CAPÍTULO 4 DIAGNOSE E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS MARSUPIAIS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

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CAPÍTULO 4 DIAGNOSE E DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DOS MARSUPIAIS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA MARCUS VINICIUS BRANDÃO, ROGÉRIO VIEIRA ROSSI, THIAGO BORGES FERNANDES SEMEDO & SILVIA E. PAVAN Os Metatheria, popularmente conhecidos como marsupiais, estão atualmente representados por sete ordens, 92 gêneros e 343 espécies viventes e endêmicas do continente australiano e ilhas próximas e do continente americano (Wilson & Reeder, 2011; Voss & Jansa, 2009. Uma parte considerável da diversidade deste grupo está na América, onde há representantes de três ordens: Didelphimorphia, presente ao longo da região Neotropical; Microbiotheria e Paucituberculata, restritos a porções do oeste da América do Sul (Gardner, 2008a). Dentre estas, o grupo mais diverso é a ordem Didelphimorphia, composta por uma única família, Didelphidae, que inclui 18 gêneros e 92 espécies (Voss & Jansa, 2009). A classificação dos marsupiais neotropicais tem início em 1758 quando C. Linnaeus reconheceu cinco espécies no gênero Didelphis, hoje agrupadas em quatro gêneros diferentes. Ao longo dos séculos XIX e XX seguiu-se a descrição de novas famílias, gêneros, espécies e subespécies e a publicação de catálogos resumindo o conhecimento do período (e.g., Thomas, 1888; Matschie, 1916; Cabrera, 1919; Simpson, 1945; Cabrera, 1957). Após Cabrera (1957), a classificação manteve-se mais ou menos estável, abrangendo grande parte dos gêneros atuais: Caluromys, Caluromysiops, Chironectes, Didelphis, Glironia, Lestodelphys, Lutreolina, Marmosa, Monodelphis e Philander. O gênero Marmosa, no entanto, foi dividido em: Chacodelphys, Cryptonanus, Gracilinanus, Marmosa, Marmosops, Micoureus, Thylamys e Tlacuatzin nos últimos 25 anos. Mais recentemente, o gênero Micoureus voltou a ser incorporado no gênero Marmosa, permanecendo como sub-gênero (Voss & Jansa, 2009). Estes gêneros contêm os marsupiais informalmente conhecidos como marmosas ou marmosídeos, sendo morfologicamente bastante parecidos entre si, visto que todos apresentam pequeno porte, não possuem marsúpio, apresentam máscara circum-ocular geralmente enegrecida e uma cauda longa e preênsil. No fim dos anos 1970 foi proposta, pela primeira vez, uma hipótese filogenética e de classificação dos marsupiais neotropicais incorporando dados cariotípicos e moleculares aos caracteres morfológicos tradicionalmente estudados (Kirsch, 1977; Reig et al., 1977). Categorias supragenéricas propostas nessa época, como algumas subfamílias e tribos, foram utilizadas até recentemente (e.g., Reig et al., 1985, 1987; Hershkovitz, 1992; Kirsch & Palma, 1995). A partir do século XXI, a compreensão a respeito da evolução e classificação dos Didelphimorphia aumentou consideravelmente, estando relacionada principalmente à adição de dados genéticos para inferência filogenética (e.g., Jansa & Voss, 2000, 2005; Patton et al., 2000; Patton & Costa, 2003; Voss & Jansa, 2003, 2009; Flores, 2009; Solari, 2010; Gutiérrez et al., 2010; Giarla et al., 2010, 2014; Palma et al., 2014). Esses estudos geraram hipóteses mais robustas a respeito das relações de parentesco entre membros da família Didelphidae, com uma amostragem taxonômica mais ampla, que inclui até mesmo gêneros descritos recentemente, tais como Cryptonanus (Voss et al., 2005), Chacodelphis (Voss et al., 2004a), Hyladelphis (Voss et al., 2001) e Tlacuatzin (Voss & Jansa, 2003).

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