Contribuição para o estabelecimento das prioridades de conservação na faixa costeira do Concelho de Aljezur

June 13, 2017 | Autor: L. Cancela da Fon... | Categoria: Nature Conservation
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DOI: 10.13140/2.1.1778.7845

CONri'RI13UIÇA0 PARA O ESTABELECIMENTO DAS PRIORIDADES DE CONSERVAÇAO NA Ii'AIXA COSTEIRA DO CONCELHO DE ALJEZUR Por : I A S Cai~celad a FOllseca. Ltlis Palr~?ae Alexandra Silva e Costa RESUMO Consiiluindo unia orla fisicaiiieiitc limitada, os ecossistemas costeiros sáu altanici~ievulncr:íveis as pressões Ii~irnnrias,que provocaram já acentuada dC&i'adac;áotia zona incditcri-ânica. A Costa suducstc portuguesa pcrrnanecc um dos litorais menos alterados da Europa Meridional. Aqui ocorrem numerosas espécies animais e vegetais WIII p a r t i c ~ ~ l a r i d a d w raras ou únicas. Os cstuArius determinam certamente iirriu iiiiportantc prod~iiividade. A consideração dos factorcs nat~irtiistorna-se assim um imperativo no oi-clcnainciilu. Propõe-se uma classificaçáo preliminar das prioridades de conservação iio concclho de Aljcmr, cartografada segundo o interesse natural, resiliência ecológica, diversidade c sensibilidade de espécies, impactos e procura socie r c o n h i i c a , integrando-se num cstudo de avaliação ecológica da costa sudoeste.

Cu:isl:il ecosystcins, spread along a physically limitcd edgc, are highly \cilncrablc lu liuman prcssures whicli have deeply aifccted mediterraneari shores. Yet tlic porluguesc S W coast remains one of the leasl disturbed coastlines. of southern Europc. Here live many unique and rare plant and animal species. A high prodiiciivitv is certainly confcrrcd by its estuaries. Nat~iral iaciors iiiiist tlicrclorc bc taken into account before any action towards land use planning is taken. As part of an ccoloçical cvaluation of the portuguese S W coast, a conservation priority ranking of the conselho de Aljezur is mapped according to criteria of natural intcrcit, ecological i-esilience, species diversity and sensibility, ccological impact5, social and cconomic concerns.

I . A ECOLOGIA E O ORDENAMENTO 1 . 1 Prohlenuiticti geral Ainda náo h3 iriuito tempo a ecologia humana era virtualnicnte desconhecida. A ecologia apenas considerava a natureza. No entanto, o acumular de problemas ambientais de difícil soluç5o e o reconhecimento de que apenas

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uma ínfima parte da natui)eza não foi influenciada pelo Homem, levou a que, progressivamente, surgisse ,com maior acuidade a necessidade de aplicar o conhecimento essencial aos problemas concretos (CURLIN, 1972; GOLDSMITH, 1975; USHER, 1978; DARLING, 1980). Desta forma, os ecologistas preocupados apenas com o conhecimento académico devem agora, cada vez mais, ser chamados a aplicar as suas noções a problemas concretos (CURLAN, 1972; DARLING, 1980). E se devem participar na elaboração de uma política ambiental, devem também desenvolver uma capacidade de comunicar de uma forma prática e utilizável os conhecimentos ecológicos (CURVN, 1972). A não consideração das realidades ambientais pode condenar os esforços do desenvolvimento com o consequente desperdício de capital e deterioração das condições de vida, tal. como se os factores tecnológicos, económicas e político-sociais Fossem ignorados. Os desenvolvirnentistas devem assim tomar em consideração os valores ambientais, cuja conservação é importante, quer por razões científicas quer ainda recreativas ou outras não facilmente mensuráveis em termos monetários precisos, mas que acarretarão necessariamente a maximização dos dividendos a longo prazo (DASMANN et al., 1973; GOLD SMITH, 1975; RAMADE, 1975; DESAIGUES & TOUTAIN, 1978). Qualquer planeamento tem pois que resultar da interpretação dos desejos da sociedade e assegurar que as suas necessidades sejam harmonizadas com outras procuras a que o ambiente está sujeito (GOLDSMITH, 1975; DESAIGUES & TOUTAIN, 1978; DOUMENGE, 1981). Se se tencionar absorver uma população em expansão e, mesmo assim, manter uma boa qualidade de vida, terá que se conceber um sistema de planeamento que ordene os fiossos recursos limitados entre as suas diferentes utilizações competitivas (WATT, 1968; CURLIN, 1972). Assim, e já que a única via segura para a administração dos recursos é através de um conhecimento profundo dos princípios ecológicos, é vital que o desenvolvimento seja sempre precedido de uma avaliação ecológica e preparacão de uma zonagem -primariamente da responsabilidade dos ecologistas e -b plano de oFdenam6nto que assegure a -preservação e uso pú6lico de sítios naturais valiosos (DASMANN et al., 1973; GOLDSMITH, 1975; CLARK, 1977; RAMADE, 1978; VAN DER PLOEG & VLIJM, 1978; MILLER, 1978; BOLEA, 1981). 1.2 Situação nacional e internacional

A capacidade que existe a nível nacional e internacional para impor uma política de conservação encontra-se deficientemente organizada e fragmentada por diversos sectores, tais como: agricultura, silvicultura, pescas e gestão da a IUCN (1980) elaborou um

) - que define conservação

10 Homem de tal modo que como uo ordenamento d efício continuado para as gerações actuais, desta se possa retirar o de satisfazer as necessidades e aspirações mantendo entretanto o das gerações futuras,. Apesar do batalhar em prol da solução destes prementes problemas tenha já levado ao seu reconhecimento internacional e a definição de uma estratégia de conservação dos recursos naturais (WCS), estarnos ainda muito longe de a ver, na prática, internacionalmente aplicada. A nível nacional não existe ainda um reconhecimento inequívoco destes problemas, nem uma definiçiío clara de uma qualquer estratégia. De facto, não se constata uma polític~ global e coordenada da gestão e ordenamento dos recursos. Em particular, S. imprescindível anticipação da política ambiental à do desenvolvimento não se tem verificado, resumindo-se as acções de conservação a paleativos de fraca ef:'c$cia.

2. ORDENAMENTO COSTEIRO

2.1 Problemática geral O litoral é uma paisagem linear de contacto entre os sistemas marinhos e terrestres, abrangendo as faixas de influência mútua. Os ecossistemas costeiros, lagoas. ,estuários e sapais e outras zonas de águas litorais pouco profundas são talvez os mais complexos, diversificados e biologicamente produtivos de toda a biosfera (ODUM, 1971; LASSERRE, 1979). A sug forma linear e a sua limitada amplitude conferem-lhe uma vulnerabilidade intrínseca acentuada como se pode depreender dos principias geome tricos da biogeografia insular para o desenho das reservas naturais (DIAMOND, 1975), derivados da Teoria Biogeográfica Insular de MacARTHUR e WILSON (1967), CANCELA DA FONSECA (1979). As zonas costeiras tem sido, desde sempre, pólos de desenvolvimento da actividade humana. De entre estas, o desenvolvimento turístico tomou o litoral como alvo preferencial, em particular nas áreas de clima ameno. No entanto, este tipo de desenvolvimento levanta uma série de considerações ambientais que perante as exigências do número crescente de turistas deverão ser factores de primeira importância a considerar no seu planeamento. O turismo procura activamente localizações tão próximas quanto possível dos aspectos costeiros de beleza e características singulares relevantes (DAS MANN et al., 1973; KEMP, 1976). É assim urgente o ordenamento e a protecção dos valores naturais destas áreas onde as infra-estruturas turísticas e a urbanização acompanhante as ameaçam. 2.2 A conservação na costa sudoeste de Portugal Estendendo-se desde o litoral de Vila Nova de Mil Fontes até à zona da praia da Ingrina, a costa sudoeste caracteriza-se por falésias rochosas elevadas. muito recortadas e frequentemente abruptas, alternando com praias e embocaduras de pequenos cursos de água, onde aparecem os are& mais importantes. Em certos troços são abundantes as ilhotas e rochedos isolados. A faixa terrestre imediata varia entre planaltos parcialmente cultivados e terrenos medianamente ondulados cobertos de extensos matagais. A faixa costeira marinha, pouco profunda, apresenta línguas rochosas que se dispõem p e ~ e n d i cularmente à costa e onde, devido ao intenso hidrodinamismo, se verificam acentuadas variações cíclicas da natureza dos sedimentos (PALMA, 1980; CANCELA DA FONSECA & PALMA, 1980). Geologicamente, as falésias apresentam certa diversidade, nomeadamente xistos do Carbónico Marinho (Paleozóico), arenitos do Triássico (Mesozóico), caicários do Jurássico (Mesozóico) e Miocénico (Cenozóico) e até depósitos superficiais de praias e dunas fósseis Quaternárias (TEIXEIRA & GONÇAL VES, 1980). Os pequenos estuários existentes na costa, exceptuando o do rio Mira, mostram no período estival tendência lagunar traduzindese num isolamento do mar temporário ou prolongado. Nestes períodos o dbfice de água doce e a não renovação global resulta em hipersalinidade. Nas zonas de hidrodinamismo mais reduzido forma-se sapal de extensão variável. Nestas zonas de bacias estuarinas existem áreas extensas de dunas não consolidadas, com elevada mobilidade, apresentando a sua estrutura característica. Sobre os altos de falésia, alternam as dunas fósseis com zonas de matos. A actividade humana tradicional manifesta-se, em termos de ocupação do solo, por culturas agrícolas de sequeiro nas áreas planáiticas e de regadio nas baixas fluviais, onde também existem explorações pecuárias. Nas zonas de matos predomina a pastorícia. A florestação com resinosas e eucaiiptos

ocupa, de modo geral, manchas de pouca extensão. Acompanhando as encostas dos cursos de água e barrancos subsistem manchas relativamente pequenas de sobreiral e maquial mediterrânico. No litoral estão instalados pequenos centros pesqueiros artesanais e-alguns aglomerados temporários que suportam a actividade temporária de ap&ha de algas e habitações dispersas de apoio à pequena cultura hortícola. Devido as suas caracterís icas climáticas e produtivas esta região apresenta ainda hoje um baixo grac. de alteração, mantendo uma parte importante do seu património natural. A sua elevada riqueza florística traduzida em termos de diversidade de espécies, ex'istência de ecótipos, endemismos e raridades (CAGADOR & CATARINO, em publ.), bem como faunística com abundantes espécies, evidente no número Qe taxa de aves, cerca de 80, das quais 43 reprodutoras, e de mamíferos, conferem-lhe uma importância muito particular. E aqui que se encontram ainda espécies bastante raras da nossa fauna e vários exemplos pouco frequentes ou hínicos de adaptação a este tipo de ambiente litoral. Estes aspectos redobraní na sua importância quando se considera este sector costeiro no conjunto dos litorais rochosos dos países mediterrânicos que, devido a um rápido des&.volvimento caótico, industrial, urbano e em particular turístico, viram perdidos a maior parte da sua riqueza natural e atractivos paisagísticos por ausência de um ordenamento baseado numa avaliação e classificaçáo das diversas regiões de acordo com as suas características e valor naturais, o que permitiria a salvaguarda da sua riqueza (TANGI, 1979).

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3. A CONSERVAÇAO NO CONCELHO DE ALJEZUR 3.1 Objectivos Durante o trabalho de avaliação ecológica (I) da costa sudoeste de Portugal (em curso) verificámos existir aqui possibilidade de antecipar a sua conservação ao seu lógico desenvolvimento, tentando integrar este de uma forma o mais correcta possível num plano global de ordenamento, em que todas as características desta zona sejam convenientemente ponderadas. Este trabalho pretende apenas dar, no que se refere ao concelho de Aljezur, um esboço do que se poderá (e deverá) vir a fazer em toda a costa. Procurámos perspectivar as prioridades de conservação propostas para o concelho de Aljezur, tendo em vista os três objectivos de consemação dos recursos vivos apresentados na )VCS, por nós adoptados e que são: -Manter os processos' ecológicos essenciais e os sistemas de suporte da vida. -Preservar a diversidade genética. -Assegurar a utilização, continuada das espécies e dos ecossistemas. t

Desta forma se entendem as restrições a alteração das características naturais das zonas húmidas, das zonas de reprodução de espécies animais mais sensíveis, raras ou ameaçadas, das dunas, dos bosquetes de sobro, dos matos e das zonas agrícolas mais extersas. Na cartografia apresentacla considerou-se a faixa litoral deste concelho limitada a leste pelas estradas nacionais 120 e 268, O que, apesar de uma certa arbitrariedade, constitui uma fronteira. (i) A avaliação ao16 ica fornece de uma maneira precisa e inteligível uma classificaçáo a atribuir a um sistema bioltgico particular. O contributo do ecologista na classificaqáo dos locais,

constitui um processo que tem que ter em conta o uso que a eles se quer dar. Inclui uma avaliação s do crit6rios e conccilos definir a priori e a determinação dos limites de compatibilidade eu>Ypica dessas utilizaGões:[~adlicam-se técnicas de diversidade de habitats, de espécies e sua raridade (DEARDEN. 1978; VAN DER PLOEG & VLIJM, 1978).

3.2 Metodologia Interesse natural actual e potencial, resiliência ecológica ( t ) , diversidade e sensibilidade das espécies (S), impactos actuais e potenciais e procura s o c b económica foram os critérios de análise utilizados para a interpretação dos dados-base recolhidos a partir da pesquisa de campo, análise de cartografia e de fotografia aérea, que foram os seguintes : - Riqueza florística. - Riqueza faunística. -Raridade das espécies (em termos nacionais e internacionais). -Existência de espécies notáveis em termos de particularidades eco16 gicas de populações locais de algumas espécies. - Representatividade dos habitats à escala regional e/ou nacional. - Produtividade natural. -Possibilidade de recuperação de certos factores de interesse natural. - Interesse paleontológico. - Interesse paisagístico. -Sensibilidade das espécies à perturbacão por: alteração de habitat, presença humana, sobrepastoreio, fogo desordenado. . -Níveis de utilização agro-pecuário e florestal. - Niveis de utilização pesqueira. - Níveis de utilização turístico-recreativa. nomeadamente empreendimentos ou outro tipo de infra-estruturas, caça e pesca desportivas. -Urbanizacões e rede de acessos. Daqui resulta o estnhelecimento de auatro classes de prioridades (I-IV) que conduzem à cartografia apresentada (fig. 1). De acordo com o estádio actual de recolha e tratamento dos dados é ainda precoce quantificar a valorização relativa dos diversos sectores da faixa costeira referida. Como tal, o escalonamento de prioridades é traduzido em termos de nível de condicionamento de utilização (DASMANN et al., 1973). Segundo esta valoração não quantitativa, as quatro classes estabelecidas correspondem quatro níveis de condicionamento em termos de actividades desaconselhadas e actividades ~ermissíveis. Integram-se em cada classe os grupos de situações nela abrangidos.

3.3 Resultados 3.3.1 Classe I n) Nível de condicionamento :

- aplicacão de medidas restritivas sobre a utilização actual. (2)

Entende-se por resiliência ecológica a capacidade de um ecossistema fazer face As

descontinuidades na evolução lenta do seu estado de equíbrio (CANCELA DA FONSECA. 1977) o que é o mesmo que o ecossistema ser capaz de absorver efeitos de perturbaçóes importantes nas suas

variáveis e parâmetros mantendo a sua estrutura, conservando a possibilidade de voltar ao seu estado inicial logo que a causa destas perturbações deixa de existir (HOLLING, 1973a e GRUMM, 1976a in CANCELA DA FONSECA, 197i; DEARDEN, 1978). (3) As espécies de ,uma cornunjdade estão num fluxo continuo. e quando se fala de estabilidade refere-se a persistência das espécies e náo tanto a constância das suas densidades. No entanto. a estabilidade das esvécies numa comunidade e a diversidade das espécies numa Area sáo as duas faces da mesma medalha (POOLE. 197?). A diversidade enquanto medida da organização de um sistema pode ser indicador das diferenças entre nichos ecológicos das especies de um mesmo povoamento ou do grau de sensibilidade deste Bs perturbações. Esta sensibilidade 6 maior nos sistemas mais complexos e aumenta com o grau de organizaçáo (diversidade mais baixa). A organ i z a @ ~6ptima seria aquela para a qual a influência das perturbaçws teria um impacto reduzido sobre a diversidade (CANCELA DA FONSECA. 1980).

Situações abrangidas : -zonas húmidas mais importantes (estuários, sapais e caniçais) -zonas de reproduçáo das espécies animais mais sensíveis, raras ou ameaçadas; -zonas de vegetação. natural de alta instabilidade - dunas actuais; -grutas e fumas de devado interesse faunístico; -zonas de interesse paleontológico; -povoamentos florestais de particular interesse pela sua extensão e desenvolvimento; -zonas susceptíveis de serem recuperadas como áreas de alto interesse natural. Actividades desaconselhadas : -acções conducentes é alteração das características naturais e perturbação da tranquilidade; -abertura de novos acessos ou melhoramentos dos existentes; -construção de novas casas e instalações turísticas; -caça; -pesca h linha nas zobas de falksia; -trânsito de pessoas excepto o que se relacionar com actividades científicas ou agrepecuárias existentes; -pastorei0 nas zonas de duna actual; -incremento de breas agrícolas. Actividades permissíveis : -pastoreio livre nos sapais e prados húmidos; -pastoreio condicionado em zonas de duna fóssil; -pesca em cursos fluviais e estuários; -apanha de marisco; aquacultura extensiva.

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(Quaisquer outras actividedes deverão submeter-se a aprovação pela c& mara municipal, devendo esta consultar especialistas.)

3.3.2 Classe I1

a) Nivel de condionamento : -aplicação de medidas de manutenção dos tipos e níveis de utilização actual. b) Situações abrangidas : -zonas de reprodução de espécies animais menos importantes em termos regionais mas significativas em termos globais (zonas de falésia vertical não incluídas em I); -zonas húmidas menos importantes em virtude da sua reduzida extensão e/ou grau de artificialização; -zonas de vegetação natural de média instabilidade -medos (dunas fósseis); -basquetes de sobro, maquiais e matos de esteva mais extensos (incluindo barrancos); -praias mais importantes como zonas de alimentação e repouso de aves e mardferos; -zonas florestadas com pinhal; -zonas envolventes de I. c) Actividades desaconselhadas : -abertura de acessos marginais; -abertura de novos acessos nas zonas de falésia e faixa limítrofe de 500 m nos medos e ?os barrancos;

-abertura de acessos periféricos às zonas húmidas de classe 11, numa faixa envolvente de 300m (excepto para fins agrícolas nos casos em que tal se justifique); -proliferação de acessos às praias; -trânsito nos medos fora dos acessos já delineados; -construção de empreendimentos turísticos e urbanizações (incluindo loteamentos); -incremento da actividade agro-pecuária na faixa costeira de 100m e nos medos; -incremento de áreas florestais ou eliminação das existentes; eliminação dos matos com excepção da que concerne a limpeza dos pinhais; -caça na faixa costeira de 1000 m. Actividades permissíveis : - silvo-pastorícia nos matos; -melhoramento de pastagens existentes; - optimização agrícola (adequação de culturas, ressalvando-se o uso de contaminantes); - incremento da apicultura; -colheita de frutos silvestres, exploração de essências, colheita condicionada de lenhosas; -pesca ti linha e apanha de marisco; exploração não degradante da beleza paisagística; - aquacultura semi-intensiva.

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3.3.3 Classe 111

Nível de condicionamento : -desenvolvimento condicionado. Situaees abrangidas : -zonas agrícolas mais homogéneas e menos habitadas; -zo$as de baixa fluvial agrícola em contacto com I e 11; -praias de importância faunistica secundária; -zonas de falesia não vertical; -faixa envolvente de I1 quando se justifique. Actividades desaconselhadas : -construções fixas nas praias; -urbanizações e empreendimentos turísticos nas zonas agncolas e faixa costeira de 500 m; abertura de acessos marginais; -florestação em extensão.

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3.3.4 Classe IV Nível de condicionamento : - desenvolvimento livre. Areas abrangidas : -zonas agrícolas mais habitadas; - eucaliptais; zonas urbanas ou urbanizações em construção; -praias mais frequentadas, de maior interesse social e suas faixas envolventes;

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Actividades desaconselhadas : -acessos marginais; -construções fixas nas praias, excepto com fins balneares e/ou sanitários.

4. DISCUSSAO 4.1 Acessos Os acessos são póbs de perturbação directa sobre a flora e/ou a fauna, em especial nas zonas de reprodução, pelo que devem ser restringidas ao estritamente necessário para a satisfação das necessidades mínimas de utilização de áreas turísticas importantes (nomeadamente praias), devendo insistir-se na sua não proliferação. A sua localização deve ser previamente determinada de modo a reduzir o contacto com áreas daturais importantes. Assim deve evitar-se a abertura de novos acessos nas zonas I e nas zonas mais sensíveis incluídas em I1 (isto é, faixa litoral mais próxinia do mar e zonas de vegetação instável). Em termos gerais devem promover-se os acessos perpendiculares a costa, em detrimento da abertura de marginais. Os acessos principais devem situar-se o mais longe possível da linha de costa (CLARK, 1977). Os acessos constituem, também, fontes de perturbação indirecta por incrementarem novos núcleos de urbanização tanto aglomerada, como dispersa. 4.2 Urbanização As urbanizações desordenadas, primordialmente as de carácter turístico, têm constituído, nas costas mediterrânicas, importantes causas da sua degradação, tanto nos aspectos aturais como paisagísticos (TANGI, 1979; DOUMENGE, 1981). Os principais i pactos que delas advêm manifestam-se na alteração provocada na dinâmica f ica e biológica dos ecossistemas e pela alteração permanente que provocarrl. nos habitats naturais de várias espécies, seja por perturbação directa, seja pela poluição provocada pelos efluentes urbanos (CLARK, 1977). Por essa razão, as á'reas de maior importância natural, nomeadamente, bacias de drenagem, zonas húmidas, dunas e faixa litoral rochosa que constituem abrigo e zona de vprodução mais importante de numerosas espécies, quer marinhas, quer terrestres, devem permanecer libertas de qualquer desenvolvimento urbanístico. De um modo geral, será desaconselhável por um lado, a dispersão das urbanizações e por outro a *sua localização deve, dentro do possível, ter uma implantação recuada em relação a linha de costa de modo a garantir a manutenção da configuração do litoral e proteger as áreas vitais, além das questões de segurança que estão inerentes a implantação em áreas de substratos erosie náveis: praias, dunas, falésias (CLARK, 1977). Exceptua-se destas considerações a necessidade de garantir a implantação ordenada e localizada dos aglomerados pesqueiros (DOUMENGE, 1981) na medida em que suportam uma actividade económica importante e, na sua forma actual, integrada no equilíbrio da zona.

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4.3 Alterações extensas do habitat 4.3.1 Zonas agríco!as

A agricultura, indispensável fonte de alimento, faz-se à custa de profundas e extensas alterações dos habitats naturais. Faz, no entanto, parte do mosaico dos ecossistemas existentes. Por esta razão, a sua expansão pode ter,

como tilipacto negativo, fenoniciios tlr erosão ~ ~ i itclrrsricis i nrio propícios c prejudicar a manutençiio de coniuiiirlíidc.s \.cpctais nniiiiais dcpci~dciitesd e outros habitats. Por outro lado, constituindo o \iipc:i-it~cIc uiii:i con1~;nidade nninial pr6pria c contribuindo para a diversidade p a t ~ i i a l da regiao. nRo deverá ser 'sujeita, d e modo extensivo, a ~irbaniznçfi~sc. Florcstcic;Ucs indiscriiiiinadas -(IUCN. 1980). '

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4.32 Zonas florestais e matos

Funçocs essenciais destas zonas s i a a pioiccç:io do solo, n icgulaç5o hidrolbgica e o suporte d c comiinidnclcs animnic. prbpria.;. Dcste modo, 3 sua redução drástica ter5 impacto activo sol>re estes factores. Em oposição, a expans5o indiscriminad;i das florrstaçõcs artiFiciais contribui para uma simplificaç30 da clivcrsiclnrlc iiatui.nl tln icgiáo e da dcgindaçáo d o habitat da f a m a , pelo que a sua locnlit.açcio dcvc ser critcriosa, cni particular no rcfereiitc h plantação dc citcalipiajs (TOMASELLI, 1977).

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4.3.i Zonas húmidas (cstuftrios, s pais c mcim Inyiilares)

Constitujndo dreas de grande protl tividade natiirnl. cstns zonas tem grande importdncia como nniirscrics,, clc v rtehinclos c in~ci-tclíiadoscosteiros e estuarinos, m~iitosdos qunis de iriipc~i~trliçincoincrcial. As I;i?\.ns c alevins provenientes d3 desova em zonas costeiras pciicirarn nos csitiarios e esieiros dos sawiq onde cricontrrim abiindhncia rlr iniciiio c nbi-ipo contra precladorcs. Embora a pesca n o prhprio estti;ii-i p o w i sei' conicicinlinente pouco importante. cstc C. icsponsávcl por graiid. parte da iiquc7.a pesqiicira das áreas adjacentes. OS s a ~ a i ssão áreas ondc se proccss n dcpiirnq3o il:is Aguns tanto de origem marinha como continental. Suportando comunidndcs aniiilnis Iniporiniiii*~. ini.liicimiiicnic em tcrmos i pcln prncurn n qiic econ6micns (ctiltura dc marisco) cstnr $i.crii ~ 5 r \.iiIr:r5!.cis estão suicitaa para B instnlac.?~ncrii.oln. ii!.Ii:l~i;i 2 i:i~\ii~ii-ial íBt\RNES. 1076; CABR,4L DE MEL0 et 01.. 1977: 1-ASSERRE. l T 9 : -\.'J!\YTEl.~ k I.4SSERRE. 1981: B.\R.\HOYA-FFRY.4NDESS 1981: ?\'IEGFQT & POMEROI'. 1?81). Por estas razoes se desaconsclhn a pFolifcrn~fivtle nccssos. n instalnç5o urbaneturistica c n sua drenagcm pain ;I :igriciilt\ii':i.

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Conscqu6ncis da intensa procura wcinl wl,i~c o litoral. o tr8nsito de

pescadores 5 linlin. turistas c vcrt'ncnnics. tcni iim impacto impoi-tanic cobre

os valores naturais da rcgiáo. 0 pisoteio nas dunas, a perturbaç5n çohrc. 3 faiinn. cwi ~nrticiilnras aves nidificantes, e o ruído provocado pelo tr5nijto ~iitioirióvcl\1(,os nspcctos mais marcantes deste nroblema. As dunas são estruturas din5micns I. i;istAvcis quc funcionam como barreiras naturais aos ventos e tempestades. rrdwindo o scii efeito sobre os terrenos adjacentes. Assim, o acesso a o mar atravCs d a ' diinns cIrvc. icr coiidicionado a percursos dçterminrdos de mrxh a r c . d u ~ i -as suas coiiscqu6ncins (GOLDSMITH. 1976; VSHER, 1978; VAN DER MA:IREL. 1979). Igualmcntc se justificam rcstrig6cs d d aceiso 3s i w a 5 dc fal2sia. importantes como áreas dc nidificaçbo de a \ w . F,spi.cics prirticiilnrn~ent~ scnsíviris como, por escmplo, a águia-pcsqiirirn (Prrtrtjiolt Itnliiictrts) potlcni dcs:ipnrccer completamente por impossibilitliidc de sc rcpro~liizircni tkvido h pciturbaçáu provocada pelo trânsito de pessoas prdsiing dos ninlioi. #

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Por essa razrio e poi. outras provenientes d o desenvolvimento turístico tlesordenrido. cornn n tirbanizacão das Falésias e o movimento dos barcos de ~ n t ~total desta espdcie das costas t.cci.oio, sc í;.wi~liil ;,o c i e ~ a ~ a r k c i n ~quase I-oc!iosas do Mcditr:! r3neo (TERRASSE TERRASSE, 1977: PALMA. 1980; CAN( ' I i l A DA FONSECA PAI.NIA. 1980). Neste aspccio a pesca à' linha constitui, não em si prdpna, m a s nas imsequencias yil. tcrrnos de trânsito de pessoas nas falésias, uma d a s fontes dc impacto mais importantes. A sua regulaç60, libertando desta actividade os wclores pontuais d c importáncia torna-se, assim, um imperativo. 4.5 Caçn

Os matos e zonas Florestais da Faixa litoral, além das falésias em si. ccmtituem um atractivo indiscutível para a actividade cinegttica. Além de gcstáo e ordenamento ciiiegético per si, cuja discussão estd fora do gmbito clcste trabalho, a actividade de caça levanta problemas de impacto negativo sobrc a Eauna da faisa costeira, em particiilar sobre algumas espécies de aves e mamffcros mais scnsiveis, raras ou ameaçadas. Esse impacto manifesta-se dc foi:inn mais grave na Faixa mais próxima d o mar, ou seja falçsias, estuários c pra:as, onde sc encontram as zonas de reprodiiçZio, abrigo e alimentação tlcssas espécies. E nessa faixa. tambdm, que estas são mais vulneráveis, em ~xirticulai-as avcs. pclo facto dc se deslocarem a menor altitude e serem mais I'ncilincntc suipreciididas pelo caçador. Eni cc~nscciiit:ncix,sco!isclh~t-sca intcrdiqáo total da caca nas zonas de i'lrissc T c.. cin termos ccrais, na faixa litoral de 1000 m.

4.6 Pastoreio Os efeitos do gado que pasta nos medos e dunas do concelho de Aljezur rh:;c:-\.aii~.s:s: na cror50 das ~ w t e n t e spela sua passagem e na alteração da composição e abundhcia das esn6cics. devido à procura selectiva e a o mcrenienio de materia orghnica quc favorecem as plantas mais xerofiticas, ruderais c iiltrrjfilas. Rcsulla assim o avanço acelerado das areias que, batidas pelo \.cnt~'.podcm sotci-rnr ciilt~irasc mesmo const~uçõesadjacentes. Pci. !?so sc tlc.;aconsclha totalnicnte o pastorcio nas dunas actuais cnqripnto oiic nos rncdos este si. dcvt:c.á inanter a níveis baisos (VAN DER :I\.\REL. 1979). liavcndo vantngem c i i ~inci-cinentar pastagens rneihoradas nas ,'1r113 ~ l n n n sde w l o s csqucli.tico.; c utiiizar. respeitando a s suas capacidades ?i.:s:cntxáo. os rnntns con.r:lhia.s. Dc um modo geral. a faixa tampão de '00:11 coii.ti:ui um:i zr)i!i~ d c protccçjo contra a perturùaçrio das cspdcies -~i~!ificantes na tona.

4 realização dcste tr~bal!?oteria sido quase imposshel sem a colaboraçáo cnnst-in!e dc ADELINO CAKARIO, PEDXO MIRAND.4 e TERESA BORGES. ri auc vi\.nnic~telhcs agradecemos e queremos deixar aqui expresso. Os nossos agradecimentos tamb6m a o Sr. GONÇALVES DA SILVA, Pmi~ientcda Cjmara dc Aljczur, pela forma amigável como nos recebeu e incmtivou. c ainda ao Prof. Doutor LUIZ SALDXNHA e ao Eng. JOAO BUGALHO, pelo apoio e incentivo prestados.

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