Bullying: o que dizem as principais teorias da educação a respeito desse tipo de violência?

May 29, 2017 | Autor: Jonas Silva | Categoria: Bullying, Historia, Psicología, Educação, Pedagogia
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Conheça o fenômeno bullying. REVISTA

INFORMARTIGOS

Bullying O QUE DIZEM AS PRINCIPAIS TEORIAS DA EDUCAÇÃO A RESPEITO DESSE TIPO DE VIOLËNCIA? CARL ROGERS, SKINNER, PIAGET, VIGOTSKY E OUTROS.

SUMÁRIO ENTENDA O TEMA 03 Bullying é necessário combater 06 Bullying - Violência Disfarçada de Brinca deira na Vida Escolar 08 Bullying 10 Bullying: violência entre estudantes combater

SOB A ÓTICA DE SKINNER

INFORMARTIGOS Autores:

13

O controle do comportamento no combate ao Érika Rominy R.S. Souza, bullying 16 É possível condicionar uma criança adepta da prá Maria de Fátima da Costa tica de Bullying a mudar este comportamento? Marques, Jonas Sales Fernan 18 Skinner e José Mário Soares Serra 20 Frederic Skinner e o bullying: O comportamento des Júnior. do aluno condicionado por reforçadores

SOB A ÓTICA DE CARL ROGERS 24 Respeito à subjetividade para uma aprendizagem significativa 26 Bullying, intervenção segundo a abordagem huma nista 28 Relação do bullying com a teoria humanista de Ro gers 30 Carl Rogers e o Bullying: o aluno responsável por sua própria disciplina escolar

Diagramação: Érika Rominy A Revista INFORMATRTIGOS é uma publicação que privile gia diversos temas do universo educacional em formato de ar

SOB A ÓTICA DE PIAGET

tigo acadêmico. Idealizada pe

32 34 35 37

los estudantes, Érika Rominy

Desequilíbrios na aprendizagem Bullying sob o Olhar Construtivista Autonomia só aparece com reciprocidade Jean Piaget e o Bullying: a disciplina escolar en tendi da pela concepção da moralidade

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

41 Contra o Bullying: ênfase nas relações sociais 43 Trabalhando o bullying sob uma perspectiva vi gostskyana 45 O bullying em relação às ideias “sócio interacionis tas” de Vygotsky 47 Lev Vygotsky e o Bullying: uma visão sócio-históri ca sobre educação.

50 REFEÊNCIAS

R.S. Souza, Maria de Fátima da Costa Marques, Jonas Sales Fer nandes e José Mário Soares Ser ra Júnior , foi elaborada durante a disciplina de Desenvolvimento Educacional ofertada pela Uni versidade de Brasília-UNB no 2° semestre de 2011.

BULLYING

É NECESSÁRIO COMBATER termo bullying, do idioma inglês é uma variação da

palavra bully e quer dizer "brigão, fanfarrão, valentão”. (MICHAELIS, 1987). Utiliza-se bulling para transmitir a ideia de ameaça, tirania, intimidação e maltrato.

Bullying é um tipo de com-

portamento violento caracterizado pela prática de atos agressivos realizados por um ou mais indivíduos sem motivo aparente, de modo repetido e com intenção de causar sofrimento à(s) vítima(s) que nessa relação tem chances nulas de defesa, em relação ao(s) agressor(s).

Segundo

FANTE,

o

bullying: É uma forma de violência gratuita em que a vítima é exposta repetidamente a uma série de abusos, por meio de constrangimento, ameaça, intimidação, ridicularização, calúnia, difamação, discriminação, exclusão, dentre outras formas, com o intuito de humilhar, menosprezar, inferiorizar, dominar. Pode ocorrer em diversos espaços da escola ou fora dela, como também em ambientes virtuais, denominado bullying virtual ou cyberbullying,



fridos.[...].As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vêem e inseguras sobre o que fazer.[...]. (LOPES NETO, 2011).

De acordo com LOPES

NETO NETO, em uma situação de bullying podem existir: os que praticam (autores), os que sofrem (alvos) e os que assistem (testemunhas) à violência. Os autores são, comumente, indivíduos que têm pouca empatia. Frequentemente, pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. [...].Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as consequências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si.São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crêem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade so



É necessário que se conhe-

ça não apenas os comportamentos dos autores ou vítimas dessa relação de bullyng, mas também as conseqüências que esse comportamento desencadeiam. O pediatra Lauro Monteiro, fundador da Associação Brasileira Mul-

ENTENDA O TEMA

O

onde os recursos da tecnolo gia de informação e comunicação são utilizados no assédio. (FANTE, 2011).

tiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência- Abrapia e idealizador do site Observatório da Infância, comenta a respeito das consequências do bullying: A vítima pode apresentar baixa auto-estima, difWiculdade de relacionamento social e no desenvolvimento escolar, fobia escolar, tristeza, depressão, podendo chegar ao suicídio e a atos de violência extrema contra a escola. Já os autores podem se considerar realizados e reconhecidos pelos seus colegas pelos atos de violência e poderão levar para a vida adulta o comportamento agressivo e violento. As tes

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 03

temunhas silenciosas tam bém sofrem, pela sua omissão e falta de coleguismo. Muitos se sentem culpados por toda a vida. (MONTEIRO, 2011).

No Brasil foram feitos al

nos expõe a situações trá gicas isoladas ou coletivas que poderiam ser evitadas. (SILVA. 2010. p.14).



Diante disso confirma-se

fância e da juventude e promotorias públicas”. (SILVA. 2010 p.162.).

Também é papel da escola

a necessidade de conscientização agir preventivamente, conscien-

guns estudos com intuito de conhe- da sociedade como um todo com o

tizando os alunos, as famílias e a

cer e combater o bulling. Aramis objetivo de conter o bullying. SIL- comunidade envolvendo-os. “Para Antônio LOPES NETO Neto e Lu- VA complementa que “O somatório

se alcançar êxito na redução da

cia Helena Saavedra com a pesquisa

de forças é capaz de multiplicar a

violência, especificamente no pro-

“Diga Não ao Bullying”, realizada

eficácia e a rapidez das medidas

cesso de bullying, é necessário que

de novembro e dezembro de 2002 e

tomadas contra o problema.” (SIL- se desenvolvam trabalhos nas es-

em março de 2003 por meio de ques- VA.2010 p.162). Portanto, pode-se colas” (LISBOA et al. apud FAN-

ENTENDA O TEMA

tionários distribuídos a alunos do

dizer que nos casos de bullying, a

ensino fundamental de 11 escolas,

escola deve se portar como a me-

sendo 9 públicas e 2 particulares diadora sendo também o ambiente

TE, 2005; HORNE et al. 2004). A aproximação dos pais

bem como a cooparticipação deles,

do Rio de Janeiro mostraram que: para discussão do problema do pro- da comunidade e da escola é de exA idade média da população avaliada foi de 13,47 anos e que dos 5.482 alunos participantes, 40,5% (2217) admitiram ter tido algum tipo de envolvimento direto na prática do bullying no ano de 2002, seja como alvo do bullying e/ou como autor. (LOPES NETO; SAAVEDRA, 2011).



São cada vez mais frequen-

tes os casos de agressões dentro das escolas noticiados que revelam além da crueldade dos agressores e o despreparo das escolas para combatê-los. SILVA, psiquiatra e escritora do livro Bullying: Mentes perigosas nas escolas, afirma que: a falta de conhecimento sobre a existência, o funcionamento e as consequências do bullying propicia o aumento desordenado no número e na gravidade de novos casos,

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 04

blema. Deve partir dela a iniciati- trema importância na elaboração va de; chamar os pais do agressor e

de medidas preventivas e punitivas

da vítima, o quanto antes para um

contra os agressores.

diálogo com o objetivo de informar



o acontecimento e de convidá-los a

ocorre entre pais e filhos e, por con-

elaborarem junto com a escola ações

seguinte, entre pais e escola pode ser

para solucionarem o conflito, além

considerado um agravante na con-

A falta de proximidade que

de orientá-los a procurar ajuda psi- tinuidade das situações de bullying, cológica para o aluno. Parafrase- pois não há por parte dos pais dos ando essa mesma autora, cabe a es- agressores ou vítimas, o interescola a orientação aos pais a respeito

se ou consciência dos reais com-

de “ONGs e instituições que podem portamentos dos filhos na escola. ser acionadas nos casos de bullying



Pode-se dizer que a ausên-

como por exemplo; delegacia da

cia de proximidade e confiança no

criança, conselhos tutelares, pro- ambiente escolar ou familiar dimotorias da educação, varas da in- minuem as chances de confissões e

do pelas comissões de Finanças

lidades de repercussão indica-se a

testemunhas de bullyin, uma vez

e Tributação e de Constituição e prevenção para que esse tipo de vio-

que elas sentem-se pouco acolhidas Justiça e de Cidadania um projeto

lência não aconteça.

e bastantes vulneráveis aos agres- de lei aprovado pela Câmara dos



sores. “É preciso que os professores

Deputados no qual as escolas de-

cedam lugar, em suas aulas, à ex- vem instituir programas prevenpressão do afeto, à educação dos sen- tivos que citem ações que visem timentos e à valorização das relações

reduzir o problema e incentivar

de amizade”. (LISBOA et al, 2009).

a cultura de paz”. Algumas ações:

Trabalhos com pais e a comunidade, em geral, podem focalizar em estímulo e treinamento de formas saudáveis de resolução de con¬flitos interpessoais. Programas de mediação entre pares e protagonismo juvenil, partindo da ideia de que os alunos são sujeitos ativos nesse processo de mudança para a convivên¬cia pacífica e não violenta, também têm sido utilizados. (LISBOA et al p.68 apud GaJARDO 2009; HORNE et al. 2004).

Capacitação de docentes e equipe pedagógica para o diagnóstico, intervenção e encaminhamento de casos; formação de equipe multiprofissional para estudos e atendimentos de casos; envolvimento da comunidade escolar – pais, docentes,discentes, equipe pedagógica – nas discussões e desenvolvimento de ações preventivas; estabelecimento de regras claras sobre o bullying no Regimento Interno Escolar; orientação às vítimas e seus familiares; encaminhamento de vítimas e agressores e seus familiares aos serviços de assistência médica, psicológica, social e jurídica; orientação aos agressores e seus familiares sobre as consequências dos atos praticados e aplicação de medidas educativas capazes de mudanças comportamentais significativas; parceria com a família dos envolvidos na resolução dos casos; implantação de sistema de registro de casos e procedimentos adotados, desenvolvimento de atividades que promovam a cidadania e a cultura de paz, dentre outras. (FANTE, 2011).



De acordo com LOPES

NETO, os pais dos alunos vítimas se comportam de formas variadas, às vezes descrentes, indiferentes, às vezes irados ou inconformados contra eles próprios e com a escola. O sentimento de culpa e incapacidade para debelar o bullying contra seus filhos passa a ser a preocupação principal em suas vidas, surgindo sintomas depressivos e influenciando seu desempenho no trabalho e nas relações pessoais. (LOPES NETO Neto, 2011).



FANTE, autora do pro-

grama antibullying “Educar para a Paz”. afirma que “será analisa



Quanto ao ciberbullying

, onde as agressões são principalmente morais e de grandes possibi



Os alunos devem ser orien tados pelos pais, e pela escola por meio de palestras, livros e cartilhas, dentre outros, para o uso responsável da internet e das tecnologias em geral. Disponibilizar informações como numero do cartão, conta de banco, senhas, endereço próprio ou de alguém da família, ou quando vai estar fora por motivo de viagem , nunca é recomendado fornecer pela internet pois este ambiente é propicio para a pratica de bullying , uma vez que o anonimato e a menoridade são permitidos.(SILVA. 2010 p.139-140).

Porém os alunos devem

ser orientados quanto à existência de punições previstas em lei e como eles podem proceder nos casos de denuncias de ciberbullying. SILVA destaca a importância da

ENTENDA O TEMA

denúncias por parte das vítimas ou

denúncia com a maior quantidade de provas em menor tempo, por meio de impressões, cópias de arquivos e páginas em cd, pen-drive, onde se evidenciam o ciberbullying sofrido. Ela recomenda também a ajuda de um advogado: somente um profissional com esse conhecimento poderá avaliar o sofrimento e as perdas emocionais da vítimas e ajudá-las no difício e necessário processo de fazer o que é preciso ser feito: denunciar e exigir que as leis sejam cumpridas e os agressores responsabiliza

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 05

dos e punidos por seus atos. (SILVA.2010 p.140).



Parafraseando

SILVA,

“para os ciberagressores maiores de idade, quando comprovado o crime cabe ação penal privada onde ele, responderá por crimes contra a honra como; calúnia, injúria, difamação, e responderá criminalmente por meio de ação penal pública, nos casos de ameaça. Caso o agressor seja menor, caberá ao Ministério Público com atribuição da vara da

ENTENDA O TEMA

Infância e da Juventude pleitear ao juiz competente a apuração do ato. Neste caso as medidas são sócio-educativas e devem estar prevista no Estatuto da Criança e do Adolescwente”.

(SILVA.2010.p139).

Conclui-se que o bullying é

um tipo de comportamento violento presente entre crianças e adolescentes nas escolas. Para combatê-lo a sociedade como um todo deve ser conscientizada dos males ele em suas diversas forma causam.

Para que em futuro pró-

ximo se tenha uma sociedade saudável todas as forma de violências devem ser combatidas diariamente, inclusive o bullying. Ele não deve ser tolerado. Para isso, devem estar NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 06

atento aos casos de bullying não so cionar o problema. Fazem-se neces mente a escola, mas também os pais sárias também políticas públicas e a comunidade. Estes devem unir- para custear os investimentos com -se para elaborarem medidas para a prevenção e combate do bullying. ações de contensão do bullying. E sempre que for necessário acionar

Érika Rominy S.R.Souza

órgãos, juizados que possam solu

BULLYING VIOLÊNCIA DISFARÇADA DE BRINCADEIRA NA VIDA ESCOLAR

com abordagem psicanalítica da

Q

uem nunca foi apelidado na prevenção de da violência escolar, escola, testemunhou alguém

Cléo Fante. Embora a denomi-

sendo apelidado ou sendo vítima

nação seja recente, o fenômeno é

de situações constrangedoras? O mais antigo que a própria escoaluno mais gordinho é apelidado

la e se repete continuamente em

de “rolha de poço”, aquele que usa todo mundo. Existem referências óculos de “quatro olhos” a garota que datam de estudos na Inglatermagra de “Olivia Palito”. Compor-

ra no século XIX (ROLIM, 2008).

tamentos como esses, muitas vezes

Mas,

classificados como uma simples Bullying?

o Termo

que

é

ultimamen-

brincadeira, nos últimos tempos te usado de maneira indiscri vem sendo estudados de forma sis-

minada pela mídia para classificar

temática sob a classificação de

a violência sofrida por estudan-

um fenômeno chamado bullying ,

tes, e que, algumas vezes tem sido

é o que afirma a pesquisadora e

até mesmo banalizado por estar

coordenadora do programa de pós sendo utilizado para definir todo graduação em fenômeno bullying

e qualquer tipo de violência ocor

rida no contexto escolar, ou não.

(1978-1993), são eles: “ações repeti

Segundo a maioria dos pesquisa

tivas contra a mesma vítima num

apresentam quadros clínicos diversos relacionados ao stress, entre eles, rebaixamento da resistência

tipo de violência possa ser carac-

sequilíbrio de poder, o que dificul-

terizado como bullying é necessá-

ta a defesa da vítima; ausência de

imunológica e sintomas psicossomáticos variados, principalmente próximo do horário de ir a escola (especialmente em caso de crianças menores), como dores de cabeça, tonturas, náuseas, ânsia de vômito, dor no estômago, diarréia, enurese, sudorese,, febre, taquicardia, tensão, dores musculares entre outros. “...Quanto às conseqüências, os próprios alunos ressaltam os prejuízos sobre o processo de aprendizagem. Indicam que tanto vítimas quanto agressores perdem o interesse pelo ensino e não se sentem motivados a freqüentar as aulas”...”A pesquisa confirma que o bullying se faz presente nas escolas públicas e privadas, resultando numa série de prejuízos tanto para os envolvidos e seus familiares quanto para as escolas e seus profissionais, como para os governos e a sociedade. Tanto vítimas quanto autores e testemunhas podem apresentar prejuízos no processo de desenvolvimento acadêmico, emocional e social, comprometendo a construção da personalidade e da cidadania” (FANTE; PEDRA. 2008)

rio que ela ocorra entre pares no motivos que justifique, os ataques,” contexto escolar. (FANTE, 2008).

(CALHAU 2008). Fante acrescenta



“O bullying diz respeito a

ainda que se deve levar em consi-

uma forma de afirmação de poder in-

deração os sentimentos negativos

terpessoal através da agressão. A viti

mobilizados e as seqüelas emocio

mização ocorre quando uma pessoa é nais vivenciadas pelas vítimas de feita de receptor do comportamento

bullying . Mas porque utilizar o

agressivo de outra mais poderosa.” termo Bullying? A adoção univer(CRAIG, HAREL apud LOPES sal do termo bullying foi decorNETO 2005.). Para a pesquisado-

rente da dificuldade de traduzi-lo

ra Cléo Fante, o aspecto de brin-

para diversas línguas. Durante a

cadeira, tão comum no ambiente

realização da Conferência Interna-

escolar, deixa de ocorrer quando cional Online School Bulling and há um desequilíbrio de poder en-

Violence, de maio a junho de 2005,

tre as partes arroladas (autor se

ficou caracterizado que o amplo

diverte, vítima sofre). “O problema conceito dado à palavra bullying é que aqui não se trata de simples

dificulta a identificação de um

brincadeiras próprias de infância

termo nativo correspondente em

mas de casos de violência física ou

países como Alemanha, França,

moral, em muitos casos, de forma Espanha, Portugal e Brasil, envelada praticada por agressores tre outros. (LOPES NETO 2005). contra vítimas”. (CALHAU 2008).



As

conseqüências

do



Existem alguns critérios

bullying são terríveis para to-

básicos que foram estabelecidos

dos os envolvidos mais mui-

pelo pesquisador Dan Olweus da

to mais devastadoras na vida

Universidade de Bergen Noruega

das vítimas. Fante afirma que; As vítimas de Bullying



ENTENDA O TEMA

dores é consenso que para que um período prolongado de tempo; de-

Segundo Rolim “as víti-

mas de bullying tem mais chance de desenvolverem transtornos de humor, transtornos alimentares, distúrbios de sono ou/e transtornos de ansiedade em algum momento da vida” (ROLIM 2008).

Diante

desse

panorama

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 07

acredita-se que não basta divulga escolar para que a conscientização

que propiciem trabalhos cooperati

ção na mídia sobre o tema, é neces

sobre este tipo de violência possibi

vos estimulando relações de amiza-

sário que existam espaços cada vez

lite a diminuição desse tipo covarde des e oferecendo modelos não agres-

maiores para debates sobre o tema,

de agressão. Para os pesquisadores sivos para resolução de conflitos.

nas escolas na mídia, com os pais

desse tema é consenso que agir sobre

dos estudantes, entre os alunos,

o problema de forma isolada não é Maria de Fátima da Costa Marques

tanto agressores como agredidos e eficaz, é necessário que ações como,

BULLYING

demais profissionais do ambiente

ENTENDA O TEMA

Q

uanto

ao

conceito

de

bullying, existe uma difi-

por exemplo, criação de ambientes

sejo consciente e deliberado de

não só nele, podem também ser

maltratar outra pessoa e colocá-

apresentados em outros locais, con-

-lo sob tensão” (FANTE, 2005). tanto que ocorra entre pares, ou No Brasil, adotamos o termo que, de maneira geral, é empregado na maioria dos países: bullying, Bully, enquanto nome, é traduzido como “valentão”, “tirano”, e como verbo, “brutalizar”, “tiranizar”, “amedrontar”. Dessa forma, a definição de bullying é compreendida como um subconjunto de comportamentos agressivos, sendo caracterizado por sua natureza repetitiva e por desequilíbrio de poder (FANTE, 2005, pág. 28).

culdade muito grande entre os pesquisadores, para achar um termo equivalente em seus idiomas, por conta da riqueza do termo em inglês. Um estudo realizado em 14 países diferentes teve como objetivo identificar palavras nativas que se assemelhassem ao conceito de bullying. Desse estudo, baseado em dados coletados em um grupo de alunos com 14 anos, identificaram-se 67 palavras relacionadas aos comportamentos bullying, sem que nenhuma delas abrangesse o significado do termo inglês (FANTE, 2005, pág. 28).



Segundo a professora Dra.

Cleo Fante, que é pioneira nos estudos do fenômeno bullying no país, trata-se de uma “palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para definir o deNOV/2009 INFORMARTIGOS P. 08



seja, colegas de trabalho ou de classe, por exemplo.

Apesar

de

o bullying ter sempre existido, até mesmo antes do surgimento das escolas, pioneiramente, o professor Dan Olweus (1998) foi o primeiro a ligar o termo ao fenômeno. Ao pesquisar sobre o suicídio de três

Referente ao local onde o

adolescentes noruegueses em 1983,

bullying se apresenta, existe uma

Olweus percebeu que era cabível

clara contradição entre as doutoras de ter sido o bullying, o fator deCleo Fante e a Ana Beatriz Silva . terminante para esses suicídios. Conforme Silva (2003), o bullying O Ministério da Educação solise apresenta somente em ambien-

citou então, uma pesquisa sobre o

te escolar, enquanto que Fante

tema, e como resultado, ele criou o

(2005), acredita sim que o bullying programa antibullying. ocorre em ambiente escolar, mas

Tal fato, incentivou ou

tros países, como o Reino Uni- e aluno ou gestor também não é

do outro, pela fofoca e dissemina-

do, Canadá e Portugal, a promove bullying (FANTE, 2005). Isto não

ção de boatos ou de informações que

rem campanhas de intervenção.

significa que as práticas de violên-

deponham contra a honra e a boa



cia eventual ou verificadas entre

imagem do outro (Wilson, 1998).

faz presente em todas as escolas do pessoas que não divergem quan-



mundo. Porém, no país que mais to ao seu poder – onde, portanto, to possui escolas na América do Sul,

não há repetição – não constitu-

o Brasil, conforme o Censo Escolar

am problemas sérios ou que não

2002, realizado em 172.508 escolas,

necessitem de tratamento para

do e estudado, fatores pelo qual não contrário, “devem-se desenvolver existem indicadores que nos forne- abordagens mais amplas destinaçam uma visão global para que se das a conter toda e qualquer forma de violência” (informação verbal).

O que se sabe é que em relação à Eu- Os

comportamentos

ropa, o Brasil está com pelo menos

bullying, podem ocorrer de duas

15 anos de atraso (FANTE, 2005).

formas: direta e indireta, mas



as duas são aversivas e prejudi-

A abordagem sobre o que é

ou não bullying diverge por vezes, ciais ao desenvolvimento e ao quando estudiosos afirmam errone- psiquismo da vítima. Dois espeamente que bullying é caracteriza- cialistas no assunto, discorrem do por agressões, humilhações e até

sobre o tema em seus trabalhos.

mesmo preconceitos sem levar em



A forma direta refere-se a

conta o caráter repetitivo, a ques- todas as ameaças e práticas que então que deve ter ocorrido entre

volvam a imposição de sofrimento

pares e também que sempre há

físico, como bater, socar, puxar,

no bullying, relação de hierar- agarrar, espancar, ou a submissão quia entre os agressores e as ví- de outro, pela força, à condição hutimas. Discussões ou brigas pon- milhante. Enquanto que a indireta, tuais não são bullying (VINHA,

é caracterizada pelas condutas pro

2010). Conflitos entre professor

positais de exclusão ou isolamento

n

Wilson

q

u

a

n

entende

-

que:

A forma direta refere-se a todas as ameaças e práticas que envolvam a imposição de sofrimento físico, como bater, socar, puxar, agarrar, espancar, ou a submissão de outro, pela força, à condição humilhante. Enquanto que a indireta, é caracterizada pelas condutas propositais de exclusão ou isolamento do outro, pela fofoca e disseminação de boatos ou de informações que deponham contra a honra e a boa imagem do outro (Wilson, 1998).

o bullying ainda é pouco comenta- que sejam erradicadas, muito pelo

possa compará-lo aos demais países.

E



Quanto

ao

gênero,

“o

bullying direto é mais comum entre agressores meninos. As atitudes mais freqüentes identificadas nessa modalidade são os xingamentos e as

ENTENDA O TEMA

O fenômeno bullying se

agressões físicas” (CHALITA, 2008).

Entre as meninas prevalece

a prática do bullying indireto, caracterizado basicamente por ações que levam a vítima ao isolamento social. Boatos, intrigas, difamações entre outras atitudes, são manifestas nessa forma (CHALITA, 2008).

Segundo Cleo Fante, a for-

ma mais perniciosa de bullying se encontra dentro do bullying in direto, e é conhecida como cyber NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 09

bullying, pois o uso da internet

analisar o que é ou não bullying e ceitos diferentes. Ademais, notavel-

agrava ainda mais o problema,

quando e onde ele ocorre. Proces- mente por meio da pesquisas pode

uma vez que o cyberbullying age no

so que obteve muita divergência, ser constatado que entre os tipos de

anonimato, deixando a vítima, que sobretudo com as afirmativas das bullying, apesar de o físico ser mais geralmente, em ambiente escolar, educadoras Ana Beatriz Silva e doloroso, o virtual é mais pernicio são crianças e adolescentes, sem

Cleo Fante. Objeto de estudo deste

so, pois agir ocultamente, o que

saber onde e como procurar ajuda. trabalho também, foi a análise do

atormenta a vítima deixando-a sem



Este estudo teve por obje- bullying no contexto histórico, pro- saber o que fazer e a quem recorrer.

tivo, conceituar o bullying, ligar o

curando suas raízes, e chegando-se a Jonas Sales Fernandes

termo bullying ao fenômeno, o que conclusão de que o bullying sempre pioneiramente foi feito por Olweus,

existiu, apenas era tratado com con

ENTENDA O TEMA

BULLYING:VIOLÊNCIA ENTRE ESTUDANTES ou mais estudante contra outro(s). 1968 e 2000. (BANDEIRA, 2009)

O

termo ‘“Bullying” vem de- (LOPES NETO, 2005). Embora



rivado da expressão “Bully”

pouco popular e muitas vezes é con-

ainda pouco tratado no país, este

No país, o termo ainda é

que quer dizer “valentão, bri- não é um fenômeno novo já vem fundido com outros tipos de viogão”; não se recomenda a tradu- sendo estudado e analisado há al- lências; isso em decorrência da dição da palavra, mas o sinônimo

guns anos em vários outros países.

ficuldade em caracterizar o termo

mais comum adotado no Brasil

O interesse pelo Bullying começou forma acertada, dando margem a

é “intimidação”. (ROLIM, 2008)

ao final dos anos 70, nos países es- interpretações errôneas e confusões

O bullying é uma forma de com- candinavos, sendo os trabalhos pio- na raiz do próprio termo; por conta, portamento agressivo que se dá

neiros do professor Dan Olweus, principalmente, do número escasso

entre pares, no ambiente escolar,

sem dúvida, os mais influentes.

de pesquisas sobre o tema no país.

caracterizado principalmente por Em 2001 o número de pesquisas (ROLIM, 2008) Na maioria dos imposição de poder de um estudan- aumentou consideravelmente, en- casos, é apontado como uma prátite para o outro. Compreende todas

tre 2001 e 2008 tinha-se disponível

ca que faz parte da vida escolar dos

as atitudes agressivas, intencionais algo em torno de 592 publicações

alunos, e que os mesmos deveriam

e repetidas, que ocorrem sem mo- sobre o tema; em face contrária as ter maturidade para aprender litivação evidente, adotadas por um NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 10

124 constatadas entre os anos de

dar com tal, em detrimento disso,

é deixado de lado. No entanto, o

lescentes

(BANDEIRA,

2009) dos, Irlanda, Israel, Portugal e Su-

Bullying é problema muito sério Através de um questionário desen-

écia. Através da mesma constatou

que merece mais tempo dedicado

volvido nos Estados Unidos por

-se que foram vítimas de Bullying,

a pesquisa e uma visão mais rea- Hamby e Finkhor, entre os anos de

trimestralmente, um total de 28,5%

lista por parte dos profissionais da 2001e 2004, chamado ‘Vitimização

em Israel, 22,1% nos EUA, 17,8%

educação. (BANDEIRA, 2009) É

Juvenial’ (Juvenial Victimization em Portugal, 15,9% Irlanda e 9,8

um tipo de violência ritualizada

Questionnaire) que considerou 34 na Suécia. (BANDEIRA, 2009)

que se repete por diversas vezes,

formas de agressão contra crian-



No Reino Unido, em um

direcionada geralmente a indivi- ças e adolescentes entre 2 e 17 anos.

estudo realizado em Sheffield por

duo “fraco”, por parte de um indi- Apontou que as crianças america-

Philips em 2003, com a partici-

viduo “popular” que goza de certo nas sofreram agressões nas esco-

pação de 6.758, constatou-se que

ar de impunidade e que age assim las numa proporção muito maior

mais de ¼ deles já tinham sido ví-

nômeno se enraíza no ambiente

levando em consideração outras tre de curso. Em Hertfordshire,

escolar por diversos aspectos, en pesquisas já levantadas anterior

ENTENDA O TEMA

para demonstrar “poder”. Tal fe- do que outros tipos de violência, timas de Bullyng em um trimes-

em uma escola primária, entre

tre eles, os de cunho social, cultu- mente sob a ótica unicamente da 2.377 estudantes cerca de 30% disral, aspectos inatos de tempera- ‘violência’. (BANDEIRA, 2009)

seram ter sido vítimas de agressões

mento, influências de familiares,

do gênero. (BANDEIRA, 2009)

Através de estudos desen-

de amigos, da escola e da comu- volvidos na Austrália por Rigby em nidade.

1997, foi possível afirmar que para

cos estudos já realizados, um dos

É uma tarefa difícil tentar cada seis alunos um já pode ter sido

mais notáveis, talvez, tenha sido o

apurar a ocorrência do bullying vítima de Bullyng, uma vez em

da UNESCO (Organização das Na-

em locais específicos, embora, há por semana. No país, as agressões

ções Unidas) em torno da violên-

a possibilidade de se analisar da- mais comuns no meio escolar são

cia nas escolas; embora não tenha

dos de pesquisas que foram de- de cunho verbal que expressam pro-

sido em específico sobre Bullying.



(LOPES NETO, 2005)

No Brasil, em meio a pou-

senvolvidas em diversos países; e vocações ou o emprego de apelidos Esse trabalho apurou que cerca de pode-se afirmar, sem hesitar, que

pejorativos. (BANDEIRA, 2009)

se trata de um problema de cará-

1/5 de alunos e servidores de escolas

Em estudo, a Organização

em todo Brasil relataram casos de

ter universal, que tem incidência Mundial da Saúde (OMS) desen-

violência envolvendo agressões e es-

em escolas em todo o mundo e que volveu uma pesquisa-comparativa

pancamentos. Deste mesmo percen-

se manifesta entre crianças e ado

envolvendo 5 países: Estados Uni tual, houve variação mínima de 11% NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 11

a 13% nos estados do Rio de Janei-



Uma pesquisa desenvolvida

sentimentos de tristeza são sinto

ro, Maceió e Fortaleza; e máxima

por Souza e Ribeiro, em 2005, como

mas também bem comuns entre

de 23% a 25% em Porto Alegre e Flo

400 estudantes de Ensino Médio em as vítimas de Bullying, constatou

rianópolis. (BANDEIRA, 2009) Recife (PE) em duas escolas (uma Williams em 1996. Na Inglaterra,

O Centro de Estudos da

pública e outra particular); 60% dos

82% dos membros da Associação de

Criminalidade e Segurança Públi-

alunos entrevistados confirmaram Gagos foram vítimas de Bullyng,

ca (CRISP) da UFMG investigou

ter praticado Bullying nos últimos confirmou o estudo de Mooney e

50 escolas de Belo Horizonte (Es-

30 dias no semestre. Especialis-

Smith em 1995. (ROLIM, 2008)

ENTENDA O TEMA

taduais, Municipais e Privadas) tas na área da saúde identificam



Em um estudo desenvolvido

buscando por relatos de alunos inúmeras conseqüências danosas

na Espanha, Alemanha e Inglaterra

que presenciaram focos de violên-

que a prática do Bullying causa

com 884 adultos vítimas de bullying,

cia na escola. Em percentual, 9,6% em suas vítimas. Para o médico

constatou que os mesmos sofriam de

dos alunos entrevistados disseram Lopes Neto (2005) as mais comuns

sentimentos de baixa auto-estima,

ter presenciados casos envolvendo seriam: enurese noturna, alterações dificuldades de relacionamento, agressões físicas e verbais; 18,3%

de sono, cefaléia, dor espigrástrica, baixa confiança nas pessoas. E em

foram agredidos na escola, 10,4% já

desmaios, vômitos, dores em ex-

muitos casos, a prática do Bullyng

faltaram às aulas por medo de ame-

tremidades, paralisias, hiperven-

é a causa principal de faltas fre-

aças de agressão. (ROLIM, 2008) tilação, desmaios, queixas visuais,

qüentes e evasão escolar, citado por



No ano de 2002, a Associa-

síndrome do intestino irritável, Rigby em 1997. (ROLIM, 2008)

ção Brasileira Multiprofissional anorexia, bulimia, isolamento, tende Proteção à Infância e à Adoles-



Em casos mais graves, a

tativas de suicido, irritabilidade, Criminologia Moderna aponta que

cência (ABRAPIA), realizou um agressividade, ansiedade, perda de

a prática do Bullying contribui for-

estudo como 5.875 estudantes entre memória, histeria, depressão, pâ-

temente para o desenvolvimento de

quintas e oitavas séries, em onze

nico, relatos de medo, resistência uma postura antissocial e deliquen-

escolas no Estado do Rio de Janei-

em ir à escola, insegurança por te por parte dos agressores; os mes-

ro. Constatou um percentual 40,5% estar na escola, mau rendimento mos possuem ainda propensão ao de alunos envolvidos com Bullying

escolar, e atos deliberados de auto-

abuso de álcool e drogas, associados

naquele ano: deste total 16,9% eram

-agressão. (LOPES NETO, 2005)

a práticas criminais, citado por Far-

vítimas, 12,7% eram autores e 10,9%



como

rington em 1993. (ROLIM, 2008)

eram vítimas e autores ao mes-

ansiedade, insegurança, transtor-

Em suma, só monitorar o desempe-

mo tempo. (BANDEIRA, 2009)

nos de saúde mental, depressão e

nho dos estudantes por meio das no

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 12

Outros

problemas

tas, testes e cumprimento de tarefas

se faz importante, no sentido da

Wnas escolas. Porque é com o en-

não é o bastante. Levar em consi- busca pela criação e manutenção

frentamento árduo do problema

deração as competências e possíveis

por parte dos funcionários escola-

das regras, diretrizes e das ações

dificuldades que os mesmos podem no ambiente escolar. Principal- res dando apoio aos estudantes; que vim a apresentar em seu conví- mente no que tange a priorização

possibilita a conscientização por

vio com o restante dos estudantes; da conscientização geral e apoio às parte dos agressores e, consequentepassa a ser de inteira responsabi- vítimas de tais práticas: que as ví- mente, o término das agressões. E, lidade dos profissionais inseridos timas sejam encorajadas a denun- claro, não menos importante: aos nas áreas da educação, saúde e se- ciar e as que mesmas possam ter a

alunos que se encontram na posição

gurança. (LOPES NETO, 2005) segurança que os agressores este de agressores devem ser oferecidas Para tal, é fundamental o total

jam sendo punidos e tratados de- condições para a mudança de com-

SOB A ÓTICA DE SKINNER

funcionários, pais, alunos para o Os alunos devem ser encorajados a

SOB A ÓTICA DE SKINNER

comprometimento dos professores, vidamente. (LOPES NETO, 2005) portamento e não só a utilização de sanções, que de pouco resolvem,

emprego de projetos que visem com- participarem de supervisões e inter- em tais casos. (BANDEIRA, 2009) bater o Bullying. Essa colaboração venções contra os atos de Bullying

José Mário Soares Serra Júnior

O CONTROLE DO COMPORTAMENTO NO COMBATE AO BULLYING

A

tualmente, o Bullying; um tipo

comportamento

vio-

lento que acontece entre estudantes dentro das escolas apresenta-se como notícia reincidente nos meios de comunicação. Com intuito de conhecer e combater esse tipo de comportamento, estudos e

pesquisas

buscam

viabilizar

programas educacionais para o

comportamento, os behavioristas

combate e redução do Bullying.

entendem que os comportamen-



Watson, iniciador da cor- tos (respostas) são desencadeados

rente Behaviorista ou comporta- a partir da interação do ser humentalista, postula em seu artigo mano ou animal, com o meio ao publicado em 1913: “Psicologia

qual está inserido. Enfim, que o

como os behavioristas a vêem”, o

homem é constituído pela soma

comportamento como objeto de es- das influências do ambiente (estudo da ciência psicológica. Com tímulos). “Certos estímulos levam o aprofundamento dos estudos do

os organismos a dar determinadas NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 13

individuo (a emissão da resposta) e as conseqüências. É considerada funcional porque o organismo se comporta (emitindo essa ou aquela resposta), ou seja, sua ação produz uma alteração ambiental, conseqüência que, por sua vez, retroage sobre o sujeito, alterando a probabilidade futura de ocorrência. Assim, agimos sobre o mundo em função das conseqüências criadas pela ação. As consequências da resposta são as variáveis de controle mais relevantes. (BOCK et al, 2008, p.63).

respostas e isso ocorre porque os tudos de Watson. SKINNER de organismos se ajustam aos seus am

fende que o comportamento pode

bientes por meio de equipamentos

ser controlado a partir da manipu

hereditários e pela formação de

lação de estímulos determinados. Se vamos usar os métodos da ciência no campo dos assuntos humanos, devemos pressupor que o comportamento é ordenado e determinado. Devemos esperar descobrir que o que o homem faz é resultado de condições que podem ser especificadas e que, uma vez determinadas, poderemos antecipar e até certo ponto determinar as ações. (MIZUKAMI 1986 p.21 apud SKINNER, 1981, p.20).

hábitos”. (BOCK et al, 2008, p.58).

Assim sendo, nos casos de

Bullying, de acordo com os comportamentalistas esse comportamento violento, em algum momento foi ensinado ou estimulado a apresentar-se. Por exemplo, uma

Pode-se dizer que os indi-

víduos são treinados a darem res

SOB A ÓTICA DE SKINNER

postas em situações diversificadas.

criança que vive em um lar com hábitos violentos, tende a aprender





Os behavioristas entendem Seus comportamentos são, contro-

e repetir esse tipo de comportamen- que há comportamentos não volun-

lados e reforçados por meio de es-

to. Quando essa criança é exposta tários, chamados comportamento

tímulos advindos de uma filosofia,

a um ambiente diferente, numa

reflexo ou respondente como, por cultura ou administração nos mais

escola, por exemplo, onde regras

exemplo, “a contração das pupilas

variados ambientes como por exem-

contra a violência sejam ensina- quando uma luz forte incide sobre plos, nas igrejas, no ambiente de das e o comportamento harmônico os olhos ou o arrepio da pele quan-

trânsito, na publicidade, nas em-

entre as demais crianças é estimu- do recebe um vento frio”. (BOCK

presas, nas escolas e entre outras.

lado e valorizado, a criança ainda et al, 2008,p.59). Esses comporta-



que violenta pela aprendizagem

Tratando-se do ambiente

mentos são incondicionados não escolar, por exemplo, o controle da

adquirida no lar tende a adaptar- dependem de aprendizagem. Por

disciplina dos alunos, as normas

-se naquele novo espaço, pois o am- outro lado, o comportamento ope-

da instituição e a aprendizagem

biente é diferente não só por ser a rante é condicionado, resultante

são realizadas por meio de estímu-

escola e não o lar, mas também por- de treinos, aprendizagem, e even-

los, sendo esses reforçados ou não.

que apresentam estímulos novos. tos reforçadores, que aumentem

Isso se confirma nos estu- as chances do comportamento de-

dos da formulação do comporta- sejado mento operante apresentado por SKINNER, continuador dos es NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 14

continuar

acontecendo.

O comportamento operante refere-se à interação sujeito-ambiente. Nessa interação chama-se de relação funcional a relação entre a ação do

As ações são mantidas ou não, pelas consequências que produzem no meio ambiente. Essas consequências são denominadas reforçadoras quando aumentam a freqüência de emissão das respostas que as produziram e punidoras ou aversivas quando diminuem, mesmo que temporariamente, a fre



Segundo

os

behavioris-

tas um comportamento desejado deve ser reforçado positivamen

cial entre os alunos, o desempenho

mento”. (MIZUKAMI, 1986, p.30).

de cada um deles deve ser avaliado



notas em testes ou cumprimento re-

LOPES NETO, um dos

fundadores da Associação da Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA) e coordenador do Programa de Redução do Comportamento Agressivo entre Estudantes, também acredita nesse tipo de reforço quando cita a seguinte medida preventiva contra o Bullying: Aos alunos autores, devem ser dadas condições para que desenvolvam comportamentos mais amigáveis e sadios, evitando o uso de ações puramente punitivas, como castigos, suspensões ou exclusão do ambiente escolar, que acabam por marginalizá-los. (LOPES NETO, 2011).



Perceber e monitorar as habilidades ou possíveis dificuldades que possam ter os jovens em seu convívio social com os colegas passa a ser atitude obrigatória daqueles que assumiram a responsabilidade pela educação, saúde e segurança de seus alunos, pacientes e filhos. (LOPES NETO, 2011).



bullying ao ser elaborado tenha

ma a escola, dos pais e dos alunos. Todos os programas anti-bullying devem ver as escolas como sistemas dinâmicos e complexos, não podendo tratá-las de maneira uniforme. Em cada uma delas, as estratégias a serem desenvolvidas devem considerar sempre as características sociais, econômicas e culturais de sua população. (LOPES NETO, 2011).

No entanto, um problema

como o bullying exige principal-

Reforçar

mente dos profissionais da educa-

te um comportamento aumenta

positivamen-

ção a habilidade de manipular o a probabilidade de resposta deseambiente de aprendizagem e esti-

jada acontecer novamente, uma

mular respostas desejadas. Faz-se

vez que o estímulo que a desenca-

necessário a observação a criação e

deou já foi identificado. LOPES

a aplicação dos estímulos que desen-

NETO cita a importância envolver

cadeiam os comportamentos alme-

os alunos no combate ao Bullying

jados. O monitoramento dos alunos e

reforçar

os

comportamentos

de todas as formas que a instituição contrários às práticas violentas. disponibilizar se faz importante nesse processo, pois segundo MIZUKAMI “o comportamento humano é complexo e fluido, muitas vezes sujeito a múltiplas causações presentes e passadas, que podem, como decorrência, mascarar os ver

LOPES NETO, acredita dadeiros fatores que afetam o com-

que para a melhora do convívio so

importante

gular das tarefas solicitadas. Diz: participação da comunidade próxi-

dar o comportamento desejado.



é

como um todo, não apenas por suas que um programa de combate ao

te, o uso de punições pode retarOs analistas do comportamento devem evitar o uso de punição, quer pelos subprodutos negativos que ela gera para os organismos, quer pelo fato de que seus efeitos tendem a ser temporários, o mais das vezes quando esta cessa, o comportamento antes sob o seu controle tende a, rapidamente, voltar à condição anterior. (CARRARA, 2004 p.116).

Também

SOB A ÓTICA DE SKINNER

qüência das respostas que as produziram. BOCK (2008, p.63).

portamento num determinado mo

Deve-se encorajar os alunos a participarem ativamente da supervisão e intervenção dos atos de bullying, pois o enfrentamento da situação pelas testemunhas demonstra aos autores que eles não terão o apoio do grupo. Treinamentos através de técnicas de dramatização podem ser úteis para que adquiram habilidade para lidar de diferentes formas. Uma outra estratégia é a formação de grupos de apoio, que pro tegem os alvos e auxiliam na solução das situações de

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 15

bullying. (LOPES NETO, 2011).



violência em todas as suas varia

portamento desejado e buscar re-

Por tanto, conclui-se que a ções, bem como a observação, o

forçar os estímulos causadores da

teoria behaviorista pode ajudar as

monitoramento e o reforçamento

resposta para que ela se mantenha.

escolas no combate ao Bullying, de comportamentos pacificadores. Érika Rominy S. Souza

desde que façam parte da ideo Os programas contra o Bullying logia escolar a criação e manu-

devem priorizar a observação dos

tenção de uma cultura contra a

fatores que desencadearam o com

SOB A ÓTICA DE SKINNER

É POSSÍVEL CONDICIONAR UMA CRIANÇA ADEPTA DA PRÃTICA DE BULLYING A MUDAR ESTE COMPORTAMENTO? estudar o comportamento e a criar estavam relacionadas exclusiva e

O

comportamento sempre

despertou

humano métodos científicos para mudança

diretamente aos estímulos do pró-

muitas ou condicionamento dos indiví-

prio ambiente. (SKINNER. 1985)

perguntas por parte dos estudiosos

duos submetidos às suas técnicas.

do assunto e até mesmo de leigos. (SCHULTZ,D,&SCHULTZ,S.1981). Burrhus Frederic Skinner é con-



Nesse viés alguns pesqui-

sadores têm aplicado as técnicas

Os estudos de Skinner têm de Skinner sobre análise aplica-

siderado um dos maiores expoen- sido largamente usados na psi-

da do comportamento para estu-

tes do estudo do comportamento cologia educacional e psicologia dar os comportamentos em suas também chamado de Behavioris- clínica, já que suas teorias estão mais variadas nuances. A Análise mo, seu livro Science and humam voltadas para aplicação em proble-

Aplicada do Comportamento teve

behavior (1953), tornou-se o li- mas da vida real. De acordo com origem a partir de um trabalho vro básico da psicologia behavio- seu ponto de vista, a vida é prorista. A partir de leituras acerca

publicado por Lindsley e Skinner

duto da história de reforços. Ele em 1954. Nesse artigo, os pesqui-

das experiências de condiciona- Afirmava que “sua vida foi pre-

sadores aplicaram o conhecimento

mento de Watson e Pavlov, apud

meditada e organizada de acordo acumulado sobre o comportamen-

SCHULTZ,D&SCHULTZ,S.1981)

exatamente com o modo que seu to operante em humanos. (GOS-

os quais lhe despertaram um inte- sistema ditava como devia ser a

CH; VANDENBERGHE. 2011)

resse científico pela natureza hu- vida de todo ser humano”. Skinner

O termo comportamento

mana, Skinner passa a se dedicar a acreditava que suas experiências tem sido utilizado em Psicologia NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 16

para designar as interações orga-

nou-se o livro básico da psicologia

de Skinner sobre análise aplica-

nismo-ambiente (Todorov, 1982).

behaviorista. A partir de leituras

da do comportamento para estu

Na Análise do Comportamento, acerca das experiências de condicio

dar os comportamentos em suas

essa interação é de interdepen-

namento de Watson e Pavlov, apud

mais variadas nuances. A Análise

dência (GOSCH; VANDENBER-

(SCHULTZ,D&SCHULTZ,S.1981) Aplicada do Comportamento teve

GHE. 2011). Segundo Todorov ;

os quais lhe despertaram um interes-

origem a partir de um trabalho

se científico pela natureza humana, publicado por Lindsley e Skinner



Skinner passa a se dedicar a estudar

em 1954. Nesse artigo, os pesqui-

o comportamento e a criar métodos sadores aplicaram o conhecimento científicos para mudança ou condi-

acumulado sobre o comportamen-

cionamento dos indivíduos subme-

to operante em humanos. (GOS-

tidos às suas técnicas. (SCHULTZ,

CH; VANDENBERGHE. 2011)

Para esta linha de pesquisa, D,

&

SCHULTZ,

S.1981).

O

termo

SOB A ÓTICA DE SKINNER

não faz sentido falar de comportamento sem mencionar as circunstâncias em que ele ocorre; como não tem sentido falar em circunstâncias sem a especificação do comportamento que circunstanciam” (TODOROV, 1989).

comportamento

a Análise do Comportamento uti-



Os estudos de Skinner têm tem sido utilizado em Psicologia

liza a noção de contingência e de

sido largamente usados na psicolo-

para designar as interações orga-

relação funcional para descrever as

gia educacional e psicologia clíni-

nismo-ambiente (Todorov, 1982).

leis que regem as interações orga-

ca, já que suas teorias estão volta-

Na Análise do Comportamento,

nismo-ambiente (TODOROV, 1989) das para aplicação em problemas da essa interação é de interdepen

A Análise Aplicada do Com-

portamento enfatiza o papel das ex-

vida real. De acordo com seu ponto dência (GOSCH; VANDENBERde vista, a vida é produto da história

GHE. 2011). Segundo Todorov ;

não faz sentido falar de comportamento sem mencionar as circunstâncias em que ele ocorre; como não tem sentido falar em circunstâncias sem a especificação do comportamento que circunstanciam” (TODOROV, 1989).

periências diretas na aprendizagem de reforços. Ele Afirmava que “sua do comportamento agressivo, como vida foi premeditada e organizada ocomportamento humano sempre de acordo exatamente com o modo despertou muitas perguntas por

que seu sistema ditava como devia

parte dos estudiosos do assunto e ser a vida de todo ser humano”. Skinaté mesmo de leigos. Burrhus Fre-

ner acreditava que suas experiên-



Para esta linha de pesquisa,

deric Skinner é considerado um

cias estavam relacionadas exclusiva

a Análise do Comportamento uti-

dos maiores expoentes do estudo do

e diretamente aos estímulos do pró-

liza a noção de contingência e de

comportamento também chamado prio ambiente. (SKINNER. 1985) relação funcional para descrever as de Behaviorismo, seu livro Scien-



Nesse viés alguns pesqui-

leis que regem as interações orga-

ce and humam behavior (1953), tor sadores têm aplicado as técnicas

nismo-ambiente (TODOROV, 1989) NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 17



A Análise Aplicada do Com-

retirados do seu comportamento?

portamento enfatiza o papel das ex

Um dos métodos que pode

periências diretas na aprendizagem ser utilizado é a Terapia compordo comportamento agressivo, como tamental Infantil. De acordo com

SKINNER

experimentar diretamente estímu-

Lima (1987) esta inclui entre seus

los reforçadores após o comporta-

objetivos ajudar a criança a reco

mento. O comportamento agressivo

nhecer seu comportamento, levar a

pode ser mantido por uma varieda-

criança a efetivamente lidar com as ar-se em Letras, e ter tentado, por

de de eventos reforçadores. (SKIN-

variáveis que afetam seu comporta-

NER. 1985) destaca o fato de a ví-

mento e aumentar a probabilidade Nesta época, entrou em contato com o

tima do agressor ser subjugada e as

de ocorrência de comportamentos Behaviorismo. (SKINNER, 1976).

SOB A ÓTICA DE SKINNER

pistas de dor e outras conseqüências que garantam à criança maior nú-

S

kinner começou a trabalhar em psicologia depois de gradu-

um ano, seguir a carreira literária.



Duas influências funda-

injuriosas vivenciadas pela vítima mero de reforçamentos positivos. mentais parecem ter marcado o constituírem os principais reforça-

Infere-se, a partir das pes-

pensamento de Skinner e guiado

dores do comportamento agressivo. quisas realizadas, que é possível

o seu trabalho em psicologia nes

O comportamento do agressor tam-

condicionar uma pessoa praticante

tes anos iniciais, e posteriormente:

bém é reforçado pela complacência

de bullying a mudar seu compor-

a de Loeb, quanto ao objeto de es-

da vítima, enquanto a complacência

tamento. Mas tal condicionamen-

tudo, e a de Mach, quanto ao mé-

está sendo reforçada pela interrup-

to não pode ser obtido sem uma todo científico. Embora Skinner

ção da agressão. Esse comportamen-

aplicação cuidadosa, por profissio-

to agressivo é o comportamento ado-

nais devidamente capacitados, das Watson,

tado pelos praticantes de bullying

técnicas postuladas por Skinner. Thomdike, Poincaré e Bridgman,

que têm nessas contingências fa-

estas influências parecem ter sido

tores que reforçam seu comporta-



Maria de Fátima da Costa Marques

cite também outros autores como Pavlov,

Sherrington,

mais periféricas (SKINNER, 1979).

mento agressivo. (CALHAU, 2008).





Mas como mudar o com

a ideia de se estudar o compor-

portamento dos agressores? Como

tamento do organismo como um

fazer com que os praticantes de

todo. A esse respeito, ele diz que:

bullying os “bulies” tenha seu comportamento mudado de forma que os traços de agressividade sejam NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 18

De Loeb, Skinner herdou

O comportamento parece ter sido aceito pela primeira vez como um tema em seus próprios termos quando foram estudados organismos pequenos demais e

com comportamento simples demais para sugerir processos iniciadores internos... A formulação de Loeb dos tropismos e sua ênfase no ‘movimento forçado’ dispensavam as explicações internas. A coisa a ser estudada era o comportamento do ‘organismo como um todo’. E isto também poderia ser dito de organismos maiores. (SKINNER, 1989a, p. 61).

camente,

mais Skinner

especifi-

Neste ponto, vale à pena fa-

resposta e um reforço” (SKINNER,

zer um parêntese para acrescentar

1992). Assim, uma criança adquire

que esta questão da relação funcio-

comportamento verbal quando suas

nal entre termos e estímulos que vocalizações começam a ser reforaumentam sua probabilidade de

çadas ao produzirem conseqüências

ocorrência será tratada de forma

em uma dada comunidade verbal.

mais sistemática no livro Verbal

onde aparece sob a classe de ope-

dens, regras de polidez), eco (re-

rantes verbais denominados “tatos”.

petições); textual (como a leitura,

“O tato surge como o mais importante operante verbal, por causa do controle incomparável exercido pelo estímulo anterior. Este controle é estabelecido pela comunidade reforçadora (...) No tato (...) estabelecemos uma relação excepcional com um estímulo discriminativo. Fazemos isso reforçando a resposta tão consistentemente quanto possível na presença de um estímulo, com muitos reforçadores diferentes ou com um reforçador generalizado. O controle resultante é feito por meio do estímulo. Uma dada resposta ‘específica’ uma dada propriedade-estímulo. Isto é a ‘referência’ da teoria semântica. (SKINNER, 1957/1978, p. 109).

E isso mostra que Skin

ner não se preocupava apenas com eventos mentais não físicos, mas sim com fatores internos físicos, como é o caso do sistema nervoso.

Skinner (2001) 6 tipos de

afirma: Behavior (SKINNER, 1957/1978), comportamento verbal: mand (or-

“Eu queria estudar o comportamento de um organismo separado de qualquer referência à vida mental, e isto era Watson, mas eu também queria evitar referências ao sistema nervoso, e isto era Loeb” (SKINNER, 1989b, p. 122).





A abordagem Skinneriana

pretende eliminar a necessidade de recorrência a explicações linguísticas ou filosóficas para que se compre endam as bases do discurso verbal. Como, para Skinner, cada resposta

a transcrição ou cópia, o ditado);

SOB A ÓTICA DE SKINNER

E

cologia e não por outras disciplinas. considerados: um estímulo, uma

intra-verbal (ex. respostas em ca-

deia como, por exemplo, recitar o alfabeto; associações de palavras,

tradução; tato (contato) e rela ção com a audiência (o ouvinte como condição necessária para

que o comportamento ocorra).

A cultura determina quais

são as coisas boas ou corretas, úteis

e interessantes que os membros de suas comunidades podem fazer, reforça tais comportamentos, admi



Skinner

(1992)

define

rando e recompensando quem os

verbal deve ser entendida enquanto comportamento verbal como “um adotar. O indivíduo vai gostar de si funcionalmente relacionada a um comportamento

reforçado

pela mesmo se ele for um produto das

conjunto de estímulos que tomem mediação de outra pessoa” (p.14). práticas reforçadas pelo ambiente sua ocorrência (mais) provável, o

Sua tese central diz que

social (SKINNER, 1998). Nas ins-

comportamento verbal constitui-se

“Em todo comportamento verbal

tituições escolares o comportamento

num problema a ser tratado pela Psi

há três eventos importantes a serem reforçado é do aluno disciplinado, NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 19

que tira notas acima do mínimo es- Passar de ano implica variáveis

a prática que se tem feito dos estu-

tipulado, como recompensa irá pas- contextuais que fazem parte todo

dos experimentais do condiciona-

sar de ano, cursar uma nova série;

o processo de aprendizagem que mento operante que é baseada na

caso não atinja o índice de notas podem possibilitar ir de uma série eficácia da administração sistemápré-determinadas, não receberá ne para outra. (PINGOELLO, 2009). nhuma recompensa e não será ad

tica de recompensas (reforços) a

Este estudo teve por objeti- um organismo, quando queremos

mirado, pois se acredita que não al- vo, conceituar o método de Skinner, que ele apresente certas reações. cançou o desenvolvimento cognitivo

ligar o termo bullying ao Behavio



que se esperava dele, demonstrado

rismo de Skinner .Objeto de estudo

quer que se faça o levantamento

pelas notas abaixo da média esti- deste trabalho também, foi a análi

dos eventos que reforçam um dado

pulada pelas escolas. E essa questão

indivíduo. Pode-se controlar as re-

se do Condicionamento no contexto

Essa aplicação prática re-

SOB A ÓTICA DE SKINNER

possui ligações indiretas com o fe histórico, procurando suas raízes, ações utilizando as conseqüências nômeno bullying, pois uma vez que

e chegando-se a conclusão de que o

reforçadoras. Isto é importante

a pessoa pode ser vitimizada ou ser método pode sim, ter suas relações

em todos os campos em que o com-

tratada como inferior, ela poderá com o fenômeno bullying. Ade- portamento figura em destaque. se auto-excluir, ou ser excluída por mais, o método de Skinner mostra um ou mais indivíduos do seu meio .

Jonas Sales Fernandes

FREDERIC SKINNER E O BULLYING: O COMPORTAMENTO DO ALUNO CONDICIONADO POR REFORÇADORES

o seu foco principal é propor um Reforça também a restauraração

O

behaviorismo radical de

modelo com termos fáceis

que

e a introspecção de acordo como

Skinner é um modelo psi- se tornem conhecidos e, portan- limites daquilo que podem ser ob-

cológico prático, por assim dizer.

to, “auto-explicativos”, focando servado dentro do humano. Nes-

Em não se faz distinção entre os em um visão mais da experiên

sa perspectiva, analisa o corpo e

mundos subjetivo e objetivo, e se

cia natural do comportamento

sua relação com o meio ambien-

concentra em conceitos e termos, e

através de observações precisas. te, tratando dos acontecimentos

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 20

externos antecedentes e os ocor- cuja descrição é de acesso à obser- sas do comportamento. Devido ao ridos no mundo privado. Através

vação experimental.

O vinculo fato de dizer apenas como as pes-

dessa abordagem há a controle do da mente ao físico e a perspecti- soas agem, não esclarecendo o porestabelecimento de uma lingua- va fisiológica, baseada no exame gem comportamental otimizada do sistema nervoso, também são

quê desse comportamento ocorrer.

O behaviorismo destaca-

em interpretar os termos men- criticadas, enquanto as alterna- -se pela introdução da história tais, de acordo com o ponto de

tivas ao behaviorismo radical,

vista behaviorista. As pesquisas

defendido por Skinner, como o importante para compreensão do

experimentais neste campo, com- estruturalismo e o behaviorismo preendem a análise experimental

ambiental como um fator muito

comportamento; ou seja, circuns-

metodológico têm seus pontos fra- tâncias e comportamento podem

de comportamento, e as aplica- cos destacados. (MATOS, 1993) ser relacionados e o papel do meio Ressalta-se o valor de princípios

ambiente é realçado. Enquanto a

aplicada do comportamento. A

que organizam o comportamento, interpretação mentalista parali-

SOB A ÓTICA DE SKINNER

ções práticas são parte da análise

análise do comportamento deve como o costume, e que possibili- sa as demandas mais profundas, envolver, além das respostas em tem a previsão de ações que ainda por não levar em conta esse fator questão, o contexto em que ele

não ocorreram. Os padrões de de- fundamental, a atenção dada às

ocorre e os eventos que seguem

senvolvimento históricos são ou- causas ambientais do comporta-

as respostas. (LOPES, 2003)

tros componentes estruturais que



se tornam importantes para com- não podiam ser mais negadas. O

O behaviorismo radical

mento abriu novas questões que

constrói um paradigma de con- preender as mudanças, ao longo do

behaviorismo pode também ser

dicionamento não-linear e esta- tempo. Embora se evitasse tratar

visto como associado ao positi-

tístico, contrário ao paradigma

vismo lógico corrente filosófica

o behaviorismo como uma abor

linear e reflexivo das linhas teó- dagem mentalista; porque na vi- para a qual os acontecimentos ricas anteriores ao comportamen- são de Skinner, faltava informa- mentais não deveriam ser alvo de talismo. Defende que a maioria

ções úteis que permitam afirmar uma ciência natural, por serem

dos comportamentos humanos o porquê das pessoas orientarem

fatos "inobserváveis", do ponto

são condicionados de modo ope- ou não por um hábito qualquer. de vista científico. Na visão dos rante; tenta, então, delinear uma

Essa deficiência deixa margem

positivistas lógicos, se um ser au-

variante para o behaviorismo que para permanência de explicações tômato tivesse a capacidade de trate dos acontecimentos mentais

mentalistas que complementem a

reproduzir um comportamento de

como um comportamento interno,

resposta necessária sobre as cau uma pessoa, nenhuma explicação NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 21

mentalista seria mobilizada para guido da apresentação de um re- probabilidade de ocorrência. A o entendimento de seu desempe- forço positivo ou negativo, aquela

Teoria do Reforço defende que

nho, a não ser os estímulos que o

todas ações com consequências

resposta tem maior probabilidade

fizeram agir de tal modo. O beha- de se repetir com a mesma função; positivas sobre o indivíduo fazem viorismo metodológico teria a da mesma forma, quando o com- que as práticas tendam a ser repeseu favor a descarga de qualquer

portamento é seguido por uma tidas em um futuro próximo, em

filosofia introspectiva. Todavia,

punição (positiva ou negativa), contrapartida o comportamento

esses pioneiros admitiam a exis- a resposta tem menor probabili- que é punido tende a ser eliminatência de fatos mentais, apesar dade de ocorrer posteriormente. de não os considerarem em suas pesquisas, o que proporcionava

do. E as conseqüência em relação

O behaviorismo radical a isso são positivas sempre que as

se desta por explicar o comporta- pessoas sentem prazer com a sua

SOB A ÓTICA DE SKINNER

a especulação sobre mundos pa- mento animal através do mode- própria performance. Seguindo ralelos e um dualismo anacrô- lo de seleção por consequências.

esse pensamento, o comportamen-

nico, cujas provas não podiam Nesse sentido,

to dos alunos pode ser influencia-

o behaviorismo

ser fornecidas. (LOPES, 2003)

radical cria um modelo de con- do e controlado através do refor-

Skinner elaborou os princípios

dicionamento não-linear e pro- ço ( a idéia da recompensa) para

do condicionamento operante e babilístico, contrário ao modelo

os comportamentos desejados e

a sistematização do modelo de linear e reflexo das teorias pre- ignorando as ações não desejaseleção por conseqüências no in- cedentes

do

Comportamenta- das (o castigo). Skinner defen-

tuito de explicar o comportamen- lismo. Para Skinner, a maior de mesmo que o comportamento to. O condicionamento operante

parte dos comportamentos hu- das pessoas pode ser controlado

é diferente do condicionamento manos são condicionados desta respondente

criado por Pavlov

e Watson; no sentido de que noo

e informado por longos períodos

forma operante. (ROSE, 1982) de tempo sem que estas percebam

Trabalhar a indisciplina isso, inclusivamente sentindo-se

comportamento operante o com- nas escolas em especial o bullying livres. Uma técnica defendida portamento é condicionado, mas seguindo a visão de Skinner, po- por ele é a modificação do comnão há associação reflexa entre

deria ser tratada baseando-se em portamento organizacional, que

estímulo e resposta,

sua Teoria de Reforço. Skinner

mas sim

tem foco na aplicação da Teoria

probabilidade de um estímulo se chamou reforços os eventos que do Reforço aos esforços para a seguir à resposta condicionada. tornam uma reação mais fre Quando um comportamento é se NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 22

mudança nas organizações e se

quente, ou seja, que aumentam a eleva em dois princípios básicos:

em primeiro as pessoas atuam

seja, apenas aqueles sensíveis a

da forma que acham mais gra- eles sobreviveram. No dia-a-dia, tificante e recompensadora; em poderia ser representado por uma segundo, o comportamento pode

mãe que só deixa o filho almoçar

ser influenciado e determinado após ter terminado o dever de casa pela gestão das recompensas a ele

e um homem que após se recon-

associadas. (CARRARA, 2004)

ciliar com a esposa, fazem sexo



Skinner divide os eventos para comemorar. Já os demais re-

reforçadores em positivos e ne- forçadores, dependem dos primágativos. Parte destes reforços se rios para se tornarem efetivos, ou baseiam na apresentação de estí- seja, eles precisam acompanhar

coisa à situação (por exemplo,

tempo para que possam agir por

alimento, água); estes são cha- si. No dia-a-dia a atenção é um mados reforços positivos. Outros grande exemplo de reforçador seconsistem na eliminação de algu- cundário. Por último os reforçama coisa da situação (por exem- dores generalizados são aqueles plo, muito barulho, calor ou frio

que possibilitam o acesso a todos

extremos, choque elétrico); estes (ou quase todos) os demais. O seu são denominados reforços negati- maior representante é o dinheiro, vos. Em ambos os casos, o efeito capaz de possibilitar os demais

SOB A ÓTICA DE SKINNER

mulos, no acréscimo de alguma os primários por determinado

do reforço é o mesmo: a probabili- reforçadores. (CARRARA, 2004) dade da resposta será aumentada. Seguindo esse pensamento, exis-

José Mário Soares Serra Júnior

tem reforçadores primários, secundários e generalizados: como exemplo do primeiro, temos o alimento e o sexo; ambos podem ser usados para aumentar a fre quência de uma resposta. Eles são reforçadores para a espécie, ou NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 23

RESPEITO À SUBJETIVIDADE DO ALUNO mento de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência. (ROGERS, 1997, p.322).

dos diferentemente por cada aluno.

Diante disso, a teoria huma-

nista apresenta uma proposta de de-

A

psicologia voltada para a senvolvimento centrada na pessoa; educação apresenta diversas

no respeito à subjetividade do indi-

teorias que suscitam explicações a

víduo, do aluno no ambiente escolar.

respeito de como se dá os processos

A teoria humanista tem como seu

de aprendizagem. O entendimento

maior representante Carl Rogers.

SOB A ÓTICA DE CARL ROGERS

e o uso dessas teorias podem dire-

Os humanistas acreditam

cionar a composição das propos- que o desenvolvimento do aluno tas pedagógicas adotas por uma acontece efetivamente quando o próescola para o desenvolvimento de



dizagem significativa segundo Ausubel”, os autores, Adriana Pelizzari , Maria de Lurdes Kriegl , Márcia Pirih Baron, Nelcy Teresinha Lubi Finck e Solange Inês Dorocinski explanam que para uma aprendizagem significativa faz-se necessário: Em primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, então a aprendizagem será mecânica. Em segundo, o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos conteúdos que têm significado ou não para si próprio. PELLIZARI et al,201l, p.38).

prio aluno identifica uma espécie

seus alunos, bem como o posicio- de necessidade, necessidade que ele namento da instituição educadora. próprio tenha interesse de suprir.

A motivação para a aprendizagem e para a mudança deriva da tendência auto-realizadora da própria vida, da tendência do organismo para percorrer os diferentes canais de desenvolvimento potencial, na medida em que estes podem ser experimentados como favorecendo o crescimento. (ROGERS, 1997, p.328).

As escolas, como espaços

de interação social e construção do conhecimento, são ambientes ricos pela diversidade cultural e de conhecimento de mundo contido em seus discentes. Nessa atmosfera, a aprendizagem tende a



acontecer de forma diferente em

humanista em um tipo de apren-

No artigo, “Teoria da apren-

ROGERS pauta a teoria

cada um deles, pois num ambien- dizagem, a aprendizagem signifi-

O pensamento humanis-

te diversificado, os interesses dos cativa, que na nessa se sobrepõe à ta, centrado na pessoa, ressalta alunos são variados: o que desper- aprendizagem mecânica. Ele diz: que o aluno é capaz de se autota atenção em um aluno, não desperta, necessariamente, a atenção no outro. Sabe-se também que as próprias regras da escola, as avaliações e os horários são assimilaNOV/2009 INFORMARTIGOS P. 24

Por aprendizagem significativa entendo aquela que provoca uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação da ação futura que escolhe ou nas suas atitudes e na sua personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um au-

-dirigir quanto ao aprendizado e que, é papel do professor ser um o facilitador do conhecimento o qual o aluno demonstre interesse. Para Rogers a integração professor (facilitador)

-aluno são fatores importantes para a aprendizagem. Rogers enfatiza os aspectos dinâmicos e ativos do ensino do ensino que reforçam o processo de interação na aprendizagem e considera o aluno capaz de auto-direção, desde que em ambiente propício e interessante. (VAZ e RAPOSO, 2011).



alizou ROGERS e NEILL, Sum-

merhill respeita a liberdade e a in- nistas nos casos de bullying, por dividualidade do aluno assim como

exemplo, a solução viável seria o

seus interesses para uma aprendi- diálogo, a exposição de ideias vinzagem significativa. Caso um aluno das principalmente dos alunos e

A escola Summerhill, na sinta-se desconfortável na escola, os

Inglaterra, funciona há 90 anos

Entretanto, para os huma-

dos envolvidos, pois esses mesmos

motivos podem ser expostos nessas aprenderiam a importância de se

aprendizagem atendendo crianças

do seja gerado e respeitado por todos.

de regras a serem implementadas.

Todas as aulas são opcionais. Não há pressão para se conformar às idéias de adultos de crescer, embora a própria comunidade tem a expectativa de conduta razoável do indivíduo. Bullying, vandalismo ou outros comportamentos ant-social é tratada por provedores especialmente eleitos, ou por toda a comunidade em suas reuniões diárias. (READHEAD, 2011).

A primeira implicação no domínio da educação poderia ser a de permitir ao aluno, seja em que nível do ensino for, estabelecer um real contato com os problemas importantes da sua existência, de modo à distiguir os problemas e as questões que pretende resolver. (ROGERS, 1997, P.330).

do ensino fundamental e médio. Seu fundador Alexander Sutherland Neill, acreditou numa escola como espaço democrático para a construção do desenvolvimento respeitando a liberdade e os interesses dos alunos. Parafraseando NEILL no documento Declarações de Polí-

Pela ótica humanista, os

tica geral encontrado no site da es- casos de violência dentro das escocola , a criança devia ser livre para

las, como os bullying, pode-se dizer

viver sua própria vida não a vidas que o agressor, diferente dos demais de seus pais ou de que seus profes- alunos, não demonstra respeito ao sores impusesse.” NEILL é contra

próximo, à individualidade e às di-

a influência dos adultos: “Todas as

ferenças humanas, pois às regras de

interferências deste e orientação por convivência não fazem sentido para parte dos adultos só produz uma ge- ele por algum motivo determinado ração de robôs”. (AS NEILL, 2011). ou desconforto naquele ambiente e

Nessa escola, os problemas

isso tem impacto no processo con-

de variados assuntos identificados

vivência e de aprendizagem.Tam-

pelos alunos são expostos, debatidos bém a vítima não se sente segura e solucionados em grupo por meio

no ambiente escolar , sente medo e

de assembléia semanal. Como ide

não desenvolve sua aprendizagem.



Os teóricos humanistas de-

fendem que cada aluno a partir da sua subjetividade percebe o meio e aprende de maneira particular. Dessa maneira entende-se que os alunos também compreendem e reagem às novas informações, às regras, às noções de liberdade e respeito distintamente. Diz-se que o conhecimento imposto pode gerar diferentes tipos de conflitos que impedem o aprendizado, por isso é de primeira importância à observação dos conhecimentos prévios dos alunos pelo professor e seus interesses a serem considerados respeitados e desenvolvidos. NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 25

SOB A ÓTICA DE CARL ROGERS

com a abordagem humanista de assembléias para que um novo acor- estabelecer limites e criariam as

Se desconfio do ser humano, antes devo empanziná-lo de informações da minha própria escolha, a fim de que não tome um caminho errado. Mas se acredito na capacidade de cada um desenvolver sua potencialidade individual, proporcionar-lhe ei todas as oportunidades e lhe permitirei a escolha de vias próprias e sua direção pessoal na aprendizagem.(ROGERS, p.119, 1978).



Conclui-se que a teoria humanista pensa o

desenvolvimento humano como algo auto-direti-

dida em que destrói a maneira de ensinar utiliza da de forma geral nas escolas atuais, também constrói, apontando a importância de se valorizar os interesses do aluno, enfim, do ser humano auto-diretivo para aprender porque é dotado de subjetividade.

vo, próprio da interação do indivíduo com o meio.

Érika Rominy S.R.Souza

Ela, apesar de reduzir o papel do professor, na me

SOB A ÓTICA DE CARL ROGERS

BULLYING INTERVENÇÃO SEGUNDO A ABORDAGEM HUMANISTA

DWIN.2005), durante toda a sua Depois de experiências vividas com

A

abordagem

Humanista

infância e adolescência ele foi total- alunos e com pessoas que vinham à

Centrada no Cliente tem

mente reprimido. Suas crenças reli- procura de ajuda, Rogers acabaria

entre seus principais expoentes giosas e a eliminação de qualquer percebendo, no entanto, que quano psicólogo americano Carl Ro- expressão emocional forçaram-no a to mais se abria como pessoa no regers. Rogers nasceu em Oak Park,

viver sob um código que não via como lacionamento com o paciente mais

Illinois, em um bairro afastado seu. Disse, mais tarde, “que essas de Chicago. Segundo Goodwin; Apesar de ser produto de um ambiente altamente controlado Rogers conseguiu dedicar-se a carreira de sua própria escolha, não obstante todas as experiências de sua infância e adolescência. O quarto de seis filhos de um casal protestante, extremamente conservador, ele foi criado em um subúrbio de Chicago, em uma família no qual o trabalho e o empenho pessoal eram valorizados, mas todos os prazeres eram considerados pecado. (GOODWIN, 2005 p.457)



Segundo o próprio Ro-

gers, (ROGERS .1961 Apud GOONOV/2009 INFORMARTIGOS P. 26

efetivo e rápido tornava-se o sucesso

restrições deram-lhe motivos para do tratamento, (VEJA. 1977). Atraa sua revolta, embora a rebeldia te- vés do desenvolvimento dessa idéia nha demorado a chegar. (ROGERS.

Rogers se afastou cada vez mais da

1961

Apud

psicologia tradicional ou freudiana



Carl Rogers passou cerca e da psicologia do comportamento,

GOODWIN.2005)

de 15 anos acreditando que o pa- ao ponto de confessar em uma entrepel do psicoterapeuta era apenas o vista para a revista Veja em 1977 que de manter-se a parte quanto a seus acreditava ser “um fenômeno embasentimentos em relação ao pacien- raçosamente doloroso para os psite. Assim distanciado, pensava ele, cólogos acadêmicos”. (VEJA 1977) ficava mais fácil enxergar as solu- ções adequadas. (ROGERS. 1961).

Rogers postulou que o ser

humano possui um senso de escolhas

livre e responsável, que lhe permite

cipio que o jovem é automotiva-

que permeia o universo escolar.

um elenco de respostas aos estímulos do poder-se-ia tratar com sucesso do ambiente, maior do que se dispu- as crianças sofredoras de bullying Maria de Fátima da Costa Marques sesse apenas do instinto e de apren- uma vez que elas são, na maioria dizagens primárias (Rogers, 1978).

das vezes vítima dessa violência por



Rogers nos mostra como a

causa do seu comportamento sub-

motivação intrínseca é preexistente

misso e sem auto estima conforme

ao processo de socialização. A esco- relata Lopes Neto quanto a personalidade das vítimas de bullying. Em geral, não dispõe de recursos, status ou habilidade para reagir ou cessar o bullying. Geralmente, é pouco sociável, inseguro e desesperançado quanto à possibilidade de adequação ao grupo. Sua baixa auto-estima é agravada por críticas dos adultos sobre a sua vida ou comportamento, dificultando a possibilidade de ajuda. Tem poucos amigos, é passivo, retraído, infeliz e sofre com a vergonha, medo, depressão e ansiedade. Sua auto-estima pode estar tão comprometida que acredita ser merecedor dos maus-tratos sofridos. (LOPES NETO, 2011)

potencial que ela representa, pois aproveitá-la implicaria rever os currículos e a organização da escola, que não são montados levando em conta a vida real do estudante:

Ele

escreveu

que

fica-

va irritado com a ideia de que o estudante deve ser “motivado”. O jovem é intrinsecamente motivado, em alto grau. Muitos elementos de seu meio ambiente constituem desafios para ele. É curioso, tem a ânsia de descobrir, de conhecer, de resolver problemas. O lado triste da maior parte da educação está em que, após a criança haver passado anos e anos na escola, essa motivação intrínseca está muito bem amortecida. Mas continua a existir, e nossa tarefa, como facilitadores de aprendizagem, é a de suscitar essa motivação, descobrir que desafios são reais para o jovem e proporcionar-lhe a oportunidade de enfrentá-los. (Rogers, 1978, p.134-135 apud MOGIKA 2011)





SOB A ÓTICA DE CARL ROGERS

la tradicional desperdiça o grande

O fator motivacional seria,

portanto, algo fundamental para o desenvolvimento de um comportamento independente, para o desenvolvimento de uma personalidade segura, com autoestima elevada. Tais posturas conforme, poderiam inibir as agressões.

Conclui-se

então que a teoria de Rogers cen-

Nessa perspectiva, podemos

trada na pessoa pode ser de grande

trabalhar a questão do bullying

utilidade para o tratamento dessa

nas escolas. Se partirmos do prin epidemia invisível mais tão real NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 27

RELAÇÃO DO BULLYING COM A TEORIA HUMANISTA DE CARL ROGERS

A

Dessa forma, a definição de bullying é compreendida como um subconjunto de comportamentos agressivos, sendo caracterizado por sua natureza repetitiva e por desequilíbrio de poder (FANTE, 2005, pág. 28).

questão comum entre a psicologia

humanista

de

Rogers (que prega em sua escola democrática Summerhill, à busca pela felicidade dos alunos em

SOB A ÓTICA DE CARL ROGERS

geral, respeitando os limites de cada um) e o fenômeno bullying, (que pela falta de “felicidade” acaba gerando transtornos não apenas para si próprio, mas também para os outros em muitos casos), é que ambos tratam do sentimento como sendo o fator preponderante para a vida plena do indivíduo.



Segundo a professora Dra. Cleo Fante, que é pioneira

nos estudos do fenômeno bullying no país, trata-se de uma “palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para definir o desejo consciente e deliberado de maltratar outra pessoa e colocá-lo sob tensão” (FANTE, 2005). No Brasil, adotamos o termo que, de maneira geral, é empregado na maioria dos países: bullying, Bully, enquanto nome é traduzido como “valentão”, “tirano”, e como verbo, “brutalizar”, “tiranizar”, “amedrontar”.

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 28



Apesar de o bullying ter sempre existido, até mesmo

antes do surgimento das escolas, pioneiramente, o professor Dan Olweus (2011) foi o primeiro a ligar o termo ao fenômeno. Ao pesquisar sobre o suicídio de três adolescentes noruegueses em 1983, Olweus percebeu que era cabível de ter sido o bullying, o fator determinante para esses suicídios. O Ministério da Educação solicitou então, uma pesquisa sobre o tema, e como resultado, ele criou o programa antibullying.

A abordagem sobre o que é

ou não bullying diverge por vezes, quando estudiosos afirmam erroneamente que bullying é caracterizado por agressões, humilhações e até mesmo preconceitos sem levar em conta o caráter repetitivo, a questão que deve ter ocorrido entre pares e também que sempre há no bullying,

relação de hierarquia entre os agressores e as vítimas. Discussões ou brigas pontuais não são bullying (VINHA. 2011). Conflitos entre professor e aluno ou gestor também não é bullying (FANTE, 2005).

Precisa-se urgente de mais

programas com o caráter dos já elaborados pela Dra. Cleo Fante (Educar para a paz) e também pelo professor Dan Olweus (Bullying Prevention Program). E um dos embasamentos para elaboração de uma metodologia para compreender

e

principalmente,

posteriormente erradicar a idéia de inferioridade que essas crianças presenciam-nos os mais diversos âmbitos de sua convivência.

De acordo com Rogers

(1997) a pessoa total é aquela que está aberta à suas experimentações internas e aos dados das experiências

do

mundo

externo.

O posicionamento filosó-

fico de Rogers, e sua perspectiva e visão do ser humano foram bastan

te avançadas para a sua época, pois o assunto de seu interesse, sendo asapresentam um entendimento alta- sim, não tem por que ele estudar o mente holista e sistêmico do homem, que não gosta, e por conseqüência, que fica perfeitamente claro em seus possui uma tendência maior a ser livros, e, em resumo, nesta passagem: bom no que faz. (ROGERS, 2011).

A aplicação da teoria de Rogers em nosso sistema de ensino formal não é tarefa fácil, sendo, inclusive, considerado por muitos uma utopia, mas as polêmicas trazidas para o campo da educação muito têm beneficiado a reformulação do ensino. Afinal, aprender pelo próprio gosto é a maneira mais rica de aprender.



Este estudo teve por objetivo

conceituar o bullying, ligar o termo bullying ao fenômeno (o que pioneiramente foi feito por Dan Olweus), analisar a psicologia humanista de Rogers, utilizando quase sempre como exemplo de suas afirmações, a funcionalidade da mais antiga (1921) escola democrática, humanista, e que deve muito disso a Rogers, a escola Summerhill, localizada no Oeste da Inglaterra, fundada por As Neill. O estudo ainda procurou mostrar que por meio da felicidade que nas vítimas de bullying é praticamente nula, por meio da psicologia de Rogers essas vítimas poderiam

SOB A ÓTICA DE CARL ROGERS

Sinto pouca simpatia pela idéia bastante generalizada de que o homem é, em princípio, fundamentalmente irracional e que os seus impulsos, quando não controlados, levam à destruição de si e dos outros. O comportamento humano é, no seu conjunto, extremamente racional, evoluindo com uma complexidade sutil e ordenada para os objetivos que o seu organismo, como um todo sistêmico, se esforça por atingir. “A tragédia, para muitos de nós, deriva do fato de que as nossas defesas internas nos impedirem de surpreender essa racionalidade mais profunda, de modo que estamos conscientemente a caminhar numa direção, enquanto organicamente caminhamos em outra” (ROGERS, 1977).

facilmente ser integradas e realizarem as atividades que lhes dessem

A escola Summerhill seria mais prazer, sem discriminação.

um ótimo local de terapia para as crianças que sofrem de bullying.

Jonas Sales Fernandes

Pois lá, as crianças aprendem desde cedo que a sua liberdade termina quando começa a liberdade do próximo. Em Summerhill, o aluno estuda NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 29

CARL ROGERS E O BULLYING:O ALUNO RESPONÁVEL POR SUA PRÓPRIA DISCIPLINA ESCOLAR conducente ao crescimento pessoal; um clima no qual a inovação não seja assustadora, em que as capacidades criadoras de administradores, professores e estudantes sejam nutridas e expressadas, ao invés de abafadas. Tem-se de encontrar, no sistema, uma maneira na qual a focalização não incida sobre o ensino, mas sobre a facilitação da aprendizagem autodirigida. (ROGERS, 1986 apud CAMPELO, 2009)

A

educação de Rogers – centrada na pessoa – se dá através

um relacionamento interpessoal, afetuoso e de interesse de ambos, professor e aluno, juntos, caminhando para o aprendizado sig-

SOB A ÓTICA DE CARL ROGERS

nificativo – um aprendendo com outro.

Uma vez que o professor

se permite trabalhar dessa forma ele estabelece um relacionamento autêntico com o educando. E é essa mesma autenticidade que será a principal ferramenta de trabalho do educador na aprendizagem significativa. (AZEVEDO, 2005)

O sistema educativo, nessa

teoria, tem que ter como foco o desenvolvimento das pessoas, de uma forma plena e, simultaneamente, que através deste propicie a elas a sua auto-realização. Para Rogers, o homem educado é o homem que aprendeu a aprender e que dentro do Sistema Educativo como um todo, deverá programar um clima propicio ao crescimento pessoal do aluno. Tem-se de encontrar uma maneira de desenvolver, dentro do sistema educacional como um todo, e em cada componente, um clima

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 30



Em sua concepção, o homem

não deve ser visto como uma máquina, nem ao menos, um individuo que é impulsionado por forças inconscientes, mas sim um individuo que é capaz de sua própria auto-criação - posição do ser construtiva e auto-reguladora. Seria afirmar que todos os seres possuem dentro de si os recursos necessários para o seu próprio crescimento, mas estes só podem ser despertados quando se cria um clima definido de atitudes psicológicas oferecido por outra pessoa. Ou seja, o homem é um ser em busca constante de si mesmo, que vive em um constante processo que o guia para um caminho de desenvolvimento próprio. (CAMPOS, 2005)

O professor deve ser en-

carado como um facilitador da aprendizagem, não só aquele quem

transmite o conteúdo, mas sim que presta auxilio aos educandos para que estes possam viver sempre em processo de transformação. É o educando que deve procurar o seu próprio conhecimento, consciente desse processo de transformação que lhe é inerente. Sendo o facilitador um apoio material para o educando, que será responsável por criar condições de interação social, preparando o ambiente psicologicamente favorável, propondo um bom material de pesquisa e instigando a curiosidade sobre o conhecimento, característica essa própria do ser humano, para colaborar com a aprendizagem significativa.

(AZEVEDO, 2005)

O objetivo do modelo de

aprendizagem de Rogers é que o aluno abandone a passividade e adquira um papel ativo, de intervenção no seu próprio processo de aprendizagem, o que corresponde dizer que a aprendizagem não passa a ser centrada mais no professor e sim no aluno. O aluno é quem tem o papel fundamental na aprendizagem, porque ele é o responsável pela constru

responsável pela sua autodisciplina. o acolhimento aos alunos envolvi ... a Abordagem Centração do seu próprio saber, onde o proda na Pessoa percebe que o dos (vítimas e agressores), focali-

processo, coordenando e orientando com cautela. O papel do professor é apenas o de garantir o nível de maturidade e segurança no processo de aprendizagem, ou seja, não o de controlar o desenrolar desse processo, mas, acima de tudo, acreditar na capacidade de aprender de seu próprio aluno. (CAMPELO, 2009)

Esse modelo de Rogers -

abordagem centrada na pessoa - aplicado ao contexto do bullying possibilita o retorno da responsabilidade pela própria pessoa, ou seja, faz com que o aluno seja responsável por sua própria vida. Desta forma, afirma



pel fundamental para que aja a mudança de comportamento entre os alunos envolvidos com casos de bullying, uma vez que ele deve se comportar como facilitador para que esse processo ocorra. Os indivíduos possuem dentro de si vastos recursos para autocompreensão e para modificação de seus autoconceitos, de suas atitudes e comportamento autônomo. Esses comportamentos podem ser ativados se houver um clima, passível de definição, de atitudes psicológicas facilitadoras. (ROGERS, 2007 apud SILVA, 2010)

o poder de manutenção da disciplinada por parte do próprio aluno, que desenvolverá esse entendimento inconscientemente.

Contribuindo

para a ressignificação da autodisciplina: a volta da responsabilidade pela própria atitude. (SILVA, 2010)

Seguindo este pensamento,

pode-se afirmar que o praticante do Bullying pode mudar seu comportamento errôneo, diante das circunstâncias em que ele perceba a gravidade de suas ações e que o mesmo é

O professor apresenta pa-



O ambiente escolar tem que

estar repleto de clima facilitador, propiciando uma modificação no comportamento do aluno e o encaminhando para a evolução rumo à maturidade psicossocial. Essa perspectiva contribui fortemente oferecendo recursos também para

zando a pessoa e não o problema, facilitando o clareamento dos seus pedidos de ajuda através dos seus próprios recursos psicossociais. (ROGERS, 2007 apud SILVA, 2010)

A facilitação pode ser exer-

cida também por qualquer outra pessoa que esteja aberta a realidade da Abordagem Centrada na Pessoa.

Os facilitadores, no âmbi-

to escolar, podem ser enxergados

SOB A ÓTICA DE CARL ROGERS

ser humano é determinado por sua vontade subjetiva, ainda que influenciado por todas as circunstâncias de sua existência. Portanto, ele é absolutamente livre para escolher entra as opções existentes, ainda que poucas e limitadas, res ponsabilizando-se pelas conseqüências que delas surgirem. Assim: um individuo que vive neste clima estimulante pode escolher livremente qualquer direção, mas na verdade escolhe caminh os positivos e construtivos. (ROGERS, 2007 apud SIVA,2010)

fessor é apenas o facilitador desse

como os funcionários e os professores, desde que vivenciem estas con-

dições de facilitação. O ‘facilitador’

é o agente responsável por oferecer as condições necessárias e suficientes (clima psicossocial não ameaçador) que serão importantes para

despertar o processo criativo de de-

senvolvimento junto àqueles a quem se dirige: os alunos (agressores e ví-

timas de bullying). (SILVA, 2010)

Em suma, tal abordagem,

colabora com o processo direcional na vida do estudante, baseando-se na confiança em todos os seres humanos, uma vez que há tendência natural ao desenvolvimento mais completo e complexo. Sendo extremamente necessário combater a ideia de que a NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 31

essência da pessoa é perigosa, deven- fiança, criatividade, automotivação do ser ensinadas e controladas por e autonomia com que as pessoas são aqueles que possuem uma autori- capazes de realizar suas inúmeras dade superior. E comprova também

potencialidades.

(SILVA,

2010)

outro prisma eficiente e construtivo para o estudante, apoiado na con-

José Mário Soares Serra Júnior

DESEQUILÍBRIOS NA APRENDIZAGEM esse “status” reconhecido na medida em que seus atos são observados e, de certa forma, consentidos pela omissão e falta de reação dos atores envolvidos. (CEATS e FIA, 2010).

S

egundo a pesquisa: Bullying escolar no Brasil relatório fi-

SOB A ÓTICA DE PIAGET

nal, realizada em março de 2010, pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor – CEATS e Fundação Instituto de Administração – FIA, em escolas públicas e particulares em cidades das 5 regiões do país os incidentes de bullying se mostram frequentes dentro do ambiente escolar. Na amostra pesquisada, as mais elevadas frequências de bullying foram identificadas entre adolescentes na faixa de 11 a 15 anos de idade e alocados na sexta série do ensino fundamental. Os respondentes tiveram dificuldade para indicar motivos que os levam a sofrer ou a praticar agressões no contexto de seu relacionamento com pares no ambiente escolar. Tendem a considerar que os agressores são jovens que buscam obter popularidade junto aos colegas, que necessitam ser aceitos pelo grupo de referência e que se sentiram poderosos em relação aos demais, tendo

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 32



Diante desse tipo de com-

portamento, para que a escola per-

riadas formas, como por exemplo, as relações interpessoais, que em muito colaboram para a formação dos valores, princípios, identidade e da personalidade dos indivíduos. Pais e professores não podem esquecer que, no grupo de colegas e amigos de seus filhos e alunos existem fortes “rivais” que podem influenciar, de forma positiva ou negativa, toda a sua estrutura emocional. Por exemplo, toda a sua estrutura emocional. Por essa razão , é preciso ter flexibilidade e humanidade para aprender o “funcionamento” desses grupos de indivíduos : como pensam, que linguagem utilizam, que roupas vestem, que músicas ouvem e que ideologias fazem suas cabeças. Somente assim poderemos interferir, objetivamente, nessa engrenagem tão solida e influente que rege o comportamento de muitos adolescentes. (SILVA, 2010, p.65).

maneça como um dos espaços de desenvolvimento de indivíduos e de formação de cidadãos faz-se necessária uma reflexão por parte dos educadores a cerca do sistema de educação, de suas estratégias e as teorias que possam se tornar fontes de soluções para modificar as ocorrências de bullying nesse ambiente.

Entretanto, Percebe-se que

a atenção dos educadores devem estar focada atentos ao desenvolvimento cognitivo dos alunos porque



além do conteúdo programático de

comportamento dos jovens é fruto

cada série, é principalmente no co-

da cultura da qual estão inseridos,

tidiano do período escolar que ou-

pois alguns são egocêntricos, trans-

tros aprendizados se exibem de va-

gressivos, buscam de forma desco-

Parafraseando SILVA, o

Piaget utilizou o modelo biológico: o ser humano é guiado pela busca do equilíbrio entre as necessidades biológicas fundamentais de sobrevivências e as agressões ou restrições colocadas pelo meio para a satisfação dessas necessidades. Nessa relação, a organização – como capacidade do individuo de condutas seletivas – é o mecanismo que permite ao ser humano ter condutas eficientes para atender às suas necessidades, isto é, à sua demanda de adaptação. (BOCK, 2008, p.139).

e imediato não se pautam em responsabilidades, obrigações e

des-

respeitam os direitos individuais e coletivos. (SILVA, 2010, p.63 e 64).

PIAGET,

como

teórico

construtivista, é conhecido pelo estudo a respeito da Epistemologia genética, que explica a gênese do conhecimento humano e como os in-

Para Maria Aparecida Có-

divíduos aprendem em um ambiente

ria Sabin, “A socialização é o pro-

educativo. Do estudo de PIAGET

cesso pelo qual o indivíduo adqui-

entende-se que “Estruturas cogni- re padrões de comportamentos que tivas são padrões de ação física e são valorizados pelo seu grupo e mental subjacentes aos atos espe- adequados para a sua adaptação cíficos de inteligência e correspon- ao seu ambiente social”. (CÓRIAdem a estágios do desenvolvimento -SABINI, 1986, p.119). Percebeinfantil”. (VAZ e RAPOSO, 2011). Existem quatro estruturas cognitivas primárias - estágios de desenvolvimento - de acordo com Piaget: sensorial-motor, pré-operações, operações concretas e operações formais. No estágio sensorial-motor (0-2 anos), a inteligência assume a forma de ações motoras. A inteligência no período pré-operação (3-7 anos) é de natureza intuitiva. A estrutura cognitiva durante o estágio de operações concretas (8-11 anos) é lógica, mas depende de referências concretas. No estágio final de operações formais (12-15 anos), pensar envolve abstrações. (VAZ e RAPOSO, 2011).



Porém, essas estruturas ten-

dem a mudar de acordo com a capacidade seletiva do individuo diante das realizações ou restrições vivenciadas.

-se que nesse conceito o foco da socialização é o desenvolvimento moral e Piaget entende que a moral é dividida em três fases, são elas: anomia, heteromia e autonomia. Sendo elas: anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta sendo determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até que seja alimentado é um exemplo dessa fase. heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade): O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa



Complementando esse pensa-

mento, PIAGET explica que a moral é construída ao longo do tempo a partir das relações do sujeito com os diferentes ambientes e adultos.

Conclui-se que os compor-

tamentos agressivos têm origem numa deficiência ou atraso no desenvolvimento cognitivo geralmente na compreensão das relações interpessoais. Cabe aos profissionais da educação conhecerem as fases do desenvolvimento moral e humano cada comportamento e assim compreender e conduzir os alunos á uma autonomia intelectiva e moral.

Érika Rominy S. R. SOUZA

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 33

SOB A ÓTICA DE PIAGET

medida apenas o prazer individual

está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico. autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral. Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de lidar com diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na transição anomia - heteronomia, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia moral e intelectual. (BRASIL ESCOLA, 2011).

BULLYING SOB O OLHAR CONSTRUTIVISTA

J

ean Piaget nasceu em Neu- -americanas. Morreu em 1980 em bre o objeto de conhecimento para châtel, Suíça, em 1896. Aos 10 Genebra, Suíça. (BALESTRA 2009)

anos publicou seu primeiro artigo



inseri-lo num sistema de relações.

Para Piaget, a inteligên-

A

partir

de

resultados

científico, sobre um pardal albino. cia é o mecanismo de adaptação oriundos de suas pesquisas biolóDesde cedo interessado em filo- do organismo a uma situação nova gicas, Piaget concluiu que todas as sofia, religião e ciência, formou- e, como tal, implica a construção

espécies herdam duas tendências

-se em biologia na universidade de

contínua de novas estruturas, (PA- básicas: organização e adaptação.

Neuchâtel e, aos 23 anos, mudou-se

LANGANA 1994). Esta adaptação

Organização - combinação, or-

SOB A ÓTICA DE PIAGET

para Zurique, onde começou a tra- refere-se ao meio exterior. Os in- denação, balhar com o estudo do raciocínio divíduos segundo Piaget se desen- denação da criança sob a ótica da psicologia

volvem intelectualmente a partir

experimental. Em 1924, publicou

de exercícios e estímulos oferecidos rentes,

recombinação, de

pensamentos

o primeiro de mais de 50 livros, pelo meio em que vivem, (PIAGET

reor-

comportamentos em

sistemas

(PALANGANA

e

coe1994).

Adaptação - As pessoas

A Linguagem e o Pensamento na 1967). Para Piaget o comportamen- também herdam a tendência de se Criança. Antes do fim da década to de cada um de nós é construído de 1930, já havia ocupado cargos

adaptarem ao seu meio ambien-

numa interação entre meio e o in- te, (PALANGANA 1994). E a

importantes nas principais univer- divíduo. Esta teoria é caracteriza- adaptação engloba dois processos sidades suíças, além da diretoria da como interacionista, (PIAGET

básicos: assimilação e acomoda-

do Instituto Jean-Jacques Rousse- 1967). Quanto mais complexa for ção. au, ao lado de seu mestre, Édouard esta interação, mais "inteligente"

Segundo Piaget, organizar,

assimilar e acomodar podem ser

Claparède (1873-1940). Foi também será o indivíduo. Para Piaget a es- vistos como um ato complexo de nesse período que acompanhou a

trutura de maturação do indivíduo estabilização.

(PIAGET

1967).

infância dos três filhos, uma das

sofre um processo genético e a gê- Ele Afirma que as mudanças efe-

grandes fontes do trabalho de ob- nese depende de uma estrutura de

tivas no pensamento ocorrem devi-

servação do que chamou de "ajus- maturação, (PIAGET 1967). Sua

do a um processo de acomodação.

tamento progressivo do saber". Até

teoria nos mostra que o indivíduo

o fim da vida, recebeu títulos ho- só recebe um determinado conhenorários de algumas das principais

cimento se estiver preparado para

universidades europeias e norte- recebê-lo. Ou seja, se puder agir soNOV/2009 INFORMARTIGOS P. 34

Se aplicarmos um esquema específico a uma determinada situação e este funcionar, então existe tal equilíbrio, mas se o esquema não produzir um resultado satisfatório então existe o desequilíbrio. Por isso estamos em cons-

tante processo de assimilação e acomodação e com isso nosso pensamento muda e progride continuamente. (PIAGET 1967).



Seguindo o tema proposto de

se relacionar as teorias em foco com o tema em estudo, no caso o bullying podemos inferir que a teoria de Piaget muito tem a contribuir em uma

possível maneira de solucionar o pro-

lescentes dentro de seus estágios de

blema. Uma vez que segundo Piaget desenvolvimento as noções de jusexiste um desenvolvimento da moral

tiça e cumplicidade apelando para

que ocorre por etapas, de acordo com seu desenvolvimento e inteligência.. os estágios do desenvolvimento humano, (PIAGET 1967), seria então Maria de Fátima da Costa Marques possível trabalhar crianças e ado-

AUTONOMIA SÓ APARECE COM RECIPROCIDADE foi à concepção de inteligência enquanto algo ligado à ação e à adaptação ao meio.

Jean Piaget demonstrou conhecer ou entender tal ques-

desde cedo sua admiração pela

tão apenas fazendo-se um “pré-

descoberta e análise da Organi- -julgamento” e também do que o

Para Parrat (2003), Piaget

tentava explicar em sua teoria que

zação sistematizada dos dados co- empírico, que pregava que apenas o conhecimento não pode ser simletados, tanto que aos onze anos

por meio de testes se consegui- plesmente imposto pelo meio ao

publicou em pequeno artigo cien- ria decifrar e entender qualquer

sujeito, por meio do empirismo,

tífico a respeito de suas observa- questão. Era a combinação da

fazendo uma espécie de espelho

ções de uma ave albina. Foi, du- criança com o meio em que ela

do ambiente apenas, nem, com

rante a adolescência, auxiliar do

vive, ou com as palavras de Pia- efeito, esse conhecimento estaria

Diretor do Museu de História de

get, é o social mais o objeto que pré-concebido na criança aguar-

Neuchâtel, e lá se interessou por forma um ambiente propício ao

dando apenas sua maturação, o

estudar malacogia, chegando a

que ele denomina de apriorismo.

conhecimento. (PARRAT, 1998).

publicar pouco depois, vários ar- tigos sobre o tema, que são devida- do mente reconhecidos pela comunidade científica. (PARRAT, 1998).

Piaget formulou a teo-

ria da epistemologia do conhecimento, que era mais do que a teoria do conhecimento apriori,

S

e

g

CAETANO

u

n

-

Em se tratando de um “Pia-

(2011), get educador”, para que se compre-

A formação inicial de Piaget na biologia influenciou todo o desenvolvimento da teoria da epistemologia, pois na perspectiva dos instrumentos utilizados por ele como comprovadores empíricos, sempre baseados em métodos científicos rigorosos, ou seja, passíveis de serem copiados. Como segunda influência da biologia na teoria piagetiana

enda a evolução do pensamento da criança com relação a valores universais, Piaget também elaborou estudos de notável importância.

Piaget (1977) critica ver-

tiginosamente os professores que NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 35

SOB A ÓTICA DE PIAGET

N

ascido em 1896, o suíço que diz respeito ao fato de julgar

possuem prazer em punir e em

sabem fazer escolhas e não se per-

usar autoridade para quebrar a

mitem evoluir, seja em termos de O Ministério da Educação so-

vontade, o entusiasmo da crian- experiências profissionais ou em ça, objetivando, com isso, ensinar

seus

relacionamentos



licitou então, uma pesquisa so-

pessoais. bre o tema, e como resultado, ele

comportamentos morais. Ele rea- (Piaget, 1977; Wasserman, 1998). firma que nas interações sociais

terminante para esses suicídios.

criou o programa antibullying.

E nessa questão, reside o

onde predomina o respeito unila- fenômeno bullying, que segun-

A abordagem sobre o que

é ou não bullying diverge por ve-

teral haverá a heteronomia, e que do a professora Dra. Cleo Fante, zes, quando estudiosos afirmam a autonomia só aparece com a reci- pioneira nos estudos do fenômeno erroneamente que bullying é caprocidade, quando o respeito mú- bullying no país, bullying é uma racterizado por agressões, humilhações e até mesmo preconcei-

cador experimente interiormente da em muitos países para definir

tos sem levar em conta o caráter

a necessidade de abordar os ou- o desejo consciente e deliberado de

repetitivo, a questão que deve ter

tros como gostaria de ser tratado.

maltratar outra pessoa e colocá-

ocorrido entre pares e também que

Por um lado, temos um caminho:

-lo sob tensão” (FANTE, 2005).

sempre há no bullying, relação

SOB A ÓTICA DE PIAGET

tuo está evidente, para que o edu- “palavra de origem inglesa, adota-

No Brasil, adotamos o termo que, de maneira geral, é empregado na maioria dos países: bullying, Bully, enquanto nome é traduzido como “valentão”, “tirano”, e como verbo, “brutalizar”, “tiranizar”, “amedrontar”. Dessa forma, a definição de bullying é compreendida como um subconjunto de comportamentos agressivos, sendo caracterizado por sua natureza repetitiva e por desequilíbrio de poder (FANTE, 2005, pág. 28).

da obediência, da rigidez, do cumprimento da regra, da exigência pelos comportamentos adequados seguindo uma ameaça de punição ou de castigos. No entanto, inúmeros estudos (Piaget, 1977; Milgran, 1974; Kolhberg, 1986) têm comprovado que as pessoas que foram vítimas do autoritaris-

de hierarquia entre os agressores e as vítimas. Discussões ou brigas pontuais não são bullying (VINHA. 2011). Conflitos entre professor e aluno ou gestor também não é bullying (FANTE, 2005).

Precisa-se urgente de mais

programas com o caráter dos já

Apesar de o bullying ter elaborados pela Dra. Cleo Fan-

mo de seus pais e professores que sempre existido, até mesmo antes te (Educar para a paz) e tamutilizaram castigos e punições do surgimento das escolas, pionei-

bém pelo professor Dan Olweus

serão, frequentemente, na vida ramente, o professor Dan Olweus

(Bullying Prevention Program).

adulta pessoas que para se senti- (2011) foi o primeiro a ligar o E um dos embasamentos para elarem felizes precisam dominar os

termo ao fenômeno. Ao pesqui-

boração de uma metodologia para

outros ou serem dominados por sar sobre o suicídio de três ado-

compreender e principalmente,

eles e assim nunca admitem um lescentes noruegueses em 1983,

posteriormente erradicar a idéia

erro, não permitem que os outros

Olweus percebeu que era cabível de inferioridade que essas crian-

possam estar certos, ou ainda, não de ter sido o bullying, o fator deNOV/2009 INFORMARTIGOS P. 36

ças presenciam-nos os mais diver-

sos âmbitos de sua convivência.

da, fundamentada em pesquisas

respeito mútuo entre o professor e

A ideia que Piaget defende realizadas durante aproximada- o indivíduo, sem a necessidade de

segundo Parrat (2001) é bem mais mente 50 anos. Tendo tido o tem- punições, palavras depressivas ou concreta: trata-se apenas de criar

po que Vygotsky não teve, e sem a

até mesmo agressões verbais. Uma

em cada pessoa um método de censura que este teve, para fazer

vez que as crianças sofrem com

compreensão e reciprocidade. Que

as correções de rumo e construir essas “punições”, há uma grande

cada um, sem abandonar seu pon- um "edifício teórico" majestoso. to de vista, e sem procurar supri-

probabilidade que elas venham a

Este estudo teve por obje- ser bully ou vítimas do fenômeno

mir suas crenças e seus sentimen- tivo esboçar de forma resumida a

bullying, tema que também foi

tos, que fazem dele um homem biografia de Piaget, com ênfase em abordado ao longo do artigo, diverde carne e osso, associado a uma

suas obras que se referem à psico- sos fatores como sua definição, a

porção bem delimitada e bem viva

logia da aprendizagem. Percebe-se

do universo, aprenda a se situar

que apesar de Piaget não ter traba- é bullying, as formas de bullying

no conjunto dos outros homens.

lhado muito com essa questão (se

e

onde

geralmente

ocorrem.

Quanto à comparação com comparada, por exemplo, a teoria

Vygotsky de qual teoria seria epistemológica do conhecimento), mais concreta, Piaget leva uma

Jonas Sales Fernandes

mas suas pesquisas nesse campo

vantagem sobre Vygotsky por ter foram de grande valia para a educonstruído uma teoria mais sóli- cação, pois mostra que é possível o

JEAN PIAGET E O BULLYING: A DISCIPLINA ESCOLAR ENTENDIDA PELA CONCEPÇÃO DA MORALIDADE

A

o estudar o desenvolvimento tas e observações de crianças postas

moral. Na fase de heteronomia mo-

moral, Piaget, centrou sua

ral, a criança trata as regras como

em jogos de regras. E através destas

preocupação no aspecto específico pesquisas, concluiu que havia dife- absolutas, imutáveis, intangíveis. do julgamento moral e nos proces- renças se tratando do respeito às re- As regras sãos vistas por elas como sos cognitivos que estavam relacio- gras por parte de crianças de idades

tendo certo teor religioso podendo

nados a ele. Estudando o desenvol- diferentes; o que ele definiu e pas- ser enxergadas como vindas da próvimento moral, propôs uma série de

sou a chamar mais tarde de fases de pria divindade. Nessa fase, a criança

estágios, usando como base entrevis- anomia, heteronomia e autonomia passar a julgar a ação como boa ou NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 37

SOB A ÓTICA DE PIAGET



distinção sobre o que é e o que não

não de acordo com as conseqüências

sam a ser consideradas pela criança idades jogando bolinhas e pergun-

dos atos, sem uma análise minuciosa

e a obrigação é vista de acordo com tou-lhes: quais eram as regras do

e sem também observar as intenções

a reciprocidade. A criança é vis- jogo? De onde vinham? Podiam

do autor da ação. Acredita que se

ta pela moral da igualdade ou de

um indivíduo foi punido por conta

reciprocidade; nota as regras pro-

ser modificadas? (RUIZ, 2003) A partir daí levantou três

de uma determinada ação, esta ação postas e as mantêm sob o consenso questões fundamentais para a moé errada. (FERRACIOLI, 1999)

social. Ele constatou na idade dos ralidade: “Conhecimento da lei”,



10 anos que a criança começa a en- “Origem ou fundamento da lei”, “

A criança tende considerar

que sempre que alguém sofre algu-

tender a regra como resposta a livre

Mutabilidade ou não da lei”. Em

ma punição, é porque este alguém decisão, que pode ser alterada e a relação às regras do jogo, encontrou deve ter feito algo de errado, re-

ver também como digna de respei- níveis diferentes tanto de consciên-

percutindo uma conexão absoluta to, a partir de que reciprocamente

cia das regras como sobre sua prá-

SOB A ÓTICA DE PIAGET

entre a punição e o erro. Para uma consentida. (FERRACIOLI, 1999) tica. No primeiro, estádio (crianças criança de seis anos, se um menino



Para Piaget, toda moral é

até 2 anos) as crianças simplesmen-

deixar seu doce cair em um lago ele

formada por um sistema de regras

te jogam, para isso não estipulam

é culpado por ter sido “tonto” e não e a moralidade é advinda a partir

nenhuma regra ou lei, é tornam

deve ganhar outro doce. Esta mesma do respeito que o indivíduo possui

o jogo meramente uma atividade

criança, por exemplo, dirá provavel-

por estas mesmas regras.Tomando motora, não tendo consciência de

mente que um menino que quebrou essa idéia como ponto de partida,

regras. No segundo estádio (crian-

cinco copos ao ajudar a mãe é mais Piaget, se posicionou a estudar esse ças de 2 a 6 anos) a criança passa “tonto” do que outro que tenha que-

dilema em dois níveis: a consciên- a observar os maiores jogando e co-

brado um copo enquanto roubava

cia (intelecção) que se mantêm das meça a imitá-los, segundo o ritual

geléia. A partir daí, Piaget concluiu regras, e a sua colocação em práti- que observa. A criança já nota que que a criança pequena apresenta ca. Ele quis buscar qual era o grau existem as regras que regulam a dificuldade para levar em conta as

de correspondência que havia entre atividade e as ver como sagradas e

circunstâncias amenizantes, já um a consciência (conhecimento) e a

invioláveis. Mesmo que ainda não

adolescente julga de acordo com prática das regras. Escolheu para saiba as regras do jogo, ela não joga equivalências intuitivas, sendo ca-

esse experimento um jogo que era

paz de pensar em termos de possi-

de conhecimento das crianças, o sozinha, tornando a atividade ego-

bilidades e de um número maior de

jogo de bolinhas de gude. Um jogo

alternativas Na fase da autonomia

que detêm muitas regras e que são com as outras crianças. É uma ati-

moral (entre 8 e 12 anos) o propósi-

relativamente

to e as consequências das regras pas-

servou meninos nas mais variadas

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 38

complicadas.

"com os outros", ela joga como que

cêntrica, mesmo estando jogando

Ob- vidade que produz prazer psicomotor. No terceiro estádio (entre os 7 e

10 anos ) a criança passa do prazer da perspectiva da teoria de Piaget, ausência de regras, por não conhecer psicomotor dos estádios anteriores pode ser analisada baseando-se jus- ou por sentir a necessidade de tê-las, ao prazer da competição segundo tamente na ideia do desenvolvimen- pois a criança apenas brinca para uma série de regras e um consenso to da moralidade. O estabelecimento

satisfazer a suas necessidades moto-

comum. Neste estádio, ainda domi- de regras e a maneira como os alunos ras. E no estádio da heterominia o nado pela ‘heteronomia moral’, as

vão entendê-las está centrada nessa

aluno começa a perceber as regras,

regras são enxergadas como sagra- reflexão sobre a indisciplina. Pois ao mas entendem as regras como extedas, e são reconhecidas como ne- se pensar a relação entre moralidade riores ao seu processo de ‘brincar’. E cessárias para que o jogo funcione

e indisciplina deve-se sempre ficar

quando enfim atingem o estádio de

corretamente. Surge um forte desejo atento aos princípios relacionados autonomia, no começo da adolescênde compreender as regras e de jogar

às regras impostas e criadas pela cia, enxergam as regras como sendo

respeitando-as. As crianças vigiam- própria escola: deve-s atentar tam- próprias do individuo na sua relação com o outro. Portanto, a questão da

rem de que todos que jogam estão

regras são executadas no interior da disciplina pode ser entendida a par-

respeitando as regras. No quarto

escola, seguindo a idéia do princi- tir da interação que o individuo – no

estádio (entre 11 e 12 anos) se ca- pio da ‘coação’. Ou seja, para definir

caso o aluno - mantêm para com o

racteriza pela passagem para a ‘au- se um ato é indisciplinado ou não conjunto de regras. (GODOY, 2006) tonomia moral’. Onde o adolescente é necessário conhecer a origem das já é capaz de raciocínio abstrato e regras que regem a escola do qual

Em seus estudos, Piaget,

percebe também que as concepções

as regras já são bem assimiladas. Há o aluno faz parte. (GODOY, 2006) infantis que se relacionam ao dever um grande interesse em estudar as

Segundo Piaget, as desor- moral (o dever, em sua visão, é co-

regras em si mesmas, discutem mui- dens no meio escolar, em especial

locado como heterônomo) são enten-

tas vezes sobre quais as regras que o Bullying, podem ser resolvidas

didas apenas de uma forma, como

vão usadas para o jogo. Para Piaget levando em consideração as etapas

‘advindas do adulto responsável por

o desenvolvimento da moralidade que levam a concepção de mora- ela’. O aluno tem como primeira mose dar principalmente através da lidade por parte das crianças e os ral a ideia da obediência e o critério atividade de cooperação, do conta- adolescentes. Ele propõe que os edu- sempre considerado é a vontade dos to com iguais, da relação com com- cadores e demais atuantes da área

pais. Já na fase intermediária ‘de

panheiros e do desenvolvimento da

da educação possam se atentar aos interiorização e generalização das

inteligência. (FERRACIOLI, 2003)

estádios pelos quais passam os alu- regras’ é que o aluno passa a respei-



A questão do bullying a in- nos. Deve notar que é no estádio da tar a regra em si e não às ordens do

disciplina escolar vista sob o prisma autonomia, que o aluno possui total adulto. E ao atingirem a fase seNOV/2009 INFORMARTIGOS P. 39

SOB A ÓTICA DE PIAGET

-se mutuamente para se certifica- bém como a justiça é feita e como as

guinte ‘da autonomia’, o aluno passa outro e a perceber o quão grave pode regras ou o desconhecimento delas a entender que o dever vem da re- ser suas atitudes para com os colegas

pode ser apontado como um dos fa-

ciprocidade, ou seja, é aqui que ele (no caso de agressões verbais, físicas,

tores desencadeantes do ato da in-

começa a fazer reflexão sobre suas desordem etc). E também surge a ca-

disciplina escolar – o bullying. A

próprias atitudes e a coordenar as pacidade de cooperação para com disciplina deve ser mantida obserações dos outros. É nessa fase que

as atividades e para com o respeito vando esses estádios e entendendo

pode melhor ser trabalhado o en- das regras, porque é nesse momento que indivíduos independentes não tendimento sobre o bullying, porque

que também surge o senso de justiça

são exatamente disciplinados, mas

aqui o aluno já não mais confunde o

caracterizado de acordo com a so-

são indivíduos que podem ser capa-

seu ponto de vista com o dos outros

ciedade em que vive. (RUIZ, 2003)

zes de analisar as regras através de

colegas; é capaz de selecionar o seu



Desta forma, observa-se que

uma reflexão própria e se posiciona-

olhar crítico e coordenar de acordo toda moral está de acordo com um

rem diante delas. (GODOY, 2006)

com o dos outros, e assim os debates sistema de regras, e a construção da

tornam possíveis. É nessa fase que o

acordo como o individuo responde

aluno começa a se ver na situação do a essas regras. Ou seja, a revolta às

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 40

José Mário Soares Serra Júnior

SOB A ÓTICA DE PIAGET

sobre os mais variados assuntos se moralidade deve ser analisada de

CONTRA O BULLYING ÊNFASE NAS RELAÇÕES SOCIAIS ambiente), toda a sua biologia pode ser alterada de forma positiva ou negativa. São, em especial, as nossas relações interpessoais que mais influenciam a biologia cerebral (SILVA, 2010, p.73 e 74).

outros “rivais” que disputam com pais e professores a ascendência

corrente em escolas públicas educativa sobre os jovens como: a cultura televisiva: o universo da propaganda, da internet, da música, do consumo, das drogas (...). Nós adultos precisamos entender e aceitar que todos esses intrincados processos influenciam diretamente o comportamento da juventude e provocam a maioria dos conflitos entre as diferentes gerações (SILVA, 2010, p.65 e 66).

ou privadas em todo o mundo. Para caracteriza-lo deve se levar em conta a prática de ações intencionalmente violentas, repetidas e sem motivo aparente contra alguém (mais fraco), sem condições de se defender.

De acordo com a pesquisa





Vigotsky, pensador socio-

construtivista, define dois estágios no desenvolvimento infantil. O nível de desenvolvimento real que leva em conta o que a criança

As diferenças entre alunos consegue realizar por si própria

realizada com 3.722 alunos dos últi- devem ser encaradas, na medida e o nível de trata da distância de

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

O

bullying é um fenômeno re-

mos anos do ensino fundamental de

em que aparecem, como uma opor-

realização da criança, a partir do

três condados no Estado da Carolina

tunidade de aprender com o próxi-

que já produz com o que poderá

do Norte, nos Estados Unidos pela

mo e, desenvolver a si mesmo. Esse

realizar se tiver auxílio de outros.

Universidade da Califórnia publi- pensamento pode ser incorporado



O desenvolvimento real é:

o nível de desenvolvimento das funções mentais da criança que se estabeleceram como resultado de certos ciclos de desenvolvimento já completados. Quando determinamos a idade mental de uma criança usando testes, estamos quase sempre tratando do nível de desenvolvimento real. Nos estudos do desenvolvimento mental das crianças, geralmente admite-se que só é indicativo da capacidade mental das crianças aquilo que elas conseguem fazer por si mesmas (VIGOTSKY 1988,p. 111,).

cada no American Sociological Re- pela escola e seu educadores para view. “O bullying é praticado como que seja implementado entre aluuma forma de ganhar popularidade,

nos, principalmente com advento

e seus alvos nas escolas são garotos

dos contextos de desavenças, pois se

com status médio ou alto entre seus

sabe que elas acontecem principal-

colegas”. (R7 NOTÍCIAS, 2011).

mente pelas diversidades na con-



“Pais e professores não po- duta e de cultura dos indivíduos.

dem esquecer que, no grupo de colegas e amigos de seus filhos e alunos, existem fortes rivais que podem influenciar de forma positiva ou negativa, toda a sua estrutura emocional”. (SILVA, 2010).

Silva chama a atenção para

O que herdamos e manifestamos desde as mais tenras idades é uma predisposição para desenvolvermos determinados padrões de pensamento e de comportamento. Em outras palavras: o pensar e o agir de cada individuo não estão previamente moldados em seus circuitos neuronais. De acordo com as vivencias, o cérebro reage ao ambiente externo e, nessa interação (cérebro-meio

to



o

desenvolvimen-

proximal são aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 41

que estão presentemente em estado embrionário. Essas

relacionamentos e exposição de opiniões dando valor ao conhecimento

funções poderiam ser chamadas de “brotos” ou “flores” do desenvolvimento, ao invés de “frutos” do desenvolvimento. O nível de desenvolvimento real caracteriza o desenvolvimento mental retrospectivamente, enquanto a zona de desenvolvimento proximal caracteriza o desenvolvimento mental prospectivamente (VIGOTSKY,1988, p. 113).



Na

visão

e sentimento do aluno sobre esse tipo de violência e como pensam que ela pode ser evitada e combatida pode, mediada pelo professor, gerar ações a serem implementadas pela escola. (VIGOTSKY,1988, p. 110 a 113). a distância entre o nível do desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes. (VIGOTSKY, 1988, p. 112).

socioconstruti-

vista os relacionamentos inter-

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

pessoais são o que potencializa o desenvolvimento humano.

Entende-se de que no pen-

samento construtivista, a aprendizagem se dá por meio dos processos



Nesse sentido, é em grande

sociais e não apenas internos. Em parte pela observação na fala e na sua teoria, distende sobre a impor- experiência do outro que os indivítância dos relacionamentos inter- duos percebem atitudes e reconhepessoais enfatizando a troca de ex- cem sentimentos e enfim aprenperiências, a cultura, a observação, dem, desenvolvem-se. A ajuda quer o convívio e diálogos entre pessoas, seja pela experiência ou opinião principalmente diferentes em grau

num espaço de debate pode ser po-

de instrução, para a aquisição de co- sitiva no combate ao bullying, pois nhecimento e desenvolvimento hu- dá ênfase às relações sociais dentro mano efetivo. (PAGANOTTI,2011). do microssistema que é a escola.

Cabe à escola com seus edu-

cadores atentar para que a aprendizagem dos alunos não seja comprometida obsevar e identificar a capacidade dos alunos. Em um contexto violento como o de Bullying, dar ênfase para os debates em salas, NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 42

Érika Rominy S.R. Souza

TRABALHANDO O BULLYING SOB UMA PERSPECTIVA VIGOTSKYANA

L

ev

Semenovich

Vygotsky

Ao longo de seus textos Lev



Esta teoria da zona de desen-

Semenovich Vygotsky, recorre fre- volvimento proximal de Vygotsky

Nasceu em 1896 em Orsah, quentemente a situações extraídas

abrange uma perspectiva psicológi-

uma cidade provinciana perto de

de obras literárias, ele escreveu

ca geral sobre o desenvolvimento da

Minsk, a capital da Bielo-Rússia,

aproximadamente 200 trabalhos

criança com uma perspectiva peda-

região então dominada pela Rús- científicos, cujos temas vão desde

gógica sobre o ensino. (DANIELS.

sia. (VEER & VALSINER .1991). neuropsicologia até criticas lite- 2002), ou seja, este conceito subjaz rárias, passando por deficiência,

que o desenvolvimento psicológico

pais eram de uma família judai- linguagem, psicologia, educação e o ensino são socialmente enquaca, não muito religiosa, culta e

e questões teóricas e metodológi- drados e que para entendê-los é pre-

com boas condições econômicas,

cas relativas às ciências humanas.

o que permitiu a Vygotsky uma

(VEER & VALSINER .1991). Uma o individuo e suas relações sociais.

ciso analisar a sociedade que cerca

formação sólida desde criança. de suas contribuições mais conheci- Vygotsky recebeu sua instrução inicial com professores particulares, e mais tarde frequentou as duas turmas mais adiantadas do Gymnasium judeu particular em Gomel, graduando-se com medalha de ouro em 1913. Sua instrução posterior foi influenciada pelo fato de ele ser judeu, em primeiro lugar a Rússia Czarista instituiu uma cota para admissão de judeu em instituição de ensino superior... Na prática isso significava que os alunos com medalha de ouro tinha admissão garantida, porém, quando Vygotsky estava fazendo seus exames o ministro da educação divulgou uma circular declarando que os alunos judeus deveriam ser matriclados por sorteio, isso foi um duro golpe...Por sorte ele foi um dos poucos felizardos e começou a estudar Direito na Universidade de Moscou. (VEER & VALSINER .1991).

Segundo Vygotsky, apenas

das é a sua teoria de Zona de Desen- as funções psicológicas elemenvolvimento Proximal, para explicar

tares se caracterizam como refle-

a dinâmica de Desenvolvimento do

xos. Os processos psicológicos mais

QI. Vygostky defende sua teoria complexos - ou funções psicológipostulando que o estabelecimento cas superiores, que diferenciam os dessa zona tornaria possível saber

humanos dos outros animais - só

em qual fase de desenvolvimento se formam e se desenvolvem pelo humano estaria a pessoa em análise. Fica bastante claro em vários comentários de Vygotsky, (por exemplo, sua afirmação de que a zona de desenvolvimento proximal “revela os resultados de amanhã”, que o estabelecimento dessa zona “é um meio magnífico de prognóstico” e que podemos saber o que irá acontecer com essa criança...caso outras condições... permaneçam as mesmas”) (VEER & VALSINER .1991)

aprendizado. Entre as funções complexas se encontram a consciência e o discernimento. "Uma criança nasce com as condições biológicas de falar, mas só desenvolverá a fala se aprender com os mais velhos da

comunidade", Outro

(REGO.2010).

conceito-chave

de

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 43

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

Segundo Veer e Valsiner 1991 Seus

constrangimento, ameaça, intimidação, ridicularização, calúnia, difamação, discriminação, exclusão, dentre outras formas, com o intuito de humilhar, menosprezar, inferiorizar, dominar. (FANTE.2005).

Vygotsky é a mediação. Segundo a teoria vygotskiana, toda relação do indivíduo com o mundo é feita por meio de instrumentos técnicos - como, por exemplo, as ferramentas agrícolas,

no cotidiano das escolas, inserindo-as como temas transversais em todos os momentos da vida escolar. (LOPES NETO 2005). Sendo assim

Sob essa ótica seria possível deve-se encorajar os alunos a parti-

que transformam a natureza - e da trabalhar os alunos a se desenvolve-

ciparem ativamente da supervisão

linguagem - que traz consigo concei- rem socialmente, aplicando os pres-

e intervenção dos atos de bullying,

tos consolidados da cultura à qual

supostos vigostikyanos de que o meio pois o enfrentamento da situação pelas testemunhas desses atos demons-



Dentro da perspectiva de psicológico do ser humano, para isso

tra aos autores que eles não terão o

Vygotsky, conforme exposto acima, seria necessário educar essas crianças

apoio do grupo e é consenso entre os

de que o aprendizado do ser humano

e adolescentes envolvidos em caso de

pesquisadores que sem uma plateia

se dar em contato com o meio social,

bullying, quer como agressores quer que apoie os agressores ficariam

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

pertence o sujeito. (REGO.2010). social interfere no desenvolvimento

que a cultura torna-se parte da na- como vítimas, a aprenderem princí-

mais intimidados em praticar essas

tureza humana em um processo his- pios comuns de tolerância e aceita-

ações covardes contra seus pares.

tórico e que leva ao desenvolvimento

ção das diferenças. Segundo NETO, O envolvimento de professores, funcionários, pais e alunos é fundamental para a implementação de projetos de redução do bullying. A participação de todos visa estabelecer normas, diretrizes e ações coerentes. As ações devem priorizar a conscientização geral; o apoio às vítimas de bullying, fazendo com que se sintam protegidas; a conscientiza ção dos agressores sobre a incorreção de seus atos e a garantia de um ambiente escolar sadio e seguro. (LOPES NETO 2005).

da espécie e do indivíduo aperfeiçoando seu funcionamento psicológico poder-se-ia trabalhar a questão do bullying nas escolas, tema largamente discutido atualmente em todo mundo e que tem despertado crescente interesse nas diversas ciências e esferas sociais. Segundo Fante; O bullying é uma forma de violência que ocorre na relação entre pares, sendo sua incidência maior entre os estudantes, no espaço escolar. É caracterizado pela intencionalidade e continuidade das ações agressivas contra a mesma vítima, sem motivos evidentes, resultando danos e sofrimentos e dentro de uma relação desigual de poder, o que possibilita a vitimação. É uma forma de violência gratuita em que a vítima é exposta repetidamente a uma série de abusos, por meio de

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 44



A partir das pesquisas rea-

lizadas foi possível inferir que o fenômeno bullying é complexo e de difícil solução, portanto seria preciso que o trabalho fosse continuado. Segundo Lopes Neto as ações para prevenção são relativamente simples e de baixo custo podendo ser incluídas

Maria de Fátima da Costa Marques

OBULLYING EM RELAÇÃO ÀS IDEIAS “SOCIO-INTERACIONISTA” DE VIGOTSKY

L

ev Semenovich Vygotsky nas- cada vez mais nas últimas décadas, bre o suicídio de três adolescentes ceu em 1896 na cidade de Or- em evidenciar as diferenças en-

noruegueses em 1983, Olweus per-

sha, na Rússia, e morreu em Moscou tre as crianças e nesse ponto, pode

cebeu que era cabível de ter sido o

em 1934, com apenas 38 anos. Ele originar-se um fenômeno que tem

bullying, o fator determinante para

fez seus estudos na Universidade de aumentando bastante, o bullying.

esses suicídios. O Ministério da

Moscou para tornar-se professor de

Segundo a professora Dra. Educação solicitou então, uma pes-

Literatura. De início, sua principal Cleo Fante, que é pioneira nos es-

quisa sobre o tema, e como resultado,

ca. Mas, a partir de 1924 sua vida país, bullying é uma “palavra



mudou, e passou a se interessar por de origem inglesa, adotada em

ou não bullying diverge por vezes,

psicologia evolutiva, educação e psi- muitos países para definir o de-

quando estudiosos afirmam errone-

copatologia (VYGOTSKY, 2001).

sejo consciente e deliberado de

amente que bullying é caracteriza-

Devido a vários fatores, in- maltratar outra pessoa e colocá-

do por agressões, humilhações e até



A abordagem sobre o que é

clusive a situação política entre -lo sob tensão” (FANTE, 2005). mesmo preconceitos sem levar em No Brasil, adotamos o termo que, de maneira geral, é empregado na maioria dos países: bullying, Bully, enquanto nome é traduzido como “valentão”, “tirano”, e como verbo, “brutalizar”, “tiranizar”, “amedrontar”. Dessa forma, a definição de bullying é compreendida como um subconjunto de comportamentos agressivos, sendo caracterizado por sua natureza repetitiva e por desequilíbrio de poder (FANTE, 2005, pág. 28).

Estados Unidos e União Soviética após a última guerra, as obras de Vygotsky ficaram por muito tempo fora do conhecimento principalmente, do mundo ocidental. E quando enfim a Guerra Fria acabou, seus trabalhos começaram a vir à tona. (VYGOTSKI, 2001).

Com base em Vygotsky



conta o caráter repetitivo, a questão que deve ter ocorrido entre pares e também que sempre há no bullying, relação de hierarquia entre os agressores e as vítimas. Discussões ou brigas pontuais não são bullying (VINHA. 2011). Conflitos entre professor e aluno ou gestor também

Apesar de o bullying ter não é bullying (FANTE, 2005).

(2001), “o desenvolvimento intelec- sempre existido, até mesmo antes tual das crianças ocorre em fun- do surgimento das escolas, pionei-

Precisa-se urgente de mais

programas com o caráter dos já elabo-

ção das interações sociais e con- ramente, o professor Dan Olweus rados pela Dra. Cleo Fante (Educar dições de vida” Mas essa forma de (2011) foi o primeiro a ligar o ter-

para a paz) e também pelo professor

aprendizagem,

Dan Olweus (Bullying Prevention

vem

acarretando mo ao fenômeno. Ao pesquisar so-

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 45

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

preocupação era com a vida artísti- tudos do fenômeno bullying no ele criou o programa antibullying.

Program). E um dos embasamentos todologia de pesquisa e de análise. para elaboração de uma metodolo-

Este estudo teve por objetivo

gia para compreender e principal- conceituar o bullying, ligar o termo mente, posteriormente erradicar bullying ao fenômeno (pioneiraa idéia de inferioridade que essas mente feito por Dan Olweus), anacrianças presenciam-nos os mais di- lisar as ideias sócio interacionistas versos âmbitos de sua convivência.

de Vygotsky, sendo necessário o es-



tudo de entre outros trabalhos, sua

Mas a teoria de Vygotsky

também pode ter como consequên- obra Pensamento e linguagem. O cia, a aproximação e acima de tudo estudo ainda procurou mostrar que o aprendizado. “A ideia de zona por meio da dinâmica de Vygotsky,

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

de desenvolvimento próximo é de com a ferramenta da aproximação grande valia em todas as áreas edu- e da interação, como sendo um facacionais”



(VYGOTSKY,

2001). tor diferencial nos estudos de cada

Ainda segundo Vygotsky, O aprendizado humano é e deve ser considerado, como sendo de natureza social. Uma característica essencial desse aprendizado é que ele desperta vários processos de desenvolvimento internamente, os quais as crianças reparam somente quando estão em seu ambiente de convívio (VYGOTSKY, 2001, p.35).

Segundo Leite (2011), as

pesquisas em geral relacionadas à Vygotsky, buscam identificar a presença de aspectos afetivos na relação professor-aluno e as possíveis influências destes no processo de aprendizagem. Mas, não se pode negar que, dentre os fenômenos psicológicos, os afetivos apresentam uma grande dificuldade de estudo, tanto no que se refere à conceituação, como também quanto à meNOV/2009 INFORMARTIGOS P. 46

aluno, os mesmos poderiam vir a contrair pelo convívio mais intenso uns com os outros, o fenômeno bullying, tão bem apregoado no artigo, sobretudo pela Dra. Cleo Fante..

Jonas SalesFernandes

A

teoria de Vygotsky

sócio- ção adulta. A criança e o adulto ten-

-histórica reflete a ideia de dem a trazer marcas de sua própria

que todo homem se constitui como história acumulada no tempo dos ser humano através das relações

grupos socias com quem comparti-

que estabelece entre pares. Desta

lham e percebem o mundo. A partir

forma, ao nascermos somos social- daí, o individuo passa pelo processo mente dependentes um dos outros de transformação de criança para e entramos em um processo histó- adulto sofrendo mudança internas, rico, que por um lado nos oferta os por meio do seu livre arbítrio, que dados sobre o mundo e visões sobre envolve as diferentes visões de muno mesmo, e de outro, permite que

do a qual vive. (MARTINS, 1997)

construamos uma visão nossa sobre



este mesmo mundo. O nascimento

cionista é encontrada uma visão de

está inserido em um tempo e um

desenvolvimento humano basea-

Nesta

teoria

sociointera-

espaço em movimento constante. A da na ideia de um organismo ativo história de nossas vidas caminha

em que o pensamento é constituído

de forma a processar uma história em um ambiente histórico e cultude vida integrada com outras mui- ral: o individuo reconstrói internatas histórias que se cruzam naque- mente uma atividade externa, como le momento. (MARTINS, 1997) resultado de processos interativos

O humano, antologicamente que se dão ao longo do tempo. Esta

social, passa a construir sua história

reconstrução interna, é postulada

só e exclusivamente com a participa- emVygostsky, na lei que ele denoção dos outros. Assim, temos um mo- minou de dupla estimulação: tudo vimento de constituição do homem que se posta como sujeito existe anque passa pela vivência com os ou- tes no social e quando é aprendido tros e vai se consolidando na forma- e modificado pelo sujeito e devol-

vido para a sociedade passa a existir no plano intrapsicológico; ou seja, o individuo vai aprendendo e se modificando. As possibilidades que o ambiente proporciona ao individuo são fundamentais para se constitua como sujeito esclarecido e consciente, capaz de modificar as situações em que vive. Nesta medida, o acesso a instrumentos físicos ou simbólicos desenvolvidos em gerações é fundamental. (FINO, 1978)

Um ponto de partida, para

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

LEV VIGOTSKY E O BULLYING: UMA VISÃO SÕCIO-HISTÓRICA SOBRE EDUCAÇÃO

refletir a situação do mau compor-

tamento nas escolas, seria pensar um pouco a respeito da Teoria de

Zona de Desenvolvimento Proximal, que acaba por propor o papel

difícil que o educado enfrenta em seu trabalho com os alunos. Diante de alguns fatos em que precisa tra-

balhar conhecimentos e realidades que tem contato - para atingir saberes que até então lhe eram ignorados - o aluno sugere respostas e informa-

ções e raciocínios. Porque é através das relações pessoais que, a priori, construímos o conhecimento e que depois será intrapessoal, ou seja; a partir daí será partilhado pelo grupo ao qual o conhecimento é conquistado ou construído. (FINO, 1978) NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 47



Ao pensar nessa teoria de de um processo dinâmico de cons-

interações sociais e nela sendo apli- trução. Também não é a concepção



O aprendizado está relacio-

cada em sala de aula, devemos nos

de uma sala onde o aluno faz tudo

nado ao desenvolvimento; ou seja,

ater que este referencial não está

o que deseja, longe disso, é um mo-

o individuo no momento em que

de acordo com a idéia de classes delo de sala onde o professor seja aprende também se desenvolve, por que são constituídas de forma ho- o articulador do conhecimento e meio deste mesmo aprendizado, esmogênea, onde uma classe social

todos sejam vistos como parceiros

tes processos internos estruturam-se,

especifica se organiza no sistema nesse processo de construção. Por-

em particular, por meio do pensa-

educacional de forma em que se re- que ao se valorizar estas parcerias

mento e da linguagem. Porque é a

produza o seu domínio social e sua

mobiliza-se a classe a trabalhar o

linguagem que é o instrumento de

visão. E também não deve ser acei- pensamento criativo conjuntamen-

formação do pensamento, é ela que

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

ta a idéia de uma sala de aula “ar- te, e não esperar por uma única “ca-

age decisivamente na estrutura do

rumadinha”, onde todos os alunos beça pensante”. (OLIVEIRA, 1992)

pensamento e é a ferramenta bá-

tenham que se centrar apenas em



A

indisciplina

escolar sica para a construção do conheci-

uma figura que transmite as in- bullying também pode ser entendida mento. A possibilidade de fazer com formações, e que seja reproduzida sob a perspectiva da teoria histórico-

que uma aluno mude suas atitudes,

futuramente como um saber eleito -cultural enfatizando a importância pode ser pensado na possibilidade como o importante e necessário para

do convívio social. Afirmando, as-

de transformar o mundo concreto

a vida destes alunos. Ao contrário,

sim, que as práticas educativas, for-

pelo emprego de ferramentas, pro-

devemos manter consideração nas mais e informais, são os meios so-

porcionando, assim, condições fa-

concepções de ensino complementa- ciais para organizar um a situação

voráveis para modificá-las e mudar

res, na medida em que privilegiam

de vida, no intuito de proporcionar o qualitativamente a sua consciência.

os aspectos educacionais seleciona- desenvolvimento do aluno. Conside-

A consciência e as funções superio-

dos e que exerçam poder político e rando para isso o pressuposto básico res - para a teoria histórico-cultural econômico sem qualquer vínculo

da obra de Vygotsky, onde o homem

- tem origem no espaço externo sen-

com as reais necessidades da maior se constitui a partir da sua relação

do criada na relação com os obje-

parte da população. (FINO, 1978)

com o outro. Desta forma, o aluno tos e com as pessoas. (LIMA, 2000)

Ao almejar esse processo, é entendido como um ser social e



É através da mediação que

uma sala de aula deve ser projeta- histórico, no entanto, não é condi-

há a possibilidade de dois proces-

da de modo interativo, onde os alu- cionado a essa história, tendo possi-

sos que favorecem a constituição

nos tenham a possibilidade falar,

bilidades de transformar as suas ati-

psicológica do aluno: o interpsico-

levantar suas hipóteses e nas rela- tudes falhas – seus atos de violência

lógico e o intrapsicológico. Pode-se

ções devem notar que fazem parte - e sua realidade. (GODOY, 2006) NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 48

afirmar que a relação que o aluno

mantêm com a escola é uma rela- na qual o individuo está inserido.

municação e práticas sociais, entre

ção homem-mundo, e essa relação As agressões cometidas pelos alunos

outros instrumentos de mediação.

pode ser mediada. As características praticantes de bullying; está ligada

Nesse sentindo, a indisciplina esco-

sociais e culturais não são tidas de

diretamente com as relações e expe-

lar – bullying – é resultado das con-

inicio, e muito menos são acrescidas riências com o grupo social e a época

siderações de todo o contexto social e

pelas pressões sociais, estas se for- cultural em que o aluno vive. A fa-

cultural, em que os alunos estão in-

mam através das várias e constan- mília é o primeiro contexto de socia-

seridos e pelos quais constroem suas

tes relações que o individuo man- lização do aluno, mas os traços que

relações sociais. (GODOY, 2006)

têm com o meio. (GODOY, 2006) irão moldá-lo não é de responsabili

Nessa idéia, a indisciplina dade inteiramente da família; e sim

José Mário Soares Serra Júnior.

so compartilhado com as pessoas

sos contextos sociais experimenta-

e com outros elementos da cultura

dos: instituições sociais, meios de co-

SOB A ÓTICA DE VIGOTSKY

escolar é resultado de um proces- das diversas experiências nos diver-

NOV/2009 INFORMARTIGOS P. 49

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