Breve resumo de alguns teóricos da Sociologia Econômica

August 24, 2017 | Autor: Carlos Orellana | Categoria: Pierre Bourdieu, Thorstein Veblen, Halbwachs
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UM PANORAMA DO "CONSUMO" A PARTIR DA NOVA SOCIOLOGIA ECONÔMICA


O presente artigo pretende realizar uma revisão sobre as principais teorias do consumo Marx, Veblen, Simmel, Halbwachs, Bourdieu e Douglas a partir dos aportes da Nova Sociologia Econômica.
A proposta da Nova Sociologia Econômica é considerar o comportamento econômico entrelaçado nas mais diversas relações sociais, há uma tendência em revisitar os clássicos da virada do século XX numa perspectiva de relacionar a interpretação sociológica como fundamental para a compreensão dos fenômenos econômicos, principalmente, nas atividades de consumo.

Marx concebe dois conceitos fundamentais para compreensão da esfera do consumo: valor-de-uso e o valor-de-troca, sendo a noção de fetichismo devedora das duas anteriores. De acordo com Mar, as mercadorias são dotadas de um duplo valor: um valor-de-uso ligado à satisfação da satisfação das necessidades básicas, ao nível da utilidade, do pragmatismo. Quanto ao valor de troca refere-se ao valor simbólico que uma mercadoria adquire nas trocas sociais sendo expressa por uma mediação que é o dinheiro. O fetichismo se constitui quando o valor-de-troca supera o valor-de-uso apagando os traços da produção material (do trabalho) tornando a mercadoria como um objeto em si, desvinculado a sua condição social de existência, perdendo vínculos com valor-de-uso.

Quanto a Veblen, desenvolveu o conceito de consumo conspícuo, o qual os sujeitos disputam por status por meio dos bens que ostentam, os bens assumem uma função simbólica por meio do qual resultam julgamento estético e morais a partir do que se consome.
Em relação a Simmel (1957), ele avança na compreensão do a partir de seu ensaio Fashion que apresenta as polaridades da moda: de diferenciação e de imitação. Os argumentos sustentam a ideia de que a moda nos diferencia dos demais, mas, ao mesmo tempo nos torna cada vez mais iguais. Nesse sentido, nesse ciclo de semelhança e de distinção que o ciclo da moda recomeça.
Halbwachs empreende estudos sobre consumo com enfoque no comportamento das distintas classes sociais (trabalhadores e empregadores). De acordo com Halbwachs, as classes sociais não se distinguem somente por suas condições materiais, mas possuem necessidades e culturas diferentes. A partir de um incremento de renda, os trabalhadores investiriam em vestuário, já os empregadores em decoração para o lar na medida em que a sociabilidade das classes mais altas se efetua no âmbito privado.
Destacamos as três contribuições de Halbwachs na direção de compreender o fenômeno do consumo: a análise dos comportamentos distintos pelo contexto material, social e cultural de cada classe; o segundo fator relaciona-se aos valores, representações e ideias que o consumidor e as demais classes conferem ao consumo de determinados bens. O terceiro ponto é a possibilidade da produção de identidades sociais e culturais através do consumo.
Bourdieu constitui uma teoria do consumo bem refinada, principalmente no que se refere ao papel do posicionamento social como constitutivo do consumo e da formação do gosto; sendo social e culturalmente dentro de cada classe. Ao estudar mais distintas classes e seus gostos, Bourdieu estuda como a dinâmica cultural de cada classe legitima o que ela mesma consome a partir de três tipos de capitais: culturais, sociais e econômicos. E o valor dos objetos se constituem a partir dos capitais que cada classe observa na mercadoria. E nesse sentido, desenvolve-se uma disputa na distinção de classes a partir do consumo de bens.
O autor destaca a dualidade entre os estudos sobre consumo e da nova Sociologia Econômica dividida em dois grandes grupos: um com uma visão microssociológica no qual o que importa são os valores da interação simbólica apresentados no fenômeno do consumo pouco importando as condições matérias anteriores e outra macrossociológica que reduz tudo ao efeito perverso da economia como ele destacou poderíamos dividir em duas correntes: uma análise a partir da lógica econômica que busca maximizar o lucro (nada-além-da economia), e outra que interpreta expressividade cultural (nada-além-da cultura).


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