Breves apontamentos sobre a vida e a obra de José Taveira Carvalho Pinto de Menezes | Transcrição e publicação de «Considerações acerca da produção vinícola do Norte de Portugal em 1892», manuscrito da autoria de José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes

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Breves apontamentos sobre a vida e a obra de José Taveira Carvalho Pinto de Menezes José Luís Braga

I. A VIDA José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes, engenheiro, insigne ampelógrafo autor de “Apontamentos para o Estudo da Ampelografia Portuguesa”, nasceu na fre‑ guesia da Madalena, em Amarante, no dia 13 de maio de 1844. Ainda jovem conclui com distinção, em 1862, o curso de engenharia civil na extinta Academia Politécnica do Porto. De 1862 a 1872, de acordo com FERREIRA DA SILVA1, o ilustre amarantino prestou quase ininterruptamente serviço em obras públicas: de início na Direção das Obras Públicas da Guarda; depois em Vila Real, Porto e Braga; bem como nos caminhos­‑de­‑ferro do Minho e do Douro. Pinto de Menezes pertenceu a uma das brigadas que executaram o caminho de ferro do Douro – entre nós as construções dos caminhos­‑de­‑ferro principiaram em 1853. Em 1865, no âmbito da Exposição Internacional do Porto, realizada no Palácio de Cristal, Pinto de Menezes destacou­‑se pelos relevantes serviços prestados na organização do certame. FERREIRA E SILVA acrescenta ainda que «ha vinte e tres

Investigador APHVIN/GEHVID. SILVA, A.J. Ferreira da ­‑ Necrologia: José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes. Revista de Chimica Pura e Applicada. 4:2 (15 Fev. 1908) 67­‑68. [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em www: .

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annos era director d’este grandioso e util estabelecimento, e foi a alma de quantas exposições industriaes, agricolas e coloniaes la se realisaram2.» Pinto de Menezes foi engenheiro num tempo em que a administração central manifestou vontade de dotar Portugal de infraestruturas. Este anelo remontava ao século XVIII, sendo, em alguns casos, tributário do fisiocratismo. Todavia, somente na década de 40 de Oitocentos, durante o governo de Costa Cabral e, sobretudo, a partir da administração de Fontes Pereira de Melo, «num contexto mais favorável de estabilidade política e de expansão económica, se desenvolveu um ciclo de obras públicas promovidas pelo poder central que dotaria o país com uma rede de estradas macadamizadas, com ferrovias e com melhores condições portuárias3.» Concomitante com este processo de construção da rede viária e ferroviária, foi a intervenção dos municípios exercida no interior das povoações visando a sua salubrização e a facilitação do “livre trânsito” que se consubstanciou na prioridade concedida ao «alinhamento e uniformização da largura dos arruamentos, bem como […] [às] propostas de articulação do sistema viário e de demolição de núcleos de edificações insalubres, assim se alargando ou abrindo praças, de tudo decorrendo o aformoseamento da cidade4.» Em conformidade, é instalada, em 1869, pela edilidade vimaranense, a Comissão de Melhoramentos de Guimarães, medida prevista no decreto de 1864, para os muni‑ cípios que visassem conceber um plano de melhoramentos. Este órgão compreendia um engenheiro da Direção Distrital de Obras Públicas. Na ocasião, o primeiro enge‑ nheiro distrital era José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes, que contribuiu com propostas algo ousadas para a época. Pretendia o engenheiro de pontes e estradas «alargar a articulação das saídas da cidade, melhorar os atravessamentos do núcleo medieval e aprofundar a centralidade do mercado municipal5.» Em 1872, pouco depois de ter contraído matrimónio, requereu licença ilimitada e reestabeleceu­‑se em Amarante, na casa de Madalena, que sua mulher herdara de seus pais. Pinto de Menezes administrou o pecúlio que coube ao casal em virtude deste enlace. Nesta propriedade dedicou­‑se à agricultura, rentabilizando os seus tratos, jardim e pomar. Por outro lado, entregou­‑se às investigações científicas sobre

IDEM, p. 68. FERNANDES, Mário Gonçalves ­‑ O centro histórico de Guimarães: formulações, desígnios, planos e subs‑ tância. Revista Monumentos: cidades, património, reabilitação. Dossiê Guimarães.[Em linha]. 33 (Abril 2013) 20­‑37. p. 22. [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em www: . 4 IDEM, p. 23. 5 IDEM, p. 24. 2 3

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ampelografia na sua biblioteca. Na verdade, os estudos incessantes que elaborava e os apontamentos que aprimorava são «excelentes materiais de trabalho, não só para a agricultura em geral, mas ainda para a viticultura, que conhecia a fundo6.» A política construtiva de Fontes Pereira de Melo também atraiu Pinto de Menezes. Assim sendo, o estadista e o ampelógrafo tornaram­‑se amigos, tendo o primeiro ficado hospedado em casa do segundo por mais de uma vez. Durante o período em que Fontes Pereira de Melo se manteve no poder, Pinto de Menezes abraçou uma duradoura carreira política. Assim, durante cerca de uma década, foi Presidente da Câmara Municipal da vila de Amarante. Exerceu igualmente o cargo de procurador à Junta Geral do Porto «e o de deputado eleito pelo circulo da terra da sua naturalidade em 18767.» Em 1884, já com filhos, regressa ao Porto onde fixa residência. Permanecerá nesta cidade durante o resto dos anos que lhe couberam viver. A convite do então Ministro das Obras Públicas, Emídio Navarro – que, não obstante fosse politicamente seu antagonista, reconheceu o mérito dos trabalhos sobre agricultura que o amaran‑ tino havia apresentado na Exposição de Lisboa e nas do Porto – é indicado para a Direção Geral da Agricultura. Neste período desempenhou inúmeras comissões oficiais e extraoficiais de serviços agrícolas. Foi presidente da Liga Antifiloxérica, da Brigada dos Estudos da Região Duriense e Transmontana e Diretor dos Serviços Ampelográficos do Reino – «cargo que exerceu até à sua morte e em que era de facto, justamente considerado como um autêntico mestre, mesmo no estrangeiro8». Atendendo a FERREIRA DA SILVA, terá igualmente estado associado à comissão da cultura de tabaco do Douro, do inquérito agrícola, e dos estudos ampelográficos e enológicos9. Em 1889, Pinto de Menezes funda, com mais sete amigos, a Real Companhia Vinícola do Norte de Portugal, ocupando o cargo de membro da sua Direção até ser acometido pela doença que o haveria de incapacitar. Esta companhia «inscrevia nos seus estatutos (Artº 32º) não só uma nova definição territorial da região duriense como ainda se comprometia a “fazer exportação e venda dos vinhos portugueses, ou com o nome da região produtora, ou, quando lotados, com o genérico de vinho

INSTITUTO DO VINHO DO PORTO ­‑ Notas a Lápis. Cadernos Mensais de Estatística e Informação. Porto. 23. (23­‑11­‑1941) 406­‑409, p. 406. 7 SILVA, A.J. Ferreira da – Op. Cit., p. 68. 8 SARDOEIRA, Albano ­‑ Autores amarantinos: subsídios para a sua biobibliografia. Amarante: Comissão de Etnografia e História do Douro Litoral, 1964, p. 87. 9 SILVA, A.J. Ferreira da – Op. Cit., p. 67­‑68. 6

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português” (Cap. I­‑5º). Esta delimitação espacial era, comparativamente com as demarcações pombalinas, bem mais ampla10.» Três anos volvidos, em 1892, Pinto Menezes propôs a divisão do país em sete circunscrições vinhateiras. Esta delimitação, que, como outras coevas, visava ope‑ racionalizar a administração do Estado, compreendia quatro circunscrições do Norte e do Centro de Portugal designadas, genericamente, da seguinte forma: Minho ao Vouga, Alto Douro, Transmontanense e Beirense. Todavia, Pinto de Menezes divide ainda esta última, referindo­‑se «especificamente às regiões de Meda, Alto Varosa, Dão e Mondego e Bairrada11» Em finais de Oitocentos, os poderes públicos manifestaram interesse em melhorar as condições viárias na zona duriense e transmontana, tida como «imediato hinterland do Porto12». Em 1898 um decreto estabeleceu que se determinasse as carências de viação nas regiões duriense e transmontana. Como verificámos acima, a brigada que se incumbiu deste estudo foi regida por Pinto de Menezes que apresentou o relatório prévio em 1899. Neste texto, o engenheiro amarantino «alertou para o facto de existirem na região estações ferroviárias completamente destituídas de comunicações com as povoações13». Acresce que as ligações de que carecia a rede ferroviária eram ainda mais evidentes na articulação entre as estradas e os caminhos­‑de­‑ferro. Pinto de Menezes era da opinião que a proporção adequada entre estradas e território se cifrava em 1 quilómetro de estrada para um quilómetro quadrado de território. Porém, a região em apreço quedava‑se pelos 0,15 quilómetros. A disciplina férrea no trabalho que demonstrava quando uma tarefa de interesse público o inquietava foi cerceada, três a quatro anos antes de falecer, quando a doença «o prostrou, obnubilando­‑lhe o seu espírito14». José Taveira Carvalho Pinto de Menezes faleceu a 31 de Janeiro de 1908 e foi sepultado na sua Amarante natal. MARQUES, Hélder – A viticultura portuguesa na segunda metade do século XIX: as demarcações regionais e as denominações de origem. In GUICHARD, François, ed. lit. ­‑ Articulation des territoires dans la Péninsule Ibérique. Bordeaux: Presses Universitaires de Bordeaux, 2001. Collection de La Maison des Pays Ibériques, p. 63. 11 IDEM, p. 64. Pinto de Menezes adota estas circunscrições nas suas “Considerações acerca da produ‑ ção vinícola do Norte de Portugal em 1892” que transcrevemos e publicamos no presente número da revista Douro: Vinho, História e Património. 12 PINHEIRO, Magda; LIMA, Nuno Miguel; PAULINO, Joana ­‑ Espaço, tempo e preço dos transportes: a utilização da rede ferroviária em finais do século XIX. Ler História [Em linha]. 61 (2011) p. 18. atual. 22 de Fevereiro 2016 [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em www: . 13 Ibidem. 14 SILVA, A.J. Ferreira da – Op. Cit., p. 67. 10

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II. A OBRA José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes dedicou­‑se com afinco à agricultura do nosso país. Conquanto que não nos tenha legado livros que compendiem a sua obra, deixou transparecer em relatórios oficiais, em periódicos agrícolas e no Boletim da Direção Geral de Agricultura «as provas da sua potente actividade e intelligencia15». O seu afã correspondia à necessidade de fomentar no país uma robusta educação técnica. Pinto de Menezes destacou­‑se dos publicistas portugueses – que desde o século XVI se devotaram ao estudo da agricultura, em geral, e da vitivinicultura, em parti‑ cular – por se ter especializado na análise minuciosa da ampelografia. Esta área do saber constitui­‑se como a parte da agricultura, derivada diretamente da botânica, que se dedica ao estudo da videira. Assim sendo, o engenheiro amarantino ocupou­‑se da descrição e classificação dos grupos vegetais em que o género Vitis é suscetível de ser dividido, sem, contudo, deixar de advertir que se trata de uma ciência de índole tecnológica, em que o elemento económico tem de se concatenar continua‑ mente com a ciência pura16. Portanto, o autor aplicou esta doutrina inovadora nos seus estudos sobre ampelografia, que vieram a lume no Boletim da Direção Geral de Agricultura de 1890 em diante. Estes apontamentos pretendiam constituir o alicerce daquela que seria a sua opus magnum: a Ampelografia Portuguesa. Todavia, esta obra não chegou a ser publicada. Segundo SARDOEIRA17, devem­‑se a Pinto de Menezes os seguintes estudos científicos: 1. Caderneta para os estudos ampelographicos, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893 – Fol. De 12 págs., in 8º. 2. Caderneta para as primeiras observações ampelographicas, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893, Vol. de 78 págs., in 8º. 3. Apontamentos para o estudo de ampelographia portugueza – 1ª Série – Carac‑ teres ampelographicos. In «Boletim da Direcção Geral de Agricultura», 4º ano, nº 3. 4. Apontamentos para o estudo da ampelographia portugueza – 2ª Série – Estudos publicados até 1880. In. Idem, 6º ano, nº 7.

Ibidem. INSTITUTO DO VINHO DO PORTO ­‑ Op. Cit., p. 407. 17 Cf. SARDOEIRA, Albano – Op. Cit., p. 89. 15 16

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5. Apontamentos para o estudo da ampelographia portugueza – 3ª Série – Infor‑ mações obtidas em 1885 ácerca das castas de uvas mais cultivadas em Portugal para a vinificação. In. Idem, 7º ano, nº 5. 6. Collecção ampelographica, Catálogo nº 5 – 1889­‑1900 (Estação Vitícola do Douro). Porto, Tip. De A. J. da Silva Teixeira, s. d. 7. Considerações àcerca da produção Vinícola do norte de Portugal em 1892. Lisboa, 1892. Biblioteca do Ministério da Economia. De 111 págs. Com 15 estampas coloridas, in 4º18. 8. Distribuição de videiras americanas provenientes de França em 1891­‑1892. Annuncio e Instruções. Lisboa, Imprensa Nacional, 1891, Folh. De 11 págs. In 4º. 9. Portugal (Circunscripções do Norte). Notícias àcerca dos seus vinhos (Direcção Geral de Agricultura). Porto, Tip. de António José da Silva Teixeira, 1888­ ‑1889 – Vol. de XI + 160 págs. com dois mapas, in 4º. 10. Videiras cultivadas nas collecções ampelographicas do reino, no anno de 1890­‑1891. (Catálogo nº 2). In Boletim da Direcção Geral de Agricultura, 5º ano, nº 3. 11. Videiras cultivadas nas collecções ampelographicas do reino no anno de 1891­ ‑1892 (Catálogo nº 3). In. Idem, 5º ano, nº 3. 12. Videiras cultivadas nos postos ampelographicos do reino, nos anos de 1896­ ‑1897. (Serviços Ampelographicos – Catálogo nº 4). In, idem, 7º ano, nº 1. 13. Videiras exoticas pertencentes à especie Vitis Vinifera em cultura nas collecções ampelographicas do Porto e Torres Vedras no anno de 1889 a 1890. (Ministério das Obras Públicas, Commercio e Industria – Direcção Geral de Agricultura – Serviços Ampelographicos e Oenologicos – Catálogo nº 1). Lisboa, Imp. Nacional, 1890. – Vol. de 70 págs. in 8º 14. Videiras exóticas pertencentes à especie Vitis Vinifera em cultura nas collecções ampelographicas do Porto e Torres Vedras no anno de 1889 a 1890. (Serviços Ampelographicos – Catálogo nº 1). In. Direcção Geral de Agricultura – Boletim 5º ano, nº 3. 15. Apontamentos para o estudo das necessidades mais urgentes da viação nas regiões Duriense e Transmontana (Brigada Technica de Estudos das Regiões Duriense e Transmontana). O Engenheiro, Chefe de Brigada, José Taveira de Carvalho Pinto de Meneses. Livro de 130 págs. in 8º, Lisboa Imp. Nacional, 1900. Pesa embora Albano Sardoeira referencie, nesta alínea, as Considerações… – que são transcritas e publicadas neste número da revista Douro – esta obra não consta dos seguintes catálogos: da Biblioteca Nacional; da PORBASE; do The European Library; do Worldcat.org ou mesmo da Biblioteca do Ministério da Economia.

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*** O manuscrito das “Considerações acerca da produção vinícola do Norte de Portugal em 1892”, que é publicado no presente número da Revista Douro, foi descoberto pelo Prof. Hélder Marques19 na Biblioteca da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. Este documento fazia­‑se acompanhar por 15 cartas, mas destas apenas uma, «da qual se desconhece o paradeiro, mas é descrita no manuscrito, poderá ser dos anos noventa de Oitocentos e da autoria daquele engenheiro, já que as outras 14, na escala aproximada de 1:800.000, são certamente posteriores20.» A carta de Pinto de Menezes, de que se desconhece o paradeiro, é descrita no manuscrito de 1892, pelo autor. Esse trecho é transcrito por FERNANDES e MARQUES nas atas do Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica: Apesar de não constar junto do documento, o “Mapa-Esbôço duma carta vitivinícola da cir‑ cunscrição do Norte de Portugal em 1892” é descrita por Pinto de Menezes no seu manuscrito: “Vê-se facilmente no esboço da carta vinícola com que acompanhamos este trabalho (…). O esboço distingue-as pela diversidade de cores. Adoptei n’ele a cor verde para indicar a região do Minho ao Vouga, a amarela para a do Alto Douro, a azul para a Transmontana e a roxa para designar a Beirença. Em cada cor há duas gradações; a mais leve representa os territórios em que a cultura da videira é de mediana intensidade, e a mais carregada, aqueles em que ela é mais intensa. Em todas as paroquias que se encontram na parte aguarelada, existe a cultura da preciosa ampelidea, mas em pequena escala. São pois estas manchas de cor intensa na carta, que representam territórios em que a produção excede sempre o consumo.” [(José Pinto de MENEZES, 1892, pp. 69-70)]21.

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Queremos expressar a nossa gratidão ao Prof. Doutor Hélder Marques por nos ter cedido o manuscrito de Pinto de Menezes que transcrevemos e agora é publicado na Revista Douro. 20 MARQUES, Helder; FERNANDES, Mário G. ­‑ Cartografar para compreender: a viticultura portuguesa, da difusão do filoxera à estruturação da rede das adegas cooperativas pela Junta Nacional do Vinho. In ANAIS DO Simpósio Luso­‑Brasileiro de Cartografia Histórica. 3, Ouro Preto, MG ­‑ Brasil, 10­‑13 Novembro 2009. p. 2. [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em: www: . 21 Pinto de Menezes apud FERNANDES, Mário G.; MARQUES, Helder ­‑ Mapas da territorialização vitícola portuguesa (1865­‑1908). In Simpósio Luso­‑Brasileiro de Cartografia Histórica. 4, Porto, 9­‑12 Novembro 2011. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, s. d., pp. 1­‑14, p.5. [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em: www: < http://eventos.letras.up.pt/ivslbch/resumos/115.pdf>. 19

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Transcrição e publicação de «Considerações acerca da produção vinícola do Norte de Portugal em 1892», manuscrito da autoria de José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes** J o s é Luís Braga

1894, Janeiro 20, Porto – José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes tece consi‑ derações acerca da produção vinicola do Norte de Portugal em 1892, fls. 1­‑178. Caderno em papel A4 (texto) e A3 (texto e tabelas). Bom estado de conservação. Manuscrito depositado na Biblioteca da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. *** [FRONTISPÍCIO] CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PRODUÇÃO VINÍCOLA DO NORTE DE PORTUGAL EM 1892 por JOSÉ TAVEIRA DE CARVALHO PINTO DE MENEZES

Na execução da presente transcrição observámos os preceitos constantes na seguinte obra: COSTA, Avelino Jesus da – Normas Gerais de Transcrição e Publicação de Documentos e Textos Medievais e Modernos. 3ª ed., Coimbra: Universidade, Instituto de Paleografia e Diplomática, 1993. ** Diretor da Secretaria dos Serviços Ampelográficos em 20 de Janeiro de 1894. *** Investigador APHVIN/GEHVID. Licenciado em História pela FLUP e Doutor em Direção e Planificação de Turismo pela Universidade de Santiago de Compostela. *

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(trabalho manuscrito da Biblioteca da D.G.S.A.) *** [Fl. I1] Mapa­‑Esbôço duma carta vitivinicola da circunscrição do Norte de Portugal em 1892 *** [Fl. 1] Considerações àcerca da produção vinicola do norte de Portugal em 1892. *** Para satisfazer ao preceituado no artigo 33º nº 10 do decreto de 30 de Setembro de 1892, tive de organizar, na qualidade de vogal da comissão promotora do comercio de vinhos e azeites, uma estatistica da produção vinicola dos nove districtos admi‑ nistractivos do norte de Portugal em 1892. Foi a primeira tentativa que n’este país se fez d’uma estatistica detalhada por freguesias, e tanto basta para que se ache inquinada com erros além dos inerentes a esta natureza de trabalhos, porquanto inexactidões aparecem sempre que se trata de inventariar a produção mesmo nas nações em que, ha já longo número de anos se registram tôdos os factos da sua vida económica. Ha uma circunstância que não posso deixar de aqui notar: foi a de ver­‑me desa‑ judado do auxílio d’aqueles que me poderiam coadjuvar eficazmente, mas que se achavam distraídos num serviço importante e trabalhozo do ministério da fazenda. [Fl. 2] A­‑pesar, porém, dos seus êrros, que só reiterados trabalhos poderão expurgar das nossas estatisticas, deduzem­‑se d’esta alguns resultados gerais verda‑

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1

Optámos por utilizar a numeração romana para ordenar a divisão – em numeração árabe – do caderno em quinze partes que o autor leva a efeito.

Transcrição e publicação José Luís Braga

deiros, que entendi não se deveriam perder, aproveitando­‑os para o estudo das regiões vinhateiras, que faz parte dos serviços ampelográficos a meu cargo. Eis o que me levou a proceder a êste estudo analítico, em que muitos acharão, à primeira vista, que trabalhou de mais o escalpelo, por isolar e descarnar factos e detalhes aparentemente sem importância; Creio, porém, que um estudo mais reflectido lhes fará reconhecer que essas minúcias miram um fim, que é o de descobrir onde se cometeram êrros estatísticos mais salientes, para me acautelar no futuro com as informações que d’aí receber. O processo deu o resultado desejado; algumas das inexatidões saltam à vista, e se não as aponto, é por um melindre facil de perceber e porque tenho a certeza que as corrigirei n’outro trabalho para o qual êste é apenas auxiliar. Creio que o estudo da novidade de 1892, que foi normal, tem tôda a importância para os serviços ampelográficos, aos quais o decreto nº 5 de 1 de Dezembro de 1892 incumbe a organização da estatistica vitícola [Fl. 3] e vinícola. Note­‑se porém, que esta estatistica difere da que se acha a cargo da comissão promotora do comercio de vinhos e azeites. Nesta, tem de se atender principalmente aos interesses do comercio: os seus registros atingiriam a perfeição máxima se podessem (sic) descrever diariamente o stock dos vinhos existentes, e indicar detalhadamente as vendas da vespera. N’aquela, cessa o interesse d’êsse movimento diário e pretende­‑se só saber o que toma um carácter mais ou menos permanente. Assim, tratando da produção, o interesse da comissão promotora do comercio de vinhos, é conhecer o que produzem no ano corrente cada localidade, enquanto que o dos serviços ampelográficos, está, principalmente, em descobrir qual a produção maxima e mínima d’essa localidade em diversas épocas, em investigar as causas que a fizeram crescer ou diminuir, e em indicar os meios de fazer com que progrida. Ainda que o estudo que segue não tenha outra vantagem, bastaria, para dar por bem empregado o tempo que com êle gastei, ter­‑me fornecido as bases para a orga‑ nização do esbôço da carta vinícola, que o acompanha, e que tão necessária se torna, à falta de trabalhos mais perfeitos. [Fl. 4] Espero que brevemente poderei dispôr de material suficiente para proceder a idênticos estudos nas circunscrições do centro e do sul de Portugal.

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*** Porto, Secretaria dos Serviços Ampelográficos 20 de Janeiro de 1894. O Director José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes. *** [Fl. 5] – Capítulo I – Produção vinícola em 1892 *** – Produção por concelhos –

Número de ordem

Calculei nas estatisticas que servem de base a êste estudo, em 2.122: 103 hec‑ tolitros, a produção vinicola da novidade de 1892, nos nove distritos administractivos que constituem a circunscrição vinhateira do norte de Portugal. Medem êsses distritos uma superficie de 3571: 086 hectares dividida em 138 concelhos. Em tôdos êstes se cultiva a videira em maior ou menor escala, sendo as suas produções, pela ordem decrescente, as seguintes:

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1 2 3 4 5 6 7 8 9

“Concelhos”

Barcelos Braga Guimarães Vila Nova de Famalicão Alijó Celorico de Basto Vizeu Amarante Vila Real

Produções

79.671 78.038 66.390 66.017 54.83[5] 53.026 47.309 46.030 42.460

Distritos Administrativos

Braga “ “ “ Vila Real Braga Vizeu Porto Vila Real

Transcrição e publicação

Número de ordem

José Luís Braga

10 11 12 13 14 15 16 17

“Concelhos”

Produções

Peso da Régua S.ta Maria de Penaguião Ponte do Lima Cabeceiras de Basto São Pedro do Sul Penafiel Vale Passos (sic) Santo Tirso

40.930 40.000 38.215 36.837 34.060 33.335 32.950 32.090 822.193

Transporte

Distritos Administrativos

“ “ Viana do Castelo Braga Vizeu Porto Vila Real Porto

*** [Fl. II] Carta da produção vinicola por concelhos da circunscripção do Norte de Portugal em 1892 ***

Nº de ordem

[Fl. 6]

  18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28

“Concelhos”

“Produção”

Transporte Lamego Penalva do Castelo Fafe Viana do Castelo Monção Tondela Arcos de Vale de Vez Nelas Chaves Vila Verde Castelo de Paiva

822.193 32.000 31.941 22.576 29.118 28.764 28.165 27.588 27.140 26.350 25.749 25.749

“Districtos Administrativos”

Vizeu “ Braga Viana do Castelo “ Vizeu Viana do Castelo Vizeu Vila Real Braga Aveiro

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Nº de ordem

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29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46  

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“Concelhos”

“Produção”

Mêda Marco de Canavezes Felgueiras Mondim de Basto Mesão Frio Armamar Cinfães Gouvêa Amares Mangualde Póvoa de Lanhoso Arouca Lousada Ribeira de Pena Cêa (sic)2 Baião Carrazeda de Anciães Rezende Transporte

25.614 25.482 25.152 22.025 21.726 21.480 21.406 21.296 21.168 20.638 19.786 19.588 19.466 19.100 18.900 18.655 18.487 17.451 1.511: 7432

“Districtos Administrativos”

Guarda Porto “ Vila Real “ Vizeu “ Guarda Braga Vizeu Braga Aveiro Porto Vila Real Guarda Porto Bragança Vizeu

2

Nº de ordem

[Fl. 7]

“Concelhos”

Transporte = 47 48 49 50 51 52 53 54 55

122

Penedono Murça Almeida Paredes Sabrosa Melgaço Vieira Anadia Vouzela

“Produção”

1.511: 743 17.388 16.960 16.790 16.582 16.550 15.140 14.962 14.920 14.837

“Districtos Administrativos”

Vizeu Vila Real Guarda Porto Vila Real Viana do Castelo Braga Aveiro Vizeu

Contabilizámos uma diferença de 6990 hectolitros relativamente ao somatório da produção que consta nesta alínea. Somando o valor em causa, a produção em Fafe cifrar­‑se­‑ia em 29566.

2

Transcrição e publicação

Nº de ordem

José Luís Braga

56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75

“Concelhos”

“Produção”

Oliveira de Frades Vila do Conde Gondomar Boticas Pinhel Vila Nova de Gaia Cantanhede Valença Figueira da Foz Maia Sabugal Castro Daire Águeda Ponte da Barca Miranda do Douro Soure Carregal Mondim da Beira Esposende Fornos de Algodres Transporta =

14.510 13.945 13.726 13.700 12.600 12.070 11.961 11.661 11.508 11.260 11.165 10.612 10.565 10.232 9.988 9.940 9.321 9.176 9.139 8.891 1881: 842

“Districtos Administrativos”

“ Porto “ Vila Real Guarda Porto Coimbra Viana do Castelo Coimbra Porto Guarda Vizeu Aveiro Viana do Castelo Bragança Coimbra Vizeu “ Braga Guarda  

Nº de ordem

[Fl. 8]

“Concelhos”

“Produção” Transporte

76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86

Oliveira de Azemeis Vila Nova de Foz Côa Trancoso Celorico da Beira Arganil Oliveira do Bairro Mogadouro Albergaria a Velha Tarouca Caminha Santa Comba Dão

1.881: 842 8.721 8.615 8.567 8.180 8.176 7.737 7.590 7.557 7.535 7.130 6.660

“Districtos Administrativos”

Aveiro Guarda “ “ Coimbra Aveiro Bragança Aveiro Vizeu Viana do Castelo Vizeu

123

H i s t ó r i a

Nº de ordem

V i n h o ,

87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

“Concelhos” Figueira de Castelo Rodrigo Feira Terras de Bouro São João da Pesqueira Vila Nova de Cerveira Estarreja Macieira de Cambra Sever do Vouga Sernancelhe Valongo Tabuaço Moncorvo Satam Vila Flor Mortagua Paredes de Coura Paços de Ferreira Póvoa de Varzim Transporta =

“Produção” 6.456 6.425 6.424 6.357 6.270 6.182 6.044 5.208 5.119 4.980 4.890 4.620 4.460 4.437 4.437 4.128 4.080 3.990 2.065: 9383

“Districtos Administrativos” Guarda Aveiro Braga Vizeu Viana do Castelo Aveiro Aveiro “ Vizeu Porto Vizeu Bragança Vizeu Bragança Vizeu Viana do Castelo Porto “

[Fl. 9]

Nº de ordem

3

“Concelhos” Transporte =

105

124

“Distritos Administrativos”

2.065: 938 3.860

Vila Real

106

Bouças

3.760

Porto

107

Moimenta da Beira

3.650

Vizeu

108

Taboa

3.470

Coimbra

109

Freixo d' Espada à Cinta

3.100

Bragança

110

Guarda

3.012

Guarda

111

Porto

2.951

Porto

112

Bragança

2.673

Bragança

113

Vimioso

2.459



114

Portalegre

2.300

Vila Real

115

Pampilhosa

2.075

Coimbra

116

Aguiar da Beira

1.950

Guarda

Sic.

3

Vila Pouca de Aguiar

“Produção”

Transcrição e publicação

Nº de ordem

José Luís Braga

“Concelhos”

“Produção”

“Distritos Administrativos”

117

São João de Areias

1.921

Vizeu

118

Alfândega da Fé

1.920

Bragança

119

Penela

1.404

Coimbra

120

Penacova

1.335



121

Vagos

1.254

Aveiro

122

Ovar

1.242



123

Montemor­‑o­‑Velho

1.200

Coimbra

124

Coimbra

1.165



1.068

125

Aveiro

126

Góis

965

Coimbra

127

Vinhais

925

Bragança

128

Mealhada

912

Aveiro

129

Poiares

830

Coimbra

130

Macêdo de Cavaleiros

779

Bragança

131

Mira

770

Coimbra

132

Manteigas

740

Guarda

133

Mirandela

735

Bragança

Transporta =

Aveiro

2.120: 363

[Fl. 10]

Nº de ordem

4

“Concelhos”

“Produção”

Transporte =

“Distritos Administrativos”

2.120: 363

134

Condeixa­‑a­‑Nova

135

Oliveira do Hospital

136

Fragoas

510

Vizeu

137

Miranda do Corvo

244

Coimbra

138

Ílhavo

125

Aveiro

139

Lousã

107

Coimbra

 

686 6[6]84

Soma =

2.122: 703

Coimbra “

 

A produção media por concelho foi de 15.271 hectolitros. O segundo algarismo encontra-se rasurado e foi apurado por dedução a partir do valor da soma final.

4

125

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&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Superiores à media foram as produções dos primeiros 51 concelhos da relação precedente e inferiores as dos 88 restantes. Tratemos agora de ver como essa produção se distribui por os nove distritos administrativos da circunscrição. Viana = A produção vinicola é superior à media geral da produção concelhia de toda a circunscrição nos concelhos de Ponte de Lima, Viana do Castelo, Monção e Arcos de Vale de Vez. A sua àrea é de 135.696 hectares e a produção de 123.685 hectolitros. Desce da media a produção nos concelhos de Caminha, Melgaço, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Valença e Vila Nova de Cerveira. Somam [Fl. 11] uma superficie de 88: 608 hectares com uma produção vinicola de 55: 053 hectolitros. A area dos concelhos mais produtivos representa 60 por cento da area total do distrito e a sua produção 69 por cento da produção total d’êle. A produção media por hectare, de tôdo o distrito, foi de cêrca de 80 litros, sendo a dos quatro concelhos mais productivos de 91 litros e a dos seis menos productivos de 62 litros. Braga = Foi superior à produção vinicola media concelhia a dos concelhos de Barcelos, Braga, Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Celorico de Basto, Cabeceiras de Basto, Fafe, Vila Verde, Amares e Póvoa de Lanhoso, medindo uma area de 208: 565 hectares com uma produção de 476: 258 hectolitros. Desce da media a produção dos concelhos de Espozende, Terras de Bouro e Vieira, que somam uma superficie de 65: 255 hectares, com uma produção vinicola de 30: 526 hectolitros. A soma das areas dos concelhos mais produtivos atinge pois 76 por cento da area total do distrito e a sua produção 94 por cento da produção total d’êle. A produção media de tôdo o distrito foi de 158 litros por hectare, sendo 229 litros a dos concelhos superiores à media e de 46 litros a dos restantes. Porto = A produção vinicola media concelhia da circunscripção foi expedida pela dos con­‑ [Fl. 12]­‑celhos de Amarante, Penafiel, Santo Tirso, Marco de Canavezes, Felgueiras, Louzada, Baião e Paredes. Somam as suas areas 138: 149 hectares, com uma produção de 216: 792 hectolitros. As produções vinicolas dos concelhos de Bouças, Gondomar, Maia, Paços de Ferreira, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia, estão abaixo da media. A sua area é de 91: 058 hectares e a produção de 70: 901 hectolitros.

126

Transcrição e publicação José Luís Braga

O primeiro grupo d’êstes concelhos ocupa uma superficie de 60 por cento da area do distrito e a sua produção é de 75 por cento da produção total d’êle. A produção media em tôdo o distrito é de 125 litros por hectare, sendo de 157 litros a dos concelhos em que a produção vinicola é superior à media e de 78 litros a d’aqueles em que lhe é inferior. Vila Real = Os concelhos de Alijó, Vila Real, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vale Passos, Chaves, Mondim de Basto, Mesão Frio, Ribeira de Pena, Murça e Sabroza, tiveram, e na ordem em que os mencionei, produções vinicolas excedentes à media concelhia da circunscripção. Somam as suas areas 287: 642 hectares e as suas produções vinicolas 333: 886 hectolitros. Nos concelhos de Boticas, Montalegre, Vila Pouca d’ Aguiar, houve produção inferior à media concelhia; as suas areas somam 157: 081 [Fl. 13] hectares, que produziram apenas 19.860 hectolitros de vinho. As superficies dos concelhos mais produtores dão uma soma que representa 65 por cento da area do distrito e a produção respetiva é de 94 por cento da sua pro‑ dução total. A produção media em tôdo o distrito é de 80 litros por hectare, sendo de 116 litros a dos concelhos que tiveram produção acima da media concelhia e de 12 litros a dos restantes. Bragança = N’este distrito ha apenas o concelho de Carrazeda de Anciães, cuja produção vinicola excedeu a media concelhia da circunscripção. Foi essa produção de 18: 487 hectolitros, distribuida pelos 24: 349 hectares que mede o concelho. A produção total de tôdos os outros concelhos foi de 39: 519 hectolitros em 642: 584 hectares. A area do concelho de Carrazeda de Anciães é ainda um tanto inferior a 4 por cento da do distrito, correspondendo­‑lhe, contudo, uma produção vinicola superior a 31 por cento de tôdo êle. A produção vinicola do distrito não chegou a 9 litros por hectare da sua area total, mas a d’êsse concelho mais produtivo quasi que regula por 76 litros. A dos restantes apenas atinge 6 litros. Aveiro = Somente os concelhos de Castelo de Paiva e Arouca, excederam na sua produção, a media concelhia de tôda a circumscripção. [Fl. 14]

127

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Somam as suas superficies 49: 796 hectares e a respetiva produção 45: 337 hectolitros. A area dos quatorze restantes concelhos é de 241: 065 hectares, que produziram em 1892, segundo a estatistica, 79: 054 hectolitros de vinho. A soma das superficies d’aqueles dois concelhos, da 21 por cento da do distrito e corresponde­‑lhe uma produção vinicola de 70 por cento da produção total d’êle. A produção media por hectare da superficie total do distrito é de 42 litros, sendo 91 litros a que corresponde àqueles dois concelhos, e de 32 litros a dos restantes. Coimbra = A produção vinicola dos concelhos d’êste distrito é em tôdos inferior à produção concelhia media da circunscripção. A sua produção por hectare regula por 14 litros de vinho. Vizeu = N’este distrito administrativo, sobem da media produção vinicola con‑ celhia as produções dos concelhos de Vizeu, S. Pedro do Sul, Penalva do Castelo, Lamego, Tondela, Nelas, Armamar, Cinfães, Mangualde, Rezende e Penedono, cujas areas somam 251: 542 hectares que produziram 298: 968 hectolitros de vinho. Baixaram na produção vinicola, da media concelhia os concelhos restantes, que são os seguintes: Carregal, Castro Daire, Fragoais (sic), Mondim da Beira, Mortagua, Moimenta da Beira, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, São João de Areias, *** [Fl. III] Carta da produção vinicola concelhia da circunscripção do Norte de Portugal em 1892 – Segundo a sua importância relativa. *** [Fl. 15]

128

S. João da Pesqueira, Satam, Sernancelhe, Taboaço, Tarouca e Tondela. Somam as suas areas 245: 723 hectares, e em 1892, as suas produções vinicolas, 104: 893 hectolitros. A area dos concelhos de produção superior à media concelhia da circunscripção é pois de 51 por cento da do distrito e a produção de 74 por cento da produção vinicola total d’êle.

Transcrição e publicação José Luís Braga

A produção vinicola d’este distrito distribuida por tôda a sua superficie dá 81 litros por hectare, sendo de 119 litros a da parte superior à media produção vinicola concelhia e de 43 a restante. Guarda = Os concelhos da Mêda, Gouvêa, Cêa e Almeida, tiveram produções superiores à da media concelhia da circunscripção. As areas d’estes quatro concelhos somam 116: 636 hectares, que produziram, no ano de que me ocupo, 82.600 hecto‑ litros de vinho. A soma das superficies dos restantes concelhos é de 439: 024 hectares com uma produção de 70: 380 hectolitros. A area dos primeiros regula por 21 por cento da do distrito e a sua produção de 54 por cento da de tôdo êle. A produção d’êste distrito em 1892, distribuida pela sua area, dá 28 litros por cada hectare, sendo 71 litros para os 4 concelhos com produção superior à media produção vinicola da circunscripção, e 16 por cento, para os restantes. [Fl. 16] = Produção por paroquias = Contém esta circunscripção 2. 816 freguesias com superficies muito variaveis. Não só de districto para districto, mas até dentro do mesmo concelho, havendo em alguns, paroquias com muito mais do decuplo de outras. As areas paroquiais medias por districto, variam da seguinte forma: Aveiro Braga

1.607

hectares

536



Bragança

2.117

Coimbra

2.077

Guarda

1.715

Porto Viana do Castelo

607 781

Vila Real

1.737

Vizeu

1.366

Perante tais desigualdades, nada representam as produções paroquiais, para se conhecer por elas o seu grau de intensidade.

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É lamentável que estando hoje concluída a carta corográfica do reino, se não tenham determinado as areas das suas paroquias, que, ainda que não fossêm calculadas rigorosamente, seriam um auxiliar importantíssimo para os trabalhos de estatistica. Em vista pois d’estas circunstâncias porei de parte êste importante elemento de cálculo, operando somente sôbre as áreas medias. A produção vinicola media paro‑ quial, [Fl. 17] segundo a estatistica de 1892, foi para esta circunscripção de 791 hectolitros, tocando a seguinte a cada um dos seus districtos administrativos:

130

Aveiro

687

Braga

827

Bragança

188

Coimbra

302

Guarda

461

Porto

759

Viana do Castelo

619

Vila Real

1.387

Vizeu

1.106

hectolitros

Parece que se poderá estabelecer como regra que tôdas as freguesias que tiveram uma produção vinicola superior a 1.000 hectolitros, devem ser consideradas impor‑ tantes, sob o ponto de vista comercial. De feito, essa produção chega­‑lhes geralmente para o consumo, deixando um saldo. Refiro­‑me, tão somente, à importância que dá a quantidade, porque n’este tra‑ balho só d’essa trato, notando porém, que ha n’esta circunscripção freguesias de tamanha importância pela qualidade dos vinhos que produzem, que o comercio nem uma só gôta d’êles deixa ao consumo local; são poucas infelizmente e estas todas tôdas no Alto Douro. Passo a percorrer um por um os nove distritos administrativos d’esta circunscripção a fim de ver como n’êles se acham distribuidas essas freguesias que, sem contestação [Fl. 18] se podem considerar importantes para o comercio de vinhos. Escuso lembrar que n’este capitulo, bem como nos quatro seguintes, me referirei somente à produção vinicola de 1892. = Viana do Castelo = N’este distrito ha 48 freguesias de produção (em 1892) não inferior a 1.000 hectolitros, 37 das quais não atingem 2.000 hectolitros, e 2 excedem 4.000 hectolitros.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Acham­‑se essas freguesias distribuidas por tôdos os concelhos do distrito, com excepção do de Paredes de Coura e Vila Nova de Cerveira. Somam as produções vinicolas dessas 48 freguesias 81: 849 hectolitros, ou 46 por cento da de tôdo o distrito constante de 288 freguesias. Direi agora, para cada concelho, quais são as paroquias. = Arcos de Vale de Vez = Com produção entre 1: 045 e 1643 hectolitros, encontram­ ‑se, na estatistica de 1892, as freguesias de Arcos de Vale de Vez (S. Paio), Couto, Oliveira, Rio de Moinhos, São Jorge e Valle. Somam as produções vinicolas d’estas 6 paroquias 8: 165 hectolitros ou cerca de 30 por cento da de tôdo o concelho que se compõe de 51 freguesias. = Caminha = Calculei em 1200 e 1500 hectolitros as produções vinicolas das freguesias de Riba d’Ancora e Gontinhães. A soma d’estas produções representa 37 por cento da produção total do concelho, que tem 19 freguesias. [Fl. 19] = Melgaço = A produção vinicola de Paderne foi calculada 3: 650 hectolitros, as da freguesia de Penso e S. Paio de Melgaço regularam por 2.000 hectolitros em cada uma, e as de Paços e Alvaredo por 1. 070 e 1. 200 hectolitros respectivamente. Somam estas produções 9. 920 hectolitros ou 66 por cento da de todo o concelho, que consta de 18 freguesias. = Monção = A freguesia de Manzedo (sic) produziu 4: 131 hectolitros, a de Monção 3. 244 e nas de Barbeita, Bela, Cambezes, Moreira, Pias, Riba de Mouro e Torporiz (sic) oscilou a produção entre 1. 131 e 1885 hectolitros. Somam as produções d’estas freguesias 17: 897 hectolitros, isto é, 62 por cento da de tôdo o concelho, que tem 32 freguesias. = Ponte da Barca = Calculei as produções das freguesias de Crasto e Ruivos em 1: 022 e 1.200 hectolitros respectivamente. Somam pois as produções d’essas duas freguesias 2.222 hectolitros, cerca de 22 por cento da de tôdo o concelho que se compõe de 25 freguesias. = Ponte de Lima = As freguesias de Arcozelo, Moreira do Lima, Refoios do Lima produziram entre 2.310 e 2.549 hectolitros de vinho, e as de Beiral do Lima,

131

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Coelheiras5 (sic), Correlhã, Facha, Fornelos, Freixo, Gandra, Ribeira e Souto, entre 1: 004 e 1. 699 hectolitros. *** [Fl. IV] Carta das superficies medias paroquiais nos concelhos que constituem a circuns‑ cripção do Norte de Portugal *** [Fl. 20] Somam as produções vinicolas d’estas 12 freguesias 19. 134 hectolitros ou 50 por cento de tôdo o concelho, que tem 51 freguesias. = Valença = A freguesia de Gondomil produziu 2.542 hectolitros de vinho e as de Boivão e Cerdâl, 1.218 e 1.722 respectivamente. Somam as produções vinicolas d’estas 3 freguesias 5. 482 hectolitros ou 47 por centro da produção de tôdo o concelho que tem 16 freguesias. = Viana do Castelo = A freguesia de Perre produziu 4. 370 hectolitros de vinho, a de Outeiro 3. 516 hectolitros, e as de Anha, Capareiros, Castelo do Neiva, Portozelo, Sub­‑Portela, Vila Franca e Vila de Punhe entre 1. 000 e 1. 462 hectolitros. Somam as produções vinicolas d’estas nove freguesias 16. 329 hectolitros ou 56 por cento da produção total do concelho, que se compõe de 40 freguesias. = Braga = Houve n’este distrito 183 freguesias de produção não inferior (em 1892) a mil hectolitros, que se acham distribuidas por tôdos os seus concelhos, com excepção de Terras do Bouro. D’estas 183 freguesias, 102 não atingiram 2. 000 hectolitros, 12 não alcançaram 3. 000, 6 não chegaram a 4. 000, e as restantes 4 produziram respectivamente 4. 576, 5. 133, 6. 643 e 9: 427 hectolictros.

132

5

Estamos em querer que o autor terá querido referir­‑se à freguesia de Calheiros do concelho de Ponte de Lima.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Somam as produções vinicolas d’essas 183 [Fl. 21] freguesias 343: 183 hectolitros ou 68 por cento da de tôdo o distrito, que se compõe de 521 paroquias. = Amares = Tem êste concelho as seguintes freguesias com uma produção vinicola entre 1. 029 e 1. 327 hectolitros: Santa Maria de Bouro, Caires, Caldelas, Dornelas, Ferreiros, Figueiredo, Fiscal, Goães, Lago, Prozelo e Rendufe. Produziram estas 11 freguesias 12.649 hectolitros de vinho ou 60 por cento da produção total do concelho que tem 24 paroquias. = Barcelos = A freguesia da Silva produziu 5. 133 hectolitros de vinho, a de Vila Cova 4. 278, as de Macieira de Rates e Lama 3. 701 e 3. 481 hectolitros res‑ pectivamente, a de Veatodos 2. 895 e finalmente a produção vinicola das seguintes foi entre 1. 000 e 1. 704 hectolitros: Abade de Neiva, Alheira, Alvelos, São João Baptista de Areas, Barcelinhos, Barcelos, Carapeços, Carvalhal, Cris‑ telo, Courel, Encourados, Faria, Fragoso, Lijó, Martim, Pereira, Pousa, Roriz, Silveiros, Vila Boa e Vilar de Figos. Ao tôdo são 26 freguesias, essas de produção não inferior a mil hectolitros, que produ‑ ziram 46: 847, isto é, 59 por cento da produção total do concelho, que tem 95 freguesias. = Braga = As produções das freguesias de Adaúfe e Palmeira, foram respectiva‑ mente de 4. 105 e 4. 578 hectolitros; [Fl. 22] as de Dume, S. Paio de Merelim, Real e Sequeira, tiveram uma produção entre 3.090 e 3.502 hectolitros; nas de Aveleda, Celeirós, Crespos, Ferreiros, Frossos e S. Pedro de Merelim, oscilou a produção entre 2.111 e 2.939 hectolitros e finalmente produziram entre 1. 067 e 1. 637 hectolitros as seguintes: Esporões, S. Mamede d’Este, S. Pedro d’Este, Lamaçães, Lomar, Mire de Tibães, Moreira (sic), Navarra, Nogueira, Padim da Graça, Panoias, Parada de Tibães, S. Estevam de Penso, S. Vicente de Penso, Pousada, Priscos, S. Lucrecia de Algeriz, Semelhe, Teboza e Vimieiro. Somam as produções vinicolas d’estas 32 freguesias, 63 059 hectolitros, ou 81 por cento da produção das 60 freguesias de que se compõe o concelho. = Cabeceiras de Basto = Acha­‑se calculada a produção da freguesia de Refoios (sic) de Basto em 9. 427 hectolitros, a da de Caves em 6. 643 e a de Pedraça em 3. 597. A produção das freguesias de S. Senhorinha de Basto e Cabeceiras de Basto, calculei­‑as em 2. 327 e 2. 107 respectivamente e finalmente as de Alvite, Arco de Baúlhe, Falha6 (sic), Outeiro, Rio Douro e Vilar de Cunhas, entre 1. 055 e 1. 853 hectolitros. 6

O autor estará a referir­‑se provavelmente à freguesia “Faia”.

133

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Somam as produções vinicolas d’estas 11 freguesias 33. 249 hectolitros ou 90 por cento das de tôdo o concelho, composto de 17 paroquias. [Fl. 23] = Celorico de Basto = Calculei a produção da freguesia de Fervença em 8. 030 hectolitros, as de Britelo e Pagos7 (sic) produziram respectivamente 4. 030 e 4. 212 hectolitros; as produções das freguesias de Arnoia, Corgo, Ribas, Vale de Bouro e Viade, acham­‑se entre 3. 283 e 3. 577 hectolitros; as das freguesias de Santa Tecla de Basto, Canedo, Gemeos e Molares, entre 2. 100 e 2. 906 hectolitros; e finalmente, as freguesias de Agilde, S. Clemente de Basto, Carvalho, Codeçozo, Infesta e Ourilhe, tiveram as suas produ‑ ções vinicolas entre 1. 127 e 1. 965. Somam as produções d’estas 18 freguesias 52. 585 hectolitros ou 99 por cento da de tôdo o concelho, que tem 21 freguesias. = Espozende = As freguesias de Forjães, Curvos e Palmeira do Faro, produziram respectivamente 2. 299, 2. 056 e 1. 542 hectolitros de vinho. Somam estas tres verbas 5. 897 hectolitros, isto é, 64 por cento da população total das 15 freguesias do concelho. = Fafe = a produção vinicola da freguesia de Fafe foi de 4. 160 hectolitros, a da freguesia de Serafão de 2. 184 hectolitros, e regularam entre 1. 040 e 1. 820 as produções das freguesias de Armil, S. Romão de Arões, Cepães, Freitas, Moreira de Rei, Passos, Quinchães, Travassos e Vila Cova. [Fl. 24] Somam as produções d’estas 11 freguesias 17. 212 hectolitros ou 58 por cento das de tôdo o concelho, que se divide em 36 paroquias. = Guimarães = As freguesias de maior população vinícola foram as de S. Torcato e Fermentões, regulando da primeira por 2. 600 e a da segunda por 2.200 hectolitros.

134

7

O autor estará a referir­‑se provavelmente à freguesia “Gagos”.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Com produções entre 1.000 ou 1.700 hectolitros houve n’este concêlho as fre‑ guesias de Atães, Azurem, Santa Leocádia de Briteiros, Brito, S. Miguel das Caldas de Vizela, Creixomil, Gondar, Guardizela, Infias, Longos, Lordelo, Mesão Frio, Moreira de Conegos, Nespereira, Polvoreira, Ponte, Ronfe, S. Jorge de Selho, Serzedo, Silvares e Urgezes. Somam as produções d’estas 24 freguesias 31.500 hectolitros, ou 47 por cento da produção total do concelho, que tem 80 paroquias. = Povoa de Lanhoso = N’este concelho a freguesia de maior produção vinicola foi a de S. João de Rei, que atingiu 2. 000 hectolitros; as de Aguas Santas, Geraz do Minho, Monsul, Fonte Arcada, Povoa de Lanhoso e Taíde, tiveram produções entre 1. 005 e 1. 755 hectolitros de vinho. Sobram as produções vinicolas d’estas 7 freguesias 9. 766 hectolitros; isto é, 49 por cento da produção total das 27 paroquias de que o concelho se compõe. [Fl. 25] = Vieira = A produção vinicola das freguesias de Rossas, Mosteiro e Guilhofrei, foi respec‑ tivamente de 3. 660, 2. 994 e 2. 370 hectolitros. Somam estas tres produções 9. 024 hectolitros, correspondendo esta soma a 60 por cento da produção total do concelho, que tem 20 freguesias. = Vila Nova de Famalicão = Entre 2. 020 e 2. 988 hectolitros foi calculada a produção das freguezias de Santa Maria de Arnoso, Calendario, Fradelos, Gon‑ difelos, Joane, Landim e Santa Marinha, Requião, Ribeirão Ruivães, Santos Cosme e Damião, e Vale. Entre 1.000 e 1.980 a das freguesias de Antas, Mosteiro com Santa Eulália de Arnoso. Bairro com Sanfins, Brufe, Cabeçudos, Carreira, Castelões, Cavalões com Gemunde, S. Tiago da Cruz, Delães com S. Mateus de Oliveira, Gavião, Lemenhe, Louro, Lousado, Mogege, Mouquim, Nine, Oliveira, Telhado, S. Martinho do Vale, Vermoim e Vila Nova de Famalicão. Somam as produções d’estas 32 freguesias 54: 377 hectolitros de vinho ou 82 por cento da produção das 50 que tem o concelho. = Vila Verde = As produções vinicolas das freguesias de Cervães, Lage, Moure, Santa Maria de Prado e Soutelo, regularam entre 1. 204 e 1. 562 hectolitros.

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[Fl. 26] Somam 7. 008 hectolitros, ou 27 por cento da produção total do concelho, composta de 58 paroquias. = Porto = Houve n’este distrito 101 freguesias de produção vinicola não inferior a mil hectolitros, em 1892. D’estas, 19 não desceram de 2: 000 hectolitros, 5 das quais passaram de 3: 000 hectolitros, excedendo 5: 000 uma d’elas. Somam as produções d’estas 101 freguesias 159: 330 hectolitros, ou 55 por cento da produção vinicola total do distrito que tem 379 paroquias. Acham­‑se estas freguesias espalhadas por tôdos os concelhos do distrito, com excepção do de Passos de Ferreira (sic), que não teve nenhuma que atingisse mil hectolitros na sua produção vinicola d’aquele ano. = Amarante = Ha n’este concelho as freguesias de Gondar e Telhões (sic) cuja produção está calculada em 3. 400 e 3. 500 hectolitros respectivamente. Ha também n’êle oito freguesias que produziram entre 2. 000 e 2. 406 hectolitros de vinho, que são as de Cepêlos, Fregim, Gatão, Lufrei, Mancelos, Salvador do Monte, Travanca e Vila Chã do Marão. Ha, finalmente, outras oito, em que a produção foi calculada entre 1. 000 e 1. 800 hectolitros; são as de Aboadela, S. Gonçalo [Fl. 27] de Amarante, Fridão, Padro‑ nelo, Rebordelo, Sanche, S. Veríssimo e Vila Caiz. Somam as produções d’estas 18 freguesias 33. 880 hectolitros, ou 74 por cento da produção do concelho tôdo que tem 41 paroquias. = Baião = Ha n’este concelho, as freguesias de Ancêdo (sic), Santa Leocádia de Baião, Gestaçô, Gôve, Santa Cruz do Douro, Santa Marinha do Zêzere e Tresouras, que tiveram em 1892 uma produção vinicola entre 1.003 e 1.938 hectolitros. Somam as suas produções 10. 413 hectolitros, o que corresponde a 55 por cento da produção total d’êste concelho, que tem 21 paroquias. = Bouças = Teve somente a freguesia de Leça do Balio com produção superior a mil hectolitros, pois a calculei em 1: 220.

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Esta produção é de 12 por cento da produção total do concelho, que tem 12 freguesias. = Felgueiras = Foi calculada a produção vinicola da freguesia de Margaride em 3: 137 hectolitros, a da freguesia de Jugueiros em 2: 210 e das restantes que

Transcrição e publicação José Luís Braga

são 31, ha com produção superior a mil hectolitros, 6, que são as de Borba de Godim, Jugueiros, Pedreira, Pombeiro de Riba Vizela, Regilde, Varziela, Vila Cova da Linfa8 (sic). Regulam as produções d’essas freguesias entre 1: 007 e 1: 750 hectolitros. Somam as produções vinicolas d’estas oito [Fl. 28] paroquias, 13: 509 hectolitros, ou 54 por cento [da] das 33 em que o concelho se divide. = Gondomar = A freguesia que maior produção vinicola teve, foi a de S. Pedro da Cova, com 2. 592 hectolitros. Seguem­‑se­‑lhe as de Fanzeres, Foz do Sousa, Juvim (sic), Rio Tinto, S. Cosme de Gondomar e Valbom, cujas produções regularam entre 1: 016 e 1: 932 hectolitros. Somam as produções d’estas 7 freguesias 11: 034 hectolitros ou 80 por cento da produção total do concelho que tem 11 paroquias. = Louzada = A freguesia de Meinedo que foi a mais produtiva d’êste concelho, colheu 2: 300 hectolitros de vinho. Seguem­‑se­‑lhe as de Santa Eulália de Barrosas, Cahide de Rei, Nevogilde e Torno, cujas produções estão calculadas entre 1: 092 e 1: 457 hectolitros. Importam as produções d’estas 5 freguesias em 7: 464 hectolitros, ou 38 por cento da de tôdo o concelho, que se compõe de 27. = Maia = As freguesias mais produtivas de vinhos foram as de Aguas Santas, Santa Maria de Avioso, Moreira, S. Pedro Fins e Vermoim, produziram d’aquele género, entre 1.060 e 1.444 hectolitros. Somam as suas produções vinicolas 6.634 hecto‑ litros, ou 58 por cento da produção total do concelho que tem 16 freguesias. [Fl. 29] = Marco de Canavezes = As freguesias de maior importância vinícola renderam entre 1.010 e 1: 513 hectolitros; foram as de Alpendurada com Matos, Cons‑ tance, Fornos, Penha Longa, Sande, Soalhães, Sôbre Tâmega, Varzea do Douro, Varzea de Ovelha com Aliviada, Vila Boa do Bispo e Vila Boa de Quires. Somam as produções vinicolas d’estas 11 freguesias 13: 441 hectolitros, ou 52 por cento da produção total do concelho, que tem 32 paroquias.

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O autor terá querido referir­‑se à freguesia de Vila Cova da Lixa do concelho de Felgueiras.

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= Paredes = A freguesia de Mouris produziu 2. 375 hectolitros de vinho e as de Bitarães, Castelões de Cepeda e Rebordosa, entre 1: 000 e 1: 905 hectolitros. Somam as produções d’essas 4 freguesias 6. 630 hectolitros ou 40 por cento da produção das 24 paroquias de que o concelho se compõe. = Penafiel = A sua freguesia mais produtiva de vinhos foi a da sede do concelho que produziu 2: 970 hectolitros. São­‑lhe imediatas n’este género de produção as de Abragão, Bostelo (sic), Duas Igrejas, Eja com Entre Ambos Rios, Galegos com Boa Vista, Guilhufe, Marecos, Paço de Sousa, S. Martinho de Recezinhos e Rio de Moinhos, a produção de cada uma d’elas regulou entre 1: 010 e 1: 910 hectolitros. Somam as suas produções 16. 670 hectolitros ou 50 por cento da produção total do concelho, composta de 25 freguesias. [Fl. 30] = Porto = A única freguesia que n’este concelho excedeu na sua produção vinicola a mil hectolitros, foi a de Campanhã; calculei­‑a em 1: 526 hectolitros. Representa essa produção 52 por cento da produção total do concelho, que tem 12 freguesias. = Póvoa de Varzim = As freguesias mais produtivas foram de Balazar e Rates, que produziram respectivamente 1: 510 e 1: 200 hectolitros. Somam êsses dois numeros 2: 710 hectolitros ou 67 por cento da produção total do concelho que se compõe de 10 freguesias. = Santo Tirso = D’êste concelho que tem 32 freguesias, a da sede produziu 5: 070 hectolitros, e das restantes, só não baixaram de mil hectolitros as de Aves, Burgães, S. Martinho do Campo, Guimarei, Lamelas, S. Mamede de Negrelos, S. Tomé de Negrelos, Rebordões, Refoios de Riba d’Ave, Roriz e Vilarinho.

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A produção vinicola de cada uma d’elas acha­‑se entre 1: 000 e 1: 750 hectolitros. Somam as produções de tôdas estas paroquias 20: 300 hectolitros, ou 63 por cento da produção total do concelho. = Valongo = Das 5 freguesias d’êste concelho, só excederam mil hectolitros as produções vinicolas das de Valongo, S. Lourenço d’Asmes. A da primeira foi de 2: 175 hectolitros e a da segunda de 1: 094 hectolitros.

Transcrição e publicação José Luís Braga

[Fl. 31] Somam êstes dois numeros 3. 269 hectolitros e corresponde esta soma a 63 por cento da produção total do concelho. = Vila do Conde = As freguesias de Vairão, Junqueira, Gião e Arcos, produziram entre 1: 005 e 1: 725 hectolitros de vinho. Somam as suas produções 5: 330 hectolitros ou 38 por cento da produção total do concelho que tem 30 freguesias. = Vila Nova de Gaia = A produção da freguesia de Avintes, pode­‑se calcular em 3. 000 hectolitros, a da de Pedroso em 1: 200 e a da de Crestuma em 1: 100 hectolitros. Somam êsses tres numeros 5: 300 hectolitros, que são os 43 por cento da pro‑ dução total do concelho que tem 23 freguesias. = Vila Real = Segundo a estatistica que elaboramos, ha n’este distrito 95 fregue‑ sias, que em 1892 não produziram menos de mil hectolitros de vinho. A produção de 44 d’essas 99 freguesias acha­‑se entre mil e 1: 999 hectolitros; a de 15 entre 2: 000 e 2: 999 hectolitros; a de 5 entre 3: 000 e 3: 999 hectolitros, a de 9 entre 4. 000 e 4: 999 hectolitros; a de 7 entre 5. 000 e 5: 999 hectolitros; e finalmente a de 15 entre 6. 000 e 16: 500 hectolitros, sendo esta última colheita, a maxima produção vinicola paroquial de tôda a circunscripção. [Fl. 32] Estas 95 freguesias acham­‑se distribuidas por tôdos os concelhos d’êste distrito, com exclusão dos de Montalegre e Vila Pouca de Aguiar. Somam as suas produções vinicolas 315: 226 hectolitros, ou 89 por cento da produção total do distrito, que se compõe de 255 freguesias. = Alijó = Tem êste concelho 18 freguesias, em 9 das quais se colheram 91 por cento da sua produção vinicola total. São essas as de Sanfins do Douro que produziu 16: 500 hectolitros, Vilar de Maçada 9. 350 hectolitros; Regarinhos 6. 600 hectolitros, Santa Eugénia 4: 950 hectolitros, Carlão 4: 875 hectolitros, Alijó 3: 025 hectolitros, Favaios 2: 750 hec‑ tolitros e finalmente S. Mamede de Riba Tua 2: 145 hectolitros. Somam estas produções 49: 995 hectolitros.

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= Boticas = Calculamos a produção vinicola da freguesia de Canedo em 2. 700 hectolitros, as das freguesias de Covas do Barroso e Pinho em 2: 000 cada uma, e as das freguesias de Fiães do Tamega e Sapiãos em 1: 800 e 1: 050 hectolitros respectivamente. A produção vinicola das restantes 11 freguesias, em nenhuma atinge mil hecto‑ litros. Somam as indicadas produções 9: 560 hectolitros, ou 70 por cento da produção total do concelho. [Fl. 33] = Chaves = Das 45 freguesias d’êste concelho, as de maior colheita em vinho, por produzirem entre 1: 000 e 1: 8[.]09 hectolitros, são as seguintes: Anêlhe, Arcossô, Ervedêdo, Oura, Redondêlo, Samaiões, S. Pedro de Agostem, Selhariz, Vilar de Nantes, Vilarelho da Raia, Vilela Sêca e Vilela do Tamega. Somam as suas produções 16: 800 hectolitros ou 62 por cento da produção total do concelho. = Mezão Frio = Todas as freguesias d’êste concelho produziram em 1892 mais de mil hectolitros de vinho, sendo mais produtiva a de Vila Marim, que chegou a colher 6: 040 hectolitros e a de menor produção a de Barqueiros, que só pro‑ duziu 1: 265 hectolitros de vinho. = Mondim de Basto = Quatro freguesias d’êste concelho tiveram em 1892, pro‑ duções vinicolas superiores a mil hectolitros; foram as de Athei, Mondim de Basto, Vilar de Ferreiros e Parandança (sic) que calculamos em 8: 625, 8: 400, 2: 900 e 1: 000 hectolitros respectivamente. Somam estas produções 21: 025 hectolitros ou 95 por cento da produção do concelho que tem 9 freguesias. = Murça = Das 9 freguesias d’êste concelho excederam mil hectolitros as de Murça, Candêdos (sic), Moura que, segundo estatistica, produziram respectivamente 7: 750, [Fl. 34] 6: 100 e 1: 180 hectolitros. Somam pois as produções das tres freguesias 15: 030 hectolitros, ou 89 por cento da produção total do concelho.

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Estamos em crer que o número emendado é o algarismo 8.

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Pezo da Regoa (sic) = N’este concelho, somente a freguesia Covelinhas, produziu menos de mil hectolitros. As produções das restantes 9, regularam entre 1: 453 hectolitros (Galafura) e 7: 920 hectolitros (S. José de Godim). A produção de Covelinhas é apenas de 2 por cento da de tôdo o concelho. = Ribeira de Pena = Das 6 freguesias d’êste concelho, a de Cerva produziu 7: 500 hectolitros, a de Salvador de Ribeira de Pena 7: 000, a de S. Martinho de Ribeira de Pena 2: 100 hectolitros e a de Santo Aleixo de Além Tamega 2: 000 hectolitros. Somam êstes numeros 18: 600 hectolitros ou 97 por cento da produção total do concelho. = Sabroza = A freguesia da sede do concelho produziu 4: 400 hectolitros; das restantes 14, somente as seguintes tiveram uma produção vinicola entre 1: 000 e 1: 650 hectolitros: Celeiros, Parada de Pinhão, Passos (sic), Provezende, S. Lourenço de Riba Pinhão, S. Martinho d’Anta, Souto Maior e Vilarinho de S. Romão. Somam as produções d’estas 9 freguesias 15: 100 hectolitros, ou 91 por cento da produção de tôdo o concelho. [Fl. 35] = Santa Marta de Penaguião = Tôdas as freguesias d’êste concelho que são 10, produziram mais de mil hecto‑ litros, atingindo a de Louredo, que foi a de menor colheita, 1: 300 hectolitros. A da Cumieira, foi a de maior produção, chegando a colher 6: 610 hectolitros de vinho. = Valle Passos (sic) = Vem na estatistica calculada em 11: 00 hectolitros a pro‑ dução da sede do concelho, em 6: 080 hectolitros a de Vassal, em 5: 300 hectolitros a de Possacos e em 1: 000, 1: 200 e 1: 700 hectolitros as de Vila‑ randêlo, Santa Valha e Ervões. São as freguesias em que mais avultou a produção vinicola em 1892. Somam êsses numeros 22: 280 hectolitros, ou 86 por cento da produção tôtal do concelho, que tem 32 paroquias. = Vila Real = Das 27 freguesias d’êste concelho houve 17, cuja produção vinicola excedeu em 1892, a mil hectolitros. Entre elas, as de Folhadela e Andrães, colheram 5: 640 e 5: 550 hectolitros respectivamente; a de Mateus 4: 850

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hectolitros, a de Constantim 4: 500 hectolitros, as de Torgueda e Vila Marim 2: 200 e 2: 050 respectivamente, e finalmente, entre 1: 000 e 1: 800 hectolitros regularam as produções vinicolas de Abaças, Adoufe, Arroios, Borbela, Ermida, Guiães, Mouçós, Nogueira, Parada de Cunhos, S. Dinis e S. Pedro de Vila Real. [Fl. 36] Somam estas produções 39: 590 hectolitros ou 93 por cento da produção vinicola tôtal do concelho. = Bragança = Ha neste distrito somente 19 freguesias que, segundo estatistica, tiveram uma produção vinicola não inferior a mil hectolitros. Estas freguesias acham­‑se nos concelhos de Carrazeda de Anciães, Freixo d’Espada à Cinta, Miranda do Douro, Mogadouro, Moncorvo, Vila Flor e Vimiozo. D’estas 19 freguesias só 2 excederam na sua produção vinicola 2: 000 hectolitros, atingindo uma d’elas 3: 900 hectolitros. Somam as produções vinicolas d’estas paroquias 31: 880 hectolitros, ou 55 por cento da produção total do distrito, que abrange 308 freguesias. = Carrazêda de Anciães = As freguesia de Castanheiro, Linhares, Pereiros, Pinhal do Norte, Pombal, Ribalonga, Seixo de Anciães, e Vilarinho da Castanheira tiveram em 1892, produções vinicolas entre 1: 071 a 1: 921 hectolitros, somando 13: 210 hectolitros, ou 71 por cento da produção total do concelho que tem 21 freguesias. = Freixo de Espada à Cinta = a freguesia da sede do concelho produziu, segundo a estatistica 1: 870 hectolitros, que corresponde a 60 por cento da produção total do concelho. Foi essa única das suas 6 paroquias, em que a produção se elevou a mil hectolitros. [Fl. 37] = Miranda do Douro = Calculou­‑se em 2: 500 hectolitros a produção da freguesia de Sandim (sic), e entre 1: 000 e 1: 600 hectolitros e das freguesias das Duas Igrejas, Miranda do Douro, Picote e Vila Chã da Graciosa10 (sic).

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O autor terá querido referir­‑se à freguesia Vila Chã de Braciosa do concelho de Miranda do Douro.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Somam as produções d’estas 5 paroquias 7: 400 hectolitros, ou 74 por cento da colheita de tôdo o concelho que tem quinze. = Mogadouro = Somente a freguesia de Bemposta excedeu na sua colheita vinicola a mil hectolitros, atingindo 3. 900 ou 51 por cento da produção de tôdo o concelho, que se compõe de 34 paroquias. [= Moncorvo = Somente a freguesia de Bemposta excedeu na sua colheita vinicola a mil hectolitros, atingindo 3: 900 ou 51 por cento da produção de tôdo o concelho, que se compõe de 34 paroquias11.] = Moncorvo = A freguesia da Horta foi a única que, segundo a estatistica, chegou n’este concelho a produzir mil hectolitros, ou 20 por cento da sua produção total, a­‑pesar­‑de (sic) ter 18 paroquias. = Vila Flor = As freguesias de Santa Comba de Vilariça e Freixiel foram somente as que, em 1892, excederam mil hectolitros nas suas respectivas colheitas de vinhos. N’elas se acham calculadas as suas produções em 1: 500 e 1: 200 hectolitros. É pois de 2: 700 hectolitros a produção vinicola [Fl. 38] d’estas duas freguesias, ou 60 por cento da produção de tôdo o concelho, que conta 19 paroquias. = Vimioso = A freguesia de Caçarelhos foi a única d’êste concelho que não baixou na sua produção vinicola em 1892, de mil hectolitros. Produziu 1: 800 hecto‑ litros. Representa êste numero 73 por cento da produção total do concelho, que se compõe de 14 paroquias. = Aveiro = Houve n’este distrito, segundo as estatisticas de 1: 892, 41 freguesias com colheitas não inferiores a mil hectolitros. Nenhuma d’elas pertence aos concelhos de Aveiro, Ilhavo, Mealhada, Oliveira de Azemeis, Ovar e Vagos. Somam as produções d’estas paroquias de maior colheita 84: 727 hectolitros, ou 68 por cento da produção de tôdo o distrito, que tem 181 freguesias. A produção paroquial máxima foi de 4: 348 hectolitros. Somente 8 d’essas 41 freguesias excederam na sua produção a 2: 000 hectolitros. = Agueda = Entre 1: 000 e 1: 247 hectolitros se acham calculadas as produções vinicolas das freguesias de Aguada de Cima, Agueda, Espinhel, Macinhata do Vouga e Valongo.

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Existe aqui uma repetição do mesmo parágrafo supracitado, apondo o autor, contudo, o título equi‑ vocado de “Moncorvo”. A freguesia da Bemposta pertence ao concelho de Mogadouro.

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Somam as suas produções vinicolas 5: 563 hectolitros, ou 53 por cento da pro‑ dução total do concelho que tem 18 freguesias. [Fl. 39] = Albergaria a Velha = Entre 1: 040 e 1: 974 hectolitros foi a produção das fre‑ guesias de Albergaria a Velha, Alquerubim, Angeja, e S. João de Loure. Somam essas colheitas 5: 961 hectolitros de vinho ou 71 por cento de tôdo o concelho, que se compõe de 8 paroquias. = Anadia = A produção da freguesia dos Arcos, está calculada em 2: 700 hecto‑ litros, e entre 1: 200 a 1: 950 hectolitros, as das freguesias de Ancas, Sangalhos, S. Lourenço do Bairro, Tamengos, e Vilarinho do Bairro. Foram estas as únicas das 12 freguesias d’êste concelho, que não baixaram na produção vinicola de mil hectolitros. Somam essas colheitas 11: 350 hectolitros, ou 76 por cento da produção total do concelho. = Arouca = Entre 2: 130 e 2: 800 hectolitros foram calculadas as produções vinicolas das freguesias de Burgo, Alvarenga e Santa Eulália, e entre 1: 010 e 1: 850 as das freguesias de Arouca, Mansôres, Moldes, Rossas e Tropêço.

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Foram estas 8 as unicas que, das 20 freguesias em que se divide o concelho, excederam mil hectolitros nas suas produções vinicolas. Somam estas 14: 482 hectolitros, ou 74 por cento da produção total do concelho. = Castelo de Paiva = Todas as freguesias d’êste concelho produziram em 1: 892 [Fl. 40] mais de mil hectolitros de vinho, sendo a de menos produção a da Raiva, que produziu 1: 207 hectolitros e a de maior colheita a de Fornos, em que se obtiveram 3: 807 hectolitros de vinho. = Estarreja = Regularam nas suas produções entre 1: 350 e 1: 800 hectolitros as freguesias de Fermelã, Canelas, Salreu e Beduido. Foram as unicas das 9 fre‑ guesias do concelho em que a produção vinicola atingiu mil hectolitros. Somam estas produções 6: 165 hectolitros, ou 98 por cento da de todo o concelho. = Feira = Somente das 35 freguesias d’êste concelho as de Canedo e Lever segundo a estatistica, passaram de mil hectolitros na sua produção vinicola, produzindo a primeira 1: 212 e a segunda 1: 300 hectolitros de vinho.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Somam êsses dois numeros 2: 612 hectolitros, ou 40 por cento da produção total do concelho. = Macieira de Cambra = As freguesias de Alões e Castelões foram as únicas das 9 d’êste concelho, cuja produção vinicola atingiu mil hectolitros, produzindo a primeira 1: 128 e a segunda 1: 646 hectolitros. Somam pois as produções d’essas duas freguesias 2: 774 hectolitros, ou 45 por cento da produção total do concelho. = Oliveira do Bairro = A freguesia da sede do concelho, em 1892, produziu 4. 348 hecto­‑[Fl. 41]­‑litros de vinho e as de Oyan (sic) e Mamarrosa 1: 166 e 1: 013 respectivamente. Somam essas produções 6: 525 hectolitros ou 84 por cento da produção total do concelho que tem 5 freguesias. = Sever do Vouga = Das 8 freguesias d’êste concelho, só ultrapassaram mil hec‑ tolitros nas suas produções vinicolas as de Couto d’Esteves, Pecegueiro (sic) e Rocas do Vouga. Regularam essas produções entre 1: 140 e 1: 206 hectolitros, somando 3: 546 hectolitros, ou 591 por cento da produção de tôdo o concelho. = Coimbra = Somente em 15 freguesias d’êste distrito é que a produção vinicola não baixou de mil hectolitros, havendo d’elas uma em que atingiu 5: 900. Acham­‑se essas freguesias nos concelhos de Arganil, Cantanhede, Figueira da Foz, Pampilhosa, Soure. Somam as suas produções 35: 632 hectolitros ou 63 por cento da produção de tôdo o distrito, que tem 187 freguesias. = Arganil = Na freguesia de Coja foi calculada a produção vinicola, no ano de 1892, em 4. 014 hectolitros, e nas freguesias de Sarzedo e Arganil em 1: 608 e 1: 078 respectivamente. Somam as produções d’estas 3 freguesias 6: 700 hectolitros, ou 82 por cento da produção total do concelho que tem 17 paroquias. [Fl. 42] = Cantanhede = As freguesias de Ançã, Cantanhede, Porcariça (sic) e Portunhos, segundo a estatistica, produziram respectivamente 3: 319, 2: 217, 2: 958 e 1: 117 hectolitros de vinho.

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Das 11 paroquias d’êste concelho, foram aquelas as únicas que atingiram na sua produção vinicola o limite de mil hectolitros. Somam as suas produções 8: 611 hectolitros ou 72 por cento da produção total do concelho. = Figueira da Foz = Das 11 freguesias em que êste concelho se divide houve somente 2 que produziram mil hectolitros de vinho, em 1892; foram as de Paião e Lavos; a primeira produziu, segundo a estatistica, 5: 900 e a segunda 4: 000 hectolitros. Somam êstes dois numeros 9. 900 hectolitros ou 86 por cento de tôda a produção do concelho. = Pampilhoza = A freguesia da sede d’êste concelho em 1892, produziu 1: 584 hectolitros ou 76 por cento da produção de tôdo o concelho que se compõe de 10 freguesias. = Soure = Foi calculada a produção vinicola total d’êste concelho em 3: 410 hectolitros e as freguesias de Alfarelos, Gesteira, Samuel e Vinha da Raínha entre 1: 050 e 1: 900 hectolitros. Somam as produções d’estas 5 freguesias 8: 847 hectolitros ou 89 por cento da de tôdo o concelho que tem 12 paroquias. [Fl. 43] = Vizeu =

146

Segundo a estatistica de 1892, houve n’este distrito de administrativo 148 fre‑ guesias com produção vinicola não inferior a mil hectolitros. Acham­‑se estas paroquias distribuidas por tôdos os concelhos do distrito, com excepção dos de Fragoas, Moimenta da Beira e Sernancelhe. D’estas freguesias, 92 não atingiram 2: 000 hectolitros, e a que produz mais vinho elevou a sua produção a 9: 500 hectolitros. Somam as produções vinicolas d’essas 148 paroquias 339: 270 hectolitros, ou 84 por cento da produção total do distrito. = Armamar = São 7 as freguesias d’êste concelho em que não baixou de 1: 000 hectolitros a produção vinicola. A da sede do concelho atingiu 8: 200 hecto‑ litros, a de Fontela (sic) 2: 330 hectolitros, e as restantes que são Goujoim,

Transcrição e publicação José Luís Braga

Queimada, Queimadela, S. Cosmado e S. Romão, tiveram uma produção entre 1: 020 e 1: 900 hectolitros. Somam as suas produções vinicolas 18: 440 hectolitros, ou 86 por cento da produção total do concelho que se compõe das 16 freguesias. = Carregal = Das 6 freguesias d’êste concelho, a de Cabanas produziu 3: 294 hectolitros de vinho e as de Papizios, Beijoz e Oliveira do Conde, produziram 1: 150, 1: 640 e 1: 860 hectolitros respectivamente. Somam êstes numeros 7: 944 hectolitros, ou 85 por cento da produção vinicola total do concelho. [Fl. 44] = Castro Daire = As freguesias de Molêdo, Mões e Cabril produziram respectiva‑ mente 2: 226, 1: 856 e 1: 113 hectolitros de vinho; nenhuma outra das 17 que tem o concelho atingiu os mil hectolitros. Somam aqueles numeros 5: 195 hectolitros, ou 49 por cento da população total do concelho. = Lamego = Das suas 20 freguesias, a de Cambres produziu cerca de 4: 000 hecto‑ litros de vinho. As de Penajoia, Ferreiros de Avões, Figueira e Almacave, entre 3: 100 e 3: 600 hectolitros, as da Sé, Valdigem e Samodães entre 2: 000 e 2: 680 hectolitros, excedendo ainda mil hectolitros as de Sande, Cepões e Várzea de Abrunhais, cujas produções se acham entre 1: 100 e 1: 980 hectolitros. Somam as produções d’estas 11 freguesias 29.640 hectolitros de vinho, ou 93 porcento da produção total do concelho. = Mangualde = As freguesias da sede do concelho segundo a estatistica, produzi[ra] m 5: 380 hectolitros de vinho, as de Alcafache e Quintela de Azurara, 2: 765 e 3: 000 hectolitros, e as de Lobelhe do Mato, S. Tiago de Assurrães (sic), Espinho e Cunha Baixa entre 1: 145 e 1: 587 hectolitros. Somam as produções d’estas freguesias 16: 705 hectolitros, ou 81 por cento da produção de tôdo o concelho que conta 18 paroquias. = Mondim da Beira = Das 8 freguesias d’êste concelho, a de Salzêdas produziu 2: 484 hectolitros, e as da Granja Nova, [Fl. 45] Caimbres (sic), Mondim da Beira e Ucanha, entre 1: 368 e 1: 800 hectolitros.

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Somam estas produções 8: 638 hectolitros ou 94 por cento da produção total do concelho. = Mortagua = As freguesias da sede do concelho e da Marmeleira, produziram 1: 130 e 1: 065 hectolitros de vinho, respectivamente. Nenhuma das outras que são 8, atingiu mil hectolitros. Somam aqueles 2 numeros 2: 195 hectolitros ou 49 por cento da produção vinicola total do concelho. = Nelas = Tôdas as freguesias d’êste concelho produziram mais de mil hectolitros de vinho, chegando a de Santar, que foi a mais produtiva, a 7: 000 hectolitros, e a de Vilar Seco, que foi a de produção menor, a 1: 550 hectolitros. = Oliveira de Frades = A freguesia de Arcozêlo das Maias produziu 2: 314 hecto‑ litros de vinho, e as de Sejães, Ribeiradio, Souto de Lafões, S. Vincente de Lafões, Oliveira de Frades e Pinheiro, tiveram as suas produções vinicolas entre 1: 225 e 1: 840 hectolitros. Produziram, em 1892, estas 7 freguesias 12: 461 hectolitros de vinho, ou 86 por cento da produção total do concelho, que tem 12 paroquias. = Penalva do Castelo = Somente a freguesia de Mareco, não chegou a produzir mil hectolitros de vinho, de todas as outras, a de menor produção foi a de [Fl. 46] Real, em que se colheram 1: 276 hectolitros, sendo a de maior produção a de Ínsua onde a colheita de 1892 subiu a 7: 975 hectolitros.

148

Somam pois as produções das 11 freguesias que excederam os mil hectolitros, 31: 622 hectolitros, ou 99 por cento da produção tôtal do concelho. = Penedono = Das nove freguesias d’êste concelho, as que tomaram parte impor‑ tante na sua produção vinicola, foram as de Souto, Povoa de Penela e Peinela (sic) da Beira, cujas produções se acham calculadas em 7: 000, 6: 400 e 3: 800 hectolitros, isto é, em 99 por cento da produção total do concelho. = Rezende = As freguesias que não produziram menos de mil hectolitros de vinho, foram as de Anreade, S. João de Fontoura, S. Martinho de Mouros, Rezende e Barrô, cujas produções se acham entre 2: 106 e 3: 685 hectolitros, somando 13: 810 hectolitros; êste número corresponde a 79 por cento da produção vinicola total do concelho. = Santa Comba Dão = Das 7 freguesias d’êste concelho, as de S. Joaninho, Santa Comba Dão, Freixedo (sic), Couto do Mosteiro e Ovoa produziram entre 1: 100 e 1: 500 hectolitros de vinho.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Somam as produções vinicolas d’estas 5 freguesias 6: 210 hectolitros ou 87 por cento da produção total do concelho. [Fl. 47] = S. João d’Areias = Das 3 freguesias d’êste concelho só passou de mil hectolitros a produção vinicola da de S. João d’Areias, que chegou a 1: 144 hectolitros ou 60 por cento da produção total do concelho. = São João da Pesqueira = As freguesias de Pesqueira e Ervedoza produziram 1: 110 e 1: 300 hectolitros de vinho, respectivamente. Nenhuma das outras atingiu mil hectolitros. Somam as produções d’aquelas duas freguesias 2: 410 hectolitros, ou 38 por cento da produção total do concelho, que tem 19 paroquias. = S. Pedro do Sul = Das 20 paroquias d’êste concelho, a da sua sede e a do Sul, produziram 4: 350 e 4: 240 hectolitros. As de Serrazes, Santa Cruz de Trapa, Vila Maior e Carvalhais, tiveram as suas produções vinicolas entre 2: 370 e 3: 630 hectolitros; e finalmente as de Baiões e Bordonhos, Figueiredo d’Alva, Pindelo, Pinho, S. Martinho das Montas (sic), Valadares e Varzea produziram entre 1: 080 [a] e 1: 970 hectolitros de vinho. Somam as produções vinicolas d’estas 14 freguesias 32: 070 hectolitros, ou 94 por cento da produção total do concelho. = Sátam = Das 12 freguesias em que se divide êste concelho atingiram mil hec‑ tolitros as produções vinicolas das freguesias de S. Miguel de Vila Boa e Vila da Igreja, excedendo­‑as ainda a de [Fl. 48] Rio de Moinhos, que alcançou ou produziu 1: 500 hectolitros de vinho. A produção d’estas 3 freguesias regula pois por 3: 500 hectolitros ou 76 por cento da sua produção total. = Sinfães = As produções vinicolas das freguesias de S. Cristovam de Nogueira, Oliveira do Douro, Cinfães e Souzelo foram respectivamente de 2: 423, 2: 470, 2: 909 e 3: 194 hectolitros. As freguesias de Espadanedo, Fornelos, Travanca, Nespereira e S. Tiago de Piães, produziram entre 1: 372 e 1: 963 hectolitros de vinho. Das restantes que são 8, nenhuma atinge na sua produção mil hectolitros de vinho.

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Somam as produções das mencionadas freguesias 19: 283 hectolitros, ou 90 por cento da produção total do concelho. = Taboaço = Das 14 freguesias d’êste concelho, somente a freguesia de Sendim excedeu, na sua produção vinicola, a mil hectolitros, chegando a 1: 500 ou a 30 por cento da produção total do concelho. = Tarouca = Das 8 freguesias d’êste concelho, houve só 3 que não produziram menos de mil hectolitros de vinho, são as de Tarouca, Ferreirinha e Lalim, cujas produções vinicolas foram, respectivamente de 2: 736, 1: 387 e 1: 182 hecto‑ litros. Somam êstes numeros 5: 305 hectolitros, ou 70 por cento da produção de tôdo o concelho. [Fl. 49] = Tondela = N’este concelho, avultou a produção vinicola nas freguesias de Lageoza (sic) e Lobão que produziram, segundo a estatistica 3: 815 e 3: 800 hectolitros de vinho. Entre 1: 010 e 1: 870 hectolitros, acham­‑se na estatistica as produções vinicolas das freguesias de Canas de Sabugosa, Castelões, Ferreiros, Molelos, Mouras, Parada, Sabugoza, S. Miguel do Outeiro, S. Tiago de Besteiros, Tonda e Tondela. Somam as produções d’estas 13 paroquias 22: 781 hectolitros, ou 81 por cento da produção de tôdo o concelho, que é constituída por 24. = Vizeu = Segundo a estatistica de 1892, a freguesia de Silgueiros produziu 9: 500 hectolitros, a de S. João de Louroza 5: 750 as de Bodioza, Povolide, Calde e Torre Deita entre 2: 037 e 3: 300 hectolitros. De 1: 000 e 1: 725 regularam as produções das freguesias de Rio Mau, Coutos de Baixo, Farminhão, Fragozela de Cima, France, Lordosa, Riba Feita, Rio de Loba, Santos Evos, S. Cipriano e Vila Chã de Sá. Somam as produções vinicolas d’estas 17 freguesias 40: 139 hectolitros, ou 85 por cento da de tôdo o concelho, que tem 32 freguesias. = Vouzela = Das 12 freguesias d’êste concelho, as de Cambra e Queirã produziram respectivamente 2: 325 e 2: 125 hectolitros.

150

As de Campia, Fatunços (sic), Figueiredo das Donas. Paço de Vilharigues, S. Miguel do Mato, Ventoza e Vouzela, tiveram produções entre 1: 000 [Fl. 50] e 1: 800 hec‑ tolitros. Importa a produção d’estas 9 freguesias em 13: 937 hectolitros, ou 94 por cento da produção total do concelho.

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Guarda = Houve n’este distrito, segundo a estatistica a que me estou referindo, 38 freguesias cujas produções vinicolas não baixaram de mil hectolitros. A de colheita mais avultada atingiu 6: 520 hectolitros. Somando as produções d’essas 38 freguesias 83: 410 hectolitros, ou 55 por cento da produção de tôdo o distrito que tem 332 paroquias. Essas 38 de maior produção, acham­‑se distribuidas por tôdos os concelhos do distrito, com excepção dos de Aguiar da Beira, Guarda e Manteigas. = Almeida = A freguesia da sede do concelho produziu 5. 020 hectolitros de vinho, e as de Péva, Azenhal e Reigada entre 1: 000 e 1: 240, somando as suas produções 8: 310 hectolitros, ou 49 por cento da produção de tôdo o concelho, que conta 27 paroquias. = Cêa = A freguesia de Paranhos produziu 2: 940 hectolitros de vinho. Das res‑ tantes 28, as em que não baixou a sua produção vinicola, de mil hectolitros, regulando entre 1: 230 e 1: 830, foram as seguintes: Girabolhos, Santa Comba, Santa Eulália, S. Gião, Tourais, Travancinha e Vide. Somam as suas produções 13: 670 hectolitros ou 72 por cento da de tôdo o concelho. [Fl. 51] = Celorico da Beira = Todas as freguesias d’êste concelho baixaram de mil hectolitros na sua produção vinicola, exceptuando as de Juncais que produziu 2: 270 hecto‑ litros, ou 28 por cento da produção total do concelho, que tem 22 paroquias. = Figueira de Castelo Rodrigo = Também das 14 paroquias em que se divide, somente a de Escalhão excedeu mil hectolitros na sua produção vinicola, atingindo 1: 170 hectolitros ou 18 por cento da produção total do concelho. = Fornos de Algodres = Das 13 freguesias de que se compõe êste concelho, somente as de Sobral, Pichorro e Fornos de Algodres atingiram e excederam, na sua produção vinicola mil hectolitros, produzindo a primeira 2: 700 e a segunda 1: 525 hectolitros. Somam êsses dois numeros 4: 225 hectolitros ou 48 por cento da produção do concelho. = Gouvêa = Das 23 freguesias d’êste concelho, as de Vila Nova de Tazem, Vinhó e Cativelos, produziram respectivamente 6: 520, 2: 240 e 2: 200 hectolitros. Das restantes, as que não baixaram na sua produção de mil hectolitros, foram as de S. Pedro de Gouvêa, Arcozêlo e Lagarinhos cujas produções se acham entre 1: 200 e 1: 800 hectolitros.

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Somam as indicadas produções 16: 560 hectolitros, ou 78 por cento da de tôdo o concelho. [Fl. 52] = Mêda = As paroquias de Mêda, Ranhadas, Poço do Canto e Vale de Ladrões produ‑ ziram, respectivamente, 5: 500, 4: 500, 4: 000 e 3: 000 hectolitros. Das restantes 12 não baixaram de mil hectolitros, na sua produção vinicola, conservando­‑a entre 1: 000 e 2: 100 hectolitros, as de Rabaças, Longroiva, Avelôso e Outeiro dos Patos. Somam as produções vinicolas d’estas 8 freguesias 23: 000 hectolitros, ou 90 por cento da produção total do concelho. = Pinhel = Das suas 26 freguesias, só atingiram uma produção vinicola não inferior a mil hectolitros, a da sede do concelho e a de Alverca, produzindo a primeira 3: 400 e a segunda 1: 010 hectolitros. Somam estes dois numeros 4: 400 hectolitros, ou 35 por cento da produção total do concelho. = Sabugal = De 42 freguesias em que se divide, a única que não baixou de mil hectolitros, na sua produção vinicola, foi a de Casteleiro, que produziu, segundo a estatistica, 1: 995 hectolitros, ou 18 por cento da produção de todo o concelho. = Trancoso = As freguesias da Povoa d’El Rei e Vandujo, produziram 1: 300 e 1: 000 hectolitros de vinho em 1892. As restantes 29, não atingiram na sua produção vinicola aquêle último numero. Somam as 2 produções 2: 300 hectolitros, ou 23 por cento da produção total do concelho. [Fl. 53] = Vila Nova de Fozcôa = Foram calculadas na estatistica as produções de sede do concelho, Numão e Cedovim em 3: 000, 1: 500 e 1: 000 hectolitros; as restantes 14 paroquias não chegaram a produzir esta ultima quantidade.

152

Somam pois as produções das 3 freguesias 5: 500 hectolitros, ou 64 por cento da produção total do concelho. Resumirei o que dizer à cerca da produção vinicola paroquial, e do modo como se acha distribuida, nos dois seguintes quadros:

Transcrição e publicação José Luís Braga

[Fl. 54]

Freguesias de produções inferiores a 1.000 hectolitros

Freguesias de produção não inferior a 1.000 hectolitros

de 2.000 a 2.999 hectolitros

de 3.000 a 3.999 hectolitros

de 4.000 a 4.999 hectolitros

de 5.000 a 5.999 hectolitros

de 6.000 a 6.999 hectolitros

de 7.000 a 7.999 hectolitros

de 8.000 a 8.999 hectolitros

de 9.000 a 9.999 hectolitros

de mais de 10.000 hectolitros

= Produção = (hectolitros)

Percentagem por 100 para a produção total

de menos de 100 hectolitros

de 100 a 199 hectolitros

de 200 a 499 hectolitros

de 500 a 699 hectolitros

de 700 a 999 hectolitros

= Produção = (hectolitros)

Percentagem por 100 para a produção total

= Numero =

De 1.000 a 1.999 hectolitros

= Numero =

Numero de freguesias de produção nula

= Districto de Viana do Castelo =

Arcos de Vale de Vez

6

_

_

_

_

_

_

_

_

_

8: 165

30

7

6

17

8

7

19: 423

70

_

Caminha

2

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2: 700

37

5

2

6

1

2

4: 835

63

1

Melgaço

2

2

1

_

_

_

_

_

_

_

9: 920

66

2

_

4

_

5

5: 220

34

2

= Concelhos =

Monção

7

_

1

1

_

_

_

_

_

_

17: 897

62

1

2

9

7

3

10: 867

38

1

Paredes de Coura

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

8

3

7

_

1

4: 128

100

2

Ponte da Barca

2

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2: 222

22

_

4

11

6

_

8: 010

78

2

Ponte de Lima

9

3

_

_

_

_

_

_

_

_

19: 134

50

2

_

11

15

6

19: 081

50

5

Valença

2

1

_

_

_

_

_

_

_

_

5: 482

47

3

_

4

2

4

6: 179

53

_

Viana do Castelo

7

_

1

1

_

_

_

_

_

_

16: 329

56

3

5

11

7

5

12: 789

44

_

Vila Nova de Cerveira

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2

4

3

3

3

6: 357

100

_

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

37

6

3

2

_

_

_

_

_

_

81: 849

46

33

26

83

49

36

96: 889

54

13

= Somas =

= Districto de Braga = Amares

11

_

_

_

_

_

_

_

_

_

12: 659

60

_

1

2

3

7

8: 509

40

_

Barcelos

21

1

2

1

1

_

_

_

_

_

46: 847

59

1

7

27

18

16

32: 824

41

_

Braga

20

6

4

2

_

_

_

_

_

_

63: 059

81

_

1

13

6

8

14: 979

12

_

Cabeceiras de Basto

6

2

1

_

_

1

_

_

1

_

33: 249

90

_

1

1

2

2

3: 588

10

_

Celorico de Basto

6

4

5

2

_

_

_

1

_

_

52: 585

99

1

1

1

_

_

441

1

1

Espozende

1

2

_

_

_

_

_

_

_

_

5: 897

64

3

3

4

1

1

3: 242

36

_

Fafe

9

1

_

1

_

_

_

_

_

_

17: 212

58

3

1

3

7

8

29: 576

42

3

Guimarães

22

2

_

_

_

_

_

_

_

_

31: 500

47

_

5

8

14

28

34: 890

53

1

Povoa de Lanhoso

6

1

_

_

_

_

_

_

_

_

9: 766

49

_

1

12

2

6

10: 020

51

_

Terras de Bouro

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

6: 425

100

19

12

6

1

1

_

1

1

_

= A transportar = 102

_ 272: 774

4

1

3

2

5

12

22

74

55

81 144: 494

2 7

153

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

&

[Fl. 55] Freguesias de produções inferior a 1.000 hectolitros

de 200 a 499 hectolitros

de 500 a 699 hectolitros

de 700 a 999 hectolitros

de 3.000 a 3.999 hectolitros

de 4.000 a 4.999 hectolitros

de 5.000 a 5.999 hectolitros

de 6.000 a 6.999 hectolitros

de 7.000 a 7.999 hectolitros

de 8.000 a 8.999 hectolitros

de 9.000 a 9.999 hectolitros

de mais de 10.000 hectolitros

12

6

1

1

_

1

1

_

12

32

74

55

81 144: 494

Numero de freguesias de produção nula

de 100 a 199 hectolitros

de 2.000 a 2.999 hectolitros

19

= Produção = (hectolitros)

De 1.000 a 1.999 hectolitros

= Transporte = 102

= Concelhos =

  Percentagem por 100 para a produção total

de menos de 100 hectolitros

272: 774 60

= Números =

= Produção = (hectolitros)

Percentagem por 100 para a produção total

Freguesias de produção superior a 1.000 hectolitros

7

Vieira

_

2

1

_

_

_

_

_

_

_

9: 024

82

1

3

8

3

1

5: 938

40

1

Vila Nova de Famalicão

22

10

_

_

_

_

_

_

_

_

54: 377

27

_

_

1

7

8

11: 640

18

1

Vila Verde

5

_

_

_

_

_

_

_

_

_

7: 008

3

11

26

7

6

18: 741

73

_

 

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

 

 

 

 

 

 

31

13

6

1

1

_

1

1

_

16

36

109

72

96 180: 813 35

= Somas = 129

  343: 183 65

9

= Districto do Porto =

154

Amarante

8

8

2

_

_

_

_

_

_

_

33: 880

74

_

2

8

6

7

12: 150

26

_

Bayão

7

_

_

_

_

_

_

_

_

_

10: 413

55

_

1

1

4

6

8: 242

45

_

Bouças

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 220

32

1

4

6

_

_

2: 540

68

_

Felgueiras

6

1

1

_

_

_

_

_

_

_

13: 509

54

_

1

14

8

2

11: 643

46

_

Gondomar

6

1

_

_

_

_

_

_

_

_

11: 034

80

_

_

_

2

2

2: 692

20

_

Louzada

4

1

_

_

_

_

_

_

_

_

7: 464

38

_

_

10

6

6

12: 002

62

_

Maia

5

_

_

_

_

_

_

_

_

_

6: 634

58

_

1

6

2

2

4: 626

42

_

Marco de Canavezes

11

_

_

_

_

_

_

_

_

_

13: 441

52

_

_

9

6

6

12: 041

48

_

Paços de Ferreira

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

6

10

_

_

4: 080

100

_

Paredes

3

1

_

_

_

_

_

_

_

_

6: 630

40

_

1

7

7

5

9: 952

60

_

Penafiel

10

1

_

_

_

_

_

_

_

_

16: 670

50

_

_

3

10

12

16: 655

50

_

Porto

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 526

52

1

3

2

1

_

1: 425

48

4

Povoa de Varzim

2

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2 :710

67

2

4

2

_

_

1: 280

33

_

Santo Tirso

11

_

_

_

1

_

_

_

_

_

20: 300

63

_

1

4

8

7

11: 790

37

_

Valongo

1

1

_

_

_

_

_

_

_

_

3: 269

63

_

_

1

1

1

1: 850

37

_

Vila do Conde

4

_

_

_

_

_

_

_

_

_

5: 330

38

4

4

12

4

2

8: 615

62

_

5: 300

43

1

4

8

5

1

6: 770

57

1

159: 330 55

9

32

103

70

59 128: 363 45

5

Vila Nova de Gaia

2

_

1

_

_

_

_

_

_

_

= Soma =

82

14

4

_

1

_

_

_

_

_

Transcrição e publicação José Luís Braga

[Fl. 56]

_

1

1

49: 995

91

_

2

5

_

3

Percentagem por 100 para a produção total

_

de 700 a 999 hectolitros

de 9.000 a 9.999 hectolitros

de mais de 10.000 hectolitros

1

de 500 a 699 hectolitros

de 8.000 a 8.999 hectolitros

_

de 200 a 499 hectolitros

de 7.000 a 7.999 hectolitros

2

de 100 a 199 hectolitros

de 6.000 a 6.999 hectolitros

1

de menos de 100 hectolitros

de 5.000 a 5.999 hectolitros

2

Percentagem por 100 para a produção total

de 4.000 a 4.999 hectolitros

_

= Produção = (hectolitros)

de 3.000 a 3.999 hectolitros

Alijó

de 2.000 a 2.999 hectolitros

= Concelhos =

De 1.000 a 1.999 hectolitros

= Numeros =

= Produção = (hectolitros)

Freguesias de prod.(ução) inferior a 1: 000 hectolitros

Freguesias de prod.(ução) não inferior a 1: 000 hectolitros

4: 840

9

Numero de freguesias de produção nula

= Districto de Vila Real

_

Boticas

2

3

_

_

_

_

_

_

_

_

9: 550

70

_

1

1

2

3

4: 150

30

4

Chaves

12

_

_

_

_

_

_

_

_

_

16: 300

62

9

4

6

5

6

10: 050

38

3

Mesão Frio

3

1

1

1

_

1

_

_

_

_

Mondim de Basto

1

1

_

_

_

_

_

2

_

_

Montalegre

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

Murça

1

_

_

_

_

1

1

_

_

_

Pêso da Régua

1

1

2

2

1

_

2

_

_

_

40: 030

21: 72[6] 100

_

_

_

_

_

_

_

_

95

_

2

1

1

_

1: 000

5

1

_

_

_

1

2

1

1

2: 300

100

30

15: 030

89

_

_

2

1

1

1: 930

11

2

98

_

_

_

_

1

900

2

_

21: 025

Ribeira de Pena

_

2

_

_

_

_

2

_

_

_

18: 600

97

_

_

_

1

_

500

3

1

Sabrosa

8

_

_

1

_

_

_

_

_

_

15: 100

91

_

3

2

1

_

1: 450

9

_

Santa Marta de Penaguião

2

2

1

1

3

1

_

_

_

_

40: 000

100

_

_

_

_

_

_

_

_

Valle Passos

3

1

_

_

1

1

_

_

_

1

28: 280

86

6

3

11

1

_

4: 670

14

4

Vila Pouca d’Aguiar

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2

2

7

1

1

3: 860

100

3

Vila Real

11

2

_

2

2

_

_

_

_

_

39: 590

93

_

3

1

1

2

2: 870

7

3

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

44

15

5

9

7

5

5

2

1

2

  = Somas =

315: 226 89

 

 

 

 

 

 

 

 

17

21

38

15

18

38: 520

11

51

– Districto de Bragança Alfandega da Fé

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

14

5

1

1

_

1: 920

100

_

Bragança

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

41

3

2

1

_

2: 673

100

3

Carrazeda de Anciães

8

_

_

_

_

_

_

_

_

_

13: 210

71

2

1

3

3

3

5: 277

29

1

Freixo d’Espada à Cinta

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 870

60

1

2

1

1

_

1: 230

40

_

Macedo de Cavaleiros

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

16

2

1

_

_

779

100

15

Miranda do Douro

4

1

_

_

_

_

_

_

_

_

7: 400

74

_

6

2

2

 

 

 

 

 

 

22: 480

74

19

10

8

_

2: 588

26

 

 

 

3

14: 467

  19

155

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

&

[Fl. 57]

de 3.000 a 3.999 hectolitros

de 4.000 a 4.999 hectolitros

de 5.000 a 5.999 hectolitros

de 6.000 a 6.999 hectolitros

de 7.000 a 7.999 hectolitros

de 8.000 a 8.999 hectolitros

de 9.000 a 9.999 hectolitros

de mais de 10.000 hectolitros

de menos de 100 hectolitros

de 100 a 199 hectolitros

de 200 a 499 hectolitros

de 500 a 699 hectolitros

de 700 a 999 hectolitros

Numero de freguesias de produção nula

de 2.000 a 2.999 hectolitros

Percentagem por 100 para a produção total

 

Numero

De 1.000 a 1.999 hectolitros

= Produção = (hectolitros)

= Numero =

Percentagem por 100 para a produção total

Freguesias de produção inferior a 1: 000 hectolitros

Freguesias de produção não inferior a 1: 000 hectolitros

13

1

_

_

_

_

_

_

_

_

22: 480

74

19

10

8

3

14: 467

100

19

Mirandela

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

12

2

1

_

_

735

49

24

Mogadouro

_

_

1

_

_

_

_

_

_

_

3: 900

51

15

8

3

1

1

3: 690

80

5

Torre de Moncorvo

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 000

20

6

4

2

2

2

3: 890

40

1 _

= Concelhos =

= Transporte =

Vila Flor

2

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2: 700

60

14

1

1

1

_

1: 760

27

Mimioso (sic)

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 800

73

7

1

1

_

_

659

100

Vinhais

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

30

_

2

_

_

925

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

17

1

1

_

_

_

_

_

_

_

31: 880

55

158

35

20

12

6

26: 126

45

58

  = Somas =

4 5

= Districto de Aveiro =

156

Agueda

5

_

_

_

_

_

_

_

_

_

5: 563

53

3

2

2

4

2

5: 002

47

_

Albergaria a Velha

4

_

_

_

_

_

_

_

_

_

5: 961

71

_

_

4

_

_

1: 597

29

_

Anadia

5

1

_

_

_

_

_

_

_

_

11: 350

76

_

1

1

1

3

3: 570

24

_

Arouca

5

3

_

_

_

_

_

_

_

_

14: 482

74

_

2

4

2

3

5: 106

26

1

Aveiro

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

6

4

1

_

_

1: 068

100

_

Castelo de Paiva

1

3

5

_

_

_

_

_

_

_

25: 749

100

_

_

_

_

_

_

_

_

Estarreja

4

_

_

_

_

_

_

_

_

_

6: 165

98

3

_

_

_

_

105

2

2

Feira

2

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2: 612

40

16

9

7

_

_

3: 844

60

1

Ilhavo

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1

_

_

_

125

100

_

Macieira de Cambra

2

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2: 774

45

1

1

2

_

3

3: 408

55

_

Mealhada

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

3

2

1

_

_

912

100

_

Oliveira de Azemeis

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1

13

3

3

8: 721

100

_

84

16

Oliveira do Bairro

2

_

_

1

_

_

_

_

_

_

6: 525

= A transportar =

30

7

5

1

_

_

_

_

_

_

81: 181

_

_

_

1

1

1: 212

32

23

35

11

15

34: 670

_ 4

Transcrição e publicação José Luís Braga

[Fl. 58] Freguesias de produção inferior a 1: 000 hectolitros =

de 500 a 699 hectolitros

de 700 a 799 hectolitros

30

7

5

1

_

_

_

_

_

_

81: 181

_

32

23

35

11

15

34: 670

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

4

1

1

1

_

1: 242

 

Numero de freguesias de produção nula

de 200 a 499 hectolitros

= Produção = (hectolitros)

de 100 a 199 hectolitros

= Produção = (hectolitros)

de 9.000 a 9.999 hectolitros

de mais de 10.000 hectolitros

de 8.000 a 8.999 hectolitros

de 7.000 a 7.999 hectolitros

de 6.000 a 6.999 hectolitros

de 5.000 a 5.999 hectolitros

de 4.000 a 4.999 hectolitros

de 3.000 a 3.999 hectolitros

 

de menos de 100 hectolitros

= Transporte = Ovar

de 2.000 a 2.999 hectolitros

= Concelhos =

De 1.000 a 1.999 hectolitros

= Numero =

  Percentagem por 100 para a produção total

= Freguesias de produção não inferior a 1: 000 hectolitros =

4 100

_

Sever do Vouga

3

_

_

_

_

_

_

_

_

_

3: 546

59

_

1

2

1

1

2: 498

40

_

Vagos

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2

_

_

1

1: 254

100

_

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

33

7

5

1

_

_

_

_

_

_

84: 727

68

36

27

38

13

17

39: 664

32

4

2

_

_

1

_

_

9

3

2

_

_

1: 476

18

_

= Somas =

= Districto de Coimbra = Arganil

_

_

_

_

6: 700

82

Cantanhede

2

1

1

_

_

_

_

_

_

_

8: 611

72

1

2

5

2

_

3: 350

28

_

Coimbra

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

24

4

_

_

_

1: 165

100

3

Condeixa a Nova

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

7

2

_

_

_

686

100

1

Figueira da Foz

_

_

_

1

1

_

_

_

_

_

9: 900

86

3

2

2

1

_

11: 508

14

1

Goes

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2

1

2

_

_

965

100

_

Louzã

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

5

_

_

_

_

107

100

_

Mira

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1

707

100

_

Miranda do Corvo

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

3

1

_

_

_

244

100

_

Montemor­‑o­ ‑Velho

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

6

7

_

_

_

1: 200

100

_

Oliveira do Hospital

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

18

1

_

_

_

668

100

_

Pampilhosa

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 584

76

8

_

1

_

_

484

24

_

Penacova

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2

4

3

_

_

1: 335

100

_

Penela

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1

4

_

_

1: 404

100

1

Poiares

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2

1

_

1

_

830

100

_

Soure

4

_

1

_

_

_

_

_

_

_

8: 837

89

4

1

2

_

_

1: 103

11

_

Taboa

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

6

3

5

2

_

3: 470

100

_

9

1

2

2

1

_

_

_

_

_

35: 632

63

100

33

26

6

1

30: 765

37

6

= Somas =

157

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

&

[Fl. 59]

= Produção = (hectolitros)

de 700 a 799 hectolitros

de 500 a 699 hectolitros

de 200 a 499 hectolitros

de 100 a 199 hectolitros

de menos de 100 hectolitros

Percentagem por 100 para a produção total

= Produção = (hectolitros)

de 9.000 a 9.999 hectolitros

de mais de 10.000 hectolitros

de 8.000 a 8.999 hectolitros

de 7.000 a 7.999 hectolitros

de 6.000 a 6.999 hectolitros

de 5.000 a 5.999 hectolitros

de 4.000 a 4.999 hectolitros

de 3.000 a 3.999 hectolitros

 

Armamar

5

_

1

_

_

_

_

1

_

_

18: 440

86

_

2

6

1

_

3: 030

14

_

Carregal

3

_

1

_

_

_

_

_

_

_

7: 944

85

_

_

1

_

1

1: 377

15

_

Castro Daire

2

1

_

_

_

_

_

_

_

_

5: 195

49

2

2

4

2

3

5: 417

51

3

Fragoas

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

3

2

_

_

_

510

100

2

Lamego

3

3

4

1

_

_

_

_

_

_

29: 640

93

1

1

2

1

1

2: 360

7

3

Mangualde

4

1

1

_

1

_

_

_

_

_

16: 705

81

_

4

4

1

2

3: 923

19

_

Moimenta da Beira

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

3

6

2

_

3: 650

100

7

Mondim da Beira

4

1

_

_

_

_

_

_

_

_

8: 638

94

1

_

_

1

_

538

6

1 _

Mortagua

2

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2: 195

49

_

2

5

1

_

2: 242

51

Nelas

1

1

1

_

1

1

1

_

_

_

27: 140

100

_

_

_

_

_

_

_

_

Oliveira de Frades

6

1

_

_

_

_

_

_

_

_

12: 461

86

1

_

1

1

1

2: 049

14

1

Penalva do Castelo

6

3

_

_

_

1

1

_

_

_

31: 622

99

_

_

1

_

_

319

1

_

Penedono

_

_

1

_

_

1

1

_

_

_

17: 200

99

4

1

_

_

_

188

1

1

Rezende

_

3

2

_

_

_

_

_

_

_

13: 811

79

1

_

4

_

3

3: 640

21

2

Santa Comba Dão

5

_

_

_

_

_

_

_

_

_

6: 210

87

_

_

2

_

_

920

13

_

S. João d’Areias

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 144

60

_

_

2

_

_

777

40

_

S. João da Pesqueira

2

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2: 410

38

6

2

7

1

1

4: 014

62

_

S. Pedro do Sul

8

3

1

2

_

_

_

_

_

_

32: 070

94

1

3

_

_

2

1: 990

6

_

Sattam

3

_

_

_

_

_

_

_

_

_

3: 500

76

4

2

_

_

1

1: 120

24

2

Cernancelhe

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2

6

9

1

1

5: 208

100

2

Sinfães

5

3

1

_

_

_

_

_

_

_

19: 283

90

1

_

3

_

1

2: 123

10

3

Tabuaço

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 500

30

1

1

8

2

_

3: 480

70

1

_

_

_

_

_

_

Tarouca

2

1

_

_

Tondela

11

_

2

_

Vizeu

11

2

2

_

Vouzela

158

de 2.000 a 2.999 hectolitros

= Concelhos =

De 1.000 a 1.999 hectolitros

= Numero =

Percentagem por 100 para a produção total

Freguesias de produções inferior a 1: 000 hectolitros

= Freguesias de produção não inferior a 1: 000 hectolitros =

Numero de freguesias de produção nula

= Districto de Vizeu =

= Somas =

1

_

_

_

1

_

5: 305

70

_

_

2

_

2

2: 252

30

1

22: 781

81

2

1

1

2

4

5: 384

19

1

40: 139

85

1

3

5

1

5

7: 170

15

_

7

2

_

_

_

_

_

_

_

_

13: 937

94

1

1

_

_

1

900

6

_

92

25

17

3

3

3

3

1

1

_

339: 270 84

32

36

73

17

29

64: 081

16

30

Transcrição e publicação José Luís Braga

[Fl. 60] Freguesias de produções inferior a 1.000 hectolitros

Freguesias de produção não inferior a 1: 000 hectolitros

de 2.000 a 2.999 hectolitros

de 3.000 a 3.999 hectolitros

de 4.000 a 4.999 hectolitros

de 5.000 a 5.999 hectolitros

de 6.000 a 6.999 hectolitros

de 7.000 a 7.999 hectolitros

de 8.000 a 8.999 hectolitros

de 9.000 a 9.999 hectolitros

de mais de 10.000 hectolitros

Percentagem por 100 para a produção total

de menos de 100 hectolitros

de 100 a 199 hectolitros

de 200 a 499 hectolitros

de 500 a 699 hectolitros

de 700 a 999 hectolitros

= Produção = (hectolitros)

Percentagem por 100 para a produção total

Aguiar da Beira

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

10

_

1

2

_

1: 950

100

_

Almeida

3

_

_

_

1

_

_

_

_

_

8: 310

49

1

3

15

_

4

8: 480

51

_

= Concelhos =

= Produção = (hectolitros)

de 1.000 a 1.999 hectolitros

= Numero =

 

Numero de freguesias de produção nula

= Districto da Guarda =

Ceia

7

1

_

_

_

_

_

_

_

_

13: 670

72

2

5

1

2

4

5: 230

28

7

Celorico da Beira

_

1

_

_

_

_

_

_

_

_

2: 270

28

2

6

7

2

2

5: 910

72

2

Figueira de Castelo Rodrigo

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 170

18

1

1

6

3

2

5: 490

82

_

Fornos de Algodres

1

1

_

_

_

_

_

_

_

_

4: 225

48

3

1

2

3

2

4: 666

52

_

Gouveia

2

1

1

_

_

1

_

_

_

_

16: 560

78

3

4

4

3

1

4: 736

22

2

Guarda

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

15

5

6

_

_

3: 012

100

34

Manteigas

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2

_

_

_

1

740

100

_

Mêda

3

1

1

2

1

_

_

_

_

_

23: 000

90

2

1

2

3

_

2: 614

10

_

Pinhel

1

_

1

_

_

_

_

_

_

_

4: 410

35

2

5

10

6

1

8: 190

65

_

Sabugal

1

_

_

_

_

_

_

_

_

_

1: 995

18

12

4

10

4

3

9: 170

82

8

Trancoso

2

_

_

_

_

_

_

_

_

_

2: 300

27

1

2

10

2

2

6: 267

73

12

Vila Nova de Fozcôa

2

_

1

_

_

_

_

_

_

_

5: 500

64

4

4

5

_

1

3: 115

36

_

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

5

4

2

2

1

_

_

_

_

83: 410

55

56

41

79

30

23

69: 570

45

65

  = Somas =

24

= Districto de Viana =

= Concelhos = Arcos de Val de Vez Caminha Melgaço = A transportar =

Prod.(ução) vinicola paroq.(uial) na novidade de 1892

Numero de freguesias

Superficie media das freguesias (hectares)

Maxima (hectolitros)

Media (hectolitros)

Minima (hectolitros)

51

902

1: 643

541

21

19 18 88

820 1: 274 _

1: 500 3: 650 _

397 841 _

_ _ _

159

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

= Districto de Viana =

= Concelhos =

Numero de freguesias

Superficie media das freguesias (hectares)

Monção Paredes de Coura = A transportar =

32 21 141

787 572 _

Prod.(ução) vinic.(ola) paroquial na novid.(ade) de 1892 Maxima (hectolitros)

Media (hectolitros)

Minima (hectolitros)

4: 131 960 _

899 197 _

_ _ _

Prod.(ução) vinic.(ola) paroquial na novid.(ade) de 1892

Numero de freguesias

Superficie media das freguesias (hectares)

Maxima (hectolitros)

Media (hectolitros)

Minima (hectolitros)

141

_

_

_

_

Ponte da Barca

25

751

1: 200

409

_

Ponte de Lima

51

644

2: 549

749

_

Valença

16

703

2: 542

729

10

= Concelhos =

= Transporte =

Viana do Castelo

40

792

4: 370

728

83

Vila Nova de Cerveira

15

537

945

642

63

 

 

 

 

 

_

288

781

4: 370

621

_

= Em todo o districto =

[Fl. 61] = Districto de Braga =

160

Amares

24

272

1: 327

882

150

Barcelos

95

395

5: 133

839

15

Braga

60

295

4: 578

1: 301

101

Cabeceiras de Basto

17

1: 435

9: 427

2: 167

160

Celorico de Basto

22

656

8: 030

2: 410

_

Espozende

15

738

2: 299

609

33

Fafe

36

708

4: 160

822

_

Guimarães

80

312

2: 600

827

_

Povoa de Lanhoso

27

495

2: 000

733

140

Terras de Bouro

17

1: 802

804

378

_

Vieira

20

1: 177

3: 660

748

_

Vila Nova de Famalicão

50

437

2: 988

1: 320

_

Vila Verde

58

344

1: 564

444

_

Transcrição e publicação José Luís Braga

  = Em tôdo o distrito =

 

 

 

 

 

521

536

9: 427

973

_

1: 123 _

100 _

= Districto do Porto = Amarante = A transportar =

41 41

639 _

3: 506 _

Prod.(ução) vinic.(ola) paroquial na novid.(ade) de 1892

Numero de freguesias

Superficie media das freguesias (hectares)

Maxima (hectolitros)

Media (hectolitros)

Minima (hectolitros)

41

_

_

_

_

Bayão (sic)

19

883

1: 938

982

171

Bouças

12

677

1: 220

313

50

Felgueiras

33

365

3: 137

762

175

Gondomar

11

1: 212

2: 597

1: 248

508

Louzada

27

317

2: 300

832

230

Maia

16

515

1: 800

703

150

Marco de Canavezes

32

634

1: 513

322

230

Paços de Ferreira

16

628

476

255

100

Paredes

24

412

2: 375

689

175

Penafiel

36

672

2: 970

926

350

Porto Povoa de Varzim

12 10

292 915

1: 526 1: 510

246 399

_ 55

Santo Tirso

32

612

5: 070

1: 003

150

Valongo

5

1: 492

2: 175

1: 004

435

Vila do Conde

30

227

1: 725

465

30

Vila Nova de Gaia

33

676

3: 000

521

_

 

 

 

 

 

_

379

607

5: 070

759

_

3: 046

165

= Concelhos =

= Transporte =

= Em tôdo o districto =

Districto de Vila Real Alijó

18

1: 570

16: 500

Boticas

16

2: 395

2: 700

856

_

Chaves

45

1: 510

1: 880

586

_

Mezão Frio

7

730

6: 040

3: 104

1: 265

Mondim de Basto

9

2: 725

8: 625

2: 447

_

Montalegre

35

2: 351

800

66

_

161

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Murça = A transportar =

9 139

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Districto de Vila Real 1: 967 7: 750 _ _

1: 884 _

_ _

*** [Fl. V] Carta da produção vinicola media paroquial em 1.892 nos concelhos que cons‑ tituem a circunscripção do norte de Portugal *** [Fl. VI] Carta da máxima produção paroquial em 1.892 dos concelhos que constituem a circunscripção do Norte de Portugal ***

162

Transcrição e publicação José Luís Braga

_

_

Pezo da Regua

10

1: 060 7: 920 4: 093

900

Ribeira de Pena

6

2: 236 7: 500 3: 183

_

Sabrosa

15

1: 056 4: 400 1: 103

110

= Concelhos =

Superficie media das freguesias

_

= Districto d’Aveiro = Numero de freguesias

Minima (hectolitros)

_

Media (hectolitros)

139

Maxima (hectolitros)

= Transporte =

Superficie media das freguesias

= Concelhos =

Numero de freguesias

[fl. 62] Prod.(ução) vinic. (ola) paroquial na novid.(ade) de 1892

Maxima (hectoli‑ tros)

Media (hectoli‑ tros)

Mínima (hectoli‑ tros)

Agueda

18

1: 771

1: 244

587

40

Albergaria a Velha

8

2: 085

1: 974

945

350

Anadia

12

1: 938

2: 700

1: 243

140

Santa Marta de Penaguião

10

Arouca

20

2: 089

2: 800

979

_

Vale Passos

32

1: 685 11: 000 1: 030

_

Aveiro

11

2: 090

224

97

16

Vila Pouca d’ Aguiar

16

2: 280

_

Castelo de Paiva

9

891

3: 807

2: 861

1: 207

Vila Real

27

1: 432 5: 640 1: 573

_

Estarreja

9

2: 067

1: 800

697

_

695

6: 610 4: 000 1: 300

900

226

 

 

 

 

 

 

Feira

35

746

1: 312

184

_

 

 

 

 

 

 

Ilhavo

1

3: 322

125

125

125

_

Macieira de Cambra

9

1: 178

1: 646

687

76

Mealhada

6

1: 967

392

152

30

Oliveira d’Azemeis

20

972

697

436

194

Oliveira do Bairro

5

2: 300

4: 348

1: 547

506

= Em tôdo o distrito =

255

1: 737 16: 500 1: 387

= Distrito de Bragança = Alfandega da Fé

21

1: 618

500 600

91

20

Bragança

50

2: 478

53

_

Ovar

7

1: 669

600

177

5

Carrazeda d’Anciães

21

1: 159 1: 921

880

_

Sever do Vouga

8

1: 782

1: 206

755

168

6

4: 705 1: 870

517

80

Vagos

3

6: 311

950

418

110

34

2: 104

23

_

 

 

 

 

 

 

181

1: 601

4: 348

687

_

Freixo d’Espada à Cinta Macedo de Cavaleiros

400

Miranda do Douro

15

3: 245 2: 500

666

110

Mirandela

39

1: 752

19

_

Mogadouro

34

2: 183 3: 900

223

_

Moncorvo

18

2: 512 1: 000

272

_

200

= Em tôdo o distrito =

= Districto de Coimbra = Arganil

17

2: 217

4. 014

481

13

Vila Flor

19

1: 123 1: 500

235

30

Cantanhede

14

3: 011

3: 319

854

19

Vimioso

14

3: 978 1: 800

176

_

Coimbra

31

1: 190

156

38

_

Vinhais

37

1: 930

25

_

Condeixa­‑a­‑Nova

10

1: 507

168

69

_

Figueira da Foz

11

2: 601

5: 900

1: 046

_

Gois

5

5.774

406

193

50

Louzã

5

2: 606

48

21

8

93

_

_

_

_

= Em tôdo o distrito =

308

300

2: 117 3: 900

188

_

= A transportar =

163

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

[fl. 63]

Maxima (hectolitros)

Media (hectolitros)

Minima (hectolitros)

Media (hectolitros)

Superficie media das freguesias

Maxima (hectolitros)

= Concelhos =

Numero de freguesias

Superficie media das freguesias

= Transporte =

93

_

_

_

Mira

1

9: 965

770

770

770

Miranda do Corvo

4

2: 906

116

61

_

= Transporte =

152

_

_

_

_

Penedono

9

1: 817

7: 000

1: 932

_

35

Rezende

15

767

3: 685

1: 163

_

Santa Comba Dão

7

1: 321

1: 500

1: 019

440

Montemor­‑o­ ‑Velho

13

1: 794

245

100

10

Oliveira do Hospital

19

1: 089

112

55

2

S. João d’Areia

3

596

1: 144

640

336

207

16

S. João da Pesqueira

19

1: 466

1: 300

338

24

Pampilhosa

10

3: 781

1: 584

Penacova

9

1: 561

250

148

75

S. Pedro do Sul

20

1: 686

4: 350

1: 703

20

Penela

6

1: 984

398

254

_

Satam

12

1: 874

1: 500

3: 85

_

Poiares

4

1: 405

600

166

50

Sernacelhe

21

1: 107

750

248

_

Soure

12

2: 768

3: 410

828

24

Sinfães

17

1: 533

3: 194

1: 259

_

Taboa

16

1: 110

517

219

15

Taboaço

14

748

1: 500

356

_

 

 

 

 

 

 

Tarouca

8

735

2: 736

944

_

187

2: 077

4: 014

302

_

Tondela

24

1: 544

3: 815

1: 147

_

Vizeu

32

1: 593

9: 500

1: 485

80

Vouzela

12

890

[2]: 325

1: 236

50

 

 

 

 

 

 

365

1: 366

9: 500

1: 106

_

= Em tôdo o distrito =

= Districto de Vizeu = Armamar

164

Prod.(ução) vinic.(ola) paroq.(uial) na novid.(ade) de 1892

Minima (hectolitros)

= Concelhos =

Numero de freguesias

Prod.(ução) vinic.(ola) paroqu.(ial) na novidade de 1892

16

655

8: 200

1: 342

100

Carregal

6

1: 618

3: 294

1: 553

138

Castro D’aire

19

1: 810

2: 226

559

_

Frágoas

7

2: 336

180

73

_

= Em tôdo o districto =

= Districto da Guarda = Aguiar da Beira

13

1: 494

680

150

10

Almeida

27

966

5: 020

622

50

Lamego

20

856

4: 000

1: 600

_

Mangualde

18

1: 263

5: 380

1: 147

100

Moimenta da Beira

18

1: 327

640

203

_

Ceia

29

1: 674

2: 940

652

_

22

1: 211

2: 270

372

_

Mondim da Beira

8

1: 412

2: 486

1: 149

_

Celorico da Beira

Mortagua

10

2: 018

1: 130

554

110

Figueira de Castelo Rodrigo

14

3: 431

1: 170

476

80

Nelas

6

2: 214

7: 000

4: 523

1: 550

Fornos d’Algodres

13

904

2: 700

684

64

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Concelhos =

Numero de freguesias

Superficie media das freguesias

Maxima (hectolitros)

Media (hectolitros)

Minima (hectolitros)

Maxima (hectolitros)

12

1: 780

2: 314

Penalva do Castelo

12

1: 022

7: 975

 

 

 

 

  152

= A transportar =

Minima (hectolitros)

Superficie media das freguesias

Oliveira de Frades

Prod.(ução) vinic.(ola) paroq.(uial) na novid.(ade) de 1892

Media (hectolitros)

= Concelhos =

Numero de freguesias

Prod.(ução) vinic.(ola) paroqu.(ial) na novidade de 1892

1: 209

_

Gouveia

23

1: 311

6: 520

926

_

2: 662

319

Guarda

56

1: 426

480

54

_

 

 

 

Manteigas

3

4: 216

715

247

10

 

 

 

 

200

_

_

_

_

_

_

_

_

= A transportar =

*** [Fl. VII] Carta da produção dos vinhos brancos na circunscripção do Norte de Portugal em 1892 ***

Numero de freguesias

Superficie media das freguesias

Prod.(ução) vinic.(ola) paroq.(uial) da novid.(ade) de 1892

200

_

_

_

_

Mêda

16

754

5: 500

1: 601

70

Pinhel

26

1: 690

3: 400

446

30

Sabugal

42

2: 427

1: 995

266

_

Trancôzo

31

1: 162

1: 300

270

_

Vila Nova de Fôzcoa

17

3: 457

3: 00

507

50

 

 

 

 

 

 

= Em tôdo o distrito =

332

1: 715

6: 520

461

_

= Concelhos =

= Transporte =

Maxima (hectolitros)

Media (hectolitros)

Minima (hectolitros)

165

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

= Vinhos brancos e tintos = *** Geralmente produzem­‑se poucos vinhos brancos na circunscripção, mas em 1892, a par d’uma razoavel colheita de vinhos tintos, foi péssima a d’aqueles. O mildio atacou com intensidade os postos brancos, poupando os outros, e o tratamento d’essa fitonose não se fez na maior parte dos vinhedos e foi mal feito nos poucos em que o executaram. Deve pois considerar­‑se anormal a colheita de vinhos brancos em 1892, mas isso pouco influi na totalidade da produção vinicola. A destrinça da produção d’êstes dois grupos de vinhos, acha­‑se na estatistica com tôdo o detalhe, mas cumpre­‑me declarar que me não merecem o maior crédito grande parte dos dados que a representam; contudo passo a resumi­‑la e a representa­ ‑la graficamente em duas cartas, sendo para notar que os unicos concelhos em que a produção dos vinhos brancos excedeu a dos tintos foram os de Murça, Vila Flor, Figueira da Foz, Rezende e Vila Nova de Fozcôa. São êsses também os que em condições normais produzem maior quantidade de vinhos brancos. [Fl. 64] = Districtos = e = Concelhos =

= Viana do Castelo =

166

Arcos de Vale de Vez Caminha Melgaço Monção Paredes de Coura Ponte da Barca Ponte de Lima Valença Viana do Castelo

Freguesias em Prod.(ução) vinicola em 1892 que a produ. (ção) de vinhos brancos Vinhos brancos Vinhos tintos Prod.(ução) Total excede (hectolitros) (hectolitros) (hectolitros) 50% da prod. (ução) total  

 

 

_

27: 588

27: 588

 

_ 800 706 _ 317 1: 385 139 740

7: 535 14: 340 28: 058 4: 128 9: 915 36: 830 11: 522 28: 378

7: 535 15: 140 28: 764 4: 128 10: 232 38: 215 11: 661 29: 118

               

Transcrição e publicação José Luís Braga

Vila Nova de Cerveira _ = Somas = = Braga = Amares Barcelos Braga Cabeceiras de Basto Celorico de Basto Espozende = A transportar =

176

6: 181

6: 357

 

_ 4: 263

_ 174: 475  

_ 178: 738  

     

83 322 127

21: 085 79: 349 77: 911

21: 168 79: 611 78: 038

     

287

36: 550

36: 837

 

213 67 1: 099

52: 813 9: 072 276: 780

53: 026 9: 138 277: 879

     

Prod.(ução) vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

= Transporte = Fafe Guimarães

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V.(inhos) Tintos (hectolitros)

Prod.(ução) Total (hectolitros)

1: 099

276: 780

277: 879

Freguesias em que a produção de V.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total  

15

29: 571

29: 576

 

3: 270

63: 120

66: 390

 

Póvoa de Lanhoso

22

19: 764

19: 786

 

Terras de Bouro

41

6: 384

6: 425

 

Vieira

_

14: 962

14: 962

 

347

65: 670

66: 017

 

Vila Nova de Famalicão Vila Verde

339

25: 410

25: 749

 

5: 133

501: 651

506: 784

 

 

 

 

 

 

= Porto =

 

 

 

 

= Somas =

_

 

 

 

 

30

46: 000

46: 030

 

Bayão

1: 165

17: 490

18: 665

 

Bouças

90

3: 670

3: 760

 

Amarante

Felgueiras

82

25: 070

25: 152

 

Gondomar

120

13: 606

13: 726

 

_

19: 466

19: 466

 

630

10: 630

11: 260

 

Louzada Maia

167

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Prod.(ução) vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

Marco de Canavezes

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V.(inhos) Tintos (hectolitros)

Prod.(ução) Total (hectolitros)

86

25: 396

25: 482

Freguesias em que a produção de V.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total  

Paços de Ferreira

20

4: 060

4: 080

 

Paredes

302

16: 280

16: 882

 

Penafiel

1: 135

32: 200

33: 335

 

Porto

31

2: 920

2: 951

 

Povoa de Varzim

190

3: 800

3: 990

 

Santo Tirso

740

31: 350

32: 090

 

Valongo

97

5: 022

5: 119

 

Vila do Conde

875

13: 070

13: 945

 

_

12: 070

12: 070

 

5: 593

282: 100

287: 693

 

Vila Nova de Gaia = Somas =

[Fl. 65] Freguesias em que a prod.(ução) de v.(inhos) Prod.(ução) Total brancos excede (hectolitros) 50% da prod. (ução) total

Prod.(ução) vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V.(inhos) Tintos (hectolitros)

= Vila Real =

 

 

 

 

_

 

 

 

 

10: 615

44: 220

54: 835

 

Boticas

Alijó

_

13: 700

13: 700

 

Chaves

120

26: 230

26: 350

  Barqueiros

Mezão Frio

168

1: 936

19: 790

21: 726

Mondim de Basto

25

22: 000

22: 025

 

Montalegre

_

2: 300

2: 300

 

Murça

10: 650

6: 310

16: 960

Candedo, Murça, Noura e

Peso da Regua

2: 340

38: 590

40: 930

 

Ribeira de Pena

_

19: 100

19: 100

 

5: 850

10: 700

16: 550

Provezende e Sabrosa

Sabroza

Transcrição e publicação José Luís Braga

Freguesias em que a prod.(ução) de v.(inhos) Prod.(ução) Total brancos excede (hectolitros) 50% da prod. (ução) total

Prod.(ução) vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V.(inhos) Tintos (hectolitros)

1: 960

28: 310

40: 000

 

Vale Passos

380

32: 570

32: 950

 

Vila Pouca d’ Aguiar

_

3: 860

3: 860

 

Sta. Marta de Penaguião

Vila Real = Somas =

950

41: 510

42: 460

 

34: 826

318: 920

353: 756

 

 

 

 

 

 

= Bragança =

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alfândega da Fé

_

1: 920

1: 920

 

Bragança

_

2: 673

2: 673

 

5: 417

13: 070

18: 487

 

560

2: 540

3: 100

 

_

779

779

 

Miranda do Douro

_

9: 988

9: 988

 

Mirandela

_

735

735

 

Carrazeda de Anciães Freixo d’ Espada à Cinta Macedo de Cavaleiros

Mogadouro = A transportar =

_

7: 590

7: 590

 

5: 977

39: 295

45: 272

 

169

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

[Fl. 66] Prod.(ução) Vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V.(inhos) Tintos (hectolitros)

Prod.(ução) Total (hectolitros)

5: 977

39: 295

45: 272

 

Moncorvo

1: 800

3: 090

4: 890

 

Vila Flor

2: 700

1: 760

4: 460

Todas as freguesias

Vimiozo

_

2: 459

2: 459

 

Vinhães (sic)

_

925

925

 

10: 477

47: 529

58: 006

 

 

 

 

 

 

= Aveiro =

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Águeda

_

10: 565

10: 565

 

Albergaria a Velha

28

7: 530

7: 558

 

Anadia

580

14: 340

14: 920

 

Arouca

98

19: 490

19: 588

 

Aveiro

32

1: 036

1: 068

 

Castelo de Paiva

69

25: 680

25: 749

 

Estarreja

_

6: 270

6: 270

 

Feira

_

6: 456

6: 456

 

Ílhavo

12

113

125

 

Macieira de Cambra

88

6: 094

6: 182

 

Mealhada

84

828

912

 

Oliveira d’Azeméis

272

8: 449

8: 721

 

Oliveira do Bairro

_

7: 737

7: 737

 

= Transporte =

= Somas =

170

Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total

Transcrição e publicação José Luís Braga

Prod.(ução) Vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V.(inhos) Tintos (hectolitros)

Prod.(ução) Total (hectolitros)

Ovar

_

1: 242

1: 242

 

Sever do Vouga

56

5: 988

6: 044

 

Vagos

16

1: 238

1: 254

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1: 335

123: 056

124: 391

 

= Somas =

Prod.(ução) Vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V.(inhos) Tintos (hectolitros)

Prod.(ução) Total (hectolitros)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Arganil

30

8: 146

8: 176

 

Cantanhede

237

11: 724

11: 961

 

Coimbra

41

1: 124

1: 165

 

Condeixa a Nova

_

686

686

 

Figueira da Foz

7: 758

3: 750

11: 508

Lavos e Paião

Gois

40

925

965

 

Louzã

_

107

107

 

Mira

20

750

770

 

Miranda do Corvo

_

244

244

 

Montemor o Velho

105

1: 095

1: 200

 

Oliveira do Hospital

27

641

668

 

= Coimbra =

171

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Prod.(ução) Vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V.(inhos) Tintos (hectolitros)

Prod.(ução) Total (hectolitros)

Pampilhosa

_

2: 075

2: 075

 

Penacova

_

1: 335

1: 335

 

Penela

413

991

1: 404

 

Poiares

_

830

830

 

Soure

1: 643

8: 297

9: 940

Figueiró do Campo

Taboa

80

3: 390

3: 470

 

10: 394

46: 110

56: 504

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Armamar

4: 090

17: 380

21: 470

 

Carregal

281

9: 040

9: 321

 

Castro Daire

_

10: 612

10: 612

 

Fragoas

_

510

510

 

Lamego

2: 790

29: 210

32: 000

 

= A transportar =

7: 161

66: 752

73: 913

 

= Somas =   = Vizeu =  

[fl. 67] Prod.(ução) Vinic.(ola) em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

= Transporte = Mangualde

172

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V. (inhos) Tintos (hectolitros)

Prod. (ução) Total (hectolitros)

7: 161

66: 752

73: 913

Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total  

466

20: 172

20: 638

 

Moimenta da Beira

_

3: 650

3: 650

 

Mondim de Beira

_

9: 176

9: 176

 

Transcrição e publicação José Luís Braga

Prod.(ução) Vinic.(ola) em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V. (inhos) Tintos (hectolitros)

Prod. (ução) Total (hectolitros)

Mortagua

147

4: 290

4: 437

Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total  

Nelas

840

26: 300

27: 140

 

Oliveira de Frades

54

14: 456

14: 510

 

Penalva do Castelo

522

31: 419

31: 945

 

Penedono

50

17: 338

17: 388

 

10: 866

6: 585

17: 451

Anreade, Barrô, Rezende, S. João

Santa Comba Dão

621

6: 509

7: 130



S. João d’Areias

145

1: 776

1: 921

 

1: 224

5: 200

6: 424

Valongo

Rezende

S. João da Pesqueira S. Pedro do Sul

80

33: 980

34: 060

 

Sattam

_

4: 620

4: 620

 

Sernancelhe

_

5: 208

5: 208

 

Sinfães (sic)

1: 243

20: 163

21: 406

 

Taboaço

_

4: 980

4: 980

 

Tarouca

_

7: 557

7: 557

 

Tondela

4: 497

23: 668

28: 165

 

Vizeu

1: 914

45: 395

47: 309

 

Vouzela = Somas =  

62

14: 775

14: 837

 

29: 892

373: 969

403: 861

 

 

 

 

 

= Guarda =

 

 

 

 

Aguiar da Beira

_

1: 950

1: 950

 

Almeida

20

16: 770

16: 790

 

Ceia

250

18: 650

18: 900

 

 

 

 

 

270

37: 370

37: 640

 

  Transportar

173

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Prod.(ução) Vinic.(ola) em 1892 = Districtos = e = Concelhos =

Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total

V.(inhos) Brancos (hectolitros)

V.(inhos) Tintos (hectolitros)

Prod.(ução) Total (hectolitros)

270

37: 370

37: 640

 

Celorico da Beira

80

8: 100

8: 180

 

Figueira de Castelo Rodrigo

1: 660

5: 000

8: 660

 

Fornos d’ Algodres

114

8: 777

8: 891

 

Gouveia

770

20: 526

21: 296

 

Guarda

_

3: 012

3: 012

 

Manteigas

5

735

740

 

Mêda

11: 134

14: 480

25: 614

 

Pinhel

230

12: 370

12: 600

 

Sabugal

15

11: 150

11: 165

 

Trancoso

927

7: 640

8: 567

Cedovim, Chãs, Freixo de Numão, Horta

4: 555

4: 060

8: 615

Murça, Muxagata, Santa Comba, Santo

= Transporte =

Vila Nova de Fozcoa

= Somas =

19: 760

133: 220 = Resumo =

V.(inhos) Brancos

V.(inhos) Tintos

Totais

Percentagem de V.(inhos) brancos para a prod.(ução) Total por cento

Viana

4: 263

174: 475

178: 738

2

Braga

5: 133

501: 651

506: 784

1

Porto

5: 593

282: 100

287: 693

2

Vila Real

34: 826

318: 920

353: 746

10

Bragança

10: 477

47: 529

58: 006

18

= Districtos =

174

Transcrição e publicação José Luís Braga

V.(inhos) Brancos

V.(inhos) Tintos

Totais

Percentagem de V.(inhos) brancos para a prod.(ução) Total por cento

Aveiro

1: 335

123: 056

124: 391

1

Coimbra

10: 394

46: 110

56: 504

18

Vizeu

29: 892

373: 979

403: 861

8

Guarda

19: 760

133: 220

152: 980

13

121: 673

2: 001: 030

2: 122: 703

5

= Districtos =

= Somas =

*** [Fl. VIII] Carta da proporção dos vinhos brancos com a produção vinicola total nos con‑ celhos da circunscripção do Norte de Portugal em 1.892 *** [Fl. 68] Capitulo II *** = Centros Vinicolas = *** No plano que, em cumprimento das instruções de 28 d’Abril de 1899, remeti em 3 d’ Outubro de 1891 para a direcção Geral de Agricultura, tratei largamente da resolução d’um interessante problema de geografia agricola: – “ a divisão de Portugal em circunscripções vinhateiras.” –

175

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Segundo êsse plano, era dividida a parte continental do nosso país em 7 regiões, ficando compreendidas, nos 9 districtos administractivos de que me estou agora ocupando, as tres primeiras, grande parte da quarta e uma pequeníssima fracção da quinta. Nas considerações que vou fazer, incluirei sempre na quarta êsses pequeníssimos tratos que separava para a quinta, a fim d’ evitar confusões desnecessárias. As bases que tomei para essa divisão são bastante complexas, e por isso, repeti­ ‑las seria alongar demasiadamente êste estudo. Direi só que as três que se acham completamente incluídas nos 9 districtos administractivos do Norte de Portugal, são as que denominei – do Minho ao Vouga, Alto Douro e Transmontanense. – A primeira acha­‑se perfeitamente caracterizada pelo sistema adoptado na cultura, de deixar expandir a [Fl. 69] videira em formas longas, ordinariamente tutorada por arvores, vivaz e com muito menos freqüência por arvores mortas ou em ramadas mais ou menos altas; também a caracterizam os seus vinhos, que são sempre verdes ou entremaduros. A segunda, que é a do Alto Douro, distinguem­‑a as qualidades d’êstes, variadís‑ simas, mas sempre optimas, sendo uma bem caracteristica a de gozarem do precioso dom de melhorar indefinidamente com a idade. A terceira, finalmente, que é a Transmontanense, circunscreve­‑a a sua posição geográfica entre as duas precedentes e a Hespanha. Tôdo o restante territorio dos 9 districtos administrativos pertence à região Beirense. A extensão que cada uma d’elas ocupa, vê­‑se facilmente no esbôço da carta vinícola com que acompanhamos êste trabalho, nas considerações que faremos n’este capítulo. O esbôço distingue­‑as pela diversidade de côres. Adoptei n’êle a côr verde para indicar a região do minho ao Vouga, a amarela para a do Alto Douro, a azul para a transmontanense e a roxa para designar a Beirense. Em cada côr ha duas gradações: a mais leve representa os territorios em que a cultura da videira é de mediana intensidade, e a mais carregada, aquelas em que ela é mais intensa. Em tôdas as paroquias que se encontram na parte aguarelada, existe a cultura da preciosa ampelidea, mas em pequena escala. [Fl. 70]

176

Transcrição e publicação José Luís Braga

São pois essas manchas de côr intensa na carta, que representam territorios em que a produção excede sempre o consumo, indicando assim os tratos que interessam ao comercio, sob o ponto de vista da quantidade, repito, porque ha no esbôço espaço com côres leves e até não aguareladas, onde o comercio procura vinhos avidamente por ser preciosa a sua qualidade. Êsses espaços encontram­‑se como já disse no Alto Douro, e não os distingui porque isso seria difícil na escala d’êste esbôço, mas pro‑ meto fazê­‑lo n’outro que estou preparando em escala dobrada para o Alto Douro somente. Convém advertir, ainda que superficialmente para as pessôas que estão habituadas ao exame de trabalhos d’êsta natureza, que não nos devemos iludir, julgando que essas circunscripções marcadas na carta por côres vivas, são vinhas continuadas; não o são; ha muitas interrupções na sua continuidade, ha terrenos, ou entregues a outras culturas, já arvenses, já arboreas, e até amplos tratos escalvados. Representam sim as superficies em que a cultura da videira é assaz freqüente e em que a viticultura tem um lugar muito proeminente na sua economia rural. Nos territorios indicados pelas côres brandas, a cultura da videira é muito menos frequênte; o saldo da produção para o consumo, se existe num ano fértil transforma­ ‑se em [Fl. 71] deficit n’outro d’escassez. Os centros de produção são pois os tratos marcados no esbôço por cores intensas: é d’estes que principalmente me vou ocupar notando que a sua importância se perde quando isolados e pouco extensos, porque o consumo das regiões que os cercam apodera­‑se do excesso da produção para se abastecer, dando portanto lugar somente a um pequeno consumo local. Passarei a tratar d’êsses centros produtores existentes em cada uma das regiões vinicolas que, como tôdo êste trabalho, foram deduzidos da estatistica de 1892. = Região do Minho ao Vouga = *** As areas dos nove districtos administrativos que estou estudando somam 3: 571: 086 hectares. D’êstes, 1: 287: 915 hectares são ocupados por esta região, que não é a maior das 4, porque a excede a Beirense, se a completarmos com a parte que se acha fora d’esta circunscripção do Norte, mas é­‑lhe inferior em tamanho a parte que está dentro d’ela.

177

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Corresponde a uma area de 36% da que ocupam os 9 districtos, enquanto que a parte que n’eles tem a Beirense é de 34%, de 22 a Transmontanense e de 8% o Alto Douro. [Fl. 72] Coincidência notavel, que permite menemonizar êstes numeros com facilidade extrema. De feito, não erramos muito afirmando que a região do Minho ao Vouga tem um terço do territorio dos 9 districtos, a parte que n’êles ocupa a região Beirense, outro terço, ficando o restante para a soma das areas das regiões transmontanense e do Alto Douro: esta ultima ocupa um quarto d’êsse terço ou tem um terço da extensão da Transmontanense. A região do Minho ao Vouga abrange 3 districtos administractivos completos e parte de outros 3; são os primeiros os de Viana, Braga e Porto, e os segundos os de Vila Real, Aveiro e Vizeu. N’esta região, entre pequenos e grandes, indica o esbôço 32 centros vinhateiros ou antes, 33, porque, suposto a que acompanha as margens do Douro ser uma ao das margens do Tamega, são bem distintos sob muitos pontos de vista. D’êsses 33 centros, 14 ocupam superficies não inferiores a 2: 000 hectares, e êsses, são caminhando de Norte para o Sul, os seguintes: 1º Melgaço = Tem cerca de 2: 000 hectares no vale e encostas do rio Minho. Compreende a parte vinhateira das freguesias de Passos (sic), Chaviães, Melgaço, Remoães, Paderne, S. Martinho de Alvaredo, Penso e S. Paio de Melgaço, sendo na primeira e nas 4 últimas que [Fl. 73] ocupa maiores extensões. Não se pode calcular a sua produção no ano de 1892 em menos de 11: 000 hectolitros de vinho. 2ª = Monção = Calculamos a sua àrea em 5: 880 hectares, compreendendo grande parte das seguintes freguesias marginais ao Minho no concelho de Monção: Barbeita, Bela, Troviscoso, Monção, Mazêdo e Torporiz. Segue d’estas pelas de Lara, Pias, Pinheiros e Cambezes, continuando nas freguesias de Gondomil, Boivão no concelho de Valença, limitrofes das precedentes. A sua produção regulou por 22: 000 hecto‑ litros de vinho. 3º = Arcos de Vale de Vez = Acompanha as margens do Vez desde o Rio de Moí‑ nhos, seguindo depois a margem direita do Lima, a montante da foz d’aquele rio, enquanto o vale se alarga pelas freguesias de Oliveira, S. Jorge e Vale, até às faldas da serra.

178

Transcrição e publicação José Luís Braga

Compreende, alem da parte mais produtiva d’estas freguesias e das outras de grande produção d’êste concelho, que são as de Rio de Moinhos, Couto e Arcos de Vale de Vez, a parte mais abundante das intermediárias – S. Tomé de Aguiã, Gondoriz, Prozêlo, Azere, Parada, Giela, Guilhabreu12 (sic) e Paçô –. A sua produção regulou, em 1892, por cerca de 13: 000 hectolitros de vinho, 2: 710 hectares, tôdos no concelho dos Arcos de Vale de Vez. 4º = Ponte de Lima = Estende­‑se pelas duas margens do Lima a montante e a jusante [Fl. 74] da vila, sede do concelho, e tôdo se acha n’êle. Principia na margem esquerda em S. Martinho da Gandra e Beiral, acompanha o Lima até à Correlhã, estendendo braços para Souto de Rebordões e Facha. Compreende portanto na sua área d’esta margem, a parte mais produtiva das freguesias de Beiral, S. Martinho da Gandra, S. João da Ribeira, Ponte de Lima, Fornelos, Souto de Rebor‑ dões, Feitoza, Correlhã, Seara e Facha. Na margem direita estende­‑se pelas freguesias de Refoios do Lima, Coelheiros13 (sic), Arcozêlo, Santa Comba e Moreira do Lima. Pode calcular­‑se a sua area em 8: 085 hectares e produziu em 1892, cêrca de 20: 000 hectolitros de vinho. 5.º = Cavado = Ocupa grande extensão na parte baixa da bacia do Cavado, pas‑ sando ainda para a do rio d’Este, a que toma bastante espaço. Principia em Bouro, acompanhando as duas margens do Cavado até à jusante de Barcelos; segue em menor ou maior extensão os seus afluentes n’este intervalo. Alarga­‑se muito em Braga pela bacia do Este, e a jusante de Barcelos lança 2 braços pelas encostas das 2 margens do Cavado, terminando a do norte em Palmeira do Faro e a do sul em Cristêlo. Compreende uma area de cêrca de 31: 000 hectares, em que se encontram, além de outros, de bastante produção vinicola, [Fl. 75] na sua totalidade ou em parte as freguesias seguintes que especializei no capítulo anterior, pela abundância da sua produção n’este género. Do concelho de Amares: – Santa Maria de Bouro, Caires, Caldelas, Dornelas, Ferreiros, Figueiredo, Fiscal, Goães, Lago, Prozelo e Rendufe; –– Do concelho da Povoa de Lanhoso: ­‑ Aguas Santas, Geraz do Lima, Monsul e S. João de Rei: Do concelho de Braga: – Adaufe, Aveleda, Celeirós, Crespos, Dume, Esporões, S. Mamede e S. Pedro d’Este, Ferreiros, Frossos, Lamaçães, Lomar, S. Paio e S. Pedro 12 13

O autor terá querido referir­‑se à freguesia de Guilhadeses do concelho de Arcos de Valdevez. O autor terá querido referir­‑se à freguesia de Calheiros do concelho de Ponte de Lima.

179

V i n h o ,

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de Merelim, Mire de Tibães, Morreira, Navarra, Nogueira, Padim da Graça, Palmeira, Panoias, Parada de Tibães, Sto. Estevam e S. Vicente de Penso, Pouzada, Priscos, Real, Sta. Lucrecia de Algeriz, Cernelhe (sic)14, Sequeira, Teboza e Vimieira (sic); –– Do concelho de Vila Verde: ­‑ Cervais (sic), Lages (sic), Moure, Santa Maria de Prado e Soutelo; –– Do concelho de Barcelos: ­‑ Abade de Neiva, Alheira, Barcelos, Carapeços, Lama, Lijó, Roriz, Silva, Vila Boa e Vila Cova, tôdas estas na margem direita do Cávado, e na esquerda: –– Alvelos, Areias de Vilar, Barcelinhos, Carvalhal, Cristelo, Encourados, Faria, Martim, Pereira, Pousa, Silveiros e Vilar de Figos. –– Do concelho de Espozende – Palmeira do Faro. Não se pode calcular a sua produção em 1892 em menos de 135: 000 hectolitros de vinho. [Fl. 76] 6º – Alto Ave – Êste centro de produção vinicola, tem 3: 000 hectares nas fre‑ guesias de Guilhofrei, Mosteiro e Rossas, todas no concelho de Vieira. A sua produção foi calculada, na estatistica de 1892, em 9: 024 hectolitros de vinho. 7º Ave – Está esta comarca vinhateira tôda na bacia d’êste rio, acompanhando grande extensão das suas margens, bem como as dos seus afluentes: d’Este e Vizela. A sua superficie é muito irregular, encerrando no seu perimetro, na totalidade ou em parte, as seguintes freguesias: –– Do concelho da Povoa de Lanhoso: – Povoa de Lanhoso, Fonte Arcada, Taíde. –– D[o] concelho de Fafe: – Armil, S. Romão de Arões, Cepães, Fafe, Freitas, Passos, Quinchães, Serafão, Travassós e Vila Cova; –– Do concelho de Guimarães: – Atães, Azurem, Sta. Leocádia de Briteiros, Brito, S. Miguel das Caldas de Vizela, Creixomil, Fermentões, Gondar, Guardizela, Infias, Longos, Lordelo, Mezão Frio, Moreira de Cónegos, Nespereira, Oleiros, Pulvoreira (sic), Ponte, Ronfe, S. Torcato, S. Jorge de Cêlho (sic), Serzedelo, Silvares e Urgezes. –– Do concelho de Vila Nova de Famalicão: – Mosteiro e Sta. Eulalia de Arnoso, Sta. Maria de Arnoso, Antas, Bairros (sic) e Sanfins, Brufe, Cabeçudos, Calen‑

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O autor terá querido referir­‑se à freguesia de Semelhe do concelho de Braga.

Transcrição e publicação José Luís Braga

dário, Carreira, Castelões, [Fl. 77] Cavalões e Gemunde, Cruz, Delães e S. Mateus, Fradelos, Gavião, Gondifelos, Joane, Sandim, Sta. Marinha, Semelhe, Louro, Louzada, Mugege, Monquim, Nine, Oliveira, Requião, Ribeirão, Ruivães, Telhado, Santos Cosme e Damião do Vale, São Martinho do Vale, Vermoim e Vila Nova de Famalicão. –– Do concelho de Felgueiras: – Margaride, Jugueiros, Pombeiro e Regilde; –– Do concelho de Lousada: – Sta. Eulalia de Barrosas; –– Do concelho de Sto. Tirso: – Areias, Burgães, Campo, S. Tomé e S. Mamede de Negrelos, Rebordões, Roriz, Sto. Tirso, Vilarinho e Guimarães (sic); –– Do concelho de Barcelos: – Courel, Macieira de Rates, e Viatodos; –– Do concelho de Vila do Conde: – Arcos e Junqueira; –– E finalmente no concelho da Povoa de Varzim; Balazar e Rates; Mede uma àrea de cerca de 46: 000 hectares, com uma produção, em 1892, não inferior a 155: 000 hectolitros de vinho. 8ª Leça – Na parte baixa do vale do Leça, está uma circunscripção, medindo uma area de 2: 500 hectares, em que se produzem bastantes vinhos, formada de parte de várias freguesias, entre as quais: –– Do concelho de Valongo: – S. Lourenço d’Asmes; –– Do concelho de Bouças: – Leça do Bailio (sic); –– E do concelho da Maia: – Aguas Santas, S. Pedro Fins, Moreira, Vermoim e Avioso. Calculou­‑se a sua produção vinicola, em 1892, em 9. 000 hectolitros. [Fl. 78] 9º Sousa – A bacia do Sousa, na sua parte media, tem um centro vinhateiro bastante importante, em que se encontram, entre outras, as seguintes freguesias de notável produção vinicola. No concelho de Penafiel, Bostelo, Duas Igrejas, Galegos com Boa Vista, Guilhufe, Marecos, Paços de Sousa e Penafiel; No concelho de Louzada: Caíde d’El Rei, Meinêdo, Nevogilde e Torno; E no concelho de Paredes: Bitarães, Castelões de Cepêda e Mouriz. A sua produção vinicola não desceu em 1892, de 24: 000 hectolitros numa área de cêrca de 6: 000 hectares. 10º Tamega – Esta importantíssima comarca, toda na bacia do Tamega, principia no concelho de Boticas e estende­‑se pelas margens d’aquele rio e dos seus afluentes,

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grandes e pequenos, até à freguesia de Rio de Moinhos, no concelho de Penafiel, onde se une ao centro vinhateiro seguinte. Ocupa uma área de 64.500 hectares, encerrando em si a parte produtora de vinhos das seguintes freguesias: –– No concelho de Boticas: Covas, Fiães e Canedo; com Santa Marinha de Ribeira de Pena e Sto. Aleixo de Além Tamega; No concelho de Mondim de Basto: – Atei, Mondim de Basto, Paradança e Vilar de Ferreiros; –– No concelho de Cabeceiras de Basto: – Alvite, Arco de Baúlhe, Basto, Cabeceiras de Basto, Cavez, Faia, [Fl. 79] Outeiro, Pedraça, Refojos de Basto, Rei Douro (sic) e Vilar de Cunhas. –– No concelho de Celorico de Basto: – Agilde, Arnoia, Sta. Tecla de Basto, S. Clemente de Basto, Britelo, Canedo, Carvalho, Cadeçozo (sic), Corgo, Fervença, Gagos, Gemeos, Infesta, Molares, Ourilhe, Ribas, Vale de Bouro e Veado (sic). –– No concelho de Amarante: – Aboadela, S. Gonçalo de Amarante, Cepelhos (sic), Frejim (sic), Fuidão (sic), Gatão, Gondar, Lufrei, Padornelo (sic), Rebor‑ delo, Salvador do Monte, Sanche, S. Veríssimo, Telões, Vila Caiz e Vila Chã do Marão. –– No concelho do Marco de Canavezes: – Constance, Fornos, Soalhães, Sôbre Tamega, Varzea d’Ovelha, com Aliviada, Vila Boa do Bispo e Vila Boa de Quires. –– E finalmente no concelho de Penafiel: – S. Martinho de Recezinhos, Abragão e Rio de Moinhos; A sua produção não se pode calcular em menos de 190: 000 hectolitros. –– 11ª Beira Douro = Esta comarca vinhateira, seguindo o curso do Douro, prin‑ cipia no extremo ocidental da freguesia de Barrô do concelho de Rezende, e estende­‑se pelas duas margens até à freguesia de Campanhã, no Porto, acom‑ panhando em maior ou menor extensão as correntes que desaguam no Douro. Calculei a sua superficie em 38: 500 hectares encontrando­‑se n’ela, entre outras, a maior parte das seguintes freguesias. –– Na margem direita do Douro – Concelho de Baião:– [Fl. 80] Ancêde, Sta. Leocádia de Baião, Gestaçô, Gouve (sic), Santa Cruz do Douro, Sta. Marinha do Zêzere e Tresouras;

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Transcrição e publicação José Luís Braga

–– Concelho do Marco de Canavezes = Alpendurada, Paços de Gaiolo, Penha Longa, Sande e Varzea do Douro; –– Concelho de Penafiel: – Eja e Entre os Rios. –– Concelho de Gondomar: – Fanzeres, Foz do Sousa, Jovim, Rio Tinto, S. Cosme, S. Pedro da Cova e Valbom; Concelho do Porto: ‑­ Campanhã. Na margem esquerda do Douro – Concelho de Rezende: – Anreades (sic), Rezende, S. João de Fontoura, S. Martinho de Mouros. Concelho de Sinfães (sic): ­– Espadanelo (sic), Fornelos, Nespereira, Oliveira do Douro, S. Cristovam de Nogueira, S. Tiago de Piães, Sinfães, Souzelo e Travanca; –– Concelho de Castelo de Paiva: – Bairros, Fornos, Paraiso, Pedorido, Raiva, Real, S. Martinho, Sta. Maria de Sardoura e Sobrado; –– Concelho d’Arouca: – Alvarenga; –– Concelho da Feira: – Canedo e Lever; Concelho de Vila Nova de Gaia: – Avintes, Crestuma e Pedroso; A sua produção em 1892 não se pode calcular em menos de 100: 000 hectolitros de vinho. 12ª Arouca:– N’este concelho e incluindo a parte cultivada da freguesia da sua sede, encontra­‑se um territorio de cerca de 5: 750 hectares bastante produtivo em vinho. [Fl. 81] Inclui também uma parte das freguesias de Burgo, Mansôres, Moldes, Sta. Eulalia e Trôpeço. Calculo que a sua produção, em 1892, regulou por 12: 000 hectolitros de vinho. 13º Vouga: – A secção media e baixa da bacia do Vouga constitui uma comarca vinhateira importante, onde se encontra a melhor parte das seguintes freguesias: –– Do concelho de Vizeu: – Calde, Lordosa, Ribafeita e Silgueirós; –– Do concelho de S. Pedro do Sul: – Baiões, Burdonhos (sic), Carvalhais, Figuei‑ redo d’Alva, Pindelo, Pinho, Sta. Cruz de Trapa, S. Martinho dos Montes15 (sic), S. Pedro do Sul, Serrazes, Sul, Valadares, Varzea, e Vila Maior;

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O autor terá querido referir­‑se à freguesia de S. Martinho das Moitas do concelho de São Pedro do Sul.

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–– Do concelho de Vouzela: – Figueiredo de Donas, Fataunços, Queirã, S. Miguel do Mato, Ventoza e Vouzela; –– Do concelho d’Oliveira de Frades: – Arcozelo das Maias, Oliveira de Frades, Pinheiro, Ribeiradio, S. Vicente de Lafões, Sejães e Souto de Lafões; –– Do concelho de Sever do Vouga: – Couto d’Esteves, Pecegueiro (sic) e Rocas do Vouga; –– Do concelho de Macieira de Cambra: – Arões; –– Do concelho de Agueda: – Valongo e Macinhata; –– Do concelho de Albergaria a Velha: – Alquerubim, Angeja, e S. João de Soure; –– Do concelho d’Estarreja: – Beduido, Canelas, Fermelã e Salreu. Calculei a sua superficie em 49: 250 hectares, com uma produção, em 1892, de 90: 000 hectolitros. [Fl. 82] Além d’estes, que são os centros de produção mais importantes pelo seu tamanho ha algumas freguesias que incluimos na lista das de grande produção vinicola, mas que se acham umas vezes izoladas, outras constituindo com as vizinhas pequenos agrupamentos. Inclui­‑as no esbôço, suposto, algumas só devam a sua avultada produção, a possuirem areas mais vastas. Os pequenos centros vinicolas que indiquei no esbôço, são os que se seguem: –– Riba de Mouro: – freguesia na parte central da bacia de Mouro, parte perten‑ cente ao concelho de Monção; –– Cerdal – freguesia do concelho de Valença; –– Ancora – pequena circunscripção na bacia d’êste rio, formada pelas freguesias de Riba d’Ancora e Gontinhães, ambas no concelho de Caminha; –– Ribeira de Portozelo – é dos maiores d’êste grupo: está situada no concelho de Viana do Castelo e na margem direita do Lima; é constituída pelas freguesias de Outeiro, Perre, Sta. Marta de Portozelo; –– Anha – no dito concelho de Viana ao Sul do Lima; –– Vila Franca – ao sul do Lima, também dos mais importantes; acha­‑se nas freguesias de Vila Franca, Vila de Punhe, e Sub­‑Portela, constituindo um centro vinhateiro bastante produtivo.

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Transcrição e publicação José Luís Braga

[Fl. 83] –– Neiva – formado por tratos d’algumas freguesias marginais d’êste rio na sua parte baixa; tais são as de Lapareiros16 e Castelo de Neiva no concelho de Viana do Castelo, Forjães no d’Espozende e Fragoso no de Barcelos; –– S. Julião do Freixo – no concelho de Ponte de Lima e na parte media da bacia do Neiva; –– Ribeira do Vade – No concelho de Ponte da Barca; encontra­‑se n’este centro a parte cultivada das freguesias de Crasto e Ruivos; –– Moreira de Rei – no concelho de Fafe; –– Vairão – no concelho de Vila do Conde; forma um pequeno centro vinícola com a freguesia de Gião no mesmo concelho; –– Alto Leça – constituido pelas freguesias de Lamelas e Refojos no concelho de Sto. Tirso; –– Valongo – na sede d’êste concelho; –– Rebordosa – na bacia de Ferreira e concelho de Paredes; –– Alto Sousa – na parte alta da bacia d’êste rio, formado pelas freguesias de Pedreria e Varziela no concelho de Felgueiras; –– Sapiães (sic) – no concelho de Boticas; –– Travanca e Mancelos – separamos para êste centro as freguesias de Travanca e Mancelos no concelho d’ Amarante, que, com retalhos d’outras vizinhas, cons‑ tituem um centro bastante produtivo, distinto da comarca da Ribeira Tamega; –– Alto Paiva – no concelho de Castro Daire, onde se encontram as freguesias de Mões e Moledo; [Fl. 84] –– Cabril – no mesmo concelho e também na bacia do Paiva; –– Castelões – no concelho de Macieira de Cambra; –– Alto Alfusqueiro – formado por parte das freguesias de Campia, Cambra e Paços de Vilharigues, no concelho de Vouzela. A soma das superficies de tôdos estes pequenos centros produtivos, regula por 15: 160 hectares, com uma produção vinicola de 58: 000 hectolitros.

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O autor terá querido referir­‑se à freguesia de Capareiros do concelho de Viana do Castelo.

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Calculando a parte que ocupam estas diversas comarcas vinhateiras nos districtos em que se acha a região do Minho ao Vouga cheguei ao resultado seguinte: Viana

25: 585

hectares

Braga

95: 500



Porto

67: 250



Vila Real

18: 000



Aveiro

27: 500



Vizeu

46: 550



280: 335



Soma =

Passando a determinar as areas d’esta região vinícola que no esbôço foram con‑ sideradas de mediana produção, e a distribui­‑las por districtos, obtive o seguinte: Viana

89: 386

hectares

Braga

102: 000



Porto

119: 250



Vila Real

13: 000



Aveiro

68: 250



Vizeu

31: 750



423: 636



Soma

[Fl. 85] A area total da região é de 1: 287: 915 hectares, que se decompõem pela forma seguinte:

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Centros importantes de prod.(ução) Vinicola ­‑

280: 335

hectares

Territorios de prod.(ução) mediana ­‑

423: 6[3]6



Superficies perdidas ou quasi perdidas para a cultura da videira ­‑

583: 944



1: 287: 915

Transcrição e publicação José Luís Braga

A produção de tôda a região, em 1892, segundo a estatistica, de 1: 247: 544 hectolitros de vinho. A das comarcas vinicolas pelos calculos precedentes, regulou no mesmo ano por 848: 024 hectolitros. Restam pois 399: 520 hectolitros de vinho, dos quais calculo que pertencerão 250: 683 hectolitros à parte de mediana produção, indicada no esbôço, e 48: 837 hectolitros à de pequena produção vinicola. = Região Transmontanense = *** Calculei a superficie da região vinicola transmontanense em 773: 848 hectares, todos nos districtos administrativos de Vila Real e Bragança. A­‑pesar porém da sua amplidão, baseado na estatistica de 1892, encontrei n’ela apenas 9 centros de produção vinicola, das quais, só 5 merecem pela sua extensão êste nome. São os seguintes: 1º ­‑ Alto Tamega ­‑ em que fica compreendida tôda a bem conhecida comarca de Ribeira [Fl. 86] d’Oura. N’êle se acha a parte productiva de vinhos das seguintes freguesias: –– Do concelho de Chaves: – Anêlhe, Arcossó, Oura, Redondelo, Samaiões, S. Pedro d’Agostem, Selhariz, Vilar de Nantes, Vilarelho da Raiva (sic) e Vilela do Tamega; –– Do Concelho de Boticas: – Pinho. Mede uma area de 10: 250 hectares e a sua produção foi calculada em 16: 000 hectolitros de vinho na novidade de 1892. 2.º ­‑ Vale Passos – ocupa cerca de 11: 000 hectares no concelho d’êste nome. N’êle se encontram as freguesias de Ervões, Fornos do Pinhal, Possacos, Santa Valha, Vale Passos, Vassal e Vilarandelo e Sonim. A sua produção vinicola foi calculada em 28: 280 hectolitros no ano de 1892. 3º ­‑ Vila Real – compreende uma parte d’êste concelho fora da região do Alto Douro, em que só inclui no plano da divisão do paiz em regiões e sub­‑regiões vini‑ colas, segundo o parecer da quinta promotora da 3ª região agronomica, as freguesias

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que enviaram vinhos às provas da companhia de Agricultura das Vinhas do Alto Douro em 1843 e 1844. Estas já eram mais que as da circunscripção pombalina. Contudo, tratando d’êstes centros vinicolas que lindam com o Alto Douro, já disse no trabalho a que me refiro, que podem sem inconveniente ser incluidas n’esta nobilíssima região vinhateira, porque os seus [Fl. 87] vinhos são optimos consumos, que em nada diferem dos durienses, e não ha o minimo risco, de que os misturem na massa preciosa dos vinhos do Porto. N’estes centros encontram­‑se os vinhos das freguesias de Adolfo17(sic), Arroios, Borbelha (sic), Constantim, Mateus, Monçós (sic), Vila Marim e os das duas de Vila Real. A sua produção, em 1892 regulou por 19: 000 hectolitros de vinho em 6: 250 hectares de terreno. – 4º Murça – N’este concelho ha uma circunscripção vinhateira formada pelas freguesias do Candedo, Murça e Noura. É­‑lhe aplicavel o que acima dissemos; deve ser incluida na região do Alto Douro com que confronta, e os seus vinhos brancos, em que muito abundam, rivalizam com os bons d’êste paiz vinhateiro. Mede cerca de 5: 000 hectares com uma produção calculada para 1892 em 15: 000 hectolitros de vinho. – 5º Miranda do Douro – fica compreendido êste centro numa facha da margem direita do Douro, desde Miranda até à Bemposta, nas freguesias das Duas Igrejas, Miranda do Douro, Picote, Sendim, Vila Chã da Gracioza (sic) e Bemposta, as primeiras no concelho de Miranda e a última no de Mogadouro. A sua produção regulou, em 1892, por 11: 300 hectolitros de vinho em 12: 500 hectares. [Fl. 88] Os pequenos centros vinhateiros restantes, são os de: –– Ervededo – no concelho de Chaves, formado pelas freguesias d’Ervededo e Vila Sêca; –– Frexiel – no concelho de Vila Flor; –– Sta. Comba da Vilariça – no mesmo concelho; –– Caçarelhos – no concelho de Vimiozo.

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O autor terá querido referir­‑se à freguesia de Adoufe do concelho de Vila Real.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Os de Freixiel e Sta. Comba são continuação da região vinicola do Alto Douro. A area d’êstes pequenos centros vinhateiros regulará por 3: 000 hectares com uma produção de 7: 340 hectolitros de vinho, em 1892. Ocupam portanto os centros vinicolas da região transmontanense: No districto de Vila Real

33: 750

hectares

No districto de Bragança

14: 250



48: 000



– Soma –

A parte que pertence a esta região, representada no esbôço como de mediana cultura, mede: No districto de Vila Real

63: 500

No districto de Bragança – Soma –

hectares

48: 000



111: 500



Restam para os terrenos perdidos ou quasi perdidos para a cultura da videira 614: 348 hectares. Ha pois n’esta região: Terrenos de cultura intensa

48: 000

hectares

Terrenos de cultura mediana

111: 500



Terrenos de cultura insignifi­cante e perdida



= Soma –

614: 348



773: 848



[Fl. 89] A produção total da região foi, em 1892, de 131: 649 hectolitros, que pode ser distribuida pela seguinte forma: – Terrenos em que a videira é muito cultivada – Terrenos em que a videira é medianamente cultivada – Terrenos em que a videira é pouco cultivada = Soma =

***

96: 920

hectolitros

22: 802



11: 927



131: 649



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= Região do Alto Douro = *** Calculei em 312: 488 hectares e superficie d’esta notabilissima região vinhateira, que ocupa parte dos districtos administrativos de Vila Real, Bragança, Vizeu e Guarda. É das 7 regiões vinicolas em que dividimos o pais a menor. Já disse no principio d’êste capítulo que ha n’ela freguesias de grandissima importancia vinicola que se acham incluidas no êsboço na parte de mediana e até na de pequena produção, ocasionando êste facto a qualidade finissima dos seus vinhos, que são, como tais, muito pretendidos pelo comercio. [Fl. 90]

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D’estas paroquias porém, não me ocuparei n’este lugar, em que só faço obra pela estatistica da produção e portanto pela quantidade d’esta. Se nos fôsse possível, na primavera, subir a uma tal altura, que d’um golpe de vista se abrangesse toda a região Duriense, e a distância, fazendo desaparecer os detalhes, transformasse em pontos e linhas as interrupções pouco extensas na cultura principal, veriamos n’ela uma irregular e longa faxa (sic) de verdura, nem sempre acompanhando o prateado das águas, que passa d’uma para a outra margem da corrente principal, ocupando muito maior espaço na direita; a leste d’este trato vicejariam como que pequenas ilhotas, num fundo sombrio e avermelhado. Descendo, verificariamos que era a parra que dava a côr verde, e a montanha excalvada (sic) e a vinha totalmente ou quasi perdida, o tom avermelhado. Ha pois n’esta região um longo trato em que a cultura da videira é freqüente e alguns pequenos centros de produção vinicola. Aquêle, principia a leste, na freguesia de Linhares do concelho de Carrazeda d’ Anciães e segue pelas freguesias do mesmo concelho que lindam com o Tua: Pereiros, Pinhal do Norte, Pombal, Castanheira e Riba Longa. Da freguesia de Pinhal do Norte passa aquem do Tua para as freguesias de Carlão, Pegarinhos, [Fl. 91] e Santa Eugenia, no concelho de Alijó, que confronta com as de Candedo e Noura, no centro da produção vinicola de Murça, da região transmon‑ tanense, acompanhando a bacia do Tinhela. Mais ao sul e na mesma margem do Douro, passa das freguesias de Castanheiro e Riba Longa para aquem do Tua, também no concelho de Alijó, por S. Mamede de Riba Tua, sobe a Alijó e a Favaios, entrando

Transcrição e publicação José Luís Braga

aí na parte alta do Pinhão, que acompanha, seguindo a corrente a montante, pelas freguesias de Sanfins e Vilar de Maçada, tôdas no dito concelho. Da última d’estas freguesias passa para as encostas fronteiras o Pinhão, pelas freguesias de Parada do Pinhão e de Riba Pinhão, do concelho de Sabroza e, sem deixar êste concelho, acompanha o curso do Pinhão pelas freguesias de Soto (sic) Maior, Sabrosa, Celeirós e Provesendo (sic), seguindo d’estas para as de Vilarinho de S. Romão, Passos e Anta, também no concelho de Sabroza; de Anta passa para a bacia do Tanha em Andrões (sic), unindo­‑se aí com o centro produtor da região vinícola transmontanense, a que denominamos de Vila Real, que lhe fica a Norte e ao Sul continua na região do Alto Douro, seguindo as duas margens do Tanha pelas freguesias de Abaças, Nogueira, e Vilarinho dos Freires, as primeiras no concelho de Vila Real e a ultima no da Regoa. [Fl. 92] De Vilarinho dos Freires, deixando o Tanha na sua foz, acompanha o Corgo em que ele aflui, até à sua entrada na margem do Douro, pela freguesia de Poiares do Concelho da Regoa d’onde dista um braço a montante do Douro para o Ceira pelas freguesias de Galafura e Guiães, aquela também do concelho da Regua e esta no concelho de Sabroza. A jusante de Poiares, tôdas as paroquias da margem do Douro até à região vinicola do Minho ao Vouga, se acham n’esta circunscripção vinhateira: são as da Regua, S. José de Gondim (sic) e Fontelas, no concelho da Regua, Oliveira, Vila Marim, Sta. Cristina, Vila Juzã, e Barqueiros no de Mezão Frio. Seguindo d’estas freguesias para o Norte até entestar no centro produtor de Via (sic) Real, da região Transmontanense, vamos sempre encontrando na vinha a cultura predominante e muitas vezes unica; aí, se encontram as seguintes paroquias: –– Do concelho de Mezão Frio: – S. Nicolau e Cidadelhe; –– Do concelho da Regua: – Sedielos, Moura Morta e Loureiro; –– Do concelho de Sta. Marta de Penaguião: – Alvações do Corgo, S. João e S. Miguel de Lobrigos, Sanhoane, Medrões, Fontes, Sever, Cumieira, Fornelos e Loredo (sic); –– Do concelho de Vila Real: – Ermida, Filhadela (sic), Parada de Cunhos e Torgueda.

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[Fl. 93] Voltando à margem do Douro, defrontam com as freguesias já citadas, outras na margem esquerda, egualmente (sic) produtivas, que são as de Barrô, no concelho de Rezende; Penajoia, Samodães, Cambres, e Valdigem no concelho de Lamego. D’aí acompanha, subindo a bacia do Varoza pelas freguesias de Sande, Ferreiros de Avões, Figueira, Lamego (Sé e Almacave), Cepões, Varzea d’Abrunhais, tôdas no concelho de Lamego, seguindo d’aqui no de Armamar, Queimadela, Queimada, Fontelo, Armamar, S. Romão. A circunscripção vinhateira enfim delimitada, mede uma area de 63: 750 hectares com uma produção vinicola, em 1892, de 246: 211 hectolitros. São muito menores os outros centros de produção d’esta região e também a videira não tem n’êles cultura tão intensa. O principal é formado por parte da freguesia de Numão, no concelho de Vila Nova de Fozcoa; com as freguesias fronteiras de Seixo d’Anciães (sic) e Vilarinho da Castanheira no concelho de Carrazeda de Anciães. Mede cerca de 4: 000 hectares, com uma produção de 1: 892, de 4: 725 hecto‑ litros. Os outros centros indicados na carta são os seguintes: –– Thedo – formado pelas freguesias de Goujoim e S. Cosmado, no concelho de Armamar; [Fl. 94]

192

–– Sendim – na parte alta da bacia do Tavora no concelho de Taboaço; –– Pesqueira – formado por parte das freguesias de S. João da Pesqueira e Ervedosa; –– Fozcôa – na freguesia da sede d’êste concelho; –– Cedovim – na parte alta na bacia do Teja e no mesmo concelho; –– Escalhão – que ocupa numa parte da freguesia d’êste nome no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Tôdos êstes centros são na margem esquerda do Douro, tendo tambem na direita o (sic) dois seguintes: –– Freixo d’Espada à Cinta – tôdo na freguesia da sede do concelho; E, finalmente, o de Horta, na ribeira de Vilariça pertencente ao concelho de Moncorvo. Devo notar que o de Cedovim continua com o centro vinícola beirense da Mêda sendo aplicavel a êste, o que disse relativamente ao de Vila Real.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Tôdos êstes centros somam numa superficie de 12: 500 hectares, com uma pro‑ dução de 14: 960 hectolitros de vinho em 1892. A area pois, que ocupam, segundo o esbôço, os centros vinicolas de grande produção na região Duriense, é a seguinte: [Fl. 95] Districto de Vila Real

47: 000

hectares



Bragança

8: 500





Vizeu

16: 250





Guarda

8: 500



80: 250





=Soma=

Os terrenos de mediana cultura da videira indicados n’aquele trabalho medem: No districto de Vila Real

28: 500

hectares



Bragança

35: 250





Vizeu

27: 500





Guarda

19: 750



110: 750



= Soma =

Deduzidas estas duas verbas à area total da região, restam 121: 488 hectares de terrenos que, ou são completamente perdidos para a cultura da videira ou esta se faz n’êles apenas em pequena escala. Acha­‑se, portanto, a superficie da região, assim dividida: Terrenos onde a cultura é intensa

80: 250

hectares





de mediana cultura

110: 750







pequena cultura e perdidos

121: 488



= Soma =

312: 448



Calculei, pela estatistica, a sua produção vinicola em 303: 322 hectolitros, que, por um calculo semelhante ao que fiz para as regiões vinhateiras precedentes, será distribuida pela forma seguinte:

193

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Terrenos de cultura intensa

265: 896

hectolitros





mediana

37: 727







pequena cultura

3: 699



303: 322



= Soma =

[Fl. 96] = Região Beirense = *** Segundo o estudo que serve de base à divisão do paiz em regiões vinicolas, mede esta 1: 928: 835 hectares, mas compreende bastante terreno fora dos nove districtos administrativos de que me estou ocupando, que n’ela possuem somente 1: 196: 835 hectares, incluindo n’esta àrea, como já disse no capítulo anterior, uma pequena parte de região extremadurense do plano. É nos districtos administrativos de Aveiro, Coimbra, Vizeu e Guarda, que se acham. Actualmente, os seus centros de produção vinicola são os seguintes: 1º Alto Varoza – Parte com a região do Alto Douro pelo concelho de Lamego, sendo­‑lhe aplicavel o que disse à cerca de Vila Real, na região Transmontanense. Compreende a parte vinhateira das freguesias de Cimbres, Granja, Granja Nova, Mondim, Salzedas e Ucanha, no concelho de Mondim da Beira, e das de Ferreirim, Lalim e Tarouca no concelho d’este nome. Mede uma area cerca de 5: 000 hectares que produziu 14: 000 hectolitros de vinho em 1892.

194

2º Mêda – Parte com um pequeno centro de Cedovim no Alto Douro, e não é facil justificar a separação d’êstes 2 centros que [Fl. 97] tudo leva a crêr deveriam per‑ tencer ambos à região duriense. Acha­‑se compreendido nas freguesias de Penela da Beira, Povoa de Penela e Souto no concelho de Penedono e nas de Aveloso, Longroiva, Mêda, Outeiro, Gatos, Pôço do Canto, Rabaçal, Ranhados e Vale de Ladrões, no da Mêda. A sua area regula por 16: 750 hectares, com uma produção de 40: 200 hectolitros de vinho, em 1892.

Transcrição e publicação José Luís Braga

3º Alto Mondêgo – Acha­‑se êste centro vinicola no Vale do Mondego, desde um pouco a montante de Celorico da Beira até à jusante de Fornos de Algôdres. Encontram­‑se n’êle as freguesias das sedes d’êsses dois concelhos e é de Juncais no primeiro. A sua produção vinicola regulou, em 1892, por 4: 200 hectolitros em 7: 500 hectares. 4º Dão do Mondêgo – É a grande circunscripção vinhateira da Beira central. Ocupa, sem grandes interrupções, uma bôa parte da bacia do Dão, desde Sesures, no concelho de Penalva do Castelo, até à sua foz, a parte da bacia do Mondego, compreendida entre êste rio e o Dão, desde Caçurrães (sic) até à foz d’êste ultimo, e ao sul do Mondego pertence­‑lhe ainda um longo trato desde Arcozelo, no Concelho de Gouveia, até Travancinha, no de Ceia (sic). Em toda esta extensissima área, que mede, [Fl. 98] 113: 750 hectares, é frequente a cultura da videira. Indicaremos as principais freguesias, sob o ponto de vista de produção vinicola em 1892, que se acham incluidas n’este centro, na sua totalidade ou em parte. Do concelho de Satam: – Rio de Moinhos, S. Miguel de Vila Boa e Vila d’Igreja; Do concelho de Penalva do Castelo: – Antas, Castelo de Penalva, Esmolfe, Germil, Insua, Luzinde, Pindo, Pial, Sesures e Trancozêlos e Vila Cova do Coelho18 (sic); Do concelho de Mangualde: – Alcafache, Cunha Baixa, Espinho, Lobelhe do Mato, Mangualde, Quintela d’ Azurara e S. Tiago de Caçurrães; Do concelho de Vizeu: – Boa Aldeia, Budiosa (sic), Couto de Baixo, Ferminhã (sic), Fragozela de Cima, France, Povolide, Rio de Lova, Santos Evos, S. Cipriano, S. João de Larosa, Torre Deita e Vila Chã de Sa; Do concelho de Tondela: – Canas de Sabugosa, Castelões, Ferreirós, Lageosa (sic), Lobão, Molelos, Mouraz, Parada da Gonta, Sabugosa, S. Miguel do Outeiro, S. Tiago de Besteiros, Tonda e Tondela; Do concelho de Sta. Comba Dão: – Couto do Mosteiro, Ovoa, Sta. Comba Dão, S. Joaninho, e Freixedo (sic); Do concelho de S. João d’Arêas: – S. João d’Arêas; Do concelho do Carregal: – Beijóz, Cabanas, Oliveira do Conde e Papirios19 (sic); Do concelho de Nelas: – Canas de Senhorim, [Fl. 99] Carvalho Redondo, Nelas, Santar, Senhorim e Vilar Sêco; 18 19

O autor terá querido referir­‑se à freguesia de Vila Cova do Covelo do concelho de Penalva do Castelo. O autor terá querido referir­‑se à freguesia de Papízios do concelho de Carregal do Sal.

195

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Do concelho de Ceia: ­– Girabôlhos e Paranhos, Santa Comba, Sta. Eulália, Tourães e Travancinha; E finalmente, do concelho de Gouveia: – Arcozêlo, Cativelos, Gouveia (S. Pedro), Lagarinhos, Vila Nova de Tazem e Vinhó. A sua produção vinicola em 1892 regulou por 175: 000 hectolitros. 5º Bairrada: – A parte verdadeiramente produtiva, na actualidade, d’êsta impor‑ tante comarca vinícola, que tem n’estes últimos anos sofrido muito com as phytonoses (sic) da videira, limita­‑se à indicada no esbôço com a côr intensa, onde se encontram os vinhedos das seguintes freguesias: –– Do concelho d’Agueda: – Àgueda, Aguada de Cima; –– Do concelho de Anadia: – Ancas, Arcos, Sangalhos, S. Lourenço do Bairro, Tamengos e Vilarinho do Bairro; –– Do concelho de Oliveira do Bairro: = Mamaroza (sic), Oliveira do Bairro e Oyan (sic); E do concelho de Cantanhede: – Cantanhede e Pocariça. A sua area é de 27: 000 hectares e a produção vinicola regulou, em 1892, por 25: 000 hectolitros. –– 6º Sul do Mondego: – Acha­‑se êste centro nos concelhos da Figueira da Foz e Soure. [Fl. 100]

196

Compreende, no primeiro primeiro (sic), a parte vinhateira das freguesias de Lavos e Paião e no segundo, as de Gesteira, Samuel, Soure e Vinha da Raínha. Tem uma àrea de 12: 500 hectares, com 18: 000 hectolitros de produção vinicola em 1892. Além d’êstes que são os principais centros vinicolas d’êsta parte da região Bei‑ rense, pela sua extensão, acham­‑se no esbôço indicados os seguintes: –– Arreigada – Situado na bacia do Côa, formado por parte d’esta freguesia do concelho d’Almeida: –– Almeida – nas margens do mesmo Rio, formado por parte da freguesia da sede d’êste concelho; –– Péva – na ribeira de Covas, formado por esta freguesia e pela de Azinhal, ambas no concelho d’Almeida; –– Pinhel – constituido por uma parte da freguesia da sede do concelho;

Transcrição e publicação José Luís Braga

–– Alverca – Também no concelho de Pinhão, formado por parte da freguesia d’êste nome; –– Póvoa d’El Rei – constituidos por parte d’esta freguesia do concelho de Trancoso; –– Valdujo – também freguesia do concelho de Trancoso; –– Casteleiro – já na bacia do Zézere, formado pelas freguesia d’êste nome, do concelho do Sabugal. [Fl. 101] –– Sobral Pichorro – no concelho de Fornos d’Algodres; –– S. Gião – freguesia do concelho de Ceia, na bacia do Alva; –– Vide – freguesia do dito concelho, e também na bacia do Alva; –– Arganil – tôdo no concelho d’êste nome: é formado pela freguesia da sede com a de Serzedo (sic), e estende­‑se para a de Coja. Fica como os dois precedentes na bacia do Alva; –– Pampilhosa – na freguesia da sede d’êste concelho; –– Mortagua – constituido por parte das freguesias de Marmeleiro e Mortágua, n’este concelho; –– Ançã – no concelho de Cantanhede; –– Alfarelos – no concelho de Soure, constituido pelas freguesias d’êste nome. Tôdos êstes pequenos centros, somam uma superficie de 15: 500 hectares, e a sua produção vinicola, na novidade de 1892, pode avaliar­‑ se em 37: 800 hectolitros. A soma das areas de tôdos êstes centros vinhateiros regula pois por 198: 000 hectares e a sua produção em 1892, foi calculada em 314: 200 hectolitros. Ocupam: No districto d’Aveiro 25: 000 hectares.

197

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

[Fl. 102] Transporte

25: 000

hectares

No districto de Coimbra

19: 750





Vizeu

106: 250





Guarda

47: 000



198: 000



= Soma =

Os tratos indicados no esbôço, onde a cultura mediana do vinho predomina, somam, n’esta região: Os do districto d’ Aveiro

67: 550

hectares



Coimbra

90: 560





Vizeu

66: 000





Guarda

187: 913



412: 223



= Soma =

Restam para as areas perdidas ou quasi perdidas, 586: 612 hectares. A produção acha­‑se distribuida da seguinte forma: Dos territorios em que a videira é muito cultivada

314: 200

hectolitros







é medianamente cultivada

110: 290









é pouco cultivada

15: 688



440: 178



= Soma =

*** – Resumo – Divisão das superficies dos nove districtos administractivos. do Norte de Portugal Segundo o grau d’intensidade com que n’elas se faz a – cultura da videira –

198

***

Transcrição e publicação José Luís Braga

Territórios de cultura intensa (hectares)

Territórios de cultura mediana (hectares)

Territórios de cultura pequena (hectares)

Superficie das paroquias em que se não cultiva a videira

Viana

25: 585

89: 386

42: 140

67: 193

224: 304

Braga

95: 500

102: 000

26: 820

49: 500

273: 820

Porto

67: 250

119: 250

37: 750

4: 957

229: 207

Vila Real

98: 750

104: 750

82: 250

158: 973

444: 723

Bragança

22: 750

83: 250

440: 442

120: 500

666: 933

Aveiro

52: 500

136: 000

90: 000

12: 361

290: 861

Coimbra

19: 750

90: 560

264: 250

13: 750

388: 310

Vizeu

169: 000

125: 250

112: 000

91: 015

497: 265

Guarda

55: 500

207: 663

151: 500

141: 000

555: 663

 

 

 

 

 

606: 585

1: 058: 109

1: 247: 143

659: 249

3: 571: 086

Districtos Administra‑ tivos

  = Somas =

Superficies totais dos districtos (hectares)

199

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

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[Fl. 103] = Divisão = das superficies e produções vinicolas das regiões vinhateiras do Norte de Portugal segundo o grau d’intensidade da cultura da videira

Superficies (hectares)

Produções (hectoli‑ tros)

280: 335

848: 024

423: 636

350: 683

583: 944

48: 837

1: 287: 915 1: 247: 544

48: 000

96: 920

111: 500

22: 802

614: 348

11: 927

773: 848

131: 649

80: 250

265: 896

110: 750

33: 727

121: 488

3: 649

312: 488

303: 322

198: 000

314: 200

412: 223

110: 290

586: 612

15: 688

1: 196: 835

440: 188

          606: 585 1: 525: 040 1: 058: 109 517: 502 1: 906: 392          

  80: 151  

 

 

3: 571: 086 2: 122: 703

Produções (hectoli‑ tros)

Produções (hectoli‑ tros)

Superficies (hectares)

Superficies (hectares)

Totais

Produções (hectoli‑ tros)

Minho ao Vouga Transmon‑ tanense Alto Douro Beirense (parte)   = Somas =  

Terrenos perdidos ou quasi perdidos para a cultura da videira

Territorios de produção maxima

Superficies (hectares)

 = Regiões = = vinicolas = 

Centros de produção vinicola

 

 

Centros de grande produção

Territorios de mediana produção

Centros de grande produção

Territorios de mediana produção

Beirense

Territorios de mediana produção

Alto Douro

Centros de grande produção

Transmontanense

Territorios de mediana produção (hectares)

200

Minho ao Vouga Centros de grande produção (hectares)

– Districtos – – administrativos –

= Divisão = das superficies de grande e mediana produção vinicola dos noves districtos administrativos do Norte de Portugal pelas regiões vinhateiras que n’êle se encontram

Viana

25: 585

89: 386

_

_

_

_

_

_

Braga

95: 500

102: 000

_

_

_

_

_

_

– A transportar –

125: 085

191: 386

_

_

_

_

_

_

Transcrição e publicação José Luís Braga

Centros de g.(rande) produção

Territorios de mediana prod.(ução)

_

_

_

_

_

_

Porto

67: 250

119: 250

_

_

_

_

_

_

Vila Real

18: 000

13: 000

37: 750

62: 500

47: 000

28: 250

_

_

Bragança

2_

_

14: 250

48: 000

8: 500

35: 250

_

_

27: 500

68: 250

_

_

_

_

25: 000

67: 750

_

_

_

_

_

_

19: 750

90: 560

46: 500

31: 750

_

_

16: 250

27: 50

106: 250

66: 000

Guarda

 

_

_

_

8: 500

19: 750

47: 000

187: 913

 

 

 

 

 

 

 

 

 

48: 000

111: 500

80: 250

Aveiro Coimbra Vizeu

= Somas

Centros de mediana prod.(ução)

121: 085 191: 396

= Transp.

Centros de g.(rande) produção

Territorios de mediana prod.(ução)

Beirense

Centros de g.(rande) produção

Alto Douro

Territorios de mediana prod.(ução)

Transmonta‑ nense Centros de g.(rande) produção

= Districtos = = administrativos =

Minho ao Vouga

280: 335 423: 636

110: 750 198: 000 412: 223

*** = Capítulo III = = Intensidade da produção vinicola = *** No primeiro capitulo d’êste trabalho tentei determinar a produção vinicola da novidade de 1892, nos districtos administractivos, concelhos e paroquias que se compreendem na circunscripção vinhateira do Norte de Portugal; no segundo, procurei agrupar essas paroquias, segundo as regiões vinicolas em que se acham, pela sua posição topografica e pela sua abundância ou escassez n’este ramo de produção, para reconhecer, sob êste ultimo ponto de vista quais são as comarcas ou centros

201

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&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

vinicolas que podem interessar ao comercio; agora, passarei a tratar d’um [Fl. 104] assunto não menos importante, por fornecer indicações uteis aqueles que estudam o modo de fomentar a nossa riqueza agricola; tal é o de determinar a intensidade da produção nos diferentes pontos dos nove districtos administrativos de que me estou ocupando. Não se julgue porem, que levarei o detalhe d’esta determinação ao ponto de procurar qual é o variável rendimento por unidade de superficie dos seus diferentes terrenos plantados em vinha: êste problema interessantíssimo procurarei resolvê­‑lo n’outro trabalho; n’este, não sairei dos dados que me fornece a estatistica da pro‑ dução, conservando­‑me à altura de poder, com um só golpe de vista, abranger mais de tres milhões d’hectares, e n’estas circunstâncias os detalhes desaparecem. A intensidade que tentarei determinar é relativa aos agrupamentos a que me referi nos 2 capítulos anteriores, e não a tratos exclusivamente cultivados em vinha. Os numeros assim obtidos se não dão exacta ideia da feracidade dos terrenos, for‑ necem importantes elementos para apreciar a riqueza d’êste ramo da produção e a forma por que ela se acha distribuida. Principiarei por determinar a intensidade da produção vinicola em cada concelho, comparando­‑a à que em 1888 encontrei para a produção media de 1885 a 1887. *** [FL. IX] Carta concelhia dos centros productores na circunscripção do Norte de Portugal em 1.892 ***

= Concelhos =

202

Prod.(ução) por hectares

Em 85 a 87

Districtos a que pertencem os concelhos

1

1

Vila Real

2

11

Braga

470

3

2

Vila Real

406

4

3



nº de ordem

Em 1892

media de 1885 a 87

Em 1892

Sta. Marta de Penaguião

574

546

Braga

441

226

Mesão Frio

445

Peso da Regua

386

Transcrição e publicação José Luís Braga

Prod.(ução) por hectares Em 1892

media de 1885 a 87

Em 1892

Em 85 a 87

Districtos a que pertencem os concelhos

Celorico de Basto

340

339

5

4

Braga

Castelo de Paiva

321

212

6

12

Aveiro

Vila Nova de Famalicão

302

263

7

7

Braga

Guimarães

266

261

8

9



Penalva do Castelo

260

301

9

5

Vizeu

Amares

237

101

10

42

Braga

Lousada

224

174

11

17

Porto

Barcelos

212

178

12

15

Braga

Meda

212

124

13

29

Guarda

Felgueiras

209

166

14

19

Porto

Armamar

205

286

15

6

Vizeu

Nelas

204

263

16

8



Lamego

187

113

17

33



Amarante

176

168

18

18

Porto

Paredes

168

110

19

36



Sto. Tirso

168

117

20

31



Alijó

166

151

21

24

Vila Real

Rezende

152

113

22

34

Vizeu

Cabeceiras de Basto

151

156

23

22

Braga

Povoa de Lanhoso

148

89

24

48



Ribeira de Pena

142

126

25

28

Vila Real

Penafiel

138

186

26

14

Porto

Vouzela

137

115

27

32

Vizeu

Vila Verde

130

100

28

43

Braga

Tarouca

129

102

29

40

Vizeu

Maia

122

86

30

50

Porto

= Concelhos =

nº de ordem

203

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

[Fl. 105] = Concelhos =

204

Prod.(ução) por hectares

Nº d’ ordem

Districtos a que pertencem os concelhos

Em 1892

Media de 1885 a 87

Em 1892

Em 1885 a 87

Marco de Canavezes

122

100

31

44

Porto

Ponte de Lima

116

149

32

25

Viana

Fafe

116

59

33

65

Braga

Monção

114

178

34

16

Viana

Mondim da Beira

113

86

35

51

Vizeu

Vila do Conde

113

99

36

45

Porto

Baião

111

107

37

37



Vila Real

110

88

38

49

Vila Real

Penedono

106

67

39

61

Vizeu

S. João Areias

106

128

40

27



Sabrosa

105

95

41

47

Vila Real

Valença

104

160

42

21

Viana

Gondomar

103

67

43

62

Porto

S. Pedro do Sul

101

59

44

66

Vizeu

Carregal

96

228

45

10



Murça

95

113

46

35

Vila Real

Vizeu

93

71

47

58

Vizeu

Viana do Castelo

92

155

48

23

Viana

Mangualde

91

53

49

71

Vizeu

Mondim de Basto

90

106

50

38

Vila Real

Porto

84

71

51

59

Porto

Espozende

83

54

52

70

Braga

Sinfães

82

76

53

53

Vizeu

Vila Nova de Cerveira

79

75

54

55

Viana

Santa Comba Dão

77

97

55

46

Vizeu

Carrazeda d’Anciães

76

41

56

80

Bragança

Tondela

76

103

57

39

Vizeu

Fornos d’Algodres

75

102

58

41

Guarda

Gouveia

71

63

59

64



Valongo

69

80

60

52

Porto

Transcrição e publicação José Luís Braga

Prod.(ução) por hectare = Concelhos =

Nº de ordem

= Districtos = a que pertencem os concelhos

Em 1892

Media de 1885 a 87

Em 1892

Em 1885 a 87

Vila Nova de Gaia

68

33

61

90

Porto

Oliveira de Frades

68

56

62

67

Vizeu

67

43

63

77

Aveiro

Melgaço



do Bairro

66

35

64

87

Viana

Almeida

65

69

65

60

Guarda

Anadia

64

197

66

13

Aveiro

Vieira

63

76

67

54

Braga

Vale Passos

61

74

68

56

Vila Real

Macieira de Cambra

58

47

69

73

Aveiro

Ponte da Barca

54

53

70

72

Viana

Arcos de Vale de Vez

51

74

71

57



Caminha

48

45

72

76



Taboaço

48

31

73

92

Vizeu

Arouca

47

47

74

74

Aveiro

Bouças

46

37

75

84

Porto

Albergaria a Velha

45

30

76

94

Aveiro

Oliveira d’Azemeis

45

36

77

85



Povoa de Varzim

44

42

78

78

Porto

Sever do Vouga

42

55

79

69

Aveiro

Paços de Ferreira

41

40

80

81

Porto

Figueira da Foz

40

42

81

[79]

Coimbra

Chaves

39

33

82

91

Vila Real

Cêa

39

31

83

93

Guarda

Pinhel

38

40

84

82



Boticas

36

39

85

83

Vila Real

Paredes de Coura

34

18

86

107

Viana

Estarreja

34

16

87

112

Aveiro

Agueda

33

28

88

99



Castro Daire

31

20

89

105

Vizeu

Celorico da Beira

31

30

90

96

Guarda

205

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

[Fl. 106]

Em 1892

media de 1885 a 87

Em 1892

Em 1885 a 87

= Districtos = a que pertencem os concelhos

30

30

91

97

Coimbra

Prod.(ução) por hectare  = Concelhos = Soure

206

Cantanhede

28

118

92

30



Feira

25

15

93

115

Aveiro

Trancoso

24

22

94

104

Guarda

S. João da Pesqueira

23

17

95

109

Vizeu

Arganil

22

13

96

117

Coimbra

Mortagua

22

29

97

98

Vizeu

Cernancelhe

22

17

98

110



Terras de Bouro

21

16

99

113

Braga

Miranda do Douro

21

10

100

124

Bragança

Vila Flor

21

56

101

68



Satam

21

18

102

108

Vizeu

Taboa

20

141

103

26

Coimbra

Poiares

15

36

104

86



Moimenta da Beira

15

17

105

111

Vizeu

Figueira de Castelo Rodrigo

14

10

106

123

Guarda

Vila Nova de Fozcoa

14

13

107

118



Penela

12

34

108

88

Coimbra

Vila Pouca d’Aguiar

11

24

109

103

Vila Real

Freixo d’Espada a Cinta

11

14

110

116

Bragança

Moncorvo

11

26

111

101



Ovar

11

11

112

121

Aveiro

Sabugal

11

7

113

127

Guarda

Mogadouro

10

16

114

114

Bragança

Aguiar da Beira

10

5

115

130

Guarda

Penacova

9

64

116

63

Coimbra

Mira

8

2

117

139



Mealhada

7

161

118

20

Aveiro

Vagos

7

4

119

133



Alfandega da Fé

6

7

120

128

Bragança

Transcrição e publicação José Luís Braga

*** [Fl. X] Carta da intensidade da produção vinicola referida á superficie total de cada concelho, na circunscripção do Norte de Portugal em 1.892 *** Prod.(ução) por hectare = Concelhos =

Nº de ordem

= Districtos = a que pertencem os concelhos

Em 1892 

media de 1885 a 87

Em 1892

1885­‑87

Manteigas

6

5

121

131

Guarda

Aveiro

5

30

122

95

Aveiro

Montemor­‑o­‑Velho

5

13

123

119

Coimbra

Pampilhosa

5

5

124

132



Vimioso

4

13

125

120

Bragança

Ilhavo

4

9

126

125

Aveiro

Condeixa­‑a­‑Nova

4

19

127

106

Coimbra

Guarda

4

11

128

122

Guarda

Montalegre

3

4

129

134

Vila Real

Coimbra

3

46

130

75

Coimbra

Gois

3

7

131

129



Oliveira do Hospital

3

34

132

89



Fragoas

3

4

133

135

Vizeu

Bragança

2

28

134

100

Bragança

Miranda do Corvo

2

26

135

102

Coimbra

Macedo de Cavaleiros

1

4

136

136

Bragança

Mirandela

1

4

137

137



Vinhais

1

3

138

138



Louzã

1

9

139

126

Coimbra

207

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

A intensidade da produção districtal encontra­‑se nos seguintes quadros:

= Districtos =

Prod. (ução) por hectare em 1892

Prod. (ução) por h.(ectare) media 1885­‑87

= Districtos =

Prod. (ução) por hectare em 1892

Prod.(ução) por hect.(are) media 1885 a 1887

Viana

80

101

Aveiro

43

54

Braga

185

151

Coimbra

15

40

Porto

122

106

Vizeu

81

80

Vila Real

80

80

Guarda

28

26

Bragança

9

16

 

 

 

 

Em toda a circunscripção

59

62

 

 

[Fl. 107] Deduz­‑se d’este quadro que a intensidade da produção dos districtos de Viana, Braga, Porto, Vila Real e Vizeu excede a media geral da circunscripção e pelo contrário a dos districtos de Bragança, Aveiro, Coimbra e Guarda. Comparando a intensidade da produção de 1892 com a media de 1885 e 1887, esta é um pouco maior em tôda a circunscripção, sendo também mais elevada nos districtos de Viana, Vila Real, Bragança, Aveiro Coimbra e Guarda. Se compararmos as intensidades das produções concelhias com as dos respectivos districtos, encontraremos que as primeiras são superiores às segundas nos seguintes concelhos: = Districto de Viana = Ponte de Lima, Monção, Valença e Viana; = Distrito de Braga = Braga, Celorico de Basto, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Amares e Barcelos; = Districto do Porto = Louzada, Felgueira, Amarante, Parede (sic), Sto. Tirso e Penafiel; = Districto de Vila Real = Santa Marta de Penaguião, Mesão Frio, Pêso da Regua, Alijó, Ribeira de Pena, Vila Real, Sabrosa, Murça e Mondim de Basto; = Districto de Bragança = Carrazeda d’ Anciães, Miranda do Douro, Vila Flor, Freixo d’ Espada à Cinta, Moncorvo e Mogadouro; = Districto d’Aveiro = Castelo de Paiva, Oliveira do Bairro, Anadia, Macieira de Cambra, Arouca, Albergaria­‑a­‑ Velha e Oliveira d’Azemeis; = Districto de Coimbra = Figueira da Foz, Soure, Cantanhede, Arganil e Taboa;

208

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Districto de Vizeu = Penalva do Castelo, Armamar, Nelas, Lamego, Resende, Vouzela, Tarouca, Mondim da Beira, Penedono, S. João d’Areias, S. Pedro do Sul, Carregal, Vizeu e Sinfães; = Distrito da Guarda = Mêda, Fornos d’Algôdres, Gouveia, Almeida, Cêa e Pinhel; Passando a comparar as intensidades das produções concelhia com a media de tôda a circunscripção, são aquelas superiores a esta nos seguintes concelhos: = Districto de Viana = Ponte de Lima, Monção, Valença, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira e Melgaço; = Districto de Braga = Braga, Celorico de Basto, Vila Nova de Famalicão, Guima‑ rães, Amares, Barcelos, Cabeceiras de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vila Verde, Fafe, Espozende e Vieira; = Districto do Porto = Louzada, Felgueiras, Amarante, Paredes, Sto. Tirso, Penafiel, Maia, Marco de Canavezes, Vila do Conde, Baião, Gondomar, Porto, Valongo e Vila Nova de Gaia; = Districto de Vila Real = Sta. Marta de Penaguião, Mesão Frio, Pêso da Régua, Alijó, Ribeira de Pena, Vila Real, Sabrosa, Murça, Mondim de Basto e Vale de Passos; = Districto de Bragança = Carrazeda de Ansiães; = Districto d’Aveiro = Castelo de Paiva, Oliveira do Bairro e Anadia; = Districto de Coimbra = Nenhum concelho excede a intensidade media da circunscripção; = Districto de Vizeu = Penalva do Castelo, Armamar, Nelas, Lamego, Rezende, Vouzela, Tarouca, Mondim da Beira, Penedono, S. João d’Areias, S. Pedro do Sul, Carregal, Vizeu, Mangualde, Sinfães, Santa Comba Dão [Fl. 108], Tondela e Oliveira de Frades; = Districto da Guarda = Mêda, Fornos d’Algôdres, Gouveia e Almeida. Para se poderem comparar estas medias com as que lhes correspondem em França, organizei o seguinte quadro, calculado como os anteriores para a produção de 1892. Adoptei n’êle a divisão regional de Gustavo Heuzé, mas harmonizo­‑a em coluna à parte, com as circunscripções vinicolas a que os departamentos pertencem, segundo Victor Rendu.

209

V i n h o ,

[Divisão] regional de Gustavo Heuzé

Região do Sul

Região do Sul

Divisão regional de Gustave Heuzé

H i s t ó r i a

Região de Sudueste (sic)  

210

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Superficies kilometros quadrados

Produção de 1892 (hectolitros)

Prod. (ução) por hectares (litros)

Regiões vinicolas de Victor Rendu

Pirineus Orientais

4.122

1: 653.236

401

Sul

Aude

6: 313

3: 297.400

522



Hérault

6.198

7: 054: 353

1: 138



Gard

5.836

1: 923.808

330



Superficies kilometros quadrados

Produção de 1892 (hectolitros)

Produção por hectares (litros)

Regiões vinicolas de Victor Rendu

Ardèche

5: 527

159: 524

29

Sudeste

Drôme

6: 522

189: 881

29



Vaucluse

3: 548

284: 131

80



Baixos Alpes

6: 954

46: 835

7

Sul

Bocas do Rodano

5: 105

1: 152: 909

226



Var

6: 027

660: 670

110



Alpes Marítimos

3: 917

51: 073

13



 

 

 

 = Departamentos =

 = Departamentos =

 

 

&

  Arriége

4: 894

49: 659

10

Vinhos comuns

Alto Garona

6: 290

305: 257

49

Sudoeste

Altos Pirineus

4: 530

71: 560

16



Baixos Pirineus

7: 623

153: 121

20



Landes

9: 321

245: 800

26



Gers

6: 280

650: 000

104



Tarn e Garona

3: 720

230: 000

61



Tarn

5: 742

88: 200

15



Lôt e Garonna

5: 354

271: 850

51



Lot

5: 212

78: 189

15



Dordonha

9: 183

150: 146

16



Charente

5: 942

66: 914

11

Oeste

Charente Inferior

6: 826

399: 950

59



Gironda

10: 467

1: 843. 805

176

Sudoeste

 

 

 

 

Transcrição e publicação José Luís Braga

Região do Oeste

Divisão regional de Gustave Heuzé

Superficies kilometros quadrados

Produção de 1892 (hectolitros)

Produção por hectares (litros)

Regiões vinicolas de Victor Rendu

Vienna

6: 973

391: 870

56

Vinhos comuns

Deux Sèvres

6: 000

62: 903

10



Maine e Loire

7: 121

331: 185

47

Oeste

Morbihan

6: 793

21: 106

3

Sem vinhos

Loire Inferior

6: 875

334: 000

49

Vinhos comuns

Vendée

6: 703

116: 599

17



 = Departamentos =

[Fl. 109] Produção de 1892 (hectolitros)

Produção por hectares (litros)

Regiões vinicolas de Victor Rendu

7. 950

1: 180. 000

148

Centro

Loire

4. 760

298. 445

63

Sudeste

Alto Loire

4. 902

74. 700

15

Vinhos comuns

Região monta‑ nhosa do centro

Divisão regional de Gustavo Heuzé

Região das planicies centrais

 

 

 = Departa‑ mentos =  Puy de Dôme

Superficies kilometros quadrados

Aveynon (sic)

8. 743

90. 688

10



Corréze

5. 866

11. 718

2



 

 

 

 

6. 207

49. 128

8

Vinhos comuns

Loire et Cher

6. 351

453: 416

71

Centro

Loiret

6. 771

64. 816

10



Sarthe

Niévre

6. 817

52. 620

8



Alier [sic]

7. 308

189. 281

26



Cher

7. 199

67. 649

9



Indre

6. 795

84. 557

12

Vinhos comuns

Indre et Loire

6. 114

456. 735

75

Oeste

 

 

 

 

211

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Região do Sudeste

Divisão regional de Gustavo Heuzé

Região do nordeste

 

 = Departa‑ mentos = 

Região das planícies setentrionais

Produção de 1892 (hectolitros)

Produção por hectares (litros)

Regiões vinicolas de Victor Rendu

5. 590

40. 919

4

Sudeste

8. 289

447. 668

54



Saboia

5. 759

237. 241

41

Alto Saboia

4. 315

160. 585

37

Ain

5. 799

226. 041

39

Este

Rhodano

2. 790

390. 207

140

Sudeste

Saona e Loire

8. 552

409. 587

48

Este

Jura

4. 994

133. 675

27



Doubs

5. 228

14. 432

3



Alto Saona

5. 340

20. 062

4

Vinhos comuns

Côte d’Or

8.761

302. 500

35

Este

 

 

 

Meurthe et Moselle

5. 232

3[6]4. 528

70

Este

Meuse

6. 228

174. 931

28



Vosges

5. 853

61. 430

10

Vinhos comuns

 

 

 

Superficies kilometros quadrados

Produção de 1892 (hectolitros)

Prod.(ução) por hectares (litros)

Regiões vinicolas de Victor Rendu

Marne

8.180

127. 716

16

Oeste

Alto Marne

6.220

71. 842

12



 

= Departa‑ mentos =

Aube

6.001

124. 672

21



Yonna

7. 428

278. 087

37



Sena e Marne

5. 736

17. 848

3

Vinhos comuns

Sena e Oise

5. 604

29. 749

5



Eure e Loire

5. 874

5. 923

1



479

1. 778

4



Sena

Região do noroeste

Superficies kilometros quadrados

Altos Alpes

Divisão regional de Gustavo Heuzé

212

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Isére

 

 

&

 

 

 

 

Aisne

7. 352

14. 060

2

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vinhos comuns

Transcrição e publicação José Luís Braga

Êste quadro mostra que, dos 67 departamentos francêses que mais vinhos pro‑ duzem, 15 excederam na intensidade da produção a media dos nove districtos do Norte de Portugal e cinco d’êsses, ultrapassaram em intensidade da nossa produção districtal mais elevada, que é a de Braga, chegando um d’êles a produzir o dobro do concelho de mais intensa produção dos nove districtos que que (sic) é o de Sta. Marta de Penaguião, notando que a superficie d’êste é apenas de 6. 958 hectares e a d’êsse departamento que é o Herault, de 619.800! Êsses cinco departamentos em que a produção é maior por unidade de superficie que no districto de Braga, são tôdos na região do sul e somam as suas areas 2: 757.400 hectares, ou 77% da circunscripção portuguesa de que me estou ocupando. Devo notar que, do departamento do Herault, somente 27% da sua superficie está ocupada com vinho, atingindo a produção d’esta, a nada menos de 41 hectoliros na media! Para a Hespanha fiz calculos semelhantes, mas fui contrariado em não possuir ainda a estatistica da sua produção vinicola de 1892, tendo de me servir da de 1891 para a organização do seguinte quadro: [Fl. 110]

 

Leonesa

 

Cantabrica

Regiões

= Provincias =

Superficies kilometros quadrados

Produção em 1892 (hectolitros)

Produção por hectares (litros)

Corunha

7. 973

10. 990

1

Lugo

9. 808

99. 237

10

Oviedo

10. 596

13. 090

1

Pontevedra

4. 504

94. 940

21

Santander

5. 471

14. 062

3

Biscaia

2. 198

14. 298

6

 

 

 

  Leão

15. 971

56. 000

33

Ourense

7. 093

475. 046

66

Salamanca

12. 794

228. 208

17

Zamora

10. 711

1: 360. 000

127

 

 

 

 

213

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Produção em 1892 (hectolitros)

Produção por hectares (litros)

Riojana e Navarrense

&

Superficies kilometros quadrados

Alava

3. 122

265. 860

85

Logronho

5. 038

1: 266. 528

251

Navarra

10. 478

1: 107. 519

106

Avila

7. 722

360: 746

47

Burgos

14. 635

608. 000

42

Valencia

8. 097

431. 280

53

 

 

 

= Provincias =

 

Regiões

= Provincias =

– Superficies – (kilometros quadrados)

Produção em 1891 (hectolitros)

Produção por hectares (litros)

Castela Velha

Regiões

Segovia

7: 028

223. 860

32

Aragonesa

 

Catalã

 

Estremenha

 

214

H i s t ó r i a

Castela Velha

V i n h o ,

Soria

9. 935

57. 526

6

Valladolid

7. 880

1: 458. 460

185

 

 

 

 

 

 

 

 

Huesca

15. 224

972. 478

64

Teruel

14. 228

299: 790

21

Saragoça

17. 112

1: 680: 836

98

 

 

 

 

 

 

 

 

Barcelona

7. 731

2: 378. 790

307

Gerona

5. 884

160. 000

27

Lerida

12: 366

1: 428. 124

116

Tarragona

6. 349

1: 665. 420

262

 

 

 

 

 

 

Badajoz

22. 500

584. 064

26

Caceres

20. 755

199. 056

10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Transcrição e publicação José Luís Braga

Regiões

= Provincias =

Produção em 1891 (hectolitros)

Produção por hectares (litros)

 

 

 

7. 762

1: 002. 834

128

Guadalaxara

12. 611

515. 200

40

Toledo

14: 468

1: 087.088

75

Cuenca

17. 419

728. 288

42

 

 

 

 

 

Mancha

  Madrid

Albacete

15: 466

625. 720

40

Cidade Real

20. 305

1: 993. 410

98

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Valenciana

Castela Nova

 

– Superficies – (kilometros quadrados)

Alicante

5. 434

2: 158. 375

397

Castellon

6. 336

1: 312. 500

207

Valencia

11: 272

2: 320. 500

206

 

 

 

 

[Fl. 111] Superficies (kilometros quadrados)

Produção em 1892 (hectolitros

Prod.(ução) por hectare (litros)

Cadiz

7. 324

619. 200

85

Cordova

13: 727

216. 000

16

Huelva

10: 676

396. 000

37

Jaén

13. 426

132. 748

10

Sevilha

14. 061

240. 240

17

Bética

Regiões

Penibética

 

– Provincias –

 

 

 

 

 

 

 

 

Almeida (sic)

8. 553

56. 920

7

Granada

12. 788

336. 360

26

Malaga

7. 313

676. 380

92

Murcia

11: 597

932. 316

80

 

 

 

4. 817

575. 148

119

  Baleares

215

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

O estudo d’êstes numeros mostra que, acima de intensidade media da produção dos 9 districtos do Norte de Portugal, se acha a das provincias espanholas de Zamora, Alava, Logronho, Orense, Navarra, Valladolid, Huesca, Saragoça, Barcelona, Lerida, Tarragona, Madrid, Toledo, Cidade Real, Alicante, Castellon, Valencia, Cadiz, Malaga, Murcia e as ilhas Baleares. Superiores à intensidade da produção vinicola do districto de Braga, que foi o maior dos districtos d’esta circunscripção, ainda se acham as das provincias de Logro‑ nho, Barcelona, Tarragona, Alicante, Castelon e Valencia que somam uma area de 4: 218 hectares e por isso de 1,18 da circunscripção de que me estou ocupando. A intensidade da produção vinicola de Alicante excede o dôbro da do districto de Braga, regulando também a area da provincia espanhola pelo duplo da do nosso districto. A intensidade da produção vinicola da Italia, calculada também para a novidade de 1891, foi a seguinte: Superficies (kilometros quadrados)

Produção (hectolitros)

Prod.(ução) media por hectare (litros)

Piemonte

29. 494

3: 802.100

129

Liguria

5. 407

274.000

50

Sardenha

23. 842

1: 255. 300

53

Lombardia

24. 205

941. 000

39

Venetia

24. 025

578. 800

24

Emília

20. 750

2: 775. 800

134

Marchas e Umbria

19. 309

3: 505. 300

182

Toscana

24. 062

2: 964. 300

123

Lacio

12. 170

1: 471.600

121

Meiodia

79. 477

10: 832. 800

136

[2]5. 798

6: 569. 100

255

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

= Regiões =

Sicília

216

Transcrição e publicação José Luís Braga

Somente a Liguria, a Sardenha, a Lombardia e a Venetia baixaram, na intensidade da produção vinicola, da media da circunscripção do Norte de Portugal; todas as outras regiões as excederam, chegando a da Sicilia a ultrapassar o em quadruplo. Passaremos aqui com esta comparação porque se seguíssemos pelo imperio Austro-hungaro, veriamos que a Dalmacia tem produzido a media de 136 litros por hectare, em nada menos de 1: 743. 580 hectares de terreno. No seguinte quadro encontra­‑se a intensidade da produção vinicola nas diferentes zonas de produção em que divide as regiões vinicolas do norte de Portugal e conti‑ nuando a considerar a Beirense limitado nos nove districtos administractivos que constituem a circunscripção de que me estou ocupando: [Fl. 112]

Prod.(ução) por hectare (litros)

302

22

78

83

33

28

8

45

4

202

6

64

20

14

17

[7]

80

9

Alto Douro

331

26

88

30

35

11

3

39

1

Beirense (parte)

159

17

71

27

34

25

3

49

4

= Em tôda a circunscripção =

251

17

72

49

30

24

4

53

4

Relação da soma das sup. (eriores) com a da região por cento Relação da soma da prod. (ução) com a da região

Prod.(ução) por hectare (litros)

Minho ao Vouga Transmonta‑ nense

Relação da soma das duas sup.(eriores) com a da região (por cento) Relação da soma das duas prod.(uções) com a da região

Prod.(ução) por hectare (litros)

Territorios perdidos ou quasi perdidos

Relação da soma das suas areas com a da região (por cento)

Territorios de mediana prod.(ução) vinicola

Prod.(ução) por hectare (litros)

Centros de grande prod. (ução) vinicola

– Regiões vinicolas –

 

Êste quadro mostra que é no Alto Douro onde a produção dos centros vinhateiros atinge o máximo, seguindo­‑se­‑lhe de perto os da região vinhateira do Minho ao Vouga. Os da região Beirense, tais como se acham delimitados, são os que menos intensamente produzem.

217

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Nos territorios de mediana produção não acontece o mesmo; os que com maior intensidade produzem são os da região do Minho ao Vouga [Fl. 113] que chegam a exceder o quadruplo dos da Transmontanense, e passar do triplo dos da Beirense e a exceder muito o duplo dos do Alto Douro. Era de esperar que êste resultado se desse, atendendo a que a cultura da videira na região do Minho ao Vouga, fora dos centros é muito mais frequente que nas outras regiões vinicolas e é êsse o motivo também porque nos terrenos de insignificante produção se dá um facto análogo. A proporcionalidade da superficie dos centros produtores para com as superficies totais da região é egual (sic) na região Beirense à media geral de tôda a circuns‑ cripção, sendo maior na região do Alto Douro e do Minho ao Vouga, e menor na Transmontanense. Esta proporcionalidade para os territorios de mediana produção era quasi um terço para toda a circunscripção, regulando tambem por um terço das areas das regiões do Minho ao Vouga, Alto Douro e Beirense para cada uma d’elas. Na região Transmontanense desce a um septimo. A proporção dos terrenos de produção pequena é nula para com as superficies das respectivas regiões, é, como se devia presumir, muito maior na região Trans‑ montanense, sendo também, relativamente, os que mais produzem. Êste facto, é próprio duma região vinhateira perdida, onde aparecem isoladas algumas vinhas que escaparam à devastação das phytonoses que a destruiu. A proporcionalidade das produções dos terrenos de mediana e pequena produção para com a totalidade d’esta, é essencialmente egual nas regiões do Minho ao Vouga e na Beirense é muito menor no Alto Douro. Indicarei agora, no seguinte quadro qual a intensidade da produção dos principais centros produtores da circunscripção:

Superficies (hectares)

Prod.(ução) vinicola de 1892 (hectolitros)

Prod.(ução) por hectare (litros)

Região do Minho ao Vouga

 

 

 

 

 

 

 

Melgaço

2: 000

11: 000

5: 500

Monção

5: 880

22: 000

3: 742

Arcos de Val do Vez

2: 710

13: 000

4: 797

– Centros produtores –

218

Transcrição e publicação José Luís Braga

Superficies (hectares)

Prod.(ução) vinicola de 1892 (hectolitros)

Prod.(ução) por hectare (litros)

Ponte de Lima

8: 085

20: 000

2: 474

Cavado

31: 000

135: 000

4: 935

Alto Ave

3: 000

9: 024

3: 008

Ave

46: 000

155: 000

3: 370

Leça

2: 500

9: 000

3: 600

Sousa

6: 000

24: 000

4: 000

Tamega

64: 500

190: 000

2: 946

Beira Douro

38: 500

100: 000

2: 597

Arouca

5: 750

12: 000

2: 087

Vouga

49: 250

90: 000

1: 823

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alto Tamega

10: 250

16: 000

1: 561

Vale Passos

11: 000

28: 280

2: 571

Vila Real

6: 250

19: 000

3: 040

Murça

5: 000

15: 000

3: 000

Miranda do Douro

12: 500

11: 300

904

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Central e Ocidental

63: 750

246: 211

3: 862

Numão e Vilarinho

4: 000

4: 725

1: 181

– Centros produtores –

  – Região Transmontanense –  

  – Região do Alto Douro –  

219

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

[FL.114] – Centros produtores –

Superficies (hectares)

Prod.(ução) vinicola de 1892 (hectolitros)

Prod.(ução) por hectare (litros)

– Região Beirense –

 

 

 

***

 

 

 

Alto Varosa

5: 000

14: 000

2. 800

Mêda

16: 750

40: 200

2. 400

Alto Mondego

7: 500

4: 200

547

Dão e Mondêgo

113: 750

175: 000

1. 538

Bairrada

27: 000

25: 000

926

Sul do Mondego

12: 500

18: 000

1. 440

 

 

 

 

 

 

  ***

*** = Capitulo IV = = A produção vinicola e a população = ***

220

Incompleto ficaria êste estudo, se não procurassemos as relações da produção com a população, elementos indispensáveis para apreciar a importância comercial dos centros produtores. De feito, pode dar­‑se o facto, d’uma grande produção ser tôda consumida no próprio local, logo que êste seja um centro tão populoso que a exija tôda: pode até haver deficit, emquanto (sic) que n’outra localidade muito menos productiva, mas em que a população não seja tão densa pode dar­‑se um saldo importante sôbre o consumo local. Êsses saldos são os que interessam ao comercio. Ora, suposto varie muito o consumo de vinhos nos locais de produção, não só com as condições economicas das povoações, mas também com as qualidades dos proprios vinhos, não deixa de

Transcrição e publicação José Luís Braga

ter importância conhecer a porção d’êles que cabe a cada habitante, segundo, a produção. É o que passo a investigar para a novidade de 1892:

= Concelhos =

Prod.(ução) por habitante (litros)

= Concelhos =

Prod.(ução) por habitante (litros)

Santa Marta de Penaguião

368

Braga

152

Mondim de Basto

302

Almeida

151

Castelo de Paiva

294

Amarante

150

Mesão Frio

292

Guimarães

143

Murça

270

Santo Tirso

143

Alijó

269

Mondim da Beira

142

Celorico de Basto

268

Lamego

130

Penedono

265

Felgueiras

128

Mêda

251

Lousada

128

Penalva do Castelo

247

Vila Real

126

Pêso da Regua

245

Arouca

122

Cabeceiras de Basto

231

Vale Passos

121

Ribeira de Pena

227

Fafe

120

Vila Nova de Famalicão

216

Ponte de Lima

119

Nelas

206

Monção

118

Armamar

176

Sabroza

118

Barcelos

177

Povoa de Lanhoso

117

Amares

175

Penafiel

115

S. Pedro do Sul

162

Boticas

114

Carrazeda d'Ansiães

156

Tarouca

114

Oliveira de Frades

154

Fornos d’Algodres

111

221

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

*** [Fl. XI] Carta da produção vinicola concelhia por habitante na circunscripção do Norte de Portugal em 1.892 ***

= Concelhos =

222

Prod.(ução) por habitante (litros)

= Concelhos =

Prod.(ução) por habitante (litros)

Vouzela

107

Cêa

61

Vieira

105

Vila do Conde

59

Miranda do Douro

102

Taboaço

58

Marco de Canavezes

99

Figueira de Castelo Rodrigo

58

Gouvêa

98

Albergaria­‑a­‑Velha

57

Mangualde

96

Gondomar

56

Melgaço

95

Agueda

56

Tondela

95

Valongo

54

Anadia

93

Castro Daire

54

Rezende

93

Macieira de Cambra

53

Vizeu

92

Soure

53

Paredes

91

Celorico da Beira

52

Sinfães

91

Caminha

51

Sta. Comba Dão

90

Trancoso

50

Arcos de Val de Vez

89

Mortagua

48

Oliveira do Bairro

87

Freixo d’ Espada à Cinta

47

Ponte da Barca

82

Mogadouro

47

Vila Verde

82

Vila Flor

45

Terras de Bouro

78

Cantanhede

45

Valença

76

Sernancelhe

42

Chaves

74

S. João da Pesqueira

41

Pinhel

74

Passos (sic) de Ferreira

40

Carregal

73

S. João d’Areias

39

Maia

71

Arganil

38

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Concelhos =

Prod.(ução) por habitante (litros)

= Concelhos =

Prod.(ução) por habitante (litros)

Sever do Vouga

70

Sattam

36

Vila Nova de Fozcôa

68

Sabugal

34

Viana do Castelo

67

Paredes de Coura

33

Espozende

64

Moncorvo

33

Baião

64

Oliveira d’Azemeis

33

Vila Nova de Cerveira

61

Figueira da Foz

33

[Fl. 115]

= Concelhos =

Prod.(ução) por habitante (litros)

= Concelhos =

Prod.(ução) por habitante (litros)

Moimenta da Beira

32

Bragança

10

Aguiar da Beira

26

Mealhada

10

Vila Pouca d’Aguiar

24

Gois

9

Vimioso

24

Penacova

8

Vila Nova de Gaia

22

Fragoas

8

Manteigas

22

Guarda

8

Alfandega da Fé

20

Ovar

7

Estarreja

20

Ilhavo

6

Povoa de Varzim

19

Condeixa ­‑ Nova

6

Pampilhosa

19

Aveiro

5

Bouças

18

Montemor o Velho

5

Taboa

18

Macedo de Cavaleiros

4

Feira

15

Mirandela

4

Penela

14

Vinhais

4

Montalegre

12

Porto

3

Vagos

12

Coimbra

3

Mira

12

Oliveira do Hospital

3

Poiares

11

Miranda do Corvo

2

 

 

Louzã

1

223

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

A produção media por habitante é, para cada um dos districtos da circunscripção, a seguinte: Viana

84 litros

Braga

154 “

Porto

61 “

Vila Real

151 “

Bragança

33 “

Aveiro

46 “

Coimbra

18 “

Vizeu Guarda

103 “ 64 “

Para se colherem resultados verdadeiramente positivos d’êstes dados estatisticos, careciamos de calcular o consumo local, mas êste calculo é dificil. O consumo, já o dissemos, varia com as condições economicas das diferentes localidades e com as qualidades do vinho. Ninguém duvida que após uma novidade abundante se consome muito mais vinho no local da produção que, quando ela é escassa; se, os vinhos, por muito bons, teem preços elevados também se consomem menos; ha no Alto Douro muitos pontos em que os vinhos que ali se produzem são tôdos vendidos para exportação abastecendo­ ‑se para consumo, d’outros de fora mais ordinários; a êstes os preços elevam­‑se com os transportes e o consumo não é egual ao que seria se ali fôssem produzidos; o uso da agua­‑pé e das maroscas diminui muito o consumo local. Também se não pode equiparar o consumo dos vinhos denominados verdes, que são frescos, pouco alco‑ olicos e bastante ácidos com o dos vinhos fortes e bastante maduros que cançam (sic) muito mais o paladar. Tentou a comissão promotora do comercio de vinhos e azeites esclarecer êste ponto, mas as informações que obteve são muito desencontradas, como se vê no seguinte quadro:

224

Transcrição e publicação José Luís Braga

Consumo em litros segundo as informa‑ ções obtidas

Districtos e = Concelhos =

Consumo em litros segundo as informa‑ ções obtidas

Districto de Viana

 

Ponte da Barca

28

Melgaço

77

Ponte do Lima

19

Monção

71

Valença

26

Paredes de Coura

46

Viana do Castelo

25

 



41

Districtos e = Concelhos =

[Fl. 116] Consumo em litros segundo informações obtidas

Districtos e = Concelhos =

Consumo em litros segundo informações obtidas

Districto de Braga

 

Valongo

26

Amares

79

Vila do Conde

85

Barcelos

92

Vila Nova de Gaia

45

Braga

76

Cabeceiras de Basto

80

Celorico de Basto

73

Alijó

44

Espozende

40

Boticas

150

Fafe

113

Chaves

32

Guimarães

79

Mesão Frio

52

Povoa de Lanhoso

62

Mondim de Basto

28

Terras de Bouro

25

Montalegre

56

Vieira

76

Murça

43

Vila Nova de Famalicão

60

Pêso da Regua

24

Vila Verde

31

Ribeira de Pena

96

 

 

Vila Pouca d’ Aguiar

14

 

Vila Real

41

Districto do Porto Amarante

32

Districtos e – Concelhos –

  Districto de Vila Real

 

 

225

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Consumo em litros segundo informações obtidas

Districtos e – Concelhos –

Consumo em litros segundo informações obtidas

Baião

31

Districto de Bragança

 

Bouças

15

Alfandega da Fé

13

Felgueiras

43

Bragança

24

Gondomar

24

Carrazeda d’Anciães (sic)

9

Louzada

55

Freixo d’Espada à Cinta

17

Maia

24

Macêdo de Cavaleiros

12

Marco de Canavezes

12

Miranda do Douro

10

Paços de Ferreira

45

Mirandela

11

Paredes

66

Mogadouro

36

Penafiel

41

Vila Flor

27

Porto

13

 

 

Povoa de Varzim

101

Sto. Tirso

97

Districtos e = Concelhos =

Districtos e = Concelhos =

226

&

Districto d’Aveiro Agueda

Consumo em litros segundo informações obtidas

  46

Districtos e – Concelhos –

Consumo em litros segundo informações obtidas

Albergaria a Velha

41

Nelas

18

Aveiro

49

Oliveira de Frades

107

Castelo de Paiva

135

Penalva do Castelo

15

Estarreja

34

Penedono

9

Feira

9

Rezende

63

Macieira de Cambra

33

Sta. Comba Dão

55

Oliveira d’Azemeis

19

S. João d’Areias

26

Oliveira do Bairro

34

S. João da Pesqueira

10

Ovar

94

S. Pedro do Sul

76

Sever do Vouga

58

Sattam

26

Vagos

14

Sernancelhe

22

Transcrição e publicação José Luís Braga

Districtos e = Concelhos =  

Consumo em litros segundo informações obtidas

Districtos e – Concelhos –

Consumo em litros segundo informações obtidas

 

Sinfães

42

 

Taboaço

22

Arganil

24

Tarouca

9

Cantanhede

25

Tondela

22

Gois

12

Vizeu

40

Mira

27

Vouzela

93

Pampilhoza

20

Penela

13

Poiares

23

Aguiar da Beira

29

Soure

27

Almeida

75

Taboa

12

Celorico da Beira

8

 

Figueira de Castelo Rodrigo

26

 

 

Fornos d’Algodres

34

Carregal

11

Gouveia

57

Castro Daire

33

Manteigas

96

Mangualde

33

Mêda

80

Moimenta da Beira

35

Pinhel

39

Mondim da Beira

48

Trancoso

13

Mortagua

19

Vila Nova de Fozcoa

30

Districto de Coimbra

Districto de Vizeu

  Districto da Guarda

 

[Fl. 117] Não conseguiu a comissão informações sôbre o consumo dos concelhos de Arcos de Val de Vez, Caminha, Sabroza, Sta. Marta de Penaguião, Vale Passos, Moncorvo, Vimiozo, Vinhais, Anadia, Arouca, Ilhavo, Mealhada, Coimbra, Condeixa a Nova, Figueira da Foz, Louzã, Miranda do Corvo, Montemor o Velho, Oliveira do Hospital, Penacova, Armamar, Fragoas, Lamego, Moimenta da Beira, Cêa, Guarda e Sabugal.

227

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Calculando porém, o consumo d’êstes pelo dos concelhos limitrofes e comparando o mapa precedente assim completado com o calculo que fiz para a produção por habitante concluiu­‑se ha o seguinte: Concelhos em que a produção de 1892 excede o consumo *** Districto de Viana = Arcos de Val de Vez, Caminha, Melgaço, Monção, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira. Districto de Braga = Amares, Barcelos, Braga, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Espozende, Fafe, Guimarães, Povoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira, Vila Nova de Famalicão e Vila Verde. Districto do Porto = Amarante, Baião, Bouças, Felgueiras, Gondomar, Louzada, Maia, Marco de Canavezes, Paredes, Penafiel, Sto. Tirso e Valongo. Districto de Vila Real = Alijó, Chaves, Mesão Frio, Mondim de Basto, Murça, Peso da Regua, Ribeira de Pena, Sabroza, Sta. Marta de Penaguião, Vale Passos, Vila Pouca d’Aguiar e Vila Real. Districto de Bragança = Carrazeda d’Anciães, Freixo d’Espada à Cinta, Miranda do Douro, Mogadouro, Moncorvo e Vila Flor. Districto d’Aveiro = Agueda, Albergaria a Velha, Anadia, Arouca, Castelo de Paiva, Feira, Macieira de Cambra, Oliv.(eira) d’Azeméis, Oliv.(eira) do Bairro e Sever do Vouga. [Fl. 118] Districto de Coimbra = Arganil, Cantanhede, Figueira da Foz, Penela, Soure e Taboa. Districto de Vizeu = Armamar, Carregal, Castro Daire, Lamego, Mangualde, Mondim da Beira, Mortágua, Nelas, Oliv.(eira) de Frades, Penalva do Castelo, Penedono, Resende, Sta. Comba Dão, S. João d’Arêas, S. João da Pesqueira, S. Pedro do Sul, Sattam, Sernancelhe, Sinfães, Taboaço, Tarouca, Tondela, Vizeu e Vouzela. Districto da Guarda = Almeida, Cêa, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos d’Algodres, Gouveia, Mêda, Pinhel, Trancoso e Vila Nova de Fozcoa.

228

= Concelhos em que a produção = não chegou para o consumo – de 1892 –

Transcrição e publicação José Luís Braga

Districto de Viana = Paredes de Coura. Districto do Porto = Paços de Ferreira, Porto, Povoa de Varzim, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia. Districto de Vila Real = Boticas e Montalegre. Districto de Bragança = Alfandega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miran‑ dela, Vimiozo e Vinhaes. Districto d’Aveiro = Aveiro, Estarreja, Ilhavo, Mealhada, Ovar e Vagos. Districto de Coimbra = Coimbra, Condeixa a Nova, Gois, Louzã, Mira, Miranda do Corvo, Montemor o Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa, Penacova e Poiares. [Fl. 119] Districto de Vizeu = Fragoas e Moimenta da Beira. Districto da Guarda = Aguiar da Beira, Guarda, Manteigas e Sabugal. Tais são os resultados que se deduzem da comparação dos dois mapas e que realmente acho bem mais aproximados da verdade que os que obteria pela aplicação ao primeiro, da media geral do consumo vinicola calculado pelo Conselheiro Morais Soares ou pelas dos escritores estrangeiros que se tem ocupado d’êste assunto. *** [Fl. XII] Carta dos concelhos em que a produção excedeu o consumo em 1.892 na cir‑ cunscripção do Norte de Portugal *** = Capítulo V = Valor da produção vinicola da circunscripção do = Norte de Portugal = O valor da produção vinicola numa circunscripção é o produto de dois factores: quantidade produzida e preço da unidade.

229

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

No primeiro capítulo d’estas considerações acha­‑se o primeiro d’êstes factores: passarei a determinar o segundo. Da estatistica constam os preços medios do vinho em tôdas as freguesias da circunscripção, referem­‑se êles principalmente aos mêses de janeiro e fevereiro; contudo, ha concelhos em que essa cotação se faz em mêses posteriores àqueles. Não tem pois êsses preços a homogeneidade que era para desejar, muito mais num ano como êste, em que as suas oscilações foram grandes, pela circunstância de, após uma nascença esperançosissima, vir o triste desengano d’uma futura novidade pés‑ sima, em consequência dos estragos das doenças cryptogamicas e muito especialmente do míldio. Os preços medios concelhios, deduzidos da estatistica, são os seguintes: Preços medios dos vinhos em 1892 (por hectolitro)

Districtos e Concelhos

Preços medios dos vinhos em 1892 (por hectolitro)

Districto de Viana

 

Melgaço

3$ 754

Arcos de Val de Vez

3$ 157

Monção

3$ 761

Caminha

3$ 972

Paredes de Coura

3$ 000

Districtos e Concelhos 

[Fl. 120] Districtos e Concelhos Ponte da Barca

2$ 7[9]9

Districtos e Concelhos

Preços medios em 1892 por hectolitro

Marco de Canaves (sic)

3$ 241

Ponte de Lima

2$ 969

Paços de Ferreira

3$ 124

Valença

5$ 358

Paredes

2$ 230

Viana do Castelo

3$ 692

Penafiel

2$ 504

Vila Nova de Cerveira

4$ 253

Porto

3$ 801

= Preço medio do districto =   Districto de Braga

230

Preços medios em 1892 (por hectolitro)

3$ 544

Povoa de Varzim

2$ 261

 

Sto. Tirso

3$ 039

 

Valongo

4$ 018

Amares

3$ 034

Vila do Conde

3$ 084

Barcelos

2$ 653

Vila Nova de Gaia

Braga

3$ 001

Cabeceiras de Basto

3$ 603

= Preço medio do districto =  

2$ 000 2$ 778  

Transcrição e publicação José Luís Braga

Districtos e Concelhos

Preços medios em 1892 (por hectolitro)

Districtos e Concelhos

Celorico de Basto

2$ 435

Espozende

2$ 140

Alijó

6$ 906

Fafe

1$ 787

Boticas

2$ 972

Guimarães

3$ 000

Chaves

2$ 009

Povoa de Lanhoso

2$ 361

Mesão Frio

5$ 481

Terras de Bouro

5$ 010

Mondim de Basto

2$ 000

Vieira

1$ 800

Montalegre

5$ 600

Vila Nova de Famalicão

2$ 402

Murça

4$ 459

Vila Verde

2$ 701

Pêso da Regua

6$ 394

2$ 736

Ribeira de Pena

3$ 000

= Preço medio do districto =

Districto de Vila Real

Preços medios em 1892 por hectolitro  

 

 

Sabroza

4$ 611

Districto do Porto

 

Sta. Marta de Penaguião

6$ 500

Amarante

2$ 761

Vale Passos

5$ 319

Baião

2$ 828

Vila Pouca d’Aguiar

3$ 195

Bouças

3$ 084

Vila Real

4$ 014

Felgueiras

2$ 877

Gondomar

2$ 600

Louzada

2$ 190

Maia

3$ 084

= Preço medio do districto =   Districto de Bragança Alfandega da Fé

5$ 060     1$ 075

Preços medios em 1892 por hectolitro

Districtos e Concelhos

Preços medios em 1892 por hectolitro

Bragança

7$ 600

Districto de Coimbra

 

Carrazeda d’ Anciães

6$ 014

Arganil

6$ 001

Freixo d’Espada à Cinta

6$ 000

Cantanhede

5$ 009

Macêdo de Cavaleiros

1$ 400

Coimbra

7$ 535

Miranda do Douro

5$ 600

Condeixa a Nova

7$ 535

Mirandela

6$ 000

Figueira da Foz

3$ 000

Mogadouro

7$ 000

Gois

6$ 041

Moncorvo

6$ 000

Louzã

3$ 000

Districtos e Concelhos

231

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Districtos e Concelhos

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Preços medios em 1892 por hectolitro

Districtos e Concelhos

Preços medios em 1892 por hectolitro

Vila Flor

6$ 908

Mira

6$ 025

Vimiozo

4$ 303

Miranda do Corvo

6$ 000

Vinhaes

10$ 000

Montemor o Velho

4$ 035

5$ 977

Oliveira do Hospital

5$ 325

 

Pampilhosa

2$ 500

 

Penacova

4$ 687

= Preço medio do districto =   Districto d’Aveiro Agueda

4$ 386

Penela

5$ 294

Albergaria a Velha

1$ 000

Poiares

6$ 000

Anadia

6$ 019

Soure

4$ 667

Arouca

2$ 070

Taboa

5$ 000

Aveiro

6$ 000

= Preço medio do districto =

4$ 704

Castelo de Paiva

3$ 195

Estarreja

6$ 000

Districto de Vizeu

Feira

2$ 100

Armamar

4$ 021

Ilhavo

1$ 019

Carregal

4$ 835

Macieira de Cambra

3$ 000

Castro Daire

2$ 800

Mealhada

6$ 019

Fragoas

2$ 800

Oliveira d’Azeméis

6$ 062

Lamego

4$ 062

Oliveira do Bairro

5$ 374

Mangualde

4$ 267

Ovar

4$ 000

Moimenta da Beira

3$ 900

Mondim da Beira

3$ 139

4$ 885

Mortagua

4$ 829

3$ 753

Nelas

5$ 003

Sever do Vouga Vagos = Preço medio do districto =

232

&

2$ 1[5]8

   

Transcrição e publicação José Luís Braga

Preços medios em 1892 por hectolitro

Districtos e Concelhos

Preços medios em 1892 por hectolitro

Oliveira de Frades

2$ 003

Districto da Guarda

 

Penalva do Castelo

3$ 384

Aguiar da Beira

4$ 000

Penedono

3$ 984

Almeida

3$ 430

Rezende

3$ 642

Cêa

4$ 013

Sta. Comba Dão

4$ 929

Celorico da Beira

5$ 400

S. João d’Arêias

4$ 156

Figueira de C.(aste)lo Rodrigo

6$ 324

S. João da Pesqueira

7$ 590

Fornos d’Algodres

4$ 383

S. Pedro do Sul

2$ 776

Gouvêa

4$ 148

Sattam

1$ 073

Guarda

4$ 800

Sernancelhe

3$ 441

Mortagua

3$ 903

Sinfães

2$ 968

Mêda

3$ 999

Taboaço

4$ 766

Pinhel

4$ 000

Tarouca

2$ 948

Sabugal

3$ 487

Tondela

4$ 859

Trancozo

3$ 697

Vizeu

3$ 957

Vila Nova de Fozcoa

8$ 059

Vouzela

2$ 276

Districtos e Concelhos

= Preço medio do districto =

3$ 814

= Preço medio do districto =  

4$ 228  

[Fl. 121] Foram êstes os preços nas adegas, segundo as informações que a comissão pro‑ motora do comercio de vinhos e azeites, remeteram os administradores dos concelhos, porque para os tres principais centros comerciais da circunscripção, que são o Porto, Viana do Castelo e Figueira da Foz, seria preciso aumentá­‑los com o custo dos trans‑ portes, que, para alguns é grande, regulando entre 200 reis a 1$ 000 reis por hec‑ tolitro, consoante as distancias e as vias de comunicação. A qualidade, a abundância ou escassez, a dificuldade ou facilidade de transporte e ainda outras causas que actuam na [continua na Fl. 122]

233

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

*** [Fl. XIII] Carta dos preços medios dos vinhos nos diversos concelhos da circunscripção do Norte de Portugal em 1: 892 *** [Fl. 122] formação dos preços, muito diversos nos diferentes pontos d’esta circunscripção, dão lugar à sua grande variabilidade. Assim, por exemplo, no districto de Vila Real, vê­‑se que o preço medio dos vinhos em Alijó excedeu muito o triplo dos de Mondim de Basto, o que não admira, atendendo a que os vinhos d’êste concelho não passam de bons vinhos verdes, emquanto (sic) que nos d’aquele se encontram alguns dos mais preciosos do Alto Douro. No mesmo districto se vê atingirem os vinhos de Montalegre quasi o triplo do preço dos vinhos de Mondim de Basto, sendo êstes muito bons vinhos verdes e aqueles verdíssimos mas, enquanto aqui ha abundancia, ali ha grande escassez, tendo de ser suprimido o deficit por vinhos de fora do con‑ celho, transportados de distâncias grandes por péssimos caminhos. Calculando os preços dos vinhos por hectolitros para as diferentes regiões vinha‑ teiras, chega­‑se ao resultado seguinte: – Região do Minho ao Vouga =

2$ 885 reis



Transmontanense =

4$ 735 “



do Alto Douro =

5$ 8[0]5 “



Beirense =

4$ 293 “

Os preços medios do hectolitro do vinho nos centros produtores d’êste genero, foram os seguintes: = Região do Minho ao Vouga =

234

Melgaço

________

4$ 000

reis

Monção

________

3$ 975



Arcos de Val de Vez

________

3$ 157



Transcrição e publicação José Luís Braga

[Fl. 123] Ponte do Lima

________

3$ 225

reis

Cávado

________

3$ 281



Alto Ave

________

1$ 800



Ave

________

2$ 707



Leça

________

3$ 196



Sousa

________

2$ 551



Tamega

________

2$ 796



Beira Douro

________

2$ 991



Arouca

________

1$ 993



Vouga

________

2$ 972



= Região Transmontanense = Alto Tamega

________

3$ 947

reis

Vale Passos

________

5$ 478



Vila Real

________

3$ 920



Murça

________

4$ 554



Miranda

________

6$ 083



= Região do Alto Douro = Central e Ocidental

________

5$ 716

reis

Numão

________

7$ 246



= Região Beirense = Alto Varoza

________

3$ 120

reis

Mêda

________

3$ 646



Alto Mondego

________

5$ 262



Dão e Mondego

________

4$ 294



Bairrada

________

5$ 521



Sul do Mondego

________

4$ 353



235

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Entreguei­‑me, pacientemente, ao laborioso calculo destas medias, por entender que os êrros dos [Fl. 124] dados elementares, quer procedentes da desigualdade nas epocas das cotações, quer de más informações, que se tornam muito sensíveis n’algumas freguesias e mesmo n’alguns concelhos, quasi totalmente desaparecem nos numeros que obtivemos, que se podem incluir na parte mais exacta d’esta estatistica. Aplicando êstes preços aos quadros da produção achamos os resultados seguintes por hectolitros de vinho. 20 = Região do Minho e do Vouga =

Preço medio dos vinhos de tôda a região =

2$ 885

reis







dos princip.(ais) centros vinicolas =

2$ 935









fora d’êsses centros =

2$ 559



4$ 735

reis

= Região Transmontanense =

Preço medio dos V.(inhos) de toda a região = “





dos princip.(ais) centros vinicolas =

4$ 795









fora d’êsses centros =

4$ 605



5$ 815

reis

dos princip.(ais) centros vinicolas =

5$ 734



fora d’êsses centros =

6$ 151



4$ 293

reis21

= Região do Alto Douro =

Preço medio dos V.(inhos) de tôda a região = “











= Região Beirense =

Preço medio dos V.(inhos) de tôda a região =

236

[Fl. 125]

20







dos princip.(ais) centros vinicolas =

4$ 270









fora d’êsses centros =

4$ 332



Transcrição e publicação José Luís Braga

Os menores preços medios dos vinhos regionais são os dos vinhos verdes, os maiores os do Alto Douro. Os preços medios dos vinhos da região transmontanense e beirense pouco diferem sendo a diferença a favor d’aqueles, o que é natural, ainda que mais não seja, em resultado da grande extensão de territorios que possui, onde pouco se cultiva a videira e até muitos em que a sua cultura se não faz, havendo alem d’isso bastante dificuldade em transportar os vinhos para os seus principais centros de população, sobretudo quando são d’outras regiões. As diferenças de preços dos vinhos da região do Minho ao Vouga, comparados com os das outras, é muito sensível, regulando o preço medio d’aqueles apenas por 66 por cento dos da região beirense, por 60 por cento dos da transmontanense e por 49 por cento dos da do Alto Douro. N’essa região vinhateira, excederam o preço medio dos vinhos de toda a região, os dos centros vinicolas a que denominei de Melgaço, Monção, Arcos de Val de Vez, Ponte de Lima, Cavado, Leça, Beira Douro e Vouga. Excederam d’êle os dos centros do Alto Ave, Ave Sousa, Tamega e Arouca. Não é só à qualidade que se deve atribuir esta diversidade de cotações, ha muitas [Fl. 126] outras causas que n’ela influem, sendo das principais a vizinhança de centros populozos o isolamento das comarcas vinicolas entre vastos territorios que produzem vinhos insuficientes para o consumo e a facilidade ou dificuldade dos transportes. Assim, o preço medio dos vinhos do Tamega, que passam geralmente pelos melhores da região, é mais baixo que o medio de toda ela; as dificuldades do trans‑ porte explicam bem êste facto. É também essa mesma dificuldade no transito que ocasiona em parte os baixíssimos preços dos vinhos dos centros vinicolas do Alto Ave e Arouca. Os vinhos do Leça, que são ordinarios, teem um preço relativamente elevado, pela vizinhança em que está do Porto, e d’outras povoações importantes aquele centro vinicola. O preço medio dos vinhos produzidos fora das principais comarcas, é mais baixo que o da região, e bastante mais baixo que o preço medio d’êsses centros; êste facto está indicando que na maior parte das localidades se produzem vinhos que chegam para o consumo e que os centros vinicolas são bastantes e proximos, podendo suprir­ ‑se facilmente os deficits que haja em qualquer ponto. Na região transmontanense sobem da media geral os preços medios dos centros [Fl. 127] isolados de Vale Passos e Miranda do Douro, descendo os dos de Chaves, Vila Real e Murça.

237

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Estes ultimos estão proximos d’outros centros produtores de grande importancia, àqueles num isolamento que chegam a parecer oasis no meio do deserto; mas de facto, êsses longos tratos em que a vinha por assim dizer se não cultiva, consomem muito vinho, que lhes ficaria bem mais caro se os fôssem buscar a outros centros diferentes d’êstes. Na região duriense os preços medios dos vinhos produzidos fora dos principais centros produtores eleva­‑se muito acima dos d’aqueles. A causa já a apontei mais do que uma vez, deve­‑se às qualidades preciozas de muitos dos vinhos creados fora d’êstes centros. Um exemplo justificará o que dizemos; emquanto (sic) que o preço medio da região era de 5$ 815 reis, o preço medio dos vinhos das freguesias de Casal de Loivos e Vilarinho de Cotas e Vale de Mendiz no concelho de Alijó, não baixava de 16$000 por hectolitro! Na região beirense, os preços dos vinhos d’essa extensa comarca vinícola da Beira central, a que denomino do Dão e Mondego, regulou pelo de toda a região, excedendo os preços medios dos vinhos do Alto Mondego e Bairrada e ficando­‑lhe àquem os das outras comarcas, tanto das que li[n]dam com o Alto Douro, como os da que [Fl. 128] confina com a região Extremadurense na parte em que avultam os vinhos de caldeira, ordinario destino também de muitos dos d’êste centro, sendo êsse o motivo que me levou a incluir esta comarca no plano para a divisão do paiz em regiões vinicolas, n’essa região e não na beirense. Os vinhos do Alto Mondego são poucos para o consumo das povoações vizinhas, que produziram muitos outrora mas hoje não; os da Bairrada tiveram cotações altas, porque a produção ali enfraqueceu muito com a invasão fyloxerica, e os seus vinhos são muito procurados pelas excelentes qualidades que possuem para lotação. Ora, emquanto (sic) que os vinhos no norte de Portugal corriam não nas adegas por êstes preços, vejamos o que acontecia nas outras regiões vinicolas da Europa. Na tabela seguinte referida aos meses de Janeiro a Fevereiro de 1893, darei grande desenvolvimento às cotações dos vinhos espanhois e italianos, por serem os menos conhecidos, das dos nossos rivais nos mercados estrangeiros e a par dos preços na moeda porque são vendidos, farei a sua redução à portuguesa, supondo o franco e a lira a 180 reis, a peseta a 185 reis, o marco a 225 reis [Fl. 129] e o florim aus‑ tríaco a 435 reis. Da grande produção d’estas diversas regiões vinhateiras, faz­‑se já ideia, pelos quadros com que acompanhamos o capítulo terceiro d’estas considerações.

238

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Regiões Vinhateiras =

Preços medios

Unidade de preços

Em moeda portuguesa (reis)

= Hespanha =

 

 

 

 

 

 

19,20

pesetas

4,416

 



 

Região Leonesa =  

Toro = (Zamora) = Vinho tinto

Região Navarrense =  

Brione (Logronho) = Vinho tinto

7,79



1.441

 

Najera (Logronho) =

8,54



1.580

 

Azagra (Navarra) =

17,00



3.145

 

Sangüesa (Navarra) =

18,00



3.330

 

Murchante (Navarra) =

15,00



2.775

 

Cascante (Navarra) =

11,25



2.081

= Região de Castella Velha =  

 

Aranda do Douro (Burgos) vinho tinto

 









branco

 

6,25



1.156

12,50



2.312

 

Rosaldez (Valladolid) Branco ou tinto

15,62



2.890

 

Valoria la Buena = (Valladolid)

12,00



2.220

= Região Aragoneza =

 

 

 

Tardienta (Huesca)

11,87



2.196

 

Calatorao = (Saragoça)

8,40



1.554

 

Letux = (Saragoça)

12,50



2.312

= Região Catalã =  

Reus = (Vinhos do Priorato)

 

Barcelona ­‑ tintos

 

= Regiões Vinhateiras =

 

 

 

 

16,45



3.043

Preços medios

Unidade de preços

Em moeda portuguesa (reis)

Terragona e Valls = Vendrell =

 

 

(dos melhores districtos) brancos

14. 39

 

Montblanch =

 

 

(dos melhores districtos) brancos

 

12.74

  pesetas

2. 602  



2.357

239

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

&

 

Vila Franca del Panadês =

 

 

(dos melhores districtos) tinto de embarque

10.27



1.890

 

Idem ­‑ branco = de embarque

13.56



2.509

“ ‑­ tinto de taberna

9.05



1.674



7.00



1.295

12.50



2.312

   



 

“ caldeira Tremp = (Lérida)

 

Tarragona = (do Priorato)

15.62



2.890

 

Vendrell = (Tarragona) tintos

12.74



2.357

 

Reus = (vinhos do Priorato)

 

 

medianos ­‑ tintos

 

   

ordinarios ­‑ tintos Reus ‑­ V. (inhos) Brancos ­‑ preço medio “





­‑ ordinarios

= Região Estremenha =    

 

Reus = (vinhos do Priorato)

 

Badajoz = V.(inhos) tintos comuns “

15.62

  “

   



“ bons

2.890  

13.15



2.433

11.10



2.053

9.00



1.665

 

= Região de Castela Nova =

240

 

 

 

12.50



2.312

18.75



3.469

 

 

 

S. Martim de Valdeiglesias ­‑ (Madrid)

12.50



2.312

 

Chapinería ­‑ Madrid ­‑ vinhos de 14ª

25.00



4.625

 

Arganda = (Madrid) Vinho Tinto

17.19



3.180

 

Pastrana = (Guadelajara (sic))

10.94



2.024

 

Toledo

12.50



2.312

 

Mentrida = (Toledo)

17.20



3.182

 

Tarancón ­‑ (Cuenca)

12.50



2.312

 

Albacete ­‑ Vinho branco -

9.69



1.793

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Regiões Vinhateiras = Casas de Vez (sic) ­‑ Vinho Tinto  





­‑



Branco

 

Hellin ­‑ vinhos de 10ª a 12ª

= Região da Mancha =  

 







Branco

Tomelozo (Cidade Real) V.(inho) Tinto

 



 

Val de Penhas = V.(inho) Tinto

 













Branco

Branco

= Região Valenciana =

Moeda portuguesa (reis)

6.25

Pesetas

1.156

7.81



1.445

12.00



2.220  

17.93



3.317

17.18



3.178

10.94



2. 024

9.37



1.733

21.87



4. 046

25.00



4.625

 

 

Alicante (da novidade anterior)

 

Castalla = (Alicante)

 

Pinoso =

 

Unidade de preços

 

Cidade Real = Vinho Tinto

 

Preços medios

 

8.59



1.589

9. 37



1. 733

“ Vinho tinto de 1ª qualidade

8,56



1.584



“ Vinho tinto de 2ª qualidade

7.03



1.300



“ Vinho tinto branco­‑claro

7, 81



1. 445

6,25



1.156

13,80



1.725

 

 

Castelón = tinto

 

Sta. Magdalena de Papez (sic) (vinho de 15º) ­‑ Castelón  

Alcalá de Chivert ­‑ (Castelón) -

6.25



1.156

 

Jativa ­‑ (Valencia) de 11º a 13º

5.24



969

= Região Betica =     

 

Arcos de la Frontera (Cadiz) V.(inho) Tinto “







Branco

= Região Penibetica =      

31,25



5.781

25,00



4.625

 

Cartagena (Murcia) V.(inho) Tinto “

 

“ ***



Branco

 

18.75



3. 478

25,00



4.625

***

241

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

&

[Fl. 130] = Regiões Vinhateiras =

Preço medio

Unidade de preços

Moeda portuguesa (reis)

= Italia =

 

 

 

 

 

 

= Região Piemontesa =  

Moncalvo –

25,00

lira

4.500

 

Asti­‑barberafina – (1ª qualidade) ()

42.50



7.650

 





(2ª qualidade)



31.00



5.580

 





(grignolina) (sic)



31.00



5.580

 





nebliolo (sic)



62.50



11.250

 





moscato bianco



42.50



7.650

 





freisa



31.00



5.580

 





barberato



27.50



4.950

 





pasto



21.00



3.780

25.00



4.500

30. 00



5.400

24. 00



4.320

 

Casale Monferrato

 

Alessandria ­‑ 1ª qualidade

 







= Região Liguriense =  

 

Genova ­– barberato

 



– barbera – scelte

 

27. 00



4. 860

 

38. 00



6.840

 

– Ilha da Sardenha –

 

 

 

Cagliari

 

14.00

= Região Toscana –  

  “

 

Florença (das planícies)

2.520  

13. 00



2.340

 



Valdichiana – V.(inho) Branco

15.00



2.700

 



Valdarno – superior (das planicies)

15.50



2.790

 



19.00



3.420

 



14. 00



2.520

 



17. 00



3. 060

25.00



4.500

23.00



4.140

   

242

 





(das encostas)

Pontedera (das planicies) “

(das colinas)

Siena­‑ Chianti ­‑ (1ª qualidade) “







 

Liorne

11.00



1.980

 

Luca

12.00



2.160

Transcrição e publicação José Luís Braga

Preços medios

Unidade de preços

Moeda portuguesa (reis)

Empoli (Liorne)

16,00

Lira

2.880

Siena (Liorne)

20.00



3.600

= Regiões Vinhateiras =

  = Região de Lacio =  

 

Roma ‑­ Veletri (sic) “ extra

 

25.00



4.500

30,50



7.490

 



‑­

 



‑­ Gallipoli

17,50



3.150

 



‑­ Mosaletta

17,50



3.150

 



‑­ Partinico (doce) 1ª qualidade

25, 00



4.500

= Região do Meiodia =

 

 

Napoles ‑­ Riposto

 

 

17, 00



3.060

Cerignola ‑­ (Foggia) a 14º

(…), 14



1.285

 

Foggia ­‑ Tinto

1[1], 00



1.980

 

Barletta

1[3],16



2.369

 

Brindici

13.00



2.340

 

Leccese

16.00



2.880

 

Campi ‑­ 1ª qualidade

16.00



2.880

10.21



1.837

10.88



1.958

   



‑­ 2ª



Maglia (sic)

= Região Siciliana =  

 

Begheria (sic) e Mislimari (sic) ­‑ Branco ­ ‑ 1ª q.(ualidade)

 

23.00



4.140

 





“ 2ª qualidade

20.22



3.640

 







18.76



3.377

21.11



3.800

18.76



3.377

Castellamari (sic) del Golfo ‑­ branco ­‑ na adega

20.46



3.683

Castelvetrano e Campobello di Marzara

15.80



2.344

     

tinto

Partinico ­‑ branco “

­‑ tinto

243

V i n h o ,

H i s t ó r i a

 

Vittoria

 



 

Catania

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

&

­‑ branco

16.88



3.038

­‑ tinto

1125 (sic)



2.025

­‑ Branco

15.00



2.700

21

[Fl. 131] = Regiões Vinhateiras =

   

Terraforte (catania)

Marsalla (1ª qualidade) (e não gessado) “

Unidade de preços

14.25

Lira

2.565

19.24



3.463

18.05



3.249

 







( “

 







(gessado)

14.44



2.599

 







(

13.25



2.385



)

  = Outros paizes =

)

Moeda portu‑ guesa (reis)

Preços medios

 

 

 

 

 

Alsacia Lorena ­‑ preço medio ­‑

40.00

Marcos

9.000

 

Baden

[“]



39.00



8.775

 

Hungria

[“]



16.00

Florins

6.960

 

Bordeus

[“] superior

55.25

Francos

7.745

 



[“] comum

38.67



6.960

 

Região do Meiodia em França ­‑ comum

14.50



2.610

 

[Drita ] ­‑ Aramon et Bourret

19.00



3.420

 

Oran ‑­ Argelia ­‑ vinho 11ª a 12ª

12.00



2.160

22

Passarei agora a calcular o valor da produção, segundo os factores que se acham determinados n’este e no capitulo primeiro d’estas considerações.

244

Não conseguimos apurar a que povoação francesa o autor se referia.

21

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Districtos e Concelhos =

Valor da prod.(ução) vinicola

Lugar que ocupam na escala de valores

Lugar que ocupam na escala de produção

Viana

 

 

 

Arcos de Val de Vez

87.095: 316

29

24

Caminha

29.929: 020

82

85

 

 

A transportar =  

117.024: 336  

[Fl. 132] Valores da prod.(ução) vinicola

Lugar que ocupam na escala dos valores

Lugar que ocupam na escala da produção

117.024: 336

 

 

Melgaço

56.835.560

49

52

Monção

108.181: 404

20

22

Paredes de Coura

12.384: 000

107

102

Ponte da Barca

28.639: 368

88

69

Ponte de Lima

113.460: 335

18

12

Valença

62.479: 638

45

63

Viana do Castelo

107.503: 656

22

21

Vila Nova de Cerveira

27.0[3]6: 321

89

91

= Districtos e Concelhos =

Transporte =

= Soma =

633.544$618

 

= Braga = Amares

64.293: 712

42

37

Barcelos

211.367: 163

5

1

Braga

234.192: 038

4

2

Cabeceiras de Basto

132.723: 711

14

13

Celorico de Basto

129.118: 310

15

6

Espozende

28.696: 460

87

74

Fafe

52.852: 312

53

20

245

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Guimarães

199.170: 000

6

3

Povoa de Lanhoso

46.714: 746

58

39

Terras de Bouro

32.189: 250

79

89

Vieira

26.931: 600

90

53

Vila Nova de Famalicão

158.752: 834

10

4

Vila Verde

69: 548.049

39

27

= Soma =

1.386: 480$185

 

= Porto =

 

Amarante

127.547: 130

16

8

Baião

52.756: 340

54

44

Bouças

11: 595: 840

109

106

191.901$310

 

 

Valores da prod.(ução) vinicola

Lugar que ocupam na escala de valores

Lugar que ocupam na escala da produção

191.901$310

 

 

Felgueiras

72.362: 304

38

31

Gondomar

35: 687: 600

74

58

Lousada

42.630: 540

65

41

Maia

35.445: 840

75

65

Marco de Canavezes

82.587: 162

33

30

Paços de Ferreira

12.745: 920

106

103

Paredes

36.977: 860

73

50

Penafiel

83.470: 840

32

15

Porto

11.216: 751

110

111

Povoa de Varzim

9.021: 390

112

104

Sto. Tirso

97.521: 510

24

17

Valongo

20.568: 142

95

96

Vila do Conde

43.006: 380

64

57

Vila Nova de Gaia

24.140: 000

91

61

= Soma =

= Districtos e Concelhos = = Transporte=

246

= Soma =

799.283$549

 

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Vila Real =

 

 

Alijó

378.690: 510

1

5

Boticas

40.716: 400

68

59

Chaves

105.637: 150

33

26

Mesão Frio

119.080: 206

17

33

Modim de Basto

44. 050: 000

63

32

Montalegre

12: 880: 000

105

114

Murça

75: 624: 640

37

48

Peso da Regua

261.706: 420

2

10

Ribeira de Pena

57.300: 000

48

42

Sabrosa

76.318: 050

35

51

Sta. Marta de Penaguião

260.000: 000

3

11

Valle Passos

175.261: 000

8

16

1.607.258$ 376

 

 

Valor da prod.(ução) vinicola

Lugar que ocupou na escala de valores

Lugar que ocupou na escala da produção

1.607.258$376

 

 

Vila Pouca d’Aguiar

12.332: 700

108

105

Vila Real

170.434: 440

9

9

= A transportar =

Concelhos e Districtos = Transporte =

= Soma = = Bragança =

1.790: 025$516

 

 

 

Alfandega da Fé

2: 0064.000

134

118

Bragança

20: 314.800

96

112

Carraseda d’Anciães

111: 180.818

19

45

Freixo d’Espada à Cinta

18.600.000

97

109

Macedo de Cavaleiros

1: 090.600

136

130

Miranda do Douro

55: 932.800

50

70

Mirandela

4: 410.000

131

133

Mogadouro

53: 130.000

51

82

247

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Moncorvo

20: 340.000

84

98

Vila Flor

30: 809.680

81

100

Vimioso

10: 581.077

111

113

Vinhaes

9: 250.000

113

127

= Somas =

346.703$775

 

 

 

= Aveiro = Agueda

46: 338.090

60

68

Albergaria a Velha

7: 558.000

117

83

Anadia

89: 803.480

26

54

Arouca

40: 547.160

69

40

Aveiro

6: 360.000

119

125

Castelo do Paiva

82.268.055

34

28

Estarreja

37.620.000

72

92

Feira

13.557.600

103

88

127.375

139

138

18: 546.000

98

93

342.725$760

 

 

Ilhavo Macieira de Cambra = A transportar =

Valor da prod.(ução) vinicola

Lugar que ocupou na escala dos valores

Lugar que ocupou na escala da produção

342.725$760

 

 

Mealhada

5: 489.328

124

128

Oliveira d’Azemeis

52: 866.702

52

76

Oliveira do Bairro

41: 578.638

67

81

Ovar

4: 968.000

127

122

Sever do Vouga

13: 042.952

104

94

Vagos

6: 125.790

121

121

Districtos e Concelhos

= Transporte =

= Somas = Coimbra

248

Arganil

466.797$170

 

 

 

49: 064.176

56

80

Transcrição e publicação José Luís Braga

Cantanhede

60: 032.259

46

6[2]

Coimbra

8: 778.275

114

124

Condeixa a Nova

5: 169.010

122

134

Figueira da Foz

34: 524.000

77

64

Gois

5: 828.565

125

126

Louzã

321.000

138

139

Mira

4: 639.250

130

131

Miranda do Corvo

1: 464.000

135

137

Montemor o Velho

4: 842.000

129

123

Oliveira do Hospital

3: 557. 000

[1]32

135

Pampilhosa

5: 187.500

123

115

Penacova

6: 257. 145

120

120

Penela

7: 432.776

118

119

Soure

46: 389.980

59

71

Poiares

4: 980.000

126

129

Taboa

17: 350.000

100

108

265.817$936

 

 

– Somas – = Vizeu =

 

 

Armamar

86: 330.870

30

34

Carregal

45: 067.035

61

72





[Fl. 133] Valor da prod.(ução) vinicola

Lugar que ocupam na escala dos valores

Lugar que ocupam na escala da produção

131.397$905

 

 

Castro Daire

29.713: 600

83

67

Fragoas

1.428: 000

137

136

Lamego

149: 184: 000

11

18

Mangualde

88: 062: 346

28

38

Districtos e Concelhos

= Transporte =

249

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Moimenta da Beira

14: 235: 000

102

107

Mondim da Beira

28: 803: 464

86

73

Mortagua

21: 421. 936

94

101

Nelas

135: 781. 420

13

25

Oliveira de Frades

29: 063. 530

85

50

Penalva do Castelo

108: 088. 344

21

19

Penedono

69: 273.792

41

47

Rezende

63: 556: 542

43

46

Sta. Comba Dão

35: 143. 770

76

86

S. João d’Areias

7: 983. 676

115

117

S. João da Pesqueira

48: 758. 160

57

90

S. Pedro do Sul

49: 550. 560

25

14

Sattam

4: 957. 260

128

99

Sernancelhe

17: 920. 728

99

95

Sinfães

63: 533: 008

44

35

Taboaço

23: 734: 680

92

97

Tarouca

22: 278: 036

93

84

Tondela

136: 853. 735

12

23

Vizeu

180: 890. 500

7

7

Vousela

33: 769. 012

78

55

= Soma =

1540: 382$ 904

 

= Guarda = Aguiar da Beira

7: 800. 000

116

116

Almeida

57: 589. 700

47

49

65. 389$700

 

 

= A transportar =

250

Transcrição e publicação José Luís Braga

[Fl. 134] Valor da prod.(ução) vinicola

Lugar que ocupam na escala dos valores

Lugar que ocupam na escala da produção

65: 389. 700

 

 

Ceia

75: 845. 700

36

43

Celorico da Beira

44: 172. 000

62

79

Figueira de Castelo Rodrigo

42: 117. 840

66

87

Fornos d’Algodres

38: 969. 253

70

75

Gouveia

88: 335. 808

27

36

Guarda

14: 457. 600

101

110

Manteigas

2: 888. 220

133

132

Mêda

84: 500. 586

31

129

Pinhel

58: 400. 000

55

60

Sabugal

38: 685. 725

71

66

Trancozo

38: 672. 199

80

78

Vila Nova de Fozcoa

69: 428. 285

40

77

646. 863$916

 

 

– Districtos e Concelhos –

= Transporte =

= Somas =

= Resumo =

= Districtos =

Valor da produção vinícola

Viana

633: 544$ 618

Braga

1.386: 480$ 185

Porto

799: 283$ 549

Vila Real

1.790: 025$ 516

Bragança

346: 703$ 775

Aveiro

476: 797$ 170

Coimbra

275: 817$ 936

251

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Vizeu

1. 542: 382$ 904

Guarda

646: 863$ 916 = Somas =

7. 875: 899$ 569

[Fl. 135] O valor dos vinhos produzidos em cada uma das quatro regiões vinicolas do Norte de Portugal, foi o seguinte: Região do Minho ao Vouga “

Transmontanense



Alto Douro



Beirense

3.599: 164$440 623: 358$015 1.763: 817$430 () = Total =

1.889: 559$ 684 7.875: 899$ 569

Determinando o valor da produção vinicola em cada um dos seus principais centros, obtiveram­‑se os seguintes resultados: = Região do Minho ao Vouga = Melgaço

44: 000$ 000

Monção

72: 050 $ 000

Arcos de Val de Vez

41: 041$ 000

Ponte de Lima

64: 500$ 000

Cavado

501: 993$ 000

Alto Ave

16: 243$ 300

Ave

419: 585$ 000

Leça

28: 764$ 000

Sousa

61: 224$ 000

Tamega

531: 240$ 000

Beira Douro

299: 100 $ 000

Arouca

23: 916$ 000

Vouga

  Soma

252

267: 748$ 000 23.711: 404$ 200

 

Transcrição e publicação José Luís Braga

Pequenos centros e terrenos de mediana e pequena produção vinícola =

1.227: 760$ 240 Total

3. 599: 164$ 440

[Fl. 136] = Região Transmontanense = Alto Tamega

63: 152$ 000

Vale Passos

154. 917$ 840

Vila Real

74. 480$ 000

Murça

68. 310$ 000

Miranda do Douro

  = Soma =

68: 737$ 900

 

429: 597$ 740

Pequenos centros e terrenos de mediana e pequena produção vinicola

139: 760$ 275 Total

623: 358$ 015

Região do Alto Douro Centro produtor do Douro central e ocidental

1. 407: 342$ 076

Numão e Vilarinho da Castanheira

3. 400: 237$ 350 = Soma =

1. 441: 579$ 426

Pequenos centros e terrenos de mediana e peq.(uena) produção vinicola

322: 238$ 004 Total

1. 763: 817$ 430

= Região Beirense = Alto Varosa

43: 680$ 000

Meda

146: 569$ 200

Alto Mondego

22: 100$ 400

Dão e Mondego

751: 450$ 000

253

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Bairrada

138: 025 $ 000

Sul do Mondego Soma =

 

78: 354$ 000

 

 

1: 180: 178$ 600

 

Pequenos centros de mediana e pequena prod.(ução) vinicola =

709: 381$ 084 Total

1. 889: 559$ 684

*** [Fl. XIV] Carta do valor da produção vinicola em 1.892 nos diversos concelhos da circunscripção do Norte de Portugal *** Capítulo VI *** = A produção vinicola de 1892 comparada com as dos = anos anteriores = ***

254

Nos resumos com que acompanhei as estatisticas dos nove districtos adminis‑ tractivos da circunscripção, comparam­‑se as produções de 1892 com as de 1885 a 1887 calculadas no primeiro fascículo das “Notícias àcerca dos vinhos de Portugal”, que publiquei em 1888. Não me poupei, n’êsse tempo, a sacrificios, para alcançar com exactidão a produção de cada concelho, mas ela é tão dificil de se indagar, são tão poucos e tão falíveis os meios de que se pode lançar mão para êsse fim, que não admira escapassem êrros, como n’este hão­‑de existir e que só serão expurgados das nossas estatisticas, após reiterados trabalhos. Adquiri, contudo, a convicção de que me aproximara da verdade n’aquela carta, quando vi a carta da produção vinicola de 1884 e 1888, publicada em

Transcrição e publicação José Luís Braga

1890, pelo falecido Gerardo Pery. As produções medias que êste calculou, afastavam­‑se pouco dos dados que eu havia obtido, e as diferenças eram todas no mesmo sentido, como não podiam deixar de ser, logo que no cálculo se introduziram as novidades de 1884 e 1888 que, suposto fôssem inferiores à de 1887, eram muito superiores às de 1885 e 1886, únicas que com a de 1887 figuravam nos meus cálculos. Farei, pois, a comparação da produção vinicola de 1892, com as medias que encontrei em 1888 para os tres anos anteriores, com as que obteve Pery, para o quinquenio de 1884 a 1888, e com outras que também me merecem alguma confiança. A razão da produção media do quinquenio calculado por Pery para a do trienio que calculei em 1888 e bem assim, a relação por cento da produção de 1892 com essas duas medias, constam do mapa seguinte: [Fl. 137]

= Districtos e Concelhos =

Relação da prod. (ução) media do quinq.(uenio) de 1884 a 1888 com a do triénio de 1885 a 87

Relação da prod. (ução) de 1892 com a do trienio de 1885 a 87 – Por cento

Relação da prod. (ução) de 1892 com a do quinq. (uenio) de 1884 a 1888 ­‑ Por cento

Viana

 

 

 

Arcos de Val de Vez

1,19

81

69

Coimbra

1.14

108

94

Melgaço

1.50

189

126

Monção

1.10

64

58

Paredes de Coura

1.34

188

140

Ponte da Barca

200

102

51

Ponte de Lima

1.17

78

70

Valença

1.11

61

58

Viana do Castelo

1.04

61

58

Vila Nova de Cerveira

1.17

106

90

1.17

79

67

= Em tôdo o districto =  

 

 

255

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Braga

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

 

 

Amares

1,33

275

176

Barcelos

1.27

119

93

Braga

1.25

162

130

Cabeceiras de Basto

1.11

97

88

Celorico de Basto

1.10

108

83

Espozende

1.09

152

139

Fafe

1.33

197

148

Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 88 com a do trienio de 1885 a 1887

Relação da prod. (ução) de 1892 com a do trienio de 1885 a 87 ‑­ por cento

Relação da prod. (ução) de 1892 com o quinq. (uenio) de 1884 a 1888 ­‑ por cento

Guimarães

1,08

102

95

Povoa de Lanhoso

1.07

165

153

1.[0]8

128

109

Vieira

1.11

83

75

Vila Nova de Famalicão

1.05

107

101

Vila Verde

1.25

129

103

1,18

122

104

 

 

 

 

 

 

Amarante

1.25

105

84

Baião

1.87

233

125

Bouças

1.35

125

93

Felgueiras

1.25

126

101

Gondomar

1.67

152

92

Lousada

1.07

130

121

Maia

3.33

375

113

= Districtos e Concelhos =

Terras e Bouro (sic)

= Em tôdo o districto =   ­‑ Porto ‑­

256

&

Transcrição e publicação José Luís Braga

Marco de Canavezes

1.67

121

73

Paços de Ferreira

1.80

82

46

Paredes

1.84

105

59

Penafiel

1.11

74

67

Porto

1.21

1.18

98

Povoa de Varzim

1.08

102

95

Sto. Tirso

1.64

1.40

84

Valongo

1.34

85

64

Vila do Conde

1.23

114

95

Vila Nova de Gaia

1.67

201

121

1.40

104

85

 

 

 

1.10

1.10

100

Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 88 com a do trienio de 1885 a 1887

Relação da prod. (ução) de 1892 com a do trienio de 1885 a 87 – Por cento

Relação da prod. (ução) de 1892 com a do quinq. (uenio) de 1884 a 1888 – Por cento

Boticas

1.05

90

86

Chaves

1.60

119

75

Mesão Frio

1.25

91

73

Mondim de Basto

1.07

85

79

Montalegre

1.17

66

56

Murça

1.25

85

68

Peso da Régua

1.28

95

75

Ribeira de Pena

1.47

112

77

Sabrosa

1.66

110

68

­‑ Em todo o districto ‑­ ­‑ Vila Real ‑­ Alijó

= Districtos e Concelhos =

257

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Sta. Marta de Penaguião

1.27

105

83

Vale Passos

1.16

84

73

Vila Pouca d’ Aguiar

1.09

43

39

Vila Real

1.47

125

85

1.27

99

78

 

 

 

 

 

 

Alfandega da Fé

1.43

77

54

Bragança

1.09

8

7

Carrazeda d’Anciães

1.29

185

143

Freixo d’Espada à Cinta

1.28

77

60

Macedo de Cavaleiros

1.57

25

16

Miranda do Douro

1.19

200

167

Mirandela

2.66

24

9

Mogadouro

1.23

63

51

Moncorvo

1.33

41

31

Vila Flor

1.25

37

30

Vimioso

1.12

35

31

Vinhaes

1: 68

46

27

1.26

54

43

= Em tôdo o districto =   ­‑ Bragança ­‑

­‑ Em tôdo o districto ­‑

[Fl. 138]

Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 88 com a do trienio de 1885 a 1887

Relação da produção de 1892 com a do trienio de 1885 a 1887 ­‑ Por cento

Relação da prod. (ução) de 1892 com o quinq. (uenio) de 1884 a 1888 ­‑ Por cento

Agueda

1,79

117

56

Albergaria a Velha

1,40

151

108

Anadia

1.18

32

27

– Districtos e Concelhos –

­‑ Aveiro ­‑

258

Transcrição e publicação José Luís Braga

Arouca

1.64

98

60

Aveiro

1.14

15

13

Castelo de Paiva

1.88

151

81

Estarreja

1.46

209

127

Feira

3.97

161

41

Ilhavo

1.24

42

34

Macieira de Cambra

1.19

124

104

Mealhada

2.90

4

2

Oliveira d’Azemeis

2.86

125

44

3.60

155

43

Ovar

1.12

96

85

Sever do Vouga

1.12

75

68

Vagos

1.29

157

122

1.79

79

44

Arganil

1.39

163

118

Cantanhede

1.04

24

22

Coimbra

1.13

7

6

Condeixa a Nova

1.68

23

14

Figueira da Foz

1.17

9[6]

82

Gois

1.37

46

34

Louzã

1.26

9

7

Mira

1.20

385

321

Miranda do Corvo

1.17

8

7



do Bairro

­‑ Em todo o districto ­‑

­‑ Coimbra ­‑

259

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

[Fl. 139] Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 1888 com a do trienio de 1885 a 1887

Relação da prod. (ução) de 1892 com a do trienio de 1885 a 1887 ‑­ Por cento

Relação da prod. (ução) de 1892 com a do quinq. (uénio) de 1884 a 1888 ‑­ Por cento

Montemor o Velho

1, 62

40

25

Oliveira do Hospital

1.27

10

7

Pampilhosa

1.13

102

91

Penacova

1.22

15

12

Penela

1.49

28

23

Poiares

1.51

41

27

Soure

1.20

99

83

Taboa

1.10

14

13

118

36

31

 

 

 

 

 

 

Armamar

1.16

71

61

Carregal

1.00

42

42

Castro Daire

1.08

152

140

Fragoa

0,83

85

102

Lamego

1.11

71

58

Mangualde

3.49

172

49

Moimenta da Beira

1.27

91

72

Mortagua

1,17

74

63

Nelas

1.94

78

40

Oliveira de Frades

1.25

121

96

Penalva do Castelo

1.65

86

52

Penedono

1.09

156

145

Rezende

1.54

134

86

– Districtos e Concelhos –

– Em tôdo o districto –   – Vizeu –

260

Transcrição e publicação José Luís Braga

Sta. Comba Dão

1.05

79

75

S. João d’Areias

1.24

96

77



1.28

128

100

S. Pedro do Sul

1.11

170

154

Mondim da Beira

1,07

131

122

Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 1888 com o trienio de 1885 a 1887

Relação da produção de 1892 com a do trienio de 1885 a 1887 – Por cento

Relação da prod. (ução) de 1892 com a do quinq. (uenio) de 1884 a 1888 ­‑ Por cento

Sattam

1.24

115

93

Sernancelhe

1.09

130

119

Sinfães

1.10

107

97

Taboaço

1.39

156

112

Tarouca

1.14

126

110

Tondela

1.10

74

67

Vizeu

1.25

132

105

Vouzela

1.27

125

106

1.59

101

74

 

 

 

 

 

 

Aguiar da Beira

1.24

195

158

Almeida

1.08

93

87

Cêa

1.31

126

96

Celorico da Beira

1.27

102

80

Figueira de Castelo Rodrigo

1.62

133

82

Fornos d’Algodres

1.34

74

13

Gouveia

1.21

112

92

“ da Pesqueira

– Districtos e Concelhos –

­‑ Em tôdo o districto ­‑   ­‑ Guarda ­‑

261

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Guarda

1.61

33

20

Manteigas

0.85

123

145

Mêda

1.16

171

197

Pinhel

1.22

70

57

Sabugal

1.12

139

125

Trancoso

1.49

107

72

Vila Nova de Fozcoa

1.23

108

87

1.27

106

83

­‑ Em tôdo o districto ­‑

[Fl. 140] Passarei a examinar, para cada um dos districtos administrativos da circunscrip‑ ção, os dados que a êste mapa oferece, comparando­‑os também a outros que puder obter. Lembrarei; antes de entrar n’este detalhe, que a soma das produções vinicolas dos 9 districtos do norte de Portugal foi de 2.404: 100 hectolitros no trienio que calculei e de 2.870: 920 no quinquenio calculado por Pery, correspondendo a produção media concelhia para o primeiro d’aqueles numeros, a 16.569, e para o segundo a 20.654 hectolitros. – Districto de Viana – para o estudo comparado da produção vinicola d’êste districto em diversas epocas, é muito importante a estatistica de Furtado Coelho, na parte referente à produção d’êle, antes da invasão do oidium, isto é, a 1851. Essa produção figura no mapa com que acompanhei a estatistica do districto de Viana e por isso a não repito mas, indicarei a relação d’ela para com as medias de Pery, por serem mais altas que as minhas e com as produções actuais. Relação da prod. (ução) de 1851 com a media de 1884 a 1888

Relação da prod. (ução) de 1851 com a de 1892 ‑­ Por cento

Arcos de Val de Vez

155

191

Caminha

165

175

Melgaço

118

94

Monção

90

157

Paredes de Coura

127

89

Ponte da Barca

127

250

– Concelhos –

262

Transcrição e publicação José Luís Braga



do Lima

119

172

Valença

118

203

Viana do Castelo

100

172

Vila Nova de Cerveira

238

284

117

173

­‑ Em todo o districto ­‑

[Fl. 141] Regulava pois a produção vinicola d’êste districto, antes da invasão do oidium, por 309. 904 hectolitros a media de 1.884 e 1888 foi de 264. 990 hectolitros, a de 1885 a 1887 de 227. 200 hectolitros, e finalmente a produção em 1892 foi apenas de 178. 738 hectolitros. Comparando as produções concelhias dos dois mapas precedentes, vê­‑se: 1º que a produção vinicola de 1892 foi superior à de 1851 nos concelhos de Melgaço e Paredes de Coura, mas em tôdos os outros bastante menos. Chegando a baixar de metade nos concelhos de Ponte da Barca, Valença e Vila Nova de Cerveira; 2º que a produção de 1892 foi superior à do triénio de 1885 a 1887 nos concelhos de Caminha, Melgaço, Paredes de Coura, Ponte da Barca e Vila Nova de Cerveira, mas bastante inferior nos de Arcos de Val de Vez, Monção, Ponte de Lima, Valença e Viana do Castelo. 3º que foi superior à media de 1884 e 1888 somente nos concelhos de Melgaço e Paredes de Coura, sendo a diferença de produção para menos muito grande prin‑ cipalmente nos de Monção, Ponte da Barca, Valença e Viana do Castelo. Devo notar que a novidade de 1892, n’este districto, já se ressentiu dos ataques do mildium e ainda mais do vento frio que na primavera ocasionou grande desavinho. Achamos no primeiro capítulo d’estas considerações que n’este districto excederam em 1892 [Fl. 142] a produção media concelhia da circunscripção, os concelhos de Ponte de Lima, Viana do Castelo, Monção, Arcos de Val de Vez. A êstes, acrescentariamos o concelho de Valença tanto no trienio que calculei, como no quinquenio de que fez a estatistica Gerardo Pery. É certo porém, que, ponde de parte os acidentes que determinaram a produção de 1892, esta, mesmo nos anos normais, ainda não atinge o que houve antes da invasão do oidium.

263

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– Districto de Braga – a produção vinicola d’êste districto foi, em 1892, de 506.784 hectolitros, e portanto superior às calculadas por Pery e por mim para os mencionados quinquenios e trienios, pois que a primeira foi de 488. 497 e a segunda de 414. 000 hectolitros. Acima da produção media concelhia da circunscripção em 1892 achamos a de todos os concelhos do districto, com excepção dos de Espozende, Terras de Bouro e Vieira no trienio de 1885 a 1887 segundo a respectiva media, incluiriamos n’esta excepção o concelho de Amares, mas excluiriamos d’ela o de Vieira. No quinquenio calculado por Pery ficaram abaixo da media produção concelhia da circunscripção, os concelhos de Amares, Espozende, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira e Vila Verde. Os concelhos que teem pois ficado sempre na sua produção vinicola acima da media concelhia da circunscripção, são os [fl. 143] de Barcelos, Braga, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Guimarães e Vila Nova de Famalicão. As produções em tôdos os concelhos excedem as medias que calculei das novi‑ dades de 1885 a 1887, exceptuando as dos de Cabeceiras de Basto e Vieira. Não atingiram em 1892 a media produção calculada para as novidades de 1884 a 1888 os concelhos de Barcelos, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Guimarães e Vieira. O ultimo foi o que mais se afastou. As informações que tenho obtido são concordes em que os concelhos d’êste districto tem aumentado as suas produções vinicolas, que eram menores em tôdos êles antes da invasão do oidium. – Districto do Porto – a produção vinicola d’êste districto foi calculada em 287. 683 hectolitros na novidade de 1892. Havia sido calculada na media do trienio de 1885 a 1887 em 242. 400 hectolitros e no quinquenio de 1884 a 1888 em 340. 186 hectolitros. Os concelhos em que a produção vinicola de 1892 excedeu a media concelhia da circunscripção, foram os de Amarante, Penafiel, Santo Tirso, Marco de Canavezes, Felgueiras, Lousada, Baião e Paredes. No trienio de 1885 a 1887 só a haviam excedido os de Amarante, Felgueiras, Marco de Canavezes, Penafiel e Sto. Tirso e no quinquenio de 1884 a 1888, os de Amarante, Marco de Canavezes e Sto Tirso. [Fl. 144]

264

São pois estes tres os que teem constantemente excedido essa media.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Os concelhos em que as produções de 1892 excederam as medias d’êste quinquenio foram os de Baião, Felgueiras, Lousada, Maia e Vila Nova de Gaia, e os que mais d’ela se afastaram são os de Paços de Ferreira, Penafiel e Valongo. As informações que tenho podido colher à cerca das novidades anteriores à invasão do oidium fazem crêr que não eram superiores às actuais, antes pelo contrário lhe seriam inferiores em tôdos os concelhos. – Districto de Vila Real – os concelhos de produção superior à produção media concelhia em 1892 foram os de Alijó, Chaves, Mesão Frio, Mondim de Basto, Murça, Peso da Régua, Ribeira de Pena, Sabrosa, Sta. Marta de Penaguião, Vale Passos e Vila Real. No trienio de 1885 a 1887 foi excedido em 1892 nos concelhos de Alijó, Chaves, Ribeira de Pena, Sabrosa, Sta. Marta de Penaguião e Vila Real. A quebra na produção vinicola d’estes concelhos, n’estes ultimos anos, é eviden‑ temente devida às doenças cryptogamicas: mildio, maromba, anthrachmoze (sic), etc. – o golpe que lhe deu filoxera era anterior, notando que quando esta phitonose a enfraqueceu, já em muitos pontos do districto, não egualava à que havia sido antes da invasão do oidium. Vejamos o que nos dizem as estatisticas que se podem reputar mais exactas, àcerca d’alguns concelhos d’êste districto: Pêso da Régua Produção de 1892

40: 930

hecto.(litros)

Produção media de 1885 a 1887

43: 000



54: 891



“ em 1865 (a maior novidade do quinq.(uenio) de 1861 a 65)

104: 000



“ media de 1843 a 1851

108: 115







1884 a 1888

Tratando­‑se d’êste concelho, que é um dos mais importantes do reino, sob o ponto de vista de que me estou ocupando, não posso deixar de entrar em alguns de detalhes (sic), indicando no seguinte mapa, a produção d’algumas das suas paroquias em diversas épocas:

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Prod.(ução) em 1892 (hectoli‑ tros)

Prod.(ução) media de 1885 a 1887 (hectoli‑ tros)

Prod.(ução) media de 1847 a 1851 (hectoli‑ tros)

Prod.(ução) media de 1802 a 1811 segundo os arrolamen‑ tos da companhia

Prod.(ução) máxima de 1802 a 1811, segundo os arrola‑ mentos da companhia

900

1.260

4.130

8.303

11.449

Fontelas

7.590

5.160

7.607

1[6].094

15.329

Galafura

1.253

1.280

5.355

6.240

8.921

Godim

7.920

6.020

14.219

27.144

29.794

Loureiro

4.030

5.380

9.641

4.494

6.714

Moura Morta

3.427

4.320

3.334

_

_

Pêso da Regua

5.680

4.3[2]0

15.544

14.890

24.150

Poiares

3.200

6.500

31.846

18.555

25.943

Sedielos

4.025

5.730

3.054

_

_

Vilarinho dos Freires

2.705

2.820

13.385

16.840

24.478

 

 

 

 

 

­‑ Freguesias ­‑

Covelinhas

 

Êste pequeno quadro vale bem mais do que um bom relatorio, infelizmente, para provar a decadência da produção. A produção d’algumas d’êstas freguesias, no principio do século XVI segundo uma conta de dizimos, regulava pelo seguinte: [Fl. 145]

266

Regua

2: 820

hectolitros

Poiares

3: 220



Sedielos

1: 932



Moura Morta

1: 932



Loureiro

966



Fontelas

322



Transcrição e publicação José Luís Braga

– Murça – Produção vinicola em 1892 “

media de 1885 a 1887 (Taveira)









1884 a 1888 (Pery) em 1865

16: 960

hect.(olitros)

20: 000



24: 954



57: 469



16: 550

hect.(olitros)

15: 000



24: 915



62: 308



– Sabroza – Produção vinicola em 1892 “

media de 1885 a 1887 (Taveira)









1884 a 1888 (Pery) em 1865

O seguinte quadro prova bem a determinação da produção n’algumas das fregue‑ sias d’êste concelho.

Prod.(ução) em 1892 (hectolitros)

Vinho apresentado à prova da Companhia em 1843 (hectolitros)

Vinho arrolado pela Companhia. Media de 1802 a 1811 (hecto. (litros)

Vinho arrolado pela Companhia. Maxima no decenio 1802 a 1811. (hecto. (litros)

2.400

15.046

19.903

29.912

Covas do Douro

330

17.842

_

_

Goivães (sic)

140

5.287

4.760

6.555

Goivinhas

110

8.501

4.222

5.902

Provezende

1.600

8.228

11.682

19.695

S. Cristovam

210

4.197

_

_

4.400

_

8.989

14.662

 

 

 

 

= Freguesias =

Vilarinho de S. Romão e Celeiroz

Sabroza  

267

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Alijó D’êste concelho que é ainda hoje, de toda a circunscripção, o primeiro em impor‑ tância vinícola, temos evidentes provas da diminuição da produção, como se vê do seguinte:

Prod.(ução) em 1892 (hecto. (litros))

Vinhos que concorreram às provas da Companhia em 1843 (hecto. (litros))

Castedo

935

7: 964

Casal de Loivos

385

4: 085

Cotas

935

5: 558

Riba Longa

165

2: 483

2: 750

7: 131

Vale de Mendiz

320

6: 807

Vilarinho de Cotas

165

3: 812

– Freguesias –

Favaios

Santa Marta de Penaguião O seguinte quadro mostra as diversas fases porque tem passado a produção d’êste concelho que, em 1865, ainda produziu 59: 535 hectolitros de vinho.

Prod.(ução) em 1892 (hecto. (litros))

Vinhos que foram enviadas amostras à prova da Companhia em 1843 (hecto. (litros))

Media dos arrolamentos da Companhia 1802 a 1811

Maximos arrolamentos da Compa‑ nhia no decenio de 1802 a 1811 (hecto. (litros))

Alvações do Corgo

3.200

7.482

7.971

10.677

Cever

5.970

8.897

9.975

13.356

Cumieira

6.610

10.753

12.694

18.773

Fontes

4.530

5.103

_

_

Fornelos

2.510

2.381

_

_

S. João de Lobrigos

5.990

10.706

16.776

27.613

– Freguesias –

268

Transcrição e publicação José Luís Braga

S. Miguel de Lobrigos

5.680

6.797

8.877

14.163

Medrões

1.300

1: 975

_

_

Sanhoane

2.230

4.442

7.806

11.728

[Fl. 146] = Vila Real = D’êste concelho tenho em meu poder um documento oficial coevo, que prova que a sua produção vinicola foi, em 1865, de 51.443 hectolitros, enquanto que a de 1892, foi calculada em 42.460 hectolitros, cada quinquenio de 1884 a 1888 em 49.950 hectolitros. Bastam êstes exemplos para provar que o districto de Vila Real, pelo menos na sua parte mais importante, baixou muito na produção vinicola com a invasão de oidium e ainda mais com a da filoxera. Districto de Bragança N’este districto em que nunca se levou a cultura da videira ao apogeu, porque tanto os seus climas como os solos são apropriadíssimos, para ela, tem havido notavel decadência de produção, entrando no numero d’aqueles em que a filoxera tem feito maiores estragos. Comparando as medias produções do trienio de 1885 a 1887 com as do quinquenio de 1884 a 1888, as maiores diferenças são as dos concelhos de Alfandega da Fé, Macedo de Cavaleiros, e principalmente a do de Mirandela. Não foi da colheita de 1888 que resultaram estas diferenças, mas sim da de 1884 que avultou mais n’estes concelhos, já n’êsse ano bastante depauperados n’este ramo de produção, em relação aos anteriores. Se compararmos as produções de 1892 com as d’êsses dois períodos, vê­‑se que aumentaram as dos concelhos de Carrazeda d’Anciães e Miranda do Douro, mas cumpre­‑me aqui declarar, que atribuo êste aumento, em parte, a mais exactas infor‑ mações agora recebidas. Nos restantes concelhos o decrescimento é enorme. [Fl. 147] Feita a comparação com as medias que encontrei, que são bastante mais baixas que as de Pery, vê­‑se que a produção de 1892 ficou entre 25 a 50 por cento da media do trienio de 1885 a 1887 nos concelhos de Macedo de Cavaleiros, Moncorvo, Vila Flor, Vimioso, Vinhais, descendo de 25 por cento nas de Mirandela e Bragança, não

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chegando êste a produzir 7 por cento da media anual d’êsse trienio que foi elevada pela colheita de 1885. O concelho de Carrazeda d’Anciães foi o único, n’este districto, em que a produção de 1892 se elevou a cima da produção vinicola media concelhia da circunscripção, e foi também êle com o de Bragança, os que, no mesmo districto, excederam as respectivas medias concelhias, tanto as calculadas por mim como por Pery, nos trabalhos a que me refiro. Eis alguns dados que obtive àcerca da produção vinicola d’alguns concelhos d’êste districto, que deverão pecar por defeito, mas que, a­‑pesar­‑d’isso, provam bem o seu decrescimento. = Alfandega da Fé = Está calculada a sua produção de 1892 em 1: 920 hectolitros; a estatistica oficial de 1882 calcula­‑a em 7: 800. = Macedo de Cavaleiros = A sua produção em 1892 foi, segundo a nossa estatistica, de 7.779 hectolitros, a de [Fl. 148] 1881 dá­‑lhe uma produção de 8.800 e a de 1856 de 11: 600 hectolitros. = Mirandela = As informações que obtivemos, indicam para êste concelho, em 1892 uma pro‑ dução vinicola de 735 hectolitros; a de 1896, sagundo (sic) uma estatistica oficial que possuimos, havia sido de 9. 700 hectolitros. = Vila Flor = Calculamos a produção d’êste concelho na novidade de 1892 em 4: 460 hectoli‑ tros; a media do quinquenio de 1884 a 1888 foi calculada em 14. 976 hectolitros e a estatistica oficial dá­‑lhe, em 1881, a produção de 27: 000 hectolitros de vinho.

270

= Vinhais = Calculei em 925 hectolitros a produção vinicola de 1892 d’êste concelho, que, aos seus vinhedos deve o nome, havia­‑a calculado em 2: 000 nas medias do trienio de 1885 a 1887; a estatistica oficial de 1881 calculou­‑a em 29.300 hectolitros, e finalmente um documento oficial coevo que possuo, de 1865 diz que n’este ano teve uma produção de 76.928 hectolitros de vinho.

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Districto de Aveiro = Somente os concelhos de Castelo de Paiva e Arouca, ambos na região dos vinhos verdes, excederam em 1892 pela sua produção vinicola, a media concelhia de toda a circunscripção. [Fl. 149] Ainda pelo meu calculo das medias de 1885 a 1887 pelo de Pery das de 1884 a 1888, juntariamos a êsses dois concelhos os de Anadia e Mealhada, cujas produções decresceram enormemente, principalmente a do segundo, sendo a de 1892 apenas de 4 por cento da que calculei n’aquela época para êste ultimo concelho. Os concelhos d’êste districto, para que encontro, em 1892, produções vinicolas superiores às do trienio que calculei em 1888, são as de Àgueda, Albergaria a Velha, Castelo de Paiva, Estarreja, Feira, Macieira de Cambra, Oliveira d’Azemeis, Sever do Vouga, Oliveira do Bairro e Vagos, tôdos à excepção dos dois últimos na região vinícola do Minho ao Vouga. A media de Pery para o quinquenio de 1884 a 1888 é apenas excedida pelos de Albergaria a Velha, Estarreja, Macieira de Cambra e Vagos. Em tôdos os outros o depauperamento n’este ramo de produção é grande, che‑ gando a ser muito considerável nos concelhos de Anadia, Aveiro e Mealhada. A filoxera que poupou êste districto por muitos anos, tem­‑lhe n’estes ultimos produzido enormes estragos. A sua posição litoral e a sua orografia torna aqui fácil a propagação e o desen‑ volvimento das doenças cryptogamicas. [Fl. 149 [bis]] Darei algumas informações que obtive à cerca da produção dos concelhos d’êste districto, em diversas épocas. = Albergaria a Velha = A produção d’êste concelho, em 1892, foi de 7.558 hectolitros de vinho; antes do oidium regulava esta produção por 14.544 hectolitros.

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= Anadia = A estatistica oficial dá­‑lhe em 1894, nada menos de 67. 400 hectolitros de vinho; a sua produção vinicola media no quinquenio de 1884 a 1888 foi de 54.227 hecto‑ litros, e em 1892 avaliamo­‑la em 14.920. Devo notar que essas produções entre 1884 e 1888, excede em muito a media que obteve o Conselheiro Aguiar para a produção d’este concelho antes da invasão do oidium, o que não admira, porque a cultura da videira na Bairrada desenvolveu­‑se muito depois da devastação operada pela filoxera no Douro. = Feira = Podia calcular­‑se a produção media d’êste concelho antes da invasão do oidium em 24.804 hectolitros, em 1892 calculamo­‑la em 6.456 hectolitros. = Macieira de Cambra = Produziu em 1892, segundo a estatistica, 6.182 hectolitros de vinho; antes de receber os ataques do oidium regulava a sua produção por 11. 340 hectolitros. [Fl. 150] = Mealhada = Segundo as informações obtidas, para êste concelho, pelo Conselheiro Aguiar, a sua maxima produção no periodo de 1848 a 1865 foi de 16. 565 hectolitros, no primeiro d’aquela serie de 18 anos. Essa produção, depois, com o desenvolvimento da cultura na Bairrada, quando os seus vinhos eram procurados em substituição dos do Douro, subiu até alcançar a media de 55. 137 hectolitros no quinquenio de 1884 a 1888. Hoje acha­‑se quasi totalmente perdida, regulando em 1892, segundo os dados que pude colher, apenas por 912 hectolitros. = Oliveira d’Azemeis = Antes da invasão do oidium produziu a media anual 23.370 hectolitros de vinho; em 1892 calculámos a sua produção vinicola 8. 621 hectolitros.

272

= Oliveira do Bairro = Anteriormente ao ataque do oidium regulava a sua produção vinicola em 19.800 hectolitros; calcula­‑a, para 1892, o administrador do concelho em 7.737 hectolitros, e nenhum dos dados, tanto oficiais como não oficiais, que pude obter àcerca da

Transcrição e publicação José Luís Braga

produção d’êste concelho, entre essas epocas, excede a media de 18.000 hectolitros encontrada por Pery para o quinquenio de 1884 a 1888. [Fl. 151] = Sever do Vouga = Produzia a media anual de 23: 040 hectolitros antes do oidium, atingindo n’alguns anos cerca de 30: 720; hoje, acha­‑se muito reduzida a sua colheita vinicola, pois que Pery calculou a sua media para o quinquenio de 1884 a 1888 em 8: 940 hecto‑ litros e, segundo as informações que recebemos, foi, em 1892, apenas de 6: 044. Conclui­‑se de tôdos êstes dados, que a produção vinicola d’este districto com excepção dos concelhos de Arouca e Castelo de Paiva, foi muito depauperada pela invasão do oidium nos concelhos produtores de vinhos verdes, e pela filoxera n’aqueles em que se produzem vinhos maduros. = Districto de Coimbra = Comparando a produção dos diferentes concelhos d’êste districto com as medias encontradas por Pery para o período de 1884 a 1888, só excederam estas em 1892, as produções dos concelhos d’Arganil e Mira, mas este é absolutamente destituído d’importancia no ramo da riqueza agricola de que me estou ocupando. Pelo contrário, baixaram muito da media produção vinicola que calculei para o triénio de 1885 a 1887 as produções em 1892, dos concelhos de Cantanhede, Condeixa a­ Nova, Gois, Montemor­‑o­‑Velho, Penacova, Penela, Poiares e Taboa, e ainda mais porque desceriam para menos de 10 por cento d’essas produções, os concelhos de Coimbra, Louzã, Miranda do Corvo e Oliveira do Hospital. [Fl. 152] Nenhum concelho atinge hoje n’este districto a media produção concelhia da circunscripção e não acontecia outro tanto com as medias calculadas por Pery e por mim no periodo de 1884 e 1888, em que os concelhos de Cantanhede e Taboa as ultrapassaram. As informações que obtive para alguns concelhos d’êste districto dão os seguintes resultados:

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&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

= Arganil = Antes da invasão do oidium, segundo um documento oficial inedito e antigo que possuo, regulava a produção vinicola d’êste concelho por 39: 339 hectolitros em 1892 calculei­‑a em 8: 176. = Cantanhede = Na estatistica oficial de 1884 vem calculada a produção vinicola d’êste concelho em 70: 987 hectolitros, a media d’êsse ano com as seguintes até 1888 ainda atingiu 54: 912, mas nas informações oficiais que recebemos em 1892, acha­‑se reduzida a 1: 961 hectolitros. = Coimbra = Pery calculou a produção media d’êste concelho no quinquenio de 1884 a 1888 em 19. 178 hectolitros; as informações oficiais que obtive à cerca da sua produção em 1892, limitam­‑na a 1: 165 hectolitros. = Condeixa­‑a­‑Nova = Anteriormente a aparição de oidium regulava a sua produção vinicola media por 6.900 hectolitros; a de 1892 acha­‑se na estatistica calculada a 686. [Fl. 153] = Figueira da Foz = A­‑pesar­‑de n’este concelho se haverem plantado muitas vinhas, a sua produção, antes do oidium, era calculada em 51: 855 hectolitros. Pery calculou­‑a em 14. 068 para o quinquenio de 1884 a 1888, e na estatistica de 1892 foi calculada em 11. 508 hectolitros. = Gois = A produção vinicola d’êste concelho calculada na estatistica de 1892 em 965 hectolitros teve, segundo Pery, a media de 2: 875 nos anos de 1884 a 1888, e antes do oidium regulava por 9. 156 hectolitros.

274

= Louzã = Segundo as estatisticas de 1892, é o concelho que na circunscripção de que estou tratando produz menos vinho, pois limita essa produção a 107 hectolitros.

Transcrição e publicação José Luís Braga

Pery, no quinquenio que calculou, deu­‑lhe media de 1: 500 hectolitros, mas antes da invasão do oidium dizem documentos oficiais em meu poder, quasi coevos, que era de 36. 531 hectolitros. Esta grande produção justifica haver o nosso Duarte Nunes de Leão, que escreveu nos fins do seculo XVI, incluindo a Louzã nas grandes comarcas vinhateiras do reino. = Miranda do Corvo = A produção vinicola d’este concelho, calculada antes da invasão do oidium em 12: 855 hectolitros, descem a ponto de [Fl. 154] Pery lhe calcular a media, no quin‑ quenio de 1884 a 1888 em 3: 515 hectolitros, e a estatistica de 1892 baixa­‑a a 244 hectolitros. = Oliveira do Hospital = Antes do oidium calculavam a produção anual d’êste concelho em 26: 820 hec‑ tolitros, Pery para o quinquenio de 1884 a 1888, calculou­‑lhe a media em 8: 922 hectolitros, e em 1892 a estatistica redu­‑la a 668 hectolitros. = Penacova = A produção d’êste concelho parece não haver decrescido até 1888, pois que a media de 10 970 hectolitros, calculada para o quinquenio de 1884 a 1888 eguala a media antes da invasão do oidium, mas a filoxera devastou­‑a por forma que, em 1892, foi calculada em 1,335 hectolitros. = Poiares = Anos antes da invasão do oidium regulou a sua produção vinicola entre 9: 720, e 14: 590 hectolitros. Pery nas suas medias ainda a calculou em 3: 023 hectolitros sendo, pela estatistica de 1892, n’êsse ano apenas 830 hectolitros. = Taboa = A produção vinicola media d’êste concelho calculada por Pery para 1884 a 1888, é de 27: 564 hectolitros; eguala a media dos anos anteriores ao [Fl. 155] ataque do oidium, mas os estragos da filoxera tem sido tais, que a estatistica de 1892 avaliou­‑a em 3.470 hectolitros. O estudo d’êstes numeros prova que, se é verdade o que diz o Concelheiro (sic) Aguiar de ao oidium se dever a região vinicola do Alentejo, também é verdade haver êle aniquilado as comarcas vinicolas do districto de Coimbra bem como as dos vinhos verdes situados ao sul da bacia do Douro.

275

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

&

= Distrito de Vizeu = Aos concelhos que em 1892 produziram mais vinho que a media produção vinicola em toda a circunscripção, foram as de Vizeu, S. Pedro do Sul, Penalva do Castelo, Lamego, Tondela, Nelas, Armamar, Cinfães, Mangualde, Rezende e Penedono. No quinquenio de 1884 a 1888, excederam a media produção concelhia da cir‑ cunscripção os concelhos de Armamar, Carregal, Lamego, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, S. Pedro do Sul, Cinfães, Tondela e Vizeu. A estatistica de 1892 dá produções superiores às medias d’êsse [Fl. 156] quin‑ quenio nos concelhos de Castro Daire, Fragoas, Mondim da Beira, Penedono, S. João da Pesqueira, S. Pedro do Sul, Sernancelhe, Taboaço, Tarouca, Vezeu (sic), Vouzela. De produção inferior a 50% d’essas medias só ha o concelho do Carregal, mas a ­‑ pesar ­‑ d’esta circunstancia, a produção media do districto, que foi calculada para aquele quinquenio em 541: 900 hectolitros, baixou, em 1892, segundo a estatistica que serve de base a êste estudo, para 403.861 hectolitros. Dos apontamentos que tenho coligido à cerca da produção vinicola d’êste districto em epocas anteriores, merecem­‑me credito os seguintes. = Armamar = A comparação da produção vinicola de tres das freguesias da região Duriense, em diferentes épocas, dá o seguinte resultado:

Produção em 1892 (hectolitros)

Vinhos que concorreram à prova da Compa‑ nhia a 1843 (hectolitros)

Maximas prod. (uções) constantes do arrolamento no decenio de 1802 a 1811

Folgoza

380

6.552

7.222

Santo Adrião

230

2.149

2.744

Vila Sêca

400

5.307

5.136

 

 

 

= Freguesias ­‑

 

276

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Castro Daire = A produção vinicola d’êste concelho em 1892, sendo de 10.612 hectolitros eleva­ ‑se das calculadas oficialmente em tôdo o decenio anterior, mas no decenio que precedeu a invasão do oidium regulou entre 12.528 e 13.920 hectolitros. = Lamego = A sua media produção vinicola, segundo Pery, foi, no quinquenio de 1884 a 1888, de 55.060 hectolitros, tendo sido a sua produção em 1884, segundo estatistica oficial, de 66. 662 hectolitros; em 32. 000 hectolitros se acha calculada na estatistica de 1892. Direi ainda, a nota da produção comparada em diferentes epocas para algumas das freguesias d’êste concelho:

Produção em 1892 (hectolitros)

Vinho arrolado para prova da Companhia em 1843 (hectolitros)

Maxima dos arrolamentos da Companhia no decenio de 1802 a 1811 (hecto.(litros))

Produção no principio do seculo XVI (hect.(olitros))

4: 000

14: 628

19: 195

_

690

3: 607

2. 546

_

3: 100

9.420

12: 420

6.334

Produção em 1892 (hectolitros)

Vinho arrolado para a prova da Companhia em 1843 (hectolitros)

Maxima dos arrolamentos da Companhia no decenio de 1802 a 1811 (hectolitros)

Prod.(ução) no principio do seculo XVI (hectolitros)

Samodães

2.680

4.013

4.218

_

Sande

1.100

1.865

_

_

Valdigem

2.600

7.822

7.940

_

Lamego (Almacave)

3.600

_

_

10.134

Lamego (Sé)

2.000

_

_

4.054

960

_

_

12.667

= Freguesias =

Cambres Parada do Bispo Penajoia

Freguesias

Bertiande

277

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

= Mondim da Beira = Que a produção vinicola da parte d’êste concelho tem decrescido, basta dizer que, segundo uma conta de dízimos, foi 4. [9]91 hectolitros no princípio do século XVI a produção da freguesia da sua sède, sendo a de 1892 apenas de 1. 554 hectolitros. = Oliveira de Frades = A produção vinicola d’êste concelho, antes da invasão do oidium, regulava por 47.670 hectolitros; em 1865, segundo documento oficial que d’êsse ano possuo foi de 20.770 hectolitros e é de 14: 510 hectolitros o numero que a representa na esta‑ tistica de 1892. = S. João d’Areias = Foi calculada na estatistica de 1892 a produção vinicola d’êste concelho em 1: 921 hectolitros, segundo um documento oficial que possuo de 1861, produziu n’êsse ano 6.700 hectolitros de vinho. = S. João da Pesqueira = É um dos concelhos de maior e mais notavel produção do Alto Douro, e também dos que mais sofreram com a filoxera. [Fl. 157] Na estatistica de 1892 acha­‑se calculada a sua produção vinicola em 6.424 hectolitros, já superior à dos calculos feitos por Pery para o quinquenio de 1884 e 1888, mas em 1864 segundo um documento oficial do ano seguinte, que conservo em meu poder a sua produção regulou por 35.000 hectolitros. A comparação da produção vinicola actual com o vinho arrolado pela Companhia dos Vinhos do Alto Douro em 1843 dá o resultado seguinte:

Prod.(ução) de 1892 (hectolitros)

Arrolamento da Companhia de 1893 (hectolitros)

Casais

750

5.236

Castanheiro

85

7. 026

Desejosa

35

401

= Freguesias =

278

Transcrição e publicação José Luís Braga

Ervedosa

1.300

13. 017

Nagoselo

260

2. 101

1.110

3. 362

Serzedinho (sic)

85

2. 544

Soutelo

215

7. 453

Valença

75

8. 466

 

 

 

S. João da Pesqueira

S. Pedro do Sul A­‑pesar­‑de atacado pelo oidium e ainda mal tratado, a produção vinicola d’êste concelho em 1865, segundo um documento oficial que possuo d’êsse mesmo ano, foi de 56.905 hectolitros; na estatistica de 1892 calculei a sua produção em 34.060 hectolitros, que é superior à que [Fl. 158] consta de tôdos os documentos oficiais desde 1880. = Sattam = A media produção vinicola d’êste concelho antes da invasão do oidium era de 8. 000 hectolitros; na estatistica de 1892 acha­‑se reduzida a 4.620 hectolitros. = Sinfães = Calculavamos em 21.406 hectolitros a sua produção de 1892, mas no decenio anterior à invasão do oidium, foi avaliada entre 38. 000 e 51. 000 hectolitros. = Taboaço = A produção vinicola d’êste concelho, em 1892, foi calculada em 4.980 hectolitros, numero êste superior à media calculada por Pery para as novidades de 1884 a 1888. Em 1865 foi calculada oficialmente essa produção em 10.211 hectolitros, e antes da invasão do oidium regulava por 16.188. Faz­‑se melhor ideia do depauperamento da produção vinicola de parte d’êste concelho, pelo seguinte quadro, relativo a tres freguesias que enviaram amostras à prova da Companhia em 1843.

279

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Produção de 1892 (hectolitros)

Vinhos que representavam as amostras enviadas à prova da Companhia em 1843 (hectolitros)

Adorigo

400

5.289

Taboaço

500

4.617

Tavora

500

685

= Freguesias =

 

= Vizeu = Em 62.400 hectolitros era calculada a produção vinicola media d’êste concelho, antes da invasão do oidium. A estatistica de 1892 avalia­‑a em 47 309 hectolitros e cumpre­‑me notar que excede a media calculada por Pery para o quinquenio de 1884 a 1888. = Vouzela = A produção vinicola d’êste concelho, tal qual vem indicada nas informações que recebemos do administrador do concelho, foi, em 1892, de 14.837 hectolitros, superior como do concelho precedente, à calculada por Pery. Antes da invasão do oidium, regulava por 20.000 hectolitros.

280

= Districto da Guarda = Em 1892 produziram mais que a media concelhia de tôda a circunscripção, os concelhos de Almeida, Cêa, Gouveia e Mêda. No trienio de 1885 a 1887 excederam a produção vinicola media concelhia, os concelhos de Almeida, Gouveia e Pinhel e no quinquenio de 1884 e 1888 somente os concelhos de Gouveia e Pinhel. Os concelhos que na estatistica de 1892 tem produções vinicolas superiores às calculadas n’êsse quinquenio, foram os de Aguiar da Beira, Manteigas, Mêda e Sabugal, mas os dois primeiros não teem, nem podem ter, pela sua posição topografica, importancia n’este ramo de riqueza agricola. O concelho da Guarda é o mais notavel pela grande quebra que teve na sua produção vinicola em 1892, reduzida à quarta parte da media calculada por Pery [Fl. 159] e à terça parte do que eu calculei para o trienio de 1885 a 1887. Afora as diferenças de produção que se veem no mapa comparativo com que acompanhamos a estatistica d’êste districto dos dados que possuimos, e que mani‑ festam a diminuição da produção de 1892, comparadas com outras de épocas ante‑

Transcrição e publicação José Luís Braga

riores, referem­‑se a 1865 e tiveram lugar somente para os concelhos de Fig.(ueira) de Castelo Rodrigo e Guarda, sendo n’êsse ano a produção, primeiro de 12.045 e a do segundo de 17.201 hectolitros. Resumo o que disse à cerca da produção compa‑ rada, com diversas epocas, dos concelhos d’esta circunscripção no seguinte mapa:

Districtos e Concelhos

Produção em 1892 (hectolitros)

= Viana =

Produções máximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros)

Quando tiveram lugar 

 

 

 

Arcos de Val de Vez

27.588

52.706

Em 1851

Caminha

7.335

13.172

Idem

Melgaço

15.140

15.140

Em 1892

Monção

28.764

49.894

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Paredes de Coura

4.128

4.128

Em 1892

Ponte da Barca

10.232

25.555

Em 1851

Ponte de Lima

38.215

65.675

Idem

Valença

11.661

23.270



Viana do Castelo

29.118

49.962

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Vila Nova de Cerveira

6.357

16.782

Em 1851

178: 538

316: 284

 

 

 

 

Amares

21.168

21.168

Em 1892

Barcelos

79.671

85.213

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Braga

78.038

78.038

Em 1892

178: 177

184: 419

 

= Somas =   = Braga =

= A transportar =

281

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

[Fl. 159] Districtos e Concelhos = Transporte =

Produções máximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros)

Quando tiveram lugar 

178.877

184.419

Cabeceiras de Basto

36.827

41.934

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Celorico de Basto

53.026

63.966

Idem

Espozende

9.139

9.133

Em 1892

Fafe

29.576

29.576

Idem

Guimarães

66.390

70.112

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Povoa de Lanhoso

19.786

19.786

Em 1892

Terras de Bouro

6.425

6.425

Idem

Vieira

14.962

19.974

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Vila Nova de Famalicão

66.017

66.017

Em 1892

Vila Verde

25.749

25.749

Idem

506: 774

537: 097

 

 

 

 

 

 

 

Amarante

46.030

54.860

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Baião

18.655

18.655

Em 1892

Bouças

3.760

4.052

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Felgueiras

25.152

25.152

Em 1892

Gondomar

13.726

14.996

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Louzada

19.466

19.466

Em 1892

Maia

11.260

11: 260

Idem

25.4[8]2

34.969

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Paços de Ferreira

4.080

8.983

Idem

Paredes

16.582

28.091

Idem

Penafiel

33.335

49.984



Porto

2.951

3.015



= Somas =   = Porto =

Marco de Canavezes

282

Produção em 1892 (hectolitros)

Transcrição e publicação José Luís Braga

Povoa de Varzim

3.990

4.220



Sto. Tirso

32.090

38.036



256: 559

315: 739

 

= A transportar =

Districtos e Concelhos = Transporte =

Produção em 1892 (hectolitros)

Prod.(uções) máximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros

Quando tiveram lugar

256,559

315,739

Valongo

5.119

8.040

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Vila do Conde

13.945

14.968

Idem

Vila Nova de Gaia

12.070

12.070

Em 1892

287.693

350.817

 

 

 

= Vila Real =

 

 

Alijó

54.835

55.102

Media de 1884 a 1888, mas havia sido m(ui).to maior em

Boticas

13.700

15.982

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Chaves

26.350

35.103

Idem

Mesão Frio

21.726

29.972

Idem

Mondim de Basto

22.025

27.895

Idem

Montalegre

2.300

4.100

Idem

Murça

16.960

57.469

Em 1865

Pêso da Régua

40.930

183.888

Em 1805

Ribeira de Pena

19.100

24.928

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Sabrosa

16.550

105.567

Em 1804

Sta. Marta de Penaguião

40.000

103.234

Idem

Vale Passos

32.950

45.200

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Vila Pouca d’Aguiar

3.860

9.818

Idem

Vila Real

42.460

51.443

Em 1865

353,746

749,701

= Somas =

= Somas =

283

V i n h o ,

H i s t ó r i a

= Bragança =

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

 

 

Alfandega da Fé

1: 920

7.800

Em 1882

Bragança

2.673

38.272

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Carrazeda d’Anciães

18.487

18.487

Em 1892

Freixo d’Espada à Cinta

3.100

5.128

Media de 1884 a 1888 (Pery)

26.180

69.687

= A transportar =

[Fl. 160] Districtos e Concelhos = Transporte =

Prod.(uções) maximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros)

Quando tiveram lugar 

26. 180

69.687

779

11.600

Em 1856

9.988

9.988

“ 1892

Mirandela

735

9.700

“ 1856

Mogadouro

7. 590

14.784

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Moncorvo

4. 890

15.941

Idem

Vila Flor

4. 460

27.000

Em 1881

Vimiozo

2. 459

7.888

Media de 1884 a 1888 (Pery.

Vinhais

925

76.928

Em 1865

58: 006

243: 516

 

 

1[2].565

26.103

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Albergaria a Velha

7.558

14.544

Med.(ia) do quinquenio antes do oidium

Anadia

14.920

67.400

Em 1884

Arouca

19.588

32.900

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Aveiro

1.068

8.000

Idem

Castelo de Paiva

25.749

31.934

Idem

Estarreja

6.270

6.270

Em 1892

Macedo de Cavaleiros Miranda do Douro

= Somas = = Aveiro = Agueda

284

Produção em 1892 (hectolitros)

Transcrição e publicação José Luís Braga

Feira

Med.(ia) do decenio antes do oidium

6.456

24.804

125

373

6.182

11.340

912

55.137

8.721

23.370

7.737

19.800

Idem

Ovar

1.242

1.460

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Sever do Vouga

6.044

30.720

Maxima do decenio antes da invasão do oidium

Vagos

1.254

1.254

Em 1892

124: 391

345: 409

Ilhavo Macieira de Cambra Mealhada Oliveira d’Azemeis “

do Bairro

= Somas =

Districtos e Concelhos

Produção em 1892 (hectolitros)

= Coimbra =



de 1884 a 1888 (Pery)



do decenio antes do oidium



de 1884 a 1888 (Pery)



do decenio antes do oidium

Produções máximas que constam dos documentos oficiais em meu poder Produção (hectolitros)

Quando tiveram logar (sic)

 

 

 

Arganil

8.176

39.339

Media do decenio antes do oidium

Cantanhede

11.961

70.987

Em 1884

Coimbra

1.165

19.178

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Condeixa a Nova

686

6.920

Figueira da Foz

11.508

5.855

Idem

Gois

965

9.156



Louzã

107

36.531



Mira

770

170

Em 1892

Miranda do Corvo

244

12.855

Media do decenio antes do oidium

Montemor o Velho

1.200

4.872

660

26.820

Oliveira do Hospital



do decenio antes do oidium



de 1884 a 1888 (Pery) “

do decenio antes do oidium

285

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Pampilhosa

2.075

2.268

Penacova

1.335

10.970

Idem

Penela

1.404

5.977



Poiares

830

14.590

Maxima do decenio antes do oidium

Soure

9.940

11.964

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Taboa

3.470

27.564

Idem

56:504

352: 616

 

 

 

 

Armamar

21.470

34. 980

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Carregal

9.321

22.000

Idem

Castro Daire

10.612

13.920

Maxima do decenio antes do oidium

Fragoas

510

600

Media de 1885 a 1887 (Taveira)

Lamego

32.000

66.662

Em 1884

Mangualde

20.638

41.915

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Moimenta da Beira

3.650

5.070

Idem

98: 201

185: 147

 

= Somas =

= Vizeu =

= A transportar =

286

&



de 1884 a 1888 (Pery)

Transcrição e publicação José Luís Braga

[Fl. 161] Districtos e Concelhos

Produção em 1892 (hectolitros)

Produções máximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros)

Quando tiveram logar (sic)

98.201

185. 147

 

Mondim da Beira

9.176

9.176

Em 1892

Mortagua

4.437

7.040

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Nelas

27.140

68. 020

Idem

Oliveira de Frades

14.510

47. 670

Media do decenio antes do oidium

Penalva do Castelo

31.941

61. 020

Penedono

17.388

17. 388

Em 1892

Rezende

17.451

20. 040

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Sta. Comba Dão

7.130

9.490

Idem

S. João d’Areias

1.921

6.700

Em 1861

6.424

55. 606

Em 1843

S. Pedro do Sul

24.060

56.905

Em 1865

Sattam

4.620

8.000

Media do decenio antes do oidium

Sernancelhe

5.208

5.208

Em 1892

Sinfães

21.406

51.000

Media do decenio antes do oidium

Taboaço

4.980

6.188

Idem

Tarouca

7.[...]57

7.557

Em 1892

Tondela

28.165

41.935

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Vizeu

47.309

62.400

Vouzela

11.837

20.000

403: 861

756: 490

 

 

 

= Guarda =

 

 

Aguiar da Beira

1.950

1. 95[0]

Em 1892

Almeida

16.790

19.360

Media de 1884 a 1888 (Pery)

= Transporte =

“ da Pesqueira

= Somas =



de 1884 a 1888 (Pery)

“ do decenio antes do oidium Idem

287

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Ceia

18. 900

19. 638

Idem

Celorico da Beira

8. 180

10.178

Idem

Fig.[ueira] de Castelo Rodrigo

6. 660

12.045

Em 1865

52: 480

63: 171

 

A transportar =

*** [Fl. XV] Carta das produções máximas em diversas épocas, segundo os apontamentos até hoje obtidos pela repartição dos serviços ampelográficos ***

Districtos e Concelhos

Prod.(uções) maximas que constam dos documen‑ tos oficiais que possuo Produção (hectolitros)

Quando tiveram lugar

52.480

63.171

 

Fornos d’Algôdres

8.891

16.100

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Gouveia

21.296

23.076

Idem

Guarda

3.012

17.201

Em 1865

740

740

Em 1892

Mêda

25.614

25.614

Idem

Pinhel

12.600

22.070

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Sabugal

11.165

11.165

Em 1892

Trancoso

8.567

11.936

Media de 1884 a 1888 (Pery)

Vila Nova de Fozcôa

8.615

9.880

Idem

152: 980

200: 953

 

 

=Transporte =

Manteigas

= Somas =  

288

Produção em 1892 (hectolitros)

***

Transcrição e publicação José Luís Braga

Se as maximas produções precedentes, que são antes, produções normais em diversas épocas, se conservassem, a produção da circunscripção seria a seguinte: Maximas produções = Districtos =



Viana

316.284

Braga

537.097

Porto

350.817

Vila Real

749.701

Bragança

243.516

Aveiro

345.409

Coimbra

352.616

Vizeu

756.490

Guarda

200.953 = Total =

3: 852.883

[Fl. 162] = Capítulo VII = *** = Resumo = Procurei n’este capitulo resumir o que disse nos anteriores, indicando somente os dados estatisticos que me parecem mais interessantes à cêrca da produção vinicola dos nove districtos administractivos do Norte de Portugal, que, segundo decreto de 30 de Setembro de 1892, constituem uma das suas três circunscripções vinicolas. Somam as areas d’êsses districtos uma superficie de 3: 571: 958 hectares, dividida em duas partes aproximadamente eguais, separadas pelo rio Douro, sendo a do norte d’esta somente de 1: 819.128 e a do sul de 1: 751.958 hectares. – Produção vinícola total – A produção vinicola d’esta circunscripção foi calculada em 2.122: 702 hectolitros, na novidade de 1892, que se pode considerar normal actualmente, e por isso bem digna de detalhado estudo.

289

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

&

Essa produção acha­‑se distribuida pelos nove districtos administractivos, da seguinte forma: Viana

178.738

hectolitros

Braga

506.784



Porto

287.693



Vila Real

353.746



Bragança

58.006



Aveiro

124.391



Coimbra

56.504



Vizeu

403.861



Guarda

152.980



2: 122.703



= Total =

= Produção vinícola por concelhos = Divide­‑se a circunscripção vinhateira do norte de Portugal em 139 concelhos e em tôdos êles se cultiva a videira em maior ou menor escala. De tôdos, o que produziu mais vinhos em 1892, foi o de Barcelos, em que se colheram 79. 671 hectolitros d’êste género e o de menor produção foi o de Louzã que apenas figura nas estatisticas com 107 hectolitros. Pode classificar­‑se a produção vinicola d’êsses 139 concelhos da seguinte forma:

Até 1000 hectolitros

De 1000 a 5000 hectolitros

De 5000 a 10 000 hectolitros

De 10 000 hectolitros a 20 000 hect.(olitros)

De 20 000 a 30 000 hectolitros

De 30 000 a 40 000 hectolitros

De 40 000 a 50 000 hectolitros

De 50 000 a 60 000 hectolitros

De 60 000 a 70 000 hectolitros

De 70 000 a 80. 000 hectolitros

Viana

_

1

2

3

3

1

_

_

_

_

10

Braga

_

_

2

2

3

1

_

1

2

2

13

Porto

_

4

1

7

2

2

1

_

_

_

17

Vila Real

_

2

_

4

3

1

3

1

_

_

14

Districtos Administrativos

290

Número dos concelhos

Produção vinicola em 1892

Transcrição e publicação José Luís Braga

Bragança

3

6

2

1

_

_

_

_

_

_

12

Aveiro

2

3

7

3

1

_

_

_

_

_

16

Coimbra

7

6

2

2

_

_

_

_

_

_

17

Vizeu

1

5

6

5

5

3

1

_

_

_

26

Guarda

1

2

5

4

2

_

_

_

_

_

14

14

29

27

31

19

8

5

2

2

2

139

  = Somas =

Êste quadro prova evidentemente que é ao norte do Douro, com excepção do districto de Bragança, que se encontram os concelhos de maior produção vinicola. = Produção vinicola media concelhia = A produção vinicola media concelhia foi de 15.271 hectolitros em 1892, na circunscripção vinhateira de que me estou ocupando, excedendo­‑a 51 concelhos.

concelhia (litros)

Dos concelhos inf. (eriores) à media prod. (ução)

Dos concelhos sup. (eriores) à media prod. (ução)

Do districto (litros)

do districto

districto

Percentagem por 100 da sua prod.(ução) para a

Percentagem por 100 da sua area para a do

Soma das suas

prod.(uções) vinicolas (hectolitros)

(hectares)

Soma das suas superficies

Número

do districto

districto

Percentagem por 100 da sua prod.(ução) para a

Administractivos

Número

  Districtos

Percentagem por 100 da sua area para cada

 

Soma das

hectare

suas prod.(uções) vinicolas (hectolitros)

Produção por

à prod.(ução) media concelhia

(hectares)

Concelhos de prod.(ução) vinícola inferior

à prod.(ução) media concelhia

Soma das suas superficies

Concelhos de produção vinicola superior

concelhia (litros)

[Fl. 163] As relações das produções vinicolas concelhias para com essa media acham­‑se resumidas no mapa seguinte:

Viana

4

135.696

123.685

60

69

7

88.608

51.053

40

31

80

91

62

Braga

10

208.565

476.258

76

94

3

65.255

30.526

24

6

185

229

46

Porto

8

138.149

216.792

60

75

9

91.058

70.901

40

25

125

157

78

Vila Real

11

28[7].642

333. 886

65

94

3

157.081

19.860

25

6

80

116

12

Bragança

1

24.349

18.487

4

31

11

642.584

39.519

96

69

9

76

6

Aveiro

2

49.796

45.237

21

70

14

241.065

79.054

79

30

42

91

32

291

V i n h o ,

H i s t ó r i a

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

&

Coimbra

_

_

_

_

_

17

388.310

56.504

100

100

14

_

14

Vizeu

11

251.542

298.968

51

74

14

245.723

104.893

49

26

81

119

43

Guarda

4

116.636

82.600

21

54

10

439.027

70.380

79

46

28

71

16

 

  Somas e medias =  

51  

1.212: 375 1.596: 013  

 

57

45

88

 

 

 

2.358: 711 526.690  

 

43

55

59

131

22

 

 

 

 

 

Produção por paroquias Os 139 concelhos d’esta circunscripção compoem­‑se de 2816 freguesias, com superficies variando entre limites muito afastados não só de districto para districto mas até dentro do mesmo concelho. D’aqui resulta que o conhecimento da produção d’uma paroquia não dá a medida aproximada da sua intensidade que contudo se não pode apreciar por outra forma, pela circunstância de se não haver ainda determinado as areas paroquiais. A freguesia de Sanfins do Douro, no concelho de Alijó, foi de tôdas a que produziu mais vinho em 1892, elevando essa produção até 16. 500 hectolitros. Para facilitar o estudo da produção paroquial, dividi as freguesias em 2 grupos; um d’aqueles em que a produção é muito sensivelmente superior as necessidades do seu proprio consumo; outro das restantes. As do primeiro são as que, sob ponto de vista da quantidade da produção tem importância comercial; as do segundo podem tê­‑la pela qualidade dos seus vinhos, facto que se dá em algumas do Alto Douro, mas d’estas não nos podemos ocupar n’este estudo, porque a estatistica que lhe serve de base não as separa. [Fl. 164]

292

O consumo é extremamente variável d’umas para outras paroquias, pois entre elas ha diferenças enormes de população, e isto, pondo de parte o consumo medio por habitante, que varia com diferentes causas, sendo uma das principais a qualidade dos vinhos. É pois difícil estabelecer regras fixas para julgar, pela produção d’uma paroquia, se tem ou não importância comercial; pode considerar­‑se, contudo, geralmente, n’esta circunscripção, que a têm as paroquias cuja produção vinicola não baixa de mil hectolitros. Resumo os muitos detalhes do capitulo primeiro, à cerca d’êste assunto, no seguinte mapa:

Transcrição e publicação

1

1

_

_

_

_

_

_

Vila Real

44 15

5

9

7

5

5

2

1

2

Bragança

17

1

_

_

_

_

_

_

_

1

Media (hectolitros)

_

1

Minima (hectolitros)

1

_

Maxima (hectolitros)

1

4

Superficie media das freguesias (hectares)

6

82 14

4.370

621

_

46

33

26

83

49

36

343.183

65

16

36 109 72

96 180.812

55

9

521

536

9.427

973

_

159.330

55

9

32 103 70

59 128.363

45

5

379

607

5.070

759

_

315.226

89

17

21

38

15

18

38.520

11

51 255 1.737 16.500 1.387 _

31.880

55

158 35

20

12

6

26.126

45

58 308 2.117 3.900

Percentagem por 100 para a produção total

129 31 13

Porto

781

81.849

Produção (hectolitros)

Braga

13 288

de 700 a 999 hectolitros

_

de 500 a 699 hectolitros

_

De 200 a 499 hectolitros

_

De 100 a 199 hectolitros

De mais de 10.000 hectolitros

_

De menos de 100 hectolitros

De 9.000 a 9999 hectolitros

_

Percentagem por 100 para a produção total

De 8.000 a 8999 hectolitros

_

Viana

Produção (Hectolitros)

De 7.000 a 7999 hectolitros

2

De 5.000 a 5999 hectolitros

3

Numero

De 6.000 a 6.999 hectolitros

6

De 3000 a 3999 hectolitros

37

De 4.000 a 4.999 hectolitros

De 1.000 a 1999 hectolitros

De 2.000 a 2.999 hectolitros

Districtos Administrativos ***

Numero

Produção vinicola paroquial nas novidades de 1892

Numero de freguesias de produção nula

Freguesias de prod. (ução) inferior a 1.000 hectolitros

Freguesias de prod.(ução) não inferior a 1. 000 hectolitros

Numero de freguesias

José Luís Braga

96.889

54

188

_

Aveiro

33

7

5

1

_

_

_

_

_

_

84.727

68

36

27

38

13

17

39.664

32

4

181 1.601 4.348

687

_

Coimbra

9

1

2

2

1

_

_

_

_

_

35.632

63

100 33

26

6

1

30.765

37

6

187 2.077 4.014

302

_

Vizeu

92 25 17

3

3

3

3

1

1

_

339.270

84

32

36

73

17

29

64.081

16

30 365 1.366 9.500 1.106 _

Guarda

24

2

2

1

_

_

_

_

83.410

55

56

41

79

30

23

69.570

45

65 332 1.715 6.520

= Totais = 467 105 54 25 15 10

8

1.474: 507

69

457 287 569 284 285 674.791

5

4

 

_ 4

461

_ 3

2

_ _

31 341 2.816 1.267 16.500 755

_

= Vinhos brancos e tintos = Em toda a circunscripção poucos vinhos brancos se produzem; não são frequentes os concelhos em que a colheita d’êstes vinhos excede 5 por cento da sua produção vinicola e raríssimos são aqueles em que predominavam sôbre os tintos. Em 1892 só nos de Murça, Vila Flor, Figueira da Foz, Rezende e Vila Nova de Fôz Coa se deu êste facto. A novidade de 1892, que foi normal para o segundo d’êstes dois grupos de vinhos, foi escassíssima para os brancos em muitos concelhos, por terem as castas que os produzem sofrido com o mildio, o que não aconteceu às tintas. Segundo a estatistica, a distribuição por côres dos vinhos da novidade 1892, é a seguinte: Vinhos brancos (hectolitros)

Vinhos Tintos (hectolitros)

Prod.(ução) vinicola total (hectolitros)

Viana

4.263

174.475

178.738

Braga

5.133

501.651

506.784

­‑ Districtos ­‑

293

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Porto

5.593

282.100

287.693

Vila Real

34.826

318.920

353.746

Bragança

15.477

47.529

58.006

Aveiro

1.335

123.056

124.391

Coimbra

10.394

46.110

56.504

Vizeu

29.892

373.969

403.861

Guarda

19.760

133.220

152.980

 

 

 

121.673

2.001: 030

2: 122.703

  = Somas =

[Fl. 165] = Regiões vinhateiras = São sete as regiões vinhateiras em que dividi o paiz no plano para a sua divisão em circunscripções vinicolas, caracterizando­‑as pelas qua‑ lidades dos seus vinhos, pelos sistemas culturais da videira e pelas suas posições corograficas. Os 9 districtos administractivos do norte de Portugal incluem 3 d’essas regiões e parte da quarta, as primeiras são aquelas que denominei do Minho ao Vouga, Transmontanense e Alto Douro, a última é a Beirense. As superficies que cada uma d’essas regiões ocupa na circunscripção e a sua produção em 1892, constam do seguinte mapa: Superficies (hectares)

Prod. (ução) em 1892 (hectolitros)

Districtos administractivos da circunscripção do Norte, que entrou nas regiões

Minho ao Vouga

1.287: 915

1.247: 544

Viana, Braga e Porto completos, parte dos de V.(ila) Real, Aveiro e .

Transmontanense

773: 848

131.649

Parte dos de V.(ila) Real e Bragança.

Alto Douro

312: 488

303.328

Parte dos de V.(ila) Real, Bragança, Vizeu e Guarda

1: 196: 835

440.188

Todo o de Coimbra, parte dos de Aveiro, Vizeu e Guarda.

2.571: 086 

2.122: 703 

 

Regiões vinicolas

Beirense (parte)

294

– Somas –

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Centros vinicolas = Quando muitas paroquias vizinhas têm importancia comercial pela sua produção vinicola, o seu conjunto forma um trato que necessariamente ha­‑de chamar a atenção do comercio de vinho. É a êsses territorios que denomino comarcas vinicolas ou centros vinicolas importantes. Êsses centros acham­‑se representados no êsboço da carta vinícola com que acompanho êste estudo por côres intensas. Ha como n’êle se vê, pequenos centros isolados, formados muitas vezes somente por parte d’uma freguesia. A êstes, desaparece a importancia comercial, limitando­‑se ao pequeno comercio local. No seguinte quadro indico os centros vinicolas de cada região, com as suas areas e produções em 1892. Regiões e centros vinicolas 

Superficies (hectares) 

Prod.(ução) vinicola em 1892 (hectolitros)

Região do Minho ao Vouga

 

 

Melgaço

2.000

11.000

Melgaço

Monção

5.880

22.000

Monção e Valença

Arcos de Val de Vez

2.710

13.000

Arcos de Val de Vez

Ponte de Lima

8.085

20.000

Ponte de Lima

Cavado

31.000

153.000

Amares, Povoa de Lanhoso, Braga, V.(ila) Verde, Barcelos e Espozende

Alto Ave

3.000

9.024

Vieira

Concelhos em que se acham

Ave

46.000

135.000

Povoa de Lanhoso, Fafe, Guimarães, V.(ila) Nova Famalicão, Felgueiras, Louzada, S. Tirso, Vila do Conde e Povoa de Varzim

Leça

2.500

9.000

Valongo, Bouças e Maia

Sousa

6.000

24.000

Penafiel, Lousada e Paredes

190.000

Boticas, Ribeira de Pena, Mondim de Basto, C. (abeceiras) de Basto, Celorico de Basto, Amarante, Marco de Canavezes e Penafiel

Tamega

64.500

295

V i n h o ,

H i s t ó r i a

&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Beira Douro

38.500

100.000

Baião, Marco de Canavezes, Penafiel, Gondomar, Porto, Rezende, Sinfães, Arouca, Feira e V.(ila) N.(ova) de Gaia

Arouca

5.750

 12.000

Arouca

215.925

698.024

= A Transportar =

[Fl. 166] Regiões e Centros Vinícolas – Transporte –

Prod. (ução) vinicola em 1892 (hectolitros)

215.925

698.024

Concelhos em que se acham

90.000

Vizeu, S. Pedro do Sul, Vouzela, O. (liveira) de Frades, Sever do Vouga, Maciera de Cambra, Agueda, Albergaria a Velha e Estarreja.

15.160

58.000

Melgaço, Valenca, Caminha, V. (iana) do Castelo, Espozende, Barcelos, P. (onte) do Lima, P. (onte) da Barca, Fafe, Vila do Conde, Sto. Tirso, Valongo, Paredes, Felgueiras, Boticas, Amarante, Castro Daire, Macieira de Cambra e Vouzela

280.335

846.024

 

 

Alto Tamega

10.250

16.000

Chaves e Boticas

Valle Passos

11.000

28.280

Vale Passos

Vila Real

6.250

19.000

Vila Real

Murça

5. 000

15. 000

Murça

Miranda do Douro

12.500

11.300

Miranda do Douro e Mogadouro

Pequenos centros Vinicolas

3.000

7.340

Chaves, V. (ila) Flor e Vimiozo

48.000

96. 920

 

 

Vouga

49.250

Pequenos centros vinicolas

– Somas – Região Transmontanense

Região do Alto Douro

296

Superficies (hectares)

Central e Ocidental

63.750

246.211

Carrazeda d’Anciães, Alijó, Sabroza, V. (ila) Real, Sta. Marta de Penaguião, Pêso da Regua, Mezão Frio, Rezende, Lamego e Armamar

Numão e Vilarinho

4.000

4.725

Carrazeda d’Anciães e V.(ila) Nova de Fozcôa

Transcrição e publicação José Luís Braga

Pequenos centros vinicolas – Somas –

12.500

14.960

Armamar, Taboaço, S. João da Pesqueira, Vila N. (ova) de Fozcôa, Fig.(ueira) de Castelo Rodrigo, Freixo d’Espada à Cinta e Moncorvo

80.250

265.896

 

Regiões e centros vinicolas

Superficies (hectares)

Prod. (ução) vinicola em 1892 (hectolitros)

Região Beirense (parte)

 

 

Alto Varoza

5.000

14.000

Mondim da Beira e Tarouca

Mêda

16.750

40.200

Mêda e Penedono

Alto Mondego

7.500

4.200

Celorico da Beira e Fornos d’Algodres

Dão e Mondego

113.750

175.000

Sattam, Penalva do Castelo, Mangualde, Vizeu, Tondela, Sta. C. (omba) Dão, S. João d’Areias, Carregal, Nelas, Cêa e Gouveia

Bairrada

27.000

25.000

Agueda, Anadia, O. (liveira) do Bairro e Cantanhede

Sul do Mondego

12.500

18.000

F. (igueira) da Foz e Soure

Concelhos em que se acham

Pequenos centros vinicolas

15.500

37.800

Almeida, Pinhel, Trancoso e Sabugal, F.(ornos) d’Algodres, Cêa, Arganil, Pampilhosa, Mortagua e Can

=Somas=

198.000

314.200

 

= Territorios de mediana, pequena produção e de produção nula = O esbôço da carta vinícola indica por côres leves os territorios de mediana produção. Assim, denominamos aqueles tratos em que a produção ordinariamente chega bem para o consumo, e em muitos anos até dá sobras. A parte não aguarelada do êsboço, representa as freguesias em que a videira tem cultura sem importância, sob o ponto de vista da quantidade da produção e por isso, poucos anos deixam de importar vinhos, das comarcas vinicolas vizinhas para o seu consumo. Finalmente, na parte aguarelada a sépia, compreendem­‑se as freguesias em que se não cultiva a videira.

297

V i n h o ,

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&

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[Fl. 167] Nos tres quadros em que termino o capítulo segundo, indico as àreas que d’êstes diversos territorios se encontram em cada um dos districtos administractivos da circunscripção, e bem assim, as que pertencem a cada região e as produções vinicolas respectivas. = Intensidade da produção = A intensidade da produção como se acha calculada n’este estudo não é por uni‑ dade de superficie da vinha, mas sim pelas totalidades das circunscripções adminis‑ tractivas e vinicolas. A produção media, por hectare, de tôda a circunscripção que, por êste sistema de cálculo, é o quociente da sua produção vinicola pela superficie total, regula por 59 litros. O districto de maior produção é o de Braga, e aquêle em que ela é menor, o de Bragança; O primeiro atinge 185 e o segundo apenas 9 litros. O concelho mais produtor, em relação à sua superficie, é o de Santa Marta de Penaguião, cuja intensidade productiva regula por 574 litros. A intensidade da produção por concelhos resume­‑se, para esta circunscripção, no mapa seguinte:

298

Transcrição e publicação José Luís Braga

até 10 litros

De 11 a 50 litros

De 51 a 100 litros

101 a 200 litros

201 a 300 litros

De 301 a 400 litros

De 401 a 500 litros

De 501 a 600 litros

Produção concelhia por hectare

Viana

_

2

5

3

_

_

_

_

Braga

_

1

2

4

3

2

1

_

Porto

_

3

3

9

2

_

_

_

Vila Real

1

3

3

4

_

1

1

1

Bragança

7

4

1

_

_

_

_

_

Aveiro

4

8

3

_

_

1

_

_

Coimbra

10

7

_

_

_

_

_

_

Vizeu

1

7

7

8

3

_

_

_

Guarda

4

6

3

_

1

_

_

_

27

41

27

28

9

4

2

1

 

 

 

 

 

 

 

 

Districtos Administractivos

  = Somas =  

Em 1892 a intensidade da produção por hectare variou, para as quatro regiões vinicolas, da segunda forma: Região do Minho ao Vouga

97 litros



Transmontanense

17 “



do Alto Douro

97 “



Beirense (parte)

37 “

A intensidade da produção nas comarcas vinicolas é muito maior, chegando na de Melgaço, a 5.500 litros por hectare. Para se poder comparar a produção vinicola dos 9 districtos do Norte de Portugal, com as diversas circunscripções dos paises que mais vinhos exportam, calculei, com grande detalhe, a intensidade da produção nos departamentos vinicolas francêses,

299

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nas provincias espanholas, e nas regiões agrícolas italianas, chegando­‑se [Fl. 168] a concluir d’essa comparação que ha n’estas circunscripções extensos tratos em que a cultura é muito mais desenvolvida que no norte de Portugal, e a vinha também mais productiva, porque, sem o concurso d’estas duas condições, não se realizaria a enorme produção d’algumas d’elas. Se assim não fôra seria impossivel que, enquanto o districto de Braga, dos nove do norte de Portugal o mais produtivo em egualdade de superficies, produz 185 litros por hectare, o departamento do Herault colhe nada menos de 1.138 litros, notando que essa produção é numa superficie de 273. 820 hectares no districto português é de 619.800 no departamento francês. Acima da intensidade da produção das regiões Duriense e do Minho ao Vouga, está a dos departamentos franceses do Herault, Audepirinéus, Orientais, Gard, Bocas do Rodano, Vars, Gers, Gironda, Pery de Dôme, e Rodano, numa area de 6.107: 800 hectares. São­‑lhe também superiores as intensidades da produção das provincias espanholas de Zamora, Logronho, Navarra, Valladolid, Saragoça, Barcelona, Lerida, Tarragona, Madrid, Cidade Real, Alicante, Castellon, Valencia e as das Ilhas Baleares, que medem uma area de 13: 361: 100 hectares. Excedem também essa media as regiões italianas do Piemonte, Emilia, Marchas, Umbria, Toscana, Lacio, a do Meio­‑Dia e a da Sicilia, numa superficie de 21.140: 000 hectares. Finalmente, a Dalmacia com uma extensão de 1. 743: 580 hectares também as ultrapassa. = Produção por habitante = Para se poder fazer ideia das sobras maiores ou menores [Fl. 169] que poderá haver na produção vinicola das diversas circunscripções administractivas, fiz o calculo da produção por habitante para cada uma d’elas. Regula a produção vinicola de tôda a circunscripção por 80 litros para cada um dos seus habitantes, elevando­‑se mais nos districtos de Braga, Vila Real, Vizeu e Viana e descendo da media nos restantes. No de Braga atinge 154 litros por cabeça; é a de maior produção; no de Coimbra que é o de menor produção desce a 18 litros. Calculando a produção por cabeça para o[s] 139 concelhos da circunscripção é o de Sta. Marta de Penaguião que atinge maior quantidade: chega n’êle a 368 litros.

300

Transcrição e publicação José Luís Braga

Os limites em que estas produções concelhias por habitante se acham são os seguintes:

até 10 litros concelhos

De 11 a 50 litros concelhos

De 51 a 100 litros concelhos

101 a 200 litros concelhos

201 a 300 litros concelhos

De 301 a 400 litros concelhos

Prod.(ução) vinícola por habitante

Viana

_

1

7

2

_

_

Braga

_

_

3

7

3

_

Porto

1

4

7

5

_

_

Vila Real

_

2

1

4

5

2

Bragança

4

6

_

2

_

_

Aveiro

4

4

6

1

1

_

Coimbra

8

8

1

_

_

_

Vizeu

1

6

9

7

3

_

Guarda

1

4

6

2

1

_

19

35

40

30

13

2

 

 

 

 

 

 

Districto Administractivo

= Somas =  

= Consumo = Na organização da estatistica tentei determinar o consumo para cada concelho da circunscripção, mas foram tão desencontradas as informações que recebi de concelhos limitrofes e nas mesmas condições, que entendi seria preferível deixar sem solução o problema, a usar dados colhidos, sendo melhor que, quem o quizer resolver, empregar coeficientes empíricos, como até aqui; notarei, porém, que, se aplicarmos num só coeficiente aos diferentes concelhos da circunscripção, o resultado sairá disparatado, porque o consumo varia muito d’uns para os outros, por diversas circunstâncias, entre as quais figura, em primeiro lugar, a qualidade dos vinhos, extremanente variável nestes districtos, onde ha tipos desde o vinho verdís‑ simo d’alguns pontos do Minho, até aos finíssimos do Alto Douro.

301

V i n h o ,

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&

Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

A ­‑ pesar ­‑ da pouca importância que me merecem muitas das informações que obtive sôbre o consumo, a comparação dos dados fornecidos, com a produção por habitante, indica quasi sempre com verdade, os concelhos em que houve sobras da produção para o consumo. Resumirei no seguinte mapa o resultado d’essa comparação. Conselhos em que a prod. (ução) excedeu o consumo em 1892

Concelhos em que o consumo excedeu a produção ‑­ 1892

Viana

19

1

Braga

13

0

Porto

12

5

Vila Real

12

2

Bragança

6

6

52

14

Conselhos em que a produção excedeu o consumo em 1892

Concelhos em que o consumo excedeu a produção ­‑ 1892

52

14

Aveiro

10

6

Coimbra

6

11

Vizeu

24

2

Guarda

10

4

102

37

Districtos Administractivos

­‑ Transportar

Districtos Administractivos = Transporte =

= Somas =

Preços = Os preços medios do hectolitro de vinho no meses d’Outubro de 1892 a Fevereiro de 1893 oscilaram, para os diversos concelhos d’esta circunscripção, entre mil reis em Albergaria a Velha e 8059 reis em Vila Nova de Fozcôa. Os preços medios ditritais por hectolitro foram os seguintes:

302

Transcrição e publicação José Luís Braga

Viana

3.544

reis

Braga

2.736



Porto

2.778



Vila Real

5.060



Bragança

5.977



Aveiro

3.753



Coimbra

4.704



Vizeu

3.814



Guarda

4.228



E os preços medios regionais, também por hectolitro, os seguintes: Região do Minho ao Vouga

2.885

reis



Transmontanense

4.735





Do Alto Douro

5.815





Beirense

4.293



Nos centros vinicolas foi mínimo o preço [Fl. 170] medio de 1800 reis dos vinhos do Alto Ave, e maximo o preço medio de 7.240 reis por hectolitro em Numão. Dos preços medios paroquiais nenhum excedeu 16.000 reis sendo êste o de Casal de Loivos, Vilarinho, Vilarinho de Cotas e Vale de Mendis. A comparação dos preços dos vinhos da circunscripção do norte de Portugal com as estrangeiras na mesma época, prova o seguinte: 1º Que os vinhos portugueses eram geralmente muito mais caros que os hespa‑ nhois e que muitos dos da Italia, principalmente os da sua parte meridional, sendo mais elevados também que os do Sul de França e que os argelinos; 2º Que regulavam pelos preços dos nossos muitos vinhos do centro e do norte da Italia e os da Sicilia; 3º Que regulavam pelos nossos melhores preços medios e até os excediam os dos vinhos do Rheno, os bons da Hungria, os de Bordeus e alguns italianos. = Valor da Produção Vinícola = O valor da produção vinicola de 1892 foi calculado n’esta circunscripção em 7.875: 899$56 reis. O districto administractivo cuja produção vinicola se inventariou mais alta, foi o de Vila Real, onde chegou a 1.790: 025$ 516 reis e o districto administractivo de

303

V i n h o ,

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Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

menos importância sôb este ponto de vista foi o de Coimbra, em que êsse valor apenas atinge 265.817$936 reis. Aplicados os preços às produções regionais, a do Minho ao Vouga atinge um valor de 3. 599: 164$440 reis, quasi egual à soma [Fl. 171] dos valores das produções vinicolas das regiões do Alto Douro e Beirense, que não diferem muito uma da da outra, regulando o valor da primeira por 1.763: 817$ 430 reis e o da segunda por 1.889: 559$684. O valor dos vinhos da região Transmontanense foi de 623. 358$ 015 reis. Determinados os valores dos vinhos produzidos pelos centros vinicolas, consoante se acham indicados no esbôço, os que excedem cem contos de reis são os seguintes: Cávado

501.993$000

Reis

Ave

419.585$000



Tamega

531.240$000



Beira Douro

299.100$000



Vouga

267.748$000



Vale Passos

154.917$840



1.407: 342$076



Mêda

146.569$200



Dão e Mondego

751.450$000



Bairrada

138.025$000



Douro Central e Ocidental

= Produção de 1892, comparada com a de épocas anteriores = É difícil esta comparação pela falta que ha de dados estatisticos merecedores de crédito; contudo, da comparação da produção de 1892 com as dos anos anteriores que consegui obter, reconhece­‑se a verdade do seguinte: = Districto administrativo de Viana = Em quasi tôdos os seus concelhos, a­‑pesar­ ‑das muitas plantações que se teem feito, a produção ainda não atinge [Fl. 172] a que havia antes da invasão do oidium. = Districto administrativo de Braga = Pode afirmar­‑se que é, desta circunscripção, o districto onde a viticultura mais se tem desenvolvido, sendo indubitável que a sua produção actual é superior à que foi noutras épocas.

304

Transcrição e publicação José Luís Braga

= Districto Administractivo do Porto = Não ha duvida de que a viticultura tem n’êle melhorado muito; contudo, a julgar pelas medias calculadas por Gerardo Pery para o quinquenio de 1884 a 1888, houve, em 1892 uma quebra na produção vinicola de muitos concelhos, em relação a essas medias, algumas das quais me parecem um tanto exageradas. = Districto Administractivo de Vila Real = A produção vinicola tem diminuido bastante em tôdos os seus concelhos, resultando esta diminuição dos estragos do oidium e principalmente dos da filoxera e d’outras fitonoses que ultimamente teem atacado a videira. = Districto Administractivo de Bragança = É enorme a quebra que tem sofrido a sua produção vinicola, proveniente da filoxera. = Districto Administractivo de Aveiro = A parte que pertence à região do Minho ao Vouga está longe de chegar à produção que já teve antes da invasão do oidium; a da região Beirense tem sofrido muitissimo, n’estes ultimos anos com a filoxera, sendo em 1892 extraordinária a quebra da sua produção vinicola. [Fl. 173] = Districto Administractivo de Coimbra = Tem tido grandíssimas perdas na sua produção vinicola, devidas, na parte ainda pertencente à Bairrada e na parte marginal ao Mondego, aos estragos enormes que a filoxera lhe tem feito n’estes últimos anos e no restante ao oidium, que destruiu vinhedos que nunca mais se restauraram. = Districto Administractivo de Vizeu = Na parte que pertence à região Duriense, os estragos datam da entrada da filoxera em Portugal; na bacia do Mondego, incluindo a do Dão, são mais recentes, mas já muito graves, e na bacia do Vouga (região do Minho ao Vouga) a­‑pesar­‑dos aumentos que tem tido na produção n’este último decénio, ainda está distante da que tinha antes da invasão do oidium. = Districto Administractivo da Guarda = Desde que a filoxera o invadiu, os seus estragos tem sido incessantes dando lugar, n’estes ultimos anos, a uma depressão bem sensível na sua produção vinicola. = Conclusão = Para se seguir caminho seguro na regeneração d’um paiz, é indispensavel conhecê­ ‑lo, se não sob tôdos os aspectos, pelo menos n’aqueles em que pretendemos reformar; ora, o nosso, carecendo, talvez mais que nenhum da Europa de melhorar a sua eco‑ nomia rural, é preciso, sem perda de tempo, estudar a actual situação [Fl. 174] economica da sua agricultura, como base das reformas que se hajam de operar.

305

V i n h o ,

H i s t ó r i a

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Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o

Tentei, n’este modesto trabalho, coligir alguns materiais para essa obra, esco‑ lhendo das industrias agrícolas, aquelas de que mais ha a esperar. Oxalá se realizasse o meu intento e possam êles aproveitar aos que estudam a resolução dos importantes problemas de que depende o nosso futuro económico. Sem querer, por forma alguma, ultrapassar n’este estudo, os limites que lhe tracei, entrando na apreciação dos resultados que se deduzem d[…] dados estatísticos, que obtive, não posso deixar ao termina­‑lo, de indicar algumas consequências que se me afigura evidência: tais são as que passo a expor: Viu­‑se que n’esta circunscripção ha territorios em que a videira, tanto agora como em épocas anteriores, teve sempre limitadíssima cultura, encontrando­‑se contudo alguns tratos entre êles, que não deixam dúvidas do quanto são apropriados para a vegetação da formosa ampelidea. Estes são, porém, mais frequentes nas zonas classificadas de mediana produção, e ainda os ha, e não poucos, nas comarcas vinhateiras que cicunscrevemos. Enquanto aos actuais vinhedos e aos terrenos que já os tiveram podem dividir­‑se nos seguintes grupos: [Fl. 175] 1º ­‑ Aqueles em que a cultura da videira nunca teve desenvolvimento superior ao actual; 2º ­‑ Aqueles em que esta cultura se fazia em grande escala mas decaiu com a invasão do oidium, sem nunca mais voltar ao estado prospero que tiveram; 3º ­‑ Aqueles que foram devastados pela filoxera mais de 5 anos e ainda se conservam relativamente decadentes, a­‑pesar­‑das replantações e tratamentos que se teem feito em alguns d’êles; 4º ­‑ Aqueles em que os estragos d’essa fitonose datam de épocas recentes, achando­‑se no caminho de perder a sua principal riqueza. Em tôdos êstes grupos ha terrenos em que a cultura da videira é evidentemente vantajosa e outros que lhe não são tão adequadas: mas, em que é substituível sem grande prejuizo e outros que só para ela servem. N’este ultimo caso acham­‑se os de algumas paroquias do Alto Douro, pertencentes ao 3º dos grupos precedentes, e basta atender aos altíssimos preços por que se vendem os poucos vinhos que ainda produzem, para se reconhecer que pertencem à região previligiadíssima e sem rival.

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Transcrição e publicação José Luís Braga

As condições economicas e as situações que d’ela resultam, variam muito n’êsses diferentes tratos, e a proteção oficial, [Fl. 176] indispensavel no estado decadente da nossa agricultura, será tanto mais eficaz e proveitosa quanto melhor se amoldar a essas diversas situações. Portanto, a legislação destinada a proteger esta indústria e muito especialmente o ramo de que me ocupo, para ser verdadeiramente benéfica, não deverá ter um caracter genérico, mas sim acompanhar bem a situação actual que é transitoria, de cada trato. Só assim se conseguirá, com a necessaria brevidade, arrancar do inculto e do marasmo, muitos terrenos, perdidos com gravíssimo prejuizo da nossa economia e finanças. Outra conclusão que d’êste estudo se tira, é que os nossos vinhos são, geralmente, mais caros que os francêses, italianos e espanhois e que pouco valera se limitassemos a nossa produção vinicola ao consumo; mas não é assim, e a novidade de 1892, como se viu, excede­‑o muito na circunscripção do Norte de Portugal, como também o provam as estatisticas aduaneiras, que acusam uma importante exportação dos vinhos d’êsse ano. É com êsses abundantíssimos vinhos de preços baixos, que o comercio de França, Itália e Espanha prepara as grandes massas d’êstes genero para exportação. Houve pois, necessariamente, a concorrência d’êsses vinhos com os nossos nos mercados estrangeiros, e a preferência dada a [Fl. 177] êstes, que não podiam deixar de ser mais caros, só se pode explicar pela melhoria na qualidade. A sua reputação achou­‑se, portanto, já estabelecida n’alguns mercados impor‑ tantes, e é provável que pelos mesmos motivos, a adequiram n’outros a que ainda não concorreram, logo que sejam acompanhados d’uma propaganda inteligentemente dirigida, mas, para êsse fim, é indispensável que tanto a viticultura como o comercio, não saiam do trilho até hoje seguido, sacrificando a qualidade à quantidade, pois seria muito para desejar, mas é difícil e muitas vezes impossível, conseguir que a mesma vinha eleve a sua produção ao maximo de que é suscetível, sem que o seu produto desça do apreço em que é tido. Longe de mim a ideia de que se não trabalhe para aumentar a intensidade da produção dos nossos vinhedos; isso pode conseguir­‑se, actualmente, em quasi tôdos, sem depreciar a qualidade dos seus vinhos; creio até que, com a adopção de castas mais distintas, de métodos culturais mais perfeitos e de métodos culturais mais perfeitos e de melhores processos de vinificação obteremos, simultaneamente, os dois desideratuns; o que julgo necessário é que nos acautelemos com o caminho da

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feracidade, atraente mas muitas vezes ilusório, desviando­‑nos d’êle, logo que o antagonismo [FL. 178] da abundância com a qualidade se manifeste; deixemos aquêle somente às localidades onde haja grandes falhas de vinhos para consumo e sejam difíceis de abastecer, ou para aquelas em que os destinam à caldeira. Ha regiões vinicolas nos paizes estrangeiros, sobretudo em França e na Italia, d’onde podemos colher lição proveitosíssima, mas não são essas aquelas a que me refiro nas linhas precedentes. Se a qualidade é pois, actualmente, a causa da preferência dos nossos vinhos, baixá­‑la, será o seu descrédito, e tanto basta para se reconheça quão perigosíssimo será para a nossa viticultura e comercio, exportar como vinhos portugueses, as suas lotações com os estrangeiros; e muito mais prejudicial ainda será a fraudulenta substituição d’êstes por aquêles. Porto, Secretaria dos Serviços Ampelográficos, 20 de Janeiro de 1894 O Director a) José Taveira Pinto de Carvalho Pinto de Menezes (sic)

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