COMPLEXO PROCURADOR BELLAS Edifício em altura como propulsor do desenvolvimento

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Descrição do Produto

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS UNISINOS CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

DANIELA BERTUOL FILIPE RAMON MELTZER

COMPLEXO PROCURADOR BELLAS Edifício em altura como propulsor do desenvolvimento

São Leopoldo, Rio Grande do Sul

2014 RESUMO O projeto para uma nova centralidade em Porto Alegre, recém lançado pelos acadêmicos Daniela Bertuol e Filipe Ramon Meltzer, é promessa de desenvolvimento e revitalização para a área próxima do Praia de Belas Shopping e Parque Marinha do Brasil. O projeto situa-se no bairro Menino Deus próximo a uma área institucional e privada em expansão, porém áreas de uso público sofrem com insegurança e degradação, como é o caso do Parque Marinha do Brasil e Arroio Dilúvio, ambos necessitam de investimentos e revitalização. Após uma série de estudos e propostas, os estudantes de arquitetura optaram por criar um espaço com funções diversificadas do cotidiano, criando o que chamamos de segmento de cidade. O artigo irá abordar o desenvolvimento do projeto a partir de um prédio símbolo que valoriza o skyline da cidade juntamente com um programa de cunho cultural, assim como tratará de diretrizes de inserção urbana. O complexo selado por duas torres corporativas ícones do empreendimento e fonte econômica, apresenta também prédios residenciais e uma biblioteca, complexo que irá comportar as necessidades dos bairros próximos em termos comerciais e culturais em um só espaço, onde será possível trabalhar, morar e se divertir numa mesma quadra, gerando uma micro “cidade”11. O artigo irá descrever o projeto como um todo em termos arquitetônicos, urbanos e sociais, assim como argumentar a favor da aglomeração de atividades num meio próximo. Outro assunto abordado, além de contextualização urbana da obra, será o emprego de técnicas sustentáveis nos edifícios componentes do complexo, assim como a importância social e econômica de se adotar uma arquitetura sustentável em um empreendimento deste porte. Por fim, o texto irá apresentar uma conclusão quanto a qualidade arquitetônica, econômica, sustentável e social do complexo. Conclusões sobre teorias de implantação de grandes projetos e interferência por meio destes na cidade também serão apresentadas. Sendo assim, a dissertação buscará apresentar de forma clara o projeto e suas técnicas, assim como abrir uma discussão sobre a inserção de projetos deste porte, e o uso e aplicação de meios ecologicamente corretos nestes. INTRODUÇÃO Situado no Bairro menino Deus2, o complexo Procurador Bellas caracteriza-se por torres corporativas complementadas por edifícios residenciais e comerciais, assim como uma biblioteca. A ideia de reinventar o sítio, trazer aos dias atuais as primeiras funções e traçados da área. Área que até a década de 60 abrigava um balneário, com a orla curva e marcada do rio, além de uma ferrovia que ligava norte-sul.

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Micro cidade – neste caso conceitua-se pela aglomeração de funções em um mesmo lote, complexo. (Retirado de texto publicado de Steve Holl em 2013 sobre projeto da micro cidade de SlicedPorosityBlock na China 2

Bairro Menino Deus – bairro que primeiramente era área de fazendas e chácaras que a partir dos anos 50 se desenvolveu com traçados regulares e grão de bairro residencial. Fonte: Guia de arquitetura Moderna de Porto Alegre

O projeto iniciou-se se com o requisito de o terreno abrigar ao menos uma torre com até 100 metros de altura. Após estudos de viabilidade e considerações sobre o entorno, optou-se optou em recriar um ambiente de uso comum no local, usando duas torres como ancoras, criando espaços de convívio em sua base, assim como em seu terreno. Com base em relatos que indicavam um bairro residencial nobre com espaço de lazer que gerava um grande fluxo de pessoas e comércio, o complexo surge mesclando estes relatos e funções com a torre corporativa. Abaixo, a descrição retirada de um trecho de um jornal dos anos 1930, de Walter Spalding: "(...) Em 1863, Porto Alegre, além de ter mais de vinte mil habitantes, estava se estendendo e possuía já um arrabalde de grande luxo - arrabalde dos magnatas - que era o Menino Deus, cheio de ricas vivendas, vivendas, chácaras imponentes e balneários na Praia de Belas, assim chamada por ficar na referida praia a chácara de Luiz L Antônio Rodrigues de Bellas que foi procurador da Santa Casa em 1831. Além disso, bastante densa era a população modesta moradora das ruas transversais e arredores. Tudo isso dava intenso inte movimento a todos os tipos de transporte - cavalos, burros, carroças, caleças, tilburis e jardineiras, e mais os cargueiros, com mercadorias chacareiras para o mercado e particulares (...)". Tratava-se se de uma área de importância na cidade desde o século século XIX, caindo em esquecimento com os sucessivos aterros e modernização da capital Gaúcha. Em meados de 90 inicia-se se um processo de reestruturação do bairro Menino Deus, 3 quando o Shopping Praia de Belas B e Praça Itália4 foram criados.O terreno acabou sofrendo endo com a especulação mobiliária permanecendo livre gerando ando uma área insegura e degradada, hoje caracterizada por fechamento por altos muros entre o Parque Marinha5, a área do shopping e praça, e o bairro. Assim, reinventa-se reinventa a imagem de local comum, ligando estes pontos na cidade. Imagem 1:: foto aérea de 1930 mostrando antiga orla do Guaíba(Googleearth). Imagem 2: esquemas conceituais desenvolvidos a partir do traçado da antiga orla relacionado a cicatriz. 3

Shopping Praia de Belas- Shopping Praia de Belas, Projeto de 1991, gerou criticas criticas na época de sua construção pela falta de identidade e relação com POA, enquanto que ao mesmo tempo foi capa de algumas revistas famosas de arquitetura tura como referencia da época. Na última década foi anexada uma torre de 20 pavimentos para escritórios. 4 Projetada pelo mesmo arquiteto e ano que o Shopping, Carlos Maximiliano Fayet, foi inaugurada em 1992. caracteriza-se se por duas linhas marcada por colunas circulares. Foi oi nomeada Itália em homenagem a imigração italiana na serra Gaúcha. 5 Parque Marinha do Brasil - Projetado pelos arquitetos Ivan Mizoguchi e Rogerio Malinsky, o parque foi aberto em 1978 possuindo um desenho com linhas orgânicas e pouca ornamentação. Em 1997 foi inaugurado um jardim das esculturas dentro do parque. Fonte: pesquisa sobree entorno realizada pelos alunos em primeira prime avaliação (GA)

CONTEXTO E INSERÇÃO URBANA Inserido num lote te de transição entre o traçado regular do bairro Menino Deus e o traçado orgânico e amplo do parque moderno Marinha do Brasil que contrastam com a Praça Itália e Shopping Praia de Belas de arquitetura marcante e polêmica pol do início dos anos 90, o grande desafio do complexo é proporcionar uma conversa entre esses diferentes tecidos e funções.

Imagem 3 e 4: vista aérea da área atual destacando as diversas tipologias, grãoes e alturas.

A inevitável alteração no skyline da cidade devido evido à altura das torres que compõem o complexo é usada em beneficio, sendo que a torre assume a marca do complexo com a função de instigar o público a visitar esses edifícios que tendem a se tornar ícone na paisagem urbana. Obviamente, edifícios deste porte porte causarão grande impacto no seu contexto formado por alturas que qu variam de 3 a 4 metros,porém porém a forma que foi inserido o complexo valoriza o entorno e tipologias adotadas, assim como respeita a diferença malhas urbanas,, buscando continuações dos tecidos existentes.

Imagem 5: esquema desenvolvido mostrando as diferentes tipologias, alturas e projetos conhecidos da cidade, por exemplo, centro administrativo e Beira-Rio, Rio, relacionando com o nosso edifício, ao centro.

Tratando-se se de uma área de público variado,(que frequenta o shopping, parque, bairro e hotel das redondezas, ou simplesmente o público que percorre as vias de grande fluxo Praia de Belas e Padre Cacique) constatou-se con se uma necessidade de projetar para públicos diversos, de todas classes e faixa xa etárias. A área, além de possuir acesso por grandes vias de importância na cidade, também recebe um local de parada de ônibus que liga a vários pontos da cidade, assim como taxis. Assim, a área acaba por ser um local de fácil acesso a toda população. Devido evido a esse grande fluxo de pessoas, onde há circulação intensa entre as áreas do parque e shopping optou-se se por conceber um terreno amplo que permite a livre circulação, promovendo a integração e livre fluxo, sendo esta também uma área de transição, transição passagem

esta que favorecerá os empreendimentos do complexo. Adota-se Adota se térreos livres em algumas áreas de todos os blocos,, também aplica-se aplica se uma variação de níveis no percurso favorecendo a contemplação do meio por aquele que simplesmente atravessa o terreno. Estipula-se Es que 85% do terreno é de uso público e permeável. O complexo conta também com uma praça, que faz a ligação entre os programas culturais, comerciais e residenciais, funcionando como coração do complexo.

Imagem 6: esquema desenvolvido sobre implantação demonstrando os principais eixos e permeabilidade do projeto.

Tratando-se se de índices construtivos, segundo a Prefeitura do Município de Porto Alegre vezes , o terreno possui um índice de aproveitamento que varia de 1,9 1,9 a 3 a área do lote. O código também prevê edifícios de altura variável, sendo que o máximo permitido são 100 metros de altura. Levando em conta um edifício em altura, a taxa de ocupação sugerida é de no máximo 90% para a base e 75% na torre, ainda nesta tipologia, estipula-se estipula uma vaga de estacionamento a cada 75m computáveis.

ESTUDO DE CASO Projeto:Complexo Complexo Procurador Bellas Localização: Bairro Menino Deus, Porto Alegre, Brasil. Brasil Cliente/investidor:Grupo Safra Arquitetura e urbanismo: Daniela Bertuol e Filipe Ramon Meltzer Usos do empreendimento: escritórios corporativos nos pavimentos tipos das torres, mirante no topo e uso comercial no térreo. Uso cultural no edifício destinado a biblioteca. Uso misto, residencial e comercial, nos edifícios ed de 4 pavimentos. Número de pavimentos: torres -

30 pavimentos

Alturas: Biblioteca – 17,50m ; Edifícios Mistos – 16,00m; Torres – 117,50m

O PROJETO DO EDIFICIO Contendo um vasto programa que engloba desde áreas residenciais até um programa cultural, a implantação prolonga os tecidos existentes de forma suave e sutil. Implanta-se na face leste (Rua Praia de Belas),formando uma tipologia“boulevard”6, três edifícios de uso misto de 4 pavimentos, respeitando a altura e tipologia do bairro Menino Deus. Entre estes edifícios existe uma passagem de pedestres que alinha-se com os eixos das ruas provenientes do bairro menino deus, criando uma continuação na paisagem e vista, além de recriar a escala do quarteirão para dentro do nosso terreno, de circulação livre.

Imagem 7 e 8: 8 implantação e vista 3d. na implantação, da esquerda para direita temos a biblioteca, praça e então as torres e no acima, na bora do terreno os edifícios residenciais. Na imagem a biblioteca aparece em primeiro plano enquanto as torres num segundo.

Ainda respeitando o grão do bairro, implanta-se na face Norte (Praça Itália) uma biblioteca em maior altura com relação aos edifícios residenciais, assim cria-se um quarteirão cultural, de mesmo grão da praça. Na face sul, são implantadas as torres em altura, acompanhando a tendência a verticalização da área, que hoje tem como vizinhança três edifícios hoteleiros de aproximadamente 15 pavimentos. Devida as diversas funções contempladas pelo projeto, no espaço central da área existiu a necessidade de uma praça para gerar um local de transição e integração, que une as tipologias, distribui seus fluxos e articula os edifícios e usos.Além dos eixos peatonais criados pela extensão das ruas do bairro menino deus, cria-se um eixo norte-sul que liga a praça Itália com a praça Rotary e parque 6

Boulevard – conceito desenvolvido na França onde projeta-se avenidas pensando como um projeto paisagístico, com vegetação em ambos lados e/ou no meio, com alturas de prédios que variam de 3 a 4 pavimentos, os quais seriam a proporção perfeita para conforto visual e escala.

Marinha. Assim a praça interna ao terreno, forma-se forma se naturalmente pela intersecção de eixos e fluxos. Quanto à implantação, outra consideração que respeita o entorno, é uma maior concentração de edifícios próxima ao bairro, enquanto que próximo ao parque há uma zona de transição onde o traçado se torna mais permeável e aberto, acompanhand acompanhando o parque e/ou dando continuidade do parque. Pode-se Pode se afirmar que assim como o traçado do bairro invade o terreno, o tecido do parque espalha-se espalha se pela face oeste, assim há um encontro, que gera a praça. Assim temos, vários tecidos, funções e tipologias invadindo invadindo o terreno. Essas ideias surgiram de estudos teóricos desenvolvidos em aula, onde estudou-se estudou se a história dos grandes edifícios e como surgiram, edifícios que surgiram no intuito de “empilhar” partes da cidade visando uma melhor ocupação dos terrenos. (MarryBellis, 2014) Devido à complexidade do projeto, foram necessários vários estudos de caso e análise crítica dos mesmos, como por exemplo o estudo de caso da torre do Wildshire Wildsh 7em Los Angeles, um edifício de uso misto que se insere num contexto consolidado do distrito empresarial da cidade. A partir deste estudo, observamos a necessidade de implantar uma função que suprisse as carências da região, assim como o Wildshire re Hotel, que comporta o público desta área de bancos e empresas internacionais instaladas na cidade.

Imagem 9 : render do Wildshire Hotel, EUA(wildshire.com) . Imagem 10: imagem do compexo Procurado Belas pelo Bairro Menino Deus, avistando os edifícios residenciais em primeiro plano e as torres num segundo.

Prédios residenciais. Os três edifícios próximos ximos à Avenida Praia de Belas, caracterizam--se por ser uma releitura dos edifícios residenciais que se desencadearam a partir anos 60 na cidade, em um boom de desenvolvimento onde uma série de edifícios multifamiliares que variam de dois a três pavimentos, com salas comerciais comerciais no térreo surgiram na cidade, que segundo Renato 8 Fiori uma arquitetura onde que propunha-se propunha se romper com o passado normativo , da tradição clássica e acadêmica. Buscando conforto e aconchego, os edifícios seguem uma escala apropriada para tal, com pé-direito direito adequado para residências, não ultrapassando 2,80 m. Também 7

Edifício WhilshireHotel de AC Partners - edifício, ainda em construção, que se implanta no distrito financeiro de Los Angeles, onde já havia um edifício de menor porte, porém devido ao crescimento da rede, foi necessários investimentos, os, culminando nesta torre mista que abriga desde escritório a mirante turístico. 8 FIORI, Renato. Arquitetura moderna e ensino de arquitetura em Porto Alegre 1945 a 1951. 1951 M.A. Dissertation in History of Brazil. Porto Alegre. IFCH, PUC/RS, 1994

referenciando-se à cultura brasileira e à tradição, estes possuem uma varanda por toda sua extensão do edifício, assim como as antigas varandas das residências coloniais brasileiras9.(Sergio Taperman, 2013)10Também resgata-se a arquitetura brasileira pelo uso do brise-soleil na fachada oeste. Na fachada Sul, por possuir um espaço de lazer, a varanda, opta-se por incluir um fechamento em vidro e uma estrutura com barras diagonais alternadas, para garantir conforto acústico e privacidade.

Imagem 10: imagem dos edifício residenciais e boulevard, assim como relação de altura com entorno. Imagem 11 e 12: relação de altura entre os edifícios e comparação entre vizinhança e novo.

Quanto a parte comercial, o térreo, pensa-se nas lojas com subsolo, conduzindo o público desde o estacionamento, que também encontra-se no subsolo. Como trata-se de comércio, as lojas possuem acesso tanto pela Praia de Bellas quanto pela praça situada interna ao terreno, assim cria-se um fluxo livre e uma visual por ambos os lados, favorecendo o comércio. Biblioteca A biblioteca, complementa a praça Itália, como elemento cultural. O edifício impõemse como uma grande prisma retangular de aspecto translúcido com uma pequena faixa de vidro cortando o volume que apresenta-se leve sobre dois patamares pesados, um de água e outro de terra. O percurso de acesso para a biblioteca inicia-se por um caminho que, através 9

As residências coloniais em taipa com cobertura capa-canal as quais possuíam um alpendre de entrada onde a família costumava ter seus momentos de descanso, sendo um local protegido e ventilado, propício para nosso clima. (Aula da Professora Lúcia de Arquitetura Brasileira I, 2011 na UNSINOS) 10 TEPERMAN, Sergio, As cidades vivas, Viva as cidades!: Crônicas sobre Arquitetura e Urbanismo, SENAC, São Paulo, 2013

de um declive, encaminha o pedestre para o nível do subsolo. Esta rampa externa passa entre um espelho d’agua que transborda jorrando assim como no marco zero em NY11(FIGURA), então a pessoa passa ao lado dessa cachoeira, cuja intenção é uma reflexão sobre o avanço dos aterros em leitos de rios, como foi o caso do nosso terreno. Ao chegar no subsolo, o pedestre encontra uma caixa de vidro com uma escada amarela suspensa por cabos de aço iluminada por uma grande zenital de luz filtrada. Ao subir a escada, o visitante depara-se com paredes forradas pelos livros, que através do vidro aparecem nas prateleiras.

Imagem 13 : vista do Marco Zero em NY, na imagem , local antes ocupado por uma das torres gêmeas.

Imagens 14 e 15: 15: desenhos da biblioteca do projeto, externo e interno. A dupla fachada em vidro e material translúcido garante a leveza e ligação entre terra e água.

A biblioteca referencia-se no Museu dos Direitos Humanos no Chile12, projeto do Estúdio Arquitetura que busca referenciar a memória e passado, também busca inspiração em textos sobre percursos e caminhos, com base na ideia de criar um eixo que cruza-se o terreno e evidencia-se as funções. Assim como diz Douglas Vieira em texto para a revista Vitruvius “A função do edifício deve ser evidenciada naturalmente no arranjo espacial das linhas de 11

Memorial ao atentado às Torres Gêmeas em Nova York por Daniel Libeskind, Marco Zero. Nesta obra, espelhos d’agua são implantados na área da base das torres, que através de cachoeiras descem dois níveis, com a intenção dereflexão e memória do local. 12 Projeto do Museu da Memória também conhecido como Museu dos Direitos Humanos, 2009. Tendo como conceito o pensamento de que as memórias são figuras que vivem em um mundo inconcluso. São fragmentos de fatos que não se repetem que não poderão suceder duas vezes. Não entendemos a memória como um desejo juvenil de voltar atrás, de substituir o insubstituível, para nós a memória não é um arrependimento. É mirar o futuro, sabendo o passado.

movimento; são as sequências espaciais. Diz-se aí que o espaço funciona, é inteligível, tem fácil leitura.”

Imagem 16: Museu da Memória, Chile (Archdaily) Imagem 17:planta da biblioteca. 17:

A biblioteca possui dois pavimentos e um mezanino para literatura infantil, assim, ao ver de cima os pais lendo, e/ou os livros, ficará motivada à leitura. Na cobertura, existe um café e uma área destinada à doação de livros. Também na cobertura, encontra-se um gramado onde poderá ser feita a exibição de filmes ao ar livre, ou mesmo apresentações com estruturas temporárias. Torres Continuando o eixo de acesso da biblioteca, que desce para o subsolo e após sobre para o nível da praça, o pedestre atravessa a praça e depara-se com um platô que traz imponência ao local onde as torres estão implantadas, por este ângulo, só e possível avistar uma das torres, em vista que as duas estão alinhadas do eixo norte-sul. Este platô abriga lojas e uma praça de alimentação, também abriga uma grande escadaria que permite o acesso a cobertura deste onde está situado o térreo das torres. Este térreo possui um módulo de livre transito. Assim o eixo prolonga-se por toda extensão do terreno, cortando tanto a biblioteca quanto as duas torres. Ainda sobre o acesso às torres, o pedestre depara-se com grandes pilares em forma de V de altura correspondente a três pavimentos num hall aberto ao público, uma estratégia que remete à arquitetura brasileira, uma vez que remete aos experimentos estruturais13 de Lúcio Costa e Oscar Niemayer e ao mesmo tempo que valoriza a estrutura de aço e suas limitações, tirando proveito do que poderia ser um transtorno à estética. Assim, qualquer pessoa, independente se trabalha ou não no local, possa ter acesso à arquitetura contemporânea.

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Referencia-se a série de estudos de sistemas estruturais visando novas formas de pilares e estruturas, possuem pilares em V, ameba e circulares. Fonte aula sobre Arquitetura Brasileira II dada por Luis Fernando Bahima, 2011 UNISINOS.

Imagem 18: térreo do projeto das torres. Imagem 19: palácio da Agricultura, Oscar Niemayer. Usamos estrutura metálica, marcando nossa época, porém referencia-se a arquitetura brasileira.

Os três primeiros pavimentos, que podem ser chamados de base, apresentam caráter público, abrigando na torre norte uma livraria e na torre sul uma sala de exposições, entre mezaninos e volumes soltos. Após, esta base, os pavimentos tipo são “empilhados” de forma a proporcionar átrios na face oeste, a mais prejudicada pela incidência solar, por possuir um tratamento de fachada ventilada, estes locais atuam como uma barreira de entrada solar nas salas. Estes átrios são locais de descanso e/ou espera, possuindo vegetação e vista para o rio e outros pavimentos, permitindo a interação e descontração entre períodos de trabalho.

Imagens 20 e 21: Corte da parte de um dos átrios e plantas tipo.

Após 26 pavimentos, atingi-se o topo. O topo caracteriza-se por abrigar um espaço de lazer em dois pavimentos, um deles abriga um café na torre norte, e na torre sul uma sala para eventos sujeita a locações. E o segundo pavimento, menor, apresenta somente um mirante14 . No primeiro pavimento do topo, a parte técnica e café encontram-se na parte leste da torre, enquanto a metade oeste apresenta-se como um mirante protegido do vento pelas estruturas de vidro que continuam até o início do segundo pavimento do topo, pavimento este desprotegido do vento, assim o visitante pode apreciar a vista em condições meteorológicas distintas.

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Como referência para o mirante foi estudado o edifício The Shard, em Londres projeto por Renzo Piano. O edifício híbrido possui 3 pavimentos de mirante turístico, dois deles protegidos, como ambiente fechado e um a céu aberto.

Nestes dois pavimentos, também encontram-se os reservatórios superiores e os chillers. Protegendo e dando suporte a placas solares, uma grande grelha metálica, um brise gigante une as duas torres e age como proteção solar, assim como elemento marcante na vista da cidade, essa ligação também figura-se como estrutura, uma vez que torna mais rígida as duas torres em relação ao vento. O sistema estrutural assume função estética, pois as estruturas em X suportam as cargas de vento, juntamente com o núcleo em concreto. Esse sistema, segundo Aloisio Fontana Margarido, chama-se treliça de G painéis15, onde a estrutura forma uma caixa treliçada deixando o edifício rígido. O sistema de lajes usado foi o steel deck devido sua fácil execução e por não haver a necessidade de formas, também optou-se por esse sistema por ser o mais indicado para estruturas em aço pois a concretagem permite uma maior rigidez. Imagem 22: estrutura aparente e topo protegido por brise.

CONFORTO E ENERGIA O projeto apresenta diversas estratégias para aumentar o conforto do público assim como diminuir o gasto de energia e interferência no meio no qual se insere. As estratégias variam entre proteções solares, captação de água da chuva e geração de energia através de placas solares. A idéia é criar um complexo que possa ser, em parte autossustentável. Quando se fala em auto-sustentabilidade não estamos somente nos referindo à estratégias energéticas, o conceito engloba-se também em todo impacto causado no meio, desde o terreno até a origem dos materiais, assim como Mariana Ferres16 descreveu “Um empreendimento se torna realmente sustentável quando atinge equilíbrio entre atendimento de demandas voltadas ao ambiente físico, processos econômicos e necessidades sociais, ao considerar o chamado tripé da sustentabilidade (8), pois ao contemplar a incorporação de soluções arquitetônicas voltadas a essas três dimensões, a construção pode se tornar instrumento de melhoria da qualidade de vida do indivíduo e comunidade”.A partir disso, percebemos que a sustentabilidade deve ser pensada desde a fase inicial, e como um todo, com as partes trabalhando juntas. Neste aspecto, a biblioteca, torres e edifícios residenciais trabalham juntos, como conjunto. Iniciando-se pela captação de água da chuva, podemos citar a utilização de piso permeável pela extensão da praça, esta água penetra entre as juntas das pedras, é filtrada por uma canada de areia e encaminhada para os bolsões, que dirigem parte da água para as cisternas localizadas sob o espelho d’agua da biblioteca, sendo que a água deste provém da chuva, e servirá para os sprinklers da mesma. Os bolsões estendem-se por todo perímetro do subsolo, com função de distribuir a água para as cisternas e para a rede pública, favorecendo um lento escoamento da água da chuva.

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Conceito retirado de artigo Uso do Aço na Arquitetura de Aluísio Fontana Margarido. Mariana Ferres para revista eletrônica Vitruvius em 2013

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O uso de cobertura verde que se dá na biblioteca e em partes do platô permite um maior conforto térmico nas edificações, uma vez que a vegetação ameniza o calor que transpassa a laje. Ainda tratando-se de coberturas, tem-se placas fotovoltaicas instaladas na cobertura da biblioteca e edifícios mistos, assim como no grande brise que une as torres. Nos edifícios residenciais, placas para aquecimento d’agua são usadas para uso de água quente nestes, proporcionando maior conforto, uma vez que esta pode ser utilizada para aquecimento dos ambientes. A presença de brises na fachada oeste, e uma fachada de vidro na varanda(face sul), os edifícios residenciais estão protegidos das trocas térmicas, tanto no verão como inverno. Também por esta orientação, permite-se a ventilação cruzada devido à integração de alguns ambientes. Nestes edifícios de menor altura, utiliza-se blocos cerâmicos como vedação, uma vez que são produzidos na região, colaboram para a sustentabilidade do complexo17. Tanto na biblioteca, quando nas torres é utilizada uma fachada ventilada comporta por duas peles de vidro espaçadas em 60cm que permite o efeito chaminé, assim o ar frio entra por baixo e pelos vãos entre esquadrias e sobre até o topo levando consigo o ar quente. Através de uma abertura regulada conforme a necessidade de calor ou resfriamento, a fachada permite benefícios tanto na verão dissipando calor, como no inverno quando conserva o calor da edificação. Por apresentar fachadas em vidro, as torres possuem brises horizontais fixados na estrutura da pele de vidro exterior que também atuam como bandejas de luz, favorecendo a entrada de iluminação natural. A presença de átrios também favorece a eficiência energética da edificação, uma vez que cria uma terceira fachada protegendo a face oeste. Como também possui efeito chaminé, esses átrios atuam como estufa no inverno e como ventilação no verão. Essa inversão ocorre através de um mecanismo que muda a inclinação da abertura, para baixo no verão, possibilitando a entrada de ar frio, e para cima no inverno, bloqueando a entrada de ar frio.

Imagem 23: detalhe fachada dupla ventilada e aberturas.

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Noções retiradas do livro Manual de Conforto Térmico: Arquitetura e Urbanismo (ver bibliografia)

Assim, através desta série de estratégias as torres, como o complexo, possuem um caráter de ícone na cidade devido à ousadia de sua arquitetura que busca instigar a população a ir até o complexo, e devido ao uso de estratégias e tecnologias energéticas e sustentáveis que destacam a importância de preservação , destacando assim também o empreendimento no âmbito comercial e cultural. PROCESSO DE APROVAÇÃO PÚBLICA Devido ao porte do empreendimento, este processo de aprovação caracterizar-se por etapas, iniciando-se por um estudo de viabilidade urbana (EVU)assim como negociações com os órgãos públicos. Como defesa ao projeto, podemos constatar a grande contribuição no processo de revitalização desta área hoje em partedecadência, assim como uma diminuição da marginalização e falta de segurança no local. Um empreendimento deste porte, que atende diversos públicos, destaca-se como meio de desenvolvimento de toda a área, tanto do bairro assim como shopping center, também poderá acarretar em valorização da área, trazendo investidores e/ou verbas para revitalizações dos parques e Arroio Dilúvio, ou até mesmo o complexo pode ser um investidor e parceiro em projetos deste tipo. Levando em conta o Plano Diretor e Zoneamento, a altura máxima permitida seria 100metros em seu último pavimento acessível, porém nosso edifício possui seu último pavimento na cota 105 metros mais uma cobertura que atinge os 117,50 metros de altura. Argumenta-se a favor do edifício, uma vez que por ser um ícone no skyline, o complexo poderá auxiliar no desenvolvimento do turismo na cidade, chamando vários públicos de diversos locais, que serão atraídos pelas torres corporativas, pela arquitetura, pelo conhecimento gerado pela biblioteca ou pelo restaurante implantado no edifício misto. Também defende-se o projeto pois ele não sobrecarregará a infraestrutura da região, uma vez que trará espaço para cultura, lazer e comércio do dia-a-dia em suas instalações, o que o determina como um segmento da cidade, onde além de suprir as necessidades geradas pela sua implantação, suprirá o déficit do entorno.

Imagem 24: cortes do conjunto, nota-se as bacias de amortização e placas solares no topo.

Defende-se o uso do topo e altura de cobertura, defende-se o projeto pela implantação de um topo de uso público, dando à cidade um mirante turístico. Esta medida poderá impactar na cidade como um todo, criando um marco para esta, assim como ponto

de atração. Também defende-se pela estratégia de implantar placas fotovoltaicas nesta cobertura, que proporcionará energia para a iluminação da torre. Também justifica-se pelo espaço de exposições sobre sustentabilidade em edifícios no térreo da torre sul. Por pavimentar praticamente 90% do terreno, o máximo permitido, eocupar praticamente 80% da área para subsolo e estacionamento, cria-se cisternase bacias de amortização, usa-se piso permeável e métodos de escoagem da água da chuva sem comprometer o funcionamento da rede pública. Assim como o uso de espelhos d’agua e grandes floreiras para suportar as raízes das arvoresde pequeno porte e permitir o desenvolvimento destas. O empreendimento possui uma certa quantia de vagas de estacionamento que devem servir a biblioteca e as torres, este número está subestimado, pois pensa-se em não incentivar o uso do automóvel. Como o terreno possui um ponto de ônibus na face norte, junto à praça Itália, a idéia é ampliar este ponto, proporcionando transporte para todos. Implanta-se um ponto de táxi, ciclovia e bicicletários no terreno, assim incentiva-se o exercício físico, a saúde emocional e não o uso do automóvel. Pensa-se também em o complexo abrigar um sistema de caronas nas torres corporativas, onde pessoas que moram perto podem interagir. Assim, podemos proporcionar uma melhor qualidade de vida aos ocupantes do projeto, que ao não utilizar o carro terão uma redução de stress e maior rendimento nas atividades profissionais, desta forma também poderão interagir no meio de trabalho. Ainda sobre o estacionamento, o acesso foi pensado pela Rua Dr Alter Cintra de Oliveira perpendicular à Av. Borges de Medeiros e Av. Praia de Belas, duas grandes avenidas da capital. Através desta tática aliviamos o fluxo diretamente nas grandes vias, onde a Rua Dr Alter Cintra funciona como coletora que leva até as arteriais, o que diminui o impacto no transito da região. Além de tudo isso, o complexo manterá a biblioteca e praça, mantendo investimentos nestas. Assim, apesar de interferir no meio, as grandes torres corporativas estarão dando para a cidade dois equipamentos urbanos, a biblioteca e o mirante. Outro argumento é a utilização da biblioteca como memorial, que através do espelho d’agua, remete ao passado do local. Assim como o projeto devolve a área seu caráter de lazer inicial. Devolve a circulação de pessoal e interação de funções, proporcionando um novo polo na cidade, o que trará inúmero benefícios para esta. Por usar diversos meios sustentáveis, as torres poderão se tornar exemplo para a cidade, assim como podem proporcionar conhecimento sobre o tema através do processo de sua construção e parcerias com universidades, tendo um setor da biblioteca destinado à sustentabilidade. Assim, apesar de ultrapassar a altura, impermeabilizar grande parte do terreno e proporcionar 10% a menos de estacionamento que o determinado por lei, o complexo gera muito para a cidade, tanto em âmbitos comerciais, turístico, econômico e cultural, e principalmente irá se tornar um meio de conscientização sobre sustentabilidade e projetos como segmentos de cidade, onde as pessoas não precisam se deslocar para obter suas necessidades diárias.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Após análise e desenvolvimento do projeto do empreendimento concluímos que um edifício deste porte deve ser cuidadosamente pensado em termos de inserção, economia, sustentabilidade e arquitetura, por possuir grande destaque na cidade. Um complexo deste tipo deve funcionar como um meio de desenvolvimento e ser educativo tendo em mente que impactará toda uma população e infraestrutura urbana. Constata-se também a importância de suprir as necessidades criadas com o complexo, criar um local onde os habitantes possam ter sua residência, um comércio local do dia-a-dia, seu local de trabalho e um ambiente de cultura. Torna-se importante implantar um equipamento cultural em vista que devido à falta de tempo, locomoção e poucos locais deste tipo, as pessoas acabam por não reservar um tempo para si e para seu crescimento intelectual e humano. Assim como, é de extrema importância as iniciativas de mobilidade urbana que dispensem o uso do automóvel e incentivem a atividade física, proporcionando menos congestionamentos e poluição, além de proporcionar saúde aos envolvidos, que as vezes também acabam deixando o cuidado com o corpo em segundo plano, assim como com lazer e cultura. Conclui-se ainda que o meio investidor para estas atitudes mencionadas acima são os próprios incorporadores, pode-se pensar em leis de incentivo à cultura e desenvolvimento, onde essas empresas podem ganhar descontos em impostos se aplicarem algum montante em espaços como bibliotecas, museus, centros esportivos, etc. Esta tática pode valorizar a própria empresa, sendo símbolo de preocupação com seus funcionários e com a cidade, valoriza a cidade gerando pontos turísticos e valoriza a população. Após estudos, observa-se que atualmente, edifícios em altura devem utilizar meios ecologicamente corretos, pois geram grande impacto no contexto inserido, na infra-estrutura local, e micro-climas. Torna-se indispensável o pensamento de técnicas sustentáveis também para aliviar os custos, que devido ao porte, assumem grande papel na administração deste. Um edifício bem pensado e sustentável, gera uma autossuficiência que por sua vez melhora todo funcionamento, trabalhando independente da cidade, onde este não afeta o entorno e somente o complementa. Outra vantagem dessa preocupação com o ambiente é a certificação LEED, com um selo de sustentabilidade complexos como este podem adquirir parceiros internacionais que investem somente em locais com certificações como esta. Este selo que garante que o edifício é sustentável também permite uma valorização da empresa e gera uma boa imagem para esta. Pode-se dizer que todas estas iniciativas estão ligadas diretamente com a arquitetura, englobando estratégias urbanas, locais e de conforto do usuário. O uso de uma boa arquitetura, tanto esteticamente como tecnicamente, pode ser o fator que determinante do sucesso do complexo ou fracasso, a estética tem sua importância pelo impacto na cidade, na vista e na altura do observador, sendo que esta deve instigar quem passa.É importante que as pessoas gostem do complexo, gostem da arquitetura no horizonte, criem um elo com o ambiente público proporcionado, somente assim a população cuidará do mesmo, preservará e incentivará por mais locais como este. E até mesmo um complexo como este, que apresenta edifícios distintos com arquitetura contemporânea de acesso ao público em geral devido aos programas culturais e turísticos que abriga, traz a arquitetura para todos, onde qualquer pessoa pode observar e tirar conclusões, assim como tem acesso a um edifício sustentável, aproximando a população

desta realidade, o que ajuda na conscientização da preservação ambiental. Claro que observando toda essa situação, a opção de levar a arquitetura a todos também se dá pelo fato que os clientes ficarão mais exigentes e críticos, assim como podem criar um gosto pelo nosso trabalho, o que valoriza nossa classe. Sendo assim, conclui-se que a arquitetura tem seu papel crucial no desenvolvimento e bem estar da cidade como um todo, assim como pode ser um meio transformador e educativo por si só. É a arquitetura que determina o funcionamento do complexo e a vida útil do mesmo, se as pessoas gostar deste lugar será preservado e ícone por décadas, caso contrário, se as estratégias de sustentabilidade e construção derem errado, o edifício acarretará gastos e não será um sucesso, desencadeando um desgosto pela população pelo local. Como estudantes, nosso objetivo foi criar um espaço de desenvolvimento econômico e cultural para a cidade tentando impactar o menos possível no contexto, a conclusão que temos é que ainda é muito difícil implantar tecnologias sustentáveis pois há um déficit de profissionais com conhecimentos e técnicas nesta área, assim como os empreendedores não estão preparados para aceitar ideias e gastos maiores na parte inicial do projeto, pois um complexo deste tipo pode levar em anos de projeto, mais anos de execução. Considerando nosso projeto, em termos de consciência energética e estética, pensamos que pecamos no estacionamento, o qual impermeabilizou boa parte do terreno, determinou somente o uso de vegetação de pequeno porte, além disso, talvez a torre pudesse ser melhor pensada em seu topo, pois atualmente causa muito impacto, mesmo está sendo a intenção. Mas como pontospositivos podemos citar as técnicas de fachadas ventiladas inverno-verão, o que diminui o uso do ar condicionado, além da captação solar para energia e captação e re-uso da água da chuva. Como um todo cremos que o complexo supre as necessidades e deficiências da área, assim como proporciona desenvolvimento para a cidade. Por fim, vimos que é imprescindível não pensar o complexo como um todo e não buscando a sustentabilidade e memória local sem esquecer de evidenciar nossa época e tecnologias, mostrando nosso tempo, assim como Álvaro Siza disse em uma entrevista, o arquiteto deve mostrar o seu tempo, seus materiais e tecnologias de sua era.

BIBLIOGRAFIA

FROTA, Anesia Barros, Manual de Conforto Tèrmico: Arquitetura e Urbanismo, 7º edição, Studio Nobel, São Paulo, 2003 TEPERMAN, Sergio, As cidades vivas, Viva as cidades!: Crônicas sobre Arquitetura e Urbanismo, SENAC, São Paulo, 2013 FIORI, Renato. Arquitetura moderna e ensino de arquitetura em Porto Alegre 1945 a 1951. M.A. Dissertation in History of Brazil. Porto Alegre. IFCH, PUC/RS, 1994 -Vitruvius.com (Novembro/2014) http://channel.nationalgeographic.com/channel/big-bigger-biggest/videos/skyscraper-history/ (28/11/2014) - http://inventors.about.com/library/inventors/blskyscapers.htm (28/11/2014) thewhilshire.com (Agosto/2014) http://books.google.com.br/books?id=g6oyBqocDRoC&pg=PA7&lpg=PA7&dq=arquitetura+anos+60 +poa&source (ebook, Novembro/2014) -archdaily.com (Novembro/2014) - http://daniel-libeskind.com/ (02/12/2014) - http://www.stevenholl.com/ (01/12/2014) Código de obras e Plano Diretor de Porto Alegre Aula de Arquitetura Brasileira I e II, ministradas por Lucia e Fernando Bahima (2011 – UNISINOS) Aula conforto ambiental III, ministradas por Dallazen (2013 – UNISINOS) Material desenvolvido para projeto primeira avaliação (GA), estudos de referência, viabilidade, e entrega de projeto.

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