Críticas à noção de \"ideologia de gênero\" (fundada no determinismo linguístico)

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CRÍTICAS À NOÇÃO DE “IDEOLOGIA DE GÊNERO” (FUNDADA NO DETERMINISMO LINGUÍSTICO) Prof. Dr. Ismar Inácio dos Santos Filho Curso de Letras-Campus do Sertão/UFAL [email protected] Resumo: No contexto da necessidade de aprovação dos planos educacionais (nacional, estaduais e municipais), desde 2014, fomos tomados pelo sintagma “ideologia de gênero”, em enunciados como “educação com ideologia de gênero é opressão”, nos quais se orquestra uma rejeição a essa “noção”. Para uma melhor compreensão, elaborei o artigo “Por uma compreensão da ‘ideologia de gênero’”, disponibilizado na Internet, e uma série de cinco vídeos denominada de “Ideologia de gênero”, disponibilizada no Youtube, nos quais apresentei uma compreensão de como se construiu essa ideia, como uma postura antifeminista aos estudos de gênero, sexualidade e linguagem, bem como uma perspectiva falaciosa em relação aos estudos queer. Argumentei em um artigo de opinião, “O que é ideologia de gênero?”, publicado no “Minuto Nordeste”, que essa “é uma estratégia de convencimento que se configura como uma das frentes de guerra no combate aos movimentos, às reflexões e às ideias sobre diversidade identitária (superdiversidade identitária) de gêneros e de sexualidades, forjando-se, desse modo, como uma tentativa de ‘frear’ a liberalização dos costumes que vem sendo construída desde a Revolução Francesa” (SANTOS FILHO, 2015a). No texto “Da emergência da linguística queer” (SANTOS FILHO, 2015c), ao refletir sobre a estrutura da performatividade, problematizei as noções de expressão do pensamento, representação e determinismo linguístico, fazendo-se necessário, portanto, trazer à luz do debate a noção de “ideologia de gênero”, fundada na ideia de construção como determinismo linguístico. Considerando tais questões, proponho-me neste minicurso a apresentar e criticar o livro “A ideologia de gênero na educação”, de Marisa Lobo (2016), para quem essa noção “é uma doutrinação imposta por uma minoria que, no entanto, detém muita influência, apoiada por organizações poderosas e governos esquerdistas. Os ideólogos de gênero são intolerantes, fogem ao debate democrático e, não raro, apelam para a intimidação rotulando de ‘preconceituosos’ e ‘homofóbicos’ qualquer um que ouse discordar de suas ideias” (p. 12). Embasado nas compreensões de Butler (2003, 2009, 2011, 2015), de Lívia e Hall (1997, 2010) e Santos Filho (2012, 2015a, 2015b, 2015c) e conhecendo as proposições de Scala ([2003] 2010), em “La ideología de género – o el género como herramienta de poder”, de Trillo-Figueroa (2009), em “La ideología de género”, e de Bonnewijn ([2012] 2015), em “Gender, quem és tu?”, pontuarei os conceitos de gênero e sexualidade, fundados nos estudos feministas e sua inserção nos documentos legais educacionais brasileiros, e a negação desses conceitos na formulação da noção de ideologia de gênero, tomando como corpus para análise o livro de Lobo (2016), antes citado, sendo de fundamental importância a reflexão sobre concepções de língua(gem). O estudo será dialogado, com dados do material analisado, em imbricamento com o aporte teórico-conceitual. Palavras-chave: Ideologia Performatividade.

de

gênero;

Educação;

Língua(gem);

Determinismo

Linguístico;

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