página 16

GOVERNO ESTADUAL ILHAS DIGITAIS NO CEARÁ página 20

TERCEIRO SETOR PRÊMIO CIDADANIA PARA O CDI página 22

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL NA HORA página 24

GOVERNO FEDERAL SERPRO CIDADÃO página 28

ARTIGO DE HUMBERTO RIBEIRO BITS PARA O POVO página 30

TECNOLOGIA UNITED LINUX: TODOS POR UM página 34

ARTIGO DE ANTONIO FÁBIO RIBEIRO BRASÍLIA FUTURISTA página 36

PODER JUDICIÁRIO CAUSA JUSTA página 38

ARTIGO DE BIA SIMONASSI QUEM TEM MEDO DO CRM? página 40

AMOR À PÁTRIA EU QUERO SER VOLUNTÁRIO página 42

GOVERNO ESTRANGEIRO PERU DIGITAL página 44

ARTIGO DE ARIEL FOINA sites de interesse na contracapa > > >

HACKING E AS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS página 46

Bits para o Povo A próxima gestão presidencial e estadual distinguirá líderes de criminosos. Bastará visitar as escolas nos próximos semestres. Quando corretamente preparadas para atender nossas crianças e jovens, serão as incubadoras da nova sociedade, onde a riqueza baseada em átomos (material) será substituída pela riqueza

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baseada em bits (intelectual)

divulgação

Por Humberto Ribeiro

O

O bit, unidade básica que compõe os bens digitais e representa a era da informação, apesar de ter características que o coloca em vantagem em relação ao átomo, unidade básica de todos os bens materiais, ainda é um desconhecido para a maioria dos terráqueos. O bit pode ser duplicado infinitamente sem consumir matérias-primas, ser consumido inúmeras vezes sem desaparecer, ser evoluído e complementado mantendo-se útil e fértil para os cérebros. Porém, sua principal característica é a razão que embasa a sociedade do conhecimento: sua capacidade de ser transmitido instantaneamente a outros destinos por meio digital, notadamente, via internet. No Brasil, a realidade da utilização da internet e todos os benefícios advindos desta e de seus bits ainda não aconteceram para quase 90% do povo. Este é um indicador alarmante. Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (Oecd), a habilidade de criar, distribuir e explorar o conhecimento é cada vez mais importante para a competitividade, a geração de riquezas e a melhoria na qualidade de vida das nações. Apesar de ter sido classificado pelo Banco Mundial em julho como economia de renda média-alta entre 207 países, o Brasil ainda tem mais de 12 milhões de pessoas vivendo com menos de 1 real por dia. Somos a segunda pior distribuição de riqueza do mundo, à frente apenas de Serra Leoa, pequena nação com apenas 5 milhões de habitantes. Aliados aos índices alarmantes de violência de nossa nação, os dados tornam cristalina a urgência brutal de se promover um salto social estruturado na ampla democratização de riquezas intelectuais e na contumaz abertura de oportunidades empreendedoras à população. Hoje presenciamos não apenas uma, mas várias situações de divisão digital. Basta comparar o percentual de jovens versus idosos conectados; o de moradores urbanos contra rurais; o de ricos versus pobres, e assim por diante, e encontraremos inúmeros segmentos sociais

desconectados da grande rede e, conseqüentemente, com capacidade e velocidade produtiva bem inferior aos demais. Note que os países mais industrializados, apesar de terem apenas 15% da população mundial, têm 88% dos usuários internet do globo. A Finlândia sozinha tem mais usuários internet que toda a américa latina somada. Mais que simplesmente ensinar práticas de informática para a população, é necessário estabelecer uma cultura de uso virtuoso das tecnologias da informação, fomentando a aprendizagem e a descoberta de conhecimentos. A disponibilização de ampla supra-estrutura de acesso à internet, a geração de metodologias de aprendizado com conteúdos estruturados em todos os campos de conhecimento humano, e a priorização de serviços prestados de forma digital ao cidadão, estimularão um ambiente progressista de liberdade e criatividade para todos. Pode haver um sentimento de que os custos desta inclusão digital são insuportáveis e os propósitos utópicos, ou que tecnologias da informação e comunicação são uma luxúria para países pobres como o Brasil, onde orçamentos e infra-estruturas limitadas inquietam a comunidade. Muito pelo contrário, a transformação social, fruto da substituição do atual modelo clientelista, concentrador e moroso baseado em átomos, para um modelo dinâmico, pervasivo e interdisciplinar baseado em bits, representam o incontestável salto social viável no atual contexto. É sabido que, para que haja saltos sociais, dois prérequisitos são necessários: vontade do líder e rápida geração de cultura na comunidade. Assim sendo, a inclusão digital inicia-se pela determinação intransigente dos poderes executivos federal e estaduais em concretizarem a mudança de paradigma. Da mesma forma que conseguimos digitalizar todos os procedimentos declaratórios de impostos e também os de votação com urnas eletrônicas, a permuta entre procedimentos materiais baseados em

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Diretor da SuperObra.com e membro do Fórum Econômico Mundial

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átomos para procedimentos digitais baseados em bits tem, impreterivelmente, que permear os serviços de saúde, segurança pública, suprimento de água, esgoto e energia, gestão territorial e processos administrativos. A principal barreira para a ação dos líderes, a financeira, não será problema para o salto digital, pois os recursos necessários para o estabelecimento da supraestrutura nacional de redes digitais já se encontram alocados em fundos setoriais e programas nos ministérios e nas agências do governo. Na verdade, a grande preocupação é para que estes sejam imediatamente utilizados de forma adequada, pois o prejuízo social de termos o atual montante crescente de recursos supraestruturais parados em contas bancárias é um luxo inconcebível para um país com tamanha fragilidade social e carência de oportunidades como o Brasil. Entretanto, entre todas as iniciativas do poder executivo necessárias, a mais importante é, claramente, a incorporação de tecnologias da informação para a educação pública. Por quê? Porque a educação permeia a camada jovem da sociedade, propiciando dois benefícios estratégicos: a melhor preparação intelectual das novas gerações produtivas; e a alta capilarização das habilidades digitais promovida pelos alunos dentro das famílias e dos círculos sociais. Ou seja, a educação online soluciona o segundo pré-requisito para o sucesso no salto social digital, a rápida geração de cultura na comunidade. Devemos, por meio da tecnologia da informação, proporcionar à sociedade ferramentas pedagógica e didaticamente adequadas, que promovam a valorização do professorado brasileiro e a facilitação do aprendizado. Com estes novos caminhos, estaremos ensinando em menos tempo nossos alunos, não para que estudem menos, mas sim para que aprendam mais, e cultivem a sede por mais conhecimento de forma perene em suas vidas. A exemplo de iniciativas já em prática em alguns estados, como

a Educação Online do Mato Grosso do Sul e o Caderno Digital do Paraná, o Brasil todo deve, em curtíssimo prazo, implementar práticas que reinventem a escola e a universidade tradicionais e eliminem a enorme disparidade na qualidade entre o ensino público e o privado em nosso país, que nos atribui a pior colocação do mundo, segundo estudo do Fórum Econômico Mundial. E, como os bits não se esgotam pelo uso de qualquer que seja o número de alunos, a supra-estrutura instalada para educação da juventude poderá também atender aos adultos, em horários diferentes e com metodologias apropriadas para a qualificação profissional, a educação continuada, o acesso a serviços públicos e, até mesmo, a programas de valorização do idoso. Com esta supra-estrutura operando e capilarizando bits para os cidadãos, florescerá o talento, a criatividade e a livre iniciativa brasileira. A disseminação de competências tornará legítimo o sonho de um país empreendedor. A inovação se concretizará, pois ocorrerá a permanente conversão de conceitos concebidos academicamente em oportunidades de negócio. A supraestrutura fortalecerá as cadeias produtivas, as relações trabalhistas, a transparência de mercados, ou seja, a competitividade empresarial brasileira. Em 2004 visitaremos nossas escolas para ver o que aconteceu. Os líderes legítimos terão implantado ações que estarão começando a surtir efeitos positivos. Os governantes retardatários estarão causando prejuízos sociais aos seus estados, porém ainda em tempo de alcançarem os mais adiantados. Entretanto, quando chegarmos ao próximo período eleitoral em 2006, aqueles que não tiverem conseguido iniciar a revolução da educação online em suas regiões administrativas serão identificados como os grandes criminosos da era da informação, privando massas de compatriotas do mais essencial patrimônio humano: a liberdade de descobrir e criar.

RSD 04 www.agenciaeletronica.net

Para maiores informações sobre os assuntos tratados nesta edição consulte: Eleições 2002

www.ciro23.com.br www.lula.org.br www.garotinho40.com.br www.joseserra.org.br www.pstu.org.br/mg/zemaria.htm

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