CHECK LIST DOS FUNGOS MACROSCÓPICOS DA REGIÃO DA UHE COLÍDER, MATO GROSSO - 2014

July 19, 2017 | Autor: Adarilda Benelli | Categoria: Plant Biology, Amazonia, Fungi
Share Embed


Descrição do Produto

CHECK LIST DOS FUNGOS MACROSCÓPICOS DA REGIÃO DA UHE COLÍDER, MATO GROSSO6 SOARES-LOPES1,5; Célia Regina Araújo; RIBEIRO2,5, Ricardo da Silva; RODRIGUES3, Cleverson; PETTINI-BENELLI4,5, Adarilda.

¹Professora da Universidade do Estado de Mato Grosso/ UNEMAT – Faculdade de Ciências Biológicas e Agrárias, Campus de Alta Floresta MT, [email protected] 2 Graduando do curso de Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Mato Grosso. Campus de Alta floresta, MT. [email protected] 3 Mestre em Biodiversidade e Agroecossistemas Amazônicos da Universidade do Estado do Mato Grosso. 4 Doutoranda em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, UFMT. Campus Cuiabá. 5 Herbário da Amazônia Meridional, HERBAM, UNEMAT/Campus de Alta Floresta, MT. 6 Dados coletados durante o desenvolvimento do Programa de Resgate e Conservação da Flora da UHE Colider, coordenado pela primeira autora, COPEL(Companhia Hidrelétrica Paranaense).

RESUMO Fungos macroscópicos são aqueles que produzem corpos de frutificação visíveis a olho nu, são organismos eucariontes e heterótrofos na maioria estruturalmente formados de filamentos de hifas e cujos formatos típicos de reprodução envolvem a formação de esporos. Objetivo desse trabalho é apresentar o primeiro check list e a diversidade dos fungos macroscópico da Usina UHE Colíder. O material coletado foi anexado a coleção do HERBAM (Herbário da Amazônia Meridional) e identificado com literatura especializada. Foram coletados 94 indivíduos, 51 indeterminados, foram identificadas 15 espécies a nível especifico e 11 apenas em nível genérico distribuídos em 16 famílias. Devido à falta de estudos de catalogação de fungos macroscópico para região amazônica esse check list vem contribuir para o conhecimento e diversidade do grupo fungi. Palavras-chave: Micobiota, Amazônia, Usinas ABSTRACT Macroscopic fungi are those that produce fruitication bodies visible to the eye, and eukaryotic organisms are heterotrophic mostly structurally formed hyphal filaments and the typical formats involve the formation of spores. Objective of this paper is to present the first checklist and the diversity of macroscopic fungi of the Colider dam. The collected material was attached to the collection HERBAM (Herbarium Southern Amazon) and identified with the literature. 95 individuals, 51 were indeterminate collected 15 species specific level and 11 were identified only in generic level distributed in 16 families. Due to lack of studies cataloging of macroscopic fungi to Amazon this checklist is to contribute to knowledge and diversity of fungi group. Key words: Mycobiota, Amazon, Dams. INTRODUÇÃO As mudanças ambientais, provocadas pela ocupação desordenada de áreas silvestres, com distúrbio de habitats naturais, são fatores diretamente relacionados

ao desaparecimento de espécies fúngicas, e nos fazem refletir sobre a instalação do homem na Floresta Amazônica (FORTES & NASCIMENTO, 2001). São considerados fungos macroscópicos aqueles que produzem corpos de frutificação visíveis a olho nu, são organismos eucariontes e heterótrofos na maioria estruturalmente formados de filamentos de hifas e cujos formatos típicos de reprodução envolvem a formação de esporos. O inventário das espécies fúngicas é um passo essencial que falta se concretizar na maioria dos países. A micobiota da região amazônica é pouco estudada, necessitando de mais atenção e trabalhos desse grupo (SOUZA & AGUIAR, 2004). É necessário efetuar inventários, mapeamento e criar listas vermelhas, sendo que a avaliação da diversidade de macrofungos exige alguns anos de inventário até que a curva espécies/área estabilize. FORZZA et al (2010), diz que foram coletados e descritas 519 espécies só para o bioma amazônico, sendo 35 considerada endêmicas para este bioma. Numa escala de tempo de conhecimento de espécies de fungos tem aumentado de forma considerável, pois (MARTIUS,1833), publica em seus estudo cerca de 177 espécies para o Brasil, FORZZA et al (2010) em sua lista traz 3.608 espécies catalogadas. Objetivo desse trabalho é apresentar o primeiro check list e a diversidade dos fungos macroscópico da Região da Usina UHE Colíder MATERIAIS E MÉTODO A coleta dos fungos foi realizada de 02 de abril a 04 de maio de 2011 na área do empreendimento da Usina Hidrelétrica Colider. Todos os espécimes amostrados foram coletados com o tipo de substrato, com auxílio de facão e/ou espátulas. Foram acondicionados em sacos de papel, desidratados em estufa e incorporados ao acervo do HERBAM (Herbário da Amazônia Meridional). O material foi identificado por um dos técnicos com experiência em fungos, a partir da comparação com bibliografias e sites especializados. Foi registrado com máquina digital todos os espécimes coletados, considerando-se todas as informações importantes para a caracterização taxonômica. Os nomes científicos foram checados no site da Flora do Brasil, 2014. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram coletados 94 indivíduos distribuídos em 25 gêneros e 16 famílias. As mais representativas foram: Tricholomataceae (10), Coriolaceae (6), Lentinaceae (5), Ganodermataceae (3), Hymenochaetaceae (3), Ramariaceae (2), Corticiaceae (2), Stereaceae (2), Coprinaceae (1), Geastraceae (1), Hygrophoraceae (1), Phallaceae (1), Podoscyphaceae (1), Pterulaceae (1), Sarcoscyphaceae (1), Xylariaceae (1), 51 indivíduos estão indeterminados ou em processo de identificação que não entrou na análise. As espécies são apresentadas na tabela 1 e nas figuras 1 a 3. De acordo com SOUSA et al (2007), as espécies de Tricholomataceae são cosmopolitas e ocorrem com mais frequência sobre madeira ou folhas mortas ou vivas, como é o caso da floresta Amazônica, que possui serrapilheira abundante, explicando a maior representatividade encontrada nesse trabalho.

Tabela 1: Lista de Fungos, de acordo com a Familia e Espécies coletados na UHE Colíder, durante os meses de Abril a Maio de 2011, (*) espécies que apresenta duas amostras. Família Espécies Coprinus disseminatus (Pers.: Fr.) S.F. Gray Coprinaceae Daedalea sp. Coriolaceae Hexagonia hydnoides (Sw.) M. Fidalgo. Hexagonia sp. *Pycnoporus sanguineus (L.:Fr.) Murrill Trametes sp. 01 Trametes sp. 02 Cotylidia sp.01 Corticiaceae Cotylidia sp. 02 Ganoderma sp. 01 Ganodermataceae Ganoderma sp. 02 Ganoderma sp. 03 Geastrum velutinum Morgan Geastraceae Hygrocybe subcaespitosa (Murr.) Lodge & Pegler Hygrophoraceae Hymenochaetaceae Coltricia sp. 01 Coltricia sp. 02 Coltricia sp. 03 Lentinus villosus Klotzsch. Lentinaceae Pleurotus sp. 01 Pleurotus sp. 02 Pleurotus sp. 03 Pleurotus sp. 04 Dictyophora indusiata Fisch. Phallaceae Caripia montagnei (Berk.) Kuntze Podoscyphaceae Deflexula sprucei (Mont.) Maas Geest. Pterulaceae *Ramaria araiospora Marr & D.E. Stuntz Ramariaceae Ramaria stricta (Pers.) Quél. Cookeina tricholoma (Mont.) Kuntze Sarcoscyphaceae Stereum sp. 01 Stereaceae Stereum sp. 02 Armillaria sp. 01 Tricholomataceae Armillaria sp. 02 Chaetocalathus sp. Crinipellis sp. Marasmius phaeus Berk. & M.A. Curtis Marasmius siccus (Schweinitz) Fries Marasimius sp. 01 Marasmius sp. 02 Marasmius sp. 03 Oudemansiella canarii (Jungh.) Höhn. Xilaria sp. Xylariaceae

A

B

C

D c H

E c H

G

F c H

H c H

Figura 1: A – Coprinus disseminatus (Pers.: Fr.) S.F. Gray (Coprinaceae B Hexagonia hydnoides (Sw.) M. Fidalgo. (Coriolaceae); C - Pycnoporus sanguineus (L.:Fr.) Murrill (Coriolaceae); D – Geastrum velutinum Morgan (Geastraceae);E – Hygrocybe subcaespitosa (Murr.) Lodge & Pegler (Hygrophoraceae); F – Lentinus villosus Klotzsch. (Lentinaceae); G - Dictyophora indusiata Fisch. (Phallaceae); H – Caripia montagnei (Berk.) Kuntze (Podoscyphaceae);

A c H

C c H

E c 2: HA

B c H

D c H

F H

Figura – Deflexula sprucei (Mont.) Maas Geest. (Pterulaceae B – Ramaria araiospora Marr & D.E. Stuntz (Ramariaceae); ); C – Ramaria stricta (Pers.) Quél. (Ramariaceae); D – Cookeina tricholoma (Mont.) Kuntze (Sarcoscyphaceae). E Marasmius phaeus Berk. & M.A. Curtis (Tricholomataceae); F - Marasmius siccus (Schweinitz) Fries. (Tricholomataceae). G - Oudemansiella canarii (Jungh.) Höhn. (Tricholomataceae). Segundo SOUSA et al (2007), as espécies de Tricholomataceae são cosmopolitas e ocorrem com mais frequência sobre madeira ou folhas mortas ou vivas, como é o caso da floresta Amazônica, que possui serrapilheira abundante, explicando a maior representatividade encontrada nesse trabalho. A grande relação de indivíduos indeterminados deve-se a grande biodiversidade de fungos e poucas publicações acerca do assunto (HYDE & HAWKSWORTH 1997). Até o momento, foram descritas apenas 72.000 espécies de

fungos, porém estima-se que haja pelo menos 1,5 milhões de espécies no mundo (HAWKSWORTH 2001), ou seja, somente cerca de 5% da diversidade estimada é conhecida e descrita, dessa forma há dificuldades na identificação devido a ausências de materiais bibliográficos, além da falta de especialistas na região. CONCLUSÃO A diversidade de fungos da região do norte mato-grossense é pouco conhecida, necessitando de esforços de coleta e formação de recursos humanos visando o desenvolvimento de linha de pesquisa nessa área. Os programas de Resgate e Conservação de Flora desenvolvidos em usinas hidrelétricas na região do rio Teles Pires, tem sido uma oportunidade de ampliação de conhecimento da flora e dos fungos do Estado de Mato Grosso. Agradecimentos: A COPEL (Companhia Hidrelétrica Paranaense) pelo financiamento do Programa de Resgate e Conservação da Flora UHE Colider.

REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS Courtecuisse, R. Current trends and perspectives for the global conservation of fungi. In Moore, D.; Nauta, M. M.; Evans, S. E.; Rotheroe, M. (Editors). Fungal Conservation – Issues and Solutions, pp. 7 - 18 .Cambridge University Press, Cambridge.2001. Fidalgo, M.E.P.K. The genus Hexagona. Memoirs of the New York Botanical Garden.1968. Fortes, S.T.; Nascimento, J. F. Fungos da Amazônia. 2001 Forzza, R.C. et al. 2010. Catálogo de Plantas e Fungos do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro / Andréa Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro Gama, A. Cogumelos. CMCB, Castelo Branco.1995. Gugliotta, A. M. Aphyllophorales de mata ciliar da Estação Experimental da Reserva Biológica de Moji-Guaçu, SP. XLVII Congresso Nacional de Botânica, Nova Friburgo. Resumos.1996. Hawksworth, D.L.. The magnitude of fungal diversity: the 1,5 million species estimate revised. Mycological Research 105. 2001 Hyde, K.D. & Hawksworth, D.L. Measuring and monitoring the biodiversity of microfungi. Pp:141-156. In: K. D. Hyde (ed.). Biodiversity of tropical microfungi. Hong Kong, Hong Kong University Press. 1997. Martius, C.F.P.; Eschweiler, G. G. & Nees A. B Esenbeck, c.g. 1833. Flora brasiliensis, pars prior. Stuttgartiae et Tubingen: Sumptibus J.G. Cottae, p. 1-50. Souza, H. Q.; Aguiar, I. J. A. Ocorrência do gênero Marasmius Fr. (Tricholomataceae, Agaricales) na Reserva Biológica Walter Engler, Amazonas, Brasil. Rev. Acta Amazônica, 2007. Souza, H.Q. & I. J. A. Aguiar. 2004. Diversity of Agaricales (Basidiomycota) in the Reserva Biológica Walter Egler, Amazonas, Brazil. Acta Amazonica, 34:43-51 Aceito com correção

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.