Cápsulas do tempo: a revista em contexto digital

July 28, 2017 | Autor: Fabricio Marques | Categoria: Jornalismo Digital, Jornalismo De Revista, Jornalismo Impresso
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SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo 9º. Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo (Rio de Janeiro, ECO- Universidade Federal do Rio de Janeiro), novembro de 2011

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Cápsulas do tempo: a revista em contexto digital Fabrício Marques de Oliveira1

Resumo: Este artigo busca refletir, de modo comparativo, sobre a natureza das revistas impressas em co-existência com as revistas digitais; seu lugar no contexto das novas mídias, a partir do conceito de cultura-mundo, de Lipovetsky e Serroy (2011), entendida como uma hipercultura universal, estruturada em torno de uma economia globalizada que, transcendendo as fronteiras e confundindo as antigas dicotomias, reconfigura o mundo em que vivemos e a civilização por vir. Nesse contexto de convergência de mídias, busca-se pensar essas publicações a partir do conceito bourdiesiano de habitus, isto é, de um saber prático e profissional vivenciado nas redações, que termina por engessar as rotinas produtivas. Investir na formação de um novo profissional do jornalismo de revista que dê conta das demandas de um novo leitor, identificado como um narrador pós-moderno, é o desafio dessa nova ambiência.

Palavras-chave: narrativas; revista; convergência de mídias; cultura-mundo; habitus.

1. Introdução: o que faz de uma revista uma revista (da natureza dos magazines)? Como se sabe, a história das revistas no mundo tem início com a publicação da alemã Edificantes discussões mensais, em 1663. No Brasil, as revistas chegam com a corte portuguesa, no início do século XIX. Vale observar que, atualmente, contamos com um bom levantamento histórico dos magazines no Brasil, elaborados, de modo sintético ou mais abrangente, por Baptista e Abreu (2011), Correa (2000), Ali (2009), Scalzo (2003), Martins (2001) e Mira (2001). Considerando o lançamento de As Variedades ou Ensaios de Literatura, na Bahia, em 1812, 2012 marcará 200 anos de existên-

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Professor Curso de Comunicação Social do Instituto Metodista Izabela Hendrix. Doutor em Literatura Comparada pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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cia dos magazines no país. A efeméride proporciona algumas reflexões, no momento em que se pode pensar no lugar das revistas no contexto contemporâneo das mídias. O II Fórum da Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), realizado em 2008, reuniu nomes importantes da área de publicação de magazines2. Os participantes do evento saíram de lá com a certeza de que essa mídia ocupa um lugar de destaque em todo o mundo. Outra certeza, compartilhada pelos palestrantes, foi a especificidade que as revistas oferecem, sintetizada nas seguintes características: a segmentação por público e assunto, que faz parte da essência e da própria história da revista, e que norteia o mercado brasileiro. Essa segmentação se deve porque o público sempre conteve uma diferenciação interior que o conceito de massa ocultava, como bem observou Mira (2001). A essa característica fundamental somam-se outras, não menos importantes: a periodicidade – semanal, quinzenal, mensal -, que permite um melhor planejamento e aprofundamento dos temas; a variedade de temas que aborda; a intensa ligação com o público-leitor, cujo contato é vital para a sobrevivência da revista (nesse sentido, Thomaz Souto Corrêa advertiu, em debate publicado na revista da ESPM, que, atualmente, sua maior preocupação não é o futuro do jornalismo, mas o futuro do leitor - isso considerando que existem diversos tipos de leitores, e a tecnologia vai acabar provocando comportamentos diferentes (Bucci, 2010); e a criatividade, associada ao cuidado na produção, na escolha das pautas, na abordagem e na redação do texto, no projeto gráfico e na relação entre texto e imagem. Essas últimas características são desvendadas, em detalhes, nas já clássicas orientações de White (2003). Outra característica importante das revistas brasileiras é a sua tradição cultural, desde o nascedouro. Basta verificar o importante papel das revistas culturais no jornalismo brasileiro. O aspecto cultural das revistas também se define pelo fato de que elas 2

Os títulos das principais palestras apresentadas deram o tom do evento, que ocorreu num momento de crise econômica em escala global: O futuro das revistas, com Hercílio de Lourenzi, presidente do grupo Escala de Publicações; The future of magazines and the magazines of the future, com Juan Senor, da Innovation Media Consulting; O futuro das revistas – o que muda e o que fica, com Roberto Civita, presidente da editora Abril; The future of magazine publishing: creating a sustainable future for magazine publishers, com Marieke van der Donk, PriceWaterHouse Coopers; e Global trends and challenges for magazines, com Donald D. Kummerfeld, presidente e CEO da International Federation of the Periodical Press (FIPP).

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sempre foram um pouso natural para escritores e intelectuais. Foi em uma revista, O Cruzeiro, que, em 1929, Guimarães Rosa publicou seu primeiro conto. A primeira fase da revista Senhor, de 1959 a 1964, também é destacada como momento de excelência no setor de periódicos impressos. Mas essas são publicações de interesse geral, em que a literatura é apenas um dos itens do cardápio. Há, no universo segmentado das revistas, aquelas estritamente culturais, de alcance restrito. Merecem destaque, dentre essas, a Klaxon (1922), a Clima (1941), a Cult (1997), a Palavra (1999) e a EntreLivros (2005) – dessas, apenas a Cult ainda existe, ainda que sob diferente orientação editorial em relação aos seus primeiros anos. O caráter efêmero, aliás, é uma das marcas dessas publicações, tal como observado por Lage (2005). Isso porque elas refletem o espírito do tempo, uma época determinada. Passada a época, normalmente a revista tende a desaparecer, também. Uma pesquisa da Aner indicou que em 2000, havia 1.448 títulos de revistas no Brasil. Em 2006, já eram 3.657 títulos. Apesar do aumento, Ali (2009) estima que, anualmente, mais da metade das revistas lançadas não sobrevive. Etimologicamente, dois conceitos ajudam a entender, ainda, o que é uma revista, como ressalta Ali (2009, p. 19). A palavra “revista”, originada do inglês “review”, pode ser traduzida por “revista”, “resenha”, “crítica literária”. Essa é a concepção que domina na língua portuguesa. Entretanto, em países de língua inglesa, revista é chamada de “magazine”, do árabe “al-mahazen”, significando “armazém” ou “depósito de mercadorias variadas”. É preciso pensar a revista como um dispositivo, no sentido atribuído por Mouillaud (2002), ou seja, um aparato acolhedor que a revista dispõe para ordenar os acontecimentos à sua maneira própria e peculiar, diferindo das formas como outros veículos se referenciam com o mundo. Parafraseando Mouillaud, pode-se dizer que o discurso da revista não está solto no espaço; está envolvido no “dispositivo” que, por sua vez, não é uma simples entidade técnica, estranha ao sentido. O dispositivo prepara para o sentido (idem, 2002).

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2. O contexto contemporâneo das mídias: a cultura-mundo Muitos pensadores delinearam conceitos importantes para definir ou mesmo refletir sobre a cultura. Podemos citar, dentre tantas, a discussão em torno da indústria cultural, conduzida por Adorno e Horkheimer (2002), com as posteriores e devidas revisões críticas de, entre outros, Thompson (1990) e, no Brasil, de Genro Filho (1987) - à dicotomia rígida, frankfurtiana, entre cultura e indústria cultural - e Durão e Zuin (2008). Merecem destaque também Eagleton (2005) e Coelho (2008), bem como as visões dos meios e mediações, de Barbero (2001), e da cultura como conveniência, de Yúdice (2006). Contudo, um caminho interessante para percorrer, quando se pensa em cultura, é aquele descrito por Lipovetsky e Serroy como cultura-mundo (2011). Eles afirmam que nas últimas décadas nasceu uma espécie de hipercultura universal que, transcendendo as fronteiras e confundindo as antigas dicotomias (economia/imaginário, real/virtual, produção/representação, marca/arte, cultura comercial/alta cultura), reconfigura o mundo em que vivemos e a civilização por vir. A esse universo de oposições distintivas e hierárquicas sucedeu um mundo em que a cultura, não se separando mais da indústria mercantil, exibe uma vocação planetária e infiltra-se em todos os setores da atividade. Na realidade planetária hipermoderna, pela primeira vez a economia mundial se ordena segundo um modelo único de normas, valores e objetivos – o ethos e o sistema tecnocapitalista –, e em que a cultura se impõe como um mundo econômico de pleno direito. Se é preciso falar de cultura-mundo, é também porque a sociedade de mercado, ou o hipercapitalismo de consumo que a concretiza, é simultaneamente um capitalismo cultural com crescimento exponencial, o das mídias, do audiovisual, do webmundo. A cultura mundo designa a era da formidável ampliação do universo da comunicação, da informação, da midiatização. Segundo Lipovetsky e Serroy, vivemos sob a égide de um terceiro modelo que se estabeleceu há duas ou três décadas, passando a constituir o horizonte cultural das

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sociedades contemporâneas na era da globalização. É um novo regime de cultura, o da hipermodernidade, remodelado pelas lógicas do individualismo e do consumismo. Não mais as oposições alta cultura baixa cultura, cultura antropológica cultura estética, cultura material cultura ideológica, mas uma constelação planetária em que se cruzam cultura tecnocientífica, cultura de mercado, cultura de indivíduo, cultura midiática, cultura das redes, cultura ecologista: uns tantos polos que constituem as “estruturas elementares” da cultura-mundo. Com o desenvolvimento das comunicações e das hipermídias, muda a relação com o tempo e com a distância, todos têm acesso imediatamente às imagens e às informações de todos os cantos do planeta. Jamais tivemos acesso a tantas informações, jamais o conhecimento detalhado sobre a situação do mundo foi tão grande e jamais o sentimento de compreensão do conjunto dele pareceu tão frágil e confuso. Esse é um dos grandes traços experimentados pela cultura-mundo. A era hipermoderna transformou radicalmente o lugar, o “peso”, a significação da cultura; ela adquiriu uma importância e uma centralidade inéditas tanto na vida econômica como nos debates nacionais e internacionais. Não é informação que falta: ela transborda em nós; o que falta é um método de orientação nessa superfatura indiferenciada, para que se alcance uma distância analítica e crítica, que será a única a lhe dar sentido. Uma das grandes apostas da cultura-mundo está aí: como educar os indivíduos e formar espíritos livres em um universo com informações em excesso: (Lipovetsky e Serroy: 2001, p. 81). É nesse contexto que surge a versão digital da revista impressa. Um contexto, em termos comunicacionais, de uma revolução digital, comparável ao tipo móvel e à Revolução Industrial, tal como assinalado pelo professor Rosenthal Calmon Alves, em congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo realizado em 2008, em Belo Horizonte. Rosenthal enumerou as seguintes transformações radicais operadas por esse novo contexto, que podem ser assim resumidas: pela primeira vez na história da comunicação social, o aparato de recepção é também um transmissor. Outra mudança importante: rompe-se o paradigma unidirecional e vertical da comunicação de massa, e criam-se novos paradigmas, multidirecionais e horizontais. A mídia perde poder e con-

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trole para os indivíduos conectados em rede. O jornalismo não é mais monopólio de jornalistas, nem dos donos das empresas jornalísticas. Audiências passivas viram comunidades ativas, formadas por redes digitais. Da comunicação mídiacêntrica passamos à comunicação eucêntrica (I-centric): só o que eu quero, na hora que eu decido, no formato que eu escolho e no lugar que eu prefiro. Além da mídia de massa, temos agora uma massa de Eu-mídia – ambas competem, mas complementam-se de forma simbiótica. As mudanças são de tal ordem que os profetas midiáticos já preveem que, em 2020, o papel passará a ser secundário, funcionando muito mais como um agregador de comunidades virtuais. Conclui Rosenthal: “o jornalismo que herdamos foi construído na (e para a) era industrial, e se tornará obsoleto se não for (re)construído para a era digital.

3. O que muda nas revistas no contexto das novas mídias Com a passagem do sistema de mídia da era industrial para o da era digital, as empresas jornalísticas naturalmente caminharam para o novo sistema e, no caso do magazine impresso, a grande maioria criou a correspondente versão para a web. Nesse contexto, quando se fala na relação entre uma revista e sua versão digital, é necessário pensar em três aspectos: webjornalismo, convergência e crossmídia. Neste projeto, utilizamos as expressões webjornalismo e jornalismo digital no sentido atribuído por Mielniczuk (2003). As características do jornalismo desenvolvido para a Web, segundo Palacios (2002), são multimidialidade/convergência, interatividade, hipertextualidade, instantaneidade, personalização e memória. Essas características refletem as potencialidades oferecidas pela Web. Hoje, a multimidialidade no computador deve ser entendida como uma sobreposição de mídias feita com uso de hipermídia, aliada ao controle do usuário e à interatividade. Como exemplo da maioria dos recursos interativos existentes em websites jornalísticos, pode-se citar a navegação por hiperlinks, as enquetes, os testes, os especiais de multimídia (compostos por áudio, vídeo, galeria de fotos e conteúdos extras), além de fóruns e chats.

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Jenkins (2008) relata que a cultura da convergência acontece quando as velhas e as novas mídias colidem, onde mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis. Por convergência, o autor se refere ao fluxo de conteúdo através de múltiplos suportes midiáticos, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento. Como uma forma de resolver o futuro dos impressos, muitas jornais e revistas estão incorporando aos seus conteúdos tradicionais o uso da rede, com ferramentas na internet, para fortalecer seus vínculos com o público. Como uma destas soluções surgiu a cross-mídia, que é a possibilidade de um produto utilizar simultaneamente diferentes tipos de mídia, digital e analógico. Spyer (2007) explica que a cross-mídia ocorre quando o circuito da informação convida a audiência a cruzar de uma mídia para outra, transformando a comunicação unidirecional em multidimensional, em que o público alimenta o veículo e o veículo alimenta o público. Então, para Spyer (2007), se uma revista impressa e a versão dela on-line assumem o papel de cross-mídia, o conteúdo de interação entre elas será diferente. Ou seja, se a revista on-line usa uma matéria com texto sobre determinado assunto, a versão online vai usar outra ferramenta para interagir com a impressa, por exemplo, um vídeo. Dessa forma o leitor, ouvinte ou telespectador passa a participar da mídia. As revistas na web possuem formatos parecidos com as revistas impressas. As revistas nascidas no ambiente virtual apresentam inovações em termos de design e arte. Mas a “maioria „simula‟ as revistas impressas, seja utilizando PDF, seja em flash, com folheio de páginas” (NATANSOHN, SILVA e BARROS, 2009, p.3) Segundo Natansohn, Silva e Barros (2009) as revistas on-line são produtos em constante transformação e inovação tecnológica. São parte ativa do processo contemporâneo de convergência cultural. Outra característica das revistas digitais é que o público pode construir suas próprias ferramentas interativas ou usar as oferecidas para objetivos desviados dos interesses dos produtores. Os autores explicam que “o fenômeno da convergência tecnológica

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e cultural, além de permitir a produção e distribuição de material jornalístico em várias plataformas e suportes” (p.13), como os multimediáticos (vídeos, textos, áudio etc.) propicia várias formas (simultâneas) de consumo e de agregação social, gerando novos protocolos de participação e práticas culturais. Natansohn, Silva e Barros (2009, p.14) revelam que a interação social propiciada pelas revistas impressas, quando transladadas ao ciberespaço, potencializa-se, gerando processos comunicacionais peculiares, “que vão além da leitura, avançando para a autonomia do campo da recepção, a colaboração e a interação horizontal entre produtores e leitores” O leitor de revista é um nômade, difícil de domesticar. Se o jornal online fideliza leitores através da rapidez, a revista o faz nos interstícios das presas do cotidiano, através do lazer e do prazer estético, da diversão ou do entretenimento, assegurado por uma periodicidade maior. Se o jornal é eficiente na superficialidade dos fatos, revistas oferecem análise e opinião e, acima de tudo, beleza. E em se tratando da web, a fidelização se vê desafiada pelo constante apelo a percorrer os caminhos da hipertexualidade (NATANSOHN, SILVA e BARROS, 2009, p.3). Cabe, aqui, uma ressalva: muito embora muitos especialistas exaltem as virtudes do mundo digital, já aparecem vozes mais críticas, como a de Sarlo (2011), que vê nas redes sociais, por exemplo, um recurso (muito usado pelas revistas digitais) que espelha “uma sociedade cuja memória coletiva sofre de Alzheimer” (2011, p. 7). De qualquer modo, muitos têm percebido que, a nova era da cultura digital escancarou uma certa crise da revista impressa. Eco (1997) acusou o estado terminal das semanais italianas na década de 1990. Em seu diagnóstico, os jornais, forçados pela televisão, “semanalizaram-se”. Por sua vez, as revistas semanais “mensalizaram-se”, ou são forçadas a direcionar-se para as celebridas, ou seguem o nicho intelectualizado (caso da New Yorker) ou, ainda, buscam um quarto caminho – aquele seguido por publicações como Time e Newsweek, que aceitam falar de acontecimentos já comentados pela TV e pelos jornais, oferecendo em troca análises mais aprofundadas, na medida do possível. Outros apontam que a convivência com as novas tecnologias não muda as diretrizes básicas do jornalismo, tais como delineadas por Kovack e Rosenstiel (2004): a

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primeira obrigação do jornalismo é com a verdade; sua primeira lealdade é com os cidadãos; sua essência é a disciplina da verificação; seus praticantes devem manter independência daqueles a quem cobrem; o jornalismo deve ser um monitor independente do poder; o jornalismo deve abrir espaço para a crítica e o compromisso público; e assim por diante. Por outro lado, pode-se afirmar, como Canavilhas (2001), que as prioridades do jornalista de papel são diferentes das do webjornalista. Enquanto o profissional que se ocupa da mídia impressa precisa adequar-se ao espaço a dimensão do texto, aquele que se vê às voltas com a Web depara-se, do ponto de vista da estrutura da notícia, com um espaço ilimitado para a edição do conteúdo. Assim, ao dogma da pirâmide invertida, Canavilhas contrapõe a pirâmide deitada, uma especificidade do jornalismo praticado na rede digital, pirâmide estruturada em quatro níveis: base, explicação, contextualização, exploração (Canavilhas, 2001). Com relação às formas de mediação, outro conceito importante também teve que ser reconstruído: se no impresso falávamos do gatekeeper, na Web ocorre a reconfiguração do papel do jornalista, e com isso o editor ganha a forma agora de “cartógrafo da informação”, ou seja, aquele que, utilizando as especificidades hipermidiáticas da rede, faz um mapeamento dos discursos – dissonantes e/ou consonantes – dos diversos envolvidos na construção da notícia (Abras, 2006). Como estamos vendo, sem dúvida, a expansão da internet alterou os processos comunicacionais. O ciberespaço permite experiências como o Spot.Us, de David Cohn. Criado em 2008, ele é um espaço em que os jornalistas “vendem” suas pautas diretamente a internautas. Em outras palavras, o jornalista sugere a pauta, as pessoas financiam e recebem parte do dinheiro se ela for vendida a uma publicação. É o que aconteceu, por exemplo, com o repórter freelancer Chris Amico. Em vez de vender para algum veículo tradicional uma pauta sobre os efeitos ambientais da extração de cimento na Califórnia, ele se cadastrou no Spot.Us. Vinte pessoas colaboraram, num total de 350 dólares, para cobrir despesas com ligações telefônicas e viagens. A reportagem, depois de pronta, além de postada no site, foi reproduzida em três jornais locais e em um outro, da Finlândia. Essa história e o caso Spot.Us estão retratados na revista Plug, do curso Abril de Jornalismo, de 2009.

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4. O que não muda nas revistas no contexto das novas mídias, mas deveria mudar? Impressas normalmente em papel couché, as revistas ganham vida longa. Elas são o repositário natural de uma dança sincrônica entre texto e imagem, impossível de se repetir na TV, no rádio ou na internet, da mesma forma que ocorre nessas publicações. E se nos perguntarmos como as revistas impressas mantêm um diferencial diante da popularização da informação na internet, podemos responder tal como o curador suíço Hans Ulricj Obrist, um dos mais importantes do mundo: “As revistas de papel permanecem importantes à medida que os recursos se tornam mais escassos. É uma questão de sustentabilidade e legado. No fundo, as revistas são cápsulas do tempo, um protesto contra o esquecimento” (apud Ayres, 2010, p.17). Para Obrist, elas têm licença para manter um ritmo mais lento, enquanto o conteúdo online está em permanente transformação. Como em qualquer mídia coberta pelo campo jornalístico, a rotina produtiva de revistas impressas enfrenta o dilema de amoldar-se àquilo que Bourdieu chama de habitus, ou seja, um saber prático incorporado ao cotidiano das empresas jornalísticas, que acaba engessando as decisões dos jornalistas, como já ressaltado por autores como Pereira Jr. (2006) e Barros Filho. Ao pesquisarmos o projeto editorial de qualquer revista, tanto impressa quanto digital, podemos descobrir, sem espanto, que esses projetos talvez designem uma forma de cultura-mundo, um conceito correlato ao habitus (Bourdieu, 1980); este, para o sociólogo, é o “conjunto de disposições duráveis e transportáveis que se apresentam na condição de estruturas estruturadas a funcionar como estruturas estruturantes”, ou “princípios geradores e organizadores de representações (práticas) independentes de uma apreensão consciente dos fins que buscam e independentes de um domínio manifesto das operações requeridas para a persecução desse fim”. É aquilo que permite ao indivíduo “perserverar em seu ser” – ainda que disso o indivíduo e o grupo não tenham consciência. O habitus explica também a homogeneização do gosto e torna previsíveis as preferências e as práticas de cada uma das pessoas

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que compõem um grupo e do grupo ele próprio (COELHO, 2008, p.27). A ideia de “cultura como lâmina” é aquela que insiste na rejeição do habitus como algo que dela possa fazer parte dinâmica (COELHO, p.37). Nesse contexto, o ponto de vista jornalístico desempenha um papel de juiz dos valores, geralmente intercedendo em nome dos clichês. Os jornalistas tornam-se, assim, verdadeiros agentes conservadores da cultura (BARROS FILHO, 2000, p. 109). Para enfrentar esse dilema, pode-se buscar uma segunda via, cada vez mais rara, de soluções criativas, que fujam do modelo preconizado pelo habitus. Ou, nas palavras de Coelho, buscar a “ampliação da esfera de presença do ser”, aquela da “cultura como lâmina”. Exemplos desse contraponto ao habitus são raros, mas podem ser encontrados, por exemplo, em duas soluções, como se verá a seguir. Juan Caño é jornalista há mais de 40 anos, dos quais os últimos 30 passados em revistas, como editor-chefe fundador ou editor de mais de 20 títulos. Perguntaram ao experiente Caño qual a melhor capa produzida, na visão da Associação Americana dos Editores de Revista (Asme), e o espanhol escolheu esta capa (Figura 1) da New York Magazine:

Figura 1: New York O “I am” deixou Caño realmente impressionado. Em sua opinião, revistas são o melhor meio para decifrar as mudanças sociais. “Esta capa”, diz, “interpreta como nos sentimos agora. Fala de questões importantes, tanto de dentro quanto do exterior de nós mesmos, com gráficos brilhantes. É a criatividade da revista em seu melhor”.

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Poderíamos destacar, dentre as publicações brasileiras, uma capa (Figura 2) que também sintetiza a especificidade de uma revista. Trata-se da capa da edição da Trip sobre desarmamento, publicada em 2005.

Figura 2: Trip

Uma solução engenhosa deixa clara a posição editorial da publicação, posicionando-se a favor do desarmamento, tema de um plebiscito que mobilizou o país há seis anos. O coldre da arma pode também ser uma pomba da paz. Contudo, no alto, à direita, um furo alerta para uma bala perdida que entrou revista afora. Ao folhear as primeiras páginas da Trip, o leitor percebe que o furo avança pelas páginas, interferindo em anúncios, cortando textos e fotos, enfim, causando literalmente um estrago no conteúdo, até parar, cravado na silhueta de um corpo no chão, não deixando margem à dúvida: uma palavra vem para destruir: assim como estraga as páginas, violentamente invade a vida das pessoas. Tal é a natureza das revistas: com esses recursos visuais e textuais, ela “diz” desse contexto – de um novo comportamento, de uma tomada de posição diante de um plebiscito - como nenhuma outra mídia faria.

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5. Considerações finais: o futuro do leitor e a formação do profissional de jornalismo de revista Não se pode fechar essa trama sem aludir a outros fios que a compõem, como o jornalista e o leitor. Muitos se preocupam com o futuro das revistas. E com o futuro do leitor? Santaella (2004) propõe a existência de três tipos de leitores: o contemplativomeditativo, restrito à leitura dos livros, no período pré-industrial, sem a competição de outras mídias; o fragmentado, que nasce com o sistema de reprodutibilidade técnica proporcionado pela Revolução Industrial e seus jornais, filmes, fotografias etc; e o imersivo-virtual, conectado entre nós e nexos. Diante desses leitores é viável pensar em um novo leitor que se confunde com o narrador pós-moderno idealizado por Santiago, espécie de leitor capaz de articular a experiência do olhar. A existência desse novo leitor exige também um novo jornalista, que não apenas domine técnicas de multimidialidade. Para isso, é preciso voltar os olhos para a formação desse profissional, atentos, como alerta Andréas Gruschka, “para o fato de que a escola não apenas se ajusta à indústria cultural, mas também prepara os alunos para ela, num processo de antiformação” (apud Durão et all, 2008, p. 95). Assim, na nova ambiência das mídias, a formação deste novo profissional, no caso das revistas, deve levar em conta tanto as especificidades de cada suporte – impresso e digital – quanto dos diálogos que podem e devem se estabelecer entre eles. Essa formação não deve prescindir do fato de que o habitus é inerente à profissão, mas que a prática da “cultura como lâmina” é uma opção legítima. As transformações a que o jornalismo têm sido submetido também transformam (ou deveriam transformar) esses novos olhares – tanto de quem produz quanto de quem lê.

REFERÊNCIAS

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