COUSEIRO ou Memórias do Bispado de Leiria

September 13, 2017 | Autor: R. Charters-d'Aze... | Categoria: History, Church History, Historia, História, Diocesis history - Leiria-Fátima, Igreja Católica, Leiria, Igreja Católica, Leiria
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Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria

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Título: Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria 4.ª edição ou transcrição da 2.ª edição, de 1898. Autor: Anónimo Concepção e arranjo da capa: Gonçalo Fernandes, a partir de gravura inédita em Portugal, publicada no Ballou’s Pictorial Drawing-Rool Companion, Boston, ed. Maturin M. Ballou, 1855, com o título «The City of Leirea, Portugal». Edição apoiada por Ricardo Charters d’Azevedo Colecção: TEMPOS & VIDAS - 16 ©Textiverso, Lda. Rua António Augusto da Costa, 4 Leiria Gare 2415-398 LEIRIA E-mail: [email protected] Site: www.textiverso.com Revisão e coordenação editorial: Textiverso Montagem e concepção gráfica: Textiverso Impressão: Tipografia 1.ª edição: Novembro 2011 Edição 1057/11 Depósito Legal: ISBN: 978-989-8044-53-2 Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor.

Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria

Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria

Transcrição da 2.ª edição, de 1898

LEIRIA 2011

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Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria

Introdução Apresenta-se uma 4.ª edição do Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria que resulta de um trabalho da editora Textiverso, que decidi apoiar. Devo começar por salientar o enorme trabalho de digitalização, reconhecimento dos caracteres e organização do texto e das notas, que foi obrigado a realizar, só possível devido ao labor e competência do Eng. Carlos Fernandes, da Textiverso. Seguindo o que o “antigo Editor” fez com as primeiras duas edições, também com a presente edição se abriu um período de subscrição, ou pré encomenda, de modo a a viabilizá-la. Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria é o livro mais notável da bibliografia de Leiria. Dele conhecemos três edições. Uma datada de 1868, da responsabilidade do P.e Inácio José de Matos, eclesiástico do Bispado de Leiria; uma segunda da responsabilidade do mesmo eclesiástico, de 1898, mas cujo título foi ligeiramente alterado para O Couzeiro ou Memórias do Bispado de Leiria, mais completa, pois foram incluídos diversos suplementos que atingem mais de uma centena de páginas; e uma terceira edição que é a reimpressão da primeira, da responsabilidade do P.e António Francisco Pereira e publicada, primeiro, em fascículos no jornal “O Mensageiro”, de 25 de Maio de 1978 a 25 de Setembro de 1980, e, depois, em livro encadernado, sem data. Estas edições, contudo, não são mais do que a transcrição de cópias de um manuscrito já desaparecido, mas que têm diferenças importantes, como escreve o P.e Inácio José de Matos no prefácio à segunda edição. No Arquivo Distrital de Leiria existe um manuscrito com o nome de Coiseiro ou Registo do Bispado de Leiria, e no qual figura a indicação de que se trata de uma cópia, datada de 1857, de uma outra cópia que tinha mandado fazer o P.e Manuel Rodrigues de Faria. Existe ainda um outro exemplar, muito deteriorado e profundamente truncado, na Biblioteca Afonso Lopes Vieira, em Leiria. Deve ser a este exemplar que o P.e Inácio José de Matos se refere na “Prefação” à 2.ª edição. Existem, pelo menos, mais duas cópias manuscritas, uma no Seminário de Leiria e uma outra na Biblioteca da Câmara Municipal da Marinha Grande. Esta última deve ter pertencido ao poeta Afonso Lopes Vieira, e está autografada pelo Engenheiro silvicultor, natural das Cortes (Leiria), José Lopes Vieira (1862 – 1907).

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Apresentamos nesta 4.ª edição do Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria a transcri ção da 2.ª edição, incluindo os seus anexos e gravuras, dos finais do século XIX, pois é a mais completa, mas reorganizando a apresentação das notas de rodapé, para uma mais fácil leitura do texto. No entanto, chamamos mais uma vez a atenção para o facto de que se apresenta um texto que foi baseado em manuscritos, copiados várias vezes de outros manuscritos que, ainda por cima, estariam em muito mau estado, truncados e talvez pouco legíveis. Recentemente apresentei (1) uma teoria sobre quem escreveu o manuscrito primitivo e uma proposta de datação, que até hoje não tiveram contestação. A teoria, que desenvolvi, conclui que quem escreveu a sua primeira parte foi o Dr. António Couseiro, provedor da Comarca de Leiria entre 1628 e 1637, e que a segunda parte poderá ter sido escrita, após a Restauração, pelo Dr. Simão Rosa Guerra, deão da Sé de Leiria, no período de 1645 a 1662, data em que faleceu. Um outro ponto controverso é do nome que tem sido atribuído a este documento, pois encontramos, Couseiro (na 1.ª e na 3.ª edições), Coiseiro (no manuscrito existente no Arquivo Distrital de Leiria), e Couzeiro (na 2.ª edição). Na minha publicação acima referida, apresentamos igualmente uma teoria sobre a existência destes diferentes nomes. Adoptamos, para esta 4.ª edição, a grafia Couseiro, pois é o que foi adoptado nas 1.ª e 3.ª edições, e julgamos que corresponde ao nome de quem elaborou o primeiro manuscrito. Entre a 1.ª edição, de 1868, e a 2.ª edição, de 1898, encontramos diferenças importantes, pois foram usados manuscritos diferentes, e um erro produzido por um copista foi sendo repetido nas outras cópias manuscritas. Caberá ao leitor interessado pela história de Leiria encontrar as diferenças, bem como os erros que elas apresentam. Por exemplo, a publicação da minha autoria, acima referida, indica, no Anexo II, vários erros de datas. Por último gostaria de responder à questão que naturalmente o leitor fará: por que não apresentar já uma edição que mostrasse lado a lado os textos das duas edições, que fosse crítica e que, além disso, corrigisse os erros. Gostaria, efectivamente, de ter podido promover essa edição, mas tal trabalho deverá caber a equipas de investigação universitárias, e até agora não o vi realizado. Pode ser que ainda tenhamos a felicidade de ter tal trabalho em 2018, aquando das comemorações do 1.º centenário da restauração do Bispado em Leiria que, como se sabe, se deu em 17-01-1918, por Bento XV, com a Bula Quo vehementius. Até lá, possam os investigadores ou simples curiosos fruir desta que agora temos o gosto de proporcionar aos Leirienses. Leiria, 1 de Setembro de 2011 Ricardo Charters d’Azevedo

(1) CHARTERS D’AZEVEDO, Ricardo - Quem escreveu O Couseiro?. Leiria: Textiverso, 2010.

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Normas de transcrição - Com excepção das da Introdução e da Prefação, as notas de pé de página, por vezes extremamente longas, passam para o fim dos respectivos capítulos, a saber: 1.ª parte [Do Bispado Velho], notas 1 a 110; 2.ª parte, Do Bispado Novo, notas 1 a 27; Apêndice, notas 1 a 19; e Opúsculos, notas 1 a 19. As notas dentro das notas observam a numeração sequencial, inserindo-se logo a seguir às que lhes dão origem. - Adoptámos, para esta transcrição do texto de 1898, a ortografia corrente na actualidade, antes da aplicação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, por entendermos que é nesta grafia que mais se revêem os potenciais leitores desta obra. - Para o título decidimos, como se indica na Introdução, adoptar o critério de retirar o artigo definido “O” e grafar “Couzeiro” com “s”, alterando, pois, de “O Couzeiro ou Memórias do Bispado de Leiria” para “Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria”. - Corrigimos as gralhas ou erros indicados nas corrigendas ou outros que detectámos. - Procedemos à abreviatura de Dom em D. - Com frequência eliminámos, como pontuação, os dois pontos (:), substituindo-os por ponto e vírgula (;) ou ponto final (.); e eliminámos também algumas vírgulas, sobretudo em enunciações e antecedendo conjunções copulativas. - Actualizámos a grafia de alguns topónimos ou indicámos, entre parêntesis rectos, a grafia actual. - Para os nomes de Santos e sua extensão a topónimos, adoptámos como regra, e tanto quanto nos foi possível a distinção, o critério de grafar por extenso quando se tratava de topónimos e/ou locais (ex: Freguesia de São Mamede ou ir a São Mamede ou a sentença está no Cartório de São Pedro) e de usar abreviatura quanto se trata do Santo propriamente dito (ex: imagem de S. Brás ou altar de S. Tiago ou a sentença está no Cartório da igreja de S. Pedro). - Quando o autor refere importâncias em dinheiro, acrescentámos a designação da moeda (réis) onde ela não é indicada e poderia ser dúbia. - Substituímos “&c.” por “etc.”. O Editor, 2011

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PREFAÇÃO Eis de novo o COUSEIRO ou a reimpressão dum inédito em cuja capa de pergaminho se acha escrita com caracteres muito grandes a palavra COUSEIRO. Não se sabe o nome do seu autor: mas colhe-se do capítulo 5.° que existiu em 1605, por quanto aí diz: Em meu tempo, no ano de 1605, etc. O que conta no 131, acontecido dois anos antes, é de quem assistiu: pelo que já então devia ser adulto. (Não nos escapou o capítulo 40, mas lembrámo-nos de que o seu conteúdo fosse copiado ou extraído de algum documento.) Era uma notabilidade eclesiástica (pois não podia deixar de ser clérigo). Tanto que a sua obra apareceu impressa, ouvimos a pessoa muito competente (o padre Louro) qualificá-la de bem escrita, e ela mesma revela no seu autor um homem sábio. As suas puras e arreigadas crenças religiosas e piedade recendem por toda ela. A sua boa moral e esclarecida inteligência são atestadas pelo subido crédito de que chegou a gozar perante os seus prelados, o que confirma ainda a sua religião. Com efeito, em vista do que ele no final do capítulo 144 diz saber da grande caridade de D. Dinis de Melo e Castro, e do conhecimento que mostra dos documentos pertencentes à Mitra, é certo que, se não foi seu secretário, foi seu confidente, e, pelo 148, que foi escolhido para árbitro entre ele e o seu sucessor, D. Pedro Barbosa d’Eça, numa contenda entre ambos, por causa de contas. Parece foi ele só a desempenhar esta gravíssima função. Sendo assim, temos nele o primeiro eclesiástico de Leiria nesse tempo; mas se não foi, só quem o acompanhou nela, lhe era par em merecimento. Vinha, pois, a ser uma notabilidade eclesiástica e, em vista das suas eminentes qualidades, um ornamento do Bispado, por não dizermos da Igreja. Segundo o capítulo 23, não escreveu definitivamente antes do fim do ano de 1656, e segundo o 10, parte 2.a, sobreviveu ao seguinte de 1657. Para isso auxiliou-se também de uma Lembrança que cita no capítulo 17. O mais antigo possuidor que sabemos do seu livro era um cónego de Leiria, meio prebendado, daí natural, chamado José Coutinho da Silva, falecido pela Invasão, ou em 1810. (1) A primeira cópia que se tirou dele, mandou-a tirar outro cónego daí, Alexandre José de Oliveira, doutor, natural da Marinha Grande e falecido, nos dizem, em 1840. Foi esta cópia que salvou o Couseiro, porquanto, tirando-se ao depois outras, (1) Numa lista dos cónegos deste ano (e que vimos), o seu nome ainda se encontra, e noutra, do mesmo ano, já falta. O seu óbito, procurado também depois deste ano até ao de 1825, não apareceu.

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e vimos quatro, ele já não estava inteiro, faltando-lhe, pelo que veremos, nada menos do que 39 capítulos, ainda que de alguns só parte. Assim mesmo, já neste estado, proh dolor! se tiraram essas cópias, mas sem dúvida só duas do original. Por certo não sabiam da outra os interessados. Talvez esta antecedesse a Invasão, tendo o livro sofrido então o desastre das mutilações. Uma dessas duas (pertencente ao deão da sé e mais tarde Bispo de Angra, a quem tinha sido dada de presente por uma freira, que a herdara dum seu tio, padre) parece-nos tinha a data de 1818. Havia diferença entre elas. Esta era só dos capítulos inteiros e numerados seguidamente. Vemos no original uma numeração a lápis sobre estes capítulos, e devia ser feita pelo autor dela antes de a começar, designando deste modo os que aproveitaria. Forma de toda a obra 161, pelo que não faz caso da sua divisão em duas partes. Ao último da primeira, que no original é 149, assina ele 121, na qual omite por isso 28 capítulos, e ao último da segunda, que é o último da obra, assina, como dissemos, 161, omitindo nesta parte 11, que com esses 28, perfazem 39, e são os que, por estes dados, as sobreditas cópias deviam ter de menos, e que realmente já não existem no original, pelo menos inteiros. Idênticas a estas eram duas das sobreditas cópias, filhas por certo dela, como anunciámos. (Destas era a do Vitorino Araújo, de quem falaremos ainda.) A outra (que agora procurámos e se nos respondeu que a levara também o mesmo Bispo, a quem também tinha sido dada pela mesma freira, que sabemos tinha duas, para Angra), constava também das partes ou restos dos capítulos legíveis dos que estavam mutilados, com intervalos de folhas em branco, maiores ou menores, correspondentes às lacunas que havia no livro. Era, pois, mais extensa e sem dúvida conservava essa divisão. A tal primeira de todas é que nos foi confiada, por um sobrinho do dito cónego Oliveira, homem também de letras, e nos disse então quem era o dono de inédito mandado copiar por seu tio (só declarou que era dum cónego Coutinho, de Leiria; porém novas informações é que nos trouxeram à conclusão de ser esse que nomeamos), mas sem acrescentar que fosse original, provavelmente por o não saber, e isto por ele lho não ter dito, nem pela sua pouca idade fazer então caso de o averiguar. Acrescentou, porém, que a cópia custara-lhe 14$000 e tanto (vendo-nos admirado) porque o dono não entregava o livro senão a pessoa determinada (e nós mais tarde, mais de 60 anos, apresentámo-lo aos assinantes impresso, e muito acrescentado, por 500 réis); em tão grande estimação o tinha! (Essa quantia hoje valia o dobro.) Desta cópia mandou o padre Manuel Rodrigues de Faria tirar outra, que nos parece tinha a data de 1856, e que vimos em 1862, a primeira vez que pusemos os

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olhos em semelhante escrito, reconhecendo, porém, ser um de que tínhamos ouvido falar anos antes. São, pois, estas cópias as únicas que chegou a haver inteiras. Por causa da sua antiguidade (de mais de 200 anos) era para nós impossível que a própria obra saída das mãos do seu autor ainda existisse, e por isso nenhuma diligência fizemos por ela; espalhados, porém, os prospectos, pois mediante assinaturas veio a ser impressa (como inculcámos), mas pagas depois (tendo nós assim carregado com o custeamento da empresa toda que montou a 121$045 [réis], sem que dela nos viesse um só real de lucro, pois prometemos logo nela não tirar mais do que o puro desembolso, mesmo que houvesse saldo, e o cumprimos, apesar de ficarmos tão mortificado de trabalhos – sendo um para averiguar a era das novas paróquias, ao que logo nos propusemos fazer – e ralado de desgostos que nem por 100$000 [réis] nos sujeitaríamos mais a semelhante encargo!); espalhados, porém, dizemos, os prospectos, foi então que apareceu o original, ou essa obra, oferecido para maior correcção da nova. Estava na mão do vigário da Batalha, António Pereira das Neves, falecido há uns 19 anos, e tinha sido de outro cónego de Leiria, doutor e chantre da sé, natural da mesma freguesia da Batalha, e antes, parece-nos, do Bispo, D. João Inácio da Fonseca Manso. Ainda veio a tempo de nos utilizarmos dele. Como dissemos, já não estava inteiro. Via-se que se tinha partido a meio; depois, tinham cosido as duas partes, mas já com algumas folhas de menos. Ainda tinha dois desfalques, um antes e outro depois, mas muito menores. Mais tinha um longo orifício aberto no canto direito da capa posterior, e recuando obliquamente até ao capítulo 109, mas cada vez mais estreito, devendo ser aberto por animal roedor, representava ter sido profundado por bicho que ali se alojara, por ter em volta uma espécie de pez, humor do mesmo insecto. Era posterior à extracção das cópias. Está hoje mais arruinado, e possuímo-lo, por efeito de compra aos herdeiros do mesmo vigário da Batalha. Da outra vez, como logo advertimos, alterámos-lhe a ortografia. Arrependemo-nos disso; e por essa razão agora a restabelecemos, sujeitando-nos assim às despesas duma nova cópia. O autor, como vemos no original, escreveu a sua obra com maior perfeição do que a cópia apresenta: subdividiu os capítulos em muitos §§, e o copista desprezou-os quase todos, fazendo uma escrituração continua. Leva as mesmas notas, e outras de novo, seguidas de S. E. (Segunda Edição). Quanto vai de novo foi escrito dentro do ano 1888 e os dois seguintes, o que pode produzir alguma contradição, por defeito da nossa memória. Conforme a índole do nosso livro, tão grande é a matéria que havia a acrescentar-lhe agora, que ela, por si só, formaria outro como ele, ou talvez maior,

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o que declaramos a fim de se não imputar o nosso silêncio sobre ele à falta da mesma, ou à sua não existência. Aprovação da sua impressão, boa aceitação e contas dela Um senhor verdadeiramente benemérito da impressão do Couseiro que por Deus ainda hoje é vivo, é o sr. Domingos do Carmo e Rego Alves Alcaforado, das Colmeias, que tomou a seu cargo uma nova cópia, sem a qual, que foi enviada ao impressor, a obra se não podia imprimir, pois essa emprestada andou sempre no possível recato e segurança. Pelo seu trabalho alguma coisa se lhe deu, mas insignificante, e tanto assim que há uns 7 anos alguma coisa mais recebeu, mas inteiramente à nossa custa. O autor desse livro Um Bispo Segundo Deus, e que em algumas partes contradissemos, o que ele, supomos, nunca chegou a saber, era o insigne professor de Latim do Liceu de Leiria, Vitorino da Silva Araújo, natural da mesma cidade, e, conforme se lê na sua campa, nasceu a 8 de Dezembro de 1817, e nela morreu, depois de uns 10 anos de jubilado, a 6 de Agosto de 1891. Era ilustre pelo seu grande saber, bom porte civil, moral e religioso. Apesar de possuir uma cópia do Couseiro (escrita por ele mesmo, mas das truncadas, já se sabe), estimou a sua publicação, e tanto que nela muito nos ajudou (quanto a aditamentos). É dele a tradução dessa carta que se lê no capítulo primeiro e concorreu ainda principalmente para o seu apêndice, dando esclarecimentos, e, quanto nele escrevemos a respeito de D. Manuel de Aguiar, ele no-lo ditou, tendo a sua obra já escrita. O doutor António Xavier Rodrigues Cordeiro, das Cortes, falecido em 1896, também conhecia já o mesmo escrito (dizemo-lo porque o sabemos) e, apesar disso, apenas soube, pelo jornal da cidade, que ia ser publicado, ofereceu logo a sua assinatura e, retirando-se para Lisboa, onde residia, encarregou esse Vitorino de cuidar cá dela, recebendo e pagando o seu exemplar logo que aparecesse impresso, e remetendo-lho para lá. O próprio dono da cópia, ao entregar-no-la, logo requereu ser tido como assinante; não tivemos, porém, o gosto de lhe apresentar um exemplar gratuito, porque morreu entretanto; e houve vários indivíduos que assinaram em duplicado, só pelas fascinantes notícias dos prospectos. (Pelo menos, a de que o manuscrito que se prometia impresso, e que era verdadeira, já tinha mais de 200 anos, era pomo também capaz de perder Eva, ou de fazer palpitar o coração de alvoroço, de também excitar a curiosidade até à ansiedade!) O antigo deão da sé de Leiria, esse Bispo Eleito de Macau, agora em Sernache do Bom Jardim, como superior do colégio daí, falecido em Angra em 1889 onde

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era Bispo, vindo a Leiria no tempo da sua impressão, logo ofereceu a sua assinatura, e esse Louro, falecido em 1893, e ultimamente professor de Latim no sobredito Liceu, sendo sucessor do mesmo Vitorino, e que também o conhecia, pelo que nele escrevo, se vê quanto estimou a sua publicação. Porém, em vontade de ele ser impresso, ninguém excedeu o governador então do Bispado, doutor António Ferreira Miranda e Oliveira, chantre da mesma sé, falecido em 1893, que nos convidou à empresa, sobre que já labutávamos havia anos, e muito nos auxiliou, quer com a pena, principalmente no Apêndice, que se pode dizer só dele, quer com a sua autoridade, convidando oficialmente o clero a assinar. De maneira que quem melhor conhecia o Couseiro foi quem mais aprovou a sua impressão. Em prova da sua boa aceitação, apenas apresentaremos a seguinte carta do muito ilustrado prior de Ourém, José Joaquim Pereira da Silva, falecido em 1895. «Il.mo Sr. – Recebi e distribui os 26 Couseiros que V. S.a teve a bondade de me enviar, e pelo portador desta remeto 13$000 [réis], importância dos mesmos. «Para um tal fim, entendo eu que todo o Eclesiástico devia concorrer, e por isso nada tem V. S. a a agradecer-me, podendo ficar na certeza de que, independente da recomendação do Ex. mo Governador do Bispado, eu faria o mesmo pequeno serviço por atenção a V. S.a de quem sou com consideração at.o ven.or, etc. – O Prior – José Joaquim Pereira da Silva – Ourém, 23 de Janeiro de 1869.»

Contudo, não deixou de haver desassisado que deu por mal empregados os 500 réis que dera pela sua assinatura. Vai ainda este incidente. No tempo da sua gestação, recebemos a seguinte carta. « Il.mo R.mo Am.o e Sr. – Consta-me que o Vigário da Batalha tem um Coizeiro, que desseja confrontar com o que V.a S.a pretende mandar imprimir ; parece que o mesmo Vigário tem desejos de concorrer para que o Coizeiro, que se pretende imprimir, saia perfeito e augmentado, para o que ele oferece alguns apontamentos: em vista d’isto, já que o meo Amigo tomou uma obra, que lhe não deixa de ser bastante trabalhosa, sobre os seus hombros, julgo que o milhor é colher tudo o que possa completar e augmentar o dito Coizeiro, de modo que possa ficar o mais perfeito possivel, e assim satisfazer á curiosidade dos leitores; porque obras d’esta naturesa talvez se não tornem a emprehender no nosso Bispado: também por aqui se fala no Victorino, como pessoa muito competente para coadjuvar a V.a S.a na sua empreza. «Isto da minha parte não é senão um bom desejo de que o nosso Bispado possua um bom livro, onde de futuro possamos ver e saber das suas antiguidades;

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e se por ventura quizer aproveitar-se dos serviços do Vigário da Batalha, que me parece homem curioso, e que pelo seu génio investigador pode cooperar para a publicação do Coizeiro; póde dirigir-se-lhe por carta, ou pessoalmente, e então poderá receber dele a certeza do que eu agora só por informação lhe posso dizer. «Disponha de quem tem a honra de assinar-se – De V.a S.a Amg.o creado e muito obrigado — José Marques – Leiria 9 de dezembro de 1867.»

A nossa resposta foi que não tornaria a haver outro tolo que, como nós, nos achávamos metido em despesas e trabalhos insanos por causa do mesmo livro, e não podíamos perder nem um só momento, por que a vida nos podia faltar, e com ela se iria a impressão dele. As contas apresentámo-las a esse sr. Miranda, que nos passou uma declaração (ainda a conservamos) de estarem exactas (e confessa os nossos grandes trabalhos e sacrifícios) e em que reconhece que para o nosso completo reembolso ainda faltavam 4$435 réis. Tem a data de 4 de Agosto de 1870. A obra esteve à venda em Lisboa e Porto por 650 réis, pois os 500 foram só para os assinantes. Teve pouca extracção, e a que teve seria por causa do nome de Fr. Francisco de S. Luís, que ia nos anúncios dos jornais. Em certa época fizemos voltar o quer que havia nessas cidades para cá, para a mão desse padre Marques, beneficiado, que nos foi em todo o tempo um bom cireneu, e talvez o nome mais simpático e venerado nesse tempo de todo o Bispado. Faleceu em 1895. Por ocasião da supressão do Bispado, a obra teve alguma procura. Essa quantia cobrámo-la a pouco e pouco, já se sabe; depois do que avisámos esse bom Marques de que mais nada nos remetesse, mas o quer que fosse adquirindo o entregasse a esse sr. Miranda, para lhe dar o destino que quisesse. Não o quis fazer sem primeiro nos consultar. Comparecemos na sua presença; e tendo na sua mão já 3$750 [réis], no-los ofereceu para a capela da nossa povoação, e, não os querendo nós aceitar, propôs-nos então enviá-los para a Igreja de S. Pedro em Porto de Mós (tudo finezas!), o que sinceramente aprovámos, visto, acrescentámos, ser esta vila composta de muitas assinaturas, assim dela como de fora, e dentro de dias nos veio ter à mão um recibo deles, ou de 3$750 [réis], com data de 13 de Maio de 1880, assinado pelo sacristão, Inocêncio Pedro da Silva, e que ainda conservamos. Mais tarde o pároco confessou-nos esta tão pequena oferta. Nele, confessamos que também encontrámos outro cireneu, pelo que lhe rendemos os nossos agradecimentos, pois, por Deus, ainda é vivo. Esse mesmo Marques ainda nos ofereceu, cremos, por uma vez 1$500 réis, por outra 500; nada aceitámos, respondendo-lhe que lhes desse o destino que quisesse, e ninguém acredita que lho não desse justo.

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Por fim, a obra vendeu-se por aquilo que se pode obter, até se esgotar, mas ficando o Bispado bem provido. 1898 – O antigo editor do Couseiro.

Declaro que, por anuir às instâncias do Il.mo Sr. Inácio José de Matos, editor e administrador da obra – O COUSEIRO –, revi estas contas da despesa feita com a edição da dita obra e do produto da venda dos exemplares, bem como os documentas que lhe são respectivos; e que desse exame nasceu a convicção ou, melhor dizendo, se confirmou a convicção da exactidão das ditas contas que mostram que, sendo o produto dos livros vendidos 116$610 [réis], ainda o editor teve que desembolsar e perder 4$435 réis, pois de tanto é a diferença que existe entre a receita e a despesa, e os exemplares acrescidos ou que não tiveram venda se podem reputar de nenhum valor. Além deste prejuízo, o Rv.mo editor teve bastante trabalho em promover que a edição fosse completa, e sofreu muitos dissabores e contradições sem que jamais afrouxasse o seu zelo por dotar o seu Bispado de uma história. Pelo que bem mereceu do Clero – da Igreja e de todos os que se interessam na Glória e esplendor da sociedade instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo. Por me ser pedido e ser verdadeira, passo a presente declaração que assino. Leiria, 6 de Agosto de 1870. (2) O GOVERNADOR DO BISPADO ETC., António Ferreira Miranda Oliveira.

(2) Esta declaração reporta-se, como é evidente, à 1.ª edição do Couseiro, que é de 1868, embora, nesta Prefação, o Editor a date de 4 de Agosto de 1870. [Nota do Editor, 2011]

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ÍNDICE GERAL

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Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria

Índice geral

Introdução ................................................................................................................................ 7 Normas de transcrição ............................................................................................................... 10

Prefação ................................................................................................................................... 11 COUSEIRO Primeira parte - Do Bispado Velho ......................................................................... 19 1.º Da Cidade de Leiria e seu princípio .............................................................................. 21 2.º Do sítio em que esteve e mudança da povoação ....................................................... 24 3.º Da fortaleza ..................................................................................................................... 25 4.º Da Igreja de Nossa Senhora da Pena ........................................................................... 26 5.º Dos altares e retábulos que tinha esta Igreja .............................................................. 27 6.º Da jurisdição do Prior-Mor ........................................................................................... 28 7.º Da visitação e crisma ...................................................................................................... 29 8.º Da relíquia do sacratíssimo leite da Virgem Nossa Senhora ..................................... 31 9.º Da relíquia do osso de S. Brás ....................................................................................... 32 10.º Das mais relíquias que havia nesta Igreja .................................................................. 32 11.º Da prata e mais móveis que tinha esta Igreja ............................................................. 35 12.º Dos beneficiados desta Igreja, seus provimentos e rendas ..................................... 37 13.º Da fábrica e obrigações desta Igreja de Nossa Senhora da Pena .......................... 38 14.º Do Vigário Geral que havia na Vila e das rendas que tinha .................................. 38 15.º Do sítio em que vivia o Vigário Geral ...................................................................... 39 16.º Da Igreja de S. Martinho ...................................................................................... 40 17.º Da Confraria do Santíssimo Sacramento .................................................................. 40 18.º Da capela de Nossa Senhora da Graça ..................................................................... 41 19.º Das mais capelas e altares que tinha esta Igreja ......................................................... 42 20.º Da Igreja de S. Pedro .................................................................................................... 43 21.º Das capelas e altares que havia nesta Igreja ............................................................. 44 22.º Da Paróquia que ora é de São Pedro ......................................................................... 45 23.º Das ermidas que há nesta Paróquia ........................................................................... 46 24.º Da Igreja de Santo Estêvão .......................................................................................... 47 25.º Da Igreja de S. Tiago do Arrabalde da Ponte ............................................................. 48 26.º Da Freguesia que ora é de São Tiago ........................................................................ 49

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27.º Das ermidas que há nesta Freguesia .......................................................................... 49 28.º Da Albergaria de Todos os Santos ............................................................................. 50 29.º Do Hospital dos tecelões .............................................................................................. 51 30.º Do Hospital dos ferreiros ............................................................................................ 52 31.º Da Albergaria de S. Brás .............................................................................................. 52 32.º Do Hospital do Porto Covo ......................................................................................... 53 33.º Do outro Hospital junto a Santo André ................................................................... 53 34.º Da Gafaria e Ermida de Santo André ....................................................................... 54 35.º Da Ermida do Espírito Santo ..................................................................................... 55 36.º Do bodo do pão e queijo ............................................................................................. 56 37.º Do bodo geral ................................................................................................................. 57 38.º Das cerimónias do Juiz da Confraria ........................................................................... 58 39.º Do Hospital do Espírito Santo .................................................................................. 59 40.º Da Ermida de Nossa Senhora da Encarnação ........................................................... 60 41.º Das mais procissões que vieram à Ermida ................................................................ 62 42.º Das lâmpadas, círios e outros bens .............................................................................. 62 43.º Da Confraria da Senhora ............................................................................................. 63 44.º Da Ermida de Nossa Senhora dos Anjos ................................................................. 63 45.º Da Ermida de Santo António ...................................................................................... 64 46.º Das ermidas de S. Miguel, S. Sebastião de Porto Covo e S. Bartolomeu ............. 65 47.º Da Irmandade da Misericórdia e casa ........................................................................ 65 48.º Das obrigações da casa e irmãos ................................................................................ 66 49.º Dos privilégios da casa e indulgências ........................................................................ 67 50.º Das rendas que tem a casa da Misericórdia ............................................................... 67 51.º Do Hospital da Misericórdia ...................................................................................... 68 52.º Do Convento de S. Francisco ...................................................................................... 69 53.º Do que davam a este Convento alguns infantes e outras pessoas ........................ 70 54.º Da sagração do Convento ............................................................................................ 71 55.º Das capelas deste Convento, fábrica e padroeiros delas ......................................... 71 56.º Das capelas da Claustra ................................................................................................ 73 57.º Da Igreja de S. Simão .................................................................................................... 74 58.º Da Freguesia do Reguengo ........................................................................................... 74 59.º Da Ermida e bodo de Nossa Senhora do Fètal ........................................................ 76 60.º Da Ermida e bodo de São Mamede ........................................................................... 77 61.º Da Ermida de Santa Eiria da Torre ............................................................................ 77 62.º Das mais ermidas desta Freguesia .............................................................................. 78 63.º Da Freguesia da Batalha ............................................................................................... 78 64.º Da Confraria da Santíssima Trindade ........................................................................ 79 65.° Do Hospital desta Vila ................................................................................................. 80 66.° Das ermidas desta Freguesia ....................................................................................... 80 67.º Das Salinas ...................................................................................................................... 82 68.° Do Convento de S. Domingos .................................................................................... 82

Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria

69.° Das coisas que El-Rei deu a este Convento ............................................................... 84 70.° Da capela junto à porta principal, reis e infantes que nela estão ........................... 85 71.º Da capela-mor e sepulturas que nela estão ............................................................... 86 72.º Da capela da Piedade e sepultura de El-Rei D. João o 2.º ...................................... 87 73.º Das mais capelas da Igreja .......................................................................................... 88 74.º Da capela do Capítulo .................................................................................................. 89 75.º Da Ermida de Nossa Senhora da Vitória .................................................................. 89 76.º Da Várzea ....................................................................................................................... 90 77.º Da Freguesia de Monte Real ....................................................................................... 90 78.º Das ermidas desta Freguesia ....................................................................................... 91 79.º Da Póvoa de Monte Real ............................................................................................. 92 80.º Do Campo ...................................................................................................................... 93 81.º Da Freguesia de Maceira ................................................................................................ 94 82.º Da capela de Francisco da Fonseca ............................................................................ 95 83.º Das ermidas que há nesta Freguesia ........................................................................... 96 84.º Da Ermida do Salvador da Barreira ............................................................................ 97 85.º Das ermidas de Santa Catarina da Azoia e S. Paulo de Amor ............................... 98 86.º Das ermidas das Cortes e S. Bento do Freixial e Hospital aí ................................... 99 87.º Da Ermida de Regueira de Pontes ........................................................................... 100 88.º De outras confrarias de defuntos ............................................................................ 100 89.º Da Vila e Igreja das Paredes ...................................................................................... 101 90.º Da Igreja de Pataias ....................................................................................................... 102 91.º Da Igreja de São Pedro de Muel ................................................................................ 103 92.º Da Freguesia do Souto ................................................................................................ 103 93.º Das ermidas desta Freguesia ...................................................................................... 104 94.º Da Freguesia das Colmeias e ermidas ..................................................................... 105 95.º Da Freguesia de Vermoil ........................................................................................... 106 96.º Das ermidas desta Freguesia e Hospital ................................................................... 107 97.º Da Freguesia de São Simão ...................................................................................... 107 98.º Das ermidas desta Freguesia ...................................................................................... 108 99.º Da Freguesia de Espite e ermidas ............................................................................ 109 100.º Da Freguesia da Caranguejeira .................................................................................. 109 101.º Das ermidas desta Freguesia ................................................................................... 110 102.º Das freguesias da jurisdição do Prior-Mor e do que se chama Bispado Velho ... 111 103.º Do Bispado Novo .................................................................................................... 112 104.º Da criação do Bispado e dote com que foi criado ............................................... 112 105.º Das rendas que tem o Prelado .................................................................................. 113 106.º Das ordinárias que dá o Prelado e esmolas ............................................................ 115 107.º Dos ofícios e benefícios que tem para prover ...................................................... 115 108.º Das rendas que tem o Cabido ................................................................................. 116 109.º Das obrigações que tem o Cabido e dos particulares dele ................................. 118 110.º Das procissões que o Cabido faz ........................................................................... 119

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111.º Dos ofícios do Cabido e ordinárias e esmolas que dá ........................................ 120 112.º Da instituição e criação dos benefícios da Sé e assinação da renda a cada um ...... 121 113.º Da residência e como se vencem os frutos ........................................................... 122 114.º De como se cobram as rendas do Cabido ............................................................ 123 115.º Das pessoas que não pagam dízimo ....................................................................... 125 116.º Da Fábrica e renda que tem ...................................................................................... 126 117.º Das obrigações que tem a Fábrica e ordinárias que paga ................................... 127 118.º Do primeiro Bispo deste Bispado ........................................................................... 127 119.º Dos provimentos e obras que fez este Prelado .................................................... 128 120.º Da Freguesia de Santa Catarina da Serra e suas ermidas .................................... 129 121.º Da Freguesia das Cortes ........................................................................................... 130 122.º Das ermidas desta Freguesia ................................................................................... 131 123.º Da Sé Catedral ............................................................................................................ 131 124.º Das ermidas que há nesta Cidade ............................................................................ 132 125.º Do segundo Bispo eleito deste Bispado .................................................................. 133 126.º Do Bispo D. Gaspar do Casal ................................................................................. 133 127.º Das obras que fez este Prelado .............................................................................. 134 128.º Do convento de Santo Agostinho ............................................................................. 135 129.º Do Bispo D. António Pinheiro .............................................................................. 136 130.º Do Bispo D. Pedro de Castilho .............................................................................. 137 131.º Das obras que fez na Sé, paços episcopais e outras ........................................... 138 132.º Das ordinárias que pagava ...................................................................................... 140 133.º Do que deixou à Sé ................................................................................................... 140 134.º Da Freguesia de Monte Redondo ............................................................................ 141 135.º Da Freguesia da Marinha ......................................................................................... 142 136.º Da Freguesia de Santa Margarida do Arrabal .................................................... 143 137.º Do Dispo D. Martim Afonso Mexia ..................................................................... 144 138.º Das obras que fez este Prelado ............................................................................... 146 139.º Da Freguesia do Alqueidão da Serra ..................................................................... 147 140.º Do Bispo D. Fr. António de Santa Maria ............................................................... 147 141.º Do Bispo D. Francisco de Menezes ....................................................................... 148 142.º Do Bispo D. Dinis de Melo .................................................................................... 148 143.º Das obras que fez este Prelado na Sé e fora .......................................................... 149 144.º Das esmolas que fazia ............................................................................................... 150 145.º Da Freguesia de Amor .............................................................................................. 151 146.º Da Freguesia de Carvide ............................................................................................ 152 147.º Da Freguesia do Coimbrão ...................................................................................... 153 148.º Do Bispo D. Pedro Barbosa de Eça ...................................................................... 154 149.º Dos governadores que houve ..................................................................................... 154

Notas sobre os Bispados Velho...................................................................................... 157

Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria

Segunda parte - Do Bispado Novo ......................................................................... 223 1.º Da instituição da Colegiada de Ourém ..................................................................... 225 2.º Das rendas da Colegiada .................................................................................................. 225 3.º Da apresentação e colação destes benefícios, Chancelaria e lutuosa que pagam .... 226 4.º Das obrigações que tem o Cabido e particulares dele e ordinárias que paga ......... 227 5.º Da sepultura do Instituidor .......................................................................................... 227 6.º Das relíquias que há nesta Colegiada ........................................................................... 228 7.º Das ermidas que há nesta Paróquia ........................................................................... 229 8.º Da Paróquia e Vigário da Vara ...................................................................................... 231 9.º Da Vigararia das Freixiandas ...................................................................................... 232 10.º Das Ermidas desta Freguesia ................................................................................... 233 11.º Da Freguesia de Seiça ................................................................................................. 234 12.º De Nossa Senhora da Purificação, Orago desta Igreja ......................................... 235 13.º Das ermidas desta Paróquia ...................................................................................... 235 14.º Da Ermida dos Tamareis ........................................................................................... 236 15.º Da Freguesia do Olival .............................................................................................. 236 16.º Da Capela, Albergaria e Hospital do Pocifal ............................................................ 237 17.º Das ermidas que há nesta Freguesia ........................................................................ 238 18.º Da Freguesia da Fátima ............................................................................................. 239 19.º Das ermidas que há nesta Freguesia ........................................................................ 239 20.º Da Vila de Porto de Mós, priorados que nela havia, extinção deles, criação das vigararias .............................................................................................. 240 21.º Da Igreja de S. Pedro .................................................................................................... 241 22.º Das capelas e altares desta Igreja .............................................................................. 243 23.º Das ermidas desta Paróquia ...................................................................................... 244 24.º Da Igreja, casa e Hospital da Misericórdia .............................................................. 244 25.º Da Igreja Paroquial de S. João .................................................................................... 245 26.º Das ermidas desta Paróquia ...................................................................................... 247 27.º Da Igreja Paroquial de Nossa Senhora ..................................................................... 247 28.º Do Vigário desta Igreja ............................................................................................... 249 29.º Das ermidas desta Paróquia ...................................................................................... 250 30.º Da Freguesia de Minde ............................................................................................... 251 31.º Das ermidas desta Paróquia, sepultura no Lugar e Lagoa .................................... 252 32.º Da Freguesia de Alvardos .......................................................................................... 253 33.º Das ermidas desta Paróquia ...................................................................................... 254 34.º Da Freguesia do Juncal ............................................................................................... 254 35.º Das ermidas desta Freguesia ...................................................................................... 255 36.º Da Freguesia do Arrimal ............................................................................................. 256 37.º Das ermidas desta Paróquia ...................................................................................... 257 38.º Da Freguesia da Mendiga ............................................................................................ 257 39.º Da sepultura que está na Mendiga e Hospital ......................................................... 258

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40.º Da Paróquia de Serro Ventoso ................................................................................. 258 41.º Da Freguesia de São Vicente de Aljubarrota .......................................................... 259 42.º Das ermidas desta Paróquia ...................................................................................... 261 43.º Da Freguesia de Nossa Senhora de Aljubarrota .................................................... 262 44.º Das ermidas desta Paróquia ....................................................................................... 264 45.º Da Misericórdia ............................................................................................................ 264 46.º Da Igreja Paroquial de Alpedriz ................................................................................ 265 47.º Rendas que tem neste Bispado pessoas de fora dele .............................................. 267 48.º De Santo António ....................................................................................................... 268 49.º De Santa Eiria .............................................................................................................. 270 50.º Dos conventos de freiras ............................................................................................ 272 51.º Das obras que fez El-Rei D. Afonso Henriques .................................................... 275 Erros em face deste livro, das obras que tratam de Leiria ............................................ 276

Notas sobre os Bispados Novo ...................................................................................... 279

ANEXOS ........................................................................................................................... 287 Apêndice ................................................................................................................ 289 Continuação da série dos bispos da diocese de Leiria, etc. ............................................ 291 Seminário episcopal de Leiria ............................................................................................ 301 Registo de uma pastoral de Sua Ex.ª Rev.ma D. Miguel de Bulhões .......................... 309 Um novo seminário .............................................................................................................. 309 Retoques e documentos ...................................................................................................... 310 Carta desse cónego vigário da sé, Manuel Ribeiro de Carvalho, datada de 27 do 6, 1875 ................................................................................................ 313 Convento de Santa Ana de Leiria ................................................................................. 314 Recolhimento de Leiria ....................................................................................................... 315 Relação dos benfeitores que deram maiores esmolas, estabelecendo lugares neste recolhimento .................................................................................................. 317 Um auto importante ........................................................................................................... 317 Ordem da procissão do Corpo de Deus antes da Invasão ........................................... 318 Publicação da Bula e arrecadação do seu dinheiro antes de 1834 .............................. 320 Círios deste Bispado de Leiria a Nossa Senhora da Nazaré antes da invasão e círio de 1854 .......................................................................................................... 321 Procissões e outros actos religiosos a que concorria a câmara até 1834 .................... 322 Rendimento dos benefícios eclesiásticos do bispado de Leiria no ano económico de 1828 a 1829 .................................................................................... 322

Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria

Rendimento da fábrica da sé .............................................................................................. 323 Relação dos párocos estipendiados pelo bispo de Leiria e do quantitativo ................ 323 Crisma do Bispo de Bragança ........................................................................................... 324 Testamento do enforcado João Marques Amado .......................................................... 325 Alguns pormenores sobre esta execução ....................................................................... 326 Duas questões ou Imprensa em Leiria e Irmandade do Senhor dos Passos .............. 327 Casas romanas ...................................................................................................................... 328 Minas de carvão de pedra ..................................................................................................... 329 Moléstias das vinhas ............................................................................................................. 331 Míldio ....................................................................................................................................... 332 Filoxera ....................................................................................................................................... 332 Um gigante da freguesia do Souto .................................................................................... 333 Mudança de ponte e arborização do Campo Velho ........................................................ 337 Ponte de Ferro ...................................................................................................................... 337 Agua férrea .......................................................................................................................... 337 Outra arborização .................................................................................................................... 338 Inauguração da linha de ferro .............................................................................................. 338 Caso de grande superstição ou loucura ........................................................................... 338 Formas das cartas do pároco e coadjutor no bispado à data da supressão ............... 339 Mortandade causada pela invasão francesa no bispado de Leiria ................................ 342 Índice de paróquias do Bispado no final do século XIX ............................................. 344 Umas rectificações .............................................................................................................. 345 Mais uma rectificação ..................................................................................................... 346 Conclusão .............................................................................................................................. 347

Notas ao Apêndice ........................................................................................................... 349 Opúsculos ...................................................................................................................... 353

Opúsculo 1.º ........................................................................................................................ 357 Confirmação da Fundação da Sé Catedral de Leiria na pessoa do seu verdadeiro fundador – Um Bispo. Deduzida principalmente do «Couseiro» - Demonstração ....................................................................................................... 357 - Refutação ............................................................................................................. 365 - A nossa opinião ................................................................................................... 374 - Conclusão .............................................................................................................. 379 Medição da Sé ........................................................................................................................ 381 Confissão antecipada .......................................................................................................... 384 Opúsculo 2.º ........................................................................................................................ 387 Crónica da supressão do Bispado de Leiria ..................................................................... 387 1843 ......................................................................................................................................... 393

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- Parte da acta da sessão de 7 de Abril de 1843 .................................................... 393 - Ofício dirigido a José Nicolau Rodrigues Cordeiro, N.° 639, de 11 de Abril .. 393 - Ofício dirigido a Venâncio Pinto do Rego Cêa Trigueiros, N.° 640, de 15 de Abril ................................................................................ 394 - Ofício dirigido ao Barão de Leiria, n.° 641, de 15 de Abril ............................. 394 - Representação entregue à Deputação nomeada em 7 de Abril de 1843 ......... 396 - Parte da acta da sessão de 28 de Abril de 1843 ............................................... 398 - Ofício dirigido ao Ex.mo e Rev.mo Sr. Bispo de Leiria, N.° 666, de 28 de Abril .............................................................................................. 398 - Ofício dirigido a Venâncio Pinto do Rego Cêa Trigueiros, N.° 669, de 1 de Maio ................................................................................................. 399 - Parte da acta da sessão de 2 de Maio de 1843 .................................................... 399 - Parte da acta da sessão de 12 de Maio de 1843 .................................................. 399 - Lei de 29 de Maio de 1843, publicada no «Diário do Governo», N.° 128, de 2 de Junho ............................................................................................... 399 - Parte da acta da sessão extraordinária de 9 de Setembro de 1843 ................. 400 1850 .......................................................................................................................................... 401 - Proposta de Lei publicada no «Diário do Governo», N.° 63 de 15 de Março de 1850 ................................................................................ 401 - Parte da acta da sessão de 22 de Marco de 1850 ............................................. 402 - Representação ....................................................................................................... 402 - Ofício dirigido às Câmaras municipais de Alcobaça, Batalha, Porto de Mós e Pombal, em 20 de Maio de 1850 ................................... 404 - Ofício dirigido a João Pereira Crespo, N.° 1155 de 25 de Maio ..................... 405 - Sessão do dia 30 de Maio de 1850 ..................................................................... 406 - Documento achado no nosso paço episcopal .................................................... 406 - Jornal «A Nação», N.° 819, de 26 de Junho de 1850 ...................................... 408 1852 ......................................................................................................................................... 411 - Sessão de 23 Janeiro de 1852 .............................................................................. 411 - Representação ........................................................................................................ 411 - Acta da sessão da Câmara de Porto de Mós, de 11 de Feve[reiro] de 1852 ..... 412 1853 ....................................................................................................................................... 413 - Lei de 3 de Agosto de 1853, publicada no «Diário do Governo», N.° 209, de 6 de Setembro de 1853 ........................................................... 413 - Proposta de lei publicada no «Diário do Governo», N.º 81, de 6 de Abril de 1857 (de 3-4-57) ............................................................... 414 1869 ....................................................................................................................................... 414 1870 ........................................................................................................................................ 414 - Sessão de 9 de Fevereiro de 1870 ......................................................................... 414 - Acta da sessão da Câmara da Batalha em 9 de Abril de 1870 ........................ 415 1872 ....................................................................................................................................... 417 - A Extinção do Convento de Sá em Aveiro ....................................................... 417

Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria

1873 ....................................................................................................................................... 421 - Sessão de 19 de Fevereiro de 1873 ..................................................................... 421 1874 ...................................................................................................................................... 424 - Parte da acta da sessão de 15 de Outubro de 1874 ......................................... 424 - Da certidão de Ourém ......................................................................................... 425 - Ofício em resposta à Câmara Municipal de Leiria ............................................ 425 - [Representação] Da Câmara de Leiria .................................................................. 426 1876 ...................................................................................................................................... 428 - «Diário do Governo» N.° 89 de 22 de Abril de 1876 ..................................... 428 1880 ...................................................................................................................................... 429 - Acta da sessão extraordinária de 2 de Dezembro de 1880 ............................... 432 - Da certidão da Batalha ........................................................................................ 434 1881 ...................................................................................................................................... 435 - «Diário de Portugal» N.° 1079, de Domingo, 26 de Junho de 1881 ............. 435 - Resultado da eleição de um deputado pelo círculo N.° 84 em 21 de Agosto de 1881 .......................................................................... 442 1882 ...................................................................................................................................... 444 - Diário da Câmara dos senhores deputados - Sessão de 20 de Março de 1882 - Segundas Leituras ........................................................................ 445 - Projecto de Lei ....................................................................................................... 447 Índice cronológico .............................................................................................................. 450

Notas aos Opúsculos ....................................................................................................... 451 Lista actualizada dos Bispos de Leiria (1545-2011) ........................................................ 454

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