Curso de Pós-Graduação USP (2016) \"FERNANDO PESSOA: autoria e ironia\"

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1/14/2016

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Disciplina FLC6110-1 Fernando Pessoa: Autoria e Ironia Área de Concentração: 8150 Criação: 15/12/2015 Ativação: 15/12/2015 Nr. de Créditos: 8 Carga Horária: Teórica

Prática

Estudos

(por semana)

(por semana)

(por semana)

4

4

2

Duração

Total

12 semanas

120 horas

Docente Responsável: Caio Márcio Poletti Lui Gagliardi Objetivos: A perspectiva estruturante do curso pauta-se numa proposta de leitura da obra pessoana de tal modo a relacionar as noções de autoria e ironia. Por hipótese, a autoria, em Pessoa, apresenta-se como uma formulação essencialmente irônica do jogo dialético entre os dois actantes centrais da narração, sujeito e objeto, bem como entre as principais categorias oposicionais problematizadas pelo fenômeno heteronímico, realidade e ficção. Dada a escassez de estudos críticos que compartilhem dessa perspectiva, o objetivo do curso é testar sua consistência, seja como clave de leitura para o sistema poético pessoano, seja para as suas instâncias autorais mais específicas. Justificativa: Não é óbvia a constatação de que a ironia perpassa a obra de Fernando Pessoa. Apesar disso, constituise tanto como um de seus mais poderosos recursos expressivos, como uma de suas balizas poéticas. Seja no sentido moderno da palavra – de se dizer o contrário do que se pensa –, seja no sentido socrático – de se colocar tudo em questão –, ou mesmo no romântico – de rir de si mesmo –, sua onipresença nas diferentes poéticas que constituem o sistema heteronímico é de valor axial para a compreensão conjunta da obra. Modernamente, a ironia está ligada à auto-representação na escrita. Seu surgimento associa-se ao enfraquecimento da tradição retórica, de sua atuação como instrumento de prescrição e averiguação do fazer literário, e à substituição das receitas de "como fazer" pela concepção de que a criação autêntica é, e só pode ser, fruto da irrupção interior de um ser de exceção, naturalmente desobediente a padrões reguladores da escrita. O revés moderno à mistificação romântica do eu encontrou suas mais sisudas bases de contestação em Marx, Freud e Nietzsche, cujo exercício de pulverização da unicidade do sujeito, de sua faceta mais rasa, transfigurou-se em absurdo existencial pela ótica de autores como Kafka, Musil, Sartre e Camus. Pessoa, por sua vez, ao invés de alimentar esse mesmo descrédito na individualidade, toma-a, ironicamente, em positivo, manipulando essa entidade a ponto de concebê-la como palco dramático de diferentes subjetividades (personae). Assume radicalmente, portanto, a ausência da integridade do caráter individual, a ponto de convertê-la em coexistentes ethos autorais. Conteúdo: O “Drama Estático” O Marinheiro e o sentido dramático da obra; A invenção do “Dia Triunfal”; A ficção da ironia e a ironia da ficção; A construção do ethos na “Carta sobre a gênese dos heterônimos” e na “Tábua Bibliográfica”; O Engenheiro Sensacionista: cartesianismo e ironia na “Ode Marítima”, de Álvaro de Campos; Lugares-Comuns e Incomuns na recepção de Alberto Caeiro; A percepção Intelectual em Alberto Caeiro: quem é o eu que diz eu?; O sujeito exilado como topus: “Lisbon Revisited”, de Álvaro de Campos; Ataraxia e ludo em Ricardo Reis; A (invenção da) infância perdida no Cancioneiro: Pessoa leitor de Rimbaud; O lirismo intelectual no Cancioneiro; A pátria de sonho em Mensagem: Pessoa leitor de Unamuno; A intertextualidade em Mensagem: Pessoa leitor de Camões; Especularidade e reflexividade no Livro do desassossego; A reductio ad absurdum na poética pessoana. Forma de Avaliação: Participação em Aula; Assiduidade; Exercícios; Trabalho Final (opcionalmente Seminários). Observação: Bibliografia: A Educação do Estóico. Barão de Teive. (Richard Zenith, ed.) Lisboa: Assírio & Alvim, 1999. A Hora do Diabo. Fernando Pessoa. (Teresa Rita Lopes, ed.) Lisboa: Assírio & Alvim, 1997. Álvaro de Campos - Livro de Versos. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993. Cartas de Amor. Fernando Pessoa. (Org., posf. e notas de David Mourão Ferreira. Preâmbulo e estabelecimento do texto de Maria da Graça Queiróz. Lisboa: Ática, 1978. Correspondência 1905-1922. (Org., posf. e notas por Manuela Parreira da Silva). São Paulo: Companhia das Letras, 1999. Fausto - Tragédia Subjectiva. (Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio de Eduardo Lourenço.) Lisboa: Presença, 1988. Ficção e Teatro. (Intro., org. e notas de António Quadros.) Mem Martins: Europa-América, 1986. Livro do Desassossego / por Bernardo Soares. (Intro e org. Richard Zenith.) São Paulo: Companhia das Letras, 1999. Mensagem. (Intro. e posf. de Caio Gagliardi). São Paulo: Hedra, 2007. O Banqueiro Anarquista. (Manuela Parreira da Silva, ed.) Lisboa: Assírio & Alvim, 1999. Obra Poética. (Org., intro. e notas por Maria Aliete Galhoz.) Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2001. Obra em Prosa. Fernando Pessoa. (Org., intro. e notas de Cleonice Berardinelli.) Rio de Janeiro: Ed. José Aguilar, 1974. Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias. 2ª. ed. (Sel., pref. e notas por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho). Lisboa: Ática, 1973. Páginas de Doutrina Estética. (Sel., pref. e notas por Jorge de Sena). Lisboa: Ed. Inquérito, 1946. P. 268. Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. (Sel., pref. e notas por Georg Rudolf Lind e Jacinto do Prado Coelho). Lisboa: Ática, 1973. Páginas de Pensamento Político. Vol I e II. (Intro., org. e notas de António Quadros.) Mem Martins: Europa-América, 1986. Poemas Completos de Alberto Caeiro. (Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa:

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Poemas Completos de Alberto Caeiro. (Recolha, transcrição e notas de Teresa Sobral Cunha.) Lisboa: Presença, 1994. Poemas Ingleses. (Edição bilingue, pref., trad., variantes e notas de Jorge de Sena e trad. de Adolfo Casais Monteiro e José Blanc de Portugal.) Lisboa: Ática, 1974. Poesia Inglesa. Fernando Pessoa. (Organização e tradução de Luísa Freire. Prefácio de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Livros Horizonte, 1995. Poesia completa de Alberto Caeiro. (Org. intro. e posf. de Fernando Cabral Martins & Richard Zenith). Companhia das Letras: São Paulo, 2005. Sobre Portugal - Introdução ao Problema Nacional. (Recolha de textos de Maria Isabel Rocheta e Maria Paula Morão. Intro. e org. de Joel Serrão.) Lisboa: Ática, 1979. Teatro do êxtase. (Intro. e org. de Caio Gagliardi). São Paulo: Hedra, 2010. FORTUNA CRÍTICA BRÉCHON, Robert. Estranho Estrangeiro – Uma biografia. Rio de Janeiro / São Paulo: Record, 1996. COELHO, Jacinto do Prado. Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa. Lisboa: Ocidente, 1949. FINAZZI-AGRÓ, Ettore. O Álibi Infinito: o projeto e a prática na poesia de Fernando Pessoa. Lisboa: IN-CM, 1987. GAGLIARDI, Caio. “A Pátria de sonho portuguesa”. In: Pessoa, Fernando. Mensagem. São Paulo: Hedra, 2007. ______. “O Livro do Desassossego - uma prateleira de frascos vazios”. www.criticaecompanhia.com. Campinas / São Paulo, 2005.

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