Breves apontamentos sobre a vida e a obra de José Taveira Carvalho Pinto de Menezes | Transcrição e publicação de «Considerações acerca da produção vinícola do Norte de Portugal em 1892», manuscrito da autoria de José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes
Descrição do Produto
Breves apontamentos sobre a vida e a obra de José Taveira Carvalho Pinto de Menezes José Luís Braga
I. A VIDA José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes, engenheiro, insigne ampelógrafo autor de “Apontamentos para o Estudo da Ampelografia Portuguesa”, nasceu na fre‑ guesia da Madalena, em Amarante, no dia 13 de maio de 1844. Ainda jovem conclui com distinção, em 1862, o curso de engenharia civil na extinta Academia Politécnica do Porto. De 1862 a 1872, de acordo com FERREIRA DA SILVA1, o ilustre amarantino prestou quase ininterruptamente serviço em obras públicas: de início na Direção das Obras Públicas da Guarda; depois em Vila Real, Porto e Braga; bem como nos caminhos‑de‑ferro do Minho e do Douro. Pinto de Menezes pertenceu a uma das brigadas que executaram o caminho de ferro do Douro – entre nós as construções dos caminhos‑de‑ferro principiaram em 1853. Em 1865, no âmbito da Exposição Internacional do Porto, realizada no Palácio de Cristal, Pinto de Menezes destacou‑se pelos relevantes serviços prestados na organização do certame. FERREIRA E SILVA acrescenta ainda que «ha vinte e tres
Investigador APHVIN/GEHVID. SILVA, A.J. Ferreira da ‑ Necrologia: José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes. Revista de Chimica Pura e Applicada. 4:2 (15 Fev. 1908) 67‑68. [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em www: .
* 1
109
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
annos era director d’este grandioso e util estabelecimento, e foi a alma de quantas exposições industriaes, agricolas e coloniaes la se realisaram2.» Pinto de Menezes foi engenheiro num tempo em que a administração central manifestou vontade de dotar Portugal de infraestruturas. Este anelo remontava ao século XVIII, sendo, em alguns casos, tributário do fisiocratismo. Todavia, somente na década de 40 de Oitocentos, durante o governo de Costa Cabral e, sobretudo, a partir da administração de Fontes Pereira de Melo, «num contexto mais favorável de estabilidade política e de expansão económica, se desenvolveu um ciclo de obras públicas promovidas pelo poder central que dotaria o país com uma rede de estradas macadamizadas, com ferrovias e com melhores condições portuárias3.» Concomitante com este processo de construção da rede viária e ferroviária, foi a intervenção dos municípios exercida no interior das povoações visando a sua salubrização e a facilitação do “livre trânsito” que se consubstanciou na prioridade concedida ao «alinhamento e uniformização da largura dos arruamentos, bem como […] [às] propostas de articulação do sistema viário e de demolição de núcleos de edificações insalubres, assim se alargando ou abrindo praças, de tudo decorrendo o aformoseamento da cidade4.» Em conformidade, é instalada, em 1869, pela edilidade vimaranense, a Comissão de Melhoramentos de Guimarães, medida prevista no decreto de 1864, para os muni‑ cípios que visassem conceber um plano de melhoramentos. Este órgão compreendia um engenheiro da Direção Distrital de Obras Públicas. Na ocasião, o primeiro enge‑ nheiro distrital era José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes, que contribuiu com propostas algo ousadas para a época. Pretendia o engenheiro de pontes e estradas «alargar a articulação das saídas da cidade, melhorar os atravessamentos do núcleo medieval e aprofundar a centralidade do mercado municipal5.» Em 1872, pouco depois de ter contraído matrimónio, requereu licença ilimitada e reestabeleceu‑se em Amarante, na casa de Madalena, que sua mulher herdara de seus pais. Pinto de Menezes administrou o pecúlio que coube ao casal em virtude deste enlace. Nesta propriedade dedicou‑se à agricultura, rentabilizando os seus tratos, jardim e pomar. Por outro lado, entregou‑se às investigações científicas sobre
IDEM, p. 68. FERNANDES, Mário Gonçalves ‑ O centro histórico de Guimarães: formulações, desígnios, planos e subs‑ tância. Revista Monumentos: cidades, património, reabilitação. Dossiê Guimarães.[Em linha]. 33 (Abril 2013) 20‑37. p. 22. [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em www: . 4 IDEM, p. 23. 5 IDEM, p. 24. 2 3
110
Breves apontamentos sobre a vida e a obra de … José Luís Braga
ampelografia na sua biblioteca. Na verdade, os estudos incessantes que elaborava e os apontamentos que aprimorava são «excelentes materiais de trabalho, não só para a agricultura em geral, mas ainda para a viticultura, que conhecia a fundo6.» A política construtiva de Fontes Pereira de Melo também atraiu Pinto de Menezes. Assim sendo, o estadista e o ampelógrafo tornaram‑se amigos, tendo o primeiro ficado hospedado em casa do segundo por mais de uma vez. Durante o período em que Fontes Pereira de Melo se manteve no poder, Pinto de Menezes abraçou uma duradoura carreira política. Assim, durante cerca de uma década, foi Presidente da Câmara Municipal da vila de Amarante. Exerceu igualmente o cargo de procurador à Junta Geral do Porto «e o de deputado eleito pelo circulo da terra da sua naturalidade em 18767.» Em 1884, já com filhos, regressa ao Porto onde fixa residência. Permanecerá nesta cidade durante o resto dos anos que lhe couberam viver. A convite do então Ministro das Obras Públicas, Emídio Navarro – que, não obstante fosse politicamente seu antagonista, reconheceu o mérito dos trabalhos sobre agricultura que o amaran‑ tino havia apresentado na Exposição de Lisboa e nas do Porto – é indicado para a Direção Geral da Agricultura. Neste período desempenhou inúmeras comissões oficiais e extraoficiais de serviços agrícolas. Foi presidente da Liga Antifiloxérica, da Brigada dos Estudos da Região Duriense e Transmontana e Diretor dos Serviços Ampelográficos do Reino – «cargo que exerceu até à sua morte e em que era de facto, justamente considerado como um autêntico mestre, mesmo no estrangeiro8». Atendendo a FERREIRA DA SILVA, terá igualmente estado associado à comissão da cultura de tabaco do Douro, do inquérito agrícola, e dos estudos ampelográficos e enológicos9. Em 1889, Pinto de Menezes funda, com mais sete amigos, a Real Companhia Vinícola do Norte de Portugal, ocupando o cargo de membro da sua Direção até ser acometido pela doença que o haveria de incapacitar. Esta companhia «inscrevia nos seus estatutos (Artº 32º) não só uma nova definição territorial da região duriense como ainda se comprometia a “fazer exportação e venda dos vinhos portugueses, ou com o nome da região produtora, ou, quando lotados, com o genérico de vinho
INSTITUTO DO VINHO DO PORTO ‑ Notas a Lápis. Cadernos Mensais de Estatística e Informação. Porto. 23. (23‑11‑1941) 406‑409, p. 406. 7 SILVA, A.J. Ferreira da – Op. Cit., p. 68. 8 SARDOEIRA, Albano ‑ Autores amarantinos: subsídios para a sua biobibliografia. Amarante: Comissão de Etnografia e História do Douro Litoral, 1964, p. 87. 9 SILVA, A.J. Ferreira da – Op. Cit., p. 67‑68. 6
111
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
português” (Cap. I‑5º). Esta delimitação espacial era, comparativamente com as demarcações pombalinas, bem mais ampla10.» Três anos volvidos, em 1892, Pinto Menezes propôs a divisão do país em sete circunscrições vinhateiras. Esta delimitação, que, como outras coevas, visava ope‑ racionalizar a administração do Estado, compreendia quatro circunscrições do Norte e do Centro de Portugal designadas, genericamente, da seguinte forma: Minho ao Vouga, Alto Douro, Transmontanense e Beirense. Todavia, Pinto de Menezes divide ainda esta última, referindo‑se «especificamente às regiões de Meda, Alto Varosa, Dão e Mondego e Bairrada11» Em finais de Oitocentos, os poderes públicos manifestaram interesse em melhorar as condições viárias na zona duriense e transmontana, tida como «imediato hinterland do Porto12». Em 1898 um decreto estabeleceu que se determinasse as carências de viação nas regiões duriense e transmontana. Como verificámos acima, a brigada que se incumbiu deste estudo foi regida por Pinto de Menezes que apresentou o relatório prévio em 1899. Neste texto, o engenheiro amarantino «alertou para o facto de existirem na região estações ferroviárias completamente destituídas de comunicações com as povoações13». Acresce que as ligações de que carecia a rede ferroviária eram ainda mais evidentes na articulação entre as estradas e os caminhos‑de‑ferro. Pinto de Menezes era da opinião que a proporção adequada entre estradas e território se cifrava em 1 quilómetro de estrada para um quilómetro quadrado de território. Porém, a região em apreço quedava‑se pelos 0,15 quilómetros. A disciplina férrea no trabalho que demonstrava quando uma tarefa de interesse público o inquietava foi cerceada, três a quatro anos antes de falecer, quando a doença «o prostrou, obnubilando‑lhe o seu espírito14». José Taveira Carvalho Pinto de Menezes faleceu a 31 de Janeiro de 1908 e foi sepultado na sua Amarante natal. MARQUES, Hélder – A viticultura portuguesa na segunda metade do século XIX: as demarcações regionais e as denominações de origem. In GUICHARD, François, ed. lit. ‑ Articulation des territoires dans la Péninsule Ibérique. Bordeaux: Presses Universitaires de Bordeaux, 2001. Collection de La Maison des Pays Ibériques, p. 63. 11 IDEM, p. 64. Pinto de Menezes adota estas circunscrições nas suas “Considerações acerca da produ‑ ção vinícola do Norte de Portugal em 1892” que transcrevemos e publicamos no presente número da revista Douro: Vinho, História e Património. 12 PINHEIRO, Magda; LIMA, Nuno Miguel; PAULINO, Joana ‑ Espaço, tempo e preço dos transportes: a utilização da rede ferroviária em finais do século XIX. Ler História [Em linha]. 61 (2011) p. 18. atual. 22 de Fevereiro 2016 [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em www: . 13 Ibidem. 14 SILVA, A.J. Ferreira da – Op. Cit., p. 67. 10
112
Breves apontamentos sobre a vida e a obra de … José Luís Braga
II. A OBRA José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes dedicou‑se com afinco à agricultura do nosso país. Conquanto que não nos tenha legado livros que compendiem a sua obra, deixou transparecer em relatórios oficiais, em periódicos agrícolas e no Boletim da Direção Geral de Agricultura «as provas da sua potente actividade e intelligencia15». O seu afã correspondia à necessidade de fomentar no país uma robusta educação técnica. Pinto de Menezes destacou‑se dos publicistas portugueses – que desde o século XVI se devotaram ao estudo da agricultura, em geral, e da vitivinicultura, em parti‑ cular – por se ter especializado na análise minuciosa da ampelografia. Esta área do saber constitui‑se como a parte da agricultura, derivada diretamente da botânica, que se dedica ao estudo da videira. Assim sendo, o engenheiro amarantino ocupou‑se da descrição e classificação dos grupos vegetais em que o género Vitis é suscetível de ser dividido, sem, contudo, deixar de advertir que se trata de uma ciência de índole tecnológica, em que o elemento económico tem de se concatenar continua‑ mente com a ciência pura16. Portanto, o autor aplicou esta doutrina inovadora nos seus estudos sobre ampelografia, que vieram a lume no Boletim da Direção Geral de Agricultura de 1890 em diante. Estes apontamentos pretendiam constituir o alicerce daquela que seria a sua opus magnum: a Ampelografia Portuguesa. Todavia, esta obra não chegou a ser publicada. Segundo SARDOEIRA17, devem‑se a Pinto de Menezes os seguintes estudos científicos: 1. Caderneta para os estudos ampelographicos, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893 – Fol. De 12 págs., in 8º. 2. Caderneta para as primeiras observações ampelographicas, Lisboa, Imprensa Nacional, 1893, Vol. de 78 págs., in 8º. 3. Apontamentos para o estudo de ampelographia portugueza – 1ª Série – Carac‑ teres ampelographicos. In «Boletim da Direcção Geral de Agricultura», 4º ano, nº 3. 4. Apontamentos para o estudo da ampelographia portugueza – 2ª Série – Estudos publicados até 1880. In. Idem, 6º ano, nº 7.
Ibidem. INSTITUTO DO VINHO DO PORTO ‑ Op. Cit., p. 407. 17 Cf. SARDOEIRA, Albano – Op. Cit., p. 89. 15 16
113
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
5. Apontamentos para o estudo da ampelographia portugueza – 3ª Série – Infor‑ mações obtidas em 1885 ácerca das castas de uvas mais cultivadas em Portugal para a vinificação. In. Idem, 7º ano, nº 5. 6. Collecção ampelographica, Catálogo nº 5 – 1889‑1900 (Estação Vitícola do Douro). Porto, Tip. De A. J. da Silva Teixeira, s. d. 7. Considerações àcerca da produção Vinícola do norte de Portugal em 1892. Lisboa, 1892. Biblioteca do Ministério da Economia. De 111 págs. Com 15 estampas coloridas, in 4º18. 8. Distribuição de videiras americanas provenientes de França em 1891‑1892. Annuncio e Instruções. Lisboa, Imprensa Nacional, 1891, Folh. De 11 págs. In 4º. 9. Portugal (Circunscripções do Norte). Notícias àcerca dos seus vinhos (Direcção Geral de Agricultura). Porto, Tip. de António José da Silva Teixeira, 1888 ‑1889 – Vol. de XI + 160 págs. com dois mapas, in 4º. 10. Videiras cultivadas nas collecções ampelographicas do reino, no anno de 1890‑1891. (Catálogo nº 2). In Boletim da Direcção Geral de Agricultura, 5º ano, nº 3. 11. Videiras cultivadas nas collecções ampelographicas do reino no anno de 1891 ‑1892 (Catálogo nº 3). In. Idem, 5º ano, nº 3. 12. Videiras cultivadas nos postos ampelographicos do reino, nos anos de 1896 ‑1897. (Serviços Ampelographicos – Catálogo nº 4). In, idem, 7º ano, nº 1. 13. Videiras exoticas pertencentes à especie Vitis Vinifera em cultura nas collecções ampelographicas do Porto e Torres Vedras no anno de 1889 a 1890. (Ministério das Obras Públicas, Commercio e Industria – Direcção Geral de Agricultura – Serviços Ampelographicos e Oenologicos – Catálogo nº 1). Lisboa, Imp. Nacional, 1890. – Vol. de 70 págs. in 8º 14. Videiras exóticas pertencentes à especie Vitis Vinifera em cultura nas collecções ampelographicas do Porto e Torres Vedras no anno de 1889 a 1890. (Serviços Ampelographicos – Catálogo nº 1). In. Direcção Geral de Agricultura – Boletim 5º ano, nº 3. 15. Apontamentos para o estudo das necessidades mais urgentes da viação nas regiões Duriense e Transmontana (Brigada Technica de Estudos das Regiões Duriense e Transmontana). O Engenheiro, Chefe de Brigada, José Taveira de Carvalho Pinto de Meneses. Livro de 130 págs. in 8º, Lisboa Imp. Nacional, 1900. Pesa embora Albano Sardoeira referencie, nesta alínea, as Considerações… – que são transcritas e publicadas neste número da revista Douro – esta obra não consta dos seguintes catálogos: da Biblioteca Nacional; da PORBASE; do The European Library; do Worldcat.org ou mesmo da Biblioteca do Ministério da Economia.
18
114
Breves apontamentos sobre a vida e a obra de … José Luís Braga
*** O manuscrito das “Considerações acerca da produção vinícola do Norte de Portugal em 1892”, que é publicado no presente número da Revista Douro, foi descoberto pelo Prof. Hélder Marques19 na Biblioteca da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. Este documento fazia‑se acompanhar por 15 cartas, mas destas apenas uma, «da qual se desconhece o paradeiro, mas é descrita no manuscrito, poderá ser dos anos noventa de Oitocentos e da autoria daquele engenheiro, já que as outras 14, na escala aproximada de 1:800.000, são certamente posteriores20.» A carta de Pinto de Menezes, de que se desconhece o paradeiro, é descrita no manuscrito de 1892, pelo autor. Esse trecho é transcrito por FERNANDES e MARQUES nas atas do Simpósio Luso-Brasileiro de Cartografia Histórica: Apesar de não constar junto do documento, o “Mapa-Esbôço duma carta vitivinícola da cir‑ cunscrição do Norte de Portugal em 1892” é descrita por Pinto de Menezes no seu manuscrito: “Vê-se facilmente no esboço da carta vinícola com que acompanhamos este trabalho (…). O esboço distingue-as pela diversidade de cores. Adoptei n’ele a cor verde para indicar a região do Minho ao Vouga, a amarela para a do Alto Douro, a azul para a Transmontana e a roxa para designar a Beirença. Em cada cor há duas gradações; a mais leve representa os territórios em que a cultura da videira é de mediana intensidade, e a mais carregada, aqueles em que ela é mais intensa. Em todas as paroquias que se encontram na parte aguarelada, existe a cultura da preciosa ampelidea, mas em pequena escala. São pois estas manchas de cor intensa na carta, que representam territórios em que a produção excede sempre o consumo.” [(José Pinto de MENEZES, 1892, pp. 69-70)]21.
***
Queremos expressar a nossa gratidão ao Prof. Doutor Hélder Marques por nos ter cedido o manuscrito de Pinto de Menezes que transcrevemos e agora é publicado na Revista Douro. 20 MARQUES, Helder; FERNANDES, Mário G. ‑ Cartografar para compreender: a viticultura portuguesa, da difusão do filoxera à estruturação da rede das adegas cooperativas pela Junta Nacional do Vinho. In ANAIS DO Simpósio Luso‑Brasileiro de Cartografia Histórica. 3, Ouro Preto, MG ‑ Brasil, 10‑13 Novembro 2009. p. 2. [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em: www: . 21 Pinto de Menezes apud FERNANDES, Mário G.; MARQUES, Helder ‑ Mapas da territorialização vitícola portuguesa (1865‑1908). In Simpósio Luso‑Brasileiro de Cartografia Histórica. 4, Porto, 9‑12 Novembro 2011. Porto: Faculdade de Letras da Universidade do Porto, s. d., pp. 1‑14, p.5. [Consult. 23 Abr. 2016]. Disponível em: www: < http://eventos.letras.up.pt/ivslbch/resumos/115.pdf>. 19
115
Transcrição e publicação de «Considerações acerca da produção vinícola do Norte de Portugal em 1892», manuscrito da autoria de José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes** J o s é Luís Braga
1894, Janeiro 20, Porto – José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes tece consi‑ derações acerca da produção vinicola do Norte de Portugal em 1892, fls. 1‑178. Caderno em papel A4 (texto) e A3 (texto e tabelas). Bom estado de conservação. Manuscrito depositado na Biblioteca da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. *** [FRONTISPÍCIO] CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PRODUÇÃO VINÍCOLA DO NORTE DE PORTUGAL EM 1892 por JOSÉ TAVEIRA DE CARVALHO PINTO DE MENEZES
Na execução da presente transcrição observámos os preceitos constantes na seguinte obra: COSTA, Avelino Jesus da – Normas Gerais de Transcrição e Publicação de Documentos e Textos Medievais e Modernos. 3ª ed., Coimbra: Universidade, Instituto de Paleografia e Diplomática, 1993. ** Diretor da Secretaria dos Serviços Ampelográficos em 20 de Janeiro de 1894. *** Investigador APHVIN/GEHVID. Licenciado em História pela FLUP e Doutor em Direção e Planificação de Turismo pela Universidade de Santiago de Compostela. *
117
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
(trabalho manuscrito da Biblioteca da D.G.S.A.) *** [Fl. I1] Mapa‑Esbôço duma carta vitivinicola da circunscrição do Norte de Portugal em 1892 *** [Fl. 1] Considerações àcerca da produção vinicola do norte de Portugal em 1892. *** Para satisfazer ao preceituado no artigo 33º nº 10 do decreto de 30 de Setembro de 1892, tive de organizar, na qualidade de vogal da comissão promotora do comercio de vinhos e azeites, uma estatistica da produção vinicola dos nove districtos admi‑ nistractivos do norte de Portugal em 1892. Foi a primeira tentativa que n’este país se fez d’uma estatistica detalhada por freguesias, e tanto basta para que se ache inquinada com erros além dos inerentes a esta natureza de trabalhos, porquanto inexactidões aparecem sempre que se trata de inventariar a produção mesmo nas nações em que, ha já longo número de anos se registram tôdos os factos da sua vida económica. Ha uma circunstância que não posso deixar de aqui notar: foi a de ver‑me desa‑ judado do auxílio d’aqueles que me poderiam coadjuvar eficazmente, mas que se achavam distraídos num serviço importante e trabalhozo do ministério da fazenda. [Fl. 2] A‑pesar, porém, dos seus êrros, que só reiterados trabalhos poderão expurgar das nossas estatisticas, deduzem‑se d’esta alguns resultados gerais verda‑
118
1
Optámos por utilizar a numeração romana para ordenar a divisão – em numeração árabe – do caderno em quinze partes que o autor leva a efeito.
Transcrição e publicação José Luís Braga
deiros, que entendi não se deveriam perder, aproveitando‑os para o estudo das regiões vinhateiras, que faz parte dos serviços ampelográficos a meu cargo. Eis o que me levou a proceder a êste estudo analítico, em que muitos acharão, à primeira vista, que trabalhou de mais o escalpelo, por isolar e descarnar factos e detalhes aparentemente sem importância; Creio, porém, que um estudo mais reflectido lhes fará reconhecer que essas minúcias miram um fim, que é o de descobrir onde se cometeram êrros estatísticos mais salientes, para me acautelar no futuro com as informações que d’aí receber. O processo deu o resultado desejado; algumas das inexatidões saltam à vista, e se não as aponto, é por um melindre facil de perceber e porque tenho a certeza que as corrigirei n’outro trabalho para o qual êste é apenas auxiliar. Creio que o estudo da novidade de 1892, que foi normal, tem tôda a importância para os serviços ampelográficos, aos quais o decreto nº 5 de 1 de Dezembro de 1892 incumbe a organização da estatistica vitícola [Fl. 3] e vinícola. Note‑se porém, que esta estatistica difere da que se acha a cargo da comissão promotora do comercio de vinhos e azeites. Nesta, tem de se atender principalmente aos interesses do comercio: os seus registros atingiriam a perfeição máxima se podessem (sic) descrever diariamente o stock dos vinhos existentes, e indicar detalhadamente as vendas da vespera. N’aquela, cessa o interesse d’êsse movimento diário e pretende‑se só saber o que toma um carácter mais ou menos permanente. Assim, tratando da produção, o interesse da comissão promotora do comercio de vinhos, é conhecer o que produzem no ano corrente cada localidade, enquanto que o dos serviços ampelográficos, está, principalmente, em descobrir qual a produção maxima e mínima d’essa localidade em diversas épocas, em investigar as causas que a fizeram crescer ou diminuir, e em indicar os meios de fazer com que progrida. Ainda que o estudo que segue não tenha outra vantagem, bastaria, para dar por bem empregado o tempo que com êle gastei, ter‑me fornecido as bases para a orga‑ nização do esbôço da carta vinícola, que o acompanha, e que tão necessária se torna, à falta de trabalhos mais perfeitos. [Fl. 4] Espero que brevemente poderei dispôr de material suficiente para proceder a idênticos estudos nas circunscrições do centro e do sul de Portugal.
119
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
*** Porto, Secretaria dos Serviços Ampelográficos 20 de Janeiro de 1894. O Director José Taveira de Carvalho Pinto de Menezes. *** [Fl. 5] – Capítulo I – Produção vinícola em 1892 *** – Produção por concelhos –
Número de ordem
Calculei nas estatisticas que servem de base a êste estudo, em 2.122: 103 hec‑ tolitros, a produção vinicola da novidade de 1892, nos nove distritos administractivos que constituem a circunscrição vinhateira do norte de Portugal. Medem êsses distritos uma superficie de 3571: 086 hectares dividida em 138 concelhos. Em tôdos êstes se cultiva a videira em maior ou menor escala, sendo as suas produções, pela ordem decrescente, as seguintes:
120
1 2 3 4 5 6 7 8 9
“Concelhos”
Barcelos Braga Guimarães Vila Nova de Famalicão Alijó Celorico de Basto Vizeu Amarante Vila Real
Produções
79.671 78.038 66.390 66.017 54.83[5] 53.026 47.309 46.030 42.460
Distritos Administrativos
Braga “ “ “ Vila Real Braga Vizeu Porto Vila Real
Transcrição e publicação
Número de ordem
José Luís Braga
10 11 12 13 14 15 16 17
“Concelhos”
Produções
Peso da Régua S.ta Maria de Penaguião Ponte do Lima Cabeceiras de Basto São Pedro do Sul Penafiel Vale Passos (sic) Santo Tirso
40.930 40.000 38.215 36.837 34.060 33.335 32.950 32.090 822.193
Transporte
Distritos Administrativos
“ “ Viana do Castelo Braga Vizeu Porto Vila Real Porto
*** [Fl. II] Carta da produção vinicola por concelhos da circunscripção do Norte de Portugal em 1892 ***
Nº de ordem
[Fl. 6]
18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28
“Concelhos”
“Produção”
Transporte Lamego Penalva do Castelo Fafe Viana do Castelo Monção Tondela Arcos de Vale de Vez Nelas Chaves Vila Verde Castelo de Paiva
822.193 32.000 31.941 22.576 29.118 28.764 28.165 27.588 27.140 26.350 25.749 25.749
“Districtos Administrativos”
Vizeu “ Braga Viana do Castelo “ Vizeu Viana do Castelo Vizeu Vila Real Braga Aveiro
121
H i s t ó r i a
Nº de ordem
V i n h o ,
29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
“Concelhos”
“Produção”
Mêda Marco de Canavezes Felgueiras Mondim de Basto Mesão Frio Armamar Cinfães Gouvêa Amares Mangualde Póvoa de Lanhoso Arouca Lousada Ribeira de Pena Cêa (sic)2 Baião Carrazeda de Anciães Rezende Transporte
25.614 25.482 25.152 22.025 21.726 21.480 21.406 21.296 21.168 20.638 19.786 19.588 19.466 19.100 18.900 18.655 18.487 17.451 1.511: 7432
“Districtos Administrativos”
Guarda Porto “ Vila Real “ Vizeu “ Guarda Braga Vizeu Braga Aveiro Porto Vila Real Guarda Porto Bragança Vizeu
2
Nº de ordem
[Fl. 7]
“Concelhos”
Transporte = 47 48 49 50 51 52 53 54 55
122
Penedono Murça Almeida Paredes Sabrosa Melgaço Vieira Anadia Vouzela
“Produção”
1.511: 743 17.388 16.960 16.790 16.582 16.550 15.140 14.962 14.920 14.837
“Districtos Administrativos”
Vizeu Vila Real Guarda Porto Vila Real Viana do Castelo Braga Aveiro Vizeu
Contabilizámos uma diferença de 6990 hectolitros relativamente ao somatório da produção que consta nesta alínea. Somando o valor em causa, a produção em Fafe cifrar‑se‑ia em 29566.
2
Transcrição e publicação
Nº de ordem
José Luís Braga
56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75
“Concelhos”
“Produção”
Oliveira de Frades Vila do Conde Gondomar Boticas Pinhel Vila Nova de Gaia Cantanhede Valença Figueira da Foz Maia Sabugal Castro Daire Águeda Ponte da Barca Miranda do Douro Soure Carregal Mondim da Beira Esposende Fornos de Algodres Transporta =
14.510 13.945 13.726 13.700 12.600 12.070 11.961 11.661 11.508 11.260 11.165 10.612 10.565 10.232 9.988 9.940 9.321 9.176 9.139 8.891 1881: 842
“Districtos Administrativos”
“ Porto “ Vila Real Guarda Porto Coimbra Viana do Castelo Coimbra Porto Guarda Vizeu Aveiro Viana do Castelo Bragança Coimbra Vizeu “ Braga Guarda
Nº de ordem
[Fl. 8]
“Concelhos”
“Produção” Transporte
76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Oliveira de Azemeis Vila Nova de Foz Côa Trancoso Celorico da Beira Arganil Oliveira do Bairro Mogadouro Albergaria a Velha Tarouca Caminha Santa Comba Dão
1.881: 842 8.721 8.615 8.567 8.180 8.176 7.737 7.590 7.557 7.535 7.130 6.660
“Districtos Administrativos”
Aveiro Guarda “ “ Coimbra Aveiro Bragança Aveiro Vizeu Viana do Castelo Vizeu
123
H i s t ó r i a
Nº de ordem
V i n h o ,
87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
“Concelhos” Figueira de Castelo Rodrigo Feira Terras de Bouro São João da Pesqueira Vila Nova de Cerveira Estarreja Macieira de Cambra Sever do Vouga Sernancelhe Valongo Tabuaço Moncorvo Satam Vila Flor Mortagua Paredes de Coura Paços de Ferreira Póvoa de Varzim Transporta =
“Produção” 6.456 6.425 6.424 6.357 6.270 6.182 6.044 5.208 5.119 4.980 4.890 4.620 4.460 4.437 4.437 4.128 4.080 3.990 2.065: 9383
“Districtos Administrativos” Guarda Aveiro Braga Vizeu Viana do Castelo Aveiro Aveiro “ Vizeu Porto Vizeu Bragança Vizeu Bragança Vizeu Viana do Castelo Porto “
[Fl. 9]
Nº de ordem
3
“Concelhos” Transporte =
105
124
“Distritos Administrativos”
2.065: 938 3.860
Vila Real
106
Bouças
3.760
Porto
107
Moimenta da Beira
3.650
Vizeu
108
Taboa
3.470
Coimbra
109
Freixo d' Espada à Cinta
3.100
Bragança
110
Guarda
3.012
Guarda
111
Porto
2.951
Porto
112
Bragança
2.673
Bragança
113
Vimioso
2.459
“
114
Portalegre
2.300
Vila Real
115
Pampilhosa
2.075
Coimbra
116
Aguiar da Beira
1.950
Guarda
Sic.
3
Vila Pouca de Aguiar
“Produção”
Transcrição e publicação
Nº de ordem
José Luís Braga
“Concelhos”
“Produção”
“Distritos Administrativos”
117
São João de Areias
1.921
Vizeu
118
Alfândega da Fé
1.920
Bragança
119
Penela
1.404
Coimbra
120
Penacova
1.335
“
121
Vagos
1.254
Aveiro
122
Ovar
1.242
“
123
Montemor‑o‑Velho
1.200
Coimbra
124
Coimbra
1.165
“
1.068
125
Aveiro
126
Góis
965
Coimbra
127
Vinhais
925
Bragança
128
Mealhada
912
Aveiro
129
Poiares
830
Coimbra
130
Macêdo de Cavaleiros
779
Bragança
131
Mira
770
Coimbra
132
Manteigas
740
Guarda
133
Mirandela
735
Bragança
Transporta =
Aveiro
2.120: 363
[Fl. 10]
Nº de ordem
4
“Concelhos”
“Produção”
Transporte =
“Distritos Administrativos”
2.120: 363
134
Condeixa‑a‑Nova
135
Oliveira do Hospital
136
Fragoas
510
Vizeu
137
Miranda do Corvo
244
Coimbra
138
Ílhavo
125
Aveiro
139
Lousã
107
Coimbra
686 6[6]84
Soma =
2.122: 703
Coimbra “
A produção media por concelho foi de 15.271 hectolitros. O segundo algarismo encontra-se rasurado e foi apurado por dedução a partir do valor da soma final.
4
125
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Superiores à media foram as produções dos primeiros 51 concelhos da relação precedente e inferiores as dos 88 restantes. Tratemos agora de ver como essa produção se distribui por os nove distritos administrativos da circunscrição. Viana = A produção vinicola é superior à media geral da produção concelhia de toda a circunscrição nos concelhos de Ponte de Lima, Viana do Castelo, Monção e Arcos de Vale de Vez. A sua àrea é de 135.696 hectares e a produção de 123.685 hectolitros. Desce da media a produção nos concelhos de Caminha, Melgaço, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Valença e Vila Nova de Cerveira. Somam [Fl. 11] uma superficie de 88: 608 hectares com uma produção vinicola de 55: 053 hectolitros. A area dos concelhos mais produtivos representa 60 por cento da area total do distrito e a sua produção 69 por cento da produção total d’êle. A produção media por hectare, de tôdo o distrito, foi de cêrca de 80 litros, sendo a dos quatro concelhos mais productivos de 91 litros e a dos seis menos productivos de 62 litros. Braga = Foi superior à produção vinicola media concelhia a dos concelhos de Barcelos, Braga, Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Celorico de Basto, Cabeceiras de Basto, Fafe, Vila Verde, Amares e Póvoa de Lanhoso, medindo uma area de 208: 565 hectares com uma produção de 476: 258 hectolitros. Desce da media a produção dos concelhos de Espozende, Terras de Bouro e Vieira, que somam uma superficie de 65: 255 hectares, com uma produção vinicola de 30: 526 hectolitros. A soma das areas dos concelhos mais produtivos atinge pois 76 por cento da area total do distrito e a sua produção 94 por cento da produção total d’êle. A produção media de tôdo o distrito foi de 158 litros por hectare, sendo 229 litros a dos concelhos superiores à media e de 46 litros a dos restantes. Porto = A produção vinicola media concelhia da circunscripção foi expedida pela dos con‑ [Fl. 12]‑celhos de Amarante, Penafiel, Santo Tirso, Marco de Canavezes, Felgueiras, Louzada, Baião e Paredes. Somam as suas areas 138: 149 hectares, com uma produção de 216: 792 hectolitros. As produções vinicolas dos concelhos de Bouças, Gondomar, Maia, Paços de Ferreira, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo, Vila do Conde, Vila Nova de Gaia, estão abaixo da media. A sua area é de 91: 058 hectares e a produção de 70: 901 hectolitros.
126
Transcrição e publicação José Luís Braga
O primeiro grupo d’êstes concelhos ocupa uma superficie de 60 por cento da area do distrito e a sua produção é de 75 por cento da produção total d’êle. A produção media em tôdo o distrito é de 125 litros por hectare, sendo de 157 litros a dos concelhos em que a produção vinicola é superior à media e de 78 litros a d’aqueles em que lhe é inferior. Vila Real = Os concelhos de Alijó, Vila Real, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vale Passos, Chaves, Mondim de Basto, Mesão Frio, Ribeira de Pena, Murça e Sabroza, tiveram, e na ordem em que os mencionei, produções vinicolas excedentes à media concelhia da circunscripção. Somam as suas areas 287: 642 hectares e as suas produções vinicolas 333: 886 hectolitros. Nos concelhos de Boticas, Montalegre, Vila Pouca d’ Aguiar, houve produção inferior à media concelhia; as suas areas somam 157: 081 [Fl. 13] hectares, que produziram apenas 19.860 hectolitros de vinho. As superficies dos concelhos mais produtores dão uma soma que representa 65 por cento da area do distrito e a produção respetiva é de 94 por cento da sua pro‑ dução total. A produção media em tôdo o distrito é de 80 litros por hectare, sendo de 116 litros a dos concelhos que tiveram produção acima da media concelhia e de 12 litros a dos restantes. Bragança = N’este distrito ha apenas o concelho de Carrazeda de Anciães, cuja produção vinicola excedeu a media concelhia da circunscripção. Foi essa produção de 18: 487 hectolitros, distribuida pelos 24: 349 hectares que mede o concelho. A produção total de tôdos os outros concelhos foi de 39: 519 hectolitros em 642: 584 hectares. A area do concelho de Carrazeda de Anciães é ainda um tanto inferior a 4 por cento da do distrito, correspondendo‑lhe, contudo, uma produção vinicola superior a 31 por cento de tôdo êle. A produção vinicola do distrito não chegou a 9 litros por hectare da sua area total, mas a d’êsse concelho mais produtivo quasi que regula por 76 litros. A dos restantes apenas atinge 6 litros. Aveiro = Somente os concelhos de Castelo de Paiva e Arouca, excederam na sua produção, a media concelhia de tôda a circumscripção. [Fl. 14]
127
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Somam as suas superficies 49: 796 hectares e a respetiva produção 45: 337 hectolitros. A area dos quatorze restantes concelhos é de 241: 065 hectares, que produziram em 1892, segundo a estatistica, 79: 054 hectolitros de vinho. A soma das superficies d’aqueles dois concelhos, da 21 por cento da do distrito e corresponde‑lhe uma produção vinicola de 70 por cento da produção total d’êle. A produção media por hectare da superficie total do distrito é de 42 litros, sendo 91 litros a que corresponde àqueles dois concelhos, e de 32 litros a dos restantes. Coimbra = A produção vinicola dos concelhos d’êste distrito é em tôdos inferior à produção concelhia media da circunscripção. A sua produção por hectare regula por 14 litros de vinho. Vizeu = N’este distrito administrativo, sobem da media produção vinicola con‑ celhia as produções dos concelhos de Vizeu, S. Pedro do Sul, Penalva do Castelo, Lamego, Tondela, Nelas, Armamar, Cinfães, Mangualde, Rezende e Penedono, cujas areas somam 251: 542 hectares que produziram 298: 968 hectolitros de vinho. Baixaram na produção vinicola, da media concelhia os concelhos restantes, que são os seguintes: Carregal, Castro Daire, Fragoais (sic), Mondim da Beira, Mortagua, Moimenta da Beira, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, São João de Areias, *** [Fl. III] Carta da produção vinicola concelhia da circunscripção do Norte de Portugal em 1892 – Segundo a sua importância relativa. *** [Fl. 15]
128
S. João da Pesqueira, Satam, Sernancelhe, Taboaço, Tarouca e Tondela. Somam as suas areas 245: 723 hectares, e em 1892, as suas produções vinicolas, 104: 893 hectolitros. A area dos concelhos de produção superior à media concelhia da circunscripção é pois de 51 por cento da do distrito e a produção de 74 por cento da produção vinicola total d’êle.
Transcrição e publicação José Luís Braga
A produção vinicola d’este distrito distribuida por tôda a sua superficie dá 81 litros por hectare, sendo de 119 litros a da parte superior à media produção vinicola concelhia e de 43 a restante. Guarda = Os concelhos da Mêda, Gouvêa, Cêa e Almeida, tiveram produções superiores à da media concelhia da circunscripção. As areas d’estes quatro concelhos somam 116: 636 hectares, que produziram, no ano de que me ocupo, 82.600 hecto‑ litros de vinho. A soma das superficies dos restantes concelhos é de 439: 024 hectares com uma produção de 70: 380 hectolitros. A area dos primeiros regula por 21 por cento da do distrito e a sua produção de 54 por cento da de tôdo êle. A produção d’êste distrito em 1892, distribuida pela sua area, dá 28 litros por cada hectare, sendo 71 litros para os 4 concelhos com produção superior à media produção vinicola da circunscripção, e 16 por cento, para os restantes. [Fl. 16] = Produção por paroquias = Contém esta circunscripção 2. 816 freguesias com superficies muito variaveis. Não só de districto para districto, mas até dentro do mesmo concelho, havendo em alguns, paroquias com muito mais do decuplo de outras. As areas paroquiais medias por districto, variam da seguinte forma: Aveiro Braga
1.607
hectares
536
“
Bragança
2.117
Coimbra
2.077
Guarda
1.715
Porto Viana do Castelo
607 781
Vila Real
1.737
Vizeu
1.366
Perante tais desigualdades, nada representam as produções paroquiais, para se conhecer por elas o seu grau de intensidade.
129
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
É lamentável que estando hoje concluída a carta corográfica do reino, se não tenham determinado as areas das suas paroquias, que, ainda que não fossêm calculadas rigorosamente, seriam um auxiliar importantíssimo para os trabalhos de estatistica. Em vista pois d’estas circunstâncias porei de parte êste importante elemento de cálculo, operando somente sôbre as áreas medias. A produção vinicola media paro‑ quial, [Fl. 17] segundo a estatistica de 1892, foi para esta circunscripção de 791 hectolitros, tocando a seguinte a cada um dos seus districtos administrativos:
130
Aveiro
687
Braga
827
Bragança
188
Coimbra
302
Guarda
461
Porto
759
Viana do Castelo
619
Vila Real
1.387
Vizeu
1.106
hectolitros
Parece que se poderá estabelecer como regra que tôdas as freguesias que tiveram uma produção vinicola superior a 1.000 hectolitros, devem ser consideradas impor‑ tantes, sob o ponto de vista comercial. De feito, essa produção chega‑lhes geralmente para o consumo, deixando um saldo. Refiro‑me, tão somente, à importância que dá a quantidade, porque n’este tra‑ balho só d’essa trato, notando porém, que ha n’esta circunscripção freguesias de tamanha importância pela qualidade dos vinhos que produzem, que o comercio nem uma só gôta d’êles deixa ao consumo local; são poucas infelizmente e estas todas tôdas no Alto Douro. Passo a percorrer um por um os nove distritos administrativos d’esta circunscripção a fim de ver como n’êles se acham distribuidas essas freguesias que, sem contestação [Fl. 18] se podem considerar importantes para o comercio de vinhos. Escuso lembrar que n’este capitulo, bem como nos quatro seguintes, me referirei somente à produção vinicola de 1892. = Viana do Castelo = N’este distrito ha 48 freguesias de produção (em 1892) não inferior a 1.000 hectolitros, 37 das quais não atingem 2.000 hectolitros, e 2 excedem 4.000 hectolitros.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Acham‑se essas freguesias distribuidas por tôdos os concelhos do distrito, com excepção do de Paredes de Coura e Vila Nova de Cerveira. Somam as produções vinicolas dessas 48 freguesias 81: 849 hectolitros, ou 46 por cento da de tôdo o distrito constante de 288 freguesias. Direi agora, para cada concelho, quais são as paroquias. = Arcos de Vale de Vez = Com produção entre 1: 045 e 1643 hectolitros, encontram ‑se, na estatistica de 1892, as freguesias de Arcos de Vale de Vez (S. Paio), Couto, Oliveira, Rio de Moinhos, São Jorge e Valle. Somam as produções vinicolas d’estas 6 paroquias 8: 165 hectolitros ou cerca de 30 por cento da de tôdo o concelho que se compõe de 51 freguesias. = Caminha = Calculei em 1200 e 1500 hectolitros as produções vinicolas das freguesias de Riba d’Ancora e Gontinhães. A soma d’estas produções representa 37 por cento da produção total do concelho, que tem 19 freguesias. [Fl. 19] = Melgaço = A produção vinicola de Paderne foi calculada 3: 650 hectolitros, as da freguesia de Penso e S. Paio de Melgaço regularam por 2.000 hectolitros em cada uma, e as de Paços e Alvaredo por 1. 070 e 1. 200 hectolitros respectivamente. Somam estas produções 9. 920 hectolitros ou 66 por cento da de todo o concelho, que consta de 18 freguesias. = Monção = A freguesia de Manzedo (sic) produziu 4: 131 hectolitros, a de Monção 3. 244 e nas de Barbeita, Bela, Cambezes, Moreira, Pias, Riba de Mouro e Torporiz (sic) oscilou a produção entre 1. 131 e 1885 hectolitros. Somam as produções d’estas freguesias 17: 897 hectolitros, isto é, 62 por cento da de tôdo o concelho, que tem 32 freguesias. = Ponte da Barca = Calculei as produções das freguesias de Crasto e Ruivos em 1: 022 e 1.200 hectolitros respectivamente. Somam pois as produções d’essas duas freguesias 2.222 hectolitros, cerca de 22 por cento da de tôdo o concelho que se compõe de 25 freguesias. = Ponte de Lima = As freguesias de Arcozelo, Moreira do Lima, Refoios do Lima produziram entre 2.310 e 2.549 hectolitros de vinho, e as de Beiral do Lima,
131
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Coelheiras5 (sic), Correlhã, Facha, Fornelos, Freixo, Gandra, Ribeira e Souto, entre 1: 004 e 1. 699 hectolitros. *** [Fl. IV] Carta das superficies medias paroquiais nos concelhos que constituem a circuns‑ cripção do Norte de Portugal *** [Fl. 20] Somam as produções vinicolas d’estas 12 freguesias 19. 134 hectolitros ou 50 por cento de tôdo o concelho, que tem 51 freguesias. = Valença = A freguesia de Gondomil produziu 2.542 hectolitros de vinho e as de Boivão e Cerdâl, 1.218 e 1.722 respectivamente. Somam as produções vinicolas d’estas 3 freguesias 5. 482 hectolitros ou 47 por centro da produção de tôdo o concelho que tem 16 freguesias. = Viana do Castelo = A freguesia de Perre produziu 4. 370 hectolitros de vinho, a de Outeiro 3. 516 hectolitros, e as de Anha, Capareiros, Castelo do Neiva, Portozelo, Sub‑Portela, Vila Franca e Vila de Punhe entre 1. 000 e 1. 462 hectolitros. Somam as produções vinicolas d’estas nove freguesias 16. 329 hectolitros ou 56 por cento da produção total do concelho, que se compõe de 40 freguesias. = Braga = Houve n’este distrito 183 freguesias de produção não inferior (em 1892) a mil hectolitros, que se acham distribuidas por tôdos os seus concelhos, com excepção de Terras do Bouro. D’estas 183 freguesias, 102 não atingiram 2. 000 hectolitros, 12 não alcançaram 3. 000, 6 não chegaram a 4. 000, e as restantes 4 produziram respectivamente 4. 576, 5. 133, 6. 643 e 9: 427 hectolictros.
132
5
Estamos em querer que o autor terá querido referir‑se à freguesia de Calheiros do concelho de Ponte de Lima.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Somam as produções vinicolas d’essas 183 [Fl. 21] freguesias 343: 183 hectolitros ou 68 por cento da de tôdo o distrito, que se compõe de 521 paroquias. = Amares = Tem êste concelho as seguintes freguesias com uma produção vinicola entre 1. 029 e 1. 327 hectolitros: Santa Maria de Bouro, Caires, Caldelas, Dornelas, Ferreiros, Figueiredo, Fiscal, Goães, Lago, Prozelo e Rendufe. Produziram estas 11 freguesias 12.649 hectolitros de vinho ou 60 por cento da produção total do concelho que tem 24 paroquias. = Barcelos = A freguesia da Silva produziu 5. 133 hectolitros de vinho, a de Vila Cova 4. 278, as de Macieira de Rates e Lama 3. 701 e 3. 481 hectolitros res‑ pectivamente, a de Veatodos 2. 895 e finalmente a produção vinicola das seguintes foi entre 1. 000 e 1. 704 hectolitros: Abade de Neiva, Alheira, Alvelos, São João Baptista de Areas, Barcelinhos, Barcelos, Carapeços, Carvalhal, Cris‑ telo, Courel, Encourados, Faria, Fragoso, Lijó, Martim, Pereira, Pousa, Roriz, Silveiros, Vila Boa e Vilar de Figos. Ao tôdo são 26 freguesias, essas de produção não inferior a mil hectolitros, que produ‑ ziram 46: 847, isto é, 59 por cento da produção total do concelho, que tem 95 freguesias. = Braga = As produções das freguesias de Adaúfe e Palmeira, foram respectiva‑ mente de 4. 105 e 4. 578 hectolitros; [Fl. 22] as de Dume, S. Paio de Merelim, Real e Sequeira, tiveram uma produção entre 3.090 e 3.502 hectolitros; nas de Aveleda, Celeirós, Crespos, Ferreiros, Frossos e S. Pedro de Merelim, oscilou a produção entre 2.111 e 2.939 hectolitros e finalmente produziram entre 1. 067 e 1. 637 hectolitros as seguintes: Esporões, S. Mamede d’Este, S. Pedro d’Este, Lamaçães, Lomar, Mire de Tibães, Moreira (sic), Navarra, Nogueira, Padim da Graça, Panoias, Parada de Tibães, S. Estevam de Penso, S. Vicente de Penso, Pousada, Priscos, S. Lucrecia de Algeriz, Semelhe, Teboza e Vimieiro. Somam as produções vinicolas d’estas 32 freguesias, 63 059 hectolitros, ou 81 por cento da produção das 60 freguesias de que se compõe o concelho. = Cabeceiras de Basto = Acha‑se calculada a produção da freguesia de Refoios (sic) de Basto em 9. 427 hectolitros, a da de Caves em 6. 643 e a de Pedraça em 3. 597. A produção das freguesias de S. Senhorinha de Basto e Cabeceiras de Basto, calculei‑as em 2. 327 e 2. 107 respectivamente e finalmente as de Alvite, Arco de Baúlhe, Falha6 (sic), Outeiro, Rio Douro e Vilar de Cunhas, entre 1. 055 e 1. 853 hectolitros. 6
O autor estará a referir‑se provavelmente à freguesia “Faia”.
133
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Somam as produções vinicolas d’estas 11 freguesias 33. 249 hectolitros ou 90 por cento das de tôdo o concelho, composto de 17 paroquias. [Fl. 23] = Celorico de Basto = Calculei a produção da freguesia de Fervença em 8. 030 hectolitros, as de Britelo e Pagos7 (sic) produziram respectivamente 4. 030 e 4. 212 hectolitros; as produções das freguesias de Arnoia, Corgo, Ribas, Vale de Bouro e Viade, acham‑se entre 3. 283 e 3. 577 hectolitros; as das freguesias de Santa Tecla de Basto, Canedo, Gemeos e Molares, entre 2. 100 e 2. 906 hectolitros; e finalmente, as freguesias de Agilde, S. Clemente de Basto, Carvalho, Codeçozo, Infesta e Ourilhe, tiveram as suas produ‑ ções vinicolas entre 1. 127 e 1. 965. Somam as produções d’estas 18 freguesias 52. 585 hectolitros ou 99 por cento da de tôdo o concelho, que tem 21 freguesias. = Espozende = As freguesias de Forjães, Curvos e Palmeira do Faro, produziram respectivamente 2. 299, 2. 056 e 1. 542 hectolitros de vinho. Somam estas tres verbas 5. 897 hectolitros, isto é, 64 por cento da população total das 15 freguesias do concelho. = Fafe = a produção vinicola da freguesia de Fafe foi de 4. 160 hectolitros, a da freguesia de Serafão de 2. 184 hectolitros, e regularam entre 1. 040 e 1. 820 as produções das freguesias de Armil, S. Romão de Arões, Cepães, Freitas, Moreira de Rei, Passos, Quinchães, Travassos e Vila Cova. [Fl. 24] Somam as produções d’estas 11 freguesias 17. 212 hectolitros ou 58 por cento das de tôdo o concelho, que se divide em 36 paroquias. = Guimarães = As freguesias de maior população vinícola foram as de S. Torcato e Fermentões, regulando da primeira por 2. 600 e a da segunda por 2.200 hectolitros.
134
7
O autor estará a referir‑se provavelmente à freguesia “Gagos”.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Com produções entre 1.000 ou 1.700 hectolitros houve n’este concêlho as fre‑ guesias de Atães, Azurem, Santa Leocádia de Briteiros, Brito, S. Miguel das Caldas de Vizela, Creixomil, Gondar, Guardizela, Infias, Longos, Lordelo, Mesão Frio, Moreira de Conegos, Nespereira, Polvoreira, Ponte, Ronfe, S. Jorge de Selho, Serzedo, Silvares e Urgezes. Somam as produções d’estas 24 freguesias 31.500 hectolitros, ou 47 por cento da produção total do concelho, que tem 80 paroquias. = Povoa de Lanhoso = N’este concelho a freguesia de maior produção vinicola foi a de S. João de Rei, que atingiu 2. 000 hectolitros; as de Aguas Santas, Geraz do Minho, Monsul, Fonte Arcada, Povoa de Lanhoso e Taíde, tiveram produções entre 1. 005 e 1. 755 hectolitros de vinho. Sobram as produções vinicolas d’estas 7 freguesias 9. 766 hectolitros; isto é, 49 por cento da produção total das 27 paroquias de que o concelho se compõe. [Fl. 25] = Vieira = A produção vinicola das freguesias de Rossas, Mosteiro e Guilhofrei, foi respec‑ tivamente de 3. 660, 2. 994 e 2. 370 hectolitros. Somam estas tres produções 9. 024 hectolitros, correspondendo esta soma a 60 por cento da produção total do concelho, que tem 20 freguesias. = Vila Nova de Famalicão = Entre 2. 020 e 2. 988 hectolitros foi calculada a produção das freguezias de Santa Maria de Arnoso, Calendario, Fradelos, Gon‑ difelos, Joane, Landim e Santa Marinha, Requião, Ribeirão Ruivães, Santos Cosme e Damião, e Vale. Entre 1.000 e 1.980 a das freguesias de Antas, Mosteiro com Santa Eulália de Arnoso. Bairro com Sanfins, Brufe, Cabeçudos, Carreira, Castelões, Cavalões com Gemunde, S. Tiago da Cruz, Delães com S. Mateus de Oliveira, Gavião, Lemenhe, Louro, Lousado, Mogege, Mouquim, Nine, Oliveira, Telhado, S. Martinho do Vale, Vermoim e Vila Nova de Famalicão. Somam as produções d’estas 32 freguesias 54: 377 hectolitros de vinho ou 82 por cento da produção das 50 que tem o concelho. = Vila Verde = As produções vinicolas das freguesias de Cervães, Lage, Moure, Santa Maria de Prado e Soutelo, regularam entre 1. 204 e 1. 562 hectolitros.
135
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 26] Somam 7. 008 hectolitros, ou 27 por cento da produção total do concelho, composta de 58 paroquias. = Porto = Houve n’este distrito 101 freguesias de produção vinicola não inferior a mil hectolitros, em 1892. D’estas, 19 não desceram de 2: 000 hectolitros, 5 das quais passaram de 3: 000 hectolitros, excedendo 5: 000 uma d’elas. Somam as produções d’estas 101 freguesias 159: 330 hectolitros, ou 55 por cento da produção vinicola total do distrito que tem 379 paroquias. Acham‑se estas freguesias espalhadas por tôdos os concelhos do distrito, com excepção do de Passos de Ferreira (sic), que não teve nenhuma que atingisse mil hectolitros na sua produção vinicola d’aquele ano. = Amarante = Ha n’este concelho as freguesias de Gondar e Telhões (sic) cuja produção está calculada em 3. 400 e 3. 500 hectolitros respectivamente. Ha também n’êle oito freguesias que produziram entre 2. 000 e 2. 406 hectolitros de vinho, que são as de Cepêlos, Fregim, Gatão, Lufrei, Mancelos, Salvador do Monte, Travanca e Vila Chã do Marão. Ha, finalmente, outras oito, em que a produção foi calculada entre 1. 000 e 1. 800 hectolitros; são as de Aboadela, S. Gonçalo [Fl. 27] de Amarante, Fridão, Padro‑ nelo, Rebordelo, Sanche, S. Veríssimo e Vila Caiz. Somam as produções d’estas 18 freguesias 33. 880 hectolitros, ou 74 por cento da produção do concelho tôdo que tem 41 paroquias. = Baião = Ha n’este concelho, as freguesias de Ancêdo (sic), Santa Leocádia de Baião, Gestaçô, Gôve, Santa Cruz do Douro, Santa Marinha do Zêzere e Tresouras, que tiveram em 1892 uma produção vinicola entre 1.003 e 1.938 hectolitros. Somam as suas produções 10. 413 hectolitros, o que corresponde a 55 por cento da produção total d’êste concelho, que tem 21 paroquias. = Bouças = Teve somente a freguesia de Leça do Balio com produção superior a mil hectolitros, pois a calculei em 1: 220.
136
Esta produção é de 12 por cento da produção total do concelho, que tem 12 freguesias. = Felgueiras = Foi calculada a produção vinicola da freguesia de Margaride em 3: 137 hectolitros, a da freguesia de Jugueiros em 2: 210 e das restantes que
Transcrição e publicação José Luís Braga
são 31, ha com produção superior a mil hectolitros, 6, que são as de Borba de Godim, Jugueiros, Pedreira, Pombeiro de Riba Vizela, Regilde, Varziela, Vila Cova da Linfa8 (sic). Regulam as produções d’essas freguesias entre 1: 007 e 1: 750 hectolitros. Somam as produções vinicolas d’estas oito [Fl. 28] paroquias, 13: 509 hectolitros, ou 54 por cento [da] das 33 em que o concelho se divide. = Gondomar = A freguesia que maior produção vinicola teve, foi a de S. Pedro da Cova, com 2. 592 hectolitros. Seguem‑se‑lhe as de Fanzeres, Foz do Sousa, Juvim (sic), Rio Tinto, S. Cosme de Gondomar e Valbom, cujas produções regularam entre 1: 016 e 1: 932 hectolitros. Somam as produções d’estas 7 freguesias 11: 034 hectolitros ou 80 por cento da produção total do concelho que tem 11 paroquias. = Louzada = A freguesia de Meinedo que foi a mais produtiva d’êste concelho, colheu 2: 300 hectolitros de vinho. Seguem‑se‑lhe as de Santa Eulália de Barrosas, Cahide de Rei, Nevogilde e Torno, cujas produções estão calculadas entre 1: 092 e 1: 457 hectolitros. Importam as produções d’estas 5 freguesias em 7: 464 hectolitros, ou 38 por cento da de tôdo o concelho, que se compõe de 27. = Maia = As freguesias mais produtivas de vinhos foram as de Aguas Santas, Santa Maria de Avioso, Moreira, S. Pedro Fins e Vermoim, produziram d’aquele género, entre 1.060 e 1.444 hectolitros. Somam as suas produções vinicolas 6.634 hecto‑ litros, ou 58 por cento da produção total do concelho que tem 16 freguesias. [Fl. 29] = Marco de Canavezes = As freguesias de maior importância vinícola renderam entre 1.010 e 1: 513 hectolitros; foram as de Alpendurada com Matos, Cons‑ tance, Fornos, Penha Longa, Sande, Soalhães, Sôbre Tâmega, Varzea do Douro, Varzea de Ovelha com Aliviada, Vila Boa do Bispo e Vila Boa de Quires. Somam as produções vinicolas d’estas 11 freguesias 13: 441 hectolitros, ou 52 por cento da produção total do concelho, que tem 32 paroquias.
8
O autor terá querido referir‑se à freguesia de Vila Cova da Lixa do concelho de Felgueiras.
137
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
= Paredes = A freguesia de Mouris produziu 2. 375 hectolitros de vinho e as de Bitarães, Castelões de Cepeda e Rebordosa, entre 1: 000 e 1: 905 hectolitros. Somam as produções d’essas 4 freguesias 6. 630 hectolitros ou 40 por cento da produção das 24 paroquias de que o concelho se compõe. = Penafiel = A sua freguesia mais produtiva de vinhos foi a da sede do concelho que produziu 2: 970 hectolitros. São‑lhe imediatas n’este género de produção as de Abragão, Bostelo (sic), Duas Igrejas, Eja com Entre Ambos Rios, Galegos com Boa Vista, Guilhufe, Marecos, Paço de Sousa, S. Martinho de Recezinhos e Rio de Moinhos, a produção de cada uma d’elas regulou entre 1: 010 e 1: 910 hectolitros. Somam as suas produções 16. 670 hectolitros ou 50 por cento da produção total do concelho, composta de 25 freguesias. [Fl. 30] = Porto = A única freguesia que n’este concelho excedeu na sua produção vinicola a mil hectolitros, foi a de Campanhã; calculei‑a em 1: 526 hectolitros. Representa essa produção 52 por cento da produção total do concelho, que tem 12 freguesias. = Póvoa de Varzim = As freguesias mais produtivas foram de Balazar e Rates, que produziram respectivamente 1: 510 e 1: 200 hectolitros. Somam êsses dois numeros 2: 710 hectolitros ou 67 por cento da produção total do concelho que se compõe de 10 freguesias. = Santo Tirso = D’êste concelho que tem 32 freguesias, a da sede produziu 5: 070 hectolitros, e das restantes, só não baixaram de mil hectolitros as de Aves, Burgães, S. Martinho do Campo, Guimarei, Lamelas, S. Mamede de Negrelos, S. Tomé de Negrelos, Rebordões, Refoios de Riba d’Ave, Roriz e Vilarinho.
138
A produção vinicola de cada uma d’elas acha‑se entre 1: 000 e 1: 750 hectolitros. Somam as produções de tôdas estas paroquias 20: 300 hectolitros, ou 63 por cento da produção total do concelho. = Valongo = Das 5 freguesias d’êste concelho, só excederam mil hectolitros as produções vinicolas das de Valongo, S. Lourenço d’Asmes. A da primeira foi de 2: 175 hectolitros e a da segunda de 1: 094 hectolitros.
Transcrição e publicação José Luís Braga
[Fl. 31] Somam êstes dois numeros 3. 269 hectolitros e corresponde esta soma a 63 por cento da produção total do concelho. = Vila do Conde = As freguesias de Vairão, Junqueira, Gião e Arcos, produziram entre 1: 005 e 1: 725 hectolitros de vinho. Somam as suas produções 5: 330 hectolitros ou 38 por cento da produção total do concelho que tem 30 freguesias. = Vila Nova de Gaia = A produção da freguesia de Avintes, pode‑se calcular em 3. 000 hectolitros, a da de Pedroso em 1: 200 e a da de Crestuma em 1: 100 hectolitros. Somam êsses tres numeros 5: 300 hectolitros, que são os 43 por cento da pro‑ dução total do concelho que tem 23 freguesias. = Vila Real = Segundo a estatistica que elaboramos, ha n’este distrito 95 fregue‑ sias, que em 1892 não produziram menos de mil hectolitros de vinho. A produção de 44 d’essas 99 freguesias acha‑se entre mil e 1: 999 hectolitros; a de 15 entre 2: 000 e 2: 999 hectolitros; a de 5 entre 3: 000 e 3: 999 hectolitros, a de 9 entre 4. 000 e 4: 999 hectolitros; a de 7 entre 5. 000 e 5: 999 hectolitros; e finalmente a de 15 entre 6. 000 e 16: 500 hectolitros, sendo esta última colheita, a maxima produção vinicola paroquial de tôda a circunscripção. [Fl. 32] Estas 95 freguesias acham‑se distribuidas por tôdos os concelhos d’êste distrito, com exclusão dos de Montalegre e Vila Pouca de Aguiar. Somam as suas produções vinicolas 315: 226 hectolitros, ou 89 por cento da produção total do distrito, que se compõe de 255 freguesias. = Alijó = Tem êste concelho 18 freguesias, em 9 das quais se colheram 91 por cento da sua produção vinicola total. São essas as de Sanfins do Douro que produziu 16: 500 hectolitros, Vilar de Maçada 9. 350 hectolitros; Regarinhos 6. 600 hectolitros, Santa Eugénia 4: 950 hectolitros, Carlão 4: 875 hectolitros, Alijó 3: 025 hectolitros, Favaios 2: 750 hec‑ tolitros e finalmente S. Mamede de Riba Tua 2: 145 hectolitros. Somam estas produções 49: 995 hectolitros.
139
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
= Boticas = Calculamos a produção vinicola da freguesia de Canedo em 2. 700 hectolitros, as das freguesias de Covas do Barroso e Pinho em 2: 000 cada uma, e as das freguesias de Fiães do Tamega e Sapiãos em 1: 800 e 1: 050 hectolitros respectivamente. A produção vinicola das restantes 11 freguesias, em nenhuma atinge mil hecto‑ litros. Somam as indicadas produções 9: 560 hectolitros, ou 70 por cento da produção total do concelho. [Fl. 33] = Chaves = Das 45 freguesias d’êste concelho, as de maior colheita em vinho, por produzirem entre 1: 000 e 1: 8[.]09 hectolitros, são as seguintes: Anêlhe, Arcossô, Ervedêdo, Oura, Redondêlo, Samaiões, S. Pedro de Agostem, Selhariz, Vilar de Nantes, Vilarelho da Raia, Vilela Sêca e Vilela do Tamega. Somam as suas produções 16: 800 hectolitros ou 62 por cento da produção total do concelho. = Mezão Frio = Todas as freguesias d’êste concelho produziram em 1892 mais de mil hectolitros de vinho, sendo mais produtiva a de Vila Marim, que chegou a colher 6: 040 hectolitros e a de menor produção a de Barqueiros, que só pro‑ duziu 1: 265 hectolitros de vinho. = Mondim de Basto = Quatro freguesias d’êste concelho tiveram em 1892, pro‑ duções vinicolas superiores a mil hectolitros; foram as de Athei, Mondim de Basto, Vilar de Ferreiros e Parandança (sic) que calculamos em 8: 625, 8: 400, 2: 900 e 1: 000 hectolitros respectivamente. Somam estas produções 21: 025 hectolitros ou 95 por cento da produção do concelho que tem 9 freguesias. = Murça = Das 9 freguesias d’êste concelho excederam mil hectolitros as de Murça, Candêdos (sic), Moura que, segundo estatistica, produziram respectivamente 7: 750, [Fl. 34] 6: 100 e 1: 180 hectolitros. Somam pois as produções das tres freguesias 15: 030 hectolitros, ou 89 por cento da produção total do concelho.
140
9
Estamos em crer que o número emendado é o algarismo 8.
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Pezo da Regoa (sic) = N’este concelho, somente a freguesia Covelinhas, produziu menos de mil hectolitros. As produções das restantes 9, regularam entre 1: 453 hectolitros (Galafura) e 7: 920 hectolitros (S. José de Godim). A produção de Covelinhas é apenas de 2 por cento da de tôdo o concelho. = Ribeira de Pena = Das 6 freguesias d’êste concelho, a de Cerva produziu 7: 500 hectolitros, a de Salvador de Ribeira de Pena 7: 000, a de S. Martinho de Ribeira de Pena 2: 100 hectolitros e a de Santo Aleixo de Além Tamega 2: 000 hectolitros. Somam êstes numeros 18: 600 hectolitros ou 97 por cento da produção total do concelho. = Sabroza = A freguesia da sede do concelho produziu 4: 400 hectolitros; das restantes 14, somente as seguintes tiveram uma produção vinicola entre 1: 000 e 1: 650 hectolitros: Celeiros, Parada de Pinhão, Passos (sic), Provezende, S. Lourenço de Riba Pinhão, S. Martinho d’Anta, Souto Maior e Vilarinho de S. Romão. Somam as produções d’estas 9 freguesias 15: 100 hectolitros, ou 91 por cento da produção de tôdo o concelho. [Fl. 35] = Santa Marta de Penaguião = Tôdas as freguesias d’êste concelho que são 10, produziram mais de mil hecto‑ litros, atingindo a de Louredo, que foi a de menor colheita, 1: 300 hectolitros. A da Cumieira, foi a de maior produção, chegando a colher 6: 610 hectolitros de vinho. = Valle Passos (sic) = Vem na estatistica calculada em 11: 00 hectolitros a pro‑ dução da sede do concelho, em 6: 080 hectolitros a de Vassal, em 5: 300 hectolitros a de Possacos e em 1: 000, 1: 200 e 1: 700 hectolitros as de Vila‑ randêlo, Santa Valha e Ervões. São as freguesias em que mais avultou a produção vinicola em 1892. Somam êsses numeros 22: 280 hectolitros, ou 86 por cento da produção tôtal do concelho, que tem 32 paroquias. = Vila Real = Das 27 freguesias d’êste concelho houve 17, cuja produção vinicola excedeu em 1892, a mil hectolitros. Entre elas, as de Folhadela e Andrães, colheram 5: 640 e 5: 550 hectolitros respectivamente; a de Mateus 4: 850
141
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
hectolitros, a de Constantim 4: 500 hectolitros, as de Torgueda e Vila Marim 2: 200 e 2: 050 respectivamente, e finalmente, entre 1: 000 e 1: 800 hectolitros regularam as produções vinicolas de Abaças, Adoufe, Arroios, Borbela, Ermida, Guiães, Mouçós, Nogueira, Parada de Cunhos, S. Dinis e S. Pedro de Vila Real. [Fl. 36] Somam estas produções 39: 590 hectolitros ou 93 por cento da produção vinicola tôtal do concelho. = Bragança = Ha neste distrito somente 19 freguesias que, segundo estatistica, tiveram uma produção vinicola não inferior a mil hectolitros. Estas freguesias acham‑se nos concelhos de Carrazeda de Anciães, Freixo d’Espada à Cinta, Miranda do Douro, Mogadouro, Moncorvo, Vila Flor e Vimiozo. D’estas 19 freguesias só 2 excederam na sua produção vinicola 2: 000 hectolitros, atingindo uma d’elas 3: 900 hectolitros. Somam as produções vinicolas d’estas paroquias 31: 880 hectolitros, ou 55 por cento da produção total do distrito, que abrange 308 freguesias. = Carrazêda de Anciães = As freguesia de Castanheiro, Linhares, Pereiros, Pinhal do Norte, Pombal, Ribalonga, Seixo de Anciães, e Vilarinho da Castanheira tiveram em 1892, produções vinicolas entre 1: 071 a 1: 921 hectolitros, somando 13: 210 hectolitros, ou 71 por cento da produção total do concelho que tem 21 freguesias. = Freixo de Espada à Cinta = a freguesia da sede do concelho produziu, segundo a estatistica 1: 870 hectolitros, que corresponde a 60 por cento da produção total do concelho. Foi essa única das suas 6 paroquias, em que a produção se elevou a mil hectolitros. [Fl. 37] = Miranda do Douro = Calculou‑se em 2: 500 hectolitros a produção da freguesia de Sandim (sic), e entre 1: 000 e 1: 600 hectolitros e das freguesias das Duas Igrejas, Miranda do Douro, Picote e Vila Chã da Graciosa10 (sic).
142
10
O autor terá querido referir‑se à freguesia Vila Chã de Braciosa do concelho de Miranda do Douro.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Somam as produções d’estas 5 paroquias 7: 400 hectolitros, ou 74 por cento da colheita de tôdo o concelho que tem quinze. = Mogadouro = Somente a freguesia de Bemposta excedeu na sua colheita vinicola a mil hectolitros, atingindo 3. 900 ou 51 por cento da produção de tôdo o concelho, que se compõe de 34 paroquias. [= Moncorvo = Somente a freguesia de Bemposta excedeu na sua colheita vinicola a mil hectolitros, atingindo 3: 900 ou 51 por cento da produção de tôdo o concelho, que se compõe de 34 paroquias11.] = Moncorvo = A freguesia da Horta foi a única que, segundo a estatistica, chegou n’este concelho a produzir mil hectolitros, ou 20 por cento da sua produção total, a‑pesar‑de (sic) ter 18 paroquias. = Vila Flor = As freguesias de Santa Comba de Vilariça e Freixiel foram somente as que, em 1892, excederam mil hectolitros nas suas respectivas colheitas de vinhos. N’elas se acham calculadas as suas produções em 1: 500 e 1: 200 hectolitros. É pois de 2: 700 hectolitros a produção vinicola [Fl. 38] d’estas duas freguesias, ou 60 por cento da produção de tôdo o concelho, que conta 19 paroquias. = Vimioso = A freguesia de Caçarelhos foi a única d’êste concelho que não baixou na sua produção vinicola em 1892, de mil hectolitros. Produziu 1: 800 hecto‑ litros. Representa êste numero 73 por cento da produção total do concelho, que se compõe de 14 paroquias. = Aveiro = Houve n’este distrito, segundo as estatisticas de 1: 892, 41 freguesias com colheitas não inferiores a mil hectolitros. Nenhuma d’elas pertence aos concelhos de Aveiro, Ilhavo, Mealhada, Oliveira de Azemeis, Ovar e Vagos. Somam as produções d’estas paroquias de maior colheita 84: 727 hectolitros, ou 68 por cento da produção de tôdo o distrito, que tem 181 freguesias. A produção paroquial máxima foi de 4: 348 hectolitros. Somente 8 d’essas 41 freguesias excederam na sua produção a 2: 000 hectolitros. = Agueda = Entre 1: 000 e 1: 247 hectolitros se acham calculadas as produções vinicolas das freguesias de Aguada de Cima, Agueda, Espinhel, Macinhata do Vouga e Valongo.
11
Existe aqui uma repetição do mesmo parágrafo supracitado, apondo o autor, contudo, o título equi‑ vocado de “Moncorvo”. A freguesia da Bemposta pertence ao concelho de Mogadouro.
143
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Somam as suas produções vinicolas 5: 563 hectolitros, ou 53 por cento da pro‑ dução total do concelho que tem 18 freguesias. [Fl. 39] = Albergaria a Velha = Entre 1: 040 e 1: 974 hectolitros foi a produção das fre‑ guesias de Albergaria a Velha, Alquerubim, Angeja, e S. João de Loure. Somam essas colheitas 5: 961 hectolitros de vinho ou 71 por cento de tôdo o concelho, que se compõe de 8 paroquias. = Anadia = A produção da freguesia dos Arcos, está calculada em 2: 700 hecto‑ litros, e entre 1: 200 a 1: 950 hectolitros, as das freguesias de Ancas, Sangalhos, S. Lourenço do Bairro, Tamengos, e Vilarinho do Bairro. Foram estas as únicas das 12 freguesias d’êste concelho, que não baixaram na produção vinicola de mil hectolitros. Somam essas colheitas 11: 350 hectolitros, ou 76 por cento da produção total do concelho. = Arouca = Entre 2: 130 e 2: 800 hectolitros foram calculadas as produções vinicolas das freguesias de Burgo, Alvarenga e Santa Eulália, e entre 1: 010 e 1: 850 as das freguesias de Arouca, Mansôres, Moldes, Rossas e Tropêço.
144
Foram estas 8 as unicas que, das 20 freguesias em que se divide o concelho, excederam mil hectolitros nas suas produções vinicolas. Somam estas 14: 482 hectolitros, ou 74 por cento da produção total do concelho. = Castelo de Paiva = Todas as freguesias d’êste concelho produziram em 1: 892 [Fl. 40] mais de mil hectolitros de vinho, sendo a de menos produção a da Raiva, que produziu 1: 207 hectolitros e a de maior colheita a de Fornos, em que se obtiveram 3: 807 hectolitros de vinho. = Estarreja = Regularam nas suas produções entre 1: 350 e 1: 800 hectolitros as freguesias de Fermelã, Canelas, Salreu e Beduido. Foram as unicas das 9 fre‑ guesias do concelho em que a produção vinicola atingiu mil hectolitros. Somam estas produções 6: 165 hectolitros, ou 98 por cento da de todo o concelho. = Feira = Somente das 35 freguesias d’êste concelho as de Canedo e Lever segundo a estatistica, passaram de mil hectolitros na sua produção vinicola, produzindo a primeira 1: 212 e a segunda 1: 300 hectolitros de vinho.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Somam êsses dois numeros 2: 612 hectolitros, ou 40 por cento da produção total do concelho. = Macieira de Cambra = As freguesias de Alões e Castelões foram as únicas das 9 d’êste concelho, cuja produção vinicola atingiu mil hectolitros, produzindo a primeira 1: 128 e a segunda 1: 646 hectolitros. Somam pois as produções d’essas duas freguesias 2: 774 hectolitros, ou 45 por cento da produção total do concelho. = Oliveira do Bairro = A freguesia da sede do concelho, em 1892, produziu 4. 348 hecto‑[Fl. 41]‑litros de vinho e as de Oyan (sic) e Mamarrosa 1: 166 e 1: 013 respectivamente. Somam essas produções 6: 525 hectolitros ou 84 por cento da produção total do concelho que tem 5 freguesias. = Sever do Vouga = Das 8 freguesias d’êste concelho, só ultrapassaram mil hec‑ tolitros nas suas produções vinicolas as de Couto d’Esteves, Pecegueiro (sic) e Rocas do Vouga. Regularam essas produções entre 1: 140 e 1: 206 hectolitros, somando 3: 546 hectolitros, ou 591 por cento da produção de tôdo o concelho. = Coimbra = Somente em 15 freguesias d’êste distrito é que a produção vinicola não baixou de mil hectolitros, havendo d’elas uma em que atingiu 5: 900. Acham‑se essas freguesias nos concelhos de Arganil, Cantanhede, Figueira da Foz, Pampilhosa, Soure. Somam as suas produções 35: 632 hectolitros ou 63 por cento da produção de tôdo o distrito, que tem 187 freguesias. = Arganil = Na freguesia de Coja foi calculada a produção vinicola, no ano de 1892, em 4. 014 hectolitros, e nas freguesias de Sarzedo e Arganil em 1: 608 e 1: 078 respectivamente. Somam as produções d’estas 3 freguesias 6: 700 hectolitros, ou 82 por cento da produção total do concelho que tem 17 paroquias. [Fl. 42] = Cantanhede = As freguesias de Ançã, Cantanhede, Porcariça (sic) e Portunhos, segundo a estatistica, produziram respectivamente 3: 319, 2: 217, 2: 958 e 1: 117 hectolitros de vinho.
145
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Das 11 paroquias d’êste concelho, foram aquelas as únicas que atingiram na sua produção vinicola o limite de mil hectolitros. Somam as suas produções 8: 611 hectolitros ou 72 por cento da produção total do concelho. = Figueira da Foz = Das 11 freguesias em que êste concelho se divide houve somente 2 que produziram mil hectolitros de vinho, em 1892; foram as de Paião e Lavos; a primeira produziu, segundo a estatistica, 5: 900 e a segunda 4: 000 hectolitros. Somam êstes dois numeros 9. 900 hectolitros ou 86 por cento de tôda a produção do concelho. = Pampilhoza = A freguesia da sede d’êste concelho em 1892, produziu 1: 584 hectolitros ou 76 por cento da produção de tôdo o concelho que se compõe de 10 freguesias. = Soure = Foi calculada a produção vinicola total d’êste concelho em 3: 410 hectolitros e as freguesias de Alfarelos, Gesteira, Samuel e Vinha da Raínha entre 1: 050 e 1: 900 hectolitros. Somam as produções d’estas 5 freguesias 8: 847 hectolitros ou 89 por cento da de tôdo o concelho que tem 12 paroquias. [Fl. 43] = Vizeu =
146
Segundo a estatistica de 1892, houve n’este distrito de administrativo 148 fre‑ guesias com produção vinicola não inferior a mil hectolitros. Acham‑se estas paroquias distribuidas por tôdos os concelhos do distrito, com excepção dos de Fragoas, Moimenta da Beira e Sernancelhe. D’estas freguesias, 92 não atingiram 2: 000 hectolitros, e a que produz mais vinho elevou a sua produção a 9: 500 hectolitros. Somam as produções vinicolas d’essas 148 paroquias 339: 270 hectolitros, ou 84 por cento da produção total do distrito. = Armamar = São 7 as freguesias d’êste concelho em que não baixou de 1: 000 hectolitros a produção vinicola. A da sede do concelho atingiu 8: 200 hecto‑ litros, a de Fontela (sic) 2: 330 hectolitros, e as restantes que são Goujoim,
Transcrição e publicação José Luís Braga
Queimada, Queimadela, S. Cosmado e S. Romão, tiveram uma produção entre 1: 020 e 1: 900 hectolitros. Somam as suas produções vinicolas 18: 440 hectolitros, ou 86 por cento da produção total do concelho que se compõe das 16 freguesias. = Carregal = Das 6 freguesias d’êste concelho, a de Cabanas produziu 3: 294 hectolitros de vinho e as de Papizios, Beijoz e Oliveira do Conde, produziram 1: 150, 1: 640 e 1: 860 hectolitros respectivamente. Somam êstes numeros 7: 944 hectolitros, ou 85 por cento da produção vinicola total do concelho. [Fl. 44] = Castro Daire = As freguesias de Molêdo, Mões e Cabril produziram respectiva‑ mente 2: 226, 1: 856 e 1: 113 hectolitros de vinho; nenhuma outra das 17 que tem o concelho atingiu os mil hectolitros. Somam aqueles numeros 5: 195 hectolitros, ou 49 por cento da população total do concelho. = Lamego = Das suas 20 freguesias, a de Cambres produziu cerca de 4: 000 hecto‑ litros de vinho. As de Penajoia, Ferreiros de Avões, Figueira e Almacave, entre 3: 100 e 3: 600 hectolitros, as da Sé, Valdigem e Samodães entre 2: 000 e 2: 680 hectolitros, excedendo ainda mil hectolitros as de Sande, Cepões e Várzea de Abrunhais, cujas produções se acham entre 1: 100 e 1: 980 hectolitros. Somam as produções d’estas 11 freguesias 29.640 hectolitros de vinho, ou 93 porcento da produção total do concelho. = Mangualde = As freguesias da sede do concelho segundo a estatistica, produzi[ra] m 5: 380 hectolitros de vinho, as de Alcafache e Quintela de Azurara, 2: 765 e 3: 000 hectolitros, e as de Lobelhe do Mato, S. Tiago de Assurrães (sic), Espinho e Cunha Baixa entre 1: 145 e 1: 587 hectolitros. Somam as produções d’estas freguesias 16: 705 hectolitros, ou 81 por cento da produção de tôdo o concelho que conta 18 paroquias. = Mondim da Beira = Das 8 freguesias d’êste concelho, a de Salzêdas produziu 2: 484 hectolitros, e as da Granja Nova, [Fl. 45] Caimbres (sic), Mondim da Beira e Ucanha, entre 1: 368 e 1: 800 hectolitros.
147
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Somam estas produções 8: 638 hectolitros ou 94 por cento da produção total do concelho. = Mortagua = As freguesias da sede do concelho e da Marmeleira, produziram 1: 130 e 1: 065 hectolitros de vinho, respectivamente. Nenhuma das outras que são 8, atingiu mil hectolitros. Somam aqueles 2 numeros 2: 195 hectolitros ou 49 por cento da produção vinicola total do concelho. = Nelas = Tôdas as freguesias d’êste concelho produziram mais de mil hectolitros de vinho, chegando a de Santar, que foi a mais produtiva, a 7: 000 hectolitros, e a de Vilar Seco, que foi a de produção menor, a 1: 550 hectolitros. = Oliveira de Frades = A freguesia de Arcozêlo das Maias produziu 2: 314 hecto‑ litros de vinho, e as de Sejães, Ribeiradio, Souto de Lafões, S. Vincente de Lafões, Oliveira de Frades e Pinheiro, tiveram as suas produções vinicolas entre 1: 225 e 1: 840 hectolitros. Produziram, em 1892, estas 7 freguesias 12: 461 hectolitros de vinho, ou 86 por cento da produção total do concelho, que tem 12 paroquias. = Penalva do Castelo = Somente a freguesia de Mareco, não chegou a produzir mil hectolitros de vinho, de todas as outras, a de menor produção foi a de [Fl. 46] Real, em que se colheram 1: 276 hectolitros, sendo a de maior produção a de Ínsua onde a colheita de 1892 subiu a 7: 975 hectolitros.
148
Somam pois as produções das 11 freguesias que excederam os mil hectolitros, 31: 622 hectolitros, ou 99 por cento da produção tôtal do concelho. = Penedono = Das nove freguesias d’êste concelho, as que tomaram parte impor‑ tante na sua produção vinicola, foram as de Souto, Povoa de Penela e Peinela (sic) da Beira, cujas produções se acham calculadas em 7: 000, 6: 400 e 3: 800 hectolitros, isto é, em 99 por cento da produção total do concelho. = Rezende = As freguesias que não produziram menos de mil hectolitros de vinho, foram as de Anreade, S. João de Fontoura, S. Martinho de Mouros, Rezende e Barrô, cujas produções se acham entre 2: 106 e 3: 685 hectolitros, somando 13: 810 hectolitros; êste número corresponde a 79 por cento da produção vinicola total do concelho. = Santa Comba Dão = Das 7 freguesias d’êste concelho, as de S. Joaninho, Santa Comba Dão, Freixedo (sic), Couto do Mosteiro e Ovoa produziram entre 1: 100 e 1: 500 hectolitros de vinho.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Somam as produções vinicolas d’estas 5 freguesias 6: 210 hectolitros ou 87 por cento da produção total do concelho. [Fl. 47] = S. João d’Areias = Das 3 freguesias d’êste concelho só passou de mil hectolitros a produção vinicola da de S. João d’Areias, que chegou a 1: 144 hectolitros ou 60 por cento da produção total do concelho. = São João da Pesqueira = As freguesias de Pesqueira e Ervedoza produziram 1: 110 e 1: 300 hectolitros de vinho, respectivamente. Nenhuma das outras atingiu mil hectolitros. Somam as produções d’aquelas duas freguesias 2: 410 hectolitros, ou 38 por cento da produção total do concelho, que tem 19 paroquias. = S. Pedro do Sul = Das 20 paroquias d’êste concelho, a da sua sede e a do Sul, produziram 4: 350 e 4: 240 hectolitros. As de Serrazes, Santa Cruz de Trapa, Vila Maior e Carvalhais, tiveram as suas produções vinicolas entre 2: 370 e 3: 630 hectolitros; e finalmente as de Baiões e Bordonhos, Figueiredo d’Alva, Pindelo, Pinho, S. Martinho das Montas (sic), Valadares e Varzea produziram entre 1: 080 [a] e 1: 970 hectolitros de vinho. Somam as produções vinicolas d’estas 14 freguesias 32: 070 hectolitros, ou 94 por cento da produção total do concelho. = Sátam = Das 12 freguesias em que se divide êste concelho atingiram mil hec‑ tolitros as produções vinicolas das freguesias de S. Miguel de Vila Boa e Vila da Igreja, excedendo‑as ainda a de [Fl. 48] Rio de Moinhos, que alcançou ou produziu 1: 500 hectolitros de vinho. A produção d’estas 3 freguesias regula pois por 3: 500 hectolitros ou 76 por cento da sua produção total. = Sinfães = As produções vinicolas das freguesias de S. Cristovam de Nogueira, Oliveira do Douro, Cinfães e Souzelo foram respectivamente de 2: 423, 2: 470, 2: 909 e 3: 194 hectolitros. As freguesias de Espadanedo, Fornelos, Travanca, Nespereira e S. Tiago de Piães, produziram entre 1: 372 e 1: 963 hectolitros de vinho. Das restantes que são 8, nenhuma atinge na sua produção mil hectolitros de vinho.
149
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Somam as produções das mencionadas freguesias 19: 283 hectolitros, ou 90 por cento da produção total do concelho. = Taboaço = Das 14 freguesias d’êste concelho, somente a freguesia de Sendim excedeu, na sua produção vinicola, a mil hectolitros, chegando a 1: 500 ou a 30 por cento da produção total do concelho. = Tarouca = Das 8 freguesias d’êste concelho, houve só 3 que não produziram menos de mil hectolitros de vinho, são as de Tarouca, Ferreirinha e Lalim, cujas produções vinicolas foram, respectivamente de 2: 736, 1: 387 e 1: 182 hecto‑ litros. Somam êstes numeros 5: 305 hectolitros, ou 70 por cento da produção de tôdo o concelho. [Fl. 49] = Tondela = N’este concelho, avultou a produção vinicola nas freguesias de Lageoza (sic) e Lobão que produziram, segundo a estatistica 3: 815 e 3: 800 hectolitros de vinho. Entre 1: 010 e 1: 870 hectolitros, acham‑se na estatistica as produções vinicolas das freguesias de Canas de Sabugosa, Castelões, Ferreiros, Molelos, Mouras, Parada, Sabugoza, S. Miguel do Outeiro, S. Tiago de Besteiros, Tonda e Tondela. Somam as produções d’estas 13 paroquias 22: 781 hectolitros, ou 81 por cento da produção de tôdo o concelho, que é constituída por 24. = Vizeu = Segundo a estatistica de 1892, a freguesia de Silgueiros produziu 9: 500 hectolitros, a de S. João de Louroza 5: 750 as de Bodioza, Povolide, Calde e Torre Deita entre 2: 037 e 3: 300 hectolitros. De 1: 000 e 1: 725 regularam as produções das freguesias de Rio Mau, Coutos de Baixo, Farminhão, Fragozela de Cima, France, Lordosa, Riba Feita, Rio de Loba, Santos Evos, S. Cipriano e Vila Chã de Sá. Somam as produções vinicolas d’estas 17 freguesias 40: 139 hectolitros, ou 85 por cento da de tôdo o concelho, que tem 32 freguesias. = Vouzela = Das 12 freguesias d’êste concelho, as de Cambra e Queirã produziram respectivamente 2: 325 e 2: 125 hectolitros.
150
As de Campia, Fatunços (sic), Figueiredo das Donas. Paço de Vilharigues, S. Miguel do Mato, Ventoza e Vouzela, tiveram produções entre 1: 000 [Fl. 50] e 1: 800 hec‑ tolitros. Importa a produção d’estas 9 freguesias em 13: 937 hectolitros, ou 94 por cento da produção total do concelho.
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Guarda = Houve n’este distrito, segundo a estatistica a que me estou referindo, 38 freguesias cujas produções vinicolas não baixaram de mil hectolitros. A de colheita mais avultada atingiu 6: 520 hectolitros. Somando as produções d’essas 38 freguesias 83: 410 hectolitros, ou 55 por cento da produção de tôdo o distrito que tem 332 paroquias. Essas 38 de maior produção, acham‑se distribuidas por tôdos os concelhos do distrito, com excepção dos de Aguiar da Beira, Guarda e Manteigas. = Almeida = A freguesia da sede do concelho produziu 5. 020 hectolitros de vinho, e as de Péva, Azenhal e Reigada entre 1: 000 e 1: 240, somando as suas produções 8: 310 hectolitros, ou 49 por cento da produção de tôdo o concelho, que conta 27 paroquias. = Cêa = A freguesia de Paranhos produziu 2: 940 hectolitros de vinho. Das res‑ tantes 28, as em que não baixou a sua produção vinicola, de mil hectolitros, regulando entre 1: 230 e 1: 830, foram as seguintes: Girabolhos, Santa Comba, Santa Eulália, S. Gião, Tourais, Travancinha e Vide. Somam as suas produções 13: 670 hectolitros ou 72 por cento da de tôdo o concelho. [Fl. 51] = Celorico da Beira = Todas as freguesias d’êste concelho baixaram de mil hectolitros na sua produção vinicola, exceptuando as de Juncais que produziu 2: 270 hecto‑ litros, ou 28 por cento da produção total do concelho, que tem 22 paroquias. = Figueira de Castelo Rodrigo = Também das 14 paroquias em que se divide, somente a de Escalhão excedeu mil hectolitros na sua produção vinicola, atingindo 1: 170 hectolitros ou 18 por cento da produção total do concelho. = Fornos de Algodres = Das 13 freguesias de que se compõe êste concelho, somente as de Sobral, Pichorro e Fornos de Algodres atingiram e excederam, na sua produção vinicola mil hectolitros, produzindo a primeira 2: 700 e a segunda 1: 525 hectolitros. Somam êsses dois numeros 4: 225 hectolitros ou 48 por cento da produção do concelho. = Gouvêa = Das 23 freguesias d’êste concelho, as de Vila Nova de Tazem, Vinhó e Cativelos, produziram respectivamente 6: 520, 2: 240 e 2: 200 hectolitros. Das restantes, as que não baixaram na sua produção de mil hectolitros, foram as de S. Pedro de Gouvêa, Arcozêlo e Lagarinhos cujas produções se acham entre 1: 200 e 1: 800 hectolitros.
151
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Somam as indicadas produções 16: 560 hectolitros, ou 78 por cento da de tôdo o concelho. [Fl. 52] = Mêda = As paroquias de Mêda, Ranhadas, Poço do Canto e Vale de Ladrões produ‑ ziram, respectivamente, 5: 500, 4: 500, 4: 000 e 3: 000 hectolitros. Das restantes 12 não baixaram de mil hectolitros, na sua produção vinicola, conservando‑a entre 1: 000 e 2: 100 hectolitros, as de Rabaças, Longroiva, Avelôso e Outeiro dos Patos. Somam as produções vinicolas d’estas 8 freguesias 23: 000 hectolitros, ou 90 por cento da produção total do concelho. = Pinhel = Das suas 26 freguesias, só atingiram uma produção vinicola não inferior a mil hectolitros, a da sede do concelho e a de Alverca, produzindo a primeira 3: 400 e a segunda 1: 010 hectolitros. Somam estes dois numeros 4: 400 hectolitros, ou 35 por cento da produção total do concelho. = Sabugal = De 42 freguesias em que se divide, a única que não baixou de mil hectolitros, na sua produção vinicola, foi a de Casteleiro, que produziu, segundo a estatistica, 1: 995 hectolitros, ou 18 por cento da produção de todo o concelho. = Trancoso = As freguesias da Povoa d’El Rei e Vandujo, produziram 1: 300 e 1: 000 hectolitros de vinho em 1892. As restantes 29, não atingiram na sua produção vinicola aquêle último numero. Somam as 2 produções 2: 300 hectolitros, ou 23 por cento da produção total do concelho. [Fl. 53] = Vila Nova de Fozcôa = Foram calculadas na estatistica as produções de sede do concelho, Numão e Cedovim em 3: 000, 1: 500 e 1: 000 hectolitros; as restantes 14 paroquias não chegaram a produzir esta ultima quantidade.
152
Somam pois as produções das 3 freguesias 5: 500 hectolitros, ou 64 por cento da produção total do concelho. Resumirei o que dizer à cerca da produção vinicola paroquial, e do modo como se acha distribuida, nos dois seguintes quadros:
Transcrição e publicação José Luís Braga
[Fl. 54]
Freguesias de produções inferiores a 1.000 hectolitros
Freguesias de produção não inferior a 1.000 hectolitros
de 2.000 a 2.999 hectolitros
de 3.000 a 3.999 hectolitros
de 4.000 a 4.999 hectolitros
de 5.000 a 5.999 hectolitros
de 6.000 a 6.999 hectolitros
de 7.000 a 7.999 hectolitros
de 8.000 a 8.999 hectolitros
de 9.000 a 9.999 hectolitros
de mais de 10.000 hectolitros
= Produção = (hectolitros)
Percentagem por 100 para a produção total
de menos de 100 hectolitros
de 100 a 199 hectolitros
de 200 a 499 hectolitros
de 500 a 699 hectolitros
de 700 a 999 hectolitros
= Produção = (hectolitros)
Percentagem por 100 para a produção total
= Numero =
De 1.000 a 1.999 hectolitros
= Numero =
Numero de freguesias de produção nula
= Districto de Viana do Castelo =
Arcos de Vale de Vez
6
_
_
_
_
_
_
_
_
_
8: 165
30
7
6
17
8
7
19: 423
70
_
Caminha
2
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2: 700
37
5
2
6
1
2
4: 835
63
1
Melgaço
2
2
1
_
_
_
_
_
_
_
9: 920
66
2
_
4
_
5
5: 220
34
2
= Concelhos =
Monção
7
_
1
1
_
_
_
_
_
_
17: 897
62
1
2
9
7
3
10: 867
38
1
Paredes de Coura
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
8
3
7
_
1
4: 128
100
2
Ponte da Barca
2
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2: 222
22
_
4
11
6
_
8: 010
78
2
Ponte de Lima
9
3
_
_
_
_
_
_
_
_
19: 134
50
2
_
11
15
6
19: 081
50
5
Valença
2
1
_
_
_
_
_
_
_
_
5: 482
47
3
_
4
2
4
6: 179
53
_
Viana do Castelo
7
_
1
1
_
_
_
_
_
_
16: 329
56
3
5
11
7
5
12: 789
44
_
Vila Nova de Cerveira
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2
4
3
3
3
6: 357
100
_
37
6
3
2
_
_
_
_
_
_
81: 849
46
33
26
83
49
36
96: 889
54
13
= Somas =
= Districto de Braga = Amares
11
_
_
_
_
_
_
_
_
_
12: 659
60
_
1
2
3
7
8: 509
40
_
Barcelos
21
1
2
1
1
_
_
_
_
_
46: 847
59
1
7
27
18
16
32: 824
41
_
Braga
20
6
4
2
_
_
_
_
_
_
63: 059
81
_
1
13
6
8
14: 979
12
_
Cabeceiras de Basto
6
2
1
_
_
1
_
_
1
_
33: 249
90
_
1
1
2
2
3: 588
10
_
Celorico de Basto
6
4
5
2
_
_
_
1
_
_
52: 585
99
1
1
1
_
_
441
1
1
Espozende
1
2
_
_
_
_
_
_
_
_
5: 897
64
3
3
4
1
1
3: 242
36
_
Fafe
9
1
_
1
_
_
_
_
_
_
17: 212
58
3
1
3
7
8
29: 576
42
3
Guimarães
22
2
_
_
_
_
_
_
_
_
31: 500
47
_
5
8
14
28
34: 890
53
1
Povoa de Lanhoso
6
1
_
_
_
_
_
_
_
_
9: 766
49
_
1
12
2
6
10: 020
51
_
Terras de Bouro
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
6: 425
100
19
12
6
1
1
_
1
1
_
= A transportar = 102
_ 272: 774
4
1
3
2
5
12
22
74
55
81 144: 494
2 7
153
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
&
[Fl. 55] Freguesias de produções inferior a 1.000 hectolitros
de 200 a 499 hectolitros
de 500 a 699 hectolitros
de 700 a 999 hectolitros
de 3.000 a 3.999 hectolitros
de 4.000 a 4.999 hectolitros
de 5.000 a 5.999 hectolitros
de 6.000 a 6.999 hectolitros
de 7.000 a 7.999 hectolitros
de 8.000 a 8.999 hectolitros
de 9.000 a 9.999 hectolitros
de mais de 10.000 hectolitros
12
6
1
1
_
1
1
_
12
32
74
55
81 144: 494
Numero de freguesias de produção nula
de 100 a 199 hectolitros
de 2.000 a 2.999 hectolitros
19
= Produção = (hectolitros)
De 1.000 a 1.999 hectolitros
= Transporte = 102
= Concelhos =
Percentagem por 100 para a produção total
de menos de 100 hectolitros
272: 774 60
= Números =
= Produção = (hectolitros)
Percentagem por 100 para a produção total
Freguesias de produção superior a 1.000 hectolitros
7
Vieira
_
2
1
_
_
_
_
_
_
_
9: 024
82
1
3
8
3
1
5: 938
40
1
Vila Nova de Famalicão
22
10
_
_
_
_
_
_
_
_
54: 377
27
_
_
1
7
8
11: 640
18
1
Vila Verde
5
_
_
_
_
_
_
_
_
_
7: 008
3
11
26
7
6
18: 741
73
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
31
13
6
1
1
_
1
1
_
16
36
109
72
96 180: 813 35
= Somas = 129
343: 183 65
9
= Districto do Porto =
154
Amarante
8
8
2
_
_
_
_
_
_
_
33: 880
74
_
2
8
6
7
12: 150
26
_
Bayão
7
_
_
_
_
_
_
_
_
_
10: 413
55
_
1
1
4
6
8: 242
45
_
Bouças
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 220
32
1
4
6
_
_
2: 540
68
_
Felgueiras
6
1
1
_
_
_
_
_
_
_
13: 509
54
_
1
14
8
2
11: 643
46
_
Gondomar
6
1
_
_
_
_
_
_
_
_
11: 034
80
_
_
_
2
2
2: 692
20
_
Louzada
4
1
_
_
_
_
_
_
_
_
7: 464
38
_
_
10
6
6
12: 002
62
_
Maia
5
_
_
_
_
_
_
_
_
_
6: 634
58
_
1
6
2
2
4: 626
42
_
Marco de Canavezes
11
_
_
_
_
_
_
_
_
_
13: 441
52
_
_
9
6
6
12: 041
48
_
Paços de Ferreira
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
6
10
_
_
4: 080
100
_
Paredes
3
1
_
_
_
_
_
_
_
_
6: 630
40
_
1
7
7
5
9: 952
60
_
Penafiel
10
1
_
_
_
_
_
_
_
_
16: 670
50
_
_
3
10
12
16: 655
50
_
Porto
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 526
52
1
3
2
1
_
1: 425
48
4
Povoa de Varzim
2
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2 :710
67
2
4
2
_
_
1: 280
33
_
Santo Tirso
11
_
_
_
1
_
_
_
_
_
20: 300
63
_
1
4
8
7
11: 790
37
_
Valongo
1
1
_
_
_
_
_
_
_
_
3: 269
63
_
_
1
1
1
1: 850
37
_
Vila do Conde
4
_
_
_
_
_
_
_
_
_
5: 330
38
4
4
12
4
2
8: 615
62
_
5: 300
43
1
4
8
5
1
6: 770
57
1
159: 330 55
9
32
103
70
59 128: 363 45
5
Vila Nova de Gaia
2
_
1
_
_
_
_
_
_
_
= Soma =
82
14
4
_
1
_
_
_
_
_
Transcrição e publicação José Luís Braga
[Fl. 56]
_
1
1
49: 995
91
_
2
5
_
3
Percentagem por 100 para a produção total
_
de 700 a 999 hectolitros
de 9.000 a 9.999 hectolitros
de mais de 10.000 hectolitros
1
de 500 a 699 hectolitros
de 8.000 a 8.999 hectolitros
_
de 200 a 499 hectolitros
de 7.000 a 7.999 hectolitros
2
de 100 a 199 hectolitros
de 6.000 a 6.999 hectolitros
1
de menos de 100 hectolitros
de 5.000 a 5.999 hectolitros
2
Percentagem por 100 para a produção total
de 4.000 a 4.999 hectolitros
_
= Produção = (hectolitros)
de 3.000 a 3.999 hectolitros
Alijó
de 2.000 a 2.999 hectolitros
= Concelhos =
De 1.000 a 1.999 hectolitros
= Numeros =
= Produção = (hectolitros)
Freguesias de prod.(ução) inferior a 1: 000 hectolitros
Freguesias de prod.(ução) não inferior a 1: 000 hectolitros
4: 840
9
Numero de freguesias de produção nula
= Districto de Vila Real
_
Boticas
2
3
_
_
_
_
_
_
_
_
9: 550
70
_
1
1
2
3
4: 150
30
4
Chaves
12
_
_
_
_
_
_
_
_
_
16: 300
62
9
4
6
5
6
10: 050
38
3
Mesão Frio
3
1
1
1
_
1
_
_
_
_
Mondim de Basto
1
1
_
_
_
_
_
2
_
_
Montalegre
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
Murça
1
_
_
_
_
1
1
_
_
_
Pêso da Régua
1
1
2
2
1
_
2
_
_
_
40: 030
21: 72[6] 100
_
_
_
_
_
_
_
_
95
_
2
1
1
_
1: 000
5
1
_
_
_
1
2
1
1
2: 300
100
30
15: 030
89
_
_
2
1
1
1: 930
11
2
98
_
_
_
_
1
900
2
_
21: 025
Ribeira de Pena
_
2
_
_
_
_
2
_
_
_
18: 600
97
_
_
_
1
_
500
3
1
Sabrosa
8
_
_
1
_
_
_
_
_
_
15: 100
91
_
3
2
1
_
1: 450
9
_
Santa Marta de Penaguião
2
2
1
1
3
1
_
_
_
_
40: 000
100
_
_
_
_
_
_
_
_
Valle Passos
3
1
_
_
1
1
_
_
_
1
28: 280
86
6
3
11
1
_
4: 670
14
4
Vila Pouca d’Aguiar
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2
2
7
1
1
3: 860
100
3
Vila Real
11
2
_
2
2
_
_
_
_
_
39: 590
93
_
3
1
1
2
2: 870
7
3
44
15
5
9
7
5
5
2
1
2
= Somas =
315: 226 89
17
21
38
15
18
38: 520
11
51
– Districto de Bragança Alfandega da Fé
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
14
5
1
1
_
1: 920
100
_
Bragança
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
41
3
2
1
_
2: 673
100
3
Carrazeda de Anciães
8
_
_
_
_
_
_
_
_
_
13: 210
71
2
1
3
3
3
5: 277
29
1
Freixo d’Espada à Cinta
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 870
60
1
2
1
1
_
1: 230
40
_
Macedo de Cavaleiros
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
16
2
1
_
_
779
100
15
Miranda do Douro
4
1
_
_
_
_
_
_
_
_
7: 400
74
_
6
2
2
22: 480
74
19
10
8
_
2: 588
26
3
14: 467
19
155
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
&
[Fl. 57]
de 3.000 a 3.999 hectolitros
de 4.000 a 4.999 hectolitros
de 5.000 a 5.999 hectolitros
de 6.000 a 6.999 hectolitros
de 7.000 a 7.999 hectolitros
de 8.000 a 8.999 hectolitros
de 9.000 a 9.999 hectolitros
de mais de 10.000 hectolitros
de menos de 100 hectolitros
de 100 a 199 hectolitros
de 200 a 499 hectolitros
de 500 a 699 hectolitros
de 700 a 999 hectolitros
Numero de freguesias de produção nula
de 2.000 a 2.999 hectolitros
Percentagem por 100 para a produção total
Numero
De 1.000 a 1.999 hectolitros
= Produção = (hectolitros)
= Numero =
Percentagem por 100 para a produção total
Freguesias de produção inferior a 1: 000 hectolitros
Freguesias de produção não inferior a 1: 000 hectolitros
13
1
_
_
_
_
_
_
_
_
22: 480
74
19
10
8
3
14: 467
100
19
Mirandela
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
12
2
1
_
_
735
49
24
Mogadouro
_
_
1
_
_
_
_
_
_
_
3: 900
51
15
8
3
1
1
3: 690
80
5
Torre de Moncorvo
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 000
20
6
4
2
2
2
3: 890
40
1 _
= Concelhos =
= Transporte =
Vila Flor
2
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2: 700
60
14
1
1
1
_
1: 760
27
Mimioso (sic)
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 800
73
7
1
1
_
_
659
100
Vinhais
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
30
_
2
_
_
925
17
1
1
_
_
_
_
_
_
_
31: 880
55
158
35
20
12
6
26: 126
45
58
= Somas =
4 5
= Districto de Aveiro =
156
Agueda
5
_
_
_
_
_
_
_
_
_
5: 563
53
3
2
2
4
2
5: 002
47
_
Albergaria a Velha
4
_
_
_
_
_
_
_
_
_
5: 961
71
_
_
4
_
_
1: 597
29
_
Anadia
5
1
_
_
_
_
_
_
_
_
11: 350
76
_
1
1
1
3
3: 570
24
_
Arouca
5
3
_
_
_
_
_
_
_
_
14: 482
74
_
2
4
2
3
5: 106
26
1
Aveiro
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
6
4
1
_
_
1: 068
100
_
Castelo de Paiva
1
3
5
_
_
_
_
_
_
_
25: 749
100
_
_
_
_
_
_
_
_
Estarreja
4
_
_
_
_
_
_
_
_
_
6: 165
98
3
_
_
_
_
105
2
2
Feira
2
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2: 612
40
16
9
7
_
_
3: 844
60
1
Ilhavo
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1
_
_
_
125
100
_
Macieira de Cambra
2
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2: 774
45
1
1
2
_
3
3: 408
55
_
Mealhada
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
3
2
1
_
_
912
100
_
Oliveira de Azemeis
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1
13
3
3
8: 721
100
_
84
16
Oliveira do Bairro
2
_
_
1
_
_
_
_
_
_
6: 525
= A transportar =
30
7
5
1
_
_
_
_
_
_
81: 181
_
_
_
1
1
1: 212
32
23
35
11
15
34: 670
_ 4
Transcrição e publicação José Luís Braga
[Fl. 58] Freguesias de produção inferior a 1: 000 hectolitros =
de 500 a 699 hectolitros
de 700 a 799 hectolitros
30
7
5
1
_
_
_
_
_
_
81: 181
_
32
23
35
11
15
34: 670
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
4
1
1
1
_
1: 242
Numero de freguesias de produção nula
de 200 a 499 hectolitros
= Produção = (hectolitros)
de 100 a 199 hectolitros
= Produção = (hectolitros)
de 9.000 a 9.999 hectolitros
de mais de 10.000 hectolitros
de 8.000 a 8.999 hectolitros
de 7.000 a 7.999 hectolitros
de 6.000 a 6.999 hectolitros
de 5.000 a 5.999 hectolitros
de 4.000 a 4.999 hectolitros
de 3.000 a 3.999 hectolitros
de menos de 100 hectolitros
= Transporte = Ovar
de 2.000 a 2.999 hectolitros
= Concelhos =
De 1.000 a 1.999 hectolitros
= Numero =
Percentagem por 100 para a produção total
= Freguesias de produção não inferior a 1: 000 hectolitros =
4 100
_
Sever do Vouga
3
_
_
_
_
_
_
_
_
_
3: 546
59
_
1
2
1
1
2: 498
40
_
Vagos
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2
_
_
1
1: 254
100
_
33
7
5
1
_
_
_
_
_
_
84: 727
68
36
27
38
13
17
39: 664
32
4
2
_
_
1
_
_
9
3
2
_
_
1: 476
18
_
= Somas =
= Districto de Coimbra = Arganil
_
_
_
_
6: 700
82
Cantanhede
2
1
1
_
_
_
_
_
_
_
8: 611
72
1
2
5
2
_
3: 350
28
_
Coimbra
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
24
4
_
_
_
1: 165
100
3
Condeixa a Nova
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
7
2
_
_
_
686
100
1
Figueira da Foz
_
_
_
1
1
_
_
_
_
_
9: 900
86
3
2
2
1
_
11: 508
14
1
Goes
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2
1
2
_
_
965
100
_
Louzã
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
5
_
_
_
_
107
100
_
Mira
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1
707
100
_
Miranda do Corvo
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
3
1
_
_
_
244
100
_
Montemor‑o ‑Velho
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
6
7
_
_
_
1: 200
100
_
Oliveira do Hospital
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
18
1
_
_
_
668
100
_
Pampilhosa
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 584
76
8
_
1
_
_
484
24
_
Penacova
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2
4
3
_
_
1: 335
100
_
Penela
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1
4
_
_
1: 404
100
1
Poiares
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2
1
_
1
_
830
100
_
Soure
4
_
1
_
_
_
_
_
_
_
8: 837
89
4
1
2
_
_
1: 103
11
_
Taboa
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
6
3
5
2
_
3: 470
100
_
9
1
2
2
1
_
_
_
_
_
35: 632
63
100
33
26
6
1
30: 765
37
6
= Somas =
157
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
&
[Fl. 59]
= Produção = (hectolitros)
de 700 a 799 hectolitros
de 500 a 699 hectolitros
de 200 a 499 hectolitros
de 100 a 199 hectolitros
de menos de 100 hectolitros
Percentagem por 100 para a produção total
= Produção = (hectolitros)
de 9.000 a 9.999 hectolitros
de mais de 10.000 hectolitros
de 8.000 a 8.999 hectolitros
de 7.000 a 7.999 hectolitros
de 6.000 a 6.999 hectolitros
de 5.000 a 5.999 hectolitros
de 4.000 a 4.999 hectolitros
de 3.000 a 3.999 hectolitros
Armamar
5
_
1
_
_
_
_
1
_
_
18: 440
86
_
2
6
1
_
3: 030
14
_
Carregal
3
_
1
_
_
_
_
_
_
_
7: 944
85
_
_
1
_
1
1: 377
15
_
Castro Daire
2
1
_
_
_
_
_
_
_
_
5: 195
49
2
2
4
2
3
5: 417
51
3
Fragoas
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
3
2
_
_
_
510
100
2
Lamego
3
3
4
1
_
_
_
_
_
_
29: 640
93
1
1
2
1
1
2: 360
7
3
Mangualde
4
1
1
_
1
_
_
_
_
_
16: 705
81
_
4
4
1
2
3: 923
19
_
Moimenta da Beira
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
3
6
2
_
3: 650
100
7
Mondim da Beira
4
1
_
_
_
_
_
_
_
_
8: 638
94
1
_
_
1
_
538
6
1 _
Mortagua
2
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2: 195
49
_
2
5
1
_
2: 242
51
Nelas
1
1
1
_
1
1
1
_
_
_
27: 140
100
_
_
_
_
_
_
_
_
Oliveira de Frades
6
1
_
_
_
_
_
_
_
_
12: 461
86
1
_
1
1
1
2: 049
14
1
Penalva do Castelo
6
3
_
_
_
1
1
_
_
_
31: 622
99
_
_
1
_
_
319
1
_
Penedono
_
_
1
_
_
1
1
_
_
_
17: 200
99
4
1
_
_
_
188
1
1
Rezende
_
3
2
_
_
_
_
_
_
_
13: 811
79
1
_
4
_
3
3: 640
21
2
Santa Comba Dão
5
_
_
_
_
_
_
_
_
_
6: 210
87
_
_
2
_
_
920
13
_
S. João d’Areias
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 144
60
_
_
2
_
_
777
40
_
S. João da Pesqueira
2
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2: 410
38
6
2
7
1
1
4: 014
62
_
S. Pedro do Sul
8
3
1
2
_
_
_
_
_
_
32: 070
94
1
3
_
_
2
1: 990
6
_
Sattam
3
_
_
_
_
_
_
_
_
_
3: 500
76
4
2
_
_
1
1: 120
24
2
Cernancelhe
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2
6
9
1
1
5: 208
100
2
Sinfães
5
3
1
_
_
_
_
_
_
_
19: 283
90
1
_
3
_
1
2: 123
10
3
Tabuaço
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 500
30
1
1
8
2
_
3: 480
70
1
_
_
_
_
_
_
Tarouca
2
1
_
_
Tondela
11
_
2
_
Vizeu
11
2
2
_
Vouzela
158
de 2.000 a 2.999 hectolitros
= Concelhos =
De 1.000 a 1.999 hectolitros
= Numero =
Percentagem por 100 para a produção total
Freguesias de produções inferior a 1: 000 hectolitros
= Freguesias de produção não inferior a 1: 000 hectolitros =
Numero de freguesias de produção nula
= Districto de Vizeu =
= Somas =
1
_
_
_
1
_
5: 305
70
_
_
2
_
2
2: 252
30
1
22: 781
81
2
1
1
2
4
5: 384
19
1
40: 139
85
1
3
5
1
5
7: 170
15
_
7
2
_
_
_
_
_
_
_
_
13: 937
94
1
1
_
_
1
900
6
_
92
25
17
3
3
3
3
1
1
_
339: 270 84
32
36
73
17
29
64: 081
16
30
Transcrição e publicação José Luís Braga
[Fl. 60] Freguesias de produções inferior a 1.000 hectolitros
Freguesias de produção não inferior a 1: 000 hectolitros
de 2.000 a 2.999 hectolitros
de 3.000 a 3.999 hectolitros
de 4.000 a 4.999 hectolitros
de 5.000 a 5.999 hectolitros
de 6.000 a 6.999 hectolitros
de 7.000 a 7.999 hectolitros
de 8.000 a 8.999 hectolitros
de 9.000 a 9.999 hectolitros
de mais de 10.000 hectolitros
Percentagem por 100 para a produção total
de menos de 100 hectolitros
de 100 a 199 hectolitros
de 200 a 499 hectolitros
de 500 a 699 hectolitros
de 700 a 999 hectolitros
= Produção = (hectolitros)
Percentagem por 100 para a produção total
Aguiar da Beira
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
10
_
1
2
_
1: 950
100
_
Almeida
3
_
_
_
1
_
_
_
_
_
8: 310
49
1
3
15
_
4
8: 480
51
_
= Concelhos =
= Produção = (hectolitros)
de 1.000 a 1.999 hectolitros
= Numero =
Numero de freguesias de produção nula
= Districto da Guarda =
Ceia
7
1
_
_
_
_
_
_
_
_
13: 670
72
2
5
1
2
4
5: 230
28
7
Celorico da Beira
_
1
_
_
_
_
_
_
_
_
2: 270
28
2
6
7
2
2
5: 910
72
2
Figueira de Castelo Rodrigo
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 170
18
1
1
6
3
2
5: 490
82
_
Fornos de Algodres
1
1
_
_
_
_
_
_
_
_
4: 225
48
3
1
2
3
2
4: 666
52
_
Gouveia
2
1
1
_
_
1
_
_
_
_
16: 560
78
3
4
4
3
1
4: 736
22
2
Guarda
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
15
5
6
_
_
3: 012
100
34
Manteigas
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2
_
_
_
1
740
100
_
Mêda
3
1
1
2
1
_
_
_
_
_
23: 000
90
2
1
2
3
_
2: 614
10
_
Pinhel
1
_
1
_
_
_
_
_
_
_
4: 410
35
2
5
10
6
1
8: 190
65
_
Sabugal
1
_
_
_
_
_
_
_
_
_
1: 995
18
12
4
10
4
3
9: 170
82
8
Trancoso
2
_
_
_
_
_
_
_
_
_
2: 300
27
1
2
10
2
2
6: 267
73
12
Vila Nova de Fozcôa
2
_
1
_
_
_
_
_
_
_
5: 500
64
4
4
5
_
1
3: 115
36
_
5
4
2
2
1
_
_
_
_
83: 410
55
56
41
79
30
23
69: 570
45
65
= Somas =
24
= Districto de Viana =
= Concelhos = Arcos de Val de Vez Caminha Melgaço = A transportar =
Prod.(ução) vinicola paroq.(uial) na novidade de 1892
Numero de freguesias
Superficie media das freguesias (hectares)
Maxima (hectolitros)
Media (hectolitros)
Minima (hectolitros)
51
902
1: 643
541
21
19 18 88
820 1: 274 _
1: 500 3: 650 _
397 841 _
_ _ _
159
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
= Districto de Viana =
= Concelhos =
Numero de freguesias
Superficie media das freguesias (hectares)
Monção Paredes de Coura = A transportar =
32 21 141
787 572 _
Prod.(ução) vinic.(ola) paroquial na novid.(ade) de 1892 Maxima (hectolitros)
Media (hectolitros)
Minima (hectolitros)
4: 131 960 _
899 197 _
_ _ _
Prod.(ução) vinic.(ola) paroquial na novid.(ade) de 1892
Numero de freguesias
Superficie media das freguesias (hectares)
Maxima (hectolitros)
Media (hectolitros)
Minima (hectolitros)
141
_
_
_
_
Ponte da Barca
25
751
1: 200
409
_
Ponte de Lima
51
644
2: 549
749
_
Valença
16
703
2: 542
729
10
= Concelhos =
= Transporte =
Viana do Castelo
40
792
4: 370
728
83
Vila Nova de Cerveira
15
537
945
642
63
_
288
781
4: 370
621
_
= Em todo o districto =
[Fl. 61] = Districto de Braga =
160
Amares
24
272
1: 327
882
150
Barcelos
95
395
5: 133
839
15
Braga
60
295
4: 578
1: 301
101
Cabeceiras de Basto
17
1: 435
9: 427
2: 167
160
Celorico de Basto
22
656
8: 030
2: 410
_
Espozende
15
738
2: 299
609
33
Fafe
36
708
4: 160
822
_
Guimarães
80
312
2: 600
827
_
Povoa de Lanhoso
27
495
2: 000
733
140
Terras de Bouro
17
1: 802
804
378
_
Vieira
20
1: 177
3: 660
748
_
Vila Nova de Famalicão
50
437
2: 988
1: 320
_
Vila Verde
58
344
1: 564
444
_
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Em tôdo o distrito =
521
536
9: 427
973
_
1: 123 _
100 _
= Districto do Porto = Amarante = A transportar =
41 41
639 _
3: 506 _
Prod.(ução) vinic.(ola) paroquial na novid.(ade) de 1892
Numero de freguesias
Superficie media das freguesias (hectares)
Maxima (hectolitros)
Media (hectolitros)
Minima (hectolitros)
41
_
_
_
_
Bayão (sic)
19
883
1: 938
982
171
Bouças
12
677
1: 220
313
50
Felgueiras
33
365
3: 137
762
175
Gondomar
11
1: 212
2: 597
1: 248
508
Louzada
27
317
2: 300
832
230
Maia
16
515
1: 800
703
150
Marco de Canavezes
32
634
1: 513
322
230
Paços de Ferreira
16
628
476
255
100
Paredes
24
412
2: 375
689
175
Penafiel
36
672
2: 970
926
350
Porto Povoa de Varzim
12 10
292 915
1: 526 1: 510
246 399
_ 55
Santo Tirso
32
612
5: 070
1: 003
150
Valongo
5
1: 492
2: 175
1: 004
435
Vila do Conde
30
227
1: 725
465
30
Vila Nova de Gaia
33
676
3: 000
521
_
_
379
607
5: 070
759
_
3: 046
165
= Concelhos =
= Transporte =
= Em tôdo o districto =
Districto de Vila Real Alijó
18
1: 570
16: 500
Boticas
16
2: 395
2: 700
856
_
Chaves
45
1: 510
1: 880
586
_
Mezão Frio
7
730
6: 040
3: 104
1: 265
Mondim de Basto
9
2: 725
8: 625
2: 447
_
Montalegre
35
2: 351
800
66
_
161
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Murça = A transportar =
9 139
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Districto de Vila Real 1: 967 7: 750 _ _
1: 884 _
_ _
*** [Fl. V] Carta da produção vinicola media paroquial em 1.892 nos concelhos que cons‑ tituem a circunscripção do norte de Portugal *** [Fl. VI] Carta da máxima produção paroquial em 1.892 dos concelhos que constituem a circunscripção do Norte de Portugal ***
162
Transcrição e publicação José Luís Braga
_
_
Pezo da Regua
10
1: 060 7: 920 4: 093
900
Ribeira de Pena
6
2: 236 7: 500 3: 183
_
Sabrosa
15
1: 056 4: 400 1: 103
110
= Concelhos =
Superficie media das freguesias
_
= Districto d’Aveiro = Numero de freguesias
Minima (hectolitros)
_
Media (hectolitros)
139
Maxima (hectolitros)
= Transporte =
Superficie media das freguesias
= Concelhos =
Numero de freguesias
[fl. 62] Prod.(ução) vinic. (ola) paroquial na novid.(ade) de 1892
Maxima (hectoli‑ tros)
Media (hectoli‑ tros)
Mínima (hectoli‑ tros)
Agueda
18
1: 771
1: 244
587
40
Albergaria a Velha
8
2: 085
1: 974
945
350
Anadia
12
1: 938
2: 700
1: 243
140
Santa Marta de Penaguião
10
Arouca
20
2: 089
2: 800
979
_
Vale Passos
32
1: 685 11: 000 1: 030
_
Aveiro
11
2: 090
224
97
16
Vila Pouca d’ Aguiar
16
2: 280
_
Castelo de Paiva
9
891
3: 807
2: 861
1: 207
Vila Real
27
1: 432 5: 640 1: 573
_
Estarreja
9
2: 067
1: 800
697
_
695
6: 610 4: 000 1: 300
900
226
Feira
35
746
1: 312
184
_
Ilhavo
1
3: 322
125
125
125
_
Macieira de Cambra
9
1: 178
1: 646
687
76
Mealhada
6
1: 967
392
152
30
Oliveira d’Azemeis
20
972
697
436
194
Oliveira do Bairro
5
2: 300
4: 348
1: 547
506
= Em tôdo o distrito =
255
1: 737 16: 500 1: 387
= Distrito de Bragança = Alfandega da Fé
21
1: 618
500 600
91
20
Bragança
50
2: 478
53
_
Ovar
7
1: 669
600
177
5
Carrazeda d’Anciães
21
1: 159 1: 921
880
_
Sever do Vouga
8
1: 782
1: 206
755
168
6
4: 705 1: 870
517
80
Vagos
3
6: 311
950
418
110
34
2: 104
23
_
181
1: 601
4: 348
687
_
Freixo d’Espada à Cinta Macedo de Cavaleiros
400
Miranda do Douro
15
3: 245 2: 500
666
110
Mirandela
39
1: 752
19
_
Mogadouro
34
2: 183 3: 900
223
_
Moncorvo
18
2: 512 1: 000
272
_
200
= Em tôdo o distrito =
= Districto de Coimbra = Arganil
17
2: 217
4. 014
481
13
Vila Flor
19
1: 123 1: 500
235
30
Cantanhede
14
3: 011
3: 319
854
19
Vimioso
14
3: 978 1: 800
176
_
Coimbra
31
1: 190
156
38
_
Vinhais
37
1: 930
25
_
Condeixa‑a‑Nova
10
1: 507
168
69
_
Figueira da Foz
11
2: 601
5: 900
1: 046
_
Gois
5
5.774
406
193
50
Louzã
5
2: 606
48
21
8
93
_
_
_
_
= Em tôdo o distrito =
308
300
2: 117 3: 900
188
_
= A transportar =
163
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[fl. 63]
Maxima (hectolitros)
Media (hectolitros)
Minima (hectolitros)
Media (hectolitros)
Superficie media das freguesias
Maxima (hectolitros)
= Concelhos =
Numero de freguesias
Superficie media das freguesias
= Transporte =
93
_
_
_
Mira
1
9: 965
770
770
770
Miranda do Corvo
4
2: 906
116
61
_
= Transporte =
152
_
_
_
_
Penedono
9
1: 817
7: 000
1: 932
_
35
Rezende
15
767
3: 685
1: 163
_
Santa Comba Dão
7
1: 321
1: 500
1: 019
440
Montemor‑o ‑Velho
13
1: 794
245
100
10
Oliveira do Hospital
19
1: 089
112
55
2
S. João d’Areia
3
596
1: 144
640
336
207
16
S. João da Pesqueira
19
1: 466
1: 300
338
24
Pampilhosa
10
3: 781
1: 584
Penacova
9
1: 561
250
148
75
S. Pedro do Sul
20
1: 686
4: 350
1: 703
20
Penela
6
1: 984
398
254
_
Satam
12
1: 874
1: 500
3: 85
_
Poiares
4
1: 405
600
166
50
Sernacelhe
21
1: 107
750
248
_
Soure
12
2: 768
3: 410
828
24
Sinfães
17
1: 533
3: 194
1: 259
_
Taboa
16
1: 110
517
219
15
Taboaço
14
748
1: 500
356
_
Tarouca
8
735
2: 736
944
_
187
2: 077
4: 014
302
_
Tondela
24
1: 544
3: 815
1: 147
_
Vizeu
32
1: 593
9: 500
1: 485
80
Vouzela
12
890
[2]: 325
1: 236
50
365
1: 366
9: 500
1: 106
_
= Em tôdo o distrito =
= Districto de Vizeu = Armamar
164
Prod.(ução) vinic.(ola) paroq.(uial) na novid.(ade) de 1892
Minima (hectolitros)
= Concelhos =
Numero de freguesias
Prod.(ução) vinic.(ola) paroqu.(ial) na novidade de 1892
16
655
8: 200
1: 342
100
Carregal
6
1: 618
3: 294
1: 553
138
Castro D’aire
19
1: 810
2: 226
559
_
Frágoas
7
2: 336
180
73
_
= Em tôdo o districto =
= Districto da Guarda = Aguiar da Beira
13
1: 494
680
150
10
Almeida
27
966
5: 020
622
50
Lamego
20
856
4: 000
1: 600
_
Mangualde
18
1: 263
5: 380
1: 147
100
Moimenta da Beira
18
1: 327
640
203
_
Ceia
29
1: 674
2: 940
652
_
22
1: 211
2: 270
372
_
Mondim da Beira
8
1: 412
2: 486
1: 149
_
Celorico da Beira
Mortagua
10
2: 018
1: 130
554
110
Figueira de Castelo Rodrigo
14
3: 431
1: 170
476
80
Nelas
6
2: 214
7: 000
4: 523
1: 550
Fornos d’Algodres
13
904
2: 700
684
64
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Concelhos =
Numero de freguesias
Superficie media das freguesias
Maxima (hectolitros)
Media (hectolitros)
Minima (hectolitros)
Maxima (hectolitros)
12
1: 780
2: 314
Penalva do Castelo
12
1: 022
7: 975
152
= A transportar =
Minima (hectolitros)
Superficie media das freguesias
Oliveira de Frades
Prod.(ução) vinic.(ola) paroq.(uial) na novid.(ade) de 1892
Media (hectolitros)
= Concelhos =
Numero de freguesias
Prod.(ução) vinic.(ola) paroqu.(ial) na novidade de 1892
1: 209
_
Gouveia
23
1: 311
6: 520
926
_
2: 662
319
Guarda
56
1: 426
480
54
_
Manteigas
3
4: 216
715
247
10
200
_
_
_
_
_
_
_
_
= A transportar =
*** [Fl. VII] Carta da produção dos vinhos brancos na circunscripção do Norte de Portugal em 1892 ***
Numero de freguesias
Superficie media das freguesias
Prod.(ução) vinic.(ola) paroq.(uial) da novid.(ade) de 1892
200
_
_
_
_
Mêda
16
754
5: 500
1: 601
70
Pinhel
26
1: 690
3: 400
446
30
Sabugal
42
2: 427
1: 995
266
_
Trancôzo
31
1: 162
1: 300
270
_
Vila Nova de Fôzcoa
17
3: 457
3: 00
507
50
= Em tôdo o distrito =
332
1: 715
6: 520
461
_
= Concelhos =
= Transporte =
Maxima (hectolitros)
Media (hectolitros)
Minima (hectolitros)
165
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
= Vinhos brancos e tintos = *** Geralmente produzem‑se poucos vinhos brancos na circunscripção, mas em 1892, a par d’uma razoavel colheita de vinhos tintos, foi péssima a d’aqueles. O mildio atacou com intensidade os postos brancos, poupando os outros, e o tratamento d’essa fitonose não se fez na maior parte dos vinhedos e foi mal feito nos poucos em que o executaram. Deve pois considerar‑se anormal a colheita de vinhos brancos em 1892, mas isso pouco influi na totalidade da produção vinicola. A destrinça da produção d’êstes dois grupos de vinhos, acha‑se na estatistica com tôdo o detalhe, mas cumpre‑me declarar que me não merecem o maior crédito grande parte dos dados que a representam; contudo passo a resumi‑la e a representa ‑la graficamente em duas cartas, sendo para notar que os unicos concelhos em que a produção dos vinhos brancos excedeu a dos tintos foram os de Murça, Vila Flor, Figueira da Foz, Rezende e Vila Nova de Fozcôa. São êsses também os que em condições normais produzem maior quantidade de vinhos brancos. [Fl. 64] = Districtos = e = Concelhos =
= Viana do Castelo =
166
Arcos de Vale de Vez Caminha Melgaço Monção Paredes de Coura Ponte da Barca Ponte de Lima Valença Viana do Castelo
Freguesias em Prod.(ução) vinicola em 1892 que a produ. (ção) de vinhos brancos Vinhos brancos Vinhos tintos Prod.(ução) Total excede (hectolitros) (hectolitros) (hectolitros) 50% da prod. (ução) total
_
27: 588
27: 588
_ 800 706 _ 317 1: 385 139 740
7: 535 14: 340 28: 058 4: 128 9: 915 36: 830 11: 522 28: 378
7: 535 15: 140 28: 764 4: 128 10: 232 38: 215 11: 661 29: 118
Transcrição e publicação José Luís Braga
Vila Nova de Cerveira _ = Somas = = Braga = Amares Barcelos Braga Cabeceiras de Basto Celorico de Basto Espozende = A transportar =
176
6: 181
6: 357
_ 4: 263
_ 174: 475
_ 178: 738
83 322 127
21: 085 79: 349 77: 911
21: 168 79: 611 78: 038
287
36: 550
36: 837
213 67 1: 099
52: 813 9: 072 276: 780
53: 026 9: 138 277: 879
Prod.(ução) vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
= Transporte = Fafe Guimarães
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V.(inhos) Tintos (hectolitros)
Prod.(ução) Total (hectolitros)
1: 099
276: 780
277: 879
Freguesias em que a produção de V.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total
15
29: 571
29: 576
3: 270
63: 120
66: 390
Póvoa de Lanhoso
22
19: 764
19: 786
Terras de Bouro
41
6: 384
6: 425
Vieira
_
14: 962
14: 962
347
65: 670
66: 017
Vila Nova de Famalicão Vila Verde
339
25: 410
25: 749
5: 133
501: 651
506: 784
= Porto =
= Somas =
_
30
46: 000
46: 030
Bayão
1: 165
17: 490
18: 665
Bouças
90
3: 670
3: 760
Amarante
Felgueiras
82
25: 070
25: 152
Gondomar
120
13: 606
13: 726
_
19: 466
19: 466
630
10: 630
11: 260
Louzada Maia
167
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Prod.(ução) vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
Marco de Canavezes
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V.(inhos) Tintos (hectolitros)
Prod.(ução) Total (hectolitros)
86
25: 396
25: 482
Freguesias em que a produção de V.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total
Paços de Ferreira
20
4: 060
4: 080
Paredes
302
16: 280
16: 882
Penafiel
1: 135
32: 200
33: 335
Porto
31
2: 920
2: 951
Povoa de Varzim
190
3: 800
3: 990
Santo Tirso
740
31: 350
32: 090
Valongo
97
5: 022
5: 119
Vila do Conde
875
13: 070
13: 945
_
12: 070
12: 070
5: 593
282: 100
287: 693
Vila Nova de Gaia = Somas =
[Fl. 65] Freguesias em que a prod.(ução) de v.(inhos) Prod.(ução) Total brancos excede (hectolitros) 50% da prod. (ução) total
Prod.(ução) vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V.(inhos) Tintos (hectolitros)
= Vila Real =
_
10: 615
44: 220
54: 835
Boticas
Alijó
_
13: 700
13: 700
Chaves
120
26: 230
26: 350
Barqueiros
Mezão Frio
168
1: 936
19: 790
21: 726
Mondim de Basto
25
22: 000
22: 025
Montalegre
_
2: 300
2: 300
Murça
10: 650
6: 310
16: 960
Candedo, Murça, Noura e
Peso da Regua
2: 340
38: 590
40: 930
Ribeira de Pena
_
19: 100
19: 100
5: 850
10: 700
16: 550
Provezende e Sabrosa
Sabroza
Transcrição e publicação José Luís Braga
Freguesias em que a prod.(ução) de v.(inhos) Prod.(ução) Total brancos excede (hectolitros) 50% da prod. (ução) total
Prod.(ução) vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V.(inhos) Tintos (hectolitros)
1: 960
28: 310
40: 000
Vale Passos
380
32: 570
32: 950
Vila Pouca d’ Aguiar
_
3: 860
3: 860
Sta. Marta de Penaguião
Vila Real = Somas =
950
41: 510
42: 460
34: 826
318: 920
353: 756
= Bragança =
Alfândega da Fé
_
1: 920
1: 920
Bragança
_
2: 673
2: 673
5: 417
13: 070
18: 487
560
2: 540
3: 100
_
779
779
Miranda do Douro
_
9: 988
9: 988
Mirandela
_
735
735
Carrazeda de Anciães Freixo d’ Espada à Cinta Macedo de Cavaleiros
Mogadouro = A transportar =
_
7: 590
7: 590
5: 977
39: 295
45: 272
169
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 66] Prod.(ução) Vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V.(inhos) Tintos (hectolitros)
Prod.(ução) Total (hectolitros)
5: 977
39: 295
45: 272
Moncorvo
1: 800
3: 090
4: 890
Vila Flor
2: 700
1: 760
4: 460
Todas as freguesias
Vimiozo
_
2: 459
2: 459
Vinhães (sic)
_
925
925
10: 477
47: 529
58: 006
= Aveiro =
Águeda
_
10: 565
10: 565
Albergaria a Velha
28
7: 530
7: 558
Anadia
580
14: 340
14: 920
Arouca
98
19: 490
19: 588
Aveiro
32
1: 036
1: 068
Castelo de Paiva
69
25: 680
25: 749
Estarreja
_
6: 270
6: 270
Feira
_
6: 456
6: 456
Ílhavo
12
113
125
Macieira de Cambra
88
6: 094
6: 182
Mealhada
84
828
912
Oliveira d’Azeméis
272
8: 449
8: 721
Oliveira do Bairro
_
7: 737
7: 737
= Transporte =
= Somas =
170
Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total
Transcrição e publicação José Luís Braga
Prod.(ução) Vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V.(inhos) Tintos (hectolitros)
Prod.(ução) Total (hectolitros)
Ovar
_
1: 242
1: 242
Sever do Vouga
56
5: 988
6: 044
Vagos
16
1: 238
1: 254
1: 335
123: 056
124: 391
= Somas =
Prod.(ução) Vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V.(inhos) Tintos (hectolitros)
Prod.(ução) Total (hectolitros)
Arganil
30
8: 146
8: 176
Cantanhede
237
11: 724
11: 961
Coimbra
41
1: 124
1: 165
Condeixa a Nova
_
686
686
Figueira da Foz
7: 758
3: 750
11: 508
Lavos e Paião
Gois
40
925
965
Louzã
_
107
107
Mira
20
750
770
Miranda do Corvo
_
244
244
Montemor o Velho
105
1: 095
1: 200
Oliveira do Hospital
27
641
668
= Coimbra =
171
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Prod.(ução) Vinicola em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V.(inhos) Tintos (hectolitros)
Prod.(ução) Total (hectolitros)
Pampilhosa
_
2: 075
2: 075
Penacova
_
1: 335
1: 335
Penela
413
991
1: 404
Poiares
_
830
830
Soure
1: 643
8: 297
9: 940
Figueiró do Campo
Taboa
80
3: 390
3: 470
10: 394
46: 110
56: 504
Armamar
4: 090
17: 380
21: 470
Carregal
281
9: 040
9: 321
Castro Daire
_
10: 612
10: 612
Fragoas
_
510
510
Lamego
2: 790
29: 210
32: 000
= A transportar =
7: 161
66: 752
73: 913
= Somas = = Vizeu =
[fl. 67] Prod.(ução) Vinic.(ola) em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
= Transporte = Mangualde
172
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V. (inhos) Tintos (hectolitros)
Prod. (ução) Total (hectolitros)
7: 161
66: 752
73: 913
Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total
466
20: 172
20: 638
Moimenta da Beira
_
3: 650
3: 650
Mondim de Beira
_
9: 176
9: 176
Transcrição e publicação José Luís Braga
Prod.(ução) Vinic.(ola) em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V. (inhos) Tintos (hectolitros)
Prod. (ução) Total (hectolitros)
Mortagua
147
4: 290
4: 437
Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total
Nelas
840
26: 300
27: 140
Oliveira de Frades
54
14: 456
14: 510
Penalva do Castelo
522
31: 419
31: 945
Penedono
50
17: 338
17: 388
10: 866
6: 585
17: 451
Anreade, Barrô, Rezende, S. João
Santa Comba Dão
621
6: 509
7: 130
S. João d’Areias
145
1: 776
1: 921
1: 224
5: 200
6: 424
Valongo
Rezende
S. João da Pesqueira S. Pedro do Sul
80
33: 980
34: 060
Sattam
_
4: 620
4: 620
Sernancelhe
_
5: 208
5: 208
Sinfães (sic)
1: 243
20: 163
21: 406
Taboaço
_
4: 980
4: 980
Tarouca
_
7: 557
7: 557
Tondela
4: 497
23: 668
28: 165
Vizeu
1: 914
45: 395
47: 309
Vouzela = Somas =
62
14: 775
14: 837
29: 892
373: 969
403: 861
= Guarda =
Aguiar da Beira
_
1: 950
1: 950
Almeida
20
16: 770
16: 790
Ceia
250
18: 650
18: 900
270
37: 370
37: 640
Transportar
173
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Prod.(ução) Vinic.(ola) em 1892 = Districtos = e = Concelhos =
Freguesias em que a prod. (ução) de v.(inhos) brancos excede 50% da prod. (ução) total
V.(inhos) Brancos (hectolitros)
V.(inhos) Tintos (hectolitros)
Prod.(ução) Total (hectolitros)
270
37: 370
37: 640
Celorico da Beira
80
8: 100
8: 180
Figueira de Castelo Rodrigo
1: 660
5: 000
8: 660
Fornos d’ Algodres
114
8: 777
8: 891
Gouveia
770
20: 526
21: 296
Guarda
_
3: 012
3: 012
Manteigas
5
735
740
Mêda
11: 134
14: 480
25: 614
Pinhel
230
12: 370
12: 600
Sabugal
15
11: 150
11: 165
Trancoso
927
7: 640
8: 567
Cedovim, Chãs, Freixo de Numão, Horta
4: 555
4: 060
8: 615
Murça, Muxagata, Santa Comba, Santo
= Transporte =
Vila Nova de Fozcoa
= Somas =
19: 760
133: 220 = Resumo =
V.(inhos) Brancos
V.(inhos) Tintos
Totais
Percentagem de V.(inhos) brancos para a prod.(ução) Total por cento
Viana
4: 263
174: 475
178: 738
2
Braga
5: 133
501: 651
506: 784
1
Porto
5: 593
282: 100
287: 693
2
Vila Real
34: 826
318: 920
353: 746
10
Bragança
10: 477
47: 529
58: 006
18
= Districtos =
174
Transcrição e publicação José Luís Braga
V.(inhos) Brancos
V.(inhos) Tintos
Totais
Percentagem de V.(inhos) brancos para a prod.(ução) Total por cento
Aveiro
1: 335
123: 056
124: 391
1
Coimbra
10: 394
46: 110
56: 504
18
Vizeu
29: 892
373: 979
403: 861
8
Guarda
19: 760
133: 220
152: 980
13
121: 673
2: 001: 030
2: 122: 703
5
= Districtos =
= Somas =
*** [Fl. VIII] Carta da proporção dos vinhos brancos com a produção vinicola total nos con‑ celhos da circunscripção do Norte de Portugal em 1.892 *** [Fl. 68] Capitulo II *** = Centros Vinicolas = *** No plano que, em cumprimento das instruções de 28 d’Abril de 1899, remeti em 3 d’ Outubro de 1891 para a direcção Geral de Agricultura, tratei largamente da resolução d’um interessante problema de geografia agricola: – “ a divisão de Portugal em circunscripções vinhateiras.” –
175
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Segundo êsse plano, era dividida a parte continental do nosso país em 7 regiões, ficando compreendidas, nos 9 districtos administractivos de que me estou agora ocupando, as tres primeiras, grande parte da quarta e uma pequeníssima fracção da quinta. Nas considerações que vou fazer, incluirei sempre na quarta êsses pequeníssimos tratos que separava para a quinta, a fim d’ evitar confusões desnecessárias. As bases que tomei para essa divisão são bastante complexas, e por isso, repeti ‑las seria alongar demasiadamente êste estudo. Direi só que as três que se acham completamente incluídas nos 9 districtos administractivos do Norte de Portugal, são as que denominei – do Minho ao Vouga, Alto Douro e Transmontanense. – A primeira acha‑se perfeitamente caracterizada pelo sistema adoptado na cultura, de deixar expandir a [Fl. 69] videira em formas longas, ordinariamente tutorada por arvores, vivaz e com muito menos freqüência por arvores mortas ou em ramadas mais ou menos altas; também a caracterizam os seus vinhos, que são sempre verdes ou entremaduros. A segunda, que é a do Alto Douro, distinguem‑a as qualidades d’êstes, variadís‑ simas, mas sempre optimas, sendo uma bem caracteristica a de gozarem do precioso dom de melhorar indefinidamente com a idade. A terceira, finalmente, que é a Transmontanense, circunscreve‑a a sua posição geográfica entre as duas precedentes e a Hespanha. Tôdo o restante territorio dos 9 districtos administrativos pertence à região Beirense. A extensão que cada uma d’elas ocupa, vê‑se facilmente no esbôço da carta vinícola com que acompanhamos êste trabalho, nas considerações que faremos n’este capítulo. O esbôço distingue‑as pela diversidade de côres. Adoptei n’êle a côr verde para indicar a região do minho ao Vouga, a amarela para a do Alto Douro, a azul para a transmontanense e a roxa para designar a Beirense. Em cada côr ha duas gradações: a mais leve representa os territorios em que a cultura da videira é de mediana intensidade, e a mais carregada, aquelas em que ela é mais intensa. Em tôdas as paroquias que se encontram na parte aguarelada, existe a cultura da preciosa ampelidea, mas em pequena escala. [Fl. 70]
176
Transcrição e publicação José Luís Braga
São pois essas manchas de côr intensa na carta, que representam territorios em que a produção excede sempre o consumo, indicando assim os tratos que interessam ao comercio, sob o ponto de vista da quantidade, repito, porque ha no esbôço espaço com côres leves e até não aguareladas, onde o comercio procura vinhos avidamente por ser preciosa a sua qualidade. Êsses espaços encontram‑se como já disse no Alto Douro, e não os distingui porque isso seria difícil na escala d’êste esbôço, mas pro‑ meto fazê‑lo n’outro que estou preparando em escala dobrada para o Alto Douro somente. Convém advertir, ainda que superficialmente para as pessôas que estão habituadas ao exame de trabalhos d’êsta natureza, que não nos devemos iludir, julgando que essas circunscripções marcadas na carta por côres vivas, são vinhas continuadas; não o são; ha muitas interrupções na sua continuidade, ha terrenos, ou entregues a outras culturas, já arvenses, já arboreas, e até amplos tratos escalvados. Representam sim as superficies em que a cultura da videira é assaz freqüente e em que a viticultura tem um lugar muito proeminente na sua economia rural. Nos territorios indicados pelas côres brandas, a cultura da videira é muito menos frequênte; o saldo da produção para o consumo, se existe num ano fértil transforma ‑se em [Fl. 71] deficit n’outro d’escassez. Os centros de produção são pois os tratos marcados no esbôço por cores intensas: é d’estes que principalmente me vou ocupar notando que a sua importância se perde quando isolados e pouco extensos, porque o consumo das regiões que os cercam apodera‑se do excesso da produção para se abastecer, dando portanto lugar somente a um pequeno consumo local. Passarei a tratar d’êsses centros produtores existentes em cada uma das regiões vinicolas que, como tôdo êste trabalho, foram deduzidos da estatistica de 1892. = Região do Minho ao Vouga = *** As areas dos nove districtos administrativos que estou estudando somam 3: 571: 086 hectares. D’êstes, 1: 287: 915 hectares são ocupados por esta região, que não é a maior das 4, porque a excede a Beirense, se a completarmos com a parte que se acha fora d’esta circunscripção do Norte, mas é‑lhe inferior em tamanho a parte que está dentro d’ela.
177
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Corresponde a uma area de 36% da que ocupam os 9 districtos, enquanto que a parte que n’eles tem a Beirense é de 34%, de 22 a Transmontanense e de 8% o Alto Douro. [Fl. 72] Coincidência notavel, que permite menemonizar êstes numeros com facilidade extrema. De feito, não erramos muito afirmando que a região do Minho ao Vouga tem um terço do territorio dos 9 districtos, a parte que n’êles ocupa a região Beirense, outro terço, ficando o restante para a soma das areas das regiões transmontanense e do Alto Douro: esta ultima ocupa um quarto d’êsse terço ou tem um terço da extensão da Transmontanense. A região do Minho ao Vouga abrange 3 districtos administractivos completos e parte de outros 3; são os primeiros os de Viana, Braga e Porto, e os segundos os de Vila Real, Aveiro e Vizeu. N’esta região, entre pequenos e grandes, indica o esbôço 32 centros vinhateiros ou antes, 33, porque, suposto a que acompanha as margens do Douro ser uma ao das margens do Tamega, são bem distintos sob muitos pontos de vista. D’êsses 33 centros, 14 ocupam superficies não inferiores a 2: 000 hectares, e êsses, são caminhando de Norte para o Sul, os seguintes: 1º Melgaço = Tem cerca de 2: 000 hectares no vale e encostas do rio Minho. Compreende a parte vinhateira das freguesias de Passos (sic), Chaviães, Melgaço, Remoães, Paderne, S. Martinho de Alvaredo, Penso e S. Paio de Melgaço, sendo na primeira e nas 4 últimas que [Fl. 73] ocupa maiores extensões. Não se pode calcular a sua produção no ano de 1892 em menos de 11: 000 hectolitros de vinho. 2ª = Monção = Calculamos a sua àrea em 5: 880 hectares, compreendendo grande parte das seguintes freguesias marginais ao Minho no concelho de Monção: Barbeita, Bela, Troviscoso, Monção, Mazêdo e Torporiz. Segue d’estas pelas de Lara, Pias, Pinheiros e Cambezes, continuando nas freguesias de Gondomil, Boivão no concelho de Valença, limitrofes das precedentes. A sua produção regulou por 22: 000 hecto‑ litros de vinho. 3º = Arcos de Vale de Vez = Acompanha as margens do Vez desde o Rio de Moí‑ nhos, seguindo depois a margem direita do Lima, a montante da foz d’aquele rio, enquanto o vale se alarga pelas freguesias de Oliveira, S. Jorge e Vale, até às faldas da serra.
178
Transcrição e publicação José Luís Braga
Compreende, alem da parte mais produtiva d’estas freguesias e das outras de grande produção d’êste concelho, que são as de Rio de Moinhos, Couto e Arcos de Vale de Vez, a parte mais abundante das intermediárias – S. Tomé de Aguiã, Gondoriz, Prozêlo, Azere, Parada, Giela, Guilhabreu12 (sic) e Paçô –. A sua produção regulou, em 1892, por cerca de 13: 000 hectolitros de vinho, 2: 710 hectares, tôdos no concelho dos Arcos de Vale de Vez. 4º = Ponte de Lima = Estende‑se pelas duas margens do Lima a montante e a jusante [Fl. 74] da vila, sede do concelho, e tôdo se acha n’êle. Principia na margem esquerda em S. Martinho da Gandra e Beiral, acompanha o Lima até à Correlhã, estendendo braços para Souto de Rebordões e Facha. Compreende portanto na sua área d’esta margem, a parte mais produtiva das freguesias de Beiral, S. Martinho da Gandra, S. João da Ribeira, Ponte de Lima, Fornelos, Souto de Rebor‑ dões, Feitoza, Correlhã, Seara e Facha. Na margem direita estende‑se pelas freguesias de Refoios do Lima, Coelheiros13 (sic), Arcozêlo, Santa Comba e Moreira do Lima. Pode calcular‑se a sua area em 8: 085 hectares e produziu em 1892, cêrca de 20: 000 hectolitros de vinho. 5.º = Cavado = Ocupa grande extensão na parte baixa da bacia do Cavado, pas‑ sando ainda para a do rio d’Este, a que toma bastante espaço. Principia em Bouro, acompanhando as duas margens do Cavado até à jusante de Barcelos; segue em menor ou maior extensão os seus afluentes n’este intervalo. Alarga‑se muito em Braga pela bacia do Este, e a jusante de Barcelos lança 2 braços pelas encostas das 2 margens do Cavado, terminando a do norte em Palmeira do Faro e a do sul em Cristêlo. Compreende uma area de cêrca de 31: 000 hectares, em que se encontram, além de outros, de bastante produção vinicola, [Fl. 75] na sua totalidade ou em parte as freguesias seguintes que especializei no capítulo anterior, pela abundância da sua produção n’este género. Do concelho de Amares: – Santa Maria de Bouro, Caires, Caldelas, Dornelas, Ferreiros, Figueiredo, Fiscal, Goães, Lago, Prozelo e Rendufe; –– Do concelho da Povoa de Lanhoso: ‑ Aguas Santas, Geraz do Lima, Monsul e S. João de Rei: Do concelho de Braga: – Adaufe, Aveleda, Celeirós, Crespos, Dume, Esporões, S. Mamede e S. Pedro d’Este, Ferreiros, Frossos, Lamaçães, Lomar, S. Paio e S. Pedro 12 13
O autor terá querido referir‑se à freguesia de Guilhadeses do concelho de Arcos de Valdevez. O autor terá querido referir‑se à freguesia de Calheiros do concelho de Ponte de Lima.
179
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
de Merelim, Mire de Tibães, Morreira, Navarra, Nogueira, Padim da Graça, Palmeira, Panoias, Parada de Tibães, Sto. Estevam e S. Vicente de Penso, Pouzada, Priscos, Real, Sta. Lucrecia de Algeriz, Cernelhe (sic)14, Sequeira, Teboza e Vimieira (sic); –– Do concelho de Vila Verde: ‑ Cervais (sic), Lages (sic), Moure, Santa Maria de Prado e Soutelo; –– Do concelho de Barcelos: ‑ Abade de Neiva, Alheira, Barcelos, Carapeços, Lama, Lijó, Roriz, Silva, Vila Boa e Vila Cova, tôdas estas na margem direita do Cávado, e na esquerda: –– Alvelos, Areias de Vilar, Barcelinhos, Carvalhal, Cristelo, Encourados, Faria, Martim, Pereira, Pousa, Silveiros e Vilar de Figos. –– Do concelho de Espozende – Palmeira do Faro. Não se pode calcular a sua produção em 1892 em menos de 135: 000 hectolitros de vinho. [Fl. 76] 6º – Alto Ave – Êste centro de produção vinicola, tem 3: 000 hectares nas fre‑ guesias de Guilhofrei, Mosteiro e Rossas, todas no concelho de Vieira. A sua produção foi calculada, na estatistica de 1892, em 9: 024 hectolitros de vinho. 7º Ave – Está esta comarca vinhateira tôda na bacia d’êste rio, acompanhando grande extensão das suas margens, bem como as dos seus afluentes: d’Este e Vizela. A sua superficie é muito irregular, encerrando no seu perimetro, na totalidade ou em parte, as seguintes freguesias: –– Do concelho da Povoa de Lanhoso: – Povoa de Lanhoso, Fonte Arcada, Taíde. –– D[o] concelho de Fafe: – Armil, S. Romão de Arões, Cepães, Fafe, Freitas, Passos, Quinchães, Serafão, Travassós e Vila Cova; –– Do concelho de Guimarães: – Atães, Azurem, Sta. Leocádia de Briteiros, Brito, S. Miguel das Caldas de Vizela, Creixomil, Fermentões, Gondar, Guardizela, Infias, Longos, Lordelo, Mezão Frio, Moreira de Cónegos, Nespereira, Oleiros, Pulvoreira (sic), Ponte, Ronfe, S. Torcato, S. Jorge de Cêlho (sic), Serzedelo, Silvares e Urgezes. –– Do concelho de Vila Nova de Famalicão: – Mosteiro e Sta. Eulalia de Arnoso, Sta. Maria de Arnoso, Antas, Bairros (sic) e Sanfins, Brufe, Cabeçudos, Calen‑
180
14
O autor terá querido referir‑se à freguesia de Semelhe do concelho de Braga.
Transcrição e publicação José Luís Braga
dário, Carreira, Castelões, [Fl. 77] Cavalões e Gemunde, Cruz, Delães e S. Mateus, Fradelos, Gavião, Gondifelos, Joane, Sandim, Sta. Marinha, Semelhe, Louro, Louzada, Mugege, Monquim, Nine, Oliveira, Requião, Ribeirão, Ruivães, Telhado, Santos Cosme e Damião do Vale, São Martinho do Vale, Vermoim e Vila Nova de Famalicão. –– Do concelho de Felgueiras: – Margaride, Jugueiros, Pombeiro e Regilde; –– Do concelho de Lousada: – Sta. Eulalia de Barrosas; –– Do concelho de Sto. Tirso: – Areias, Burgães, Campo, S. Tomé e S. Mamede de Negrelos, Rebordões, Roriz, Sto. Tirso, Vilarinho e Guimarães (sic); –– Do concelho de Barcelos: – Courel, Macieira de Rates, e Viatodos; –– Do concelho de Vila do Conde: – Arcos e Junqueira; –– E finalmente no concelho da Povoa de Varzim; Balazar e Rates; Mede uma àrea de cerca de 46: 000 hectares, com uma produção, em 1892, não inferior a 155: 000 hectolitros de vinho. 8ª Leça – Na parte baixa do vale do Leça, está uma circunscripção, medindo uma area de 2: 500 hectares, em que se produzem bastantes vinhos, formada de parte de várias freguesias, entre as quais: –– Do concelho de Valongo: – S. Lourenço d’Asmes; –– Do concelho de Bouças: – Leça do Bailio (sic); –– E do concelho da Maia: – Aguas Santas, S. Pedro Fins, Moreira, Vermoim e Avioso. Calculou‑se a sua produção vinicola, em 1892, em 9. 000 hectolitros. [Fl. 78] 9º Sousa – A bacia do Sousa, na sua parte media, tem um centro vinhateiro bastante importante, em que se encontram, entre outras, as seguintes freguesias de notável produção vinicola. No concelho de Penafiel, Bostelo, Duas Igrejas, Galegos com Boa Vista, Guilhufe, Marecos, Paços de Sousa e Penafiel; No concelho de Louzada: Caíde d’El Rei, Meinêdo, Nevogilde e Torno; E no concelho de Paredes: Bitarães, Castelões de Cepêda e Mouriz. A sua produção vinicola não desceu em 1892, de 24: 000 hectolitros numa área de cêrca de 6: 000 hectares. 10º Tamega – Esta importantíssima comarca, toda na bacia do Tamega, principia no concelho de Boticas e estende‑se pelas margens d’aquele rio e dos seus afluentes,
181
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
grandes e pequenos, até à freguesia de Rio de Moinhos, no concelho de Penafiel, onde se une ao centro vinhateiro seguinte. Ocupa uma área de 64.500 hectares, encerrando em si a parte produtora de vinhos das seguintes freguesias: –– No concelho de Boticas: Covas, Fiães e Canedo; com Santa Marinha de Ribeira de Pena e Sto. Aleixo de Além Tamega; No concelho de Mondim de Basto: – Atei, Mondim de Basto, Paradança e Vilar de Ferreiros; –– No concelho de Cabeceiras de Basto: – Alvite, Arco de Baúlhe, Basto, Cabeceiras de Basto, Cavez, Faia, [Fl. 79] Outeiro, Pedraça, Refojos de Basto, Rei Douro (sic) e Vilar de Cunhas. –– No concelho de Celorico de Basto: – Agilde, Arnoia, Sta. Tecla de Basto, S. Clemente de Basto, Britelo, Canedo, Carvalho, Cadeçozo (sic), Corgo, Fervença, Gagos, Gemeos, Infesta, Molares, Ourilhe, Ribas, Vale de Bouro e Veado (sic). –– No concelho de Amarante: – Aboadela, S. Gonçalo de Amarante, Cepelhos (sic), Frejim (sic), Fuidão (sic), Gatão, Gondar, Lufrei, Padornelo (sic), Rebor‑ delo, Salvador do Monte, Sanche, S. Veríssimo, Telões, Vila Caiz e Vila Chã do Marão. –– No concelho do Marco de Canavezes: – Constance, Fornos, Soalhães, Sôbre Tamega, Varzea d’Ovelha, com Aliviada, Vila Boa do Bispo e Vila Boa de Quires. –– E finalmente no concelho de Penafiel: – S. Martinho de Recezinhos, Abragão e Rio de Moinhos; A sua produção não se pode calcular em menos de 190: 000 hectolitros. –– 11ª Beira Douro = Esta comarca vinhateira, seguindo o curso do Douro, prin‑ cipia no extremo ocidental da freguesia de Barrô do concelho de Rezende, e estende‑se pelas duas margens até à freguesia de Campanhã, no Porto, acom‑ panhando em maior ou menor extensão as correntes que desaguam no Douro. Calculei a sua superficie em 38: 500 hectares encontrando‑se n’ela, entre outras, a maior parte das seguintes freguesias. –– Na margem direita do Douro – Concelho de Baião:– [Fl. 80] Ancêde, Sta. Leocádia de Baião, Gestaçô, Gouve (sic), Santa Cruz do Douro, Sta. Marinha do Zêzere e Tresouras;
182
Transcrição e publicação José Luís Braga
–– Concelho do Marco de Canavezes = Alpendurada, Paços de Gaiolo, Penha Longa, Sande e Varzea do Douro; –– Concelho de Penafiel: – Eja e Entre os Rios. –– Concelho de Gondomar: – Fanzeres, Foz do Sousa, Jovim, Rio Tinto, S. Cosme, S. Pedro da Cova e Valbom; Concelho do Porto: ‑ Campanhã. Na margem esquerda do Douro – Concelho de Rezende: – Anreades (sic), Rezende, S. João de Fontoura, S. Martinho de Mouros. Concelho de Sinfães (sic): – Espadanelo (sic), Fornelos, Nespereira, Oliveira do Douro, S. Cristovam de Nogueira, S. Tiago de Piães, Sinfães, Souzelo e Travanca; –– Concelho de Castelo de Paiva: – Bairros, Fornos, Paraiso, Pedorido, Raiva, Real, S. Martinho, Sta. Maria de Sardoura e Sobrado; –– Concelho d’Arouca: – Alvarenga; –– Concelho da Feira: – Canedo e Lever; Concelho de Vila Nova de Gaia: – Avintes, Crestuma e Pedroso; A sua produção em 1892 não se pode calcular em menos de 100: 000 hectolitros de vinho. 12ª Arouca:– N’este concelho e incluindo a parte cultivada da freguesia da sua sede, encontra‑se um territorio de cerca de 5: 750 hectares bastante produtivo em vinho. [Fl. 81] Inclui também uma parte das freguesias de Burgo, Mansôres, Moldes, Sta. Eulalia e Trôpeço. Calculo que a sua produção, em 1892, regulou por 12: 000 hectolitros de vinho. 13º Vouga: – A secção media e baixa da bacia do Vouga constitui uma comarca vinhateira importante, onde se encontra a melhor parte das seguintes freguesias: –– Do concelho de Vizeu: – Calde, Lordosa, Ribafeita e Silgueirós; –– Do concelho de S. Pedro do Sul: – Baiões, Burdonhos (sic), Carvalhais, Figuei‑ redo d’Alva, Pindelo, Pinho, Sta. Cruz de Trapa, S. Martinho dos Montes15 (sic), S. Pedro do Sul, Serrazes, Sul, Valadares, Varzea, e Vila Maior;
15
O autor terá querido referir‑se à freguesia de S. Martinho das Moitas do concelho de São Pedro do Sul.
183
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
–– Do concelho de Vouzela: – Figueiredo de Donas, Fataunços, Queirã, S. Miguel do Mato, Ventoza e Vouzela; –– Do concelho d’Oliveira de Frades: – Arcozelo das Maias, Oliveira de Frades, Pinheiro, Ribeiradio, S. Vicente de Lafões, Sejães e Souto de Lafões; –– Do concelho de Sever do Vouga: – Couto d’Esteves, Pecegueiro (sic) e Rocas do Vouga; –– Do concelho de Macieira de Cambra: – Arões; –– Do concelho de Agueda: – Valongo e Macinhata; –– Do concelho de Albergaria a Velha: – Alquerubim, Angeja, e S. João de Soure; –– Do concelho d’Estarreja: – Beduido, Canelas, Fermelã e Salreu. Calculei a sua superficie em 49: 250 hectares, com uma produção, em 1892, de 90: 000 hectolitros. [Fl. 82] Além d’estes, que são os centros de produção mais importantes pelo seu tamanho ha algumas freguesias que incluimos na lista das de grande produção vinicola, mas que se acham umas vezes izoladas, outras constituindo com as vizinhas pequenos agrupamentos. Inclui‑as no esbôço, suposto, algumas só devam a sua avultada produção, a possuirem areas mais vastas. Os pequenos centros vinicolas que indiquei no esbôço, são os que se seguem: –– Riba de Mouro: – freguesia na parte central da bacia de Mouro, parte perten‑ cente ao concelho de Monção; –– Cerdal – freguesia do concelho de Valença; –– Ancora – pequena circunscripção na bacia d’êste rio, formada pelas freguesias de Riba d’Ancora e Gontinhães, ambas no concelho de Caminha; –– Ribeira de Portozelo – é dos maiores d’êste grupo: está situada no concelho de Viana do Castelo e na margem direita do Lima; é constituída pelas freguesias de Outeiro, Perre, Sta. Marta de Portozelo; –– Anha – no dito concelho de Viana ao Sul do Lima; –– Vila Franca – ao sul do Lima, também dos mais importantes; acha‑se nas freguesias de Vila Franca, Vila de Punhe, e Sub‑Portela, constituindo um centro vinhateiro bastante produtivo.
184
Transcrição e publicação José Luís Braga
[Fl. 83] –– Neiva – formado por tratos d’algumas freguesias marginais d’êste rio na sua parte baixa; tais são as de Lapareiros16 e Castelo de Neiva no concelho de Viana do Castelo, Forjães no d’Espozende e Fragoso no de Barcelos; –– S. Julião do Freixo – no concelho de Ponte de Lima e na parte media da bacia do Neiva; –– Ribeira do Vade – No concelho de Ponte da Barca; encontra‑se n’este centro a parte cultivada das freguesias de Crasto e Ruivos; –– Moreira de Rei – no concelho de Fafe; –– Vairão – no concelho de Vila do Conde; forma um pequeno centro vinícola com a freguesia de Gião no mesmo concelho; –– Alto Leça – constituido pelas freguesias de Lamelas e Refojos no concelho de Sto. Tirso; –– Valongo – na sede d’êste concelho; –– Rebordosa – na bacia de Ferreira e concelho de Paredes; –– Alto Sousa – na parte alta da bacia d’êste rio, formado pelas freguesias de Pedreria e Varziela no concelho de Felgueiras; –– Sapiães (sic) – no concelho de Boticas; –– Travanca e Mancelos – separamos para êste centro as freguesias de Travanca e Mancelos no concelho d’ Amarante, que, com retalhos d’outras vizinhas, cons‑ tituem um centro bastante produtivo, distinto da comarca da Ribeira Tamega; –– Alto Paiva – no concelho de Castro Daire, onde se encontram as freguesias de Mões e Moledo; [Fl. 84] –– Cabril – no mesmo concelho e também na bacia do Paiva; –– Castelões – no concelho de Macieira de Cambra; –– Alto Alfusqueiro – formado por parte das freguesias de Campia, Cambra e Paços de Vilharigues, no concelho de Vouzela. A soma das superficies de tôdos estes pequenos centros produtivos, regula por 15: 160 hectares, com uma produção vinicola de 58: 000 hectolitros.
16
O autor terá querido referir‑se à freguesia de Capareiros do concelho de Viana do Castelo.
185
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Calculando a parte que ocupam estas diversas comarcas vinhateiras nos districtos em que se acha a região do Minho ao Vouga cheguei ao resultado seguinte: Viana
25: 585
hectares
Braga
95: 500
“
Porto
67: 250
“
Vila Real
18: 000
“
Aveiro
27: 500
“
Vizeu
46: 550
“
280: 335
“
Soma =
Passando a determinar as areas d’esta região vinícola que no esbôço foram con‑ sideradas de mediana produção, e a distribui‑las por districtos, obtive o seguinte: Viana
89: 386
hectares
Braga
102: 000
“
Porto
119: 250
“
Vila Real
13: 000
“
Aveiro
68: 250
“
Vizeu
31: 750
“
423: 636
“
Soma
[Fl. 85] A area total da região é de 1: 287: 915 hectares, que se decompõem pela forma seguinte:
186
Centros importantes de prod.(ução) Vinicola ‑
280: 335
hectares
Territorios de prod.(ução) mediana ‑
423: 6[3]6
“
Superficies perdidas ou quasi perdidas para a cultura da videira ‑
583: 944
“
1: 287: 915
Transcrição e publicação José Luís Braga
A produção de tôda a região, em 1892, segundo a estatistica, de 1: 247: 544 hectolitros de vinho. A das comarcas vinicolas pelos calculos precedentes, regulou no mesmo ano por 848: 024 hectolitros. Restam pois 399: 520 hectolitros de vinho, dos quais calculo que pertencerão 250: 683 hectolitros à parte de mediana produção, indicada no esbôço, e 48: 837 hectolitros à de pequena produção vinicola. = Região Transmontanense = *** Calculei a superficie da região vinicola transmontanense em 773: 848 hectares, todos nos districtos administrativos de Vila Real e Bragança. A‑pesar porém da sua amplidão, baseado na estatistica de 1892, encontrei n’ela apenas 9 centros de produção vinicola, das quais, só 5 merecem pela sua extensão êste nome. São os seguintes: 1º ‑ Alto Tamega ‑ em que fica compreendida tôda a bem conhecida comarca de Ribeira [Fl. 86] d’Oura. N’êle se acha a parte productiva de vinhos das seguintes freguesias: –– Do concelho de Chaves: – Anêlhe, Arcossó, Oura, Redondelo, Samaiões, S. Pedro d’Agostem, Selhariz, Vilar de Nantes, Vilarelho da Raiva (sic) e Vilela do Tamega; –– Do Concelho de Boticas: – Pinho. Mede uma area de 10: 250 hectares e a sua produção foi calculada em 16: 000 hectolitros de vinho na novidade de 1892. 2.º ‑ Vale Passos – ocupa cerca de 11: 000 hectares no concelho d’êste nome. N’êle se encontram as freguesias de Ervões, Fornos do Pinhal, Possacos, Santa Valha, Vale Passos, Vassal e Vilarandelo e Sonim. A sua produção vinicola foi calculada em 28: 280 hectolitros no ano de 1892. 3º ‑ Vila Real – compreende uma parte d’êste concelho fora da região do Alto Douro, em que só inclui no plano da divisão do paiz em regiões e sub‑regiões vini‑ colas, segundo o parecer da quinta promotora da 3ª região agronomica, as freguesias
187
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
que enviaram vinhos às provas da companhia de Agricultura das Vinhas do Alto Douro em 1843 e 1844. Estas já eram mais que as da circunscripção pombalina. Contudo, tratando d’êstes centros vinicolas que lindam com o Alto Douro, já disse no trabalho a que me refiro, que podem sem inconveniente ser incluidas n’esta nobilíssima região vinhateira, porque os seus [Fl. 87] vinhos são optimos consumos, que em nada diferem dos durienses, e não ha o minimo risco, de que os misturem na massa preciosa dos vinhos do Porto. N’estes centros encontram‑se os vinhos das freguesias de Adolfo17(sic), Arroios, Borbelha (sic), Constantim, Mateus, Monçós (sic), Vila Marim e os das duas de Vila Real. A sua produção, em 1892 regulou por 19: 000 hectolitros de vinho em 6: 250 hectares de terreno. – 4º Murça – N’este concelho ha uma circunscripção vinhateira formada pelas freguesias do Candedo, Murça e Noura. É‑lhe aplicavel o que acima dissemos; deve ser incluida na região do Alto Douro com que confronta, e os seus vinhos brancos, em que muito abundam, rivalizam com os bons d’êste paiz vinhateiro. Mede cerca de 5: 000 hectares com uma produção calculada para 1892 em 15: 000 hectolitros de vinho. – 5º Miranda do Douro – fica compreendido êste centro numa facha da margem direita do Douro, desde Miranda até à Bemposta, nas freguesias das Duas Igrejas, Miranda do Douro, Picote, Sendim, Vila Chã da Gracioza (sic) e Bemposta, as primeiras no concelho de Miranda e a última no de Mogadouro. A sua produção regulou, em 1892, por 11: 300 hectolitros de vinho em 12: 500 hectares. [Fl. 88] Os pequenos centros vinhateiros restantes, são os de: –– Ervededo – no concelho de Chaves, formado pelas freguesias d’Ervededo e Vila Sêca; –– Frexiel – no concelho de Vila Flor; –– Sta. Comba da Vilariça – no mesmo concelho; –– Caçarelhos – no concelho de Vimiozo.
188
17
O autor terá querido referir‑se à freguesia de Adoufe do concelho de Vila Real.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Os de Freixiel e Sta. Comba são continuação da região vinicola do Alto Douro. A area d’êstes pequenos centros vinhateiros regulará por 3: 000 hectares com uma produção de 7: 340 hectolitros de vinho, em 1892. Ocupam portanto os centros vinicolas da região transmontanense: No districto de Vila Real
33: 750
hectares
No districto de Bragança
14: 250
”
48: 000
”
– Soma –
A parte que pertence a esta região, representada no esbôço como de mediana cultura, mede: No districto de Vila Real
63: 500
No districto de Bragança – Soma –
hectares
48: 000
”
111: 500
”
Restam para os terrenos perdidos ou quasi perdidos para a cultura da videira 614: 348 hectares. Ha pois n’esta região: Terrenos de cultura intensa
48: 000
hectares
Terrenos de cultura mediana
111: 500
”
Terrenos de cultura insignificante e perdida
”
= Soma –
614: 348
”
773: 848
”
[Fl. 89] A produção total da região foi, em 1892, de 131: 649 hectolitros, que pode ser distribuida pela seguinte forma: – Terrenos em que a videira é muito cultivada – Terrenos em que a videira é medianamente cultivada – Terrenos em que a videira é pouco cultivada = Soma =
***
96: 920
hectolitros
22: 802
”
11: 927
”
131: 649
”
189
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
= Região do Alto Douro = *** Calculei em 312: 488 hectares e superficie d’esta notabilissima região vinhateira, que ocupa parte dos districtos administrativos de Vila Real, Bragança, Vizeu e Guarda. É das 7 regiões vinicolas em que dividimos o pais a menor. Já disse no principio d’êste capítulo que ha n’ela freguesias de grandissima importancia vinicola que se acham incluidas no êsboço na parte de mediana e até na de pequena produção, ocasionando êste facto a qualidade finissima dos seus vinhos, que são, como tais, muito pretendidos pelo comercio. [Fl. 90]
190
D’estas paroquias porém, não me ocuparei n’este lugar, em que só faço obra pela estatistica da produção e portanto pela quantidade d’esta. Se nos fôsse possível, na primavera, subir a uma tal altura, que d’um golpe de vista se abrangesse toda a região Duriense, e a distância, fazendo desaparecer os detalhes, transformasse em pontos e linhas as interrupções pouco extensas na cultura principal, veriamos n’ela uma irregular e longa faxa (sic) de verdura, nem sempre acompanhando o prateado das águas, que passa d’uma para a outra margem da corrente principal, ocupando muito maior espaço na direita; a leste d’este trato vicejariam como que pequenas ilhotas, num fundo sombrio e avermelhado. Descendo, verificariamos que era a parra que dava a côr verde, e a montanha excalvada (sic) e a vinha totalmente ou quasi perdida, o tom avermelhado. Ha pois n’esta região um longo trato em que a cultura da videira é freqüente e alguns pequenos centros de produção vinicola. Aquêle, principia a leste, na freguesia de Linhares do concelho de Carrazeda d’ Anciães e segue pelas freguesias do mesmo concelho que lindam com o Tua: Pereiros, Pinhal do Norte, Pombal, Castanheira e Riba Longa. Da freguesia de Pinhal do Norte passa aquem do Tua para as freguesias de Carlão, Pegarinhos, [Fl. 91] e Santa Eugenia, no concelho de Alijó, que confronta com as de Candedo e Noura, no centro da produção vinicola de Murça, da região transmon‑ tanense, acompanhando a bacia do Tinhela. Mais ao sul e na mesma margem do Douro, passa das freguesias de Castanheiro e Riba Longa para aquem do Tua, também no concelho de Alijó, por S. Mamede de Riba Tua, sobe a Alijó e a Favaios, entrando
Transcrição e publicação José Luís Braga
aí na parte alta do Pinhão, que acompanha, seguindo a corrente a montante, pelas freguesias de Sanfins e Vilar de Maçada, tôdas no dito concelho. Da última d’estas freguesias passa para as encostas fronteiras o Pinhão, pelas freguesias de Parada do Pinhão e de Riba Pinhão, do concelho de Sabroza e, sem deixar êste concelho, acompanha o curso do Pinhão pelas freguesias de Soto (sic) Maior, Sabrosa, Celeirós e Provesendo (sic), seguindo d’estas para as de Vilarinho de S. Romão, Passos e Anta, também no concelho de Sabroza; de Anta passa para a bacia do Tanha em Andrões (sic), unindo‑se aí com o centro produtor da região vinícola transmontanense, a que denominamos de Vila Real, que lhe fica a Norte e ao Sul continua na região do Alto Douro, seguindo as duas margens do Tanha pelas freguesias de Abaças, Nogueira, e Vilarinho dos Freires, as primeiras no concelho de Vila Real e a ultima no da Regoa. [Fl. 92] De Vilarinho dos Freires, deixando o Tanha na sua foz, acompanha o Corgo em que ele aflui, até à sua entrada na margem do Douro, pela freguesia de Poiares do Concelho da Regoa d’onde dista um braço a montante do Douro para o Ceira pelas freguesias de Galafura e Guiães, aquela também do concelho da Regua e esta no concelho de Sabroza. A jusante de Poiares, tôdas as paroquias da margem do Douro até à região vinicola do Minho ao Vouga, se acham n’esta circunscripção vinhateira: são as da Regua, S. José de Gondim (sic) e Fontelas, no concelho da Regua, Oliveira, Vila Marim, Sta. Cristina, Vila Juzã, e Barqueiros no de Mezão Frio. Seguindo d’estas freguesias para o Norte até entestar no centro produtor de Via (sic) Real, da região Transmontanense, vamos sempre encontrando na vinha a cultura predominante e muitas vezes unica; aí, se encontram as seguintes paroquias: –– Do concelho de Mezão Frio: – S. Nicolau e Cidadelhe; –– Do concelho da Regua: – Sedielos, Moura Morta e Loureiro; –– Do concelho de Sta. Marta de Penaguião: – Alvações do Corgo, S. João e S. Miguel de Lobrigos, Sanhoane, Medrões, Fontes, Sever, Cumieira, Fornelos e Loredo (sic); –– Do concelho de Vila Real: – Ermida, Filhadela (sic), Parada de Cunhos e Torgueda.
191
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 93] Voltando à margem do Douro, defrontam com as freguesias já citadas, outras na margem esquerda, egualmente (sic) produtivas, que são as de Barrô, no concelho de Rezende; Penajoia, Samodães, Cambres, e Valdigem no concelho de Lamego. D’aí acompanha, subindo a bacia do Varoza pelas freguesias de Sande, Ferreiros de Avões, Figueira, Lamego (Sé e Almacave), Cepões, Varzea d’Abrunhais, tôdas no concelho de Lamego, seguindo d’aqui no de Armamar, Queimadela, Queimada, Fontelo, Armamar, S. Romão. A circunscripção vinhateira enfim delimitada, mede uma area de 63: 750 hectares com uma produção vinicola, em 1892, de 246: 211 hectolitros. São muito menores os outros centros de produção d’esta região e também a videira não tem n’êles cultura tão intensa. O principal é formado por parte da freguesia de Numão, no concelho de Vila Nova de Fozcoa; com as freguesias fronteiras de Seixo d’Anciães (sic) e Vilarinho da Castanheira no concelho de Carrazeda de Anciães. Mede cerca de 4: 000 hectares, com uma produção de 1: 892, de 4: 725 hecto‑ litros. Os outros centros indicados na carta são os seguintes: –– Thedo – formado pelas freguesias de Goujoim e S. Cosmado, no concelho de Armamar; [Fl. 94]
192
–– Sendim – na parte alta da bacia do Tavora no concelho de Taboaço; –– Pesqueira – formado por parte das freguesias de S. João da Pesqueira e Ervedosa; –– Fozcôa – na freguesia da sede d’êste concelho; –– Cedovim – na parte alta na bacia do Teja e no mesmo concelho; –– Escalhão – que ocupa numa parte da freguesia d’êste nome no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Tôdos êstes centros são na margem esquerda do Douro, tendo tambem na direita o (sic) dois seguintes: –– Freixo d’Espada à Cinta – tôdo na freguesia da sede do concelho; E, finalmente, o de Horta, na ribeira de Vilariça pertencente ao concelho de Moncorvo. Devo notar que o de Cedovim continua com o centro vinícola beirense da Mêda sendo aplicavel a êste, o que disse relativamente ao de Vila Real.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Tôdos êstes centros somam numa superficie de 12: 500 hectares, com uma pro‑ dução de 14: 960 hectolitros de vinho em 1892. A area pois, que ocupam, segundo o esbôço, os centros vinicolas de grande produção na região Duriense, é a seguinte: [Fl. 95] Districto de Vila Real
47: 000
hectares
“
Bragança
8: 500
”
“
Vizeu
16: 250
”
“
Guarda
8: 500
”
80: 250
”
“
=Soma=
Os terrenos de mediana cultura da videira indicados n’aquele trabalho medem: No districto de Vila Real
28: 500
hectares
“
Bragança
35: 250
”
“
Vizeu
27: 500
”
“
Guarda
19: 750
”
110: 750
”
= Soma =
Deduzidas estas duas verbas à area total da região, restam 121: 488 hectares de terrenos que, ou são completamente perdidos para a cultura da videira ou esta se faz n’êles apenas em pequena escala. Acha‑se, portanto, a superficie da região, assim dividida: Terrenos onde a cultura é intensa
80: 250
hectares
“
“
de mediana cultura
110: 750
”
“
“
pequena cultura e perdidos
121: 488
”
= Soma =
312: 448
”
Calculei, pela estatistica, a sua produção vinicola em 303: 322 hectolitros, que, por um calculo semelhante ao que fiz para as regiões vinhateiras precedentes, será distribuida pela forma seguinte:
193
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Terrenos de cultura intensa
265: 896
hectolitros
“
“
mediana
37: 727
”
“
“
pequena cultura
3: 699
”
303: 322
”
= Soma =
[Fl. 96] = Região Beirense = *** Segundo o estudo que serve de base à divisão do paiz em regiões vinicolas, mede esta 1: 928: 835 hectares, mas compreende bastante terreno fora dos nove districtos administrativos de que me estou ocupando, que n’ela possuem somente 1: 196: 835 hectares, incluindo n’esta àrea, como já disse no capítulo anterior, uma pequena parte de região extremadurense do plano. É nos districtos administrativos de Aveiro, Coimbra, Vizeu e Guarda, que se acham. Actualmente, os seus centros de produção vinicola são os seguintes: 1º Alto Varoza – Parte com a região do Alto Douro pelo concelho de Lamego, sendo‑lhe aplicavel o que disse à cerca de Vila Real, na região Transmontanense. Compreende a parte vinhateira das freguesias de Cimbres, Granja, Granja Nova, Mondim, Salzedas e Ucanha, no concelho de Mondim da Beira, e das de Ferreirim, Lalim e Tarouca no concelho d’este nome. Mede uma area cerca de 5: 000 hectares que produziu 14: 000 hectolitros de vinho em 1892.
194
2º Mêda – Parte com um pequeno centro de Cedovim no Alto Douro, e não é facil justificar a separação d’êstes 2 centros que [Fl. 97] tudo leva a crêr deveriam per‑ tencer ambos à região duriense. Acha‑se compreendido nas freguesias de Penela da Beira, Povoa de Penela e Souto no concelho de Penedono e nas de Aveloso, Longroiva, Mêda, Outeiro, Gatos, Pôço do Canto, Rabaçal, Ranhados e Vale de Ladrões, no da Mêda. A sua area regula por 16: 750 hectares, com uma produção de 40: 200 hectolitros de vinho, em 1892.
Transcrição e publicação José Luís Braga
3º Alto Mondêgo – Acha‑se êste centro vinicola no Vale do Mondego, desde um pouco a montante de Celorico da Beira até à jusante de Fornos de Algôdres. Encontram‑se n’êle as freguesias das sedes d’êsses dois concelhos e é de Juncais no primeiro. A sua produção vinicola regulou, em 1892, por 4: 200 hectolitros em 7: 500 hectares. 4º Dão do Mondêgo – É a grande circunscripção vinhateira da Beira central. Ocupa, sem grandes interrupções, uma bôa parte da bacia do Dão, desde Sesures, no concelho de Penalva do Castelo, até à sua foz, a parte da bacia do Mondego, compreendida entre êste rio e o Dão, desde Caçurrães (sic) até à foz d’êste ultimo, e ao sul do Mondego pertence‑lhe ainda um longo trato desde Arcozelo, no Concelho de Gouveia, até Travancinha, no de Ceia (sic). Em toda esta extensissima área, que mede, [Fl. 98] 113: 750 hectares, é frequente a cultura da videira. Indicaremos as principais freguesias, sob o ponto de vista de produção vinicola em 1892, que se acham incluidas n’este centro, na sua totalidade ou em parte. Do concelho de Satam: – Rio de Moinhos, S. Miguel de Vila Boa e Vila d’Igreja; Do concelho de Penalva do Castelo: – Antas, Castelo de Penalva, Esmolfe, Germil, Insua, Luzinde, Pindo, Pial, Sesures e Trancozêlos e Vila Cova do Coelho18 (sic); Do concelho de Mangualde: – Alcafache, Cunha Baixa, Espinho, Lobelhe do Mato, Mangualde, Quintela d’ Azurara e S. Tiago de Caçurrães; Do concelho de Vizeu: – Boa Aldeia, Budiosa (sic), Couto de Baixo, Ferminhã (sic), Fragozela de Cima, France, Povolide, Rio de Lova, Santos Evos, S. Cipriano, S. João de Larosa, Torre Deita e Vila Chã de Sa; Do concelho de Tondela: – Canas de Sabugosa, Castelões, Ferreirós, Lageosa (sic), Lobão, Molelos, Mouraz, Parada da Gonta, Sabugosa, S. Miguel do Outeiro, S. Tiago de Besteiros, Tonda e Tondela; Do concelho de Sta. Comba Dão: – Couto do Mosteiro, Ovoa, Sta. Comba Dão, S. Joaninho, e Freixedo (sic); Do concelho de S. João d’Arêas: – S. João d’Arêas; Do concelho do Carregal: – Beijóz, Cabanas, Oliveira do Conde e Papirios19 (sic); Do concelho de Nelas: – Canas de Senhorim, [Fl. 99] Carvalho Redondo, Nelas, Santar, Senhorim e Vilar Sêco; 18 19
O autor terá querido referir‑se à freguesia de Vila Cova do Covelo do concelho de Penalva do Castelo. O autor terá querido referir‑se à freguesia de Papízios do concelho de Carregal do Sal.
195
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Do concelho de Ceia: – Girabôlhos e Paranhos, Santa Comba, Sta. Eulália, Tourães e Travancinha; E finalmente, do concelho de Gouveia: – Arcozêlo, Cativelos, Gouveia (S. Pedro), Lagarinhos, Vila Nova de Tazem e Vinhó. A sua produção vinicola em 1892 regulou por 175: 000 hectolitros. 5º Bairrada: – A parte verdadeiramente produtiva, na actualidade, d’êsta impor‑ tante comarca vinícola, que tem n’estes últimos anos sofrido muito com as phytonoses (sic) da videira, limita‑se à indicada no esbôço com a côr intensa, onde se encontram os vinhedos das seguintes freguesias: –– Do concelho d’Agueda: – Àgueda, Aguada de Cima; –– Do concelho de Anadia: – Ancas, Arcos, Sangalhos, S. Lourenço do Bairro, Tamengos e Vilarinho do Bairro; –– Do concelho de Oliveira do Bairro: = Mamaroza (sic), Oliveira do Bairro e Oyan (sic); E do concelho de Cantanhede: – Cantanhede e Pocariça. A sua area é de 27: 000 hectares e a produção vinicola regulou, em 1892, por 25: 000 hectolitros. –– 6º Sul do Mondego: – Acha‑se êste centro nos concelhos da Figueira da Foz e Soure. [Fl. 100]
196
Compreende, no primeiro primeiro (sic), a parte vinhateira das freguesias de Lavos e Paião e no segundo, as de Gesteira, Samuel, Soure e Vinha da Raínha. Tem uma àrea de 12: 500 hectares, com 18: 000 hectolitros de produção vinicola em 1892. Além d’êstes que são os principais centros vinicolas d’êsta parte da região Bei‑ rense, pela sua extensão, acham‑se no esbôço indicados os seguintes: –– Arreigada – Situado na bacia do Côa, formado por parte d’esta freguesia do concelho d’Almeida: –– Almeida – nas margens do mesmo Rio, formado por parte da freguesia da sede d’êste concelho; –– Péva – na ribeira de Covas, formado por esta freguesia e pela de Azinhal, ambas no concelho d’Almeida; –– Pinhel – constituido por uma parte da freguesia da sede do concelho;
Transcrição e publicação José Luís Braga
–– Alverca – Também no concelho de Pinhão, formado por parte da freguesia d’êste nome; –– Póvoa d’El Rei – constituidos por parte d’esta freguesia do concelho de Trancoso; –– Valdujo – também freguesia do concelho de Trancoso; –– Casteleiro – já na bacia do Zézere, formado pelas freguesia d’êste nome, do concelho do Sabugal. [Fl. 101] –– Sobral Pichorro – no concelho de Fornos d’Algodres; –– S. Gião – freguesia do concelho de Ceia, na bacia do Alva; –– Vide – freguesia do dito concelho, e também na bacia do Alva; –– Arganil – tôdo no concelho d’êste nome: é formado pela freguesia da sede com a de Serzedo (sic), e estende‑se para a de Coja. Fica como os dois precedentes na bacia do Alva; –– Pampilhosa – na freguesia da sede d’êste concelho; –– Mortagua – constituido por parte das freguesias de Marmeleiro e Mortágua, n’este concelho; –– Ançã – no concelho de Cantanhede; –– Alfarelos – no concelho de Soure, constituido pelas freguesias d’êste nome. Tôdos êstes pequenos centros, somam uma superficie de 15: 500 hectares, e a sua produção vinicola, na novidade de 1892, pode avaliar‑ se em 37: 800 hectolitros. A soma das areas de tôdos êstes centros vinhateiros regula pois por 198: 000 hectares e a sua produção em 1892, foi calculada em 314: 200 hectolitros. Ocupam: No districto d’Aveiro 25: 000 hectares.
197
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 102] Transporte
25: 000
hectares
No districto de Coimbra
19: 750
”
“
Vizeu
106: 250
”
“
Guarda
47: 000
”
198: 000
”
= Soma =
Os tratos indicados no esbôço, onde a cultura mediana do vinho predomina, somam, n’esta região: Os do districto d’ Aveiro
67: 550
hectares
“
Coimbra
90: 560
”
“
Vizeu
66: 000
”
“
Guarda
187: 913
”
412: 223
”
= Soma =
Restam para as areas perdidas ou quasi perdidas, 586: 612 hectares. A produção acha‑se distribuida da seguinte forma: Dos territorios em que a videira é muito cultivada
314: 200
hectolitros
“
“
“
é medianamente cultivada
110: 290
”
“
“
“
é pouco cultivada
15: 688
”
440: 178
”
= Soma =
*** – Resumo – Divisão das superficies dos nove districtos administractivos. do Norte de Portugal Segundo o grau d’intensidade com que n’elas se faz a – cultura da videira –
198
***
Transcrição e publicação José Luís Braga
Territórios de cultura intensa (hectares)
Territórios de cultura mediana (hectares)
Territórios de cultura pequena (hectares)
Superficie das paroquias em que se não cultiva a videira
Viana
25: 585
89: 386
42: 140
67: 193
224: 304
Braga
95: 500
102: 000
26: 820
49: 500
273: 820
Porto
67: 250
119: 250
37: 750
4: 957
229: 207
Vila Real
98: 750
104: 750
82: 250
158: 973
444: 723
Bragança
22: 750
83: 250
440: 442
120: 500
666: 933
Aveiro
52: 500
136: 000
90: 000
12: 361
290: 861
Coimbra
19: 750
90: 560
264: 250
13: 750
388: 310
Vizeu
169: 000
125: 250
112: 000
91: 015
497: 265
Guarda
55: 500
207: 663
151: 500
141: 000
555: 663
606: 585
1: 058: 109
1: 247: 143
659: 249
3: 571: 086
Districtos Administra‑ tivos
= Somas =
Superficies totais dos districtos (hectares)
199
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 103] = Divisão = das superficies e produções vinicolas das regiões vinhateiras do Norte de Portugal segundo o grau d’intensidade da cultura da videira
Superficies (hectares)
Produções (hectoli‑ tros)
280: 335
848: 024
423: 636
350: 683
583: 944
48: 837
1: 287: 915 1: 247: 544
48: 000
96: 920
111: 500
22: 802
614: 348
11: 927
773: 848
131: 649
80: 250
265: 896
110: 750
33: 727
121: 488
3: 649
312: 488
303: 322
198: 000
314: 200
412: 223
110: 290
586: 612
15: 688
1: 196: 835
440: 188
606: 585 1: 525: 040 1: 058: 109 517: 502 1: 906: 392
80: 151
3: 571: 086 2: 122: 703
Produções (hectoli‑ tros)
Produções (hectoli‑ tros)
Superficies (hectares)
Superficies (hectares)
Totais
Produções (hectoli‑ tros)
Minho ao Vouga Transmon‑ tanense Alto Douro Beirense (parte) = Somas =
Terrenos perdidos ou quasi perdidos para a cultura da videira
Territorios de produção maxima
Superficies (hectares)
= Regiões = = vinicolas =
Centros de produção vinicola
Centros de grande produção
Territorios de mediana produção
Centros de grande produção
Territorios de mediana produção
Beirense
Territorios de mediana produção
Alto Douro
Centros de grande produção
Transmontanense
Territorios de mediana produção (hectares)
200
Minho ao Vouga Centros de grande produção (hectares)
– Districtos – – administrativos –
= Divisão = das superficies de grande e mediana produção vinicola dos noves districtos administrativos do Norte de Portugal pelas regiões vinhateiras que n’êle se encontram
Viana
25: 585
89: 386
_
_
_
_
_
_
Braga
95: 500
102: 000
_
_
_
_
_
_
– A transportar –
125: 085
191: 386
_
_
_
_
_
_
Transcrição e publicação José Luís Braga
Centros de g.(rande) produção
Territorios de mediana prod.(ução)
_
_
_
_
_
_
Porto
67: 250
119: 250
_
_
_
_
_
_
Vila Real
18: 000
13: 000
37: 750
62: 500
47: 000
28: 250
_
_
Bragança
2_
_
14: 250
48: 000
8: 500
35: 250
_
_
27: 500
68: 250
_
_
_
_
25: 000
67: 750
_
_
_
_
_
_
19: 750
90: 560
46: 500
31: 750
_
_
16: 250
27: 50
106: 250
66: 000
Guarda
_
_
_
8: 500
19: 750
47: 000
187: 913
48: 000
111: 500
80: 250
Aveiro Coimbra Vizeu
= Somas
Centros de mediana prod.(ução)
121: 085 191: 396
= Transp.
Centros de g.(rande) produção
Territorios de mediana prod.(ução)
Beirense
Centros de g.(rande) produção
Alto Douro
Territorios de mediana prod.(ução)
Transmonta‑ nense Centros de g.(rande) produção
= Districtos = = administrativos =
Minho ao Vouga
280: 335 423: 636
110: 750 198: 000 412: 223
*** = Capítulo III = = Intensidade da produção vinicola = *** No primeiro capitulo d’êste trabalho tentei determinar a produção vinicola da novidade de 1892, nos districtos administractivos, concelhos e paroquias que se compreendem na circunscripção vinhateira do Norte de Portugal; no segundo, procurei agrupar essas paroquias, segundo as regiões vinicolas em que se acham, pela sua posição topografica e pela sua abundância ou escassez n’este ramo de produção, para reconhecer, sob êste ultimo ponto de vista quais são as comarcas ou centros
201
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
vinicolas que podem interessar ao comercio; agora, passarei a tratar d’um [Fl. 104] assunto não menos importante, por fornecer indicações uteis aqueles que estudam o modo de fomentar a nossa riqueza agricola; tal é o de determinar a intensidade da produção nos diferentes pontos dos nove districtos administrativos de que me estou ocupando. Não se julgue porem, que levarei o detalhe d’esta determinação ao ponto de procurar qual é o variável rendimento por unidade de superficie dos seus diferentes terrenos plantados em vinha: êste problema interessantíssimo procurarei resolvê‑lo n’outro trabalho; n’este, não sairei dos dados que me fornece a estatistica da pro‑ dução, conservando‑me à altura de poder, com um só golpe de vista, abranger mais de tres milhões d’hectares, e n’estas circunstâncias os detalhes desaparecem. A intensidade que tentarei determinar é relativa aos agrupamentos a que me referi nos 2 capítulos anteriores, e não a tratos exclusivamente cultivados em vinha. Os numeros assim obtidos se não dão exacta ideia da feracidade dos terrenos, for‑ necem importantes elementos para apreciar a riqueza d’êste ramo da produção e a forma por que ela se acha distribuida. Principiarei por determinar a intensidade da produção vinicola em cada concelho, comparando‑a à que em 1888 encontrei para a produção media de 1885 a 1887. *** [FL. IX] Carta concelhia dos centros productores na circunscripção do Norte de Portugal em 1.892 ***
= Concelhos =
202
Prod.(ução) por hectares
Em 85 a 87
Districtos a que pertencem os concelhos
1
1
Vila Real
2
11
Braga
470
3
2
Vila Real
406
4
3
“
nº de ordem
Em 1892
media de 1885 a 87
Em 1892
Sta. Marta de Penaguião
574
546
Braga
441
226
Mesão Frio
445
Peso da Regua
386
Transcrição e publicação José Luís Braga
Prod.(ução) por hectares Em 1892
media de 1885 a 87
Em 1892
Em 85 a 87
Districtos a que pertencem os concelhos
Celorico de Basto
340
339
5
4
Braga
Castelo de Paiva
321
212
6
12
Aveiro
Vila Nova de Famalicão
302
263
7
7
Braga
Guimarães
266
261
8
9
“
Penalva do Castelo
260
301
9
5
Vizeu
Amares
237
101
10
42
Braga
Lousada
224
174
11
17
Porto
Barcelos
212
178
12
15
Braga
Meda
212
124
13
29
Guarda
Felgueiras
209
166
14
19
Porto
Armamar
205
286
15
6
Vizeu
Nelas
204
263
16
8
“
Lamego
187
113
17
33
“
Amarante
176
168
18
18
Porto
Paredes
168
110
19
36
“
Sto. Tirso
168
117
20
31
“
Alijó
166
151
21
24
Vila Real
Rezende
152
113
22
34
Vizeu
Cabeceiras de Basto
151
156
23
22
Braga
Povoa de Lanhoso
148
89
24
48
“
Ribeira de Pena
142
126
25
28
Vila Real
Penafiel
138
186
26
14
Porto
Vouzela
137
115
27
32
Vizeu
Vila Verde
130
100
28
43
Braga
Tarouca
129
102
29
40
Vizeu
Maia
122
86
30
50
Porto
= Concelhos =
nº de ordem
203
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 105] = Concelhos =
204
Prod.(ução) por hectares
Nº d’ ordem
Districtos a que pertencem os concelhos
Em 1892
Media de 1885 a 87
Em 1892
Em 1885 a 87
Marco de Canavezes
122
100
31
44
Porto
Ponte de Lima
116
149
32
25
Viana
Fafe
116
59
33
65
Braga
Monção
114
178
34
16
Viana
Mondim da Beira
113
86
35
51
Vizeu
Vila do Conde
113
99
36
45
Porto
Baião
111
107
37
37
“
Vila Real
110
88
38
49
Vila Real
Penedono
106
67
39
61
Vizeu
S. João Areias
106
128
40
27
“
Sabrosa
105
95
41
47
Vila Real
Valença
104
160
42
21
Viana
Gondomar
103
67
43
62
Porto
S. Pedro do Sul
101
59
44
66
Vizeu
Carregal
96
228
45
10
“
Murça
95
113
46
35
Vila Real
Vizeu
93
71
47
58
Vizeu
Viana do Castelo
92
155
48
23
Viana
Mangualde
91
53
49
71
Vizeu
Mondim de Basto
90
106
50
38
Vila Real
Porto
84
71
51
59
Porto
Espozende
83
54
52
70
Braga
Sinfães
82
76
53
53
Vizeu
Vila Nova de Cerveira
79
75
54
55
Viana
Santa Comba Dão
77
97
55
46
Vizeu
Carrazeda d’Anciães
76
41
56
80
Bragança
Tondela
76
103
57
39
Vizeu
Fornos d’Algodres
75
102
58
41
Guarda
Gouveia
71
63
59
64
“
Valongo
69
80
60
52
Porto
Transcrição e publicação José Luís Braga
Prod.(ução) por hectare = Concelhos =
Nº de ordem
= Districtos = a que pertencem os concelhos
Em 1892
Media de 1885 a 87
Em 1892
Em 1885 a 87
Vila Nova de Gaia
68
33
61
90
Porto
Oliveira de Frades
68
56
62
67
Vizeu
67
43
63
77
Aveiro
Melgaço
“
do Bairro
66
35
64
87
Viana
Almeida
65
69
65
60
Guarda
Anadia
64
197
66
13
Aveiro
Vieira
63
76
67
54
Braga
Vale Passos
61
74
68
56
Vila Real
Macieira de Cambra
58
47
69
73
Aveiro
Ponte da Barca
54
53
70
72
Viana
Arcos de Vale de Vez
51
74
71
57
“
Caminha
48
45
72
76
“
Taboaço
48
31
73
92
Vizeu
Arouca
47
47
74
74
Aveiro
Bouças
46
37
75
84
Porto
Albergaria a Velha
45
30
76
94
Aveiro
Oliveira d’Azemeis
45
36
77
85
“
Povoa de Varzim
44
42
78
78
Porto
Sever do Vouga
42
55
79
69
Aveiro
Paços de Ferreira
41
40
80
81
Porto
Figueira da Foz
40
42
81
[79]
Coimbra
Chaves
39
33
82
91
Vila Real
Cêa
39
31
83
93
Guarda
Pinhel
38
40
84
82
“
Boticas
36
39
85
83
Vila Real
Paredes de Coura
34
18
86
107
Viana
Estarreja
34
16
87
112
Aveiro
Agueda
33
28
88
99
“
Castro Daire
31
20
89
105
Vizeu
Celorico da Beira
31
30
90
96
Guarda
205
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 106]
Em 1892
media de 1885 a 87
Em 1892
Em 1885 a 87
= Districtos = a que pertencem os concelhos
30
30
91
97
Coimbra
Prod.(ução) por hectare = Concelhos = Soure
206
Cantanhede
28
118
92
30
“
Feira
25
15
93
115
Aveiro
Trancoso
24
22
94
104
Guarda
S. João da Pesqueira
23
17
95
109
Vizeu
Arganil
22
13
96
117
Coimbra
Mortagua
22
29
97
98
Vizeu
Cernancelhe
22
17
98
110
“
Terras de Bouro
21
16
99
113
Braga
Miranda do Douro
21
10
100
124
Bragança
Vila Flor
21
56
101
68
“
Satam
21
18
102
108
Vizeu
Taboa
20
141
103
26
Coimbra
Poiares
15
36
104
86
“
Moimenta da Beira
15
17
105
111
Vizeu
Figueira de Castelo Rodrigo
14
10
106
123
Guarda
Vila Nova de Fozcoa
14
13
107
118
“
Penela
12
34
108
88
Coimbra
Vila Pouca d’Aguiar
11
24
109
103
Vila Real
Freixo d’Espada a Cinta
11
14
110
116
Bragança
Moncorvo
11
26
111
101
“
Ovar
11
11
112
121
Aveiro
Sabugal
11
7
113
127
Guarda
Mogadouro
10
16
114
114
Bragança
Aguiar da Beira
10
5
115
130
Guarda
Penacova
9
64
116
63
Coimbra
Mira
8
2
117
139
“
Mealhada
7
161
118
20
Aveiro
Vagos
7
4
119
133
“
Alfandega da Fé
6
7
120
128
Bragança
Transcrição e publicação José Luís Braga
*** [Fl. X] Carta da intensidade da produção vinicola referida á superficie total de cada concelho, na circunscripção do Norte de Portugal em 1.892 *** Prod.(ução) por hectare = Concelhos =
Nº de ordem
= Districtos = a que pertencem os concelhos
Em 1892
media de 1885 a 87
Em 1892
1885‑87
Manteigas
6
5
121
131
Guarda
Aveiro
5
30
122
95
Aveiro
Montemor‑o‑Velho
5
13
123
119
Coimbra
Pampilhosa
5
5
124
132
“
Vimioso
4
13
125
120
Bragança
Ilhavo
4
9
126
125
Aveiro
Condeixa‑a‑Nova
4
19
127
106
Coimbra
Guarda
4
11
128
122
Guarda
Montalegre
3
4
129
134
Vila Real
Coimbra
3
46
130
75
Coimbra
Gois
3
7
131
129
“
Oliveira do Hospital
3
34
132
89
“
Fragoas
3
4
133
135
Vizeu
Bragança
2
28
134
100
Bragança
Miranda do Corvo
2
26
135
102
Coimbra
Macedo de Cavaleiros
1
4
136
136
Bragança
Mirandela
1
4
137
137
“
Vinhais
1
3
138
138
“
Louzã
1
9
139
126
Coimbra
207
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
A intensidade da produção districtal encontra‑se nos seguintes quadros:
= Districtos =
Prod. (ução) por hectare em 1892
Prod. (ução) por h.(ectare) media 1885‑87
= Districtos =
Prod. (ução) por hectare em 1892
Prod.(ução) por hect.(are) media 1885 a 1887
Viana
80
101
Aveiro
43
54
Braga
185
151
Coimbra
15
40
Porto
122
106
Vizeu
81
80
Vila Real
80
80
Guarda
28
26
Bragança
9
16
Em toda a circunscripção
59
62
[Fl. 107] Deduz‑se d’este quadro que a intensidade da produção dos districtos de Viana, Braga, Porto, Vila Real e Vizeu excede a media geral da circunscripção e pelo contrário a dos districtos de Bragança, Aveiro, Coimbra e Guarda. Comparando a intensidade da produção de 1892 com a media de 1885 e 1887, esta é um pouco maior em tôda a circunscripção, sendo também mais elevada nos districtos de Viana, Vila Real, Bragança, Aveiro Coimbra e Guarda. Se compararmos as intensidades das produções concelhias com as dos respectivos districtos, encontraremos que as primeiras são superiores às segundas nos seguintes concelhos: = Districto de Viana = Ponte de Lima, Monção, Valença e Viana; = Distrito de Braga = Braga, Celorico de Basto, Vila Nova de Famalicão, Guimarães, Amares e Barcelos; = Districto do Porto = Louzada, Felgueira, Amarante, Parede (sic), Sto. Tirso e Penafiel; = Districto de Vila Real = Santa Marta de Penaguião, Mesão Frio, Pêso da Regua, Alijó, Ribeira de Pena, Vila Real, Sabrosa, Murça e Mondim de Basto; = Districto de Bragança = Carrazeda d’ Anciães, Miranda do Douro, Vila Flor, Freixo d’ Espada à Cinta, Moncorvo e Mogadouro; = Districto d’Aveiro = Castelo de Paiva, Oliveira do Bairro, Anadia, Macieira de Cambra, Arouca, Albergaria‑a‑ Velha e Oliveira d’Azemeis; = Districto de Coimbra = Figueira da Foz, Soure, Cantanhede, Arganil e Taboa;
208
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Districto de Vizeu = Penalva do Castelo, Armamar, Nelas, Lamego, Resende, Vouzela, Tarouca, Mondim da Beira, Penedono, S. João d’Areias, S. Pedro do Sul, Carregal, Vizeu e Sinfães; = Distrito da Guarda = Mêda, Fornos d’Algôdres, Gouveia, Almeida, Cêa e Pinhel; Passando a comparar as intensidades das produções concelhia com a media de tôda a circunscripção, são aquelas superiores a esta nos seguintes concelhos: = Districto de Viana = Ponte de Lima, Monção, Valença, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira e Melgaço; = Districto de Braga = Braga, Celorico de Basto, Vila Nova de Famalicão, Guima‑ rães, Amares, Barcelos, Cabeceiras de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vila Verde, Fafe, Espozende e Vieira; = Districto do Porto = Louzada, Felgueiras, Amarante, Paredes, Sto. Tirso, Penafiel, Maia, Marco de Canavezes, Vila do Conde, Baião, Gondomar, Porto, Valongo e Vila Nova de Gaia; = Districto de Vila Real = Sta. Marta de Penaguião, Mesão Frio, Pêso da Régua, Alijó, Ribeira de Pena, Vila Real, Sabrosa, Murça, Mondim de Basto e Vale de Passos; = Districto de Bragança = Carrazeda de Ansiães; = Districto d’Aveiro = Castelo de Paiva, Oliveira do Bairro e Anadia; = Districto de Coimbra = Nenhum concelho excede a intensidade media da circunscripção; = Districto de Vizeu = Penalva do Castelo, Armamar, Nelas, Lamego, Rezende, Vouzela, Tarouca, Mondim da Beira, Penedono, S. João d’Areias, S. Pedro do Sul, Carregal, Vizeu, Mangualde, Sinfães, Santa Comba Dão [Fl. 108], Tondela e Oliveira de Frades; = Districto da Guarda = Mêda, Fornos d’Algôdres, Gouveia e Almeida. Para se poderem comparar estas medias com as que lhes correspondem em França, organizei o seguinte quadro, calculado como os anteriores para a produção de 1892. Adoptei n’êle a divisão regional de Gustavo Heuzé, mas harmonizo‑a em coluna à parte, com as circunscripções vinicolas a que os departamentos pertencem, segundo Victor Rendu.
209
V i n h o ,
[Divisão] regional de Gustavo Heuzé
Região do Sul
Região do Sul
Divisão regional de Gustave Heuzé
H i s t ó r i a
Região de Sudueste (sic)
210
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Superficies kilometros quadrados
Produção de 1892 (hectolitros)
Prod. (ução) por hectares (litros)
Regiões vinicolas de Victor Rendu
Pirineus Orientais
4.122
1: 653.236
401
Sul
Aude
6: 313
3: 297.400
522
“
Hérault
6.198
7: 054: 353
1: 138
“
Gard
5.836
1: 923.808
330
“
Superficies kilometros quadrados
Produção de 1892 (hectolitros)
Produção por hectares (litros)
Regiões vinicolas de Victor Rendu
Ardèche
5: 527
159: 524
29
Sudeste
Drôme
6: 522
189: 881
29
“
Vaucluse
3: 548
284: 131
80
“
Baixos Alpes
6: 954
46: 835
7
Sul
Bocas do Rodano
5: 105
1: 152: 909
226
“
Var
6: 027
660: 670
110
“
Alpes Marítimos
3: 917
51: 073
13
“
= Departamentos =
= Departamentos =
&
Arriége
4: 894
49: 659
10
Vinhos comuns
Alto Garona
6: 290
305: 257
49
Sudoeste
Altos Pirineus
4: 530
71: 560
16
“
Baixos Pirineus
7: 623
153: 121
20
“
Landes
9: 321
245: 800
26
“
Gers
6: 280
650: 000
104
“
Tarn e Garona
3: 720
230: 000
61
“
Tarn
5: 742
88: 200
15
“
Lôt e Garonna
5: 354
271: 850
51
“
Lot
5: 212
78: 189
15
“
Dordonha
9: 183
150: 146
16
“
Charente
5: 942
66: 914
11
Oeste
Charente Inferior
6: 826
399: 950
59
“
Gironda
10: 467
1: 843. 805
176
Sudoeste
Transcrição e publicação José Luís Braga
Região do Oeste
Divisão regional de Gustave Heuzé
Superficies kilometros quadrados
Produção de 1892 (hectolitros)
Produção por hectares (litros)
Regiões vinicolas de Victor Rendu
Vienna
6: 973
391: 870
56
Vinhos comuns
Deux Sèvres
6: 000
62: 903
10
“
Maine e Loire
7: 121
331: 185
47
Oeste
Morbihan
6: 793
21: 106
3
Sem vinhos
Loire Inferior
6: 875
334: 000
49
Vinhos comuns
Vendée
6: 703
116: 599
17
“
= Departamentos =
[Fl. 109] Produção de 1892 (hectolitros)
Produção por hectares (litros)
Regiões vinicolas de Victor Rendu
7. 950
1: 180. 000
148
Centro
Loire
4. 760
298. 445
63
Sudeste
Alto Loire
4. 902
74. 700
15
Vinhos comuns
Região monta‑ nhosa do centro
Divisão regional de Gustavo Heuzé
Região das planicies centrais
= Departa‑ mentos = Puy de Dôme
Superficies kilometros quadrados
Aveynon (sic)
8. 743
90. 688
10
“
Corréze
5. 866
11. 718
2
“
6. 207
49. 128
8
Vinhos comuns
Loire et Cher
6. 351
453: 416
71
Centro
Loiret
6. 771
64. 816
10
“
Sarthe
Niévre
6. 817
52. 620
8
“
Alier [sic]
7. 308
189. 281
26
“
Cher
7. 199
67. 649
9
“
Indre
6. 795
84. 557
12
Vinhos comuns
Indre et Loire
6. 114
456. 735
75
Oeste
211
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Região do Sudeste
Divisão regional de Gustavo Heuzé
Região do nordeste
= Departa‑ mentos =
Região das planícies setentrionais
Produção de 1892 (hectolitros)
Produção por hectares (litros)
Regiões vinicolas de Victor Rendu
5. 590
40. 919
4
Sudeste
8. 289
447. 668
54
“
Saboia
5. 759
237. 241
41
Alto Saboia
4. 315
160. 585
37
Ain
5. 799
226. 041
39
Este
Rhodano
2. 790
390. 207
140
Sudeste
Saona e Loire
8. 552
409. 587
48
Este
Jura
4. 994
133. 675
27
“
Doubs
5. 228
14. 432
3
“
Alto Saona
5. 340
20. 062
4
Vinhos comuns
Côte d’Or
8.761
302. 500
35
Este
Meurthe et Moselle
5. 232
3[6]4. 528
70
Este
Meuse
6. 228
174. 931
28
“
Vosges
5. 853
61. 430
10
Vinhos comuns
Superficies kilometros quadrados
Produção de 1892 (hectolitros)
Prod.(ução) por hectares (litros)
Regiões vinicolas de Victor Rendu
Marne
8.180
127. 716
16
Oeste
Alto Marne
6.220
71. 842
12
“
= Departa‑ mentos =
Aube
6.001
124. 672
21
“
Yonna
7. 428
278. 087
37
“
Sena e Marne
5. 736
17. 848
3
Vinhos comuns
Sena e Oise
5. 604
29. 749
5
“
Eure e Loire
5. 874
5. 923
1
“
479
1. 778
4
“
Sena
Região do noroeste
Superficies kilometros quadrados
Altos Alpes
Divisão regional de Gustavo Heuzé
212
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Isére
&
Aisne
7. 352
14. 060
2
Vinhos comuns
Transcrição e publicação José Luís Braga
Êste quadro mostra que, dos 67 departamentos francêses que mais vinhos pro‑ duzem, 15 excederam na intensidade da produção a media dos nove districtos do Norte de Portugal e cinco d’êsses, ultrapassaram em intensidade da nossa produção districtal mais elevada, que é a de Braga, chegando um d’êles a produzir o dobro do concelho de mais intensa produção dos nove districtos que que (sic) é o de Sta. Marta de Penaguião, notando que a superficie d’êste é apenas de 6. 958 hectares e a d’êsse departamento que é o Herault, de 619.800! Êsses cinco departamentos em que a produção é maior por unidade de superficie que no districto de Braga, são tôdos na região do sul e somam as suas areas 2: 757.400 hectares, ou 77% da circunscripção portuguesa de que me estou ocupando. Devo notar que, do departamento do Herault, somente 27% da sua superficie está ocupada com vinho, atingindo a produção d’esta, a nada menos de 41 hectoliros na media! Para a Hespanha fiz calculos semelhantes, mas fui contrariado em não possuir ainda a estatistica da sua produção vinicola de 1892, tendo de me servir da de 1891 para a organização do seguinte quadro: [Fl. 110]
Leonesa
Cantabrica
Regiões
= Provincias =
Superficies kilometros quadrados
Produção em 1892 (hectolitros)
Produção por hectares (litros)
Corunha
7. 973
10. 990
1
Lugo
9. 808
99. 237
10
Oviedo
10. 596
13. 090
1
Pontevedra
4. 504
94. 940
21
Santander
5. 471
14. 062
3
Biscaia
2. 198
14. 298
6
Leão
15. 971
56. 000
33
Ourense
7. 093
475. 046
66
Salamanca
12. 794
228. 208
17
Zamora
10. 711
1: 360. 000
127
213
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Produção em 1892 (hectolitros)
Produção por hectares (litros)
Riojana e Navarrense
&
Superficies kilometros quadrados
Alava
3. 122
265. 860
85
Logronho
5. 038
1: 266. 528
251
Navarra
10. 478
1: 107. 519
106
Avila
7. 722
360: 746
47
Burgos
14. 635
608. 000
42
Valencia
8. 097
431. 280
53
= Provincias =
Regiões
= Provincias =
– Superficies – (kilometros quadrados)
Produção em 1891 (hectolitros)
Produção por hectares (litros)
Castela Velha
Regiões
Segovia
7: 028
223. 860
32
Aragonesa
Catalã
Estremenha
214
H i s t ó r i a
Castela Velha
V i n h o ,
Soria
9. 935
57. 526
6
Valladolid
7. 880
1: 458. 460
185
Huesca
15. 224
972. 478
64
Teruel
14. 228
299: 790
21
Saragoça
17. 112
1: 680: 836
98
Barcelona
7. 731
2: 378. 790
307
Gerona
5. 884
160. 000
27
Lerida
12: 366
1: 428. 124
116
Tarragona
6. 349
1: 665. 420
262
Badajoz
22. 500
584. 064
26
Caceres
20. 755
199. 056
10
Transcrição e publicação José Luís Braga
Regiões
= Provincias =
Produção em 1891 (hectolitros)
Produção por hectares (litros)
7. 762
1: 002. 834
128
Guadalaxara
12. 611
515. 200
40
Toledo
14: 468
1: 087.088
75
Cuenca
17. 419
728. 288
42
Mancha
Madrid
Albacete
15: 466
625. 720
40
Cidade Real
20. 305
1: 993. 410
98
Valenciana
Castela Nova
– Superficies – (kilometros quadrados)
Alicante
5. 434
2: 158. 375
397
Castellon
6. 336
1: 312. 500
207
Valencia
11: 272
2: 320. 500
206
[Fl. 111] Superficies (kilometros quadrados)
Produção em 1892 (hectolitros
Prod.(ução) por hectare (litros)
Cadiz
7. 324
619. 200
85
Cordova
13: 727
216. 000
16
Huelva
10: 676
396. 000
37
Jaén
13. 426
132. 748
10
Sevilha
14. 061
240. 240
17
Bética
Regiões
Penibética
– Provincias –
Almeida (sic)
8. 553
56. 920
7
Granada
12. 788
336. 360
26
Malaga
7. 313
676. 380
92
Murcia
11: 597
932. 316
80
4. 817
575. 148
119
Baleares
215
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
O estudo d’êstes numeros mostra que, acima de intensidade media da produção dos 9 districtos do Norte de Portugal, se acha a das provincias espanholas de Zamora, Alava, Logronho, Orense, Navarra, Valladolid, Huesca, Saragoça, Barcelona, Lerida, Tarragona, Madrid, Toledo, Cidade Real, Alicante, Castellon, Valencia, Cadiz, Malaga, Murcia e as ilhas Baleares. Superiores à intensidade da produção vinicola do districto de Braga, que foi o maior dos districtos d’esta circunscripção, ainda se acham as das provincias de Logro‑ nho, Barcelona, Tarragona, Alicante, Castelon e Valencia que somam uma area de 4: 218 hectares e por isso de 1,18 da circunscripção de que me estou ocupando. A intensidade da produção vinicola de Alicante excede o dôbro da do districto de Braga, regulando também a area da provincia espanhola pelo duplo da do nosso districto. A intensidade da produção vinicola da Italia, calculada também para a novidade de 1891, foi a seguinte: Superficies (kilometros quadrados)
Produção (hectolitros)
Prod.(ução) media por hectare (litros)
Piemonte
29. 494
3: 802.100
129
Liguria
5. 407
274.000
50
Sardenha
23. 842
1: 255. 300
53
Lombardia
24. 205
941. 000
39
Venetia
24. 025
578. 800
24
Emília
20. 750
2: 775. 800
134
Marchas e Umbria
19. 309
3: 505. 300
182
Toscana
24. 062
2: 964. 300
123
Lacio
12. 170
1: 471.600
121
Meiodia
79. 477
10: 832. 800
136
[2]5. 798
6: 569. 100
255
= Regiões =
Sicília
216
Transcrição e publicação José Luís Braga
Somente a Liguria, a Sardenha, a Lombardia e a Venetia baixaram, na intensidade da produção vinicola, da media da circunscripção do Norte de Portugal; todas as outras regiões as excederam, chegando a da Sicilia a ultrapassar o em quadruplo. Passaremos aqui com esta comparação porque se seguíssemos pelo imperio Austro-hungaro, veriamos que a Dalmacia tem produzido a media de 136 litros por hectare, em nada menos de 1: 743. 580 hectares de terreno. No seguinte quadro encontra‑se a intensidade da produção vinicola nas diferentes zonas de produção em que divide as regiões vinicolas do norte de Portugal e conti‑ nuando a considerar a Beirense limitado nos nove districtos administractivos que constituem a circunscripção de que me estou ocupando: [Fl. 112]
Prod.(ução) por hectare (litros)
302
22
78
83
33
28
8
45
4
202
6
64
20
14
17
[7]
80
9
Alto Douro
331
26
88
30
35
11
3
39
1
Beirense (parte)
159
17
71
27
34
25
3
49
4
= Em tôda a circunscripção =
251
17
72
49
30
24
4
53
4
Relação da soma das sup. (eriores) com a da região por cento Relação da soma da prod. (ução) com a da região
Prod.(ução) por hectare (litros)
Minho ao Vouga Transmonta‑ nense
Relação da soma das duas sup.(eriores) com a da região (por cento) Relação da soma das duas prod.(uções) com a da região
Prod.(ução) por hectare (litros)
Territorios perdidos ou quasi perdidos
Relação da soma das suas areas com a da região (por cento)
Territorios de mediana prod.(ução) vinicola
Prod.(ução) por hectare (litros)
Centros de grande prod. (ução) vinicola
– Regiões vinicolas –
Êste quadro mostra que é no Alto Douro onde a produção dos centros vinhateiros atinge o máximo, seguindo‑se‑lhe de perto os da região vinhateira do Minho ao Vouga. Os da região Beirense, tais como se acham delimitados, são os que menos intensamente produzem.
217
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Nos territorios de mediana produção não acontece o mesmo; os que com maior intensidade produzem são os da região do Minho ao Vouga [Fl. 113] que chegam a exceder o quadruplo dos da Transmontanense, e passar do triplo dos da Beirense e a exceder muito o duplo dos do Alto Douro. Era de esperar que êste resultado se desse, atendendo a que a cultura da videira na região do Minho ao Vouga, fora dos centros é muito mais frequente que nas outras regiões vinicolas e é êsse o motivo também porque nos terrenos de insignificante produção se dá um facto análogo. A proporcionalidade da superficie dos centros produtores para com as superficies totais da região é egual (sic) na região Beirense à media geral de tôda a circuns‑ cripção, sendo maior na região do Alto Douro e do Minho ao Vouga, e menor na Transmontanense. Esta proporcionalidade para os territorios de mediana produção era quasi um terço para toda a circunscripção, regulando tambem por um terço das areas das regiões do Minho ao Vouga, Alto Douro e Beirense para cada uma d’elas. Na região Transmontanense desce a um septimo. A proporção dos terrenos de produção pequena é nula para com as superficies das respectivas regiões, é, como se devia presumir, muito maior na região Trans‑ montanense, sendo também, relativamente, os que mais produzem. Êste facto, é próprio duma região vinhateira perdida, onde aparecem isoladas algumas vinhas que escaparam à devastação das phytonoses que a destruiu. A proporcionalidade das produções dos terrenos de mediana e pequena produção para com a totalidade d’esta, é essencialmente egual nas regiões do Minho ao Vouga e na Beirense é muito menor no Alto Douro. Indicarei agora, no seguinte quadro qual a intensidade da produção dos principais centros produtores da circunscripção:
Superficies (hectares)
Prod.(ução) vinicola de 1892 (hectolitros)
Prod.(ução) por hectare (litros)
Região do Minho ao Vouga
Melgaço
2: 000
11: 000
5: 500
Monção
5: 880
22: 000
3: 742
Arcos de Val do Vez
2: 710
13: 000
4: 797
– Centros produtores –
218
Transcrição e publicação José Luís Braga
Superficies (hectares)
Prod.(ução) vinicola de 1892 (hectolitros)
Prod.(ução) por hectare (litros)
Ponte de Lima
8: 085
20: 000
2: 474
Cavado
31: 000
135: 000
4: 935
Alto Ave
3: 000
9: 024
3: 008
Ave
46: 000
155: 000
3: 370
Leça
2: 500
9: 000
3: 600
Sousa
6: 000
24: 000
4: 000
Tamega
64: 500
190: 000
2: 946
Beira Douro
38: 500
100: 000
2: 597
Arouca
5: 750
12: 000
2: 087
Vouga
49: 250
90: 000
1: 823
Alto Tamega
10: 250
16: 000
1: 561
Vale Passos
11: 000
28: 280
2: 571
Vila Real
6: 250
19: 000
3: 040
Murça
5: 000
15: 000
3: 000
Miranda do Douro
12: 500
11: 300
904
Central e Ocidental
63: 750
246: 211
3: 862
Numão e Vilarinho
4: 000
4: 725
1: 181
– Centros produtores –
– Região Transmontanense –
– Região do Alto Douro –
219
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[FL.114] – Centros produtores –
Superficies (hectares)
Prod.(ução) vinicola de 1892 (hectolitros)
Prod.(ução) por hectare (litros)
– Região Beirense –
***
Alto Varosa
5: 000
14: 000
2. 800
Mêda
16: 750
40: 200
2. 400
Alto Mondego
7: 500
4: 200
547
Dão e Mondêgo
113: 750
175: 000
1. 538
Bairrada
27: 000
25: 000
926
Sul do Mondego
12: 500
18: 000
1. 440
***
*** = Capitulo IV = = A produção vinicola e a população = ***
220
Incompleto ficaria êste estudo, se não procurassemos as relações da produção com a população, elementos indispensáveis para apreciar a importância comercial dos centros produtores. De feito, pode dar‑se o facto, d’uma grande produção ser tôda consumida no próprio local, logo que êste seja um centro tão populoso que a exija tôda: pode até haver deficit, emquanto (sic) que n’outra localidade muito menos productiva, mas em que a população não seja tão densa pode dar‑se um saldo importante sôbre o consumo local. Êsses saldos são os que interessam ao comercio. Ora, suposto varie muito o consumo de vinhos nos locais de produção, não só com as condições economicas das povoações, mas também com as qualidades dos proprios vinhos, não deixa de
Transcrição e publicação José Luís Braga
ter importância conhecer a porção d’êles que cabe a cada habitante, segundo, a produção. É o que passo a investigar para a novidade de 1892:
= Concelhos =
Prod.(ução) por habitante (litros)
= Concelhos =
Prod.(ução) por habitante (litros)
Santa Marta de Penaguião
368
Braga
152
Mondim de Basto
302
Almeida
151
Castelo de Paiva
294
Amarante
150
Mesão Frio
292
Guimarães
143
Murça
270
Santo Tirso
143
Alijó
269
Mondim da Beira
142
Celorico de Basto
268
Lamego
130
Penedono
265
Felgueiras
128
Mêda
251
Lousada
128
Penalva do Castelo
247
Vila Real
126
Pêso da Regua
245
Arouca
122
Cabeceiras de Basto
231
Vale Passos
121
Ribeira de Pena
227
Fafe
120
Vila Nova de Famalicão
216
Ponte de Lima
119
Nelas
206
Monção
118
Armamar
176
Sabroza
118
Barcelos
177
Povoa de Lanhoso
117
Amares
175
Penafiel
115
S. Pedro do Sul
162
Boticas
114
Carrazeda d'Ansiães
156
Tarouca
114
Oliveira de Frades
154
Fornos d’Algodres
111
221
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
*** [Fl. XI] Carta da produção vinicola concelhia por habitante na circunscripção do Norte de Portugal em 1.892 ***
= Concelhos =
222
Prod.(ução) por habitante (litros)
= Concelhos =
Prod.(ução) por habitante (litros)
Vouzela
107
Cêa
61
Vieira
105
Vila do Conde
59
Miranda do Douro
102
Taboaço
58
Marco de Canavezes
99
Figueira de Castelo Rodrigo
58
Gouvêa
98
Albergaria‑a‑Velha
57
Mangualde
96
Gondomar
56
Melgaço
95
Agueda
56
Tondela
95
Valongo
54
Anadia
93
Castro Daire
54
Rezende
93
Macieira de Cambra
53
Vizeu
92
Soure
53
Paredes
91
Celorico da Beira
52
Sinfães
91
Caminha
51
Sta. Comba Dão
90
Trancoso
50
Arcos de Val de Vez
89
Mortagua
48
Oliveira do Bairro
87
Freixo d’ Espada à Cinta
47
Ponte da Barca
82
Mogadouro
47
Vila Verde
82
Vila Flor
45
Terras de Bouro
78
Cantanhede
45
Valença
76
Sernancelhe
42
Chaves
74
S. João da Pesqueira
41
Pinhel
74
Passos (sic) de Ferreira
40
Carregal
73
S. João d’Areias
39
Maia
71
Arganil
38
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Concelhos =
Prod.(ução) por habitante (litros)
= Concelhos =
Prod.(ução) por habitante (litros)
Sever do Vouga
70
Sattam
36
Vila Nova de Fozcôa
68
Sabugal
34
Viana do Castelo
67
Paredes de Coura
33
Espozende
64
Moncorvo
33
Baião
64
Oliveira d’Azemeis
33
Vila Nova de Cerveira
61
Figueira da Foz
33
[Fl. 115]
= Concelhos =
Prod.(ução) por habitante (litros)
= Concelhos =
Prod.(ução) por habitante (litros)
Moimenta da Beira
32
Bragança
10
Aguiar da Beira
26
Mealhada
10
Vila Pouca d’Aguiar
24
Gois
9
Vimioso
24
Penacova
8
Vila Nova de Gaia
22
Fragoas
8
Manteigas
22
Guarda
8
Alfandega da Fé
20
Ovar
7
Estarreja
20
Ilhavo
6
Povoa de Varzim
19
Condeixa ‑ Nova
6
Pampilhosa
19
Aveiro
5
Bouças
18
Montemor o Velho
5
Taboa
18
Macedo de Cavaleiros
4
Feira
15
Mirandela
4
Penela
14
Vinhais
4
Montalegre
12
Porto
3
Vagos
12
Coimbra
3
Mira
12
Oliveira do Hospital
3
Poiares
11
Miranda do Corvo
2
Louzã
1
223
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
A produção media por habitante é, para cada um dos districtos da circunscripção, a seguinte: Viana
84 litros
Braga
154 “
Porto
61 “
Vila Real
151 “
Bragança
33 “
Aveiro
46 “
Coimbra
18 “
Vizeu Guarda
103 “ 64 “
Para se colherem resultados verdadeiramente positivos d’êstes dados estatisticos, careciamos de calcular o consumo local, mas êste calculo é dificil. O consumo, já o dissemos, varia com as condições economicas das diferentes localidades e com as qualidades do vinho. Ninguém duvida que após uma novidade abundante se consome muito mais vinho no local da produção que, quando ela é escassa; se, os vinhos, por muito bons, teem preços elevados também se consomem menos; ha no Alto Douro muitos pontos em que os vinhos que ali se produzem são tôdos vendidos para exportação abastecendo ‑se para consumo, d’outros de fora mais ordinários; a êstes os preços elevam‑se com os transportes e o consumo não é egual ao que seria se ali fôssem produzidos; o uso da agua‑pé e das maroscas diminui muito o consumo local. Também se não pode equiparar o consumo dos vinhos denominados verdes, que são frescos, pouco alco‑ olicos e bastante ácidos com o dos vinhos fortes e bastante maduros que cançam (sic) muito mais o paladar. Tentou a comissão promotora do comercio de vinhos e azeites esclarecer êste ponto, mas as informações que obteve são muito desencontradas, como se vê no seguinte quadro:
224
Transcrição e publicação José Luís Braga
Consumo em litros segundo as informa‑ ções obtidas
Districtos e = Concelhos =
Consumo em litros segundo as informa‑ ções obtidas
Districto de Viana
Ponte da Barca
28
Melgaço
77
Ponte do Lima
19
Monção
71
Valença
26
Paredes de Coura
46
Viana do Castelo
25
41
Districtos e = Concelhos =
[Fl. 116] Consumo em litros segundo informações obtidas
Districtos e = Concelhos =
Consumo em litros segundo informações obtidas
Districto de Braga
Valongo
26
Amares
79
Vila do Conde
85
Barcelos
92
Vila Nova de Gaia
45
Braga
76
Cabeceiras de Basto
80
Celorico de Basto
73
Alijó
44
Espozende
40
Boticas
150
Fafe
113
Chaves
32
Guimarães
79
Mesão Frio
52
Povoa de Lanhoso
62
Mondim de Basto
28
Terras de Bouro
25
Montalegre
56
Vieira
76
Murça
43
Vila Nova de Famalicão
60
Pêso da Regua
24
Vila Verde
31
Ribeira de Pena
96
Vila Pouca d’ Aguiar
14
Vila Real
41
Districto do Porto Amarante
32
Districtos e – Concelhos –
Districto de Vila Real
225
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Consumo em litros segundo informações obtidas
Districtos e – Concelhos –
Consumo em litros segundo informações obtidas
Baião
31
Districto de Bragança
Bouças
15
Alfandega da Fé
13
Felgueiras
43
Bragança
24
Gondomar
24
Carrazeda d’Anciães (sic)
9
Louzada
55
Freixo d’Espada à Cinta
17
Maia
24
Macêdo de Cavaleiros
12
Marco de Canavezes
12
Miranda do Douro
10
Paços de Ferreira
45
Mirandela
11
Paredes
66
Mogadouro
36
Penafiel
41
Vila Flor
27
Porto
13
Povoa de Varzim
101
Sto. Tirso
97
Districtos e = Concelhos =
Districtos e = Concelhos =
226
&
Districto d’Aveiro Agueda
Consumo em litros segundo informações obtidas
46
Districtos e – Concelhos –
Consumo em litros segundo informações obtidas
Albergaria a Velha
41
Nelas
18
Aveiro
49
Oliveira de Frades
107
Castelo de Paiva
135
Penalva do Castelo
15
Estarreja
34
Penedono
9
Feira
9
Rezende
63
Macieira de Cambra
33
Sta. Comba Dão
55
Oliveira d’Azemeis
19
S. João d’Areias
26
Oliveira do Bairro
34
S. João da Pesqueira
10
Ovar
94
S. Pedro do Sul
76
Sever do Vouga
58
Sattam
26
Vagos
14
Sernancelhe
22
Transcrição e publicação José Luís Braga
Districtos e = Concelhos =
Consumo em litros segundo informações obtidas
Districtos e – Concelhos –
Consumo em litros segundo informações obtidas
Sinfães
42
Taboaço
22
Arganil
24
Tarouca
9
Cantanhede
25
Tondela
22
Gois
12
Vizeu
40
Mira
27
Vouzela
93
Pampilhoza
20
Penela
13
Poiares
23
Aguiar da Beira
29
Soure
27
Almeida
75
Taboa
12
Celorico da Beira
8
Figueira de Castelo Rodrigo
26
Fornos d’Algodres
34
Carregal
11
Gouveia
57
Castro Daire
33
Manteigas
96
Mangualde
33
Mêda
80
Moimenta da Beira
35
Pinhel
39
Mondim da Beira
48
Trancoso
13
Mortagua
19
Vila Nova de Fozcoa
30
Districto de Coimbra
Districto de Vizeu
Districto da Guarda
[Fl. 117] Não conseguiu a comissão informações sôbre o consumo dos concelhos de Arcos de Val de Vez, Caminha, Sabroza, Sta. Marta de Penaguião, Vale Passos, Moncorvo, Vimiozo, Vinhais, Anadia, Arouca, Ilhavo, Mealhada, Coimbra, Condeixa a Nova, Figueira da Foz, Louzã, Miranda do Corvo, Montemor o Velho, Oliveira do Hospital, Penacova, Armamar, Fragoas, Lamego, Moimenta da Beira, Cêa, Guarda e Sabugal.
227
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Calculando porém, o consumo d’êstes pelo dos concelhos limitrofes e comparando o mapa precedente assim completado com o calculo que fiz para a produção por habitante concluiu‑se ha o seguinte: Concelhos em que a produção de 1892 excede o consumo *** Districto de Viana = Arcos de Val de Vez, Caminha, Melgaço, Monção, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira. Districto de Braga = Amares, Barcelos, Braga, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Espozende, Fafe, Guimarães, Povoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira, Vila Nova de Famalicão e Vila Verde. Districto do Porto = Amarante, Baião, Bouças, Felgueiras, Gondomar, Louzada, Maia, Marco de Canavezes, Paredes, Penafiel, Sto. Tirso e Valongo. Districto de Vila Real = Alijó, Chaves, Mesão Frio, Mondim de Basto, Murça, Peso da Regua, Ribeira de Pena, Sabroza, Sta. Marta de Penaguião, Vale Passos, Vila Pouca d’Aguiar e Vila Real. Districto de Bragança = Carrazeda d’Anciães, Freixo d’Espada à Cinta, Miranda do Douro, Mogadouro, Moncorvo e Vila Flor. Districto d’Aveiro = Agueda, Albergaria a Velha, Anadia, Arouca, Castelo de Paiva, Feira, Macieira de Cambra, Oliv.(eira) d’Azeméis, Oliv.(eira) do Bairro e Sever do Vouga. [Fl. 118] Districto de Coimbra = Arganil, Cantanhede, Figueira da Foz, Penela, Soure e Taboa. Districto de Vizeu = Armamar, Carregal, Castro Daire, Lamego, Mangualde, Mondim da Beira, Mortágua, Nelas, Oliv.(eira) de Frades, Penalva do Castelo, Penedono, Resende, Sta. Comba Dão, S. João d’Arêas, S. João da Pesqueira, S. Pedro do Sul, Sattam, Sernancelhe, Sinfães, Taboaço, Tarouca, Tondela, Vizeu e Vouzela. Districto da Guarda = Almeida, Cêa, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos d’Algodres, Gouveia, Mêda, Pinhel, Trancoso e Vila Nova de Fozcoa.
228
= Concelhos em que a produção = não chegou para o consumo – de 1892 –
Transcrição e publicação José Luís Braga
Districto de Viana = Paredes de Coura. Districto do Porto = Paços de Ferreira, Porto, Povoa de Varzim, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia. Districto de Vila Real = Boticas e Montalegre. Districto de Bragança = Alfandega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miran‑ dela, Vimiozo e Vinhaes. Districto d’Aveiro = Aveiro, Estarreja, Ilhavo, Mealhada, Ovar e Vagos. Districto de Coimbra = Coimbra, Condeixa a Nova, Gois, Louzã, Mira, Miranda do Corvo, Montemor o Velho, Oliveira do Hospital, Pampilhosa, Penacova e Poiares. [Fl. 119] Districto de Vizeu = Fragoas e Moimenta da Beira. Districto da Guarda = Aguiar da Beira, Guarda, Manteigas e Sabugal. Tais são os resultados que se deduzem da comparação dos dois mapas e que realmente acho bem mais aproximados da verdade que os que obteria pela aplicação ao primeiro, da media geral do consumo vinicola calculado pelo Conselheiro Morais Soares ou pelas dos escritores estrangeiros que se tem ocupado d’êste assunto. *** [Fl. XII] Carta dos concelhos em que a produção excedeu o consumo em 1.892 na cir‑ cunscripção do Norte de Portugal *** = Capítulo V = Valor da produção vinicola da circunscripção do = Norte de Portugal = O valor da produção vinicola numa circunscripção é o produto de dois factores: quantidade produzida e preço da unidade.
229
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
No primeiro capítulo d’estas considerações acha‑se o primeiro d’êstes factores: passarei a determinar o segundo. Da estatistica constam os preços medios do vinho em tôdas as freguesias da circunscripção, referem‑se êles principalmente aos mêses de janeiro e fevereiro; contudo, ha concelhos em que essa cotação se faz em mêses posteriores àqueles. Não tem pois êsses preços a homogeneidade que era para desejar, muito mais num ano como êste, em que as suas oscilações foram grandes, pela circunstância de, após uma nascença esperançosissima, vir o triste desengano d’uma futura novidade pés‑ sima, em consequência dos estragos das doenças cryptogamicas e muito especialmente do míldio. Os preços medios concelhios, deduzidos da estatistica, são os seguintes: Preços medios dos vinhos em 1892 (por hectolitro)
Districtos e Concelhos
Preços medios dos vinhos em 1892 (por hectolitro)
Districto de Viana
Melgaço
3$ 754
Arcos de Val de Vez
3$ 157
Monção
3$ 761
Caminha
3$ 972
Paredes de Coura
3$ 000
Districtos e Concelhos
[Fl. 120] Districtos e Concelhos Ponte da Barca
2$ 7[9]9
Districtos e Concelhos
Preços medios em 1892 por hectolitro
Marco de Canaves (sic)
3$ 241
Ponte de Lima
2$ 969
Paços de Ferreira
3$ 124
Valença
5$ 358
Paredes
2$ 230
Viana do Castelo
3$ 692
Penafiel
2$ 504
Vila Nova de Cerveira
4$ 253
Porto
3$ 801
= Preço medio do districto = Districto de Braga
230
Preços medios em 1892 (por hectolitro)
3$ 544
Povoa de Varzim
2$ 261
Sto. Tirso
3$ 039
Valongo
4$ 018
Amares
3$ 034
Vila do Conde
3$ 084
Barcelos
2$ 653
Vila Nova de Gaia
Braga
3$ 001
Cabeceiras de Basto
3$ 603
= Preço medio do districto =
2$ 000 2$ 778
Transcrição e publicação José Luís Braga
Districtos e Concelhos
Preços medios em 1892 (por hectolitro)
Districtos e Concelhos
Celorico de Basto
2$ 435
Espozende
2$ 140
Alijó
6$ 906
Fafe
1$ 787
Boticas
2$ 972
Guimarães
3$ 000
Chaves
2$ 009
Povoa de Lanhoso
2$ 361
Mesão Frio
5$ 481
Terras de Bouro
5$ 010
Mondim de Basto
2$ 000
Vieira
1$ 800
Montalegre
5$ 600
Vila Nova de Famalicão
2$ 402
Murça
4$ 459
Vila Verde
2$ 701
Pêso da Regua
6$ 394
2$ 736
Ribeira de Pena
3$ 000
= Preço medio do districto =
Districto de Vila Real
Preços medios em 1892 por hectolitro
Sabroza
4$ 611
Districto do Porto
Sta. Marta de Penaguião
6$ 500
Amarante
2$ 761
Vale Passos
5$ 319
Baião
2$ 828
Vila Pouca d’Aguiar
3$ 195
Bouças
3$ 084
Vila Real
4$ 014
Felgueiras
2$ 877
Gondomar
2$ 600
Louzada
2$ 190
Maia
3$ 084
= Preço medio do districto = Districto de Bragança Alfandega da Fé
5$ 060 1$ 075
Preços medios em 1892 por hectolitro
Districtos e Concelhos
Preços medios em 1892 por hectolitro
Bragança
7$ 600
Districto de Coimbra
Carrazeda d’ Anciães
6$ 014
Arganil
6$ 001
Freixo d’Espada à Cinta
6$ 000
Cantanhede
5$ 009
Macêdo de Cavaleiros
1$ 400
Coimbra
7$ 535
Miranda do Douro
5$ 600
Condeixa a Nova
7$ 535
Mirandela
6$ 000
Figueira da Foz
3$ 000
Mogadouro
7$ 000
Gois
6$ 041
Moncorvo
6$ 000
Louzã
3$ 000
Districtos e Concelhos
231
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Districtos e Concelhos
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Preços medios em 1892 por hectolitro
Districtos e Concelhos
Preços medios em 1892 por hectolitro
Vila Flor
6$ 908
Mira
6$ 025
Vimiozo
4$ 303
Miranda do Corvo
6$ 000
Vinhaes
10$ 000
Montemor o Velho
4$ 035
5$ 977
Oliveira do Hospital
5$ 325
Pampilhosa
2$ 500
Penacova
4$ 687
= Preço medio do districto = Districto d’Aveiro Agueda
4$ 386
Penela
5$ 294
Albergaria a Velha
1$ 000
Poiares
6$ 000
Anadia
6$ 019
Soure
4$ 667
Arouca
2$ 070
Taboa
5$ 000
Aveiro
6$ 000
= Preço medio do districto =
4$ 704
Castelo de Paiva
3$ 195
Estarreja
6$ 000
Districto de Vizeu
Feira
2$ 100
Armamar
4$ 021
Ilhavo
1$ 019
Carregal
4$ 835
Macieira de Cambra
3$ 000
Castro Daire
2$ 800
Mealhada
6$ 019
Fragoas
2$ 800
Oliveira d’Azeméis
6$ 062
Lamego
4$ 062
Oliveira do Bairro
5$ 374
Mangualde
4$ 267
Ovar
4$ 000
Moimenta da Beira
3$ 900
Mondim da Beira
3$ 139
4$ 885
Mortagua
4$ 829
3$ 753
Nelas
5$ 003
Sever do Vouga Vagos = Preço medio do districto =
232
&
2$ 1[5]8
Transcrição e publicação José Luís Braga
Preços medios em 1892 por hectolitro
Districtos e Concelhos
Preços medios em 1892 por hectolitro
Oliveira de Frades
2$ 003
Districto da Guarda
Penalva do Castelo
3$ 384
Aguiar da Beira
4$ 000
Penedono
3$ 984
Almeida
3$ 430
Rezende
3$ 642
Cêa
4$ 013
Sta. Comba Dão
4$ 929
Celorico da Beira
5$ 400
S. João d’Arêias
4$ 156
Figueira de C.(aste)lo Rodrigo
6$ 324
S. João da Pesqueira
7$ 590
Fornos d’Algodres
4$ 383
S. Pedro do Sul
2$ 776
Gouvêa
4$ 148
Sattam
1$ 073
Guarda
4$ 800
Sernancelhe
3$ 441
Mortagua
3$ 903
Sinfães
2$ 968
Mêda
3$ 999
Taboaço
4$ 766
Pinhel
4$ 000
Tarouca
2$ 948
Sabugal
3$ 487
Tondela
4$ 859
Trancozo
3$ 697
Vizeu
3$ 957
Vila Nova de Fozcoa
8$ 059
Vouzela
2$ 276
Districtos e Concelhos
= Preço medio do districto =
3$ 814
= Preço medio do districto =
4$ 228
[Fl. 121] Foram êstes os preços nas adegas, segundo as informações que a comissão pro‑ motora do comercio de vinhos e azeites, remeteram os administradores dos concelhos, porque para os tres principais centros comerciais da circunscripção, que são o Porto, Viana do Castelo e Figueira da Foz, seria preciso aumentá‑los com o custo dos trans‑ portes, que, para alguns é grande, regulando entre 200 reis a 1$ 000 reis por hec‑ tolitro, consoante as distancias e as vias de comunicação. A qualidade, a abundância ou escassez, a dificuldade ou facilidade de transporte e ainda outras causas que actuam na [continua na Fl. 122]
233
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
*** [Fl. XIII] Carta dos preços medios dos vinhos nos diversos concelhos da circunscripção do Norte de Portugal em 1: 892 *** [Fl. 122] formação dos preços, muito diversos nos diferentes pontos d’esta circunscripção, dão lugar à sua grande variabilidade. Assim, por exemplo, no districto de Vila Real, vê‑se que o preço medio dos vinhos em Alijó excedeu muito o triplo dos de Mondim de Basto, o que não admira, atendendo a que os vinhos d’êste concelho não passam de bons vinhos verdes, emquanto (sic) que nos d’aquele se encontram alguns dos mais preciosos do Alto Douro. No mesmo districto se vê atingirem os vinhos de Montalegre quasi o triplo do preço dos vinhos de Mondim de Basto, sendo êstes muito bons vinhos verdes e aqueles verdíssimos mas, enquanto aqui ha abundancia, ali ha grande escassez, tendo de ser suprimido o deficit por vinhos de fora do con‑ celho, transportados de distâncias grandes por péssimos caminhos. Calculando os preços dos vinhos por hectolitros para as diferentes regiões vinha‑ teiras, chega‑se ao resultado seguinte: – Região do Minho ao Vouga =
2$ 885 reis
“
Transmontanense =
4$ 735 “
“
do Alto Douro =
5$ 8[0]5 “
“
Beirense =
4$ 293 “
Os preços medios do hectolitro do vinho nos centros produtores d’êste genero, foram os seguintes: = Região do Minho ao Vouga =
234
Melgaço
________
4$ 000
reis
Monção
________
3$ 975
“
Arcos de Val de Vez
________
3$ 157
“
Transcrição e publicação José Luís Braga
[Fl. 123] Ponte do Lima
________
3$ 225
reis
Cávado
________
3$ 281
“
Alto Ave
________
1$ 800
“
Ave
________
2$ 707
“
Leça
________
3$ 196
“
Sousa
________
2$ 551
“
Tamega
________
2$ 796
“
Beira Douro
________
2$ 991
“
Arouca
________
1$ 993
“
Vouga
________
2$ 972
“
= Região Transmontanense = Alto Tamega
________
3$ 947
reis
Vale Passos
________
5$ 478
“
Vila Real
________
3$ 920
“
Murça
________
4$ 554
“
Miranda
________
6$ 083
“
= Região do Alto Douro = Central e Ocidental
________
5$ 716
reis
Numão
________
7$ 246
“
= Região Beirense = Alto Varoza
________
3$ 120
reis
Mêda
________
3$ 646
“
Alto Mondego
________
5$ 262
“
Dão e Mondego
________
4$ 294
“
Bairrada
________
5$ 521
“
Sul do Mondego
________
4$ 353
“
235
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Entreguei‑me, pacientemente, ao laborioso calculo destas medias, por entender que os êrros dos [Fl. 124] dados elementares, quer procedentes da desigualdade nas epocas das cotações, quer de más informações, que se tornam muito sensíveis n’algumas freguesias e mesmo n’alguns concelhos, quasi totalmente desaparecem nos numeros que obtivemos, que se podem incluir na parte mais exacta d’esta estatistica. Aplicando êstes preços aos quadros da produção achamos os resultados seguintes por hectolitros de vinho. 20 = Região do Minho e do Vouga =
Preço medio dos vinhos de tôda a região =
2$ 885
reis
“
“
“
dos princip.(ais) centros vinicolas =
2$ 935
“
“
“
“
fora d’êsses centros =
2$ 559
“
4$ 735
reis
= Região Transmontanense =
Preço medio dos V.(inhos) de toda a região = “
“
“
dos princip.(ais) centros vinicolas =
4$ 795
“
“
“
“
fora d’êsses centros =
4$ 605
“
5$ 815
reis
dos princip.(ais) centros vinicolas =
5$ 734
“
fora d’êsses centros =
6$ 151
“
4$ 293
reis21
= Região do Alto Douro =
Preço medio dos V.(inhos) de tôda a região = “
“
“
“
“
“
= Região Beirense =
Preço medio dos V.(inhos) de tôda a região =
236
[Fl. 125]
20
“
“
“
dos princip.(ais) centros vinicolas =
4$ 270
“
“
“
“
fora d’êsses centros =
4$ 332
“
Transcrição e publicação José Luís Braga
Os menores preços medios dos vinhos regionais são os dos vinhos verdes, os maiores os do Alto Douro. Os preços medios dos vinhos da região transmontanense e beirense pouco diferem sendo a diferença a favor d’aqueles, o que é natural, ainda que mais não seja, em resultado da grande extensão de territorios que possui, onde pouco se cultiva a videira e até muitos em que a sua cultura se não faz, havendo alem d’isso bastante dificuldade em transportar os vinhos para os seus principais centros de população, sobretudo quando são d’outras regiões. As diferenças de preços dos vinhos da região do Minho ao Vouga, comparados com os das outras, é muito sensível, regulando o preço medio d’aqueles apenas por 66 por cento dos da região beirense, por 60 por cento dos da transmontanense e por 49 por cento dos da do Alto Douro. N’essa região vinhateira, excederam o preço medio dos vinhos de toda a região, os dos centros vinicolas a que denominei de Melgaço, Monção, Arcos de Val de Vez, Ponte de Lima, Cavado, Leça, Beira Douro e Vouga. Excederam d’êle os dos centros do Alto Ave, Ave Sousa, Tamega e Arouca. Não é só à qualidade que se deve atribuir esta diversidade de cotações, ha muitas [Fl. 126] outras causas que n’ela influem, sendo das principais a vizinhança de centros populozos o isolamento das comarcas vinicolas entre vastos territorios que produzem vinhos insuficientes para o consumo e a facilidade ou dificuldade dos transportes. Assim, o preço medio dos vinhos do Tamega, que passam geralmente pelos melhores da região, é mais baixo que o medio de toda ela; as dificuldades do trans‑ porte explicam bem êste facto. É também essa mesma dificuldade no transito que ocasiona em parte os baixíssimos preços dos vinhos dos centros vinicolas do Alto Ave e Arouca. Os vinhos do Leça, que são ordinarios, teem um preço relativamente elevado, pela vizinhança em que está do Porto, e d’outras povoações importantes aquele centro vinicola. O preço medio dos vinhos produzidos fora das principais comarcas, é mais baixo que o da região, e bastante mais baixo que o preço medio d’êsses centros; êste facto está indicando que na maior parte das localidades se produzem vinhos que chegam para o consumo e que os centros vinicolas são bastantes e proximos, podendo suprir ‑se facilmente os deficits que haja em qualquer ponto. Na região transmontanense sobem da media geral os preços medios dos centros [Fl. 127] isolados de Vale Passos e Miranda do Douro, descendo os dos de Chaves, Vila Real e Murça.
237
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Estes ultimos estão proximos d’outros centros produtores de grande importancia, àqueles num isolamento que chegam a parecer oasis no meio do deserto; mas de facto, êsses longos tratos em que a vinha por assim dizer se não cultiva, consomem muito vinho, que lhes ficaria bem mais caro se os fôssem buscar a outros centros diferentes d’êstes. Na região duriense os preços medios dos vinhos produzidos fora dos principais centros produtores eleva‑se muito acima dos d’aqueles. A causa já a apontei mais do que uma vez, deve‑se às qualidades preciozas de muitos dos vinhos creados fora d’êstes centros. Um exemplo justificará o que dizemos; emquanto (sic) que o preço medio da região era de 5$ 815 reis, o preço medio dos vinhos das freguesias de Casal de Loivos e Vilarinho de Cotas e Vale de Mendiz no concelho de Alijó, não baixava de 16$000 por hectolitro! Na região beirense, os preços dos vinhos d’essa extensa comarca vinícola da Beira central, a que denomino do Dão e Mondego, regulou pelo de toda a região, excedendo os preços medios dos vinhos do Alto Mondego e Bairrada e ficando‑lhe àquem os das outras comarcas, tanto das que li[n]dam com o Alto Douro, como os da que [Fl. 128] confina com a região Extremadurense na parte em que avultam os vinhos de caldeira, ordinario destino também de muitos dos d’êste centro, sendo êsse o motivo que me levou a incluir esta comarca no plano para a divisão do paiz em regiões vinicolas, n’essa região e não na beirense. Os vinhos do Alto Mondego são poucos para o consumo das povoações vizinhas, que produziram muitos outrora mas hoje não; os da Bairrada tiveram cotações altas, porque a produção ali enfraqueceu muito com a invasão fyloxerica, e os seus vinhos são muito procurados pelas excelentes qualidades que possuem para lotação. Ora, emquanto (sic) que os vinhos no norte de Portugal corriam não nas adegas por êstes preços, vejamos o que acontecia nas outras regiões vinicolas da Europa. Na tabela seguinte referida aos meses de Janeiro a Fevereiro de 1893, darei grande desenvolvimento às cotações dos vinhos espanhois e italianos, por serem os menos conhecidos, das dos nossos rivais nos mercados estrangeiros e a par dos preços na moeda porque são vendidos, farei a sua redução à portuguesa, supondo o franco e a lira a 180 reis, a peseta a 185 reis, o marco a 225 reis [Fl. 129] e o florim aus‑ tríaco a 435 reis. Da grande produção d’estas diversas regiões vinhateiras, faz‑se já ideia, pelos quadros com que acompanhamos o capítulo terceiro d’estas considerações.
238
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Regiões Vinhateiras =
Preços medios
Unidade de preços
Em moeda portuguesa (reis)
= Hespanha =
19,20
pesetas
4,416
“
Região Leonesa =
Toro = (Zamora) = Vinho tinto
Região Navarrense =
Brione (Logronho) = Vinho tinto
7,79
“
1.441
Najera (Logronho) =
8,54
“
1.580
Azagra (Navarra) =
17,00
“
3.145
Sangüesa (Navarra) =
18,00
“
3.330
Murchante (Navarra) =
15,00
“
2.775
Cascante (Navarra) =
11,25
“
2.081
= Região de Castella Velha =
Aranda do Douro (Burgos) vinho tinto
“
“
“
“
branco
6,25
“
1.156
12,50
“
2.312
Rosaldez (Valladolid) Branco ou tinto
15,62
“
2.890
Valoria la Buena = (Valladolid)
12,00
“
2.220
= Região Aragoneza =
Tardienta (Huesca)
11,87
“
2.196
Calatorao = (Saragoça)
8,40
“
1.554
Letux = (Saragoça)
12,50
“
2.312
= Região Catalã =
Reus = (Vinhos do Priorato)
Barcelona ‑ tintos
= Regiões Vinhateiras =
16,45
“
3.043
Preços medios
Unidade de preços
Em moeda portuguesa (reis)
Terragona e Valls = Vendrell =
(dos melhores districtos) brancos
14. 39
Montblanch =
(dos melhores districtos) brancos
12.74
pesetas
2. 602
“
2.357
239
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
&
Vila Franca del Panadês =
(dos melhores districtos) tinto de embarque
10.27
“
1.890
Idem ‑ branco = de embarque
13.56
“
2.509
“ ‑ tinto de taberna
9.05
“
1.674
“
7.00
“
1.295
12.50
“
2.312
“ caldeira Tremp = (Lérida)
Tarragona = (do Priorato)
15.62
“
2.890
Vendrell = (Tarragona) tintos
12.74
“
2.357
Reus = (vinhos do Priorato)
medianos ‑ tintos
ordinarios ‑ tintos Reus ‑ V. (inhos) Brancos ‑ preço medio “
“
“
‑ ordinarios
= Região Estremenha =
Reus = (vinhos do Priorato)
Badajoz = V.(inhos) tintos comuns “
15.62
“
“
“ bons
2.890
13.15
“
2.433
11.10
“
2.053
9.00
“
1.665
= Região de Castela Nova =
240
12.50
“
2.312
18.75
“
3.469
S. Martim de Valdeiglesias ‑ (Madrid)
12.50
“
2.312
Chapinería ‑ Madrid ‑ vinhos de 14ª
25.00
“
4.625
Arganda = (Madrid) Vinho Tinto
17.19
“
3.180
Pastrana = (Guadelajara (sic))
10.94
“
2.024
Toledo
12.50
“
2.312
Mentrida = (Toledo)
17.20
“
3.182
Tarancón ‑ (Cuenca)
12.50
“
2.312
Albacete ‑ Vinho branco -
9.69
“
1.793
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Regiões Vinhateiras = Casas de Vez (sic) ‑ Vinho Tinto
“
“
‑
“
Branco
Hellin ‑ vinhos de 10ª a 12ª
= Região da Mancha =
“
“
“
Branco
Tomelozo (Cidade Real) V.(inho) Tinto
“
Val de Penhas = V.(inho) Tinto
“
“
“
“
“
“
Branco
Branco
= Região Valenciana =
Moeda portuguesa (reis)
6.25
Pesetas
1.156
7.81
“
1.445
12.00
“
2.220
17.93
“
3.317
17.18
“
3.178
10.94
“
2. 024
9.37
“
1.733
21.87
“
4. 046
25.00
“
4.625
Alicante (da novidade anterior)
Castalla = (Alicante)
Pinoso =
Unidade de preços
Cidade Real = Vinho Tinto
Preços medios
8.59
“
1.589
9. 37
“
1. 733
“ Vinho tinto de 1ª qualidade
8,56
“
1.584
“
“ Vinho tinto de 2ª qualidade
7.03
“
1.300
“
“ Vinho tinto branco‑claro
7, 81
“
1. 445
6,25
“
1.156
13,80
“
1.725
Castelón = tinto
Sta. Magdalena de Papez (sic) (vinho de 15º) ‑ Castelón
Alcalá de Chivert ‑ (Castelón) -
6.25
“
1.156
Jativa ‑ (Valencia) de 11º a 13º
5.24
“
969
= Região Betica =
Arcos de la Frontera (Cadiz) V.(inho) Tinto “
“
“
“
Branco
= Região Penibetica =
31,25
“
5.781
25,00
“
4.625
Cartagena (Murcia) V.(inho) Tinto “
“ ***
“
Branco
18.75
“
3. 478
25,00
“
4.625
***
241
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
&
[Fl. 130] = Regiões Vinhateiras =
Preço medio
Unidade de preços
Moeda portuguesa (reis)
= Italia =
= Região Piemontesa =
Moncalvo –
25,00
lira
4.500
Asti‑barberafina – (1ª qualidade) ()
42.50
“
7.650
“
“
(2ª qualidade)
“
31.00
“
5.580
“
“
(grignolina) (sic)
“
31.00
“
5.580
“
“
nebliolo (sic)
“
62.50
“
11.250
“
“
moscato bianco
“
42.50
“
7.650
“
“
freisa
“
31.00
“
5.580
“
“
barberato
“
27.50
“
4.950
“
“
pasto
“
21.00
“
3.780
25.00
“
4.500
30. 00
“
5.400
24. 00
“
4.320
Casale Monferrato
Alessandria ‑ 1ª qualidade
“
2ª
“
= Região Liguriense =
Genova – barberato
“
– barbera – scelte
27. 00
“
4. 860
38. 00
“
6.840
– Ilha da Sardenha –
Cagliari
14.00
= Região Toscana –
“
Florença (das planícies)
2.520
13. 00
“
2.340
“
Valdichiana – V.(inho) Branco
15.00
“
2.700
“
Valdarno – superior (das planicies)
15.50
“
2.790
“
19.00
“
3.420
“
14. 00
“
2.520
“
17. 00
“
3. 060
25.00
“
4.500
23.00
“
4.140
242
“
“
(das encostas)
Pontedera (das planicies) “
(das colinas)
Siena‑ Chianti ‑ (1ª qualidade) “
“
2ª
“
Liorne
11.00
“
1.980
Luca
12.00
“
2.160
Transcrição e publicação José Luís Braga
Preços medios
Unidade de preços
Moeda portuguesa (reis)
Empoli (Liorne)
16,00
Lira
2.880
Siena (Liorne)
20.00
“
3.600
= Regiões Vinhateiras =
= Região de Lacio =
Roma ‑ Veletri (sic) “ extra
25.00
“
4.500
30,50
“
7.490
“
‑
“
‑ Gallipoli
17,50
“
3.150
“
‑ Mosaletta
17,50
“
3.150
“
‑ Partinico (doce) 1ª qualidade
25, 00
“
4.500
= Região do Meiodia =
Napoles ‑ Riposto
17, 00
“
3.060
Cerignola ‑ (Foggia) a 14º
(…), 14
“
1.285
Foggia ‑ Tinto
1[1], 00
“
1.980
Barletta
1[3],16
“
2.369
Brindici
13.00
“
2.340
Leccese
16.00
“
2.880
Campi ‑ 1ª qualidade
16.00
“
2.880
10.21
“
1.837
10.88
“
1.958
“
‑ 2ª
“
Maglia (sic)
= Região Siciliana =
Begheria (sic) e Mislimari (sic) ‑ Branco ‑ 1ª q.(ualidade)
23.00
“
4.140
“
“
“ 2ª qualidade
20.22
“
3.640
“
“
“
18.76
“
3.377
21.11
“
3.800
18.76
“
3.377
Castellamari (sic) del Golfo ‑ branco ‑ na adega
20.46
“
3.683
Castelvetrano e Campobello di Marzara
15.80
“
2.344
tinto
Partinico ‑ branco “
‑ tinto
243
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Vittoria
“
Catania
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
&
‑ branco
16.88
“
3.038
‑ tinto
1125 (sic)
“
2.025
‑ Branco
15.00
“
2.700
21
[Fl. 131] = Regiões Vinhateiras =
Terraforte (catania)
Marsalla (1ª qualidade) (e não gessado) “
Unidade de preços
14.25
Lira
2.565
19.24
“
3.463
18.05
“
3.249
“
2ª
“
( “
“
1ª
“
(gessado)
14.44
“
2.599
“
2ª
“
(
13.25
“
2.385
“
)
= Outros paizes =
)
Moeda portu‑ guesa (reis)
Preços medios
Alsacia Lorena ‑ preço medio ‑
40.00
Marcos
9.000
Baden
[“]
“
39.00
“
8.775
Hungria
[“]
“
16.00
Florins
6.960
Bordeus
[“] superior
55.25
Francos
7.745
“
[“] comum
38.67
“
6.960
Região do Meiodia em França ‑ comum
14.50
“
2.610
[Drita ] ‑ Aramon et Bourret
19.00
“
3.420
Oran ‑ Argelia ‑ vinho 11ª a 12ª
12.00
“
2.160
22
Passarei agora a calcular o valor da produção, segundo os factores que se acham determinados n’este e no capitulo primeiro d’estas considerações.
244
Não conseguimos apurar a que povoação francesa o autor se referia.
21
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Districtos e Concelhos =
Valor da prod.(ução) vinicola
Lugar que ocupam na escala de valores
Lugar que ocupam na escala de produção
Viana
Arcos de Val de Vez
87.095: 316
29
24
Caminha
29.929: 020
82
85
A transportar =
117.024: 336
[Fl. 132] Valores da prod.(ução) vinicola
Lugar que ocupam na escala dos valores
Lugar que ocupam na escala da produção
117.024: 336
Melgaço
56.835.560
49
52
Monção
108.181: 404
20
22
Paredes de Coura
12.384: 000
107
102
Ponte da Barca
28.639: 368
88
69
Ponte de Lima
113.460: 335
18
12
Valença
62.479: 638
45
63
Viana do Castelo
107.503: 656
22
21
Vila Nova de Cerveira
27.0[3]6: 321
89
91
= Districtos e Concelhos =
Transporte =
= Soma =
633.544$618
= Braga = Amares
64.293: 712
42
37
Barcelos
211.367: 163
5
1
Braga
234.192: 038
4
2
Cabeceiras de Basto
132.723: 711
14
13
Celorico de Basto
129.118: 310
15
6
Espozende
28.696: 460
87
74
Fafe
52.852: 312
53
20
245
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Guimarães
199.170: 000
6
3
Povoa de Lanhoso
46.714: 746
58
39
Terras de Bouro
32.189: 250
79
89
Vieira
26.931: 600
90
53
Vila Nova de Famalicão
158.752: 834
10
4
Vila Verde
69: 548.049
39
27
= Soma =
1.386: 480$185
= Porto =
Amarante
127.547: 130
16
8
Baião
52.756: 340
54
44
Bouças
11: 595: 840
109
106
191.901$310
Valores da prod.(ução) vinicola
Lugar que ocupam na escala de valores
Lugar que ocupam na escala da produção
191.901$310
Felgueiras
72.362: 304
38
31
Gondomar
35: 687: 600
74
58
Lousada
42.630: 540
65
41
Maia
35.445: 840
75
65
Marco de Canavezes
82.587: 162
33
30
Paços de Ferreira
12.745: 920
106
103
Paredes
36.977: 860
73
50
Penafiel
83.470: 840
32
15
Porto
11.216: 751
110
111
Povoa de Varzim
9.021: 390
112
104
Sto. Tirso
97.521: 510
24
17
Valongo
20.568: 142
95
96
Vila do Conde
43.006: 380
64
57
Vila Nova de Gaia
24.140: 000
91
61
= Soma =
= Districtos e Concelhos = = Transporte=
246
= Soma =
799.283$549
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Vila Real =
Alijó
378.690: 510
1
5
Boticas
40.716: 400
68
59
Chaves
105.637: 150
33
26
Mesão Frio
119.080: 206
17
33
Modim de Basto
44. 050: 000
63
32
Montalegre
12: 880: 000
105
114
Murça
75: 624: 640
37
48
Peso da Regua
261.706: 420
2
10
Ribeira de Pena
57.300: 000
48
42
Sabrosa
76.318: 050
35
51
Sta. Marta de Penaguião
260.000: 000
3
11
Valle Passos
175.261: 000
8
16
1.607.258$ 376
Valor da prod.(ução) vinicola
Lugar que ocupou na escala de valores
Lugar que ocupou na escala da produção
1.607.258$376
Vila Pouca d’Aguiar
12.332: 700
108
105
Vila Real
170.434: 440
9
9
= A transportar =
Concelhos e Districtos = Transporte =
= Soma = = Bragança =
1.790: 025$516
Alfandega da Fé
2: 0064.000
134
118
Bragança
20: 314.800
96
112
Carraseda d’Anciães
111: 180.818
19
45
Freixo d’Espada à Cinta
18.600.000
97
109
Macedo de Cavaleiros
1: 090.600
136
130
Miranda do Douro
55: 932.800
50
70
Mirandela
4: 410.000
131
133
Mogadouro
53: 130.000
51
82
247
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Moncorvo
20: 340.000
84
98
Vila Flor
30: 809.680
81
100
Vimioso
10: 581.077
111
113
Vinhaes
9: 250.000
113
127
= Somas =
346.703$775
= Aveiro = Agueda
46: 338.090
60
68
Albergaria a Velha
7: 558.000
117
83
Anadia
89: 803.480
26
54
Arouca
40: 547.160
69
40
Aveiro
6: 360.000
119
125
Castelo do Paiva
82.268.055
34
28
Estarreja
37.620.000
72
92
Feira
13.557.600
103
88
127.375
139
138
18: 546.000
98
93
342.725$760
Ilhavo Macieira de Cambra = A transportar =
Valor da prod.(ução) vinicola
Lugar que ocupou na escala dos valores
Lugar que ocupou na escala da produção
342.725$760
Mealhada
5: 489.328
124
128
Oliveira d’Azemeis
52: 866.702
52
76
Oliveira do Bairro
41: 578.638
67
81
Ovar
4: 968.000
127
122
Sever do Vouga
13: 042.952
104
94
Vagos
6: 125.790
121
121
Districtos e Concelhos
= Transporte =
= Somas = Coimbra
248
Arganil
466.797$170
49: 064.176
56
80
Transcrição e publicação José Luís Braga
Cantanhede
60: 032.259
46
6[2]
Coimbra
8: 778.275
114
124
Condeixa a Nova
5: 169.010
122
134
Figueira da Foz
34: 524.000
77
64
Gois
5: 828.565
125
126
Louzã
321.000
138
139
Mira
4: 639.250
130
131
Miranda do Corvo
1: 464.000
135
137
Montemor o Velho
4: 842.000
129
123
Oliveira do Hospital
3: 557. 000
[1]32
135
Pampilhosa
5: 187.500
123
115
Penacova
6: 257. 145
120
120
Penela
7: 432.776
118
119
Soure
46: 389.980
59
71
Poiares
4: 980.000
126
129
Taboa
17: 350.000
100
108
265.817$936
– Somas – = Vizeu =
Armamar
86: 330.870
30
34
Carregal
45: 067.035
61
72
[Fl. 133] Valor da prod.(ução) vinicola
Lugar que ocupam na escala dos valores
Lugar que ocupam na escala da produção
131.397$905
Castro Daire
29.713: 600
83
67
Fragoas
1.428: 000
137
136
Lamego
149: 184: 000
11
18
Mangualde
88: 062: 346
28
38
Districtos e Concelhos
= Transporte =
249
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Moimenta da Beira
14: 235: 000
102
107
Mondim da Beira
28: 803: 464
86
73
Mortagua
21: 421. 936
94
101
Nelas
135: 781. 420
13
25
Oliveira de Frades
29: 063. 530
85
50
Penalva do Castelo
108: 088. 344
21
19
Penedono
69: 273.792
41
47
Rezende
63: 556: 542
43
46
Sta. Comba Dão
35: 143. 770
76
86
S. João d’Areias
7: 983. 676
115
117
S. João da Pesqueira
48: 758. 160
57
90
S. Pedro do Sul
49: 550. 560
25
14
Sattam
4: 957. 260
128
99
Sernancelhe
17: 920. 728
99
95
Sinfães
63: 533: 008
44
35
Taboaço
23: 734: 680
92
97
Tarouca
22: 278: 036
93
84
Tondela
136: 853. 735
12
23
Vizeu
180: 890. 500
7
7
Vousela
33: 769. 012
78
55
= Soma =
1540: 382$ 904
= Guarda = Aguiar da Beira
7: 800. 000
116
116
Almeida
57: 589. 700
47
49
65. 389$700
= A transportar =
250
Transcrição e publicação José Luís Braga
[Fl. 134] Valor da prod.(ução) vinicola
Lugar que ocupam na escala dos valores
Lugar que ocupam na escala da produção
65: 389. 700
Ceia
75: 845. 700
36
43
Celorico da Beira
44: 172. 000
62
79
Figueira de Castelo Rodrigo
42: 117. 840
66
87
Fornos d’Algodres
38: 969. 253
70
75
Gouveia
88: 335. 808
27
36
Guarda
14: 457. 600
101
110
Manteigas
2: 888. 220
133
132
Mêda
84: 500. 586
31
129
Pinhel
58: 400. 000
55
60
Sabugal
38: 685. 725
71
66
Trancozo
38: 672. 199
80
78
Vila Nova de Fozcoa
69: 428. 285
40
77
646. 863$916
– Districtos e Concelhos –
= Transporte =
= Somas =
= Resumo =
= Districtos =
Valor da produção vinícola
Viana
633: 544$ 618
Braga
1.386: 480$ 185
Porto
799: 283$ 549
Vila Real
1.790: 025$ 516
Bragança
346: 703$ 775
Aveiro
476: 797$ 170
Coimbra
275: 817$ 936
251
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Vizeu
1. 542: 382$ 904
Guarda
646: 863$ 916 = Somas =
7. 875: 899$ 569
[Fl. 135] O valor dos vinhos produzidos em cada uma das quatro regiões vinicolas do Norte de Portugal, foi o seguinte: Região do Minho ao Vouga “
Transmontanense
“
Alto Douro
“
Beirense
3.599: 164$440 623: 358$015 1.763: 817$430 () = Total =
1.889: 559$ 684 7.875: 899$ 569
Determinando o valor da produção vinicola em cada um dos seus principais centros, obtiveram‑se os seguintes resultados: = Região do Minho ao Vouga = Melgaço
44: 000$ 000
Monção
72: 050 $ 000
Arcos de Val de Vez
41: 041$ 000
Ponte de Lima
64: 500$ 000
Cavado
501: 993$ 000
Alto Ave
16: 243$ 300
Ave
419: 585$ 000
Leça
28: 764$ 000
Sousa
61: 224$ 000
Tamega
531: 240$ 000
Beira Douro
299: 100 $ 000
Arouca
23: 916$ 000
Vouga
Soma
252
267: 748$ 000 23.711: 404$ 200
Transcrição e publicação José Luís Braga
Pequenos centros e terrenos de mediana e pequena produção vinícola =
1.227: 760$ 240 Total
3. 599: 164$ 440
[Fl. 136] = Região Transmontanense = Alto Tamega
63: 152$ 000
Vale Passos
154. 917$ 840
Vila Real
74. 480$ 000
Murça
68. 310$ 000
Miranda do Douro
= Soma =
68: 737$ 900
429: 597$ 740
Pequenos centros e terrenos de mediana e pequena produção vinicola
139: 760$ 275 Total
623: 358$ 015
Região do Alto Douro Centro produtor do Douro central e ocidental
1. 407: 342$ 076
Numão e Vilarinho da Castanheira
3. 400: 237$ 350 = Soma =
1. 441: 579$ 426
Pequenos centros e terrenos de mediana e peq.(uena) produção vinicola
322: 238$ 004 Total
1. 763: 817$ 430
= Região Beirense = Alto Varosa
43: 680$ 000
Meda
146: 569$ 200
Alto Mondego
22: 100$ 400
Dão e Mondego
751: 450$ 000
253
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Bairrada
138: 025 $ 000
Sul do Mondego Soma =
78: 354$ 000
1: 180: 178$ 600
Pequenos centros de mediana e pequena prod.(ução) vinicola =
709: 381$ 084 Total
1. 889: 559$ 684
*** [Fl. XIV] Carta do valor da produção vinicola em 1.892 nos diversos concelhos da circunscripção do Norte de Portugal *** Capítulo VI *** = A produção vinicola de 1892 comparada com as dos = anos anteriores = ***
254
Nos resumos com que acompanhei as estatisticas dos nove districtos adminis‑ tractivos da circunscripção, comparam‑se as produções de 1892 com as de 1885 a 1887 calculadas no primeiro fascículo das “Notícias àcerca dos vinhos de Portugal”, que publiquei em 1888. Não me poupei, n’êsse tempo, a sacrificios, para alcançar com exactidão a produção de cada concelho, mas ela é tão dificil de se indagar, são tão poucos e tão falíveis os meios de que se pode lançar mão para êsse fim, que não admira escapassem êrros, como n’este hão‑de existir e que só serão expurgados das nossas estatisticas, após reiterados trabalhos. Adquiri, contudo, a convicção de que me aproximara da verdade n’aquela carta, quando vi a carta da produção vinicola de 1884 e 1888, publicada em
Transcrição e publicação José Luís Braga
1890, pelo falecido Gerardo Pery. As produções medias que êste calculou, afastavam‑se pouco dos dados que eu havia obtido, e as diferenças eram todas no mesmo sentido, como não podiam deixar de ser, logo que no cálculo se introduziram as novidades de 1884 e 1888 que, suposto fôssem inferiores à de 1887, eram muito superiores às de 1885 e 1886, únicas que com a de 1887 figuravam nos meus cálculos. Farei, pois, a comparação da produção vinicola de 1892, com as medias que encontrei em 1888 para os tres anos anteriores, com as que obteve Pery, para o quinquenio de 1884 a 1888, e com outras que também me merecem alguma confiança. A razão da produção media do quinquenio calculado por Pery para a do trienio que calculei em 1888 e bem assim, a relação por cento da produção de 1892 com essas duas medias, constam do mapa seguinte: [Fl. 137]
= Districtos e Concelhos =
Relação da prod. (ução) media do quinq.(uenio) de 1884 a 1888 com a do triénio de 1885 a 87
Relação da prod. (ução) de 1892 com a do trienio de 1885 a 87 – Por cento
Relação da prod. (ução) de 1892 com a do quinq. (uenio) de 1884 a 1888 ‑ Por cento
Viana
Arcos de Val de Vez
1,19
81
69
Coimbra
1.14
108
94
Melgaço
1.50
189
126
Monção
1.10
64
58
Paredes de Coura
1.34
188
140
Ponte da Barca
200
102
51
Ponte de Lima
1.17
78
70
Valença
1.11
61
58
Viana do Castelo
1.04
61
58
Vila Nova de Cerveira
1.17
106
90
1.17
79
67
= Em tôdo o districto =
255
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Braga
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Amares
1,33
275
176
Barcelos
1.27
119
93
Braga
1.25
162
130
Cabeceiras de Basto
1.11
97
88
Celorico de Basto
1.10
108
83
Espozende
1.09
152
139
Fafe
1.33
197
148
Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 88 com a do trienio de 1885 a 1887
Relação da prod. (ução) de 1892 com a do trienio de 1885 a 87 ‑ por cento
Relação da prod. (ução) de 1892 com o quinq. (uenio) de 1884 a 1888 ‑ por cento
Guimarães
1,08
102
95
Povoa de Lanhoso
1.07
165
153
1.[0]8
128
109
Vieira
1.11
83
75
Vila Nova de Famalicão
1.05
107
101
Vila Verde
1.25
129
103
1,18
122
104
Amarante
1.25
105
84
Baião
1.87
233
125
Bouças
1.35
125
93
Felgueiras
1.25
126
101
Gondomar
1.67
152
92
Lousada
1.07
130
121
Maia
3.33
375
113
= Districtos e Concelhos =
Terras e Bouro (sic)
= Em tôdo o districto = ‑ Porto ‑
256
&
Transcrição e publicação José Luís Braga
Marco de Canavezes
1.67
121
73
Paços de Ferreira
1.80
82
46
Paredes
1.84
105
59
Penafiel
1.11
74
67
Porto
1.21
1.18
98
Povoa de Varzim
1.08
102
95
Sto. Tirso
1.64
1.40
84
Valongo
1.34
85
64
Vila do Conde
1.23
114
95
Vila Nova de Gaia
1.67
201
121
1.40
104
85
1.10
1.10
100
Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 88 com a do trienio de 1885 a 1887
Relação da prod. (ução) de 1892 com a do trienio de 1885 a 87 – Por cento
Relação da prod. (ução) de 1892 com a do quinq. (uenio) de 1884 a 1888 – Por cento
Boticas
1.05
90
86
Chaves
1.60
119
75
Mesão Frio
1.25
91
73
Mondim de Basto
1.07
85
79
Montalegre
1.17
66
56
Murça
1.25
85
68
Peso da Régua
1.28
95
75
Ribeira de Pena
1.47
112
77
Sabrosa
1.66
110
68
‑ Em todo o districto ‑ ‑ Vila Real ‑ Alijó
= Districtos e Concelhos =
257
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Sta. Marta de Penaguião
1.27
105
83
Vale Passos
1.16
84
73
Vila Pouca d’ Aguiar
1.09
43
39
Vila Real
1.47
125
85
1.27
99
78
Alfandega da Fé
1.43
77
54
Bragança
1.09
8
7
Carrazeda d’Anciães
1.29
185
143
Freixo d’Espada à Cinta
1.28
77
60
Macedo de Cavaleiros
1.57
25
16
Miranda do Douro
1.19
200
167
Mirandela
2.66
24
9
Mogadouro
1.23
63
51
Moncorvo
1.33
41
31
Vila Flor
1.25
37
30
Vimioso
1.12
35
31
Vinhaes
1: 68
46
27
1.26
54
43
= Em tôdo o districto = ‑ Bragança ‑
‑ Em tôdo o districto ‑
[Fl. 138]
Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 88 com a do trienio de 1885 a 1887
Relação da produção de 1892 com a do trienio de 1885 a 1887 ‑ Por cento
Relação da prod. (ução) de 1892 com o quinq. (uenio) de 1884 a 1888 ‑ Por cento
Agueda
1,79
117
56
Albergaria a Velha
1,40
151
108
Anadia
1.18
32
27
– Districtos e Concelhos –
‑ Aveiro ‑
258
Transcrição e publicação José Luís Braga
Arouca
1.64
98
60
Aveiro
1.14
15
13
Castelo de Paiva
1.88
151
81
Estarreja
1.46
209
127
Feira
3.97
161
41
Ilhavo
1.24
42
34
Macieira de Cambra
1.19
124
104
Mealhada
2.90
4
2
Oliveira d’Azemeis
2.86
125
44
3.60
155
43
Ovar
1.12
96
85
Sever do Vouga
1.12
75
68
Vagos
1.29
157
122
1.79
79
44
Arganil
1.39
163
118
Cantanhede
1.04
24
22
Coimbra
1.13
7
6
Condeixa a Nova
1.68
23
14
Figueira da Foz
1.17
9[6]
82
Gois
1.37
46
34
Louzã
1.26
9
7
Mira
1.20
385
321
Miranda do Corvo
1.17
8
7
“
do Bairro
‑ Em todo o districto ‑
‑ Coimbra ‑
259
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 139] Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 1888 com a do trienio de 1885 a 1887
Relação da prod. (ução) de 1892 com a do trienio de 1885 a 1887 ‑ Por cento
Relação da prod. (ução) de 1892 com a do quinq. (uénio) de 1884 a 1888 ‑ Por cento
Montemor o Velho
1, 62
40
25
Oliveira do Hospital
1.27
10
7
Pampilhosa
1.13
102
91
Penacova
1.22
15
12
Penela
1.49
28
23
Poiares
1.51
41
27
Soure
1.20
99
83
Taboa
1.10
14
13
118
36
31
Armamar
1.16
71
61
Carregal
1.00
42
42
Castro Daire
1.08
152
140
Fragoa
0,83
85
102
Lamego
1.11
71
58
Mangualde
3.49
172
49
Moimenta da Beira
1.27
91
72
Mortagua
1,17
74
63
Nelas
1.94
78
40
Oliveira de Frades
1.25
121
96
Penalva do Castelo
1.65
86
52
Penedono
1.09
156
145
Rezende
1.54
134
86
– Districtos e Concelhos –
– Em tôdo o districto – – Vizeu –
260
Transcrição e publicação José Luís Braga
Sta. Comba Dão
1.05
79
75
S. João d’Areias
1.24
96
77
“
1.28
128
100
S. Pedro do Sul
1.11
170
154
Mondim da Beira
1,07
131
122
Razão da prod. (ução) media do quinq.(uénio) de 1884 a 1888 com o trienio de 1885 a 1887
Relação da produção de 1892 com a do trienio de 1885 a 1887 – Por cento
Relação da prod. (ução) de 1892 com a do quinq. (uenio) de 1884 a 1888 ‑ Por cento
Sattam
1.24
115
93
Sernancelhe
1.09
130
119
Sinfães
1.10
107
97
Taboaço
1.39
156
112
Tarouca
1.14
126
110
Tondela
1.10
74
67
Vizeu
1.25
132
105
Vouzela
1.27
125
106
1.59
101
74
Aguiar da Beira
1.24
195
158
Almeida
1.08
93
87
Cêa
1.31
126
96
Celorico da Beira
1.27
102
80
Figueira de Castelo Rodrigo
1.62
133
82
Fornos d’Algodres
1.34
74
13
Gouveia
1.21
112
92
“ da Pesqueira
– Districtos e Concelhos –
‑ Em tôdo o districto ‑ ‑ Guarda ‑
261
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Guarda
1.61
33
20
Manteigas
0.85
123
145
Mêda
1.16
171
197
Pinhel
1.22
70
57
Sabugal
1.12
139
125
Trancoso
1.49
107
72
Vila Nova de Fozcoa
1.23
108
87
1.27
106
83
‑ Em tôdo o districto ‑
[Fl. 140] Passarei a examinar, para cada um dos districtos administrativos da circunscrip‑ ção, os dados que a êste mapa oferece, comparando‑os também a outros que puder obter. Lembrarei; antes de entrar n’este detalhe, que a soma das produções vinicolas dos 9 districtos do norte de Portugal foi de 2.404: 100 hectolitros no trienio que calculei e de 2.870: 920 no quinquenio calculado por Pery, correspondendo a produção media concelhia para o primeiro d’aqueles numeros, a 16.569, e para o segundo a 20.654 hectolitros. – Districto de Viana – para o estudo comparado da produção vinicola d’êste districto em diversas epocas, é muito importante a estatistica de Furtado Coelho, na parte referente à produção d’êle, antes da invasão do oidium, isto é, a 1851. Essa produção figura no mapa com que acompanhei a estatistica do districto de Viana e por isso a não repito mas, indicarei a relação d’ela para com as medias de Pery, por serem mais altas que as minhas e com as produções actuais. Relação da prod. (ução) de 1851 com a media de 1884 a 1888
Relação da prod. (ução) de 1851 com a de 1892 ‑ Por cento
Arcos de Val de Vez
155
191
Caminha
165
175
Melgaço
118
94
Monção
90
157
Paredes de Coura
127
89
Ponte da Barca
127
250
– Concelhos –
262
Transcrição e publicação José Luís Braga
“
do Lima
119
172
Valença
118
203
Viana do Castelo
100
172
Vila Nova de Cerveira
238
284
117
173
‑ Em todo o districto ‑
[Fl. 141] Regulava pois a produção vinicola d’êste districto, antes da invasão do oidium, por 309. 904 hectolitros a media de 1.884 e 1888 foi de 264. 990 hectolitros, a de 1885 a 1887 de 227. 200 hectolitros, e finalmente a produção em 1892 foi apenas de 178. 738 hectolitros. Comparando as produções concelhias dos dois mapas precedentes, vê‑se: 1º que a produção vinicola de 1892 foi superior à de 1851 nos concelhos de Melgaço e Paredes de Coura, mas em tôdos os outros bastante menos. Chegando a baixar de metade nos concelhos de Ponte da Barca, Valença e Vila Nova de Cerveira; 2º que a produção de 1892 foi superior à do triénio de 1885 a 1887 nos concelhos de Caminha, Melgaço, Paredes de Coura, Ponte da Barca e Vila Nova de Cerveira, mas bastante inferior nos de Arcos de Val de Vez, Monção, Ponte de Lima, Valença e Viana do Castelo. 3º que foi superior à media de 1884 e 1888 somente nos concelhos de Melgaço e Paredes de Coura, sendo a diferença de produção para menos muito grande prin‑ cipalmente nos de Monção, Ponte da Barca, Valença e Viana do Castelo. Devo notar que a novidade de 1892, n’este districto, já se ressentiu dos ataques do mildium e ainda mais do vento frio que na primavera ocasionou grande desavinho. Achamos no primeiro capítulo d’estas considerações que n’este districto excederam em 1892 [Fl. 142] a produção media concelhia da circunscripção, os concelhos de Ponte de Lima, Viana do Castelo, Monção, Arcos de Val de Vez. A êstes, acrescentariamos o concelho de Valença tanto no trienio que calculei, como no quinquenio de que fez a estatistica Gerardo Pery. É certo porém, que, ponde de parte os acidentes que determinaram a produção de 1892, esta, mesmo nos anos normais, ainda não atinge o que houve antes da invasão do oidium.
263
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
– Districto de Braga – a produção vinicola d’êste districto foi, em 1892, de 506.784 hectolitros, e portanto superior às calculadas por Pery e por mim para os mencionados quinquenios e trienios, pois que a primeira foi de 488. 497 e a segunda de 414. 000 hectolitros. Acima da produção media concelhia da circunscripção em 1892 achamos a de todos os concelhos do districto, com excepção dos de Espozende, Terras de Bouro e Vieira no trienio de 1885 a 1887 segundo a respectiva media, incluiriamos n’esta excepção o concelho de Amares, mas excluiriamos d’ela o de Vieira. No quinquenio calculado por Pery ficaram abaixo da media produção concelhia da circunscripção, os concelhos de Amares, Espozende, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Terras de Bouro, Vieira e Vila Verde. Os concelhos que teem pois ficado sempre na sua produção vinicola acima da media concelhia da circunscripção, são os [fl. 143] de Barcelos, Braga, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Guimarães e Vila Nova de Famalicão. As produções em tôdos os concelhos excedem as medias que calculei das novi‑ dades de 1885 a 1887, exceptuando as dos de Cabeceiras de Basto e Vieira. Não atingiram em 1892 a media produção calculada para as novidades de 1884 a 1888 os concelhos de Barcelos, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Guimarães e Vieira. O ultimo foi o que mais se afastou. As informações que tenho obtido são concordes em que os concelhos d’êste districto tem aumentado as suas produções vinicolas, que eram menores em tôdos êles antes da invasão do oidium. – Districto do Porto – a produção vinicola d’êste districto foi calculada em 287. 683 hectolitros na novidade de 1892. Havia sido calculada na media do trienio de 1885 a 1887 em 242. 400 hectolitros e no quinquenio de 1884 a 1888 em 340. 186 hectolitros. Os concelhos em que a produção vinicola de 1892 excedeu a media concelhia da circunscripção, foram os de Amarante, Penafiel, Santo Tirso, Marco de Canavezes, Felgueiras, Lousada, Baião e Paredes. No trienio de 1885 a 1887 só a haviam excedido os de Amarante, Felgueiras, Marco de Canavezes, Penafiel e Sto. Tirso e no quinquenio de 1884 a 1888, os de Amarante, Marco de Canavezes e Sto Tirso. [Fl. 144]
264
São pois estes tres os que teem constantemente excedido essa media.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Os concelhos em que as produções de 1892 excederam as medias d’êste quinquenio foram os de Baião, Felgueiras, Lousada, Maia e Vila Nova de Gaia, e os que mais d’ela se afastaram são os de Paços de Ferreira, Penafiel e Valongo. As informações que tenho podido colher à cerca das novidades anteriores à invasão do oidium fazem crêr que não eram superiores às actuais, antes pelo contrário lhe seriam inferiores em tôdos os concelhos. – Districto de Vila Real – os concelhos de produção superior à produção media concelhia em 1892 foram os de Alijó, Chaves, Mesão Frio, Mondim de Basto, Murça, Peso da Régua, Ribeira de Pena, Sabrosa, Sta. Marta de Penaguião, Vale Passos e Vila Real. No trienio de 1885 a 1887 foi excedido em 1892 nos concelhos de Alijó, Chaves, Ribeira de Pena, Sabrosa, Sta. Marta de Penaguião e Vila Real. A quebra na produção vinicola d’estes concelhos, n’estes ultimos anos, é eviden‑ temente devida às doenças cryptogamicas: mildio, maromba, anthrachmoze (sic), etc. – o golpe que lhe deu filoxera era anterior, notando que quando esta phitonose a enfraqueceu, já em muitos pontos do districto, não egualava à que havia sido antes da invasão do oidium. Vejamos o que nos dizem as estatisticas que se podem reputar mais exactas, àcerca d’alguns concelhos d’êste districto: Pêso da Régua Produção de 1892
40: 930
hecto.(litros)
Produção media de 1885 a 1887
43: 000
“
54: 891
“
“ em 1865 (a maior novidade do quinq.(uenio) de 1861 a 65)
104: 000
“
“ media de 1843 a 1851
108: 115
“
“
“
1884 a 1888
Tratando‑se d’êste concelho, que é um dos mais importantes do reino, sob o ponto de vista de que me estou ocupando, não posso deixar de entrar em alguns de detalhes (sic), indicando no seguinte mapa, a produção d’algumas das suas paroquias em diversas épocas:
265
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Prod.(ução) em 1892 (hectoli‑ tros)
Prod.(ução) media de 1885 a 1887 (hectoli‑ tros)
Prod.(ução) media de 1847 a 1851 (hectoli‑ tros)
Prod.(ução) media de 1802 a 1811 segundo os arrolamen‑ tos da companhia
Prod.(ução) máxima de 1802 a 1811, segundo os arrola‑ mentos da companhia
900
1.260
4.130
8.303
11.449
Fontelas
7.590
5.160
7.607
1[6].094
15.329
Galafura
1.253
1.280
5.355
6.240
8.921
Godim
7.920
6.020
14.219
27.144
29.794
Loureiro
4.030
5.380
9.641
4.494
6.714
Moura Morta
3.427
4.320
3.334
_
_
Pêso da Regua
5.680
4.3[2]0
15.544
14.890
24.150
Poiares
3.200
6.500
31.846
18.555
25.943
Sedielos
4.025
5.730
3.054
_
_
Vilarinho dos Freires
2.705
2.820
13.385
16.840
24.478
‑ Freguesias ‑
Covelinhas
Êste pequeno quadro vale bem mais do que um bom relatorio, infelizmente, para provar a decadência da produção. A produção d’algumas d’êstas freguesias, no principio do século XVI segundo uma conta de dizimos, regulava pelo seguinte: [Fl. 145]
266
Regua
2: 820
hectolitros
Poiares
3: 220
“
Sedielos
1: 932
“
Moura Morta
1: 932
“
Loureiro
966
“
Fontelas
322
“
Transcrição e publicação José Luís Braga
– Murça – Produção vinicola em 1892 “
media de 1885 a 1887 (Taveira)
“
“
“
“
1884 a 1888 (Pery) em 1865
16: 960
hect.(olitros)
20: 000
“
24: 954
“
57: 469
“
16: 550
hect.(olitros)
15: 000
“
24: 915
“
62: 308
“
– Sabroza – Produção vinicola em 1892 “
media de 1885 a 1887 (Taveira)
“
“
“
“
1884 a 1888 (Pery) em 1865
O seguinte quadro prova bem a determinação da produção n’algumas das fregue‑ sias d’êste concelho.
Prod.(ução) em 1892 (hectolitros)
Vinho apresentado à prova da Companhia em 1843 (hectolitros)
Vinho arrolado pela Companhia. Media de 1802 a 1811 (hecto. (litros)
Vinho arrolado pela Companhia. Maxima no decenio 1802 a 1811. (hecto. (litros)
2.400
15.046
19.903
29.912
Covas do Douro
330
17.842
_
_
Goivães (sic)
140
5.287
4.760
6.555
Goivinhas
110
8.501
4.222
5.902
Provezende
1.600
8.228
11.682
19.695
S. Cristovam
210
4.197
_
_
4.400
_
8.989
14.662
= Freguesias =
Vilarinho de S. Romão e Celeiroz
Sabroza
267
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Alijó D’êste concelho que é ainda hoje, de toda a circunscripção, o primeiro em impor‑ tância vinícola, temos evidentes provas da diminuição da produção, como se vê do seguinte:
Prod.(ução) em 1892 (hecto. (litros))
Vinhos que concorreram às provas da Companhia em 1843 (hecto. (litros))
Castedo
935
7: 964
Casal de Loivos
385
4: 085
Cotas
935
5: 558
Riba Longa
165
2: 483
2: 750
7: 131
Vale de Mendiz
320
6: 807
Vilarinho de Cotas
165
3: 812
– Freguesias –
Favaios
Santa Marta de Penaguião O seguinte quadro mostra as diversas fases porque tem passado a produção d’êste concelho que, em 1865, ainda produziu 59: 535 hectolitros de vinho.
Prod.(ução) em 1892 (hecto. (litros))
Vinhos que foram enviadas amostras à prova da Companhia em 1843 (hecto. (litros))
Media dos arrolamentos da Companhia 1802 a 1811
Maximos arrolamentos da Compa‑ nhia no decenio de 1802 a 1811 (hecto. (litros))
Alvações do Corgo
3.200
7.482
7.971
10.677
Cever
5.970
8.897
9.975
13.356
Cumieira
6.610
10.753
12.694
18.773
Fontes
4.530
5.103
_
_
Fornelos
2.510
2.381
_
_
S. João de Lobrigos
5.990
10.706
16.776
27.613
– Freguesias –
268
Transcrição e publicação José Luís Braga
S. Miguel de Lobrigos
5.680
6.797
8.877
14.163
Medrões
1.300
1: 975
_
_
Sanhoane
2.230
4.442
7.806
11.728
[Fl. 146] = Vila Real = D’êste concelho tenho em meu poder um documento oficial coevo, que prova que a sua produção vinicola foi, em 1865, de 51.443 hectolitros, enquanto que a de 1892, foi calculada em 42.460 hectolitros, cada quinquenio de 1884 a 1888 em 49.950 hectolitros. Bastam êstes exemplos para provar que o districto de Vila Real, pelo menos na sua parte mais importante, baixou muito na produção vinicola com a invasão de oidium e ainda mais com a da filoxera. Districto de Bragança N’este districto em que nunca se levou a cultura da videira ao apogeu, porque tanto os seus climas como os solos são apropriadíssimos, para ela, tem havido notavel decadência de produção, entrando no numero d’aqueles em que a filoxera tem feito maiores estragos. Comparando as medias produções do trienio de 1885 a 1887 com as do quinquenio de 1884 a 1888, as maiores diferenças são as dos concelhos de Alfandega da Fé, Macedo de Cavaleiros, e principalmente a do de Mirandela. Não foi da colheita de 1888 que resultaram estas diferenças, mas sim da de 1884 que avultou mais n’estes concelhos, já n’êsse ano bastante depauperados n’este ramo de produção, em relação aos anteriores. Se compararmos as produções de 1892 com as d’êsses dois períodos, vê‑se que aumentaram as dos concelhos de Carrazeda d’Anciães e Miranda do Douro, mas cumpre‑me aqui declarar, que atribuo êste aumento, em parte, a mais exactas infor‑ mações agora recebidas. Nos restantes concelhos o decrescimento é enorme. [Fl. 147] Feita a comparação com as medias que encontrei, que são bastante mais baixas que as de Pery, vê‑se que a produção de 1892 ficou entre 25 a 50 por cento da media do trienio de 1885 a 1887 nos concelhos de Macedo de Cavaleiros, Moncorvo, Vila Flor, Vimioso, Vinhais, descendo de 25 por cento nas de Mirandela e Bragança, não
269
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
chegando êste a produzir 7 por cento da media anual d’êsse trienio que foi elevada pela colheita de 1885. O concelho de Carrazeda d’Anciães foi o único, n’este districto, em que a produção de 1892 se elevou a cima da produção vinicola media concelhia da circunscripção, e foi também êle com o de Bragança, os que, no mesmo districto, excederam as respectivas medias concelhias, tanto as calculadas por mim como por Pery, nos trabalhos a que me refiro. Eis alguns dados que obtive àcerca da produção vinicola d’alguns concelhos d’êste districto, que deverão pecar por defeito, mas que, a‑pesar‑d’isso, provam bem o seu decrescimento. = Alfandega da Fé = Está calculada a sua produção de 1892 em 1: 920 hectolitros; a estatistica oficial de 1882 calcula‑a em 7: 800. = Macedo de Cavaleiros = A sua produção em 1892 foi, segundo a nossa estatistica, de 7.779 hectolitros, a de [Fl. 148] 1881 dá‑lhe uma produção de 8.800 e a de 1856 de 11: 600 hectolitros. = Mirandela = As informações que obtivemos, indicam para êste concelho, em 1892 uma pro‑ dução vinicola de 735 hectolitros; a de 1896, sagundo (sic) uma estatistica oficial que possuimos, havia sido de 9. 700 hectolitros. = Vila Flor = Calculamos a produção d’êste concelho na novidade de 1892 em 4: 460 hectoli‑ tros; a media do quinquenio de 1884 a 1888 foi calculada em 14. 976 hectolitros e a estatistica oficial dá‑lhe, em 1881, a produção de 27: 000 hectolitros de vinho.
270
= Vinhais = Calculei em 925 hectolitros a produção vinicola de 1892 d’êste concelho, que, aos seus vinhedos deve o nome, havia‑a calculado em 2: 000 nas medias do trienio de 1885 a 1887; a estatistica oficial de 1881 calculou‑a em 29.300 hectolitros, e finalmente um documento oficial coevo que possuo, de 1865 diz que n’este ano teve uma produção de 76.928 hectolitros de vinho.
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Districto de Aveiro = Somente os concelhos de Castelo de Paiva e Arouca, ambos na região dos vinhos verdes, excederam em 1892 pela sua produção vinicola, a media concelhia de toda a circunscripção. [Fl. 149] Ainda pelo meu calculo das medias de 1885 a 1887 pelo de Pery das de 1884 a 1888, juntariamos a êsses dois concelhos os de Anadia e Mealhada, cujas produções decresceram enormemente, principalmente a do segundo, sendo a de 1892 apenas de 4 por cento da que calculei n’aquela época para êste ultimo concelho. Os concelhos d’êste districto, para que encontro, em 1892, produções vinicolas superiores às do trienio que calculei em 1888, são as de Àgueda, Albergaria a Velha, Castelo de Paiva, Estarreja, Feira, Macieira de Cambra, Oliveira d’Azemeis, Sever do Vouga, Oliveira do Bairro e Vagos, tôdos à excepção dos dois últimos na região vinícola do Minho ao Vouga. A media de Pery para o quinquenio de 1884 a 1888 é apenas excedida pelos de Albergaria a Velha, Estarreja, Macieira de Cambra e Vagos. Em tôdos os outros o depauperamento n’este ramo de produção é grande, che‑ gando a ser muito considerável nos concelhos de Anadia, Aveiro e Mealhada. A filoxera que poupou êste districto por muitos anos, tem‑lhe n’estes ultimos produzido enormes estragos. A sua posição litoral e a sua orografia torna aqui fácil a propagação e o desen‑ volvimento das doenças cryptogamicas. [Fl. 149 [bis]] Darei algumas informações que obtive à cerca da produção dos concelhos d’êste districto, em diversas épocas. = Albergaria a Velha = A produção d’êste concelho, em 1892, foi de 7.558 hectolitros de vinho; antes do oidium regulava esta produção por 14.544 hectolitros.
271
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
= Anadia = A estatistica oficial dá‑lhe em 1894, nada menos de 67. 400 hectolitros de vinho; a sua produção vinicola media no quinquenio de 1884 a 1888 foi de 54.227 hecto‑ litros, e em 1892 avaliamo‑la em 14.920. Devo notar que essas produções entre 1884 e 1888, excede em muito a media que obteve o Conselheiro Aguiar para a produção d’este concelho antes da invasão do oidium, o que não admira, porque a cultura da videira na Bairrada desenvolveu‑se muito depois da devastação operada pela filoxera no Douro. = Feira = Podia calcular‑se a produção media d’êste concelho antes da invasão do oidium em 24.804 hectolitros, em 1892 calculamo‑la em 6.456 hectolitros. = Macieira de Cambra = Produziu em 1892, segundo a estatistica, 6.182 hectolitros de vinho; antes de receber os ataques do oidium regulava a sua produção por 11. 340 hectolitros. [Fl. 150] = Mealhada = Segundo as informações obtidas, para êste concelho, pelo Conselheiro Aguiar, a sua maxima produção no periodo de 1848 a 1865 foi de 16. 565 hectolitros, no primeiro d’aquela serie de 18 anos. Essa produção, depois, com o desenvolvimento da cultura na Bairrada, quando os seus vinhos eram procurados em substituição dos do Douro, subiu até alcançar a media de 55. 137 hectolitros no quinquenio de 1884 a 1888. Hoje acha‑se quasi totalmente perdida, regulando em 1892, segundo os dados que pude colher, apenas por 912 hectolitros. = Oliveira d’Azemeis = Antes da invasão do oidium produziu a media anual 23.370 hectolitros de vinho; em 1892 calculámos a sua produção vinicola 8. 621 hectolitros.
272
= Oliveira do Bairro = Anteriormente ao ataque do oidium regulava a sua produção vinicola em 19.800 hectolitros; calcula‑a, para 1892, o administrador do concelho em 7.737 hectolitros, e nenhum dos dados, tanto oficiais como não oficiais, que pude obter àcerca da
Transcrição e publicação José Luís Braga
produção d’êste concelho, entre essas epocas, excede a media de 18.000 hectolitros encontrada por Pery para o quinquenio de 1884 a 1888. [Fl. 151] = Sever do Vouga = Produzia a media anual de 23: 040 hectolitros antes do oidium, atingindo n’alguns anos cerca de 30: 720; hoje, acha‑se muito reduzida a sua colheita vinicola, pois que Pery calculou a sua media para o quinquenio de 1884 a 1888 em 8: 940 hecto‑ litros e, segundo as informações que recebemos, foi, em 1892, apenas de 6: 044. Conclui‑se de tôdos êstes dados, que a produção vinicola d’este districto com excepção dos concelhos de Arouca e Castelo de Paiva, foi muito depauperada pela invasão do oidium nos concelhos produtores de vinhos verdes, e pela filoxera n’aqueles em que se produzem vinhos maduros. = Districto de Coimbra = Comparando a produção dos diferentes concelhos d’êste districto com as medias encontradas por Pery para o período de 1884 a 1888, só excederam estas em 1892, as produções dos concelhos d’Arganil e Mira, mas este é absolutamente destituído d’importancia no ramo da riqueza agricola de que me estou ocupando. Pelo contrário, baixaram muito da media produção vinicola que calculei para o triénio de 1885 a 1887 as produções em 1892, dos concelhos de Cantanhede, Condeixa a Nova, Gois, Montemor‑o‑Velho, Penacova, Penela, Poiares e Taboa, e ainda mais porque desceriam para menos de 10 por cento d’essas produções, os concelhos de Coimbra, Louzã, Miranda do Corvo e Oliveira do Hospital. [Fl. 152] Nenhum concelho atinge hoje n’este districto a media produção concelhia da circunscripção e não acontecia outro tanto com as medias calculadas por Pery e por mim no periodo de 1884 e 1888, em que os concelhos de Cantanhede e Taboa as ultrapassaram. As informações que obtive para alguns concelhos d’êste districto dão os seguintes resultados:
273
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
= Arganil = Antes da invasão do oidium, segundo um documento oficial inedito e antigo que possuo, regulava a produção vinicola d’êste concelho por 39: 339 hectolitros em 1892 calculei‑a em 8: 176. = Cantanhede = Na estatistica oficial de 1884 vem calculada a produção vinicola d’êste concelho em 70: 987 hectolitros, a media d’êsse ano com as seguintes até 1888 ainda atingiu 54: 912, mas nas informações oficiais que recebemos em 1892, acha‑se reduzida a 1: 961 hectolitros. = Coimbra = Pery calculou a produção media d’êste concelho no quinquenio de 1884 a 1888 em 19. 178 hectolitros; as informações oficiais que obtive à cerca da sua produção em 1892, limitam‑na a 1: 165 hectolitros. = Condeixa‑a‑Nova = Anteriormente a aparição de oidium regulava a sua produção vinicola media por 6.900 hectolitros; a de 1892 acha‑se na estatistica calculada a 686. [Fl. 153] = Figueira da Foz = A‑pesar‑de n’este concelho se haverem plantado muitas vinhas, a sua produção, antes do oidium, era calculada em 51: 855 hectolitros. Pery calculou‑a em 14. 068 para o quinquenio de 1884 a 1888, e na estatistica de 1892 foi calculada em 11. 508 hectolitros. = Gois = A produção vinicola d’êste concelho calculada na estatistica de 1892 em 965 hectolitros teve, segundo Pery, a media de 2: 875 nos anos de 1884 a 1888, e antes do oidium regulava por 9. 156 hectolitros.
274
= Louzã = Segundo as estatisticas de 1892, é o concelho que na circunscripção de que estou tratando produz menos vinho, pois limita essa produção a 107 hectolitros.
Transcrição e publicação José Luís Braga
Pery, no quinquenio que calculou, deu‑lhe media de 1: 500 hectolitros, mas antes da invasão do oidium dizem documentos oficiais em meu poder, quasi coevos, que era de 36. 531 hectolitros. Esta grande produção justifica haver o nosso Duarte Nunes de Leão, que escreveu nos fins do seculo XVI, incluindo a Louzã nas grandes comarcas vinhateiras do reino. = Miranda do Corvo = A produção vinicola d’este concelho, calculada antes da invasão do oidium em 12: 855 hectolitros, descem a ponto de [Fl. 154] Pery lhe calcular a media, no quin‑ quenio de 1884 a 1888 em 3: 515 hectolitros, e a estatistica de 1892 baixa‑a a 244 hectolitros. = Oliveira do Hospital = Antes do oidium calculavam a produção anual d’êste concelho em 26: 820 hec‑ tolitros, Pery para o quinquenio de 1884 a 1888, calculou‑lhe a media em 8: 922 hectolitros, e em 1892 a estatistica redu‑la a 668 hectolitros. = Penacova = A produção d’êste concelho parece não haver decrescido até 1888, pois que a media de 10 970 hectolitros, calculada para o quinquenio de 1884 a 1888 eguala a media antes da invasão do oidium, mas a filoxera devastou‑a por forma que, em 1892, foi calculada em 1,335 hectolitros. = Poiares = Anos antes da invasão do oidium regulou a sua produção vinicola entre 9: 720, e 14: 590 hectolitros. Pery nas suas medias ainda a calculou em 3: 023 hectolitros sendo, pela estatistica de 1892, n’êsse ano apenas 830 hectolitros. = Taboa = A produção vinicola media d’êste concelho calculada por Pery para 1884 a 1888, é de 27: 564 hectolitros; eguala a media dos anos anteriores ao [Fl. 155] ataque do oidium, mas os estragos da filoxera tem sido tais, que a estatistica de 1892 avaliou‑a em 3.470 hectolitros. O estudo d’êstes numeros prova que, se é verdade o que diz o Concelheiro (sic) Aguiar de ao oidium se dever a região vinicola do Alentejo, também é verdade haver êle aniquilado as comarcas vinicolas do districto de Coimbra bem como as dos vinhos verdes situados ao sul da bacia do Douro.
275
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
&
= Distrito de Vizeu = Aos concelhos que em 1892 produziram mais vinho que a media produção vinicola em toda a circunscripção, foram as de Vizeu, S. Pedro do Sul, Penalva do Castelo, Lamego, Tondela, Nelas, Armamar, Cinfães, Mangualde, Rezende e Penedono. No quinquenio de 1884 a 1888, excederam a media produção concelhia da cir‑ cunscripção os concelhos de Armamar, Carregal, Lamego, Mangualde, Nelas, Penalva do Castelo, S. Pedro do Sul, Cinfães, Tondela e Vizeu. A estatistica de 1892 dá produções superiores às medias d’êsse [Fl. 156] quin‑ quenio nos concelhos de Castro Daire, Fragoas, Mondim da Beira, Penedono, S. João da Pesqueira, S. Pedro do Sul, Sernancelhe, Taboaço, Tarouca, Vezeu (sic), Vouzela. De produção inferior a 50% d’essas medias só ha o concelho do Carregal, mas a ‑ pesar ‑ d’esta circunstancia, a produção media do districto, que foi calculada para aquele quinquenio em 541: 900 hectolitros, baixou, em 1892, segundo a estatistica que serve de base a êste estudo, para 403.861 hectolitros. Dos apontamentos que tenho coligido à cerca da produção vinicola d’êste districto em epocas anteriores, merecem‑me credito os seguintes. = Armamar = A comparação da produção vinicola de tres das freguesias da região Duriense, em diferentes épocas, dá o seguinte resultado:
Produção em 1892 (hectolitros)
Vinhos que concorreram à prova da Compa‑ nhia a 1843 (hectolitros)
Maximas prod. (uções) constantes do arrolamento no decenio de 1802 a 1811
Folgoza
380
6.552
7.222
Santo Adrião
230
2.149
2.744
Vila Sêca
400
5.307
5.136
= Freguesias ‑
276
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Castro Daire = A produção vinicola d’êste concelho em 1892, sendo de 10.612 hectolitros eleva ‑se das calculadas oficialmente em tôdo o decenio anterior, mas no decenio que precedeu a invasão do oidium regulou entre 12.528 e 13.920 hectolitros. = Lamego = A sua media produção vinicola, segundo Pery, foi, no quinquenio de 1884 a 1888, de 55.060 hectolitros, tendo sido a sua produção em 1884, segundo estatistica oficial, de 66. 662 hectolitros; em 32. 000 hectolitros se acha calculada na estatistica de 1892. Direi ainda, a nota da produção comparada em diferentes epocas para algumas das freguesias d’êste concelho:
Produção em 1892 (hectolitros)
Vinho arrolado para prova da Companhia em 1843 (hectolitros)
Maxima dos arrolamentos da Companhia no decenio de 1802 a 1811 (hecto.(litros))
Produção no principio do seculo XVI (hect.(olitros))
4: 000
14: 628
19: 195
_
690
3: 607
2. 546
_
3: 100
9.420
12: 420
6.334
Produção em 1892 (hectolitros)
Vinho arrolado para a prova da Companhia em 1843 (hectolitros)
Maxima dos arrolamentos da Companhia no decenio de 1802 a 1811 (hectolitros)
Prod.(ução) no principio do seculo XVI (hectolitros)
Samodães
2.680
4.013
4.218
_
Sande
1.100
1.865
_
_
Valdigem
2.600
7.822
7.940
_
Lamego (Almacave)
3.600
_
_
10.134
Lamego (Sé)
2.000
_
_
4.054
960
_
_
12.667
= Freguesias =
Cambres Parada do Bispo Penajoia
Freguesias
Bertiande
277
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
= Mondim da Beira = Que a produção vinicola da parte d’êste concelho tem decrescido, basta dizer que, segundo uma conta de dízimos, foi 4. [9]91 hectolitros no princípio do século XVI a produção da freguesia da sua sède, sendo a de 1892 apenas de 1. 554 hectolitros. = Oliveira de Frades = A produção vinicola d’êste concelho, antes da invasão do oidium, regulava por 47.670 hectolitros; em 1865, segundo documento oficial que d’êsse ano possuo foi de 20.770 hectolitros e é de 14: 510 hectolitros o numero que a representa na esta‑ tistica de 1892. = S. João d’Areias = Foi calculada na estatistica de 1892 a produção vinicola d’êste concelho em 1: 921 hectolitros, segundo um documento oficial que possuo de 1861, produziu n’êsse ano 6.700 hectolitros de vinho. = S. João da Pesqueira = É um dos concelhos de maior e mais notavel produção do Alto Douro, e também dos que mais sofreram com a filoxera. [Fl. 157] Na estatistica de 1892 acha‑se calculada a sua produção vinicola em 6.424 hectolitros, já superior à dos calculos feitos por Pery para o quinquenio de 1884 e 1888, mas em 1864 segundo um documento oficial do ano seguinte, que conservo em meu poder a sua produção regulou por 35.000 hectolitros. A comparação da produção vinicola actual com o vinho arrolado pela Companhia dos Vinhos do Alto Douro em 1843 dá o resultado seguinte:
Prod.(ução) de 1892 (hectolitros)
Arrolamento da Companhia de 1893 (hectolitros)
Casais
750
5.236
Castanheiro
85
7. 026
Desejosa
35
401
= Freguesias =
278
Transcrição e publicação José Luís Braga
Ervedosa
1.300
13. 017
Nagoselo
260
2. 101
1.110
3. 362
Serzedinho (sic)
85
2. 544
Soutelo
215
7. 453
Valença
75
8. 466
S. João da Pesqueira
S. Pedro do Sul A‑pesar‑de atacado pelo oidium e ainda mal tratado, a produção vinicola d’êste concelho em 1865, segundo um documento oficial que possuo d’êsse mesmo ano, foi de 56.905 hectolitros; na estatistica de 1892 calculei a sua produção em 34.060 hectolitros, que é superior à que [Fl. 158] consta de tôdos os documentos oficiais desde 1880. = Sattam = A media produção vinicola d’êste concelho antes da invasão do oidium era de 8. 000 hectolitros; na estatistica de 1892 acha‑se reduzida a 4.620 hectolitros. = Sinfães = Calculavamos em 21.406 hectolitros a sua produção de 1892, mas no decenio anterior à invasão do oidium, foi avaliada entre 38. 000 e 51. 000 hectolitros. = Taboaço = A produção vinicola d’êste concelho, em 1892, foi calculada em 4.980 hectolitros, numero êste superior à media calculada por Pery para as novidades de 1884 a 1888. Em 1865 foi calculada oficialmente essa produção em 10.211 hectolitros, e antes da invasão do oidium regulava por 16.188. Faz‑se melhor ideia do depauperamento da produção vinicola de parte d’êste concelho, pelo seguinte quadro, relativo a tres freguesias que enviaram amostras à prova da Companhia em 1843.
279
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Produção de 1892 (hectolitros)
Vinhos que representavam as amostras enviadas à prova da Companhia em 1843 (hectolitros)
Adorigo
400
5.289
Taboaço
500
4.617
Tavora
500
685
= Freguesias =
= Vizeu = Em 62.400 hectolitros era calculada a produção vinicola media d’êste concelho, antes da invasão do oidium. A estatistica de 1892 avalia‑a em 47 309 hectolitros e cumpre‑me notar que excede a media calculada por Pery para o quinquenio de 1884 a 1888. = Vouzela = A produção vinicola d’êste concelho, tal qual vem indicada nas informações que recebemos do administrador do concelho, foi, em 1892, de 14.837 hectolitros, superior como do concelho precedente, à calculada por Pery. Antes da invasão do oidium, regulava por 20.000 hectolitros.
280
= Districto da Guarda = Em 1892 produziram mais que a media concelhia de tôda a circunscripção, os concelhos de Almeida, Cêa, Gouveia e Mêda. No trienio de 1885 a 1887 excederam a produção vinicola media concelhia, os concelhos de Almeida, Gouveia e Pinhel e no quinquenio de 1884 e 1888 somente os concelhos de Gouveia e Pinhel. Os concelhos que na estatistica de 1892 tem produções vinicolas superiores às calculadas n’êsse quinquenio, foram os de Aguiar da Beira, Manteigas, Mêda e Sabugal, mas os dois primeiros não teem, nem podem ter, pela sua posição topografica, importancia n’este ramo de riqueza agricola. O concelho da Guarda é o mais notavel pela grande quebra que teve na sua produção vinicola em 1892, reduzida à quarta parte da media calculada por Pery [Fl. 159] e à terça parte do que eu calculei para o trienio de 1885 a 1887. Afora as diferenças de produção que se veem no mapa comparativo com que acompanhamos a estatistica d’êste districto dos dados que possuimos, e que mani‑ festam a diminuição da produção de 1892, comparadas com outras de épocas ante‑
Transcrição e publicação José Luís Braga
riores, referem‑se a 1865 e tiveram lugar somente para os concelhos de Fig.(ueira) de Castelo Rodrigo e Guarda, sendo n’êsse ano a produção, primeiro de 12.045 e a do segundo de 17.201 hectolitros. Resumo o que disse à cerca da produção compa‑ rada, com diversas epocas, dos concelhos d’esta circunscripção no seguinte mapa:
Districtos e Concelhos
Produção em 1892 (hectolitros)
= Viana =
Produções máximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros)
Quando tiveram lugar
Arcos de Val de Vez
27.588
52.706
Em 1851
Caminha
7.335
13.172
Idem
Melgaço
15.140
15.140
Em 1892
Monção
28.764
49.894
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Paredes de Coura
4.128
4.128
Em 1892
Ponte da Barca
10.232
25.555
Em 1851
Ponte de Lima
38.215
65.675
Idem
Valença
11.661
23.270
“
Viana do Castelo
29.118
49.962
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Vila Nova de Cerveira
6.357
16.782
Em 1851
178: 538
316: 284
Amares
21.168
21.168
Em 1892
Barcelos
79.671
85.213
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Braga
78.038
78.038
Em 1892
178: 177
184: 419
= Somas = = Braga =
= A transportar =
281
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 159] Districtos e Concelhos = Transporte =
Produções máximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros)
Quando tiveram lugar
178.877
184.419
Cabeceiras de Basto
36.827
41.934
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Celorico de Basto
53.026
63.966
Idem
Espozende
9.139
9.133
Em 1892
Fafe
29.576
29.576
Idem
Guimarães
66.390
70.112
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Povoa de Lanhoso
19.786
19.786
Em 1892
Terras de Bouro
6.425
6.425
Idem
Vieira
14.962
19.974
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Vila Nova de Famalicão
66.017
66.017
Em 1892
Vila Verde
25.749
25.749
Idem
506: 774
537: 097
Amarante
46.030
54.860
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Baião
18.655
18.655
Em 1892
Bouças
3.760
4.052
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Felgueiras
25.152
25.152
Em 1892
Gondomar
13.726
14.996
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Louzada
19.466
19.466
Em 1892
Maia
11.260
11: 260
Idem
25.4[8]2
34.969
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Paços de Ferreira
4.080
8.983
Idem
Paredes
16.582
28.091
Idem
Penafiel
33.335
49.984
“
Porto
2.951
3.015
“
= Somas = = Porto =
Marco de Canavezes
282
Produção em 1892 (hectolitros)
Transcrição e publicação José Luís Braga
Povoa de Varzim
3.990
4.220
“
Sto. Tirso
32.090
38.036
“
256: 559
315: 739
= A transportar =
Districtos e Concelhos = Transporte =
Produção em 1892 (hectolitros)
Prod.(uções) máximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros
Quando tiveram lugar
256,559
315,739
Valongo
5.119
8.040
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Vila do Conde
13.945
14.968
Idem
Vila Nova de Gaia
12.070
12.070
Em 1892
287.693
350.817
= Vila Real =
Alijó
54.835
55.102
Media de 1884 a 1888, mas havia sido m(ui).to maior em
Boticas
13.700
15.982
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Chaves
26.350
35.103
Idem
Mesão Frio
21.726
29.972
Idem
Mondim de Basto
22.025
27.895
Idem
Montalegre
2.300
4.100
Idem
Murça
16.960
57.469
Em 1865
Pêso da Régua
40.930
183.888
Em 1805
Ribeira de Pena
19.100
24.928
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Sabrosa
16.550
105.567
Em 1804
Sta. Marta de Penaguião
40.000
103.234
Idem
Vale Passos
32.950
45.200
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Vila Pouca d’Aguiar
3.860
9.818
Idem
Vila Real
42.460
51.443
Em 1865
353,746
749,701
= Somas =
= Somas =
283
V i n h o ,
H i s t ó r i a
= Bragança =
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Alfandega da Fé
1: 920
7.800
Em 1882
Bragança
2.673
38.272
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Carrazeda d’Anciães
18.487
18.487
Em 1892
Freixo d’Espada à Cinta
3.100
5.128
Media de 1884 a 1888 (Pery)
26.180
69.687
= A transportar =
[Fl. 160] Districtos e Concelhos = Transporte =
Prod.(uções) maximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros)
Quando tiveram lugar
26. 180
69.687
779
11.600
Em 1856
9.988
9.988
“ 1892
Mirandela
735
9.700
“ 1856
Mogadouro
7. 590
14.784
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Moncorvo
4. 890
15.941
Idem
Vila Flor
4. 460
27.000
Em 1881
Vimiozo
2. 459
7.888
Media de 1884 a 1888 (Pery.
Vinhais
925
76.928
Em 1865
58: 006
243: 516
1[2].565
26.103
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Albergaria a Velha
7.558
14.544
Med.(ia) do quinquenio antes do oidium
Anadia
14.920
67.400
Em 1884
Arouca
19.588
32.900
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Aveiro
1.068
8.000
Idem
Castelo de Paiva
25.749
31.934
Idem
Estarreja
6.270
6.270
Em 1892
Macedo de Cavaleiros Miranda do Douro
= Somas = = Aveiro = Agueda
284
Produção em 1892 (hectolitros)
Transcrição e publicação José Luís Braga
Feira
Med.(ia) do decenio antes do oidium
6.456
24.804
125
373
6.182
11.340
912
55.137
8.721
23.370
7.737
19.800
Idem
Ovar
1.242
1.460
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Sever do Vouga
6.044
30.720
Maxima do decenio antes da invasão do oidium
Vagos
1.254
1.254
Em 1892
124: 391
345: 409
Ilhavo Macieira de Cambra Mealhada Oliveira d’Azemeis “
do Bairro
= Somas =
Districtos e Concelhos
Produção em 1892 (hectolitros)
= Coimbra =
“
de 1884 a 1888 (Pery)
“
do decenio antes do oidium
“
de 1884 a 1888 (Pery)
“
do decenio antes do oidium
Produções máximas que constam dos documentos oficiais em meu poder Produção (hectolitros)
Quando tiveram logar (sic)
Arganil
8.176
39.339
Media do decenio antes do oidium
Cantanhede
11.961
70.987
Em 1884
Coimbra
1.165
19.178
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Condeixa a Nova
686
6.920
Figueira da Foz
11.508
5.855
Idem
Gois
965
9.156
“
Louzã
107
36.531
“
Mira
770
170
Em 1892
Miranda do Corvo
244
12.855
Media do decenio antes do oidium
Montemor o Velho
1.200
4.872
660
26.820
Oliveira do Hospital
“
do decenio antes do oidium
“
de 1884 a 1888 (Pery) “
do decenio antes do oidium
285
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Pampilhosa
2.075
2.268
Penacova
1.335
10.970
Idem
Penela
1.404
5.977
“
Poiares
830
14.590
Maxima do decenio antes do oidium
Soure
9.940
11.964
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Taboa
3.470
27.564
Idem
56:504
352: 616
Armamar
21.470
34. 980
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Carregal
9.321
22.000
Idem
Castro Daire
10.612
13.920
Maxima do decenio antes do oidium
Fragoas
510
600
Media de 1885 a 1887 (Taveira)
Lamego
32.000
66.662
Em 1884
Mangualde
20.638
41.915
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Moimenta da Beira
3.650
5.070
Idem
98: 201
185: 147
= Somas =
= Vizeu =
= A transportar =
286
&
“
de 1884 a 1888 (Pery)
Transcrição e publicação José Luís Braga
[Fl. 161] Districtos e Concelhos
Produção em 1892 (hectolitros)
Produções máximas que constam dos documentos oficiais que possuo Produção (hectolitros)
Quando tiveram logar (sic)
98.201
185. 147
Mondim da Beira
9.176
9.176
Em 1892
Mortagua
4.437
7.040
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Nelas
27.140
68. 020
Idem
Oliveira de Frades
14.510
47. 670
Media do decenio antes do oidium
Penalva do Castelo
31.941
61. 020
Penedono
17.388
17. 388
Em 1892
Rezende
17.451
20. 040
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Sta. Comba Dão
7.130
9.490
Idem
S. João d’Areias
1.921
6.700
Em 1861
6.424
55. 606
Em 1843
S. Pedro do Sul
24.060
56.905
Em 1865
Sattam
4.620
8.000
Media do decenio antes do oidium
Sernancelhe
5.208
5.208
Em 1892
Sinfães
21.406
51.000
Media do decenio antes do oidium
Taboaço
4.980
6.188
Idem
Tarouca
7.[...]57
7.557
Em 1892
Tondela
28.165
41.935
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Vizeu
47.309
62.400
Vouzela
11.837
20.000
403: 861
756: 490
= Guarda =
Aguiar da Beira
1.950
1. 95[0]
Em 1892
Almeida
16.790
19.360
Media de 1884 a 1888 (Pery)
= Transporte =
“ da Pesqueira
= Somas =
“
de 1884 a 1888 (Pery)
“ do decenio antes do oidium Idem
287
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Ceia
18. 900
19. 638
Idem
Celorico da Beira
8. 180
10.178
Idem
Fig.[ueira] de Castelo Rodrigo
6. 660
12.045
Em 1865
52: 480
63: 171
A transportar =
*** [Fl. XV] Carta das produções máximas em diversas épocas, segundo os apontamentos até hoje obtidos pela repartição dos serviços ampelográficos ***
Districtos e Concelhos
Prod.(uções) maximas que constam dos documen‑ tos oficiais que possuo Produção (hectolitros)
Quando tiveram lugar
52.480
63.171
Fornos d’Algôdres
8.891
16.100
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Gouveia
21.296
23.076
Idem
Guarda
3.012
17.201
Em 1865
740
740
Em 1892
Mêda
25.614
25.614
Idem
Pinhel
12.600
22.070
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Sabugal
11.165
11.165
Em 1892
Trancoso
8.567
11.936
Media de 1884 a 1888 (Pery)
Vila Nova de Fozcôa
8.615
9.880
Idem
152: 980
200: 953
=Transporte =
Manteigas
= Somas =
288
Produção em 1892 (hectolitros)
***
Transcrição e publicação José Luís Braga
Se as maximas produções precedentes, que são antes, produções normais em diversas épocas, se conservassem, a produção da circunscripção seria a seguinte: Maximas produções = Districtos =
Viana
316.284
Braga
537.097
Porto
350.817
Vila Real
749.701
Bragança
243.516
Aveiro
345.409
Coimbra
352.616
Vizeu
756.490
Guarda
200.953 = Total =
3: 852.883
[Fl. 162] = Capítulo VII = *** = Resumo = Procurei n’este capitulo resumir o que disse nos anteriores, indicando somente os dados estatisticos que me parecem mais interessantes à cêrca da produção vinicola dos nove districtos administractivos do Norte de Portugal, que, segundo decreto de 30 de Setembro de 1892, constituem uma das suas três circunscripções vinicolas. Somam as areas d’êsses districtos uma superficie de 3: 571: 958 hectares, dividida em duas partes aproximadamente eguais, separadas pelo rio Douro, sendo a do norte d’esta somente de 1: 819.128 e a do sul de 1: 751.958 hectares. – Produção vinícola total – A produção vinicola d’esta circunscripção foi calculada em 2.122: 702 hectolitros, na novidade de 1892, que se pode considerar normal actualmente, e por isso bem digna de detalhado estudo.
289
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
&
Essa produção acha‑se distribuida pelos nove districtos administractivos, da seguinte forma: Viana
178.738
hectolitros
Braga
506.784
“
Porto
287.693
“
Vila Real
353.746
“
Bragança
58.006
“
Aveiro
124.391
“
Coimbra
56.504
“
Vizeu
403.861
“
Guarda
152.980
“
2: 122.703
“
= Total =
= Produção vinícola por concelhos = Divide‑se a circunscripção vinhateira do norte de Portugal em 139 concelhos e em tôdos êles se cultiva a videira em maior ou menor escala. De tôdos, o que produziu mais vinhos em 1892, foi o de Barcelos, em que se colheram 79. 671 hectolitros d’êste género e o de menor produção foi o de Louzã que apenas figura nas estatisticas com 107 hectolitros. Pode classificar‑se a produção vinicola d’êsses 139 concelhos da seguinte forma:
Até 1000 hectolitros
De 1000 a 5000 hectolitros
De 5000 a 10 000 hectolitros
De 10 000 hectolitros a 20 000 hect.(olitros)
De 20 000 a 30 000 hectolitros
De 30 000 a 40 000 hectolitros
De 40 000 a 50 000 hectolitros
De 50 000 a 60 000 hectolitros
De 60 000 a 70 000 hectolitros
De 70 000 a 80. 000 hectolitros
Viana
_
1
2
3
3
1
_
_
_
_
10
Braga
_
_
2
2
3
1
_
1
2
2
13
Porto
_
4
1
7
2
2
1
_
_
_
17
Vila Real
_
2
_
4
3
1
3
1
_
_
14
Districtos Administrativos
290
Número dos concelhos
Produção vinicola em 1892
Transcrição e publicação José Luís Braga
Bragança
3
6
2
1
_
_
_
_
_
_
12
Aveiro
2
3
7
3
1
_
_
_
_
_
16
Coimbra
7
6
2
2
_
_
_
_
_
_
17
Vizeu
1
5
6
5
5
3
1
_
_
_
26
Guarda
1
2
5
4
2
_
_
_
_
_
14
14
29
27
31
19
8
5
2
2
2
139
= Somas =
Êste quadro prova evidentemente que é ao norte do Douro, com excepção do districto de Bragança, que se encontram os concelhos de maior produção vinicola. = Produção vinicola media concelhia = A produção vinicola media concelhia foi de 15.271 hectolitros em 1892, na circunscripção vinhateira de que me estou ocupando, excedendo‑a 51 concelhos.
concelhia (litros)
Dos concelhos inf. (eriores) à media prod. (ução)
Dos concelhos sup. (eriores) à media prod. (ução)
Do districto (litros)
do districto
districto
Percentagem por 100 da sua prod.(ução) para a
Percentagem por 100 da sua area para a do
Soma das suas
prod.(uções) vinicolas (hectolitros)
(hectares)
Soma das suas superficies
Número
do districto
districto
Percentagem por 100 da sua prod.(ução) para a
Administractivos
Número
Districtos
Percentagem por 100 da sua area para cada
Soma das
hectare
suas prod.(uções) vinicolas (hectolitros)
Produção por
à prod.(ução) media concelhia
(hectares)
Concelhos de prod.(ução) vinícola inferior
à prod.(ução) media concelhia
Soma das suas superficies
Concelhos de produção vinicola superior
concelhia (litros)
[Fl. 163] As relações das produções vinicolas concelhias para com essa media acham‑se resumidas no mapa seguinte:
Viana
4
135.696
123.685
60
69
7
88.608
51.053
40
31
80
91
62
Braga
10
208.565
476.258
76
94
3
65.255
30.526
24
6
185
229
46
Porto
8
138.149
216.792
60
75
9
91.058
70.901
40
25
125
157
78
Vila Real
11
28[7].642
333. 886
65
94
3
157.081
19.860
25
6
80
116
12
Bragança
1
24.349
18.487
4
31
11
642.584
39.519
96
69
9
76
6
Aveiro
2
49.796
45.237
21
70
14
241.065
79.054
79
30
42
91
32
291
V i n h o ,
H i s t ó r i a
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
&
Coimbra
_
_
_
_
_
17
388.310
56.504
100
100
14
_
14
Vizeu
11
251.542
298.968
51
74
14
245.723
104.893
49
26
81
119
43
Guarda
4
116.636
82.600
21
54
10
439.027
70.380
79
46
28
71
16
Somas e medias =
51
1.212: 375 1.596: 013
57
45
88
2.358: 711 526.690
43
55
59
131
22
Produção por paroquias Os 139 concelhos d’esta circunscripção compoem‑se de 2816 freguesias, com superficies variando entre limites muito afastados não só de districto para districto mas até dentro do mesmo concelho. D’aqui resulta que o conhecimento da produção d’uma paroquia não dá a medida aproximada da sua intensidade que contudo se não pode apreciar por outra forma, pela circunstância de se não haver ainda determinado as areas paroquiais. A freguesia de Sanfins do Douro, no concelho de Alijó, foi de tôdas a que produziu mais vinho em 1892, elevando essa produção até 16. 500 hectolitros. Para facilitar o estudo da produção paroquial, dividi as freguesias em 2 grupos; um d’aqueles em que a produção é muito sensivelmente superior as necessidades do seu proprio consumo; outro das restantes. As do primeiro são as que, sob ponto de vista da quantidade da produção tem importância comercial; as do segundo podem tê‑la pela qualidade dos seus vinhos, facto que se dá em algumas do Alto Douro, mas d’estas não nos podemos ocupar n’este estudo, porque a estatistica que lhe serve de base não as separa. [Fl. 164]
292
O consumo é extremamente variável d’umas para outras paroquias, pois entre elas ha diferenças enormes de população, e isto, pondo de parte o consumo medio por habitante, que varia com diferentes causas, sendo uma das principais a qualidade dos vinhos. É pois difícil estabelecer regras fixas para julgar, pela produção d’uma paroquia, se tem ou não importância comercial; pode considerar‑se, contudo, geralmente, n’esta circunscripção, que a têm as paroquias cuja produção vinicola não baixa de mil hectolitros. Resumo os muitos detalhes do capitulo primeiro, à cerca d’êste assunto, no seguinte mapa:
Transcrição e publicação
1
1
_
_
_
_
_
_
Vila Real
44 15
5
9
7
5
5
2
1
2
Bragança
17
1
_
_
_
_
_
_
_
1
Media (hectolitros)
_
1
Minima (hectolitros)
1
_
Maxima (hectolitros)
1
4
Superficie media das freguesias (hectares)
6
82 14
4.370
621
_
46
33
26
83
49
36
343.183
65
16
36 109 72
96 180.812
55
9
521
536
9.427
973
_
159.330
55
9
32 103 70
59 128.363
45
5
379
607
5.070
759
_
315.226
89
17
21
38
15
18
38.520
11
51 255 1.737 16.500 1.387 _
31.880
55
158 35
20
12
6
26.126
45
58 308 2.117 3.900
Percentagem por 100 para a produção total
129 31 13
Porto
781
81.849
Produção (hectolitros)
Braga
13 288
de 700 a 999 hectolitros
_
de 500 a 699 hectolitros
_
De 200 a 499 hectolitros
_
De 100 a 199 hectolitros
De mais de 10.000 hectolitros
_
De menos de 100 hectolitros
De 9.000 a 9999 hectolitros
_
Percentagem por 100 para a produção total
De 8.000 a 8999 hectolitros
_
Viana
Produção (Hectolitros)
De 7.000 a 7999 hectolitros
2
De 5.000 a 5999 hectolitros
3
Numero
De 6.000 a 6.999 hectolitros
6
De 3000 a 3999 hectolitros
37
De 4.000 a 4.999 hectolitros
De 1.000 a 1999 hectolitros
De 2.000 a 2.999 hectolitros
Districtos Administrativos ***
Numero
Produção vinicola paroquial nas novidades de 1892
Numero de freguesias de produção nula
Freguesias de prod. (ução) inferior a 1.000 hectolitros
Freguesias de prod.(ução) não inferior a 1. 000 hectolitros
Numero de freguesias
José Luís Braga
96.889
54
188
_
Aveiro
33
7
5
1
_
_
_
_
_
_
84.727
68
36
27
38
13
17
39.664
32
4
181 1.601 4.348
687
_
Coimbra
9
1
2
2
1
_
_
_
_
_
35.632
63
100 33
26
6
1
30.765
37
6
187 2.077 4.014
302
_
Vizeu
92 25 17
3
3
3
3
1
1
_
339.270
84
32
36
73
17
29
64.081
16
30 365 1.366 9.500 1.106 _
Guarda
24
2
2
1
_
_
_
_
83.410
55
56
41
79
30
23
69.570
45
65 332 1.715 6.520
= Totais = 467 105 54 25 15 10
8
1.474: 507
69
457 287 569 284 285 674.791
5
4
_ 4
461
_ 3
2
_ _
31 341 2.816 1.267 16.500 755
_
= Vinhos brancos e tintos = Em toda a circunscripção poucos vinhos brancos se produzem; não são frequentes os concelhos em que a colheita d’êstes vinhos excede 5 por cento da sua produção vinicola e raríssimos são aqueles em que predominavam sôbre os tintos. Em 1892 só nos de Murça, Vila Flor, Figueira da Foz, Rezende e Vila Nova de Fôz Coa se deu êste facto. A novidade de 1892, que foi normal para o segundo d’êstes dois grupos de vinhos, foi escassíssima para os brancos em muitos concelhos, por terem as castas que os produzem sofrido com o mildio, o que não aconteceu às tintas. Segundo a estatistica, a distribuição por côres dos vinhos da novidade 1892, é a seguinte: Vinhos brancos (hectolitros)
Vinhos Tintos (hectolitros)
Prod.(ução) vinicola total (hectolitros)
Viana
4.263
174.475
178.738
Braga
5.133
501.651
506.784
‑ Districtos ‑
293
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Porto
5.593
282.100
287.693
Vila Real
34.826
318.920
353.746
Bragança
15.477
47.529
58.006
Aveiro
1.335
123.056
124.391
Coimbra
10.394
46.110
56.504
Vizeu
29.892
373.969
403.861
Guarda
19.760
133.220
152.980
121.673
2.001: 030
2: 122.703
= Somas =
[Fl. 165] = Regiões vinhateiras = São sete as regiões vinhateiras em que dividi o paiz no plano para a sua divisão em circunscripções vinicolas, caracterizando‑as pelas qua‑ lidades dos seus vinhos, pelos sistemas culturais da videira e pelas suas posições corograficas. Os 9 districtos administractivos do norte de Portugal incluem 3 d’essas regiões e parte da quarta, as primeiras são aquelas que denominei do Minho ao Vouga, Transmontanense e Alto Douro, a última é a Beirense. As superficies que cada uma d’essas regiões ocupa na circunscripção e a sua produção em 1892, constam do seguinte mapa: Superficies (hectares)
Prod. (ução) em 1892 (hectolitros)
Districtos administractivos da circunscripção do Norte, que entrou nas regiões
Minho ao Vouga
1.287: 915
1.247: 544
Viana, Braga e Porto completos, parte dos de V.(ila) Real, Aveiro e .
Transmontanense
773: 848
131.649
Parte dos de V.(ila) Real e Bragança.
Alto Douro
312: 488
303.328
Parte dos de V.(ila) Real, Bragança, Vizeu e Guarda
1: 196: 835
440.188
Todo o de Coimbra, parte dos de Aveiro, Vizeu e Guarda.
2.571: 086
2.122: 703
Regiões vinicolas
Beirense (parte)
294
– Somas –
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Centros vinicolas = Quando muitas paroquias vizinhas têm importancia comercial pela sua produção vinicola, o seu conjunto forma um trato que necessariamente ha‑de chamar a atenção do comercio de vinho. É a êsses territorios que denomino comarcas vinicolas ou centros vinicolas importantes. Êsses centros acham‑se representados no êsboço da carta vinícola com que acompanho êste estudo por côres intensas. Ha como n’êle se vê, pequenos centros isolados, formados muitas vezes somente por parte d’uma freguesia. A êstes, desaparece a importancia comercial, limitando‑se ao pequeno comercio local. No seguinte quadro indico os centros vinicolas de cada região, com as suas areas e produções em 1892. Regiões e centros vinicolas
Superficies (hectares)
Prod.(ução) vinicola em 1892 (hectolitros)
Região do Minho ao Vouga
Melgaço
2.000
11.000
Melgaço
Monção
5.880
22.000
Monção e Valença
Arcos de Val de Vez
2.710
13.000
Arcos de Val de Vez
Ponte de Lima
8.085
20.000
Ponte de Lima
Cavado
31.000
153.000
Amares, Povoa de Lanhoso, Braga, V.(ila) Verde, Barcelos e Espozende
Alto Ave
3.000
9.024
Vieira
Concelhos em que se acham
Ave
46.000
135.000
Povoa de Lanhoso, Fafe, Guimarães, V.(ila) Nova Famalicão, Felgueiras, Louzada, S. Tirso, Vila do Conde e Povoa de Varzim
Leça
2.500
9.000
Valongo, Bouças e Maia
Sousa
6.000
24.000
Penafiel, Lousada e Paredes
190.000
Boticas, Ribeira de Pena, Mondim de Basto, C. (abeceiras) de Basto, Celorico de Basto, Amarante, Marco de Canavezes e Penafiel
Tamega
64.500
295
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Beira Douro
38.500
100.000
Baião, Marco de Canavezes, Penafiel, Gondomar, Porto, Rezende, Sinfães, Arouca, Feira e V.(ila) N.(ova) de Gaia
Arouca
5.750
12.000
Arouca
215.925
698.024
= A Transportar =
[Fl. 166] Regiões e Centros Vinícolas – Transporte –
Prod. (ução) vinicola em 1892 (hectolitros)
215.925
698.024
Concelhos em que se acham
90.000
Vizeu, S. Pedro do Sul, Vouzela, O. (liveira) de Frades, Sever do Vouga, Maciera de Cambra, Agueda, Albergaria a Velha e Estarreja.
15.160
58.000
Melgaço, Valenca, Caminha, V. (iana) do Castelo, Espozende, Barcelos, P. (onte) do Lima, P. (onte) da Barca, Fafe, Vila do Conde, Sto. Tirso, Valongo, Paredes, Felgueiras, Boticas, Amarante, Castro Daire, Macieira de Cambra e Vouzela
280.335
846.024
Alto Tamega
10.250
16.000
Chaves e Boticas
Valle Passos
11.000
28.280
Vale Passos
Vila Real
6.250
19.000
Vila Real
Murça
5. 000
15. 000
Murça
Miranda do Douro
12.500
11.300
Miranda do Douro e Mogadouro
Pequenos centros Vinicolas
3.000
7.340
Chaves, V. (ila) Flor e Vimiozo
48.000
96. 920
Vouga
49.250
Pequenos centros vinicolas
– Somas – Região Transmontanense
Região do Alto Douro
296
Superficies (hectares)
Central e Ocidental
63.750
246.211
Carrazeda d’Anciães, Alijó, Sabroza, V. (ila) Real, Sta. Marta de Penaguião, Pêso da Regua, Mezão Frio, Rezende, Lamego e Armamar
Numão e Vilarinho
4.000
4.725
Carrazeda d’Anciães e V.(ila) Nova de Fozcôa
Transcrição e publicação José Luís Braga
Pequenos centros vinicolas – Somas –
12.500
14.960
Armamar, Taboaço, S. João da Pesqueira, Vila N. (ova) de Fozcôa, Fig.(ueira) de Castelo Rodrigo, Freixo d’Espada à Cinta e Moncorvo
80.250
265.896
Regiões e centros vinicolas
Superficies (hectares)
Prod. (ução) vinicola em 1892 (hectolitros)
Região Beirense (parte)
Alto Varoza
5.000
14.000
Mondim da Beira e Tarouca
Mêda
16.750
40.200
Mêda e Penedono
Alto Mondego
7.500
4.200
Celorico da Beira e Fornos d’Algodres
Dão e Mondego
113.750
175.000
Sattam, Penalva do Castelo, Mangualde, Vizeu, Tondela, Sta. C. (omba) Dão, S. João d’Areias, Carregal, Nelas, Cêa e Gouveia
Bairrada
27.000
25.000
Agueda, Anadia, O. (liveira) do Bairro e Cantanhede
Sul do Mondego
12.500
18.000
F. (igueira) da Foz e Soure
Concelhos em que se acham
Pequenos centros vinicolas
15.500
37.800
Almeida, Pinhel, Trancoso e Sabugal, F.(ornos) d’Algodres, Cêa, Arganil, Pampilhosa, Mortagua e Can
=Somas=
198.000
314.200
= Territorios de mediana, pequena produção e de produção nula = O esbôço da carta vinícola indica por côres leves os territorios de mediana produção. Assim, denominamos aqueles tratos em que a produção ordinariamente chega bem para o consumo, e em muitos anos até dá sobras. A parte não aguarelada do êsboço, representa as freguesias em que a videira tem cultura sem importância, sob o ponto de vista da quantidade da produção e por isso, poucos anos deixam de importar vinhos, das comarcas vinicolas vizinhas para o seu consumo. Finalmente, na parte aguarelada a sépia, compreendem‑se as freguesias em que se não cultiva a videira.
297
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
[Fl. 167] Nos tres quadros em que termino o capítulo segundo, indico as àreas que d’êstes diversos territorios se encontram em cada um dos districtos administractivos da circunscripção, e bem assim, as que pertencem a cada região e as produções vinicolas respectivas. = Intensidade da produção = A intensidade da produção como se acha calculada n’este estudo não é por uni‑ dade de superficie da vinha, mas sim pelas totalidades das circunscripções adminis‑ tractivas e vinicolas. A produção media, por hectare, de tôda a circunscripção que, por êste sistema de cálculo, é o quociente da sua produção vinicola pela superficie total, regula por 59 litros. O districto de maior produção é o de Braga, e aquêle em que ela é menor, o de Bragança; O primeiro atinge 185 e o segundo apenas 9 litros. O concelho mais produtor, em relação à sua superficie, é o de Santa Marta de Penaguião, cuja intensidade productiva regula por 574 litros. A intensidade da produção por concelhos resume‑se, para esta circunscripção, no mapa seguinte:
298
Transcrição e publicação José Luís Braga
até 10 litros
De 11 a 50 litros
De 51 a 100 litros
101 a 200 litros
201 a 300 litros
De 301 a 400 litros
De 401 a 500 litros
De 501 a 600 litros
Produção concelhia por hectare
Viana
_
2
5
3
_
_
_
_
Braga
_
1
2
4
3
2
1
_
Porto
_
3
3
9
2
_
_
_
Vila Real
1
3
3
4
_
1
1
1
Bragança
7
4
1
_
_
_
_
_
Aveiro
4
8
3
_
_
1
_
_
Coimbra
10
7
_
_
_
_
_
_
Vizeu
1
7
7
8
3
_
_
_
Guarda
4
6
3
_
1
_
_
_
27
41
27
28
9
4
2
1
Districtos Administractivos
= Somas =
Em 1892 a intensidade da produção por hectare variou, para as quatro regiões vinicolas, da segunda forma: Região do Minho ao Vouga
97 litros
“
Transmontanense
17 “
“
do Alto Douro
97 “
“
Beirense (parte)
37 “
A intensidade da produção nas comarcas vinicolas é muito maior, chegando na de Melgaço, a 5.500 litros por hectare. Para se poder comparar a produção vinicola dos 9 districtos do Norte de Portugal, com as diversas circunscripções dos paises que mais vinhos exportam, calculei, com grande detalhe, a intensidade da produção nos departamentos vinicolas francêses,
299
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
nas provincias espanholas, e nas regiões agrícolas italianas, chegando‑se [Fl. 168] a concluir d’essa comparação que ha n’estas circunscripções extensos tratos em que a cultura é muito mais desenvolvida que no norte de Portugal, e a vinha também mais productiva, porque, sem o concurso d’estas duas condições, não se realizaria a enorme produção d’algumas d’elas. Se assim não fôra seria impossivel que, enquanto o districto de Braga, dos nove do norte de Portugal o mais produtivo em egualdade de superficies, produz 185 litros por hectare, o departamento do Herault colhe nada menos de 1.138 litros, notando que essa produção é numa superficie de 273. 820 hectares no districto português é de 619.800 no departamento francês. Acima da intensidade da produção das regiões Duriense e do Minho ao Vouga, está a dos departamentos franceses do Herault, Audepirinéus, Orientais, Gard, Bocas do Rodano, Vars, Gers, Gironda, Pery de Dôme, e Rodano, numa area de 6.107: 800 hectares. São‑lhe também superiores as intensidades da produção das provincias espanholas de Zamora, Logronho, Navarra, Valladolid, Saragoça, Barcelona, Lerida, Tarragona, Madrid, Cidade Real, Alicante, Castellon, Valencia e as das Ilhas Baleares, que medem uma area de 13: 361: 100 hectares. Excedem também essa media as regiões italianas do Piemonte, Emilia, Marchas, Umbria, Toscana, Lacio, a do Meio‑Dia e a da Sicilia, numa superficie de 21.140: 000 hectares. Finalmente, a Dalmacia com uma extensão de 1. 743: 580 hectares também as ultrapassa. = Produção por habitante = Para se poder fazer ideia das sobras maiores ou menores [Fl. 169] que poderá haver na produção vinicola das diversas circunscripções administractivas, fiz o calculo da produção por habitante para cada uma d’elas. Regula a produção vinicola de tôda a circunscripção por 80 litros para cada um dos seus habitantes, elevando‑se mais nos districtos de Braga, Vila Real, Vizeu e Viana e descendo da media nos restantes. No de Braga atinge 154 litros por cabeça; é a de maior produção; no de Coimbra que é o de menor produção desce a 18 litros. Calculando a produção por cabeça para o[s] 139 concelhos da circunscripção é o de Sta. Marta de Penaguião que atinge maior quantidade: chega n’êle a 368 litros.
300
Transcrição e publicação José Luís Braga
Os limites em que estas produções concelhias por habitante se acham são os seguintes:
até 10 litros concelhos
De 11 a 50 litros concelhos
De 51 a 100 litros concelhos
101 a 200 litros concelhos
201 a 300 litros concelhos
De 301 a 400 litros concelhos
Prod.(ução) vinícola por habitante
Viana
_
1
7
2
_
_
Braga
_
_
3
7
3
_
Porto
1
4
7
5
_
_
Vila Real
_
2
1
4
5
2
Bragança
4
6
_
2
_
_
Aveiro
4
4
6
1
1
_
Coimbra
8
8
1
_
_
_
Vizeu
1
6
9
7
3
_
Guarda
1
4
6
2
1
_
19
35
40
30
13
2
Districto Administractivo
= Somas =
= Consumo = Na organização da estatistica tentei determinar o consumo para cada concelho da circunscripção, mas foram tão desencontradas as informações que recebi de concelhos limitrofes e nas mesmas condições, que entendi seria preferível deixar sem solução o problema, a usar dados colhidos, sendo melhor que, quem o quizer resolver, empregar coeficientes empíricos, como até aqui; notarei, porém, que, se aplicarmos num só coeficiente aos diferentes concelhos da circunscripção, o resultado sairá disparatado, porque o consumo varia muito d’uns para os outros, por diversas circunstâncias, entre as quais figura, em primeiro lugar, a qualidade dos vinhos, extremanente variável nestes districtos, onde ha tipos desde o vinho verdís‑ simo d’alguns pontos do Minho, até aos finíssimos do Alto Douro.
301
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
A ‑ pesar ‑ da pouca importância que me merecem muitas das informações que obtive sôbre o consumo, a comparação dos dados fornecidos, com a produção por habitante, indica quasi sempre com verdade, os concelhos em que houve sobras da produção para o consumo. Resumirei no seguinte mapa o resultado d’essa comparação. Conselhos em que a prod. (ução) excedeu o consumo em 1892
Concelhos em que o consumo excedeu a produção ‑ 1892
Viana
19
1
Braga
13
0
Porto
12
5
Vila Real
12
2
Bragança
6
6
52
14
Conselhos em que a produção excedeu o consumo em 1892
Concelhos em que o consumo excedeu a produção ‑ 1892
52
14
Aveiro
10
6
Coimbra
6
11
Vizeu
24
2
Guarda
10
4
102
37
Districtos Administractivos
‑ Transportar
Districtos Administractivos = Transporte =
= Somas =
Preços = Os preços medios do hectolitro de vinho no meses d’Outubro de 1892 a Fevereiro de 1893 oscilaram, para os diversos concelhos d’esta circunscripção, entre mil reis em Albergaria a Velha e 8059 reis em Vila Nova de Fozcôa. Os preços medios ditritais por hectolitro foram os seguintes:
302
Transcrição e publicação José Luís Braga
Viana
3.544
reis
Braga
2.736
“
Porto
2.778
“
Vila Real
5.060
“
Bragança
5.977
“
Aveiro
3.753
“
Coimbra
4.704
“
Vizeu
3.814
“
Guarda
4.228
“
E os preços medios regionais, também por hectolitro, os seguintes: Região do Minho ao Vouga
2.885
reis
“
Transmontanense
4.735
“
“
Do Alto Douro
5.815
“
“
Beirense
4.293
“
Nos centros vinicolas foi mínimo o preço [Fl. 170] medio de 1800 reis dos vinhos do Alto Ave, e maximo o preço medio de 7.240 reis por hectolitro em Numão. Dos preços medios paroquiais nenhum excedeu 16.000 reis sendo êste o de Casal de Loivos, Vilarinho, Vilarinho de Cotas e Vale de Mendis. A comparação dos preços dos vinhos da circunscripção do norte de Portugal com as estrangeiras na mesma época, prova o seguinte: 1º Que os vinhos portugueses eram geralmente muito mais caros que os hespa‑ nhois e que muitos dos da Italia, principalmente os da sua parte meridional, sendo mais elevados também que os do Sul de França e que os argelinos; 2º Que regulavam pelos preços dos nossos muitos vinhos do centro e do norte da Italia e os da Sicilia; 3º Que regulavam pelos nossos melhores preços medios e até os excediam os dos vinhos do Rheno, os bons da Hungria, os de Bordeus e alguns italianos. = Valor da Produção Vinícola = O valor da produção vinicola de 1892 foi calculado n’esta circunscripção em 7.875: 899$56 reis. O districto administractivo cuja produção vinicola se inventariou mais alta, foi o de Vila Real, onde chegou a 1.790: 025$ 516 reis e o districto administractivo de
303
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
menos importância sôb este ponto de vista foi o de Coimbra, em que êsse valor apenas atinge 265.817$936 reis. Aplicados os preços às produções regionais, a do Minho ao Vouga atinge um valor de 3. 599: 164$440 reis, quasi egual à soma [Fl. 171] dos valores das produções vinicolas das regiões do Alto Douro e Beirense, que não diferem muito uma da da outra, regulando o valor da primeira por 1.763: 817$ 430 reis e o da segunda por 1.889: 559$684. O valor dos vinhos da região Transmontanense foi de 623. 358$ 015 reis. Determinados os valores dos vinhos produzidos pelos centros vinicolas, consoante se acham indicados no esbôço, os que excedem cem contos de reis são os seguintes: Cávado
501.993$000
Reis
Ave
419.585$000
“
Tamega
531.240$000
“
Beira Douro
299.100$000
“
Vouga
267.748$000
“
Vale Passos
154.917$840
“
1.407: 342$076
“
Mêda
146.569$200
“
Dão e Mondego
751.450$000
“
Bairrada
138.025$000
“
Douro Central e Ocidental
= Produção de 1892, comparada com a de épocas anteriores = É difícil esta comparação pela falta que ha de dados estatisticos merecedores de crédito; contudo, da comparação da produção de 1892 com as dos anos anteriores que consegui obter, reconhece‑se a verdade do seguinte: = Districto administrativo de Viana = Em quasi tôdos os seus concelhos, a‑pesar ‑das muitas plantações que se teem feito, a produção ainda não atinge [Fl. 172] a que havia antes da invasão do oidium. = Districto administrativo de Braga = Pode afirmar‑se que é, desta circunscripção, o districto onde a viticultura mais se tem desenvolvido, sendo indubitável que a sua produção actual é superior à que foi noutras épocas.
304
Transcrição e publicação José Luís Braga
= Districto Administractivo do Porto = Não ha duvida de que a viticultura tem n’êle melhorado muito; contudo, a julgar pelas medias calculadas por Gerardo Pery para o quinquenio de 1884 a 1888, houve, em 1892 uma quebra na produção vinicola de muitos concelhos, em relação a essas medias, algumas das quais me parecem um tanto exageradas. = Districto Administractivo de Vila Real = A produção vinicola tem diminuido bastante em tôdos os seus concelhos, resultando esta diminuição dos estragos do oidium e principalmente dos da filoxera e d’outras fitonoses que ultimamente teem atacado a videira. = Districto Administractivo de Bragança = É enorme a quebra que tem sofrido a sua produção vinicola, proveniente da filoxera. = Districto Administractivo de Aveiro = A parte que pertence à região do Minho ao Vouga está longe de chegar à produção que já teve antes da invasão do oidium; a da região Beirense tem sofrido muitissimo, n’estes ultimos anos com a filoxera, sendo em 1892 extraordinária a quebra da sua produção vinicola. [Fl. 173] = Districto Administractivo de Coimbra = Tem tido grandíssimas perdas na sua produção vinicola, devidas, na parte ainda pertencente à Bairrada e na parte marginal ao Mondego, aos estragos enormes que a filoxera lhe tem feito n’estes últimos anos e no restante ao oidium, que destruiu vinhedos que nunca mais se restauraram. = Districto Administractivo de Vizeu = Na parte que pertence à região Duriense, os estragos datam da entrada da filoxera em Portugal; na bacia do Mondego, incluindo a do Dão, são mais recentes, mas já muito graves, e na bacia do Vouga (região do Minho ao Vouga) a‑pesar‑dos aumentos que tem tido na produção n’este último decénio, ainda está distante da que tinha antes da invasão do oidium. = Districto Administractivo da Guarda = Desde que a filoxera o invadiu, os seus estragos tem sido incessantes dando lugar, n’estes ultimos anos, a uma depressão bem sensível na sua produção vinicola. = Conclusão = Para se seguir caminho seguro na regeneração d’um paiz, é indispensavel conhecê ‑lo, se não sob tôdos os aspectos, pelo menos n’aqueles em que pretendemos reformar; ora, o nosso, carecendo, talvez mais que nenhum da Europa de melhorar a sua eco‑ nomia rural, é preciso, sem perda de tempo, estudar a actual situação [Fl. 174] economica da sua agricultura, como base das reformas que se hajam de operar.
305
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
Tentei, n’este modesto trabalho, coligir alguns materiais para essa obra, esco‑ lhendo das industrias agrícolas, aquelas de que mais ha a esperar. Oxalá se realizasse o meu intento e possam êles aproveitar aos que estudam a resolução dos importantes problemas de que depende o nosso futuro económico. Sem querer, por forma alguma, ultrapassar n’este estudo, os limites que lhe tracei, entrando na apreciação dos resultados que se deduzem d[…] dados estatísticos, que obtive, não posso deixar ao termina‑lo, de indicar algumas consequências que se me afigura evidência: tais são as que passo a expor: Viu‑se que n’esta circunscripção ha territorios em que a videira, tanto agora como em épocas anteriores, teve sempre limitadíssima cultura, encontrando‑se contudo alguns tratos entre êles, que não deixam dúvidas do quanto são apropriados para a vegetação da formosa ampelidea. Estes são, porém, mais frequentes nas zonas classificadas de mediana produção, e ainda os ha, e não poucos, nas comarcas vinhateiras que cicunscrevemos. Enquanto aos actuais vinhedos e aos terrenos que já os tiveram podem dividir‑se nos seguintes grupos: [Fl. 175] 1º ‑ Aqueles em que a cultura da videira nunca teve desenvolvimento superior ao actual; 2º ‑ Aqueles em que esta cultura se fazia em grande escala mas decaiu com a invasão do oidium, sem nunca mais voltar ao estado prospero que tiveram; 3º ‑ Aqueles que foram devastados pela filoxera mais de 5 anos e ainda se conservam relativamente decadentes, a‑pesar‑das replantações e tratamentos que se teem feito em alguns d’êles; 4º ‑ Aqueles em que os estragos d’essa fitonose datam de épocas recentes, achando‑se no caminho de perder a sua principal riqueza. Em tôdos êstes grupos ha terrenos em que a cultura da videira é evidentemente vantajosa e outros que lhe não são tão adequadas: mas, em que é substituível sem grande prejuizo e outros que só para ela servem. N’este ultimo caso acham‑se os de algumas paroquias do Alto Douro, pertencentes ao 3º dos grupos precedentes, e basta atender aos altíssimos preços por que se vendem os poucos vinhos que ainda produzem, para se reconhecer que pertencem à região previligiadíssima e sem rival.
306
Transcrição e publicação José Luís Braga
As condições economicas e as situações que d’ela resultam, variam muito n’êsses diferentes tratos, e a proteção oficial, [Fl. 176] indispensavel no estado decadente da nossa agricultura, será tanto mais eficaz e proveitosa quanto melhor se amoldar a essas diversas situações. Portanto, a legislação destinada a proteger esta indústria e muito especialmente o ramo de que me ocupo, para ser verdadeiramente benéfica, não deverá ter um caracter genérico, mas sim acompanhar bem a situação actual que é transitoria, de cada trato. Só assim se conseguirá, com a necessaria brevidade, arrancar do inculto e do marasmo, muitos terrenos, perdidos com gravíssimo prejuizo da nossa economia e finanças. Outra conclusão que d’êste estudo se tira, é que os nossos vinhos são, geralmente, mais caros que os francêses, italianos e espanhois e que pouco valera se limitassemos a nossa produção vinicola ao consumo; mas não é assim, e a novidade de 1892, como se viu, excede‑o muito na circunscripção do Norte de Portugal, como também o provam as estatisticas aduaneiras, que acusam uma importante exportação dos vinhos d’êsse ano. É com êsses abundantíssimos vinhos de preços baixos, que o comercio de França, Itália e Espanha prepara as grandes massas d’êstes genero para exportação. Houve pois, necessariamente, a concorrência d’êsses vinhos com os nossos nos mercados estrangeiros, e a preferência dada a [Fl. 177] êstes, que não podiam deixar de ser mais caros, só se pode explicar pela melhoria na qualidade. A sua reputação achou‑se, portanto, já estabelecida n’alguns mercados impor‑ tantes, e é provável que pelos mesmos motivos, a adequiram n’outros a que ainda não concorreram, logo que sejam acompanhados d’uma propaganda inteligentemente dirigida, mas, para êsse fim, é indispensável que tanto a viticultura como o comercio, não saiam do trilho até hoje seguido, sacrificando a qualidade à quantidade, pois seria muito para desejar, mas é difícil e muitas vezes impossível, conseguir que a mesma vinha eleve a sua produção ao maximo de que é suscetível, sem que o seu produto desça do apreço em que é tido. Longe de mim a ideia de que se não trabalhe para aumentar a intensidade da produção dos nossos vinhedos; isso pode conseguir‑se, actualmente, em quasi tôdos, sem depreciar a qualidade dos seus vinhos; creio até que, com a adopção de castas mais distintas, de métodos culturais mais perfeitos e de métodos culturais mais perfeitos e de melhores processos de vinificação obteremos, simultaneamente, os dois desideratuns; o que julgo necessário é que nos acautelemos com o caminho da
307
V i n h o ,
H i s t ó r i a
&
Douro 04 • 2 0 1 5 P a t r i m ó n i o
feracidade, atraente mas muitas vezes ilusório, desviando‑nos d’êle, logo que o antagonismo [FL. 178] da abundância com a qualidade se manifeste; deixemos aquêle somente às localidades onde haja grandes falhas de vinhos para consumo e sejam difíceis de abastecer, ou para aquelas em que os destinam à caldeira. Ha regiões vinicolas nos paizes estrangeiros, sobretudo em França e na Italia, d’onde podemos colher lição proveitosíssima, mas não são essas aquelas a que me refiro nas linhas precedentes. Se a qualidade é pois, actualmente, a causa da preferência dos nossos vinhos, baixá‑la, será o seu descrédito, e tanto basta para se reconheça quão perigosíssimo será para a nossa viticultura e comercio, exportar como vinhos portugueses, as suas lotações com os estrangeiros; e muito mais prejudicial ainda será a fraudulenta substituição d’êstes por aquêles. Porto, Secretaria dos Serviços Ampelográficos, 20 de Janeiro de 1894 O Director a) José Taveira Pinto de Carvalho Pinto de Menezes (sic)
308
Lihat lebih banyak...
Comentários