Cerâmicas Comuns de Produção Local do Centro Oleiro da Quinta do Rouxinol (Seixal)

July 1, 2017 | Autor: Jorge Raposo | Categoria: Ceramics (Archaeology), Roman Archaeology
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Cerâmicas comuns de produção prod local do centro oleiro da Quinta do Rouxinol R (Seixal) Cézer R. Santos 1, Ana V. Braga 2 e Jorge C. Raposo 1 1

Câmara Municipal do Seixal / Ecomuseu Municipal do Seixal, [email protected] seixal.pt, [email protected]

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Universidade Nova de Lisboa / Ecomuseu Municipal do Seixal, Seixal [email protected]

Este artigo sintetiza o estudo de caracterização das cerâmicas comuns de produção local da d olaria da Quinta do Rouxinol, Seixal. Entre 1986-1991, foram escavados dos no sítio três fornos de chama viva e duas grandes fossas detríticas com materiais rejeitados no processo oleiro (DUARTE, 1990; RAPOSO, SABROSA e DUARTE, 1995; DUARTE e RAPOSO, 1996; FILIPE e RAPOSO, 2009).

Figura 1 Planta da área escavada da olaria e sua localização

A cronologia atribuída ao sítio situa-se situa se entre finais do século II e inícios do século V, momento de grandes mudanças económicas e sociais no Império Romano. O conjunto das cerâmicas comuns de produção local foi abordadoo segundo duas perspetivas perspetivas complementares: complementares uma arqueológica, de caracterização tipológica e estatística (SANTOS, 2012); outra museológica, museológica para definição de critérios e metodologias de inventário de cerâmica arqueológica (BRAGA, 2012). 2012) SANTOS, BRAGA e RAPOSO

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Tipologia e quantificação Desenvolveu-se se um sistema de designação numérico para classificar todos os fragmentos que o permitiam quanto à categoria, forma, variante e subvariante, depois traduzido numa tabela tipológitipológ ca abrangente mas aberta, aplicável ao universo em estudo, estudo, mas também em futuros trabalhos sobre cerâmica arqueológica comum m (SANTOS, 2012).

Figura 2 Quadro tipologico das variantes das formas produzidas na olaria

No material estudado coexistem em cerâmicas domésticas (loiça de preparar, r, confecionar e servir alimentos) e peças para uso em atividades na olaria, na pesca, etc.. O conjunto foi agrupado morfologimorfolog camente e hierarquizado segundo a sua complexidade. As designações refletem a função, em conformidade com paralelos conhecidos. Utilizaram-se duas metodologias de contagem para filtrar eventuais distorções ções estatísticas: estatísticas 1) contagem simples do número máximo de fragmentos de bordo presentes na coleção;; 2) cálculo da d estimativa de equivalente de peça (EEP), (EEP) inspirado no modelo de quantificação de ORTON,, TYERS e VINCE (1993: 168-173), que permite estabelecer o número aproximado de peças individuais presentes no conjunto. SANTOS, BRAGA e RAPOSO

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Critérios de inventário O inventário é uma função museológica intimamente relacionada com as funções basilares de estudo e investigação. Contudo, a imensa quantidade de objetos que resulta de um trabalho arqueológico e o seu carácter fragmentário, transformam o inventário integral numa tarefa que consome recursos imensuráveis. É assim mais eficiente uma separação concetual entre o caco e o objeto museológico, que permita ações preliminares de triagem, classificação e estudo, mediante critérios de seleção de objeFigura 3

tos a inventariar que satisfaçam as necessida-

Quadro quantitativo das formas produzidas na olaria

des de investigação arqueológica e, por outro lado, a realidade do quotidiano museológico.

Subsequentemente, definiram-se normas conceptuais e de organização da informação para os campos de descrição e de medição no inventário museológico das cerâmicas comuns da Quinta do Rouxinol (BRAGA, 2012). Na descrição, a estrutura da informação inicia-se pela denominação do objeto, seguida de informações genéricas sobre a matéria e a técnica, a função, a época de produção ou uso e a origem ou proveniência. Descrevem-se ainda a morfologia, o acabamento e os aspetos decorativos, a pasta e outros aspetos técnicos ou tecnológicos. Por fim, registam-se informações de carácter histórico, antropológico ou outro que auxiliem na interpretação do objeto e do seu contexto de recolha. A normalização de procedimentos de inventário, para além de tornar o registo mais célere, reduz o erro humano, uniformiza métodos, práticas e conceitos, e facilita a obtenção de informação quando realizadas consultas e pesquisas sobre os registos de inventário.

BRAGA, A. V. (2012) – Sistemas de Documentação e Inventário de uma Colecção de Cerâmica Arqueológica Proveniente da Quinta do Rouxinol. Tese de Mestrado em Museologia, apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Em linha. Disponível em http://run.unl.pt/handle/10362/7748; DUARTE, A. L. (1990) – “Quinta do Rouxinol: a produção de ânforas no Vale do Tejo”. In ALARCÃO, A. e MAYET, F. As Ânforas Lusitanas: tipologia, produção, comércio. Paris: Museu Monográfico de Conimbriga / Diff. E. de Boccard, pp. 97-115. DUARTE, A. L. e RAPOSO, J. M. (1996) – “Elementos para a Caracterização das Produções Anfóricas da Quinta do Rouxinol (Corroios/Seixal)”. In FILIPE, G. e RAPOSO, J. (eds.). Ocupação Romana dos Estuários do Tejo e do Sado. Lisboa: Câmara Municipal do Seixal / Publicações Dom Quixote, pp. 237-247. FILIPE, G. e RAPOSO, J. (2009) – Quinta do Rouxinol: uma olaria romana no estuário do Tejo (Corroios / Seixal). Seixal: Câmara Municipal do Seixal / Ecomuseu Municipal. ORTON, C.; TYERS, P. e VINCE, A. (1993) – Pottery in archaeology. Cambridge: Cambridge University Press.

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RAPOSO, J.; SABROSA, A. e DUARTE, A. L. (1995) – “Ânforas do Vale do Tejo. As olarias da Quinta do Rouxinol (Seixal) e do Porto dos Cacos (Alcochete)”. In Actas do 1º Congresso de Arqueologia Peninsular. Porto, 1993. Vol. VII, pp. 331-352 (Trabalhos de Antropologia e Etnologia, Vol. 35, n.º 3). SANTOS, C. R. (2012) – As Cerâmicas de Produção Local do Centro Oleiro Romano da Quinta do Rouxinol. Tese de Mestrado em Arqueologia, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Em linha. Disponível em http://hdl.handle.net/10451/6119.

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