CRESCIMENTO ECONÓMICO VS DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

October 1, 2017 | Autor: Janísio Salomao | Categoria: Sustentabilidade, Desenvolvimento sustentavel, Crescimento
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27/11/14 Janísio C. Salomão1 [email protected]

O mundo tem sido fortemente afectado pela efervescente preocupação em fazer crescer as economias, moeda esta que não é barata ante as consequências que gradativamente afectam o nosso ecossistema, colocando em risco a saúde humana. A procura incessante, tornam o “capitalismo selvagem” e dominam as atenções das grandes potências mundiais, aonde somente prevalece a lei do interesse, não importando os meios a utilizar para alcançar o fim, tal conforme as ideologias maquiavélicas2. Pelo andar da caminhada a espécie humana corre sérios riscos, diariamente ouvimos e vemos situações que nos levam a uma profunda reflexão sobre o futuro que nos aguarda. Como é consabido, as questões relacionadas com o crescimento económico e desenvolvimento sustentável encerram em si temáticas para discussões e constituem igualmente um grande desafio para as economias. Adam Smith3 na sua obra Riqueza das nações (1776), faz um estudo sobre a formação da riqueza de uma nação, através da liberalização do mercado, para o autor a política de laissez – faire permitiriam um livre jogo entre a oferta e a procura, sem uma intervenção directa do estado no mercado, tal política seria o garante da acumulação de capital e a principal fonte de lucros. O conceito sofreu diversas transformações, introduzidas por pensadores e economistas, actualmente refere –se a acumulação ou geração de riqueza por um país, que se traduz na elevação do Produto Interno Bruto. Hodiernamente, muita confusão se tem feito sobre o conceito de crescimento e desenvolvimento.                                                                                                                 1

Mestre em Administração de Empresas; Consultor Empresarial e Técnico Oficial de Contas.  

Maquiavel, Nicolau. O príncipe. ed. integral bilíngue, 2007.   SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. Trad. Luiz João Baraúna, São Paulo: Abril Cultural, 1ª ed., 1983. 2 3

 

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O crescimento é um factor fundamental para que haja desenvolvimento, pelo que, um elevado crescimento, ou altas taxas de PIB não significam um elevado desenvolvimento. O desenvolvimento relaciona – se com a melhoria das condições de vida da população, através de investimentos em sectores como a educação, saúde entre outros. Para Vasconcellos & Garcia4, o conceito de desenvolvimento gira em torno da melhoria da qualidade de vida, consiste da “alocação de recursos em diferentes sectores da economia de forma a melhorar os indicadores de bem-estar económico e social (pobreza, desemprego, desigualdade, condições de saúde, alimentação, educação e moradia)”. A Organização das Nações Unidas (ONU) traz a tónica o conceito de desenvolvimento sustentável, através da criação da Comissão Mundial sobre o meio ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) no Relatório de Brundtland no qual se apresenta como “o uso correcto dos recursos de forma a satisfazer as necessidades das gerações presentes sem comprometer as gerações futuras”. O conceito esta ganhar novos contornos nos dias de hoje, não é visto apenas na vertente ambiental, abrange o sector social, tal conforme realçou Lima5 ao salientar que “não se pode falar em sustentabilidade sem referir as questões como: valores éticos de respeito a vida, desigualdades sociais e políticos e diferenças raciais e culturais”. O crescimento desregrado está a sufocar o desenvolvimento sustentável, os países industrializados e em vias de industrialização, fazem parte dos principais poluentes a nível mundial, estão a contribuir para uma degradação plena do ambiente e dos principais recursos naturais, que podem acabar por afectar as gerações futuras. O crescimento é sim um factor relevante para as economias, no entanto, o mesmo deve sim repercutir –se na melhoria do modus vivendi das populações, assim sendo, cabe aos países usarem correctamente os recursos postos a sua disposição, contribuindo destarte para a redução das                                                                                                                 VASCONCELOS, Marco António; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 1998. 5 LIMA, Gustavo da Costa. “O discurso da sustentabilidade e suas implicações para a educação”. In: Ambiente e sociedade. 2003 4

   

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assimetrias, da fome e da pobreza, garantindo uma distribuição mais justa e equitativa da riqueza.        

 

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