Cidadania, Globalização e Animação Sociocultural: Sugestões de atividades para uma Escola Intercultural

September 12, 2017 | Autor: Mafalda Lourenço | Categoria: Sociology, Globalization, Social Integration, Cultural and Social Animation
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Cidadania, Globalização e Animação Sociocultural Sugestões de atividades para uma Escola Intercultural Mafalda Lourenço

ÍNDICE Introdução

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Globalização, Cidadania e Multiculturalismo

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Globalização Globalização Económica Fluxos Migratórios Globalização Cultural Cidadania Cidadania moderna Cidadania Global Multiculturalismo

4 4 4 5 5 5 8 8

Animação Sociocultural como Agente de Mudança Social

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Comunidade Indiana

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Actividades de promoção da integração da comunidade indiana

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Escola Intercultural Encontros Interculturais

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Conclusão

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Bibliografia

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Introdução

O objectivo final deste trabalho será a elaboração de actividades que integrem as minorias étnicas na sociedade de acolhimento, neste caso especificamente, na cidade do Porto. Para a elaboração destas actividades, tendo em conta a sua integração na comunidade, são imprescindíveis quer a contextualização temática, quer a caracterização da comunidades que sobre a qual se pretende intervir. Num primeiro segundo momento, é também fundamental a sua contextualização teórica, tendo em conta temáticas como a globalização, multiculturalismo e cidadania. A globalização como contexto atual que tem como uma das suas consequência as migrações, o multiculturalismo como forma de lidar com a diversidade cultural e a cidadania global e cosmopolita. Numa segunda parte, segue-se para a caracterização da minoria étnica que será alvo de intervenção, todavia, as atividades propostas não têm apenas esta como alvo de intervenção, pois as actividades dirigem-se também à comunidade, no sentido da sensibilização para aceitação da diversidade. No que concerne às atividades, estas foram construídas tendo em conta as características do público-alvo – comunidade indiana, sem esquecer a portuguesa e o seu objectivo geral – integração da comunidade indiana na sociedade portuguesa, caso do Porto. As primeiras actividades foram concebidas para o meio escolar e são direccionadas para jovens e inserem-se na iniciativa – Escola Intercultural. Já no que diz respeito às segundas têm destinam-se a pessoas adultas e idosas e baseia-se na comunicação oral para aprendizagem do português. Estes últimas actividades constituem a iniciativa – Encontros culturais. Cada uma das iniciativas foi avaliada baseando-se nos objectivos específicos das mesmas. Conclui-se que, apesar da surgimento de alguns problemas no seu desenvolvimento, estas produziram algumas mudanças no comportamento de ambas as comunidades. Assim, permitiram um maior grau de integração da comunidade indiana, assim como, a desmistificação de crenças relativas à mesma.

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Globalização, Cidadania e Multiculturalismo Globalização O desenvolvimento tecnológico permitiu a aproximação cada vez maior dos países e das culturas. A todo a hora somos confrontados com produtos de outros países, valores, manifestações culturais, símbolos, das mais diversas origens. O confronto entre o local e o global, decorrente desta aproximação entre os Estados, da eliminação cada vez maior das fronteiras físicas entre eles, provocou enormes transformações nas sociedades actuais e na economia internacional. A internacionalização faz-se em todos os domínios do social. Com esta internacionalização assiste-se a uma divisão internacional do trabalho, assim sendo, os países optam pela produção dos bens que têm menos custos e adquirem a outros países os bens que não produzem. Neste sentido estabelece-se uma relação de troca entre os países – importações (compra de produtos ao interior) e exportações (venda de produtos ao exterior) – aumentando a sua interdependência. A mundialização das trocas provocam vários tipos de consequência e interdependências, como eliminação das fronteiras, transporte das mercadorias, troca de informações, transacções financeiras, etc. Os países integram os seus espaços económicos num único espaço, o Mundo. A Globalização trata-se de um termo utilizado para descrever inúmero processos. Pode dizer-se que se trata de processos decorrentes da interdependência económica, social, cultural e política entre as pessoas e os países à escala mundial. O conceito de globalização tenta descrever a alteração a nível social que decorre da aproximação cada vez maior entre países e culturas. Este fenómeno é multidimensional, engloba inúmeras dimensões e, consequentemente, diversas consequências, sendo elas positivas e negativas. Globalização Económica A Globalização Económica traduz-se na interdependência entre os Estados no domínio das relações produtivas, financeiras e comerciais. Trata-se de um dos aspectos mais marcantes interdependência entre os diferentes países. A eliminação de fronteiras não se dá apenas a nível das trocas de bens e serviços, mas inclusivamente ao nível das transacções financeiras e produtivas. As empresas globalizam-se, em termos de produção, as quais são exemplo as multinacionais e transnacionais. A crise financeira que teve início no EUA, em 2008, e que espalhou-se por todo o mundo devido interdependência entre as várias economias, à inexistência de fronteiras em termos económicos e financeiros. Desta forma exige-se que para ultrapassar a crise seja necessário uma solução em termos globais. Fluxos Migratórios Os fluxos migratórios constituem movimentos de população de um espaço geográfico para outro, em busca de melhores condições de vida. Os movimentos 4

de população – migrações – são também uma consequência da globalização. As pessoas movimentam-se, cada vez mais, entre países por diversas razões: económicas, políticas, guerras, catástrofes naturais, turismo, etc. Mas a maior motivação dos fluxos migratórios são as condições económicas, ou seja, os indivíduos migram procurando melhores condições de vida. Se, em Portugal, entre os anos 50 e 70, os emigrantes eram essencialmente população desqualificada, hoje em dia, cada vez mais, se assiste a uma emigração de mão-de-obra qualificada, como, por exemplo, jovens licenciados. As desigualdades sociais estão na base das movimentações das populações . Se as camadas e povos mais desfavorecidas deslocam-se à procura de melhores condições de vida, só as camadas e povos mais favorecidas têm a possibilidade de viajar ou de migrar para outro local por outros motivos.

Globalização Cultural O desenvolvimento tecnológico permitiu um maior desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação . As inovações que daí decorreram como o telefone, televisão, Internet, tornaram possível a globalização da informação. Assim, esta possibilidade de tudo vermos e sabermos em tempo real, aproximou os povos, quebrou barreiras físicas e temporais, possibilitou viver na Aldeia Global. Assiste-se a uma maior circulação de produtos culturais e esta globalização cultural decorre da difusão e consumo à escala mundial de produtos de diferentes proveniências. Se por um lado, o contacto faz com que as outras culturas nos pareçam menos estranhas, por outro lado, o contacto pode provocar conflito. Os contacto permanente entre diversas realidades culturais produzem modificações nas culturas e difundem-se traços culturais de um grupo para outro, mudam-se as formas de ser e de estar das sociedades. Em muitas situações assistese a um aproximar de comportamentos, a uma padronização em vários domínios da sociedade. Neste contexto, assiste-se a uma difusão cultural que ocorre quando as diferentes culturas entram em contacto e se verificam modificações culturais. Assim, criam-se fenómenos de aculturação quando um acultura se transforma, acrescentando traços culturais de outra. Acontece quando duas culturas entram em contacto e uma delas junta aos seus elementos culturais de outra cultura.

Cidadania Nesta fase faz-se uma reflexão sobre a questão da cidadania na pósmodernidade marcada pelo processo de globalização ou globalizações como afirma Boaventura tendo em conta as suas diferentes dimensões. Uma “nova” realidade transformada pela crescente heterogeneidade que remete para uma diferente forma: cidadania global. Cidadania moderna A cidadania não nasceu na modernidade, já nas democracias da Antiga Grécia se delineavam as primeiras teorias sobre esta temática, apesar de estarem

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longe de uma dimensão universal. Os direitos da cidadania grega apenas envolviam os direitos que actualmente chamamos de direitos políticos. Embora tenha sido na Antiguidade Clássica que, pela primeira vez, surgiu a problemática da cidadania, foi no período moderno que encontrou maior expressão. A cidadania e os direitos que a ela estão associados não foram algo adquirido por natureza, são sim resultado da luta de diferentes grupos da sociedade. Assim, tem de ser pensada como um processo iminentemente histórico, como um conceito e realidade aos quais a história atribuiu importância. Marshall, sociólogo britânico, contribuiu para uma melhor compreensão da dimensão histórica e processual do conceito e prática da cidadania na modernidade ao definir três níveis de direitos de cidadania e traçar uma ordem cronológica para o surgimentos destes no mundo moderno. O autor descreve um processo inicial de obtenção dos direitos civis passando pelos direitos políticos e chegando finalmente aos direitos sociais. O século XVIII foi tempo de aquisição de liberdades individuais onde se afirmam os direitos civis que implicam uma limitação do poder Estado. Direitos individuais contra ao Estado, uma protecção contra a intervenção abusiva do Estado. Essencialmente se adquire o direito à vida, liberdade de pensamento, propriedade, igualdade perante a lei, livre culto religioso. Num segundo momento, século XIX, a par do surgimento das democracias em que o exercício da soberania passa a radicar na vontade do povo, emergem os direito políticos. Todo o indivíduo igual perante a lei, tem o direito de eleger e ser eleito para governar, de votar e ser votado, como forma de assegurar a participação de todos na tomada das decisões que envolvem o conjunto da sociedade. Finalmente, e associados a todos os anteriores, há um terceiro nível dos direitos da cidadania: os direitos sociais. Estes direitos são consequência de todos as reivindicações (reivindicações da classe trabalhadora, a luta de classes, etc.) do século XIX que apenas foram assimiladas e direitos adquiridos no século XX. Eles garantem ao cidadão uma participação mínima na riqueza da colectividade através da protecção contra as forças de exclusão do Estado, a protecção em caso de doença e desemprego, o direito é educação pública, entre outros. Assim, pode-se afirmar que a cidadania moderna associada às democracias constitui-se por três determinações modernas civil, política e social estando organicamente ligada à ideia de direitos. Ao Estado compete garantir que cada cidadão individual duma nação em específico seja tratado de igual forma perante a lei. A cidadania como um contrato entre o Estado-Nação e os indivíduos membros da depende do triângulo: Indivíduo, do Estado e da Nação. Se a cidadania é um privilégio Estatal quem a pode garantir num mundo aberto? Como compreender o conceito de cidadania moderna num contexto de globalização e consequente crise de Estado-Nação? A globalização é um fenómeno dinâmico de natureza multidimensional. Pode ser visto como um culminar dos processos de transnacionalização – conexões políticas e sociais fora da lógica dos Estados nacionais – e internacionalização – 6

ampliação da actividade económica além das fronteiras nacionais. Distingue-se por ser um processo de intensificação dos relacionamentos transfronteiriços, interdependência, globalidade, conectividade, de interconexão e encolhimento do mundo, quer a nível económico, cultural, político e social. O Estado-Nação como estrutura política baseada numa unidade territorial, cultural, linguística e religiosa, depara-se com a sua perda de importância. Simultaneamente, assiste-se a uma erosão supra-estatal, em que os fluxos económicos ultrapassam o próprio Estado que se traduz numa impossibilidade de controlar a economia livre e a uma erosão infra-estatal visível na descentralização e reivindicação de mais autonomia. Uma desoberaniação do Estado no sistema internacional. Este factores abalam estrutura política e do equilíbrio entre Estado e Nação e criam a necessidade da sua redefinição. A ideia de Estado deixa de estar associada à soberania total e à territorialidade exclusiva sendo que as fronteiras são cada vez mais permeáveis, inoperantes e ridículas. Segundo Bauman (2004), assistese a um deficit de poder dos Estados-Nação no processo de globalização. Seguindo o seu pensamento, as fronteiras não fazem qualquer sentido numa sociedade “pós-espacial”, mas adquirem cada vez mais importância, são um verdadeiro paradoxo lógico. Num mundo globalizado, as fronteiras são cada vez menos efectivas, perdendo o seu sentido e importância prática. Porém, o medo e a insegurança que se sente no espaço global, devido ao incontrolável processo de globalização, fazem com que exista uma obsessão pela sua reconstrução. Nestas circunstâncias o poder do Estado esvanece-se. Bauman refere que utilizamos ferramentas locais para manejar situações e resolver problemas globais. Assim, decisões tomadas no âmbito do Estado-Nação, localmente, serão desfasadas da lógica do transnacional. As actividades transnacionais não têm um lugar físico, dão-se fora da lógica territorial de localidades e nações, transgridem e transcendem o sistema de EstadoNação. Deparamo-nos com uma mudança de referência espacial que se sobrepõe ao Estado-Nação, com uma base transnacional, multicultural e global. Este facto obriga a repensar o nacionalismo que caracteriza a modernidade e a naturalidade das fronteiras dos Estados-Nação delimitarem os processos sociais. Para analisar estes fenómenos transnacionais urge sair da lógica fronteiriça. Paradigmas actuais são abalados com este transnacionalismo e interconectividade que o caracteriza atravessa as fronteiras políticas dos Estados, pelo que se associa à recomposição dos espaços socio-económicos e políticos, propondo uma reformulação de concepções como o nacional. Actualmente, é consensual a existência de novas realidades sociais com um denominador comum que decorrem do fenómeno da globalização. Relações sociais, políticas e económicas que se afastam do âmbito nacional, internacional e multinacional. Realidades transnacionais que terão consequências importantes nas ordem social contemporânea. A cidadania moderna vincula-se intimamente à ideia de direitos individuais e de pertença a uma comunidade particular, colocando-se, portanto, no centro de debate contemporâneo, pois no contexto actual assiste-se a uma dessacralização da relação entre cidadania e nacionalidade. A noção de cidadania moderna deixa de 7

fazer sentido e abrem-se novas possibilidades e lealdades no contexto de globalização. Cidadania Global Neste contexto de globalização e transformação social a participação política e cívica dos indivíduos não está dependente e está fora do domínio nacional dos sistemas participativos. Surgem novas formas de exercer pressão e participar na política internacional e global tendo como base os Direitos Humanos. Segundo Boaventura (1997:12) “os direito humanos podem ser colocados ao serviço de uma política progressista e emancipatória”. Embora não se possa recusar todas as conquistas da cidadania moderna dever-se-á pensar novas formas de cidadania e formas de exerce-la, não rejeitando a política, mas sim ampliando-a. A politização do social, cultural e inclusivamente pessoal abre um imenso campo para o exercício da cidadania revelando as limitações da cidadania liberal (Boaventura, 1991). Actualmente, exige-se que se reinvente o conceito de cidadania e se passe a considera-lo como global. “Global citizenship is this: all human beings are global citizens in virtue of rights and duties wich we all hace as human beings” (Dower, 2002) A cidadania global surge como um vínculo entre o indivíduo e a sociedade, todavia vivido numa multiplicidade de escalas de relações: os cidadãos são sujeitos de várias identidades combinadas e vividas de uma forma singular e relacionam-se entre diferentes territórios que não se restringe somente a uma comunidade onde vive no seu quotidiano. Estas características apontadas demonstram que a cidadania moderna não cobre estas exigências. Com a globalização exige-se a participação no mundo com a consciência das interdependências entre local e global, entre individual e colectivo, para que possamos ter uma aproximação mais clara às realidades complexas das quais inevitavelmente fazemos parte. A perspectiva tradicional de cidadania, ancorada no Estado-Nação, afirma que a cidadania perde sentido se desvinculada da territorialidade e soberania nacional. Contudo, a Cidadania global associa-se à ideia de um direito cosmopolita e vai mais além dos pressupostos anteriores. É um complemento ao direito civil e internacional, transformada num direito público da humanidade.

Multiculturalismo A questão do multiculturalismo será relevante para o desenvolvimento deste trabalho, já que está estritamente relacionada com a temática das migrações. O tratamento, integração e convivência dos migrantes depende em grande medida das variadas estratégias adoptadas para lidar com a multiculturalidade. É igualmente visível que os migrantes têm vindo a adoptar estratégias de integração paralelas, estratégias transnacionais. Nesta parte pretende-se fazer uma análise e crítica do multiculturalismo. Será este o modelo ideal para uma verdadeira integração e convivência entre diferentes culturas? Que problemas resolve e que problemas gera?

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O multiculturalismo surge depois do fracasso do modelo de melting-pot, questionado por ter como objectivo a homogeneização cultural e favorecer a discriminação das minorias, baseado na assimilação cultural. Neste caso, para uma verdadeira integração social seria obrigatória uma assimilação cultural e estrutural. O multiculturalismo caracteriza-se por ser um conceito polissémico relacionado com o conceito de cultura, em constante mutação, contextos políticosociais e reivindicações políticas. Para chegar a uma verdadeira compreensão sobre esta temática, é indispensável distinguir multiculturalismo como fenómeno: multiculturalidade, algo inevitável e inegável, que deu origem a diferentes respostas às implicações das vivencias, numa sociedade marcada pela pluralidade de culturas; e como projecto e resposta à realidade multicultural: multiculturalismo, como uma estratégia para lidar com as diferenças. O multiculturalismo situa-se no plano jurídico-político e tem como objectivo de dar resposta à temática das diferenças, à existência de minorias dentro uma sociedade dominante e englobante. Desta forma, pretende equacionar problemas gerados pela convivência de diferentes culturas como, por exemplo, dominação, exploração, discriminação e domínio em todos os campos da sociedade. Às diferentes realidades concretas cobertas pela noção de multiculturalidade, na maior parte dos casos, procura-se responder a partir de uma inspiração liberal, que assume diversas figuras. É certo que o multiculturismo proporcionou um avanço em relação ao modelo anterior e é necessário reconhecer o seu mérito. Mas, simultaneamente, é crucial apontar as suas deficiências. Sartori (2001), crítica os modelos propostos pelos dois autores acima enunciados, pela promoção do isolamento, pelo tratamento desigual das diferentes culturas, por contrariar a interacção cultural, pela fabricação e promoção das diferenças Estes modelos têm uma visível matriz liberal, inclusive Beuchot afirma que multiculturalismo não passa de uma denominação liberal que implica dominação sobre o outro. Ao contrário do que se pretendia, as minorias continuam dominadas ou apartadas por uma cultura dominante. Para muitos o multiculturalismo não visa promover um encontro de culturas, contrariamente, centra-se na coabitação e coexistência de grupos contrapostos. Um dos problemas deste modelo é, ainda, considerar a cultura como algo estático. Opostamente, a cultura apresenta-se como uma colisão entre a diferença e a semelhança, não é homogénea, nem uniforme. Existe uma dinâmica multifacetada. Conceitos estáticos da cultura, podem, de facto, ser um entrave para a mudança, dar origem a problemas e dificultar a compreensão de fenómenos de interacção cultural inerentes à interculturalidade. Assistem-se a complexos processos de hibridação cultural. Diferente dos binarismos da modernidade, o hibridismo propõe uma relação dialógica entre o “eu” e o “outro”, como pondera Hall. Uma constante transformação sob diferentes influências sociais, onde existe uma identificação com os diferentes conjuntos de valores dependendo das circunstâncias em que se vive, numa

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dinâmica relação entre aceitação e condenação. A consciência destes processos híbridos da pós-modernidade será essencial quando se desenha uma estratégia para lidar com a convivência de uma pluralidade de culturas. Como compreender a multiculturalidade dentro dos Estados-Nação com ideologia homogeneizante? Os Estados-Nação desenvolvem políticas que favorecem a assimilação das culturas subalternas. Esta assimilação cultural reforça o menosprezo pelas nacionalidades subalternas que habitam igualmente o seu espaço. Autores como Appadurai giram em torno do pós-nacional, considerando a incapacidade do Estado. “La ola de debates sobre el multiculturalismo... es un testimonio seguro de la incapacidad de los estados para prevenir que sus minorías étnicas se vinculen y se asocien con sectores más amplios del electorado por su afiliación étnica o religiosa. Estos y otros ejemplos parecen sugerir que la era en la que podíamos presuponer una esfera pública viable era, típica, exclusiva o necesariamente nacional probablemente haya llegado a su fin”. (Appadurai, 2001: 38) A prática da tolerância e do diálogo entre culturas não se adequa a própria definição do Estado-Nação, a sua redefinição terá de ser (re)pensada de forma a pluralizar-se. A diversidade cultural deverá ser o ponto de partida para essa redefinição, uma verdadeira união entre culturas partindo das relações e interacções entre elas. Em jeito de conclusão, o multiculturalismo como estratégia para regular a convivência tem mostrado os seus desajustes às necessidades e exigências de uma sociedade multicultural. Esta multicultaralidade choca com a ideia de Estado-Nação e exige que ele se redefina. O multiculturalismo “peca”, muitas vezes, por não se dissociar da ideia de Estado-Nação. A convivência multicultural deve basear-se na tolerância como capacidade e disposição para aceitar a diferenças. Capacidade esta que não será inerente ao ser humano, trata-se de uma capacidade que se adquire e que permite não colocar as próprias crenças como condição absoluta da convivência com o outro. Para compreender o outro, ter-se-á de fazer um esforço de “sair de nós mesmos” e situarmo-nos no lugar do outro, para assim, poder compreender as suas crenças e os seus valores desde dentro. Essencial, será estar consciente que, muitas vezes, as nossas crenças podem não ser certas. De facto, há que fazer um verdadeiro esforço de abstracção, que nos permitirá, igualmente, uma compreensão de nós mesmos bem distinta da habitual e recrear as nossas crenças e valores. Não se trata de entender o outro, mas sim de o compreender. A compreensão não é sinónimo de justificação moral. Há que transladar-se à posição do outro, em oposição, à valoração através das nossas próprias concepções do mundo. As nossas atitudes estão dominadas por algo invisível, seja o universo simbólico1, topoi2, legado simbólico3 ou significações imaginárias sociais4. A força dos elementos simbólico1

 Uma arquitectura cognitiva referente a como concebemos as coisas, que legitima as experiências básicas da humanidade que estruturam as relações sociais (Campillo). 2 São lugares-comuns retóricos de maior alcance numa determinada cultura (Santos). 3 Recursos simbólicos para regular as interdependências (Elias).

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culturais é extrema e muitas vezes, impede-nos de sair de nós mesmos e pensar com claridade a diferença.

Animação Sociocultural como Agente de Mudança Social Animação Sociocultural é um poderoso instrumento de Mudança Social. Afinal, em que sentido é que a Animação Sociocultural é um agente de Mudança Social? A Animação Sociocultural tem como pilar fundamental a alteração e transformação de padrões de comportamentos que levam à evolução social. Por tal, a Mudança Social é o fim último da Animação Sociocultural. Neste caso pretendese aumentar a integração social através da criação de novas dinâmicas entre a comunidade imigrante e a sociedade de acolhimento. Apoiar no processo de convivência multicultural e construção de capacidade de aceitar a diferença, desmistificando ideias preconcebidas e colocando as diferentes culturas em contacto. A Animação Sociocultural tem que motivar a participação voluntária, capacitar os indivíduos, dando as ferramentas para que sejam livres, autónomos, conscientes e activos no seu próprio desenvolvimento e da sociedade onde se inserem. Todas estas potencialidades criadas no indivíduo levam a que haja um mudança, quer a nível micro, quer a nível macro. Ou seja, promove a mudança e o desenvolvimento pessoal e social através da construção de verdadeiros cidadãos que conhecem os seus direitos e deveres. Estes cidadãos conscientes participam em todo o processo político e social e aceitam a multiculturalidade. Finalmente, simultaneamente, incentivar à solidariedade entre todos, agindo de forma criar laços e sentimentos de pertença.

Significações porque constroem o sentido; imaginárias porque não correspondem a elementos racionais e reais, são criadas; sociais, pois apenas existem estando instituídas e sendo objecto de participação de um ente colectivo (Castoriadis).

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Comunidade Indiana Não se pode precisar quantos indianos vivem em Portugal, muito menos na dimensão local – Porto. Mas esta comunidade, quando considerada no seu todo, apresenta-se como uma das mais complexa comunidades imigrantes em Portugal. Este facto deve-se à divisão desta comunidade em pequenas fracções pela sua prática religiosa, alimentar, costume, entre outras especificidades. Segundo vários autores as características singulares de cada uma delas, dificultam uma caracterização global da comunidade indiana. Assim, apesar de falarmos na comunidade indiana como um todo, devemos ser conscientes que esta não é homogénea. A especificidade do sistema de castas indiano deve ser tido em conta, sendo as comunidades imigrantes, muitas vezes, transportam com elas sistemas e valores próprios da sua sociedade ou local de partida para as sociedades de acolhimento e, em certos casos, conseguem reproduzir internamente esses aspectos. Esta comunidade, na sua generalidade, não equaciona a sua estadia como algo definitivo, apesar de, em muitos dos casos, se prologar durante muito tempo. Enquadra-se, portanto, no quadro da migrações laborais tendo em vista o regresso ao local de origem. O contacto e participação na comunidade de acolhimento é reduzida, associada à diferença de costumes e valores da cultura da qual são originários, assim como, devido ao problema da língua, o qual provoca constrangimentos no contacto e interacção com a sociedade portuguesa. De facto, estes dois factores interferem na forma como a comunidade indiana interage com a sociedade portuguesa e reduz os seus níveis de integração. Esta comunidade caracteriza-se pela manutenção da sua cultura de origem, todo o seu quotidiano é vivido de forma similar ao que tinham na sua terra de origem. Para além da caracterização da comunidade indiana é fundamental também conhecer as crenças e atitudes da população da comunidade acolhedora em relação à comunidade indiana. Como veem os portugueses a comunidade indiana? A comunidade indiana é vista pelos portugueses como uma fracção da imigração que se dedica ao comércio e que estará em Portugal por uma curta duração. No caso do Porto, apesar de ser visível o incremento desta comunidade é ainda muito reduzida quando comparada com o caso da capital. Os portugueses não emitem juízos de valor tão negativos, como por exemplo, em relação à comunidade chinesa em Portugal, embora pela observação realizada se denote um certo distanciamento em relação à mesma. Ou seja, para os portugueses a comunidade indiana é algo longínquo, talvez pela fraca integração dos mesmo na

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Actividades de promoção da integração da comunidade indiana As actividades propostas neste trabalho têm todas como objectivo geral a inserção da minoria étnica na comunidade de acolhimento e a inclusão social. Neste sentido, para além da comunidade indiana, a comunidade de acolhimento terá também ser protagonista da mudança, para isso a intervenção faz-se, inclusivamente, através desenvolvendo o contacto e intercâmbio cultural promovendo a aceitação da diferença. Se pretendemos a intervir tendo como objectivo a integração social da minoria étnica devemos agir na promoção do conhecimento mútuo e, ainda, na desconstrução de crenças, estereótipos e preconceitos associados a essa mesma minoria. A participação social e comunitária é igualmente uma das metas destas actividades, mais do que resultados instantâneos, pretende-se que esta tenha efeitos a longo-prazo, uma real transformação social. Ou seja, que a minoria participe na vida social e comunitária da comunidade em que está inserida.

Escola Intercultural •

Inserção no calendário escolar de uma comemoração da minoria étnica, especificamente, festa tradicional indiana Holi. Descrição da actividade:

A actividade será desenvolvida em contexto escolar e envolvendo toda a comunidade escolar. Pretende-se que todos participem e compreendam na celebração. Em simultâneo com as atividades do calendário escolar, será inserida esta actividade, a par de celebrações como da festa de Natal. Foi escolhida esta actividade, tendo em conta a especificidade quer da comunidade indiana, quer a especificidade do evento. Pois, como podemos verificar através da caracterização da cominidade indiana em Portugal, esta é heterogénea e transporta, em certa medida, o sistema de castas. Assim sendo, esta comemoração surge como união de todas as minorias e casta que integram a comunidade indiana. Esta celebração, realiza-se na Índia e é conhecido como Festival das Cores, que assinala o início da Primavera. O Holi (palavra que significa "queimar") é um festival religioso hindu de origens antigas que celebra o triunfo do bem sobre o mal, e que é conhecido pelo colorido das suas tradições nomeadamente, pelos pós coloridos que as pessoas atiram umas às outras. Segundo uma das lendas que explicam a origem dos festejos, o rei dos demónios Hiranyakashyap exigia ser adorado por todos, mas, para seu desgosto, o seu próprio filho Prahlad era um devoto de Naarayana (Vishnu). O rei ordenou então à irmã, Holika, que entrasse dentro de uma

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fogueira levando Prahlad ao colo, já que Holika tinha um xaile que a tornava imune às chamas. No entanto, ela não sabia que este dom só funcionava se estivesse sozinha. Acaba por ser queimada, e Prahlad salva-se por intervenção do deus Vishnu. Há também uma lenda de Krishnagopi (guardadoras de vacas). O festival é celebrado com diferentes tradições nas várias regiões da Índia e do Nepal. No dia principal (o dia de lua cheia do mês Phalugna, geralmente em fins de Fevereiro ou inícios de Março - em 2009, a 11 de Março), as pessoas saem à rua e percorrem os bairros onde vivem atirando pós e água colorida umas à outras; a crença é de que a combinação destas cores (verde, vermelho, azul, amarelo) afasta as tristezas e desgostos, tornando a vida mais alegre e colorida. Na véspera é acendida uma grande fogueira, na qual se queima simbolicamente Holika. O festival, para além do seu significado religioso, é um momento de confraternização e de troca de votos entre a população. Actividade consiste na reprodução do Festival de Cores na Índia, que será feita recorrendo a tintas de várias cores que serão atiradas no exterior da Escola. O objectivo é recriar um ambiente similar ao que se vive na Índia, com todos os elementos da comunidade, desde alunos, professores, auxiliares, até aos pais. Recriado o ambiente todos começam a atirar as A concretização desta actividade pressupõe um trabalho anterior de pesquisa da comemoração, por um lado, recorrendo a uma pesquisa bibliográfica, por outro, aos elementos da comunidade. •

Mostra de música e instrumentos portugueses e da minoria étnica. Descrição da actividade:

A mostra de música e instrumentos será realizada também em âmbito escolar e terá a duração de um dia. A participação nesta actividade deve ser global e, por tal, será aberta a toda a população e não apenas a comunidade escolar. A actividade consiste, tal como o nome indica, na Mostra de músicas e instrumentos tradicionais de Índia, assim como, de músicas e instrumentos tradicionais portuguesas. Para isso, será necessário que esteja presentes uma banda de música tradicional portuguesa e de música tradicional indiana que, para além dum pequeno concerto, realizem uma pequena demonstração e explicação de dois instrumentos, um tipicamente português – guitarra portuguesa e outro tradicional indiano – cítara, fazendo também um paralelismo entre ambos. •

Encenação de duas peças de teatro, uma sobre costume da minoria étnica envolvendo toda a comunidade escolar e outra baseada num situação real de discriminação da comunidade indiana. Descrição da actividade: 14

A encenação das peças de teatro realizar-se-á em contexto escolar e os actores serão os alunos e os professores. Em ambas as peças de teatro, o argumento será criado na aulas de português, contudo a primeira terá como base o relato dos alunos da comunidade indiana, já na segunda o guião será construída através da realização de debates sobre a temática da discriminação. Os ensaios serão realizados nos tempos-livres dos alunos. Posteriormente, toda comunidade será convidada para as estreias das peças. Na primeira, o público terá um papel de espectador, no que diz respeito à segunda peça de teatro, já terá um papel activo, sendo que se baseará na interactividade, numa lógica de teatro comunitário – técnica de dramatização de problemas locais penetram no universo cultural dos grupos populares, intensificando a troca de informações e discussões no interior das comunidades, criando oportunidade para a expressão e participação de seus membros. Favorecem a promoção de mobilização tanto no plano dos membros atuantes, quanto da plateia, que é estimulada a refletir, opinar. •

Aprendizagem do alfabeto da comunidade indiana. Descrição da actividade:

Nesta actividade os alunos portugueses aprenderão o alfabeto indiano, este conhecimento será transmitido pelos alunos de origem indiana. Em cada aula, os alunos de origem indiana ensinarão um caracter do alfabeto indiano, aquando da finalização desta aprendizagem, construir-se-ão frases associadas à discriminação, inclusão, etc. Objectivo Específicos: •

Incitar contacto cultural



Promover o conhecimento mútuo



Desmistificar crenças, estereótipos e preconceitos em relação à cultura indiana.



Promover respeito pela diferença



Criar uma dinâmica de “nós”

Avaliação: Todas as atividades correram conforme o programado, havendo poucos elementos negativos que possam ser apontados. No entanto, houve algumas dificuldades. Constatou-se que participação de toda a comunidade escolar não foi possível, ou seja, nem todos os elementos participaram nas actividades em que era suposto estarem inseridos. Assistiu-se ainda alguma dificuldade na aprendizagem dos caracteres do alfabeto indiano, algo perfeitamente previsível, pelo elemento de novidade. Finalmente, houve alguma resistência por parte de alguns elementos na participação na encenação da peça de teatro.

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Encontros Interculturais •

Elementos da comunidade indiana em contacto com portugueses tendo em vista a interacção oral.

Descrição da actividade: Criar-se-á uma bolsa de portugueses que queiram contribuir para a concretização da actividade, estes indivíduos serão adquiridos duma forma informal. Após, a criação de uma bolsa de pessoas interessadas, portugueses e indianos, coloca-se em contacto numa tentativa de criar uma dinâmica de interacção que permita a aprendizagem ou aperfeiçoamento da língua portuguesa, sobretudo no que diz respeito à oralidade. Os locais de interacção podem ser vários, desde uma associação ou, até mesmo, um café. •

Membros da comunidade indiana contam contos indianos e retratam a sociedade indiana a portugueses idosos e vice-versa.

Descrição da actividade: Esta actividade consiste na interacção entre membros da comunidade indiana e portugueses. A actividade será colocada em prática, inicialmente, num lar de idosos. Neste caso, foram escolhidos os idosos, pelo seu isolamento e, muitas vezes, conservadorismo em relação à diferença. O elemento idoso reproduzirá contos portugueses e retratar a sociedade portuguesa, tendo também um papel importante na divulgação da história da cidade do Porto. O elemento indiano basear-se-á em contos indianos e nos costumes e hábitos da cultura indiana, desmistificando, indirectamente, estereótipos e preconceito em relação à sua comunidade. Objectivos Específicos: • • • • •

Fomentar a interação entre os elementos da comunidade de acolhimento e a comunidade Desenvolver o conhecimento da língua portuguesa Promover contacto cultural Incentivar ao surgimento de uma rede de apoio mútuo informal. Estimular as relações interétnicas

Avaliação:

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A avaliação destas duas actividades pode considerar-se positiva, embora, ao longo da execução das actividades, se tenham notado alguns constrangimentos, uns mais associados à comunidade indiana e outros aos elementos portugueses. Algumas especificidades da população idosa podem, realmente, ter influenciado neste sentido. Durante a realização das actividades assistiu-se a algumas dificuldades ao nível da interação oral. Isto deve-se ao facto da comunicação oral em português, de alguns dos elementos da comunidade indiana, ser bastante fraca. Num primeiro momento, e apenas num dos três grupos, se detectou este problema. Contudo, à medida que os encontros se iam realizando, esta dificuldade acabou por ser quase nula. Na actividade realiza com os idosos, apesar do acordo e preparação dos idosos para a interacção, presenciou-se um choque cultural inicial. Outro dos obstáculos prende-se com a necessidade de comunicação de alguns idosos que acabaram por dominar as conversas. Quer na primeira, quer na segunda actividade assitui-se a uma real criação de laços e solidariedade entre os membros da comunidade indiana e portuguesa.

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Conclusão A globalização cultural é uma das dimensões da globalização está directamente associada a esta temática das migrações. A difusão cultural e a multiculturalidade a ela inerente exigem novas concepções de ligar com a mesmo. Numa lógica de um mundo globalizado, algumas estruturas vão perdendo a sua força e importância. Exige-se o exercício uma cidadania global que extrapola a lógica das fronteiras invisíveis e inoperantes do Estado-Nação, que como vimos anteriormente, tende a perder, cada vez mais, a sua relevância. O animador tem um papel fundamental na criação de condições para a construção de uma cidadania global, relacionada com a consciência do existência de um processo de globalização intenso, intimamente ligada ao Direitos Humanos universais e globais, por sua vez, à antidicriminação. A cidadania global surge como um vínculo entre o indivíduo e a sociedade, todavia vivido numa multiplicidade de escalas de relações. Aproximando as culturas e pondo-as em contacto, o animador procura aumentar a capacidade de reconhecer e aceitar o outro e, posteriormente, criar uma dinâmica de nós. Neste sentido, as actividades realizadas obtiveram um resultado relevante na criação de cooperação e partilha, assim como, na produção de laços sociais entre culturas distintas, aproximando-as e desmistificando-as. A nível micro estas actividades, provocaram efeitos e alterações nas atitudes e comportamentos individuais, que pretendem transformam os indivíduos em cidadão mais conscientes e participativos a nível local. Assim como, tendo em vista a cidadania global, a consciencialização e participação global, a nível macro.

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