Controle de Qualidade

Controle de Qualidade
A Madeira Laminada Colada (MLC) é um produto engenheirado de madeira que requer precisão de fabricação em todos os seus estágios. O produto acabado pode somente ser testado em condições laboratoriais, entretanto, é necessário o controle de qualidade na produção para assegurar que as propriedades da MLC sejam adequadas com as resistências especificadas para o material de acordo com as normas vigentes (CAN/CSA 0177 - 2006).

O sistema de controle de qualidade é definido pelas ações realizadas por um fabricante em relação aos materiais, métodos, equipamentos, mão-de-obra e produto final, para satisfazer os requisitos necessários de uma norma de controle de qualidade (AITC 115, 2005).
O programa de qualidade conta com vários especialistas que entendem da importância do processo de certificação para conseguir a confiança do consumidor e a qualidade final do produto.

Para predizer a performance estrutural da MLC com base nesse programa é necessária a realização de ensaios mecânicos diários, sistemas de avaliação em pontos estratégicos da produção e inspeção constante durante o processo de produção. Destaca-se que todas essas atividades devem ser auditadas e verificadas por inspetores credenciados.

Cola
É possível colar praticamente todas as madeiras. Entretanto, algumas espécies possuem características físicas e químicas que exigem o emprego de colas especiais ou a modificação das colas normalmente comercializadas para o uso em madeiras.
Em todo caso, como o processo da MLC é pouco utilizado no Brasil, é evidente que estudos devem ser realizados no sentido de se proceder em cada região ou estado, uma investigação de Espécie – Adesivo - Tratamento para uma caracterização das madeiras que melhor possam se adaptar a essa técnica. Devem ter destaque nessa investigação, principalmente as madeiras provenientes de florestas plantadas.
Na maioria dos casos a escolha da cola, entre caseína, resorcina ou uréia-formol, e mais recentemente a melamina, depende mais das condições de uso da estrutura do que do tipo da madeira. Logo, é preciso levar em consideração principalmente o meio a que a estrutura vai estar submetida, ou seja, temperatura e teor de umidade.

Portanto, a escolha da cola está diretamente ligada às condições a que a estrutura estará submetida, ou seja, se a mesma vai estar abrigada no interior da edificação ou exposta à variação das condições atmosféricas, como, alternância de sol e chuva. Estes são fatores determinantes na escolha da cola.

Processo de Produção

Na Europa a MLC é usada em obras de grande porte (aeroportos, pontes, pavilhões esportivos). Sua estrutura tem características que possibilitam a obtenção de vigas em formas curvas, triangulares, trapezoidais e sua flexibilidade da liberdade para vários raios de curvatura positivos e negativos na mesma peça fazendo com que tenha um grande apelo estético.
Para a proteção da umidade é usado verniz micro poroso, impermeável a agua mas permeável ao vapor permitindo a troca higrométrica com o meio ambiente. Esse produto é aplicado através de impregnação e tem características inseticidas, fungicidas e de resistência à água. Para evitar o apodrecimento, todas as peças estão isoladas de fontes potenciais de umidade mediante juntas de mastique ou outros produtos betuminosos e resistentes à água. A madeira utilizada para a fabricação da estrutura deve ter porcentagem máxima de umidade de cerca de 15%, obtida através de secagem artificial. A diferença de umidade entre duas lâminas adjacentes não deve exceder 2%.
O conhecimento tecnológico das colas, dos métodos científicos validados que determinam as características de resistência das madeiras faz com que se obtenha um material de construção perfeitamente seguro, ecológico e mais resistente ao fogo que outros mais convencionais.
As colas utilizadas para a produção da madeira laminada são todas elas à prova d'água e resistentes a temperaturas superiores a 50º C, segundo Pires. São três tipos de colas mais adotados, com diferentes tempos de cura: as PRF (fenol resorcinol formaldeído), as mais antigas e que deixam uma linha escura entre cada lâmina de madeira longitudinalmente; as melaminas, de cor branca, que não deixam nenhuma linha de cola visível; e as mais recentes, as PU (colas poliuretano), também invisíveis, mas que ainda não têm preço competitivo no mercado.

Ponte Pedonal em Zapallar
Um grupo de habitações sociais foi construído para albergar famílias locais carenciadas na cidade turística tradicional de Zapallar, na costa central do Chile. As moradias estão localizadas no lado leste de uma via rodoviária que une várias aldeias perto do Pacífico. As casas novas e a cidade estão localizados em montes de diferentes lados da estrada, além disso, a estrada possui muitas curvas que dificultam a visibilidade dos peões. A ponte foi projetada em madeira lamelada-colada. É simplesmente apoiada e possui uma secção transversal em forma de um barco a remo, que corresponde a um arco invertido, triangular e longitudinalmente arqueado, o que reduz as deformações e favorece a estrutura.
Projecto: Enrique Browne
Localização: Zapallar – Chile
Ano de Projecto: 2006-2008
Cálculo estrutural: Alfonso Larraín


Shopping Iguatemi no Ceará
A maior estrutura de MLC no brasil está sendo executada pela Carpinteria Estruturas de Madeira e a Moretti Interholz. Capaz de vencer grandes vãos internos e ser pelo menos 10 vezes mais leve que o aço e 4 vezes mais leve que o concreto armado a madeira gera menos cargas nas fundações tornando-as mais leves. E com a técnica da Madeira Laminada Colada, podemos fazer grandes vãos, inclusive com curvas. O custo é um fator determinante também para as estruturas plásticas como essa. Só a madeira pode fazer tais curvas num preço razoável.
A Madeira Colada Laminada não foi produzida no Brasil, pois apresenta um mercado muito novo, o custo e tempo de execução das peças inviabilizariam a obra, tiveram que importar 1200 metros cúbicos da MCL da Itália, o tempo de execução é 1/3 menos que no Brasil e a tecnologia pra produzir MLC na Itália está pelo menos 40 anos à frente da nossa, e por isso o custo compensa a importação, mesmo com todos os impostos sobre o produto, custou quase metade do que produzi-la por aqui. Mas isso porque houve uma demanda de madeira muito grande. Pra obras de pequeno e médio porte compensa fabricar aqui no Brasil mesmo.
A estrutura foi toda projetada pra ter peças de no máximo 12m de comprimento. Assim caberiam em containers fechados pra serem trazidas de navio, do porto de Gênova à Fortaleza. Isso foi um grande desafio pra nós pois cada corte na estrutura geraria uma ligação posterior com uma chapa metálica. Tomamos o cuidado de aplicar, sob imersão, um cupinicida produzido especialmente pra essa obra em cada peça trazida da Itália. Além disso aplicamos duas demãos de stain, um produto hidrorrepelente e com filtro contra raios ultravioleta. Todas as peças foram embaladas com um plástico protetor pra não serem danificadas no transporte e todas foram numeradas de acordo com a sua numeração de projeto, pra facilitar a montagem.