Controlo PID da temperatura num permutador simples de tubos concêntricos

June 2, 2017 | Autor: Dorin Miscenco | Categoria: Process Control, Matlab, PID controller design
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Controlo PID da temperatura num permutador simples de tubos concêntricos Ângelo Dinis S. Nunes, Dorin Miscenco

Supervisão de Processos 2013 Resumo Este documento constitui o modelo de formatação e organização do artigo científico a elaborar no âmbito do trabalho sobre o projecto e análise de um processo em ciclo fechado sob controlo PID. São apresentados os objectivos do trabalho, bem como os critérios de avaliação.

1 - Introdução Controlar um qualquer sistema físico envolve projectar o seu controlador, de modo a obter o tipo de resposta desejado ao operador. Em primeira instância, deve definir-se qual dos tipos de controladores vai ser utilizado, sendo para tal usados critérios de desempenho. Idealmente um controlador devia cumprir os seguintes critérios: Ser estável em anel fechado, quaisquer disturbios minimizados, resposta rápida e suave a mudanças de “setpoint”, ausência de “offset”, evitar controlo excessivo e ser robusto, ou seja, insensível a mudanças nas condições do processo e a imprecisões do modelo. Como satisfazer todas estas condições em simultâneo é impossível, pois alguns critérios, em certas situações são mutualmente exclusívos, recorre-se a um tipo de critérios, baseados no erro do controlador, chamados critérios do integral no tempo. Este tipo de critérios assume 3 formas: Integral do erro ao quadrado (“Integral of the Square Error”, ISE) onde, 𝐼𝑆𝐸 = ∞ ∫0 𝜖 2 (𝑡) 𝑑𝑡 [1], Integral do valor absoluto do erro (“Integral of the Absolute value of the Error”, IAE) ∞ onde, 𝐼𝐴𝐸 = ∫0 |𝜖(𝑡)| 𝑑𝑡 [2] e Integral do tempo vezes o erro absoluto (“Integral of the Time-weighted ∞

Absolute Error”, ITAE) onde, 𝐼𝑇𝐴𝐸 = ∫0 𝑡|𝜖(𝑡)| 𝑑𝑡 [3]. De modo a determinar qual o melhor controlador, é necessário minimizar o valor do critério escolhido. Este critério é escolhido com base no tipo de resposta que se pretende, sendo que o ISE é melhor que o IAE para suprimir valores elevados da função erro, pois esta está ao quadrado e como tal, contribui mais para o valor do integral, o IAE é melhor que o ISE para suprimir pequenos erros pois a ausência do quadrado para números menores que 1 faz com que o valor do integral seja maior e o ITAE é melhor para suprimir erros que persistem com o tempo, pois inclui a variável tempo dentro do integral. Testando a resposta para os vários tipos de controlador, escolhe-se o controlador cuja resposta melhor cumpre os requisitos de controlo. De seguida, enumeram-se as características gerais de cada tipo de controlo:  Acção Proporcional: Acelera a resposta de um processo com controlo e cria um “offset”, ou seja, um desvio em relação ao valor pretendido, ou “setpoint”, excepto para processos cuja função de transferência envolve o termo 1/s (ex.: nível do líquido num tanque, ou a pressão de um gás num contentor).  Acção Integral: Elimina por completo o offset, à custa de um maior desvio máximo da resposta em relação ao “setpoint”. Resulta num tipo de resposta lento e oscilatório. No caso de controlo Proporcional-Integral, o aumento de Kc para aumentar a rapidez da resposta pode causar instabilidade do sistema.  Acção Derivativa: Prevê os erros, reagindo antecipadamente, diminui o tempo de resposta e confere maior estabilidade a um sistema em anel fechado. Deve-se sempre tentar recorrer, se possível, a um controlador proporcional devido à sua simplicidade, no entanto, poucos são os casos em que tal é possível, e como tal, nestes casos recorre-se a controladores PI, que eliminam o “offset”, embora aumentem o tempo de resposta (os tempos de resposta destes controladores são aceitáveis para casos como o controlo de caudal, onde são muito utilizados). Para sistemas com respostas muito lentas (ex.: controlo de temperatura ou composição), torna-se necessário recorrer a controladores PID, pois usando controladores PI iria aumentar ainda mais o tempo de resposta. A lei de controlo tipicamente usada para um controlador PID (forma paralela) é: 𝑝(𝑡) = 𝑝̅ + 1 𝑡 𝑑𝑒(𝑡) 𝐾𝑐 [𝑒(𝑡) + 𝜏 ∫0 𝑒(𝑡 ∗ ) 𝑑𝑡 ∗ + 𝜏𝐷 𝑑𝑡 ] [4] , no entanto, para contabilizar a influências dos fenómenos de 𝐼

“kick” proporcional e derivativo, o forma da lei de controlo é alterada, sendo introduzidos dois parâmetros, β e γ, que reflectem o peso que estes fenómenos têm no erro e na variável manipulada. A lei de controlo

resultante é 𝑝(𝑡) = 𝑝̅ + 𝐾𝑐 [𝑒𝑃 (𝑡) +

1 𝑡 ∫ 𝑒(𝑡 ∗ ) 𝑑𝑡 ∗ 𝜏𝐼 0

+ 𝜏𝐷

𝑑𝑒𝐷 (𝑡) ] 𝑑𝑡

[5] , com 𝑒𝑃 (𝑡) = 𝛽𝑦𝑠𝑡 (𝑡) − 𝑦𝑚 (𝑡) [6] ,

𝑒(𝑡) = 𝑦𝑠𝑡 (𝑡) − 𝑦𝑚 (𝑡) [7] e 𝑒𝐷 (𝑡) = 𝛾𝑦𝑠𝑡 (𝑡) − 𝑦𝑚 (𝑡) [8]. Caso β e γ sejam iguais a zero, não existe fenómenos de “kick” proporcional ou derivativo, respectivamente.

Figura 1: Diferentes tipos de resposta conforme o tipo de controlador usado. (G., 1984)

Figura 2: Comparação entre os critérios ISE, IAE e ITAE (G., 1984)

2 – Identificação do modelo Este artigo pretende analisar o comportamento dinâmico em ciclo fechado de um permudator simples de tubos concêntricos. O controlador a projectar irá controlar a temperatura do fluido frio à saída do permutador por intermédio da manipulação da válvula de controlo do caudal do fluido de quente. O processo dá-se em contra-corrente. O sistema em estudo tem as seguintes condições de operação e parâmetros:  Tin0 = 85.0 ºC  Dex = 0.026 m  Tex0 = 20.0 ºC  L = 3.0 m  Tar = 22.0 ºC  Uin = 800.0 W/(m2.K)  Fin = 8.333*10-6 m3/s  Uex = 90.0 W/(m2.K) -6 3  Fex = 8.333*10 m /s  ρ = 1000 kg/m3  Din = 0.015 m  Cp = 4184.0 J /(kg.K) De modo a identificar o modelo usado, é efectuado um teste, onde se corre o “script” de MATLAB® fornecido, doublepipeMain.m, em anel aberto, com uma perturbação em degrau aos 10 minutos, correspondente a um aumento de 15% do caudal de fluído quente. Usando o método de Sundaresan e Krishnaswamy (1978), é possível determinar os parâmetros do modelo, tendo a curva de resposta a uma pertubação em degrau. Retirando os valores de tempo, t1 e t2, que correspondem a 35.3% e 85.3% da resposta, respectivamente, é possível calcular θ e τ, segundo as relações 𝜃 = 1.3𝑡1 − 0.29𝑡2 [9] e 𝜏 = 0.67(𝑡2 − 𝑡1 ) [10]. Estes valores minimizam a diferença entre a resposta medida e a resposta prevista pelo modelo. No projecto do controlador de temperatura é aplicada a metodologia IMC utilizando as fórmulas apresentadas na Tabela 12.1 (caso H) em Seborg et al. (2004). Na pág. 307 desta referência são apresentadas fórmulas para definir a constante de tempo de projecto para determinar o ganho proporcional. O modelo do processo de primeira ordem com atraso deve ser identificado através de um teste tal como vem descrito nas pág. 166 a 167 em Seborg et al. (2004). O método de cálculo dos parâmetros do modelo é o de Sundaresan e Krishnaswamy apresentado na pág. 167. Uma vez efectuada a identificação do modelo do Figura 3: Resposta da temperatura a uma perturbação processo e projectado o controlador PID, será degrau estudado o efeito do modo P, do modo I na presença de modo P, e do modo D na presença dos modos P e I, no desempenho da resposta em ciclo fechado. Cerca de 16% da classificação do trabalho está reservada para outros aspectos relevantes, para além destes, sobre a

implementação e o desempenho de um sistema em ciclo fechado que o grupo de trabalho achar pertinente analisar com base no que ouviu e estudou nas aulas, e/ou investigou na literatura disponível na biblioteca. Uma descrição sumária dos elementos de avaliação do artigo é apresentada na Secção 3.

3 – Análise do comportamento dinâmico do sistema em ciclo fechado. De modo a analisarmos o comportamento dinâmico, estudamos o resposta do sistema a varias alterações de modo a concluir qual e o tipo e os parâmetros de controlo óptimo. Para analisar a performance de cada um dos tipos de controlador, nos gráficos a seguir estão representados o comportamento das variáveis do processo (temperatura do fluido frio a saída do permutador) e manipulável (caudal do fluido quente a entrada) para cada um dos controles (P, PI e PID).

Figura 4: Resposta a uma mudança (+1.5ºC) de set point, da temperatura do fluido frio a saída para P, PI e PID.

Figura 5: Resposta do caudal do fluido quente a mudança do set point para P, PI e PID.

Ao analisar a figura 4 e 5 observa-se que para o caso do controlador P o sinal obtido é consistente com o previsto na introdução, observa-se uma resposta na PV e MV, relativamente, mais rápida, também nota-se a existência do off-set (60.89 ºC – 60.28 ºC = 0.61ºC), quando se atinge o novo estado estacionário, o que é indesejável e vai perturbar o comportamento estacionário do sistema. Ao adicionarmos o módulo I no controlador P elimina-se o efeito do off-set do módulo P sendo que o sinal de saída corresponde agora ao sinal desejado (SP), no entanto, observa-se a um maior tempo de estabilização já que as oscilações tem uma maior amplitude o que pode ser prejudicial para muitos sistemas. Do gráfico 5 observa-se que o caudal de fluido quente vária mais lentamente mas com maior amplitude até atingir um novo regime estacionário o que é um comportamento esperado de um controlo PI, observa-se ainda a contribuição do módulo integral representado pelo elevado em overshoot. Este efeito é eliminado pelo módulo diferencial. No caso do uso do módulo D em conjunto com PI observase que o sinal vai ter mínimas oscilações chegando rapidamente á um novo estado estacionário isto é tem um tempo de estabilização mais baixo. No entanto ao contrario que seria de esperar o tempo de resposta do controlador PID é ligeiramente maior de que o controlador PI. Para um PID normal pode acontecer o fenómeno D-kick que é representado na figura 6. Isto acontece quando há uma perturbação no set point ou outras variáveis de entrada de maneira que o termo diferencial fica momentaneamente muito grande. Este fenómeno é Figura 6: Representação do efeito de D-kick no caudal de fluido quente. prejudicial para um sistema físico já que origina muitas intervenções do controlador no elemento final de controlo que consequentemente vai aumentar o desgaste dos componentes do sistema (neste caso a válvula). Sendo assim optou-se por omitir, nos gráficos construídos o efeito do fenómeno de D-kick presente no controlador

PID, isto permite ter uma imagem mais clara sobre o efeito de cada módulo. Para esse efeito será necessário mudar o valor do parâmetro gamma para 0 no script disponibilizado.

4 - Conclusões Nesta secção são apresentadas as principais conclusões. São de evitar frases do tipo “este trabalho foi muito útil para compreendermos como funciona o mecanismo de feedback negativo.” Bibliografia Åström, K. J., & Hägglund, T. (2001). The future of PID control. Control Engineering Practice, 9(11), 1163-1175. Baker, D. S., & Henrichsen, L. (2002, 17 Outubro). Apa reference style - lightening up your citations [página WWW]. URL http://linguistics.byu.edu/faculty/henrichsenl/apa/apa01.html Seborg, D. E., Edgar, T. F., & Mellichamp, D. A. (2004). Process Dynamics and Control. New York, N.Y.: John Wiley & Sons.

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