Controle de qualidade em amostras comerciais de Schinus

May 30, 2017 | Autor: Luiz Silveira | Categoria: Ethnobotany, Pharmacognosy and Phytochemistry
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ARTIGO

DOI: http://dx.doi.org/10.18561/2179-5746/biotaamazonia.v6n1p83-90

Controle de qualidade de amostras comerciais de Schinus terebinthifolius Raddi (Aroeira) adquiridas em mercados públicos da cidade de São Luís-MA Milena Valadar Miranda1, Wellyson da Cunha Araújo Firmo2, Luciana Patrícia Lima Alves Pereira1, Clarice Noleto Dias3, 1 4 5 8 Natércia Gomes de Castro , Roberto Sigfrido Gallegos Olea , Denise Fernandes Coutinho Moraes , Luíz Mário da Silva Silveira 1. Mestre em Saúde e Ambiente (Universidade Federal do Maranhão, Brasil). 2. Doutorando em Biotecnologia (Universidade Federal do Maranhão, Brasil). 3. Doutoranda em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos (Universidade Federal da Paraíba, Brasil). 4. Doutor em Química Orgânica (Universidade de São Paulo, Brasil). 5. Doutora em Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos (Universidade Federal da Paraíba, Brasil). 6. Mestrado em Química (Universidade Federal do Maranhão, Brasil). *Autor para correspondência: [email protected]

RESUMO. A fitoterapia é uma prática terapêutica de grande aceitação pela população em todo o mundo. Como consequência, várias espécies vegetais são comercializadas em mercados públicos ou feiras livres em muitos países, inclusive no Brasil. A espécie Schinus terebinthifolius Raddi, popularmente conhecida como aroeira, está entre as plantas de grande consumo devido à suas propriedades medicinais. Assim, este estudo objetivou avaliar a qualidade de amostras comerciais de aroeira, adquiridas em mercados públicos da cidade de São Luís-MA. Utilizou-se cascas adquiridas em 12 mercados públicos e cascas obtidas de um exemplar previamente identificado, que foram consideradas amostra referência. Realizou-se análise morfológica e anatômica, testes fitoquímicos, avaliação do teor de umidade e da atividade antibacteriana das amostras comerciais comparando os resultados com a amostra referência para atestar sua autenticidade. Após a análise macroscópica, seis amostras apresentaram aspectos morfológicos diferentes da amostra referência. Na análise microscópica, ficou demonstrada que apenas cinco amostras eram autênticas. Na avaliação fitoquímica, as amostras comerciais apresentaram diferenças relacionadas, principalmente, a análise de taninos e saponinas. Cinco amostras ficaram reprovadas na determinação de umidade. Na avaliação da atividade antibacteriana, todas as amostras revelaram algum grau de atividade para Staphylococcus aureus, no entanto, apenas seis foram ativas contra Escherichia coli. A má qualidade de drogas vegetais comercializadas com fins terapêuticos demonstra a necessidade de programas de fiscalização e controle de qualidade, objetivando, assim, a segurança do consumidor. Palavras-chave: Autenticidade, controle de qualidade, Schinus terebinthifolius Raddi.

Quality control of commercial samples of Schinus terebinthifolius Raddi (Aroeira) acquired in public markets of the city of Sao Luis, MA ABSTRACT. The phytotherapy has been becoming an important alternative to terapeutic all over the world. Thereby, several plants have been commercialized at public markets and fairs in many countries. Schinus terebinthifolius Raddi is a species popularly known as aroeira in Brazil and is considered one of the most consumed plants in our country due to its medicinal properties. This study aimed to evaluate the quality of commercial samples of aroeira, purchased at public markets in São Luis-MA, Brazil. Twelve samples of barks from S. terebinthifolius were purchased and analyzed. Furthermore barks from an identified specimen of this species were used as reference sample. To assure the authentication, the commercial samples were analyzed by morphological and anatomical features, phytochemical profile, moisture content and antibacterial activity and then the results from these samples were compared to reference sample features. Among the 12 samples, the half showed different morphological features from the reference sample. According to the microscopic study, just five were authenticated as S. terebinthifolius. The phytochemistry evaluation showed different chemistry profiles of commercial samples, mainly regarding to tanins and saponins amount. Five samples were reproved by moisture determination. All samples showed some degree of antibacterial activity against Staphylococcus aureus, however, only six were active against Escherichia coli. Although the importance of phytoterapy has grown, these results show the poor quality of this drug and also show the concerned about the quality of the herbal products commercialized worldwide to assure the consumer safety. Keywords: Authenticity; Quality control; Schinus terebinthifolius Raddi.

1. Introdução Nas últimas décadas, tem-se verificado um aumento progressivo da demanda de plantas medicinais e de preparações de origem vegetal como recurso terapêutico. Dentre as plantas de grande consumo popular encontra-se a espécie vegetal Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae), popularmente conhecida como aroeira, aroeira-vermelha e aroeira-pimenteira (BRASIL, 1992; AZEVEDO et al., 2015). Esta espécie possui importância comercial por se tratar de uma planta com propriedades medicinais e alimentícias (GUERRA et al., 2000; AMORIM; SANTOS, 2003), inclusive consta da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), que consiste na lista de medicamentos que devem ser disponibilizados pelas unidades básicas do SUS, onde apresenta indicação de Biota Amazônia ISSN 2179-5746 Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons Attribution 4.0 Internacional

ação cicatrizante, anti-inflamatória e antisséptica tópica para uso ginecológico (BRASIL, 2015). Na prática popular, suas cascas são amplamente utilizadas para combater inflamações de origens diversas, principalmente as que ocorrem no sistema genital feminino (LORENZI; MATOS, 2002), destacando também sua utilização como cicatrizante e antibacteriano (AMORIM; SANTOS, 2003; SANTOS, et al., 2012). Apesar da ampla utilização de produtos oriundos da natureza, é importante ressaltar que as plantas podem apresentar variações no teor de seus constituintes, além de poderem sofrer deteriorações, contaminações e adulterações, representando risco à saúde de quem as consome (SHARAPIN et al., 2000; SHAH; SETH, 2010). Desse modo, torna-se importante efetuar o controle

Macapá, v. 6, n. 1, p. 83-90, 2016 Disponível em http://periodicos.unifap.br/index.php/biota Submetido em 01 de Setembro de 2015 / Aceito em 02 de Janeiro de 2016

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de qualidade de matérias-primas vegetais e seus fitoterápicos, por meio de técnicas apropriadas, determinando a segurança do uso desses produtos (WHO, 2009; POSADZKI et al., 2013). As Farmacopeias são códigos oficiais que estabelecem os parâmetros de qualidade para fins farmacêuticos, estabelecendo a descrição macroscópica e microscópica como técnica padrão para estabelecer a autenticidade de matérias-primas vegetais. Nas várias edições da Farmacopeia Brasileira, diversas monografias de plantas de interesse medicinal vêm sendo descritas. Em relação à espécie Schinus terebinthifolius Raddi, sua monografia consta apenas na primeira edição da Farmacopeia Brasileira, editada em 1929. Por esse motivo torna-se importante a atualização de suas informações. Quando uma droga vegetal não consta em uma Farmacopeia atualizada, é essencial que se elabore uma monografia estabelecendo padrões de qualidade dessa planta como matéria-prima. Características inerentes à espécie vegetal devem ser definidas quali-quantitativamente através de padrões técnicos (SALVI JÚNIOR, 2009; KUNLE et al., 2012). Para assegurar a qualidade de uma matéria-prima vegetal, é necessária a realização de testes de autenticidade, integridade e pureza (YADAV; DIXIT, 2008). Determinar a autenticidade significa avaliar a identidade da espécie vegetal e pode ser realizada através da análise de características morfoanatômicas e organolépticas. Os parâmetros morfoanatômicos possibilitam o controle botânico de qualidade de insumos farmacêuticos auxiliando a autenticidade de drogas e seus adulterantes, identificando e separando uma determinada espécie vegetal de outras (ZANETTI et al., 2004; KUNLE et al., 2012). A integridade está relacionada à perda de composição química e consequentemente ação biológica, enquanto que a pureza avalia a presença de matéria orgânica estranha, bem como de insetos e sujidades diversas, além do excesso de água (BRASIL, 2014). Alguns parâmetros essenciais para a qualidade das matérias-primas vegetais podem variar dependendo da procedência do material. Considerando a necessidade da padronização e constância de qualidade dos produtos de origem vegetal comercializados no Brasil (BRASIL, 2014) e da ausência de legislações específicas para plantas medicinais vendidas em feiras e mercados, este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade de amostras comerciais de aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi), adquiridas em mercados públicos da cidade de São Luís, no estado Maranhão, Brasil. 2. Material e Métodos Material botânico Foram selecionados 12 mercados públicos que comercializam plantas medicinais no município de São Luís-MA, Brasil, de acordo com a Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento (SEMAPA), sendo eles: Anil (A), Anjo da Guarda (AG), Cidade Operária (CO), Biota Amazônia

COHAB (C), João Paulo (JP), Liberdade (L), Mercado Central (MC), Olho D'água (OD), Praia Grande (PG), Santa Cruz (SC), São Francisco (SF) e Vila Palmeira (VP). As amostras foram adquiridas por compra, usando o nome vulgar de aroeira. Estas foram separadas em tubos tipo Falcon estéril para a realização das análises. Além destas, foi utilizada uma amostra referência (AR), representada pela espécie vegetal Schinus terebinthifolius Raddi, coletada de um exemplar identificado no Horto Florestal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Para a confirmação de sua identificação, uma exsicata desta espécie foi depositada no Herbário Ático Seabra da UFMA, onde encontra-se registrada sob o número HSLZ488. Preparação dos extratos brutos Com parte das amostras, foram preparados extratos por maceração com álcool etílico 70% durante sete dias, com agitação diária e em seguida foram filtrados e concentrados em rotaevaporador a 56ºC (MATOS, 2009). Autenticidade das amostras A autenticidade das amostras foi avaliada através de parâmetros contidos na primeira edição da Farmacopeia Brasileira (1929) e na literatura específica (OLIVEIRA et al., 1991; JORGE; MARKMANN, 1996; DUARTE et al., 2006), por meio de análises macro e microscópicas (caracterização morfoanatômica), bem como por meio de reações de caracterização de constituintes químicos. Para a autenticação morfológica, as amostras foram analisadas à vista desarmada e com auxílio de lupa eletrônica. Os parâmetros macroscópicos analisados foram: forma, aspectos das superfícies interna e externa e características sensoriais como coloração e odor (REYNERTSON; MAHMOOD, 2015). Para a análise dos caracteres anatômicos, foram montadas lâminas permanentes com as secções transversais, obtidas com auxílio de bisturi, das respectivas amostras, em seguida clarificadas e coradas com azul de astra e fucsina básica (KRAUS; ARDUIN, 1997, com modificações). Para permitir a realização do estudo microscópio dessas cascas, as modificações à metodologia de confecções de lâminas foram referentes ao amolecimento prévio das amostras em água fervente e quanto ao tempo de coloração das secções no azul de astra que foi de 2 minutos. As secções foram analisadas em microscópio óptico (Olympus) e fotografadas com câmera digital Samsung (12 megapixels). A fim de avaliar as características sensoriais e complementar a avaliação microscópica, as amostras foram pulverizadas em moinho (malha nº 01) e, em seguida, analisadas à vista desarmada e em microscópio óptico, após descoloração em hipoclorito de sódio 50%. As estruturas microscópicas foram comparadas com as do material vegetal referência e com a descrição da droga em literatura específica (OLIVEIRA et al., 1991; JORGE; MARKMANN, 1996; DUARTE et al., 2006; 84

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Farmacopeia Brasileira, 1929) Como parte da avaliação da autenticidade e como forma de avaliar, também, a integridade química, foram realizados testes fitoquímicos com os extratos das amostras comerciais e da amostra referência, que visaram avaliar a presença de classes de metabólitos secundários característicos da espécie S. terebinthifolius, seguindo metodologia proposta por Matos (2009). Determinação de umidade Realizada por meio da utilização de analisador de umidade por infravermelho. Foi utilizado o modo automático segundo especificações do fabricante (temperatura de 105ºC) com intervalo entre as análises de no mínimo dois minutos. As análises foram realizadas em triplicata (FARMACOPEIA BRASILEIRA, 2010). Atividade antibacteriana O teste de atividade antibacteriana foi realizado com cepas padrão de Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Escherichia coli ATCC 25922 pertencentes à bacterioteca do Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (LACEN - MA). As bactérias foram ativadas em tubo com caldo Brain Heart Infusion (BHI) e incubadas a 35 oC por aproximadamente 24 horas. Alíquotas de cada cultura ativada foram transferidas para placa de petri com o ágar Mueller-Hinton e incubadas a 35 C por aproximadamente 24 horas. Selecionou-se de três a quatro colônias que foram suspensas em caldo BHI e o incubadas a 35 C até obtenção de turvação equivalente a escala 0,5 de MacFarland (SILVEIRA et al., 2007). Método de difusão em ágar (Técnica do poço) Foram confeccionados poços de 10 mm de diâmetro em placas contendo o meio ágar Mueller-Hinton (Merck). Os inóculos bacterianos foram semeados no meio de cultura e os poços preenchidos com 300 μL dos extratos nas concentrações 5000 µg/mL. Após o período de incubação de 24 horas, a 35oC, mediu-se a zona de inibição ao redor do poço. O ensaio foi realizado em triplicata (FIRMO et al., 2014). Método de diluição em caldo Os extratos foram diluídos em solução de dimetilsulfóxido (DMSO) 25% nas concentrações de 1000, 500, 250, 125 e 62,5 µg/mL. Foram, então, preparadas duas baterias de tubos com as concentrações dos extratos em teste. Cada bateria foi composta por cinco tubos contendo as concentrações dos extratos e o meio de cultura (caldo BHI), em um volume final de 2 mL por tubo, além de um tubo controle contendo o meio de cultura e a solução de DMSO 25%. Os tubos contendo os extratos e a solução de DMSO 25% foram inoculados com uma suspensão bacteriana padronizada de Staphylococcus aureus para a primeira bateria de tubos e Escherichia coli para a segunda. Após Biota Amazônia

o

o período de incubação de 24 horas, a 35 C, os tubos foram inspecionados visualmente para evidenciar o crescimento bacteriano, traduzido pela turbidez. O ensaio foi realizado em triplicata (SILVEIRA et al., 2007). 3. Resultados e Discussão Autenticidade das amostras A autenticidade de matérias-primas vegetais é avaliada, preferencialmente, através de análises morfológicas (macroscópicas) e anatômicas (microscópicas), comparando-se com um padrão (DUARTE; MENARIM, 2006; REYNERTSON; MAHMOOD, 2015). Na análise macroscópica da amostra referência, as cascas apresentaram-se em pedaços curvos, com superfície externa de cor pardo-acinzentada e bastante rugosa, com fendas no sentido longitudinal e transversal formando escamas. A superfície interna apresentou-se estriada longitudinalmente, de coloração avermelhada e com a presença de um material resinoso, formando pequenas pontuações com aspecto de lágrimas (Figura 1). Estas cascas apresentaram, ainda, cheiro resinoso. Essas características estão de acordo com as descritas em literatura para a espécie (SILVA, 1929; OLIVEIRA et al., 1991). O mesmo padrão de resultados foi observado na avaliação das características macroscópicas de seis das 12 amostras comerciais. As amostras A (Anil), AG (Anjo da Guarda), C (COHAB), OD (Olho d'água), PG (Praia Grande) e SC (Santa Cruz) apresentaram diferenças com relação à coloração de ambas as superfícies, aspecto da superfície externa e, também, ausência da resina observada em todas as outras amostras avaliadas, tornando-as diferentes das demais.

A

B

Figura 1. Amostra referência (AR) de casca de caule de Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira). A - superfície externa; B - superfície interna. / Figure 1. Reference sample (RS) stem bark of Schinus terebinthifolius Raddi (mastic). A - external surface; B - inner surface.

As diferenças e variações nas amostras analisadas podem indicar processamentos inadequados de cultivo e diferenças na origem, período e condições de coleta e/ou processo de secagem. Mesmo havendo algumas variações de características morfológicas, estas amostras poderiam ser autênticas indicando apenas alterações na qualidade da espécie vegetal, determinadas por coleta ou pós-coleta inadequada (AWANG, 2009). A intensa variação na coloração da amostra pode ser um indicativo de que esta não deve ser considerada adequada para venda e consumo (EVANS, 2009; KAMBOJ, 2012). Considerando que a análise microscópica fornece um resultado mais preciso sobre a autenticidade de matérias85

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primas vegetais, as amostras analisadas foram avaliadas quanto suas características microscópicas. Nesta análise, as características observadas, tanto nas secções transversais

como no material pulverizado da amostra referência (Figura 2), coincidem com as descrições anatômicas publicadas para a casca de S. terebinthifolius.

cp cs

cs cp

cs

A

B

C

D

E

Figura 2. Amostra referência (AR) de casca de caule de Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira). A - D: secções transversais (Objetiva de 10x); E: material pulverizado (Objetiva de 20x). Legenda: cs - canal secretor; cp - cristal prismático. Fotografadas após coloração com azul de astra e/ou fucsina básica (Figuras: A - D). / Figure 2. Reference sample (RS) stem bark of Schinus terebinthifolius Raddi (mastic). A - D: cross sections (objective 10x); E: pulverized material (objective 20x). Legend: cs - secretory channel; cp - prism crystal. Photographed after staining with astra blue and / or basic fuchsin (Figures: A - D).

Como o material estudado é representado por casca do tronco principal da espécie em crescimento secundário, nessas estruturas, podem ser visualizados o tecido de proteção, representado pela periderme (súber, feloderme e felogênio), e a camada liberiana (SANCHES et al., 2007; SHAH; SETH, 2010). De acordo com Oliveira et al. (1991), a parte externa das cascas de S. terebinthifolius possui ritidoma com várias peridermes, sendo a mais externa, formada por súber bastante desenvolvido. A região do tecido de proteção de cascas é desprovida de características importantes para sua autenticidade e ainda não há registro da presença de princípios ativos nestes tecidos. Dessa forma, na análise microscópica das cascas da amostra referência e das amostras comerciais, apenas a camada liberiana foi analisada. Observou-se na amostra referência que a região liberiana é desenvolvida, apresentando canais secretores arredondados e ainda fibras liberianas agrupadas e tecido crivoso obliterado, estes dispostos em camadas paralelas. O parênquima liberiano apresenta numerosos cristais prismáticos de oxalato de cálcio. Além disso, esta casca é atravessada em quase toda a sua espessura por estreitos raios medulares. Essas características coincidem com a descrição feita por Oliveira et al. (1991) para a casca desta espécie, confirmando-se, assim, a identidade da amostra referência. Na análise microscópica, as características de cinco amostras comerciais coincidiram com as da amostra referência e com a descrição da literatura para a espécie S. terebinthifolius, sugerindo-se a autenticidade das

mesmas. As amostras autênticas foram: CO, L, JP, MC e SF. Segundo Duarte et al. (2006), a presença de cristais prismáticos de oxalato de cálcio e canais secretores associados ao floema são estruturas que contribuem na diagnose morfoanatômica de S. terebinthifolius. Tais estruturas foram observadas nas amostras em questão, sendo consideradas essenciais para a determinação da autenticidade dos materiais analisados. Estudos químicos com extratos de diferentes partes de S. terebinthifolius destacam a presença de várias classes de metabólitos secundários, como taninos, saponinas, flavonoides e terpenos (HERINGER et al., 2007; BENDAOUD et al., 2010; PAWLOWSKI et al., 2012; CARVALHO et al., 2013). No presente estudo, foi possível detectar, na amostra referência, as classes de metabólitos relatados para esta espécie vegetal. Na avaliação das amostras comerciais os testes fitoquímicos evidenciaram a presença principalmente de compostos fenólicos. Os flavonoides e fenóis simples foram detectados em todas as amostras analisadas. Em relação aos taninos, os do tipo hidrolisados foram detectados em todas as amostras, no entanto, apenas as amostras C e OD também foram positivas para taninos condensados. No teste de Liberman-Buchard, oito das amostras comerciais apresentaram positividade para triterpenos, enquanto seis apresentaram positividade para esteroides. No teste de espuma, sete amostras comerciais mostraram reações positivas para saponinas. Os resultados completos encontram-se dispostos na Tabela 1, demonstrando a avaliação semi-quantitativa dos testes empregados.

Tabela 1. Triagem toquímica do extrato hidroalcoólico da amostra referência e das amostras adquiridas em mercados públicos de São Luís - MA, Brasil, vendidas como aroeira. / Table 1. Phytochemical screening of the hydroalcoholic extract of the reference sample and samples acquired in public markets of São Luís - MA, Brazil, sold as aroeira. Compostos químicos Amostras* Fenóis Taninos Triterpenos Esteroides Saponinas Flavonoides Hidrolisáveis Condensados AR +++ + _ + + + ++ A ++ + _ Traços _ + ++ AG ++ + _ + Traços + ++ CO ++ ++ _ ++ ++ + ++ C +++ + + + _ + + JP +++ ++ _ ++ ++ _ +++ L +++ ++ _ + _ + ++ MC +++ ++ _ +++ ++ _ ++ OD ++ + + + + _ + PG +++ + _ + _ _ ++ SC +++ ++ _ + _ + ++ SF +++ + _ + ++ + ++ VP +++ ++ _ + + _ ++ * A - Anil; AG - Anjo da Guarda; CO - Cidade Operária; C - COHAB; JP - João Paulo; L - Liberdade; MC - Mercado Central; OD - Olho d'água; PG - Praia Grande; SC - Santa Cruz; SF - São Francisco; VP - Vila Palmeira. Legenda: + + + = fortemente positivo; + + = moderadamente positivo; + = fracamente positivo; - = negativo.

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A ausência de saponinas nas amostras JP, MC, OD, VP e PG demonstra um padrão fitoquímico diferente do apresentado pela amostra referência, bem como em discordância com os dados apresentados pela literatura (JORGE; MARKMAN, 1996). Entretanto, as amostras JP e MC, em análise microscópica, apresentaram padrão morfoanatômico semelhante ao da amostra referência, sendo esta análise de maior valor para a comprovação da autenticidade, pois, tendo em vista que a composição química de espécies vegetais pode sofrer alterações em função de diversos fatores bióticos e abióticos, a ausência de determinado constituinte químico não significa que a planta não o produza, pode ser que as condições em que se desenvolveu não tenham favorecido a produção de tal constituinte. A espécie vegetal Rhei rhizoma (ruibarbo), por exemplo, não contém antraquinonas durante o inverno, as quais começam a se formar com a chegada da estação quente, a partir da oxidação de antranóis (EVANS, 2009). Dessa forma, estas amostras comerciais foram consideradas autênticas, no entanto, mostraram problemas de integridade, ou seja, com perda na composição química. Um dos principais constituintes da casca de S. terebinthifolius são os taninos. Como estes estão em grande quantidade nesta droga vegetal são considerados como marcadores químicos no controle de qualidade desta espécie (Li et al., 2008). Neste estudo apenas as amostras C e OD revelaram a presença de taninos condensados. São raros os trabalhos que tratam da presença deste grupo de taninos em casca de aroeira. Tirelli et al. (2010) quantificaram o teor de taninos condensados em cascas de diversas espécies vegetais, onde puderam constatar que a espécie que apresentou a menor quantidade desses compostos foi S. terebinthifolius, sendo importante ressaltar que, estes autores utilizaram para o preparo dos extratos uma mistura de água e acetona como solvente extrator. Em outro estudo, que avaliou a influência de vários tipos de tratamento no teor de taninos condensados de cascas de aroeira, ficou evidente que o melhor resultado foi o que utilizou como solvente água adicionada de 5% de Na2SO3 (SILVA et al., 2012) .Assim, considerando a baixa concentração desses compostos em cascas de aroeira e a necessidade de solventes específicos para sua extração, não se justifica sua detecção através da técnica utilizada neste estudo. O conteúdo de metabólitos secundários das plantas medicinais pode variar em função de diversos fatores como sazonalidade, período circadiano, idade e desenvolvimento da planta, processos bioquímicos, fisiológicos, ecológicos e evolutivos e disponibilidade de nutrientes e água no solo (CZELUSNIAK et al., 2012). Outros fatores de grande importância são o método de coleta, secagem, acondicionamento e transporte (KUNLE et al., 2012). Estes fatores podem explicar as diferenças observadas nos resultados da avaliação fitoquímica das Biota Amazônia

amostras estudadas, pois considerando que as mesmas têm procedências distintas, consequentemente irão apresentar diferenças nos aspectos anteriormente descritos, implicando, assim, em composições químicas diferentes. Outro fator que também pode ter contribuído para esse resultado seria uma possível adulteração nas amostras adquiridas nos mercados públicos, prática relativamente comum neste tipo de comércio, devido à ausência de controle de qualidade e fiscalização dos produtos comercializados. A presença de cascas de outras espécies vegetais misturadas as cascas da aroeira provocaria uma descaracterização do perfil fitoquímico dessa espécie vegetal, devido a uma provável extração de substâncias químicas não características da espécie, uma possível potencialização e/ou anulação da extração de outras. Em Minas Gerais, Sousa et al. (2003) avaliaram o perfil fitoquímico, identidade e pureza de amostras de ruibarbo (Rheum officinalis, R. palmatum, R. rhaponticum e Ferraria cathartica), ficando constatado que duas amostras apresentavam contaminação mineral e uma amostra de Rheum palmatum era adulterada, demonstrando, assim, a importância da avaliação da qualidade de plantas medicinais e fitoterápicos para a garantia de sua eficácia e segurança. Tomando-se como base as informações obtidas na literatura e correlacionando-as com os resultados deste trabalho, sugere-se que as amostras A, AG, C, OD, PG, SC e VP não se tratam da espécie S. terebinthifolius, por não apresentarem padrão morfoanatômico semelhante ao da amostra referência e às descrições em literatura e, aliado a este fato, ainda revelaram um perfil fitoquímico atípico para a espécie. A má qualidade de plantas medicinais comercializadas tem preocupado profissionais da área de saúde e a comunidade científica. A ausência de qualidade aliada à incorreta utilização interfere na eficácia e até mesmo na segurança do produto, somando-se a isto um serviço de fiscalização não muito eficiente (MELO et al., 2007; TOBIAS et al., 2007). Determinação de umidade Como parâmetro de pureza, utilizou-se nesse trabalho a determinação do teor de umidade nas amostras comerciais. A presença de água acima dos limites estabelecidos pode indicar que o material se encontra inadequado para o consumo humano, mesmo que seja autêntico (CHIMIN et al., 2008). Na determinação do teor de umidade, cinco das 12 amostras ficaram reprovadas, sendo estas: A, CO, C, L e MC, pois apresentaram percentuais acima do limite máximo estabelecido em literatura, que determina um teor de umidade de 8 a 14% para cascas quando transformadas em droga vegetal (OLIVEIRA et al., 1991). 87

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Destaca-se ainda que, das amostras referidas como autênticas, pela avaliação da autenticidade, três encontram-se reprovadas quanto ao teor de umidade, a citar: CO, L e MC. Amaral et al. (2003), em pesquisa realizada com várias drogas vegetais comercializadas mercados públicos da cidade de São Luís-MA, constataram que 62% das amostras apresentavam valores de umidade acima do recomendado em literatura específica. A umidade elevada nas amostras pode estar relacionada a processos inadequados de secagem e/ou condições impróprias de armazenamento durante a comercialização. O alto teor de água na droga vegetal pode diminuir ou até mesmo anular o seu valor farmacológico, pois o excesso de água permite a ação de enzimas do próprio vegetal, podendo acarretar a degradação de substâncias ativas, além de torná-la suscetível à contaminação por fungos e bactérias (AWANG, 2009; EVANS, 2009). Atividade antibacteriana A transformação de uma planta em um medicamento deve priorizar a preservação da integridade química dos princípios ativos e por consequência, a ação farmacológica do vegetal, garantindo a constância da ação biológica desejada (TOLEDO et al., 2003). Dessa forma, pesquisas avaliando atividades farmacológicas já comprovadas para uma determinada espécie vegetal, como parte da avaliação da sua integridade, podem ser úteis no estabelecimento de parâmetros para assegurar a qualidade de uso a que se destina. No caso da aroeira, diversos estudos já comprovaram sua atividade antibacteriana (COSTA et al., 2010; FREIRES et al., 2010; PINHOL et al., 2012). Com relação ao uso popular, sabe-se que é frequente a utilização vaginal do decocto, principalmente pelas mulheres nordestinas, com o propósito de tratar corrimentos e cervicites. Na experiência pessoal de vários ginecologistas, é raro encontrarem-se cervicites ou colpites em mulheres referindo uso de aroeira. Parece ocorrer melhora da flora vaginal com redução na proporção de micro-organismos potencialmente patogênicos (SANTOS; AMORIM, 2002). Com base no uso tradicional e em estudos farmacológicos o extrato das cascas da aroeira também pode ser usado no tratamento tópico de ferimentos da pele e de mucosas em geral, assim como na forma de gargarejos ou bochechos com o decocto para afecções gengivais e da garganta (SALVI JÚNIOR, 2009; SANTOS et al., 2012; LINS et al., 2013). Assim, considerando os fatos anteriormente discutidos, bem como a atividade antibacteriana como uma das finalidades de uso dessa espécie pela população, avaliou-se as amostras comerciais e a amostra referência para tal atividade. As Tabelas 2 e 3 mostram os resultados da avaliação da atividade antibacteriana dos extratos das amostras comerciais e da amostra referência frente às cepas de Staphylococcus aureus e Escherichia coli, pelos métodos de difusão em ágar e diluição em caldo. Biota Amazônia

Tabela 2. Média dos halos de inibição (mm) da avaliação da concentração de 5000 µg/mL do extrato da amostra referência e das amostras comerciais contra Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Escherichia coli ATCC 25922./ Table 2. Inhibition zones (mm) of 5000 µg/mL of the reference and commercial sample extracts against Staphylococcus aureus ATCC 25923 and Escherichia coli ATCC 25922

Linhagens Amostras* AR A AG CO C JP L MC OD PG SC SF VP

Staphylococcus aureus

Escherichia coli

22 23 24 21 18 23 23 21 31 20 20 23 24

13 _ _ 12 _ 17 13 _ _ 14 12 12 _

* A - Anil; AG - Anjo da Guarda; CO - Cidade Operária; C - COHAB; JP - João Paulo; L - Liberdade; MC - Mercado Central; OD - Olho d'água; PG - Praia Grande; SC - Santa Cruz; SF - São Francisco; VP - Vila Palmeira; (-) não houve crescimento.

Tabela 3. Avaliação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) em µg/mL dos extratos da amostra referência e das amostras comerciais sobre Staphylococcus aureus ATCC 25923 e Escherichia coli ATCC 25922. / Table 3. Minimum Inhibitory Concentration (MIC) in µg/mL of the reference and commercial sample extracts against Staphylococcus aureus ATCC 25923 and Escherichia coli ATCC 25922.

Linhagens Staphylococcus aureus

Escherichia coli

500

> 1000

A

500

> 1000

AG

500

> 1000

Amostras* AR

CO

125

125

C

< 62,5

> 1000

JP

125

> 1000

L

250

> 1000

MC

125

> 1000

OD

500

> 1000

PG

250

> 1000

SC

500

> 1000

SF

250

> 1000

VP

250

> 1000

* A - Anil; AG - Anjo da Guarda; CO - Cidade Operária; C - COHAB; JP - João Paulo; L Liberdade; MC - Mercado Central; OD - Olho d'água; PG - Praia Grande; SC - Santa Cruz; SF São Francisco; VP - Vila Palmeira.

O extrato hidroalcoólico da amostra referência expressou sua atividade contra S. aureus e E. coli, produzindo halos de inibição, em média, com 22 e 13 mm, respectivamente, e CIM de 500 µg/mL para S. aureus. De modo geral, estes resultados estão compatíveis com os existentes na literatura para a espécie S. terebinthifolius. O estudo de Lima et al. (2004) demonstrou a ação antimicrobiana do extrato aquoso de aroeira, pelo método de difusão em ágar, frente às cepas de S. aureus, Staphylococcus epidemirdis, Bacillus cereus e Pseudomonas aeruginosa. O extrato hidroalcoólico obtido das cascas de S. terebinthifolius também já foi avaliado para sua atividade antibacteriana, ficando constatada sua atividade 88

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inibitória do crescimento de S. aureus, P. aeruginosa, E. coli e Bacillus subtili (SANTOS, 2007). Com relação às amostras adquiridas nos mercados públicos, três delas apresentaram resultados correspondentes com os da amostra referência, tanto pelo método de diluição em caldo, quanto pelo método de difusão em ágar, no que diz respeito à avaliação dos extratos contra S. aureus, sendo elas A, AG e SC. Outras seis amostras, assim como a amostra referência, foram ativas também contra E. coli, a citar CO, JP, L, PG, SC e SF com médias de halo de inibição que variaram de 12 a 17 mm. Dentre as cinco amostras comerciais consideradas autênticas, as amostras JP, L, MC e SF apresentaram resultados semelhantes aos da amostra referência pelo método de diluição em caldo para a avaliação contra S. aureus e E. coli. Na avaliação da atividade antibacteriana pelo método de difusão em ágar, não houve diferença significativa entre as amostras comerciais consideradas autênticas e a amostra referência, para ambas as bactérias testadas. No entanto, a amostra MC, também considerada autêntica, exibiu atividade apenas contra S. aureus. Assim, pode-se constatar que, mesmo que em diferentes intensidades, as amostras identificadas como autênticas, ainda contemplam a atividade antibacteriana, sendo esta uma das ações farmacológicas mais buscadas pela população que faz uso da aroeira. Diversas classes de compostos químicos têm sido descritas como potenciais agentes antibacterianos, dentre elas estão os flavonoides, alcaloides, saponinas e taninos (DEGÁSPARI et al., 2005; MIRANDA et al., 2013). No caso da aroeira a atividade antibacteriana pode estar associada, principalmente, a presença de taninos, presentes em grande quantidade nessa espécie. 4. Conclusão Diante do exposto, pôde-se concluir que das 12 amostras comerciais, na avaliação da autenticidade, sete apresentaram padrão morfoanatômico diferente do apresentado pela amostra referência e em discordância com os dados da literatura. Quanto à avaliação do teor de umidade, cinco amostras apresentaram valores acima do recomendado em literatura específica. Na avaliação da atividade antibacteriana, a amostra referência e todas as amostras consideradas autênticas exibiram algum grau de atividade, ficando demonstrado que possuem os constituintes químicos responsáveis por tal ação farmacológica. Desse modo, apenas as amostras, JP e SF, enquadraram-se dentro dos parâmetros de qualidade em relação à autenticidade, pureza e eficácia, comprovandose, assim, a má qualidade da espécie vegetal S. terebinthifolius (aroeira) comercializada para fins terapêuticos em mercados públicos da cidade de São LuísMA. Assim, a comprovação da exposição do consumidor ao risco real de emprego de material vegetal potencialmente impróprio para o consumo, aliada as precárias condições higiênico-sanitárias dos mercados públicos e feiras livres, Biota Amazônia

são fatores que constituem problemas de Saúde Pública, evidenciando a necessidade de se implantar legislações a nível municipal, estadual e federal que possam permitir a fiscalização da qualidade de plantas medicinais vendidas em mercados e feiras livres em todo o Brasil. 5. Referências Bibliográficas AMARAL, F. M. M.; COUTINHO, D. F.; RIBEIRO, M. N. S.; OLIVEIRA, M. A. Avaliação da qualidade de drogas vegetais comercializadas em São Luís/Maranhão. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 13, supl. 1, p. 27-30, 2003. AMORIM, M. M. R.; SANTOS, L. C. Tratamento da vaginose bacteriana com gel vaginal de Aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi): Ensaio clínico randomizado. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 25, n. 2, p. 95-102, 2003. AWANG, D. V. C. Tyler's herbs of choice : the therapeutic use of phytomedicinals. 3. ed. Boca Raton, CRC Press, 2009. AZEVEDO, C. F.; QUIRINO, Z. G. M.; BRUNO, R. L. A. Estudo farmacobotânico de partes aéreas vegetativas de aroeiravermelha (Schinus terebinthifolius Raddi, Anacardiaceae). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 17, n. 1, p. 26-35, 2015. BENDAOUD, H.; ROMDHANE, M; SOUCHARD, J. P.; CAZAUX, S.; BOUAJILA, J. Chemical composition and anticancer and antioxidant activities of Schinus molle L. and Schinus terebinthifolius Raddi berries essential oils. Journal of Food Science, v. 75, p. C466C472, 2010. BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília, DF, 1992. BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 26, de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 13 de maio de 2014. BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério da Saúde. Relação Nacional de Medicamentos Essenciais: RENAME 2014. 9 ed., Brasília, 2015. CARVALHO, M. G.; MELO, A. G. N.; ARAGÃO, C. F. S.; RAFFIN, F. N.; MOURA, T. F. A. L. Schinus terebinthifolius Raddi: chemical composition, biological properties and toxicity. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 15, n. 1, p. 158-169, 2013. CHIMIN, A.; LIMA, E. L.; BELTRAME, F. L.; PEREIRA, A. V.; ESMERINO, L. A. Avaliação da qualidade de amostras comerciais de Maytenus ilicifolia (espinheira-santa) comercializadas no estado do Paraná. Latin American Journal of Pharmacy, v. 27, n. 4, p. 591-597, 2008. COSTA, E. M. M. de BRITO; BARBOSA, A. S.; ARRUDA, T. A.; OLIVEIRA, P. T.; DAMETTO, F. R.; CARVALHO, R. A.; MELO, M. D. Estudo in vitro da ação antimicrobiana de extratos de plantas contra Enterococcus faecalis. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 46, n. 3, p. 175-180, 2010. CZELUSNIAK, K. E.; BROCCO, A.; PEREIRA, D. F.; FREITAS, G. B. L. Farmacobotânica, fitoquímica e farmacologia do Guaco: revisão considerando Mikania glomerata Sprengel e Mikania laevigata Schulyz Bip. ex Baker. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 14, n. 2, p. 400-409, 2012. DEGÁSPARI, C. H.; WASZCZYNSKYJ, N.; PRADO, M. R. M. Atividade antimicrobiana de Schinus terebenthifolius Raddi. Ciência e Agrotecnologia, v. 29, n. 3, p. 617-622, 2005. DUARTE, M. R; MENARIM, D. O. Morfodiagnose da anatomia foliar e caulinar de Camellia sinensis (L.) Kuntze, Theaceae. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 16, n. 4, p. 545-551, 2006. DUARTE, M. R.; TOLEDO, M. G.; OLIVEIRA, R. B. Diagnose morfoanatômica de Aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi, Anacardiaceae). Visão Acadêmica, v. 7, n. 2, p. 05-13, 2006. EVANS, W. C. Trease and Evans' Pharmacognosy. 16. ed. Londres: WB Saunders Company, 2009. FARMACOPEIA Brasileira. 5. ed. Volume I. Brasília: ANVISA, 2010. 89

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